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13/03/2023, 09:57 EDU_DIDATI_19_E_3
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Introdução
Um dos principais tópicos estudados nesta disciplina é, sem dúvida, o que veremos a seguir: o Planejamento Pedagógico. Você
vai perceber que toda e qualquer ação pedagógica é embasada através do que chamamos de intencionalidade pedagógica, ou
seja: o que se pretende com determinada atividade, como será feita e de que forma será avaliada. Para isto, todo educador
dispõe de uma ferramenta denominada: Plano de Aula. Trata-se do documento que efetiva as atividades propostas pelo
professor, que irá detalhar como acontecerão suas práticas, mediações e a avaliação formativa. Além disso, vamos conhecer
quais são os 4 Pilares da Educação propostos pela UNESCO bem como as nossas atividades de campo, como problematizamos
e investigamos a realidade no cotidiano da sala de aula. Portanto, daqui para frente você já sabe, tudo o que acontece na sala
de aula demanda planejamento e re�exão. Pronto para navegar neste conteúdo? Vamos juntos!
1. Plano de Aula
O Plano de Aula é uma ferramenta essencial ao trabalho do educador. Nela, o professor estabelece quais serão seus os
objetivos (geral e especí�cos), conteúdos, metodologias, avaliação e a partir de quais referências aquela atividade foi
estruturada. Vamos detalhar um pouco melhor para que você conheça o Plano de Aula em sua totalidade.
Sabemos que a Educação é um processo complexo, que demanda conhecimento e planejamento, mas, não é somente isto.
Dentro deste macroprocesso existem algumas unidades que a constituem, a saber: conhecimento, análise, compreensão,
aplicação, síntese e avaliação. Estas unidades foram delimitadas na Taxonomia de Bloom, que você conhecerá mais
profundamente na próxima Unidade. Agora, vamos conhecer minimamente cada uma delas para favorecer o entendimento da
sua necessidade no trabalho com o planejamento:
Conhecimento: Agora é hora do professor se perguntar: como meu aluno constrói seu conhecimento? E a resposta é: a
partir dos seus conhecimentos prévios, aliado à mediação docente e aos conhecimentos que serão construídos na escola e
na vida
Análise: A análise acontece a partir dos conhecimentos que se recebe do meio externo e da mediação interna,
mobilizando as estruturas cognitivas que compõe a inteligência humana.
Compreensão: A compreensão decorre da inter-relação que se estabelece entre os dois processos anteriores:
conhecimento e análise. Portanto, só posso a�rmar que o conteúdo foi efetivamente compreendido por meu aluno
quando este conteúdo “faz sentido”. Se o conhecimento é apenas memorizado e reproduzido, a compreensão não
aconteceu.
Unidade 3 - Intencionalidade da Ação
Educativa
Fernanda Mendes Arantes
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Aplicação: é a experimentação do conhecimento. Seja um conteúdo de Matemática, Língua Portuguesa, Ciências… Ou seja,
a aplicação decorre da compreensão do conhecimento, é o momento onde a teoria é aplicada na prática.
Síntese: A síntese é estabelecida cognitivamente para que possamos organizar o processo educativo de maneira
intencional e partirmos para um novo conhecimento.
Avaliação: Quando falamos em avaliação não estamos nos referindo necessariamente às provas escritas tradicionais. A
avaliação deve acontecer ao longo do processo para a aprendizagem do aluno e também pelos professores, e serve para
mensurar a efetividade do processo de ensino aprendizagem, ou seja, indicar em que medida a aprendizagem está de fato
ocorrendo.
Pois bem, estes elementos estão envolvidos no seu cotidiano enquanto professor, e o planejamento de suas aulas necessita da
articulação destes componentes. O planejamento é macro quando nos referimos ao ato de planejar um semestre ou ano letivo,
e é micro quando nos referimos à um plano de aula. O plano de aula pode fazer parte de uma sequência didática, ou pode
acontecer de maneira isolada. Vamos conhecer um pouco mais a respeito dessa ferramenta pedagógica. Haydt (2001) a�rma
que: “(...) o planejamento é um processo mental que envolve análise, re�exão e previsão”.
Para elaborar um plano de aula, é necessário estudar, re�etir, prever o que pode acontecer e em qual medida de tempo e
espaço. Libâneo (1994) a�rma que: “os planos devem ser como um guia de orientação e devem apresentar uma ordem
sequencial, objetividade, coerência e �exibilidade”.
Vamos imaginar que você é um professor de Educação Infantil atuando com crianças na faixa de 3 a 4 anos de idade e deseja
auxiliar as crianças na  construção de sua identidade. Para isto, você precisa estabelecer um planejamento.
Nossa sugestão aqui é trabalhar com uma sequência didática, ou seja, vários planos de aula em sequência. Neste exemplo
prático, nossa ideia é trabalhar o conteúdo em três aulas, ou seja, três momentos de situações de aprendizagem. Como as
crianças são pequenas o tempo destinado ao foco e atenção é pequeno, portanto, o educador tem que ser lúdico e criativo.
