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1C O N T R O L E D E Q U A L I D A D E B A S E A D O N O S S E I S S I G M A DIAGNÓSTICO Série do Guia de aprendizagem Controle de qualidade baseado nos Seis Sigma 2 CONTROLE DE QUALIDADE BASEADO NOS SEIS SIGMA DIAGNÓSTICO AO SUMÁRIO AGRADECIMENTOS DR. JAMES O. WESTGARD O Dr. James O. Westgard é presidente da Westgard QC, Inc., uma pequena empresa que fornece educação e treinamento para o gerenciamento da qualidade em laboratórios. Ele é um professor emérito do Departamento de Patologia e Medicina Laboratorial na Escola de Medicina da Universidade de Wisconsin. Ele passou muitos anos como diretor de faculdade dos Serviços de gerenciamento da qualidade para laboratórios clínicos em hospitais e clínicas da Universidade de Wisconsin. Nativo da Dakota do Norte, o Dr. Westgard tornou-se bacharel em engenharia química pela Concordia College em Moorhead, Minnesota, e tornou-se mestre e doutor em química analítica na Universidade de Wisconsin, Madison. Ele começou sua carreira na Universidade de Wisconsin como um químico clínico em 1968. Seu interesse inicial era o desenvolvimento de protocolos para avaliação de métodos, e atuou como primeiro presidente do Evaluation Protocols Area Committee (Comitê da área de protocolos de avaliação) no Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI). Seu interesse no controle de qualidade começou em 1976 e 1977 quando estava de licença sabática na Uppsala University na Suécia trabalhando com o Professor Carl-Henric deVerdier e os Drs. Torgny Groth e Torsten Aronsson. Esse trabalho levou ao procedimento de controle com várias regras, conhecido internacionalmente como "Regras de Westgard". STEN WESTGARD, M.S. Sten Westgard, M.S., é Diretor de Serviços ao Cliente e Tecnologia da Westgard QC. Há mais de 20 anos, o Sr. Westgard tem gerenciado o site, o portal de cursos e o blog da Westgard, criando e administrando treinamentos on-line, bem como editando e elaborando centenas de relatórios, ensaios e aplicações sobre controle de qualidade, validação de métodos, gerenciamento de risco Seis Sigma e outros tópicos sobre gerenciamento de laboratórios. Ele tem editado e contribuído para muitos livros sobre qualidade, incluindo Basic QC Practices (Práticas básicas de QC), Basic Method Validation (Validação básica de métodos), Six Sigma QC Design and Control (Projeto e controle de QC Seis Sigma), Six Sigma Risk Analysis (Análise de risco Seis Sigma), CLIA Final Rules (Regras finais de CLIA), Assuring the Right Quality Right (Garantindo a qualidade certa corretamente), The Poor Lab’s Guide to the Regulations (O guia do mau laboratório para os regulamentos) e Nothing but the Truth about Quality (Nada além da verdade sobre qualidade). O Sr. Westgard também é um membro adjunto da faculdade da Mayo Clinic School of Health Sciences em Rochester, Minnesota. 3 CONTROLE DE QUALIDADE BASEADO NOS SEIS SIGMA DIAGNÓSTICO AO SUMÁRIO COMO USAR ESTE GUIA DE APRENDIZAGEM Este guia é dividido em seis capítulos e um glossário. Cada capítulo inclui uma resumo "Qual o objetivo?" e referências para leitura adicional. O glossário inclui uma lista abrangente dos principais termos encontrados em cada capítulo, seguido por uma lista de abreviações comuns. Os leitores são incentivados a acessar o site de QC da Westgard (www.westgard.com) para obter informações adicionais. http://www.westgard.com 4 CONTROLE DE QUALIDADE BASEADO NOS SEIS SIGMA DIAGNÓSTICO SUMÁRIO PREFÁCIO 5 COMO GERENCIAR A QUALIDADE ANALÍTICA CAPÍTULO 1 6 COMO DETERMINAR A QUALIDADE NA ESCALA SIGMA CAPÍTULO 2 12 COMO SELECIONAR O PROCEDIMENTO DE SQC CORRETO CAPÍTULO 3 23 COMO IMPLEMENTAR O SQC CORRETO CAPÍTULO 4 33 COMO DESENVOLVER UM PLANO DE QC COM UMA AVALIAÇÃO DE RISCO CAPÍTULO 5 41 COMO MONITORAR A QUALIDADE E O DESEMPENHO CAPÍTULO 6 51 GLOSSÁRIO DE TERMOS, REGRAS DE CONTROLE E ABREVIAÇÕES 57 APÊNDICE A: GLOSSÁRIO DE TERMOS 58 APÊNDICE B: DEFINIÇÕES DE REGRA DE CONTROLE (WQC) 63 APÊNDICE C: ABREVIAÇÕES 64 5VOLTAR AO SUMÁRIO CONTROLE DE QUALIDADE BASEADO NOS SEIS SIGMA DIAGNÓSTICO A prática padrão em laboratórios clínicos é testar amostras de controle de qualidade (QC) (geralmente chamadas "controles") pelo menos diariamente e, de preferência, várias vezes ao dia. Os controles são necessários para garantir que os sistemas analíticos tenham qualidade suficiente e "atendam ao objetivo" porque até mesmo o desempenho dos melhores ensaios pode mudar ao longo do tempo. Práticas de controle estatístico da qualidade (SQC) têm sido estabelecidas por muito tempo para essa finalidade. No entanto, quando as práticas de QC são estabelecidas, há uma tendência em aceitá-las sem questionar e continuar a seguir algoritmos de rotina sem uma nova avaliação crítica periódica de sua adequação. Uma abordagem "universal", como o teste de dois controles uma vez ao dia, é comum, mas é minimalista. Essa simples regra de QC é fácil de acompanhar, mas ignora o fato de que nem todos os ensaios tem a mesma qualidade analítica. O programa de QC ideal reconhece a necessidade de regras personalizadas de QC para ensaios com base em sua variabilidade inerente e estabelece regras práticas para minimizar a falsa rejeição de resultados aceitáveis de testes de pacientes e a falsa aceitação de resultados inaceitáveis. O Dr. James Westgard dedicou sua carreira para desenvolver práticas recomendadas de QC e avaliar a qualidade analítica por meio de ferramentas como a métrica Sigma. Este guia de aprendizado apresenta os conceitos dele, com base em condições reais de trabalho em laboratórios clínicos de rotina. Os laboratórios clínicos usam as regras de Westgard há anos, e rotineiramente aplicam a abordagem das métricas Seis Sigma atualmente. Mas, como o Dr. Westgard enfatiza, cada laboratório deve avaliar seu desempenho e aplicar os algoritmos de QC mais adequados para si. Isso exige que um laboratório defina objetivos de qualidade para cada analito e meça o viés e a imprecisão de cada ensaio. Com esses dados básicos, o laboratório pode calcular a métrica Sigma e selecionar regras de QC apropriadas com base na qualidade analítica. Este guia de aprendizagem fornece laboratórios com informações básicas suficientes para criar um plano de QC viável e prático específico para suas instalações. Ele também descreve abordagens atuais baseadas no risco referentes ao QC. É importante ressaltar que o SQC é necessário para obter a melhor prática de laboratório e o melhor tratamento dos pacientes, mas por si só ele não é suficiente. O SQC aborda a variabilidade na fase analítica, mas também podem ocorrer erros nas fases pré-analítica e pós-analítica. Além disso, programas externos de avaliação da qualidade/testes de proficiência (EQA/PT) são meios essenciais e independentes para avaliar a eficácia de um programa de QC. Dave Armbruster, Ph.D., DABCC, FACB Director, Clinical Chemistry, Abbott Diagnostics Prefácio6VOLTAR AO SUMÁRIO CONTROLE DE QUALIDADE BASEADO NOS SEIS SIGMA — CAPÍTULO 1: COMO GERENCIAR A QUALIDADE ANALÍTICA DIAGNÓSTICO O controle estatístico da qualidade (SQC) é uma prática de laboratório essencial para garantir que os resultados dos testes relatados tenham a qualidade exigida para a utilização médica pretendida. As demandas de qualidade analítica continuam a aumentar à medida que médicos e pacientes dependem cada vez mais dos resultados dos testes para proporcionar o melhor diagnóstico e tratamento. Embora sistemas modernos altamente automatizados ofereçam muitas verificações de função para garantir operações corretas para produzir resultados precisos, nenhum sistema analítico é perfeitamente estável. Os laboratórios precisam do SQC para proporcionar uma verificação final independente para detectar alterações no desempenho que possam causar erros clinicamente importantes. A longa história do SQC teve início com Levey e Jennings na década de 19501. Hoje, os laboratórios ainda utilizam o clássico gráfico de controle de Levey-Jennings, apesar de terem atualizado os critérios de decisão e de empregar frequentemente as regras de Westgard2. A prática atual é otimizar as regras de SQC para ensaios individuais com base na sua qualidade inerente (viés e precisão) e a exatidão necessária para sua utilização clínica pretendida. A qualidade necessária para a utilização pretendida é definida como o erro total permitido (TEa). A precisão observada (SD ou CV%) e o viés observado são usados para calcular a métrica Sigma, que é: Métrica Sigma = (TEa – Viés)/CV, onde todos os valores estão em unidades de concentração ou porcentagens. Ensaios com métricas Sigma altas requerem um SQC mínimo, e ensaios com métricas Sigma baixas requerem regras de SQC mais extensas. "Fazer o SQC certo corretamente" é o objetivo da boa prática laboratorial. "Fazer o SQC certo" significa selecionar as regras de controle adequadas e o número de controles para detectar erros clinicamente importantes. Ferramentas de QC disponíveis incluem: • Ferramenta de seleção de SQC da métrica Sigma3 • Gráficos de especificações operacionais4,5 • Westgard Sigma Rules 6 Como gerenciar a qualidade analítica Capítulo 1 INTRODUÇÃO 7VOLTAR AO SUMÁRIO CONTROLE DE QUALIDADE BASEADO NOS SEIS SIGMA — CAPÍTULO 1: COMO GERENCIAR A QUALIDADE ANALÍTICA DIAGNÓSTICO Com a seleção e o projeto corretos, o SQC é uma técnica poderosa para monitorar o desempenho e garantir que a qualidade dos resultados dos testes atende às necessidades clínicas definidas. "Fazer o SQC certo" significa: • Selecionar controles em concentrações adequadas • Determinar a precisão do ensaio • Calcular os limites de controle certos • Testar controles nos horários certos • Interpretar os resultados de controle corretamente • Tomar ações apropriadas com base nos resultados de controle • Documentar essas ações O SQC não alcançará o desempenho ideal, a menos que ele esteja devidamente implementado. A Figura 1-1 mostra as responsabilidades de SQC da equipe do laboratório. Os gestores ou especialistas técnicos são responsáveis por: • Estabelecer o procedimento de SQC projetando as regras de SQC • Selecionar controles • Determinar os meios de QC e SDs a partir de medições de controle • Calcular limites de controle • Preparar gráficos de controle ou configurar os parâmetros do software de QC utilizados DOCUMENTAR RESULTADOS/AÇÕES ADOTAR AÇÃO APROPRIADA INTERPRETAR OS RESULTADOS DE CONTROLE ANALISAR CONTROLES A CADA ENSAIO CALCULAR LIMITES, PREPARAR GRÁFICO DETERMINAR MÉDIA, SD SELECIONAR MATERIAIS DE CONTROLE SELECIONAR REGRAS DE QC, N, ENSAIO Figura 1-1. Processo de laboratório para "fazer o SQC certo corretamente" GERENTES E/OU ESPECIALISTAS EM QUALIDADE TODOS OS ANALISTAS QUE REALIZAM TESTES FAZER O SQC CERTO FAZER O SQC CORRETAMENTE 8VOLTAR AO SUMÁRIO CONTROLE DE QUALIDADE BASEADO NOS SEIS SIGMA — CAPÍTULO 1: COMO GERENCIAR A QUALIDADE ANALÍTICA DIAGNÓSTICO Todos os analistas implementam o SQC sistematicamente, seguindo os procedimentos operacionais padrão. Isso inclui: • Analisar controles nos horários e intervalos prescritos • Interpretar os resultados de controle • Adotar ação corretiva apropriada • Documentar todos os resultados do controle e ações O foco deste guia de aprendizagem é ajudar os laboratórios a estabelecer, manter e executar a boa prática de SQC, mas o SQC é apenas uma parte do sistema de gestão de qualidade (QMS) de um laboratório. O QMS de um laboratório integra todos os requisitos técnicos e de gestão do SQC, conforme descrito nas diretrizes internacionais de gestão de qualidade e regulamentos laboratoriais nacionais. Ele inclui muitos fatores críticos que contribuem para alcançar resultados em testes de qualidade. Portanto, se as responsabilidades de um funcionário do laboratório envolverem todas ou apenas algumas das etapas listadas acima, todos os funcionários do laboratório devem entender o processo de SQC geral, bem como o QMS mais amplo. REQUISITOS REGULATÓRIOS E DE CERTIFICAÇÃO As práticas de controle de qualidade devem obedecer os requisitos regulatórios e de certificação. Nos EUA, o Clinical Laboratory Improvement Amendments (CLIA)7 fornece os requisitos regulamentares mínimos, que incluem três opções: • Implementar procedimentos de controle que monitoram a exatidão e a precisão de todo o processo analítico, o que inclui o estabelecimento do número, do tipo e da frequência dos testes de materiais de controle, garantindo que os procedimentos de controle detectem erros imediatos que ocorrem devido à falha no sistema de teste, condições ambientais adversas e desempenho do operador; e monitorar, ao longo do tempo, a exatidão e a precisão de desempenho dos testes que pode ser influenciado por alterações no desempenho do sistema de teste, condições ambientais e variação do desempenho da operação. • Pelo menos uma vez ao dia, analisar ou examinar as amostras de pacientes, usando os seguintes controles: o Para cada procedimento quantitativo, inclua dois materiais de controle de diferentes concentrações. o Para cada procedimento qualitativo, inclua um material de controle negativo e positivo. • Realizar procedimentos de controle que fornecem testes de qualidade equivalentes, conforme especificado no Apêndice C do Manual de operações estaduais. Desde janeiro de 2016, essa opção é descrita como um Plano de controle de qualidade individualizado (IQCP), que consiste em três componentes: uma avaliação de risco, um plano de QC e um programa de avaliação da qualidade. Em