Para iniciarmos qualquer temática em sala de aula, partimos sempre do conhecimento prévio do estudante, portanto no Plano
de Aula 1 nossa atividade inicial sugerida é a Roda de Conversa.
A estruturação deste item dentro do Plano de Aula é estabelecida desta forma:
Tema: Construção da Identidade
Duração : 20 min.
Objetivos: auxiliar a criança a desenvolver noções de pertencimento de si próprio enquanto indivíduo no mundo.
 Favorecer o reconhecimento de si e dos colegas da turma e demais pessoas do seu convívio.
Conteúdo: Quem sou eu? Quem são as pessoas da minha família? Quem são meus colegas de turma? Como posso
reconhecê-los?
Metodologia: Roda de Conversa, Diálogo.
Recursos: Não há.
Avaliação: Participação e envolvimento.
Os itens acima elencados (Tema, Objetivos, Conteúdo, Metodologia, Recursos e Avaliação) são comuns na maioria dos planos de
aula e isto quer dizer que, para toda e qualquer atividade em sala de aula, estes itens aparecem e compõe seu planejamento.
A Roda de Conversa é apenas a 1ª atividade, do 1º plano de aula, dentro da sequência didática que sugerimos de 3 planos,
certo?
Em seguida, você pode propor outras atividades, como por exemplo: cada criança faz um desenho de si mesma ou, peça aos
familiares da criança que enviem uma foto de rosto da criança para que vocês possam montar juntos um “carômetro” (mural
feito com fotos, imagens ou desenhos das crianças que �ca a disposição na sala de aula, na altura da criança, para que todos
possam se reconhecer; serve também para o professor realizar uma lista de presença diária de maneira lúdica). Para a
elaboração do “carômetro”, você também precisará realizar o planejamento, dentro do seu Plano de Aula. Pronto! Já temos o
primeiro plano de aulas elaborado. Agora, vamos aumentar o grau de complexidade no 2º Plano de Aula.
Nesta segunda aula, você trará conhecimentos mais complexos ao seu aluno. Por exemplo: criar uma música ou se apropriar de
alguma já existente onde o aluno tenha que falar o seu nome e de mais um colega, o aluno seguinte fala o seu e dos dois
anteriores, e assim por diante. Esta é uma forma da turma começar a se reconhecer e a compreender que cada um tem um
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nome, suas características próprias, seus desejos e individualidades. Novamente, para esta atividade, siga os itens elencados
anteriormente (Tema, Objetivos, Conteúdo, Metodologia, Recursos e Avaliação) e perceba como eles acontecem no processo,
durante a atividade em sala.
Para última aula, sugerimos sempre que toda e qualquer sequência didática ou projeto seja �nalizado com a elaboração de um
produto �nal que, neste caso, pode ser: um mural da turma completa, um desenho coletivo, desenhos individuais de si e do
colega,dentre outras possibilidades.  Aqui também será necessário trabalhar os itens já mencionados para a formalização da
atividade dentro do Plano de Aula. É importante frisar que um plano de aula pode ser composto por várias atividades, isto vai
depender da idade de seus alunos, do grau de maturidade e concentração deles, de seus conhecimentos, dentre outros fatores.
Somente após conhecê-los mais profundamente é que você terá a real dimensão das atividades adequadas ao grupo e também
da duração máxima de cada uma delas.
1.1. A Intencionalidade da Ação Educativa
Começamos a trabalhar com você, futuro professor, no item anterior o conceito de Intencionalidade da Ação Educativa ou
Intencionalidade Pedagógica. Agora, vamos delimitar um pouco mais esta temática, recorrendo a artigos cientí�cos recentes
que abordam esta questão.
De acordo com Gladche� (2016, p. 5) a Intencionalidade Pedagógica pressupõe:
(...) o aluno precisa participar ativamente, o que permitirá sua transformação e esta “não permanece apenas no ato de ensinar/aprender, mas
por toda vida do indivíduo” ( RIGON; ASBAHR; MORETTI; 2010, p.32 ). No entanto, isso é possível somente quando há intencionalidade e
organização das atividades de ensino do professor. Entendemos que a prática educativa deve ser orientada pela intencionalidade de formar
sujeitos na direção social de formação humana que possui o coletivo como referência.
Portanto, a intencionalidade da Ação Educativa não tem seus limites somente nos itens que elencamos no item anterior, mas na
constituição do sujeito e da sua formação humana, dentro e fora da escola. A atividade docente dentro da sala de aula
pressupõe estudo, planejamento, re�exão e avaliação. Entenda que não estamos falando de planos de aulas �xos e estanques.
Isto nos remeteria à uma prática utilizada no Ensino Tradicional. O plano de aula deve ser feito antes da atividade em sala, mas
pode ser transformado e adaptado no decorrer do processo. Lembra que comentamos que você deve conhecer seus alunos
para poder realizar seu planejamento? Pois bem, isto quer dizer que você irá elaborar alguns conteúdos e planos previamente,
no entanto, após conhecê-los, poderá alterá-los em virtude de diversos fatores, tais como: tempo de concentração e atenção
dos seus alunos, interação da turma, interesses coletivos e individuais, fatores ambientais e materiais, dentre outros.