comparação, a ISO 15189 fornece o padrão global de prática para acreditação8 afirmando o seguinte: "O laboratório deve elaborar procedimentos de controle de qualidade que verifiquem a obtenção da qualidade pretendida dos resultados." Isso requer a definição da qualidade pretendida, das metas de qualidade ou a exigência de ser atingida. Definir as metas de qualidade é o ponto de partida para gerenciar a qualidade em um laboratório. METAS DE QUALIDADE Qualidade é, no mínimo, "a conformidade com requisitos" e, no máximo, "a demonstração da competência". A falta de qualidade é medida por defeitos (ou seja, resultados de testes que excedem limites permissíveis de erros para a utilização médica pretendida). Objetivos de qualidade são definidos como o erro total admissível (ATE na terminologia adotada pela FDA; TEa em terminologia histórica), como os critérios aplicados em testes de proficiência (PT) ou pesquisas externas de avaliação da qualidade (EQA). O CLIA estabelece critérios de desempenho para cerca de 70 a 80 testes "regulados". Exemplo: • A glicemia está correta dentro de ± 10% do valor alvo (TV) ou dentro de ± 6 mg/dL em 60 mg/dL e menor. • O colesterol está correto dentro de ± 10% do TV. Critérios para mais ensaios são definidos por outros programas de EQA/PT. A College of American Pathologists (CAP) fornece pesquisasde PT para todos os testes regulados por CLIA, além de muitos outros. Exemplo: • A HbA1c deve ser exata dentro de ± 6% da TV. 9VOLTAR AO SUMÁRIO CONTROLE DE QUALIDADE BASEADO NOS SEIS SIGMA — CAPÍTULO 1: COMO GERENCIAR A QUALIDADE ANALÍTICA DIAGNÓSTICO Outros objetivos de qualidade são baseados em estudos de resultados clínicos, a variação biológica esperada, opiniões de grupos de especialistas, pesquisas de uso médico e interpretação dos valores de teste. As recomendações mais abrangentes são encontradas no banco de dados de metas de variabilidade biológica Ricos, originalmente publicado em 19999 e atualizado a cada dois ou três anos no site da Westgard10. Os modelos para definição de metas de variabilidade biológica descritos por Fraser e Petersen11 são usados para definir o CV analítico permitido (CVa), o viés analítico permitido (Viésa) e o erro total biológico permitido (TEab), da seguinte maneira: CVa = 0,5 x CVi Viésa = 0,25 x (CVi2 + CVg2)1/2 TEab = Viésa + 1,65CVa, onde CV é a variação intraindividual e CVg é a variação entre indivíduos. O CVi é usado para definir um CVa para o monitoramento de pacientes individuais, e o CVi e o CVg são usados para definir o Viésa para classificações diagnósticas em comparação com intervalos de referência. Combinar os dois conjuntos é uma meta desejável para TEa e, consequentemente, para metas de PT/EQA11. Os critérios mencionados anteriormente são por vezes descritos como desejáveis em um modelo de três níveis que inclui critérios ideais (mais exigentes) e mínimos (menos exigentes)12. Na equação, critérios ideais baseiam- se em multiplicadores de 0,25 para CVa e 0,125 para Viésa, enquanto os critérios mínimos são baseados em multiplicadores de 0,75 para CVa e 0,375 para Viésa. O diretor médico do laboratório é responsável por definir metas de qualidade de ensaios, que orientarão o QMS do laboratório. (Para uma discussão mais detalhada das metas de qualidade, consulte a referência 13.) SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE QUALIDADE (QMS) O ciclo Planejar-Fazer-Verificar-Agir (PDCA) descrito por W. Edwards Deming fornece os componentes fundamentais para o desenvolvimento, a implementação e a operação de um QMS. Deming atribuiu à gerência a responsabilidade pela manutenção do equilíbrio entre as diversas partes de uma operação de produção e pela aplicação do ciclo de PDCA para tomar decisões objetivas orientados por dados14. O PDCA é o "método científico" para experimentação. Planejar um experimento, Fazer o experimento, Verificar os dados e, em seguida, Agir nos dados. Agir nos dados geralmente leva a um novo experimento e a melhores dados e decisões. O PDCA é fundamental para a melhoria da qualidade em laboratórios, fornecendo um ciclo contínuo para resolver problemas e melhorar a qualidade. O livro de Burnet descreve como os requisitos técnicos e de gerenciamento da ISO 15189 são adequados ao ciclo de PDCA15. Conforme mostrado na Figura 1-2, Burnet organiza o processo de gerenciamento da qualidade nos títulos "Organização e gestão", "Gestão de recursos", "Processos de avaliação" e "Avaliação e melhoria". Requisitos de gerenciamento são identificados com o número 4 e requisitos técnicos com o número 5. O foco desse processo é fundamental para entender como todos os diferentes requisitos trabalham juntos para proporcionar um QMS eficiente. Para o gerenciamento da qualidade analítica, o laboratório também pode implementar conceitos do Seis Sigma, métricas e ferramentas como um ciclo de PDCA, conforme mostrado pelo sistema de gerenciamento de qualidade Seis Sigma (6 QMS) na Figura 1-36,16. ORGANIZAÇÃO/GERENCIAMENTO GERENCIAMENTO DE RECURSOS AVALIAÇÃO E MELHORIA PROCESSOS DE EXAME 4.1 Responsabilidade organizacional e administrativa 4.4 Contratos de serviço 4.15 Revisão de gerenciamento 4.2 Sistema de gerenciamento de qualidade 4.3 Controle de documentos 4.13 Controle de registros 5.1 Pessoal 5.2 Acomodações e condições ambientais 5.3 Equipamentos, reagentes e consumíveis 5.9 Gerenciamento de informações laboratoriais 4.6 Serviço externo e suprimentos 4.8 Resolução de reclamações 4.9 Identificação e controle de não conformidades 4.10 Ação corretiva 4.12 Melhoria contínua 4.14 Avaliação e auditoria interna 5.6 Garantia da qualidade dos resultados (parcial) 4.5 Exame em laboratórios de referência 4.7 Serviços de consultoria 5.4 Processos pré-exame 5.2 Processos de exame 5.6 Garantia da qualidade dos exames 5.7 Processos pós-exame 5.8 Relatórios de resultados Figura 1-2. Modelo do processo PDCA de Burnett para ISO 15189 QMS. 10VOLTAR AO SUMÁRIO CONTROLE DE QUALIDADE BASEADO NOS SEIS SIGMA — CAPÍTULO 1: COMO GERENCIAR A QUALIDADE ANALÍTICA DIAGNÓSTICO • Plano (etapas 1 a 2): Defina metas de qualidade como erro total permitido (TEa). O TEa orienta a seleção do procedimento de medição analítica, ou do procedimento de avaliação na terminologia da ISO. • Fazer (etapas 3 a 4): Valide características de segurança (por exemplo, precisão, viés, faixa de relato, interferências) usando estudos experimentais e a análise de dados estatísticos. Usar dados de desempenho do método e a definição de TEa, calcular a métrica Sigma [métrica Sigma = (TEa – |Viés|)/CV]. Considerar que a métrica Sigma indica o desempenho aceitável (ou seja, mais de 3), de preferência, pelo menos 4 e, melhor ainda, 5 ou 6, prossiga para implementar o método