Uma vez estabelecido, o plano de aula não tem a intenção de ser seguido à risca, como uma receita de bolo. Uma aula só
acontece a partir da interação entre todos os envolvidos. Assim, seus alunos podem (e devem!) traçar novas propostas,
modi�car o trajeto, elaborar hipóteses, testar suas hipóteses, desconstruir sua ideia prévia, construir novas ideias, dentre
outras possibilidades. Portanto, aqui vai uma dica a você, futuro educador: tenha sempre uma “carta” (leia-se atividade
planejada) na manga. Isto porque a atividade que você planejou que teria (por exemplo 20 minutos de duração) pode acontecer
em 5 minutos ou pode não acontecer.
E neste momento você irá se perguntar: o que faço agora? É nesta hora que se você tiver uma atividade planejada em reserva,
os objetivos de suas aulas serão mantidos. Um exemplo desta situação é quando, na turma acima de 3 anos, planejamos uma
pintura ao ar livre (os professores se encarregam de trazer os recursos : tintas, papeis para forrar o chão, pincéis, camisetas de
artes, dentre outros objetos), elaboram e planejam a atividade, qual o objetivo deste momento e assim por diante. E, neste dia,
chove! Ah, simples (você pode pensar) faço a atividade em sala de aula. Mas será que teria a mesma efetividade? Será que
aconteceria da mesma forma como você havia planejado? Será que todos cabem na sala de aula, com suas tintas, pincéis e
travessuras?
Provavelmente, não. Até por isso, esta atividade havia sido planejada para acontecer ao ar livre. Portanto, se você não tiver uma
outra atividade (planejada previamente), todo o seu esforço estará perdido. Gladche� (2016) contribui com nossa formação
lembrando que, toda intencionalidade pedagógica deve ser precedida de uma situação desencadeadora de aprendizagem. Este
termo refere-se ao planejamento de uma situação a partir de temas de interesse das crianças que façam com que elas
interajam e articulem entre si, construam e testem hipóteses, apropriem-se de conceitos, conteúdos, procedimentos e atitudes,
trabalhem com situações-problema, atribuam sentido, tornem-se sujeitos da atividade pedagógica participando ativamente e
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intencionalmente da apropriação do conteúdo trabalhado, socializem e sintetizem suas ideias, avaliem o percurso
individualmente ou em conjunto com os professores (autoavaliação).
1.2. Formas de Mediação e a Avaliação Formativa
Atualmente, não temos mais como pensar no professor como transmissor de conhecimento conhecimento, como sempre foi
feito na Educação Tradicional (ou Ensino Bancário). O aluno não é mais um ser passivo que simplesmente recebe o que foi
transmitido. O professor atual é o mediador do processo de ensino aprendizagem, ou seja, aproxima o aluno do conhecimento
e cria as possibilidades para que este aluno se aproprie dele.
Vygotsky (1995) a�rma que o ser humano se constitui a partir das relações de interação e mediação proporcionando, assim,
aproximação com a cultura de cada ser vivo. Segundo o autor:
O educador começa a compreender agora que quando a criança adentra na cultura, não somente toma algo dela, não somente assimila e se
enriquece com o que está fora dela, mas que a própria cultura reelabora em profundidade a composição natural de sua conduta e dá uma
orientação completamente nova a todo o curso de seu desenvolvimento ( p. 305, tradução da língua espanhola ).
Portanto, entendemos que a mediação é fator primordial na constituição do sujeito. Na prática, o que se entende por mediar?
Trata-se da atividade docente em sala de aula que pressupõe por parte do professor: planejamento, execução e avaliação. O
professor não pode mediar um conhecimento que não seja de sua competência, ou seja, é necessário planejamento e
conhecimento mínimo do tema a ser trabalhado para que seja possível auxiliar os alunos na construção de pontes para o
conhecimento.  Cardoso e Toscano (2011), analisando a obra de Vygotsky esclarecem:
(...) a mediação pedagógica favorece um modo de interação entre o mundo interior e o exterior do sujeito de forma que esse indivíduo possa
desenvolver e ampliar suas capacidades. O professor, nesse processo, será o propositor de atividades que agregam diferentes instrumentos,
saberes culturais e ambientes diferenciados oferecendo uma possibilidade de maior desenvolvimento humano. A ele é dada a tarefa de, através
da interação em sala de aula, despertar no aluno o interesse de resolver os desa�os de cada nova etapa de seu aprendizado e ir aproximando-se
cada vez mais de um nível mais elevado de aculturamento. ( p. 13470 ).
A Mediação Pedagógica não compreende somente a atuação junto aos conteúdos escolares, proporciona desenvolvimento
também para o mundo exterior, favorecendo seu desenvolvimento pleno. O docente favorece o aprendizado através da
mediação e da disponibilidade de ambientes e saberes que proporcionem a resolução e desenvolvimento de desa�os.