analítico. A implementação requer o estabelecimento de procedimentos operacionais padrão (SOPs), cronogramas de manutenção, procedimentos de QC etc., bem como analistas de treinamento para entender e seguir os SOPs. • Verificar (Etapas 5 a 9): O conhecimento da qualidade Sigma orienta o estágio de seleção, começando com a formulação de uma estratégia de QC total que englobe mecanismos de controle estatístico e não estatístico. O procedimento de SQC otimiza as regras de controle e os números de controle para detectar erros clinicamente importantes. Projete um plano de QC total para integrar o SQC com outros mecanismos de controle que serão necessários para monitorar modos de falha específicos que podem ocorrer com um método analítico ou sistema de instrumentos específico. Pensamento baseado em novo risco e ferramentas de avaliação de riscos são úteis para identificar controles adicionais, principalmente para as partes pré-analíticas e pós-analíticas do processo de teste total (TTP). A implementação do plano de QC total usa ferramentas de QC e a tecnologia da informação disponíveis. O resultado é um processo de QC eficaz para "verificar a obtenção da qualidade pretendida dos resultados dos testes", conforme exigido pela norma ISO 15189. • Lei (etapas 10 a 12): Por último, monitore a qualidade do processo de testes ao longo do tempo para caracterizar o desempenho, identificar falhas e melhorar o plano de QC (voltar à etapa 5) ou para reformular todo o processo de teste (voltar à etapa 1). Figura 1-3. Sistema de gerenciamento de qualidade Seis Sigma (1a) Requisitos regulatórios e de certificação (2a) Rastreabilidade e harmonização (4b) Requisitos pré-analíticos e pós-analíticos (12) Melhorar a qualidade, plano de QC total [CQI, CAPA] (11) Monitorar falhas [FRACAS] (indicadores de qualidade) (10) Medir a qualidade e o desempenho (EQA, PT, MU) (1) Definir metas para o uso pretendido (TEa) (2) Selecionar procedimento de exame analítico (3) Validar características de segurança (CV, viés) (4) Implementar sistema analítico (5) Formular estratégia de QC total Sigma (6) Selecionar/elaborar SQC (regras, N) (7) Desenvolver plano de QC total (8) Implementar plano de QC total (9) Verificar a obtenção da qualidade pretendida nos resultados dos testes (1b) Aplicações clínicas e médicas (2b) Métodos e materiais de referência do fabricante (3a) Reivindicações do fabricante (4a) Serviços de instalação/ treinamento do fabricante (5a) Sigma [(TEa-Viés)/CV] (6a) Ferramenta de seleção deQC Sigma (7a) Análise de risco (8a) Ferramentas de QC Figura 1-3. Sistema de gerenciamento de qualidade Seis Sigma. 11VOLTAR AO SUMÁRIO CONTROLE DE QUALIDADE BASEADO NOS SEIS SIGMA — CAPÍTULO 1: COMO GERENCIAR A QUALIDADE ANALÍTICA DIAGNÓSTICO QUAL O OBJETIVO? Este é o contexto no qual os laboratórios médicos devem praticar o SQC. O SQC é essencial, mas é apenas uma parte do QMS. A aplicação do SQC pressupõe que o método foi avaliado cuidadosamente e cumpre os requisitos da utilização pretendida. A estratégia de QC total é adotada com base na qualidade Sigma conhecida do processo de teste e no uso das regras de controle certas e do número certo de controles. Controles pré- analíticos e pós-analíticos adicionais são implementados como parte do plano de QC total. Controles adicionais são usados para monitorar modos críticos de falha do processo de teste específico. A qualidade é monitorada com pesquisas de EQA/PT e outros indicadores de qualidade, e problemas são identificados, corrigidos e impedidos. Referências 1. Levey S, Jennings ER. The use of control charts in the clinical laboratory. American Journal of Clinical Pathology 1050;20:1059- 1066. 2. Westgard JO, Barry PL, Hunt MR, Groth T. A multirule Shewhart chart for quality control in clinical chemistry. Clinical Chemistry 1981;27:493-501. 3. C24A3. Statistical Quality Control for Quantitative Measurement Procedures. Wayne, Pennsylvania, Clinical and Laboratory Standards Institute, 2006. 4. Westgard JO. Charts of operational process specifications (OPSpecs Charts) for assessing the precision, accuracy, and quality control needed to satisfy proficiency testing performance criteria. Clinical Chemistry 1992;38:1226-1233. 5. Westgard JO, Hyltoft Petersen P, Wiebe D. Laboratory process specifications for assuring quality in the U.S. National Cholesterol Education Program. Clinical Chemistry 1991;37:656-661. 6. Westgard JO, Westgard SA. Basic Quality Management Systems: Essentials for quality management in the medical laboratory. Madison, Wisconsin, Westgard QC Inc. 2014. 7. U.S. Centers for Medicare & Medicaid Services (CMS). Medicare, Medicaid, and CLIA programs: Laboratory requirements relating to quality systems and certain personnel qualifications. Final Rule. Federal Register Jan 24, 2003;16:3650-3714. 8. ISO 15189. Medical laboratories – Requirements for quality and competence. Genebra: ISO, 2012. 9. Ricos C, Alverez V, Cava F, et al. Current databases on biological variation: pros, cons, and progress. Scandinavian Journal of Clinical Laboratory Investigation 1999;59:491-500. 10. Online Ricos Database, www.westgard.com/biodatabase1.htm. 11. Fraser CG, Hyltoft Petersen P. Quality goals in external quality assessment are best based on biology. Scandinavian Journal of Clinical Laboratory Investigation 1993;53(Suppl 212):8-9. 12. Fraser CG. Biological Variation: From Principles to Practice. Washington DC, AACC Press, 2001. 13. Westgard S. Quantitating quality: Best practices for estimating the Sigma-metric. White paper available from Abbott Diagnostics. 14. Nillson OJ. The Essential Deming: Leadership principles from the father of quality, W. Edwards Deming. McGraw-Hill, 2013. 15. Burnett D. A Practical Guide to ISO 15189 in Laboratory Medicine. London, ACB Ventures Publications, 2013. 16. Westgard JO, Westgard SA. Quality control review: Implementing a scientifically based quality control system. Annual of Clinical Biochemistry 2016;53:32-50. 