Esta ideia de que o desenvolvimento dos alunos acontece a todo momento e ao longo de todo o processo de aprendizagem,
leva-nos a outra questão importante. Como vamos saber se os alunos estão realmente progredindo em seus conhecimentos e
habilidades? Nossa resposta é que sua avaliação deverá estender-se também ao longo de todo o processo, e não poderá
restringir-se à prova ou exame �nal. Então,  vamos falar um pouco a respeito da Avaliação Formativa, uma terminologia
bastante utilizada em nossa área de formação e que vai ajudar você a responder sobre o progresso dos seus alunos.A avaliação formativa tem sido muito discutida e seus caminhos ressigni�cados na história recente da Didática. Entendemos
que existem dois princípios centrais na avaliação feita a partir deste modelo, a saber:
1. Diagnóstico do progresso do aluno; e,
2. Orientação do processo cognitivo do aluno a partir da arte do encorajamento e do fornecimento de feedbacks positivos
que orientem o seu desenvolvimento.
Após extenso trabalho de pesquisa,  Grego (2013) recomenda que os instrumentos de avaliação devem ser construídos
juntamente com os alunos. A nova proposta de avaliação formativa é essencial para a construção do processo de ensino
aprendizagem entre alunos e professores, de maneira conjunta. Assim, são ccaracterísticas essenciais de uma boa avaliação
formativa:
1. Integração da avaliação formativa em cada atividade de ensino, signi�cando que a avaliação se insere na interação professor- aluno-
conhecimento e nas interações entre os alunos, a orientar um processo de diferenciação do ensino e de diferenciação da aprendizagem;
2. A avaliação visa tornar o aluno autor de sua própria aprendizagem, no sentido de estimulá-lo a se envolver em um processo de
autorregulação, de desenvolvimento de suas capacidades metacognitivas, em um constante processo interativo com o professor e com seus
pares;
3. Adoção do conceito de regulação das aprendizagens, que envolve feedback e adaptação do ensino e da aprendizagem (em contraposição ao
conceito de recuperação das di�culdades de aprendizagem – feedback mais correção);
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4. Ressigni�cação do conceito de regulação, que passa a compreender tanto formas de avaliação para diagnóstico e acompanhamento dos
alunos como formas de intervenção para orientar o pensamento dos alunos na construção de sua aprendizagem ( p. 6 ).
Entendemos a partir da citação acima de Grego (2013) que, ao participar do processo avaliativo, o aluno passa a se
compreender como elemento fundamental na dinâmica de ensino aprendizagem, bem como a veri�car e analisar como ele
aprende (metacognição). Em uma avaliação formativa, a avaliação não deve ser feita somente a partir de testes e provas ao �nal
do semestre ou ano letivo. Ela é contínua, sistemática e processual, servindo para diagnóstico, acompanhamento, mudança de
rota, intervenção.
Para �nalizar, é fundamental que você compreenda quais são as cinco estratégias chaves para uma avaliação formativa, de
acordo com GREGO (2013):
1. Clari�car e compartilhar as intenções e os critérios para o sucesso na aprendizagem;
2. Coordenar discussões efetivas em sala de aula e outras tarefas de aprendizagem que estimulem o surgimento de
evidências da compreensão dos estudantes;
3. Providenciar feedback que leve o aprendiz a progredir na aprendizagem;
4. Envolver os estudantes para que atuem como recursos de aprendizagem para outros estudantes; e,
5. Envolver os estudantes como autores de sua própria aprendizagem.
Agora, podemos começar a delimitar melhor o próximo tema que está diretamente ligado à avaliação formativa: os 4 pilares da
Educação.
2. Educação por competência: uma forma de
operacionalizar os 4 pilares da Educação
Atualmente, temos visto diversos debates acerca da educação por competências. Este termo foi inserido na Lei de Diretrizes e
Bases de 1996, e continua valendo na Base Nacional das Diretrizes Curriculares de 2017, que trata do ensino a partir do
desenvolvimento de competências. Se você buscar pela de�nição do conceito de competência, provavelmente encontrará
diversos autores trabalhando signi�cados diferenciados. Aqui, nos interessa a de�nição utilizada por Delors (1996), organizador
da obra “Educação – um tesouro a descobrir” – UNESCO. Esta obra apresenta os chamados 4 pilares da Educação, a saber:
aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser, aprender a conviver. Para Jacques Delors: “Uma pessoa é competente
quando é capaz de saber, saber-fazer e saber-ser”.
Quadro 1 – Quatro Pilares da Educação
Fonte: elaborado pela autora, 2019.
Algumas críticas são feitas à noção de competência pois entende-se que esta estaria diretamente ligada à ideia do saber-fazer
algo, uma concepção que lembra o período tecnicista da Educação, deixando de lado o conhecimento propriamente dito. A
seguir a descrição do autor para os 4 pilares.
1. Aprender a conhecer - combinando uma cultura geral, su�cientemente ampla, com a possibilidade de estudar, em profundidade, um número
reduzido de assuntos, ou seja: aprender a aprender, para bene�ciar -se das oportunidades oferecidas pela  educação ao longo da vida.