12VOLTAR AO SUMÁRIO CONTROLE DE QUALIDADE BASEADO NOS SEIS SIGMA — CAPÍTULO 2: COMO DETERMINAR A QUALIDADE NA ESCALA SIGMA DIAGNÓSTICO INTRODUÇÃO As etapas iniciais para implementar um sistema de gerenciamento de qualidade Seis Sigma (6σQMS) servem para definir metas de qualidade/requisitos de uso pretendido, selecionar um procedimento de medição analítica e determinar o desempenho do método a partir de dados do laboratório. A Figura 2-1 ilustra as etapas iniciais para calcular a métrica Sigma a partir da meta de qualidade na forma de um erro total permitido (ATE ou TEa) e a exatidão (Viés) e a precisão (SD ou CV%) observadas para o método. A métrica reflete a qualidade na escala Sigma e fornece orientação para selecionar o procedimento de SQC adequado (ou seja, as regras de controle e o número de controles necessários), que podem ser facilmente identificados com uma variedade de ferramentas de planejamento de SQC. Algumas dessas ferramentas são ilustradas no próximo capítulo. VALIDAÇÃO DO MÉTODO É importante validar características de segurança para o pensamento baseado nos riscos. Na terminologia da ISO, as características de segurança de dispositivos médicos são faixa relatável, precisão, veracidade ou viés, limite de detecção, interferência e recuperação, também chamadas comumente de características de desempenho. A principal diretriz da ISO para o gerenciamento de riscos de dispositivos médicos1 enfatiza o projeto de segurança: Dispositivos médicos IVD têm características de desempenho que determinam a precisão de resultados de exames. Deixar de atender às características de desempenho necessárias para um determinado uso médico pode resultar em uma situação perigosa que deve ser avaliada quanto ao risco para os pacientes. Os fabricantes abordam a segurança como parte do projeto e da validação de sistemas de teste. Se a precisão e o viés não forem aceitáveis, os fabricantes projetam novamente o sistema até alcançarem o desempenho necessário. O desempenho é documentado na forma de reivindicações que o FDA avalia como parte da aprovação 510(k) para comercializar um novo sistema de teste. O CLIA exige que os laboratórios validem o desempenho de novos sistemas de teste e verifique se eles cumprem as reivindicações de um fabricante2: §493.1253 Estabelecimento e verificação de especificações de desempenho. (a) Aplicabilidade. Os laboratórios não são obrigados a verificar nem a estabelecer reivindicações de desempenho para qualquer sistema de teste usado pelo laboratório antes de 24 de abril de 2003. Como determinar a qualidade na escala Sigma Capítulo 2 Adotar ação apropriada Interpretar os resultados de controle Analisar controles a cada ensaio Calcular limites, preparar gráfico Determinar média, SD Selecionar materiais de controle Definir especificações de qualidade do teste TEA%-VIÉS% CV% Figura 2-1. Processo de laboratório para "fazer o SQC certo corretamente" Calcular Sigma Utilizar ferramentas de planejamento de QC, por exemplo, OPSpecs, Westgard Sigma Rules Figura 2-1. Processo de laboratório para "fazer o SQC certo corretamente". 13 CONTROLE DE QUALIDADE BASEADO NOS SEIS SIGMA — CAPÍTULO 2: COMO DETERMINAR A QUALIDADE NA ESCALA SIGMA VOLTAR AO SUMÁRIO DIAGNÓSTICO (b) (1) Verificação de especificações de desempenho. Cada laboratório que introduz um sistema de teste inalterado, liberado pelo FDA ou aprovado deve fazer o seguinte antes de relatar os resultados dos testes de pacientes. (i) Demonstrar que ele pode obter especificações de desempenho comparáveis às estabelecidas pelo fabricante para as seguintes caracterís- ticas: exatidão, precisão, faixa para relatório do sistema de teste. (ii) Verifique se os intervalos de referência do fabricante (valores normais) são adequados para a população de pacientes do laboratório. DADOS PARA A AVALIAÇÃO DE RISCO Os requisitos do CLIA dos EUA para um programa de QC requerem a realização de uma avaliação de risco do processo de testes em dados internos3. Para conduzir uma avaliação de riscos, o laboratório deve identificar as fontes de possíveis falhas e erros para um processo de teste, e avaliar a frequência e o impacto dessas falhas e fontes de erro. Dados internos, estabelecidos pelo laboratório em seu próprio ambiente e por seus próprios funcionários, devem ser incluídos para demonstrar que a estabilidade do sistema de teste suporta o número e a frequência de QC documentadosno QCP. Dados da verificação ou do estabelecimento de especificações de desempenho e histórico de dados de QC podem ser incluídos. Os dados publicados ou dados de fabricantes (por exemplo, bulas) podem ser levados em consideração, mas não podem ser usados como o único critério para a tomada de decisões. Recomendações específicas para usar dados de estudos de verificação/validação de desempenho e registros existentes de QC. Esses dados são supostos para demonstrar que a estabilidade do sistema teste suporta o número e a frequência do QC documentado no QCP. Dados internos podem ser usados para determinar a qualidade do sistema de teste na escala Sigma (métrica Sigma) e, se observados, o viés e a precisão são adequados para uso clínico. O Sigma é inerentemente baseado nos riscos e prevê o número esperado de resultados de testes com defeito de um sistema de teste em termos de precisão e viés e a qualidade necessária para a utilização pretendida do teste.4 Ferramentas de planejamento de SQC do Sigma orientam a escolha dos procedimentos corretos de SQC. Dados internos são usados para ajustar procedimentos de SQC de acordo com a qualidade necessária para a utilização pretendida do teste. SIGMA COMO UM INDICADOR DE RISCO A gestão de qualidade Seis Sigma avalia a qualidade de qualquer processo na escala Sigma. O Sigma fornece uma medida da qualidade observada em relação à qualidade necessária. Na fabricação, a qualidade necessária para a utilização pretendida é definida como uma especificação de tolerância. A qualidade produzida geralmente mostra a variação em torno de uma especificação alvo ou ideal. A parte A da Figura 2-2 aplica o modelo Sigma ao laboratório clínico, com limites de tolerância que substituem o requisito de erro permissível para a utilização clínica pretendida (ATA ou TEa). A precisão é representada pelo SD ou CV%, caracterizando a largura da distribuição. O efeito do viés é mostrado pela localização da distribuição em relação ao valor alvo ou verdadeiro. O viés muda a distribuição para uma das especificações de tolerância, reduzindo assim a quantidade de variação permissível. A meta para a qualidade de nível mundial é a variação do processo (ou seja, o desempenho do teste) que se encaixa bem nas especificações de tolerância. Exemplo: ± 6 SD para um ensaio, conforme mostrado na parte B da Figura 2-2. A qualidade Seis Sigma garante que essencialmente nenhum erro exceda o requisito de qualidade definido. Na maioria das indústrias, a qualidade mínima aceitável é definida como Três Sigma, mostrados na parte C da Figura 2-2. Para Três Sigma, os limites de tolerância são consumidos completamente por 3 SD de variação, e até mesmo em condições operacionais ideais, alguns defeitos são produzidos. Qualquer alteração no desempenho do processo (por exemplo, diminuição da precisão ou aumento do viés) provoca um aumento do risco de produção de resultados de testes de má qualidade. Um processo Seis Sigma é considerado de nível mundial, mas é possível obter um valor de Sigma >6, ou menos de 3,4 defeitos por milhão