2. Aprender a fazer - a �m de adquirir  não só uma quali�cação pro�ssional, mas, de uma maneira mais abrangente, a competência que torna a
pessoa apta a enfrentar numerosas situações e a trabalhar em equipe. Além disso, aprender a fazer no âmbito das diversas experiências sociais
ou de trabalho, oferecidas aos jovens e adolescentes, seja espontaneamente na sequência do contexto local ou nacional, seja formalmente,
graças ao desenvolvimento do ensino alternado com o trabalho.
3. Aprender a conviver - , desenvolvendo a compreensão do outro e a percep ção das interdependências – realizar projetos comuns e preparar- se
para gerenciar con�itos – no respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua e da paz.
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4. Aprender a ser - para desenvolver, o melhor possível, a personalidade e estar em condições de agir com uma capacidade cada vez maior de
auto nomia, discernimento e responsabilidade pessoal. Com essa �nalidade, a educação deve levar em consideração todas as potencialidades de
cada indivíduo: memória, raciocínio, sentido estético, capacidades físicas, aptidão para comunicar- se. ( DELORS, 1996, p. 31 )
Analisando a proposta dos pilares, Dutra et all (2006, p.5) acreditam que na proposta  “pode-se associar o saber-conhecer com o
conhecimento, o saber-fazer com as habilidades e o saber-ser e saber conviver com as atitudes”.  Portanto, a de�nição de
Delors está ligada aos conceitos de conteúdos (conhecimentos), habilidades e atitudes - CHA, que conheceremos melhor a
seguir.
CHA é a sigla que denomina, de maneira resumida, conteúdos, habilidades e atitudes que se pretende desenvolver no indivíduo
para analisarmos se este pode ser considerado competente ou não em determinado ramo ou atividade. C onteúdo pode ser
traduzido como o conhecimento adquirido na escola, no trabalho ou na sociedade; H abilidade é saber fazer algo a partir do
conteúdo ou conhecimento adquirido; A titude é o querer fazer algo, a partir dos conteúdos e habilidades adquiridos
anteriormente. Os três elementos devem caminhar de maneira conjunta a proporcionar o desenvolvimento do aluno ou
pro�ssional, tornando-se efetivamente um processo de autoconhecimento.
2.1. Planejamento da observação da realidade educativa
O professor é um dos elementos constituintes da realidade educativa. Utilizamos o termo observação participante para
caracterizar o professor como atuante neste processo e não somente um observador distanciado do objeto de sua atuação; ao
observarmos nossa realidade educativa, podemos aliar teoria e prática, em busca da práxis pedagógica. A práxis se constitui
efetivamente na intersecção entre teoria e prática, é o momento (ação) do professor que irá re�etir sobre o conhecimento
adquirido para torná-lo factível. De acordo com Freire (1992):
Observar uma situação pedagógica é olhá-la, �tá-la, mirá-la, admirá-la, para ser iluminado por ela. Observar uma situação pedagógica não é
vigiá-la, mas sim fazer vigília por ela, isto é, estar e permanecer acordado por ela na cumplicidade pedagógica ( p. 14 ).
Entendemos que, para observar uma prática pedagógica, não é possível nos distanciarmos dela, nem mesmo estabelecermosum período para que isso aconteça. Estamos inseridos na situação, envolvidos assim como os alunos, mas precisamos de um
olhar diferenciado para avaliarmos o percurso.
Observar é analisar a prática vivida, permitindo uma análise sobre os elementos constituintes do processo, bem como
eventuais problemas e desa�os que possam aparecer. A observação leva à re�exão. O professor deve ser essencialmente
re�exivo, e com isto, queremos dizer que se trata de um pro�ssional que se analisa, busca veri�car suas fragilidades e
potencialidades no sentido de favorecer o desenvolvimento de seu aluno mediante os conhecimentos, habilidades e atitudes
trabalhados conjuntamente. Para isto, existem várias possibilidades, todas elas logicamente, distantes da metodologia de
ensino tradicional. Quando utilizamos metodologias chamadas ativas, podemos problematizar a realidade dentro e fora da
escola, no sentido da construção do conhecimento verdadeiramente signi�cativo; esta problematização pode acontecer por
diferentes caminhos: estudo de campo, pedagogia de projetos, sala de aula invertida, aprendizagem baseada em problemas,
situações-problema, dentre outros. Vamos conhecer algumas destas possibilidades a seguir.
3. Atividade de campo
Existem diversas possibilidades didáticas que podem ser utilizadas pelo professor na escola, visando a atender os diferentes
alunos que recebemos na sala de aula; uma delas é a atividade de campo. Segundo Zoratto (2014):
(...) além de aproximar a teoria da realidade, vincula a leitura e a observação, situações e ações que, associadas à problematização e à
contextualização encaminhadas pelo docente, ampliam a construção do conhecimento pelo aluno. Essas possibilidades permitem ao discente
experimentar e desenvolver outras inteligências que nem sempre são contempladas e incentivadas na sala de aula. ( p. 3 ).
A ferramenta pedagógica intitulada atividade de campo é fundamental na aproximação da teoria-prática. É o tipo de atividade
que fará com que o aluno possa perceber em que medida o conhecimento construído será necessário e como será aplicado.
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Em Geogra�a por exemplo, através das citações encontradas em Zoratto (2014), podemos trabalhar a aproximação e diferenças
entre cidade e campo. Neste caso especí�co, podemos trabalhar situações pré-campo; campo e pós-campo. É importante frisar
que toda e qualquer atividade prática deve ser precedida de fundamentação teórica. Você, enquanto futuro professor, pode e
deve estudar, realizar um levantamento bibliográ�co prévio, anterior aos conteúdos ou práticas que for realizar com seus
alunos.
São contribuições da aula-campo no processo de ensino aprendizagem de acordo com as pesquisas realizadas por Zoratto
(2014):
1. Instigar os alunos à observação e comparação;
2. Associação entre teoria e prática;
3. Favorecimento junto à contextualização de conteúdos;
4. Estímulo à análise interdisciplinar;
5. Favorecimento da construção de um vínculo de qualidade entre professor e aluno.
3.1. Investigação e problematização da realidade
Um dos itens elencados anteriormente, refere-se à atividade de observação e comparação realizada pelos alunos a partir do
incentivo feito pelo docente. Vamos analisar um pouco mais detalhadamente este item pois em um espectro mais amplo, irá
favorecer a investigação e problematização da realidade por parte do aluno.
Na atividade de campo, são inúmeros os benefícios observados desde que seja previamente planejada para não se confundir
com uma aula passeio. No exemplo citado anteriormente, quando nos referimos a atividade feita dentro do conteúdo de
Geogra�a. Neste caso, ao realizarmos uma atividade de campo comparando o campo com a cidade, pode-se levar os alunos à
uma fazenda próxima da escola para que estes possam observar, ter contato com os animais analisando sua criação e
alimentação. Poderão ainda analisar as formas de vida no campo e na cidade, bem como aspectos ligados ao trabalho, à escola,
à sociedade e ao consumo de uma forma geral.
As perguntas norteadoras do docente devem ser: o que se quer pesquisar, porque se quer pesquisar determinado tema, e
como se analisa os resultados obtidos a partir desta pesquisa. Ou seja, não basta somente observar e investigar, deve-se buscar
as motivações intrínsecas para tal atividade, bem como um olhar crítico a respeito dos resultados obtidos.
Ao utilizarmos a problematização da realidade, o aluno assume um papel de protagonista na atividade, tendo seu professor
como um orientador do processo que irá atuar na de�nição do problema de estudo juntamente com os alunos, bem como uma
possível intervenção nesta realidade, favorecendo sua transformação. Segundo Castro et all (2017):
O estudante vai tomar um recorte da realidade como ponto de partida e de chegada em seu estudo, reconhecer a constante relação entre teoria
e prática ao longo do percurso em cada estudo; considerar a realidade concreta para aprender com ela e para nela intervir, em busca de
soluções para seus problemas; conscientizar-se da complexidade dos fenômenos sociais; entre outras ( p. 20227 ).
A metodologia da problematização está estruturada em cinco etapas, a saber:
Observação da realidade
Pontos-chave
Teorização
Hipóteses de solução
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Aplicação à realidade (prática)
Portanto, estas são as etapas básicas para a realização de uma metodologia baseada na problematização. É importante que
�que claro que quando trabalhamos com problematização partimos, necessariamente, de uma questão observada em nossa
realidade, dentro e fora da escola. Um exemplo prático desta metodologia aconteceu, por exemplo, no início do ano de 2019,
quando o país foi invadido pela questão ambiental que aconteceu em Brumadinho – Minas Gerais. A maioria das escolas
provavelmente não iria começar o ano letivo tratando de questões ambientais, no entanto, mediante a tragédia social que se
abateu, grande parte das escolas em nosso país iniciou o ano letivo abordando esse acontecimento. Portanto, partindo de um
problema real, os alunos buscaram possíveis hipóteses, a partir da compreensão dos pontos-chave, bem como da teoria a este
respeito.
Este é um exemplo do trabalho que pode ser feito a partir da metodologia da problematização.
3.2. Delimitação da temática do projeto: contrato didático
Neste momento vamos compreender a expressão contrato didático que permeia as relações estabelecidas dentro e fora da sala
de aula. É fundamental, antes de adentrarmos à explanação de como o contrato didático se estabelece, que possamos
conhecer a origem desta expressão. A conceituação de contrato didático advém da ideia de Brousseau (1986) e vamos conhecê-
la agora:
A noção de contrato didático, a qual, descrita por Brousseau (1986), refere-se ao estudo das regras e das condições que condicionam o
funcionamento da educação escolar, quer seja no contexto de uma sala de aula, no espaço intermediário da instituição escolar quer seja na
dimensão mais ampla do sistema educativo. ( PABIS apud BROUSSEAU, 2001, p.77 )
Portanto, a ideia de contrato didático está diretamente relacionada às condições que se estabelecem na prática da sala de aula,
ou mais especi�camente no contexto didático; contexto este que não está restrito à sala de aula, mas sim, nas redes de
relacionamento que envolvem o saber. O contexto pressupõe os comportamentos esperados dos alunos, os comportamentos
que os alunos esperam do professor, os comportamentos que regulam a sala de aula bem como a relação professor-aluno-
saber, de�nindo assim que faz o quê, como, quais os objetivos, metodologias e resultados esperados.