de oportunidades, com excelente precisão e/ou mínimo viés. 14VOLTAR AO SUMÁRIO CONTROLE DE QUALIDADE BASEADO NOS SEIS SIGMA — CAPÍTULO 2: COMO DETERMINAR A QUALIDADE NA ESCALA SIGMA DIAGNÓSTICO A. Cálculo da métrica Sigma Limite mínimo de tolerância -TEa Sigma = TEa – Viés SD Viés B. Objetivo dos Seis Sigma para a qualidade mundial Alvo C. Desempenho mínimo aceitável de três Sigma -3s -2s -1s 0s 1s 2s 3s Limite máximo de tolerância +TEa +Especificação de tolerância -Especificação de tolerância +6 SDs devem atender à especificação -6 SDs devem atender à especificação -6s Figura 2-2. (A) Ilustração do cálculo da métrica Sigma a partir do erro total permitido (ATE ou TEa), inexatidão (Viés) e imprecisão (SD). (B) Comparação da meta dos Seis Sigma para a qualidade mundial com (C) qualidade mínima aceitável de três Sigma. -5s -4s -3s -2s -1s 0s 1s 2s 3s 4s 5s 6s -6s -5s -4s -3s -2s -1s 0s 1s 2s 3s 4s 5s 6s Figura 2-2. (A) Ilustração do cálculo da métrica Sigma a partir do erro total permitido (ATE ou TEa), inexatidão (Viés) e imprecisão (SD). (B) Comparação da meta dos Seis Sigma para a qualidade mundial com (C) qualidade mínima aceitável de três Sigma. 15 CONTROLE DE QUALIDADE BASEADO NOS SEIS SIGMA — CAPÍTULO 2: COMO DETERMINAR A QUALIDADE NA ESCALA SIGMA VOLTAR AO SUMÁRIO DIAGNÓSTICO CÁLCULO DA MÉTRICA SIGMA A métrica Sigma é calculada usando a equação: Métrica Sigma = (TEa – |Viés|)/SD onde o TEa é o erro total permissível, o viés é o erro sistemático (inexatidão) e é tratado como um valor absoluto (|Viés|), e SD é o erro aleatório (imprecisão), com todos os termos expressos em unidades de concentração. Unidades de porcentagem também podem ser usadas, como na equação abaixo: Métrica Sigma = (TEa% – |Viés%|)/CV% TEa O TEa pode ser definido pelos critérios para um desempenho aceitável para pesquisas de EQA/PT. Exemplo: O critério do CLIA dos EUA para a glicose é "Valor alvo ± 6 mg/dL ou ± 10% (o que for maior)". O maior dos dois limites deve ser usado, dependendo do valor alvo (TV) ou da concentração do material de pesquisa PT. Exemplo: O CLIA fornece uma lista dos limites aceitáveis de desempenho para 70 a 80 testes. Esses são os analitos regulados para os quais o desempenho de PT é avaliado por cinco amostras por pesquisa e três pesquisas por ano. Analitos não regulados também exigem PT, mas só pode ser avaliado por duas pesquisas por ano, com apenas duas amostras por pesquisa. Limites de aceitação de analitos não regulados podem ser baseados em vários modelos de definição de metas (por exemplo, utilização clínica pretendida, variação biológica e recomendações de grupos de especialistas). A HbA1c é um analito não regulado para o qual o College of American Pathologists (CAP) e o National Glycohemoglobin Standardization Program (NGSP) estabelecem um TEa de +/- 6% em 2014. Tradicionalmente, os programas de EQA/PT utilizavam a graduação de grupos de pares, ou seja, o desempenho de um laboratório é comparado com o desempenho de todos os laboratórios, utilizando o mesmo método analítico (isto é, analisador, reagente, metodologia). O desempenho do grupo de pares é aceitável se os resultados de um laboratório estiverem de acordo com o valor médio do seu grupo dentro dos limites de aceitação estabelecidos. Portanto, o desempenho satisfatório é relativo ao grupo de pares. Programas de EQA/PT baseados na exatidão estão se tornando mais prevalentes. A classificação com base na exatidão compara o desempenho de um laboratório com um valor alvo predeterminado estabelecido por um método de referência padrão ouro aceito. A classificação com base na exatidão é absoluta porque é baseada na melhor estimativa disponível da verdade científica, utilizando um método de referência. VIÉS A inexatidão, a veracidade ou o erro sistemático é determinado durante estudos de validação de métodos a partir de uma comparação de experimentos de métodos. Os laboratórios realizam esses experimentos para verificar a reivindicação de um fabricante após a instalação de novos sistemas de teste. Após a validação inicial, os laboratórios precisam monitorar o viés usando amostras de EQA/PT com valores alvo estabelecidos por métodos de referência, pela média de um grupo de pesquisas ou pela média de um grupo de pares de pesquisa. Os resultados geralmente são relatados como o desvio do alvo e expressos como um múltiplo da variação do grupo observada (ou seja, um valor igual a Z que descreve o desvio do alvo como um múltiplo do desvio padrão do grupo). Para o cálculo de uma métrica Sigma, o Viés% é calculado como o viés observado dividido pelo valor alvo, multiplicado por 100. Viés% = (Viés/TV) x 100 Uma observação importante sobre viés: Inicialmente ao determinar a qualidade Sigma, pode ser difícil obter uma boa estimativa do viés. É permitido assumir umviés igual a zero e calcular o Sigma simplesmente como a razão de TEa/SD ou TEa%/CV%. Esse cálculo gera uma métrica Sigma que é muito alta (ou seja, uma estimativa otimista da qualidade). Entretanto, se o Sigma for baixo (<3 quando o viés é considerado zero), ele é suficiente para indicar que o novo sistema de teste é de alto risco. Se o Sigma for > 3, ele ainda é importante para obter um estimativa melhor do viés para uma determinação mais confiável do Sigma. SD A imprecisão (erro aleatório) é determinada a partir de um experimento de replicação durante estudos de validação de métodos ou de dados de SQC coletados durante a operação de rotina. Os laboratórios realizam experimentos Se o TV for: O desempenho aceitável é... Que é uma faixa de... 50 mg/dL 50 ± 6 mg/dL 44 to 56 mg/dL 125 mg/dL 125 mg/dL ± 10%ou 125 ± 12.5 mg/dL 112,5 to 137,5 mg/dL 16VOLTAR AO SUMÁRIO CONTROLE DE QUALIDADE BASEADO NOS SEIS SIGMA — CAPÍTULO 2: COMO DETERMINAR A QUALIDADE NA ESCALA SIGMA DIAGNÓSTICO de replicação para verificar a precisão e, em seguida, monitorar o desempenho contínuo a partir dos dados de SQC coletados em condições de operação de rotina. O CV% é calculado como o SD observado dividido pela média e, em seguida, multiplicado por 100. CV% = (SD/Média) x 100 Exemplo de cálculos para HbA1c Considerando a importância da HbA1c para diagnosticar e tratar o diabetes, o consentimento global sobre requisitos de qualidade, a disponibilidade de programas de EQA/PT com base na exatidão, e a ampla aplicação de métodos em laboratórios centrais, bem como os cenários de pontos de atendimento, a HbA1c fornece um bom exemplo para cálculos do Sigma. Esses exemplos mostram o desempenho exigente exigido dos métodos analíticos atuais para a qualidade dos testes necessária para a utilização clínica da HbA1c. DETERMINAÇÃO GRÁFICA DO SIGMA O gráfico de decisão do método é uma representação do viés permitido em