Quando falamos em contrato entenda que existem itens/combinados/ cláusulas que devem ser cumpridas por uma parte do
contrato e poroutra, neste caso, professor e aluno. O contrato está implícito no dia a dia da sala de aula e só é percebido
efetivamente, quando há o descumprimento de alguma cláusula ou regra por uma das partes envolvidas:
(...) em muitos casos é preciso que haja a ruptura e renegociação do mesmo (contrato) para o avanço do aprendizado. Um exemplo bastante
elucidativo de ruptura do contrato didático, nesta situação, é o caso em que o professor pretende introduzir um conceito novo por meio não de
uma aula expositiva (de�nição, propriedades, exemplos, lista de exercícios), mas de atividades em que os alunos, partindo de uma situação-
problema, resolvem questões trabalhando individualmente ou em dupla e, no �nal, o professor faz com toda a classe o fechamento, visando a
institucionalização do conceito que se pretende construir. (...) Observamos que nesta prática pedagógica o contrato do aluno tem semelhança
com o contrato de um pesquisador e que sua ruptura não é mais necessária para avançar o aprendizado ( SILVA, 2008, p. 47-48 ).
Quando trabalhamos fora da aula expositiva convencional, muitas vezes os alunos não sabem como agir, visto que fomos
treinados, desde a chegada dos jesuítas, em concebermos o professor como o detentor do saber e o aluno seu receptor
passivo. Quando trabalhamos com projetos, por exemplo, como vimos no início desta unidade, o centro do processo educativo
está voltado ao aluno e não ao professor, por isso, este contrato irá prever a progressão do saber e não a transgressão de
regras. Até porque o contrato didático é delimitado a partir da metodologia utilizada pelo professor, a saber: aula expositiva,
aula dialogada, projetos, trabalhos em duplas ou trios, sala de aula invertida, situações-problema, dentre outros.
É importante frisar que, segundo Silva (2008), o professor não deve se entender como um transmissor de atividades ou
conceitos facilitados, e sim um facilitador do processo. Não podemos menosprezar o potencial de nossos alunos pensando que
“determinado conteúdo ele não entende”, o avanço cognitivo do aluno só acontece a partir dos desa�os propostos durante o
processo de ensino-aprendizagem:
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Quanto mais o professor cede às solicitações do aluno, desvendando aquilo que almeja, quanto mais ele diz precisamente aquilo que o aluno
deve fazer, mais arrisca perder suas chances de obter e de constatar objetivamente a aprendizagem que ele realmente deve visar ( p. 62 ).
Em outras palavras, o professor não deve facilitar o conhecimento, do contrário estará induzindo respostas e não
desenvolvendo o raciocínio de seu grupo de alunos.
Para este processo, é fundamental que o professor se compreenda como um instrumento que contribuirá para o
desenvolvimento de seu aluno, realizando sempre o processo: ação-re�exão-ação. Em outras palavras, deve agir, re�etir sobre
o ato educativo, re�etir, pesquisar, corrigir a rota e agir novamente em busca do entendimento do processo educativo como um
todo.
4. Diagnóstico da Realidade
Por �m, é importante que você saiba que para o professor desenvolver um planejamento, ele precisa fazer um diagnóstico da
realidade (da turma, dos alunos individualmente, do processo educativo). De acordo com Pabis (2012, p. 3): “diagnosticar é
obter um conjunto de elementos que orientam uma tomada de decisão”. Sabemos que todo e qualquer planejamento deve ser
feito previamente. Isto quer dizer que, antes de iniciar o ano letivo, o professor provisiona uma quantidade especí�ca de
atividades, planos de aula, sequências didáticas e projetos. No entanto, como planejar se este professor ainda não conhece a
realidade de seus alunos? Este professor irá se informar junto à sua Coordenação ou Direção sobre quem são seus alunos,
obtendo dados básicos tais como: idade, tempo de escolarização e tempo de vínculo com a escola atual, condição social,
composição familiar, e até mesmo dados com os professores de séries anteriores deste aluno, ou seja, se o aluno está indo
para o 3º ano do Ensino Fundamental I por exemplo, este professor deverá obrigatoriamente ter contato com seu professor no
2º ano, e assim por diante.
Desta forma, o professor já terá acesso a uma quantidade razoável de dados para conhecer minimamente sua turma, tomando
cuidado para não se contaminar com pré-avaliações realizadas por seus colegas professores. Após o início das aulas,
obviamente, este diagnóstico será acrescido de dados e informações que o professor só obtém a partir do contato presencial
com seus alunos. Este diagnóstico inclui também as experiências prévias de situações de vida de seus alunos, das relações
pessoais e do conhecimento adquirido de uma forma geral.
Figura 1 - Conhecer a realidade é vencer o desa�o de se aproximardos alunos e conhecer seus saberes e suas di�culdades. Fonte: Creative Commons, 2019
Diagnosticar a realidade dos alunos também quer dizer que o professor pode e deve conhecer seus interesses e necessidades,
de acordo com Pabis (2012):
(...) identi�cação de problemas ou temas relevantes para os alunos é fator importante na de�nição do material a ser estudado no decorrer do
processo de ensino. Reforçando a ideia da importância do planejamento e do diagnóstico a autora assim se refere o resultado desse primeiro
momento do planejamento seria um diagnóstico sincero da realidade concreta do aluno, elaborado de forma consciente e comprometida com
seus interesses e necessidades ( p. 4 ).
Portanto, entenda a importância do diagnóstico para a sua atuação em sala de aula, bem como para o bom andamento do
processo educativo. Em seguida ao diagnóstico, o professor irá proceder ao planejamento, item que veremos a seguir.
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4.1. Planejamento
Planejar está entre as tarefas primordiais do professor. Vimos no decorrer desta unidade sua importância, bem como algumas
formas de fazê-lo.  De acordo com Pabis (2012, p. 4): “(...) o planejamento, voltado para ação pedagógica crítica e
transformadora, oferecerá mais segurança para se lidar com a situação que ocorre na escola e em sala de aula”. Você já sabe
que, para planejar o professor deve conhecer os condicionantes determinantes da atuação do aluno na escola, isto quer dizer
que deve conhecer minimamente a realidade social e cultural do aluno, suas in�uências culturais, sociais e materiais bem como
o ambiente em que vivem e a linguagem utilizada por ele, Pabis (2012), continua:
(...) o conhecimento dos condicionantes sociais constitui-se em ponto de apoio pedagógico para a ação docente. O professor precisa estar
disponível para aprender com a realidade, extrair dos alunos informações sobre a vida cotidiana de forma que confrontam os seus próprios
conhecimentos com os conteúdos escolares. Ao mencionar que o aluno deve confrontar o seu próprio conhecimento com os conhecimentos
escolares, deixa claro que o professor na condição de orientador do processo de ensino deve ter clareza dos conhecimentos que o aluno possui,
embora não faça referência ao tipo de conhecimento que deve ser trabalhado, o que supõe que envolve todos os conhecimentos do aluno ( p. 4 )
É importante que �que claro a você, futuro educador, que todos possuímos conhecimentos, até mesmo os bebês. O
conhecimento prévio do aluno advém das relações que ele estabelece desde o seu nascimento, com seus cuidadores e com as
respostas que obtém a partir de suas necessidades, dentre outros aspectos.
A seguir, apresentamos itens obtidos a partir de pesquisa feita por Pabis (2012) na literatura cientí�ca a respeito da de�nição e
objetivos de um bom planejamento feito pelo professor:
Quadro 2 - Elementos intrínsecos ao planejamento.
Fonte: Elaborado pela autora, 2019
Se você analisar detalhadamente o quadro acima, verá que existe um elemento comumem quase todos os itens elencados: a
realidade do aluno, por isto mesmo, iniciamos este tópico falando a respeito da análise e diagnóstico da realidade de nosso
aluno.
Desta forma, para �nalizarmos esta unidade, é fundamental que você saiba que o planejamento realizado em 2018 não servirá
para sua turma em 2019, e assim por diante. As turmas são diferentes, os alunos, as condições socioculturais, emocionais,
cognitivas, mesmo sendo alunos da mesma região física e condição socioeconômica, isto porque, de acordo com Pabis (2012, p.
7): “Ao considerar a realidade como produto da interação humana, conclui-se que ela não é algo estático, acabado, imutável. Ela
é construída pelo homem e está em constante processo de construção”.
Entenda que estamos falando de diagnóstico da realidade e planejamento de uma forma ampla, porém, para cada etapa da
Educação (Infantil, Fundamental, Médio e Superior), as condições são diferenciadas, bem como o contexto sociocultural,
econômico e cognitivo de nossos alunos. Portanto, o planejamento feito para crianças pequenas não será o mesmo para
crianças maiores, nem tão pouco para adolescentes e adultos.
Síntese
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Esta unidade apresentou a você aspectos que permeiam a prática educativa na escola. Você pode conhecer o que está por trás
da Intencionalidade da Ação Educativa ou Intencionalidade Pedagógica. Trata-se de um amplo trabalho por parte do professor
que precede a atuação em sala propriamente dita. No início da unidade tratamos sobre o Plano de Aula, ferramenta essencial
presente no cotidiano do professor. Você percebeu quais itens são fundamentais neste documento e como pensar cada um
deles.
Em seguida falamos a respeito dos 4 pilares da Educação estabelecidos por Jacques Delors no documento da Unesco e a sua
contribuição para o processo educacional Brasileiro. Caminhamos apresentando a você algumas possibilidades de trabalho
didático como a atividade de campo, a investigação e o problematização da realidade, o contrato pedagógico. Em seguida, você
conheceu um pouco mais a respeito da importância do diagnóstico da realidade para o planejamento feito pelo professor. São
conteúdos densos que devem ser explorados de maneira completa por você, acessando as referências bibliográ�cas
disponibilizadas ao �nal da unidade.
Bons estudos!
Download do PDF da unidade
Bibliografia
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