comparação com a precisão permitida determinada após a definição de uma meta de qualidade do TEa. O TEa especifica o tamanho do orçamento do erro, que consiste em erros aleatórios e sistemáticos (precisão e viés). Historicamente, o requisito para um desempenho aceitável era o viés mais 2 SD, e ainda é uma forma comum de calcular o erro analítico total (TAE). O requisito do TEa tornou-se mais exigente à medida que o desempenho do ensaio melhorou. O critério de qualidade Seis Sigma exige que o viés mais 6 SD fique dentro do TEa. O multiplicador do SD é o Sigma de interesse, e uma ferramenta gráfica pode ser criada para mostrar o desempenho Limites para dois, três, quatro, cinco e seis Sigma, conforme mostrado pelo gráfico de decisão do método na Figura 2-3. Essa ferramenta permite representar um ponto de operação, onde a coordenada y representa o viés observado, e a coordenada x representa a precisão observada. Esse ponto representa a qualidade Sigma de qualquer método. Exemplo: O ponto de operação na Figura 2-3 representa um viés de 2% e um CV de 1%. Ele incide na linha que representa a qualidade quatro Sigma, o que está de acordo com a métrica Sigma calculada: [(6 –2)/1 = 4]. TEa Viés CV Sigma 6% 0% 1% (6–0)/1 ou 6 6% 1% 1% (6–1)/1 ou 5 6% 0% 1,5% (6-0)/1,5 ou 4 6% 1,5% 1,5% (6-1,5)/1,5 ou 3 Precisão - CV% observado Método Gráfico de decisão TEa=6% Pr ec isã o - V iés % ob se rv ad o 6 32,521,510,5 2 Sigma 3 Sigma 4 Sigma 5 Sigma 6 Sigma 5 4 3 2 1 0 0 Tra çar se u p ont o d e o per açã o Região de desempenho inaceitável Qualidade mundial Figura 2-3. Gráfico de decisão do método para TEa igual a 6%. O Viés% observado é representado no eixo y em comparação com o CV% observado no eixo x. As diferentes linhas diagonais, de cima para baixo, representam a qualidade de 2 Sigma, 3 Sigma, 4 Sigma, 5 Sigma e 6 Sigma. O ponto de operação representa um procedimento de avaliação que tem um viés observado de 2% e uma precisão observada de 1%. 17 CONTROLE DE QUALIDADE BASEADO NOS SEIS SIGMA — CAPÍTULO 2: COMO DETERMINAR A QUALIDADE NA ESCALA SIGMA VOLTAR AO SUMÁRIO DIAGNÓSTICO Para criar um gráfico de decisão do método do TEa de 6%: 1. A escala do eixo y de 0% até TEa, ou 6%. Identifique esse eixo "inexatidão observada" em unidades de Viés%. 2. A escala do eixo x de 0% até a metade do TEa, que é 3%. Identifique esse eixo "imprecisão observada" em unidades de CV%. 3. Desenhe linhas de qualidade Sigma, determinando as interseções y e x conforme descrito abaixo: Também é possível criar um gráfico de decisão do método normalizado que pode ser usado para qualquer TEa especificado. Isso é feito criando uma escala do eixo y de 0 a 100 e do eixo x de 0 a 50, calculando as interseções x e y como mostrado anteriormente, e desenhando as linhas de Sigma. Para aplicar o gráfico normalizado, é necessário expressar o viés observado e o SD ou o CV como percentagens do TEa. Para o exemplo anterior da HbA1c, a coordenada y seria 2/6, ou 33%, e a coordenada x seria 1/6, ou 17%. Esse método é representado como um ponto A no gráfico normalizado mostrado na Figura 2-4. O método B representa um método de glicose do laboratório central para o qual o TEa é de 10%, e o método C representa um medidor de glicose no ponto de atendimento para o qual o TEa é de 20%. A vantagem do gráfico normalizado é que muitos diferentes métodos podem ser mostrados no mesmo gráfico. TEa Viés CV Sigma 10% Viés mais 2s TEa ou 6% 6% ÷ 2, ou 3,0% Viés mais 3s TEa ou 6% 6% ÷ 3, ou 2,0% Viés mais 4s TEa ou 6% 6% ÷ 4, ou 1,5% Viés mais 5s TEa ou 6% 6% ÷ 5, ou 1,2% Viés mais 2s TEa ou 6% 6% ÷ 6, ou 1% Método normalizado Gráfico de decisão Imprecisão observada (100*CV/TEa) In ex at id ão ob se rv ad a, (10 0* Vi és /T Ea ) 60 50 40 30 20 10 70 80 90 100 0 0 10 20 30 40 50 Figura 2-4. Gráfico de decisão de método "normalizado" onde a inexatidão observada é calculada como 100*Viés/ATE e a imprecisão observada é calculada como 100*CV/ATE, quando todos os parâmetros originais estão em unidades percentuais (%). O exemplo A é o mesmo método de HbA1c conforme mostrado na Figura 2-3. O exemplo B é um procedimento de exame laboratorial de glicose em que o ATE é de 10%, e o exemplo C é um medidor de glicose do ponto de atendimento em que o ATE é de 20%. Figura 2-4. Gráfico de decisão de método "normalizado" onde a inexatidão observada é calculada como 100*Viés/TEa e a imprecisão observada é calculada como 100*CV/TEa, quando todos os parâmetros originais estão em unidades percentuais (%). O exemplo A é o mesmo método de HbA1c conforme mostrado na Figura 2-3. O exemplo B é um procedimento de exame laboratorial de glicose em que o TEa é de 10%, e o exemplo C é um medidor de glicose do ponto de atendimento em que o TEa é de 20%. Para uma discussão mais completa de conceitos, métricas e ferramentas de aplicação do Seis Sigma, consulte a referência 5. 18VOLTAR AO SUMÁRIO CONTROLE DE QUALIDADE BASEADO NOS SEIS SIGMA — CAPÍTULO 2: COMO DETERMINAR A QUALIDADE NA ESCALA SIGMA DIAGNÓSTICO DETERMINAÇÃO DA MÉTRICA SIGMA A PARTIR DOS RESULTADOS DE ESTUDOS DE VALIDAÇÃO DE MÉTODO Geralmente, os resultados de experimentos de replicação são representados pela média, SD e CV% de 20 ou mais réplicas. Se as réplicas forem realizadas em um ensaio ou em um dia, elas refletem a precisão "intraensaio" ou "intradia". Réplicas analisadas por vários dias (por exemplo, > 20 dias) são preferíveis e refletem a precisão "entre dias" ou "total". Os SDs ou CV%s da precisão de curta duração normalmente são menores que os da precisão de longa duração. Os resultados da comparação de métodos são apresentados representando os resultados do novo sistema de testes no eixo y em comparação com os resultados do método comparativo no eixo x. Os dados são submetidos à análise da equação de regressão para descrever resultados como a equação para uma linha reta: y = ax + b, onde a é a inclinação e b é a interseção y. Para determinar oviés em um nível de decisão médica importante, Xc: 1. Calcule Yc (aXc + b). 2. Subtraia Yc – Xc para calcular o viés. 3. Calcule o Viés% como Viés(100)/Xc. Exemplo real 1 Um relatório publicado sobre o desempenho de dispositivos de HbA1c fornece as seguintes informações6: • Precisão [Tabela 1, referência 5]: CV = 1,9% a 6,5%Hb; CV = 3,2% a 8,9%Hb • Precisão [Tabela 2, lote nº 1, em comparação com Tina-Quant, referência 5]: y = 1,04x – 0,35 Para determinar Sigma: Definir TEa em um nível crítico de decisão médica (Xc): O TEa é definido como 6% pelo NGSP dos EUA e pela CAP PT. O ponto de corte para o diagnóstico de diabetes é 6,5%Hb. Portanto, TEa = +/- 6% a 6,5%Hb. 1. Selecione a estimativa adequada de precisão: A precisão em 6,5%Hb é representada pelo menor material de controle (ou seja, CV = 1,9% em 6,5%Hb). Observação: nem sempre isso é fácil porque os materiais de controle escolhidos talvez não fiquem exatamente alinhados com o Xc de interesse. Nesse caso, pode ser necessário interpolar entre as reivindicações de desempenho declaradas. 2. Calcule o viés em Xc: a. Yc = (1,04 x 6,5) – 0,35 = 6,76 – 0,35 = 6,41 b. Viés = Yc – Xc = 6,41 – 6,50 = -0,09 c. |Viés| = 0,09%Hb d. |Viés%| = (0,09 x 100)/6,5 = 1,4% 3. Calcule Sigma: a. Sigma = (TEa% – |Viés%|)/CV% i. Sigma = (6% – 1,4%)/1,9% = 4,6/1,9 = 2,4 Exemplo real 2 Esse mesmo relatório6 fornece as seguintes informações para um segundo sistema de teste: • Precisão [Tabela 1, referência 5]: CV = 2,1% a 4,7%Hb; CV = 1,2% a 8%Hb; CV = 1,1% a 10,9%Hb • Exatidão [Tabela 2, lote nº 1, em comparação com Premier, referência 5]: y = 1,08x – 0,41 Para determinar Sigma: 1. Defina TEa em um nível crítico de decisão médica (Xc): TEa = +/- 6% a 6,5%Hb. 2. Selecione a estimativa adequada de precisão: A precisão em 6,5%Hb provavelmente é melhor representada pelo material de controle intermediário em 8%Hb (ou seja, CV = 1,1%). Aqui, o julgamento é importante para interpretar os resultados dos estudos experimentais. 3. Calcule o viés em Xc: a. Yc = (1,08 x 6,5) – 0,41 = 7,02 – 0,41 = 6,61 b. Viés = Yc – Xc = 6,61 – 6,50 = 0,11 c. |Viés| = 0,11%Hb d. |Viés%| = (0,11 x 100)/6,5 = 1,69% 4. Calcule Sigma: a. Sigma = (TEa% – |Viés%|)/CV% i. Sigma = (6% – 1,69%)/1,1% = 4,31/1,2 = 3,6 19 CONTROLE DE QUALIDADE BASEADO NOS SEIS SIGMA — CAPÍTULO 2: COMO DETERMINAR A QUALIDADE NA ESCALA SIGMA VOLTAR AO SUMÁRIO DIAGNÓSTICO Exemplo real 3 Outro relatório7 sobre o mesmo problema de Química Clínica examinou o desempenho de métodos de HbA1c usados em testes de laboratório central. Esse estudo usou o laboratório NGSP para obter resultados comparativos usando um método de referência oficial dos EUA: • Precisão [Tabela 1, referência 6]: CV = 1,66% a 5,24%Hb; CV = 1,33% a 7,9%Hb • Exatidão [Tabela 1 em comparação com NGSP, referência 6]: y = 0,998x + 0,016 1. Defina TEa em um nível crítico de decisão médica (Xc): TEa = +/- 6% a 6,5%Hb. 2. Selecione a estimativa adequada de precisão: A precisão em 6,5%Hb provavelmente é melhor representada usando a média dos CVs, porque suas médias compreendem o nível de decisão crítica de 6,5%Hb. A média de 1,66% e 1,33% é de 1,5%. Novamente, este é um exemplo onde o julgamento é importante para interpretar os resultados. 3. Calcule o viés em Xc: a. Yc = (0,998 x 6,5) + 0,016 = 6,487 + 0,016 = 6,503 b. Viés = Yc – Xc = 6,503 – 6,50 = 0,003 c. |Viés| = 0,003%Hb d. |Viés%| = (0,003 x 100)/6,5 = 0,05% 4. Calcule Sigma: a. Sigma = (TEa% – |Viés%|)/CV% i. Sigma = (6% – 0,05%)/1,5% = 5,95/1,5 = 3,97 DETERMINAÇÃO DA MÉTRICA SIGMA A PARTIR DE DADOS DE PT E SQC Resultados de pesquisas de PT podem ser comparados com o valor alvo para determinar a diferença nos resultados observados. Essas diferenças podem ser expressas em unidades de concentração, unidades de porcentagem ou na forma de um valor de z que descreve um múltiplo do grupo SD ou CV%. Isso é útil para calcular as diferenças nas unidades de concentração como uma porcentagem do valor alvo e, em seguida, para calcular a média dessas diferenças, a fim de obter uma estimativa de viés. Normalmente, haverá de dois a cinco amostras em uma pesquisa CAP nos Estados Unidos. Testes regulados exigem três eventos de pesquisa por ano, com cinco amostras por evento; testes não regulados (todos os demais, exceto testes renunciados) exigem dois eventos de pesquisa por ano, com no mínimo duas amostras por evento. As poucas amostras de PT disponíveis (apenas duas a cinco) são uma limitação que leva a uma grande incerteza na estimativa do viés. O número mínimo de amostras para uma comparação de experimentos de métodos geralmente é 20, e frequentemente 40 ou mais amostras são incluídas. Por causa do baixo número de amostras de pesquisa, em geral, essa é uma prática recomendada para calcular o Sigma com e sem viés. Exemplo real 4 A maioria dos laboratórios dos Estados Unidos analisa dois níveis de controles por dia para atender aos regulamentos de QC do CLIA. Normalmente, 20 a 30 observações de controle estão disponíveis a cada mês. Os dados são resumidos mensalmente calculando a média, o SD e o CV%. A CAP proporciona uma pesquisa de HbA1c amplamente usada nos EUA e permite o monitoramento dos cerca de 30 sistemas de teste diferentes certificados pelo NGSP. Mais de 3.000 laboratórios participam da pesquisa da CAP, com grupos de pares de ensaios variando de 20 a 300 laboratórios. Normalmente, três amostras são fornecidas para cada evento de pesquisa, e há apenas dois eventos de pesquisa por ano devido à HbA1c não ser um teste regulado. Valores alvo são atribuídos a partir da análise usando métodos de referência. • Precisão: SQC de rotina para dois níveis de controle gerou um SD de 0,105%Hb em 5,58%Hb (1,9% CV) e um SD de 0,155%Hb em 9.58%Hb (1,6% CV). • Exatidão: o evento de pesquisa A da CAP GH2 de 2014 incluiu três amostras de HbA1c (GH2-01 = 6,49%Hb, GH2-02 = 6,97%Hb e GH2-03 = 9,65%Hb). Os resultados laboratoriais foram de 6,7, 7,3 e 9,9%Hb, respectivamente. Para determinar Sigma: 1. Defina TEa em um nível crítico de decisão médica (Xc): TEa é +/- 6%. 2. Selecione a estimativa adequada de precisão: O CV para os controles compreende o Xc crítico de 6,5%Hb; portanto, o valor deve estar entre 1,9% e 1,6%. Interpolação entre os controles. Um CV de 1,75% é uma boa estimativa. 3. Calcule o viés a partir das diferenças entre os resultados laboratoriais e os valores de referência atribuídos a CA: a. Calcule as diferenças entre os resultados laboratoriais e os valores atribuídos. i. 6,80 – 6,49 = 0,21%Hb ou 3,24% [(0,21 x 100)/6,49] ii. 7,30 – 6,97 = 0,33%Hb ou 4,73% [(0,33 x 100)/6,97] iii. 9,90 – 9,65 = 0,25%Hb ou 2,59% [(0,25 x 100)/9,60] 20VOLTAR AO SUMÁRIO CONTROLE DE QUALIDADE BASEADO NOS SEIS SIGMA — CAPÍTULO 2: COMO DETERMINAR A QUALIDADE NA ESCALA SIGMA DIAGNÓSTICO b. Calcule a média das diferenças para estimar o viés. i. (3,24% + 4,73% + 2,59%)/3 = 3,52% 4. Calcule o Sigma com e sem o viés: a. Sigma = (TEa% – |Viés%|)/CV% i. Sigma = (6% – 3,52%)/1,75% = 1,42 b. Sigma = TEa%/CV% i. Sigma = 6/1,75 = 3,43 Exemplo real 5 O mesmo laboratório no exemplo 4 analisou as amostras da pesquisa da CAP quanto a GH2, evento B, em 2014, cujas amostras apresentaram valores atribuídos de 6,58, 8,39 e 5,65%Hb, respectivamente. Os resultados laboratoriais foram de 6,7, 8,5 e 5,6%Hb, respectivamente. 1. TEa é +/- 6%. 2. Os CVs de longa duração novamente foram de 1,9% e 1,6% em médias de 5,58 e 9,58%Hb. Interpolação entre os controles. Um CV de 1,75% é uma boa estimativa. 3. O viés é determinado a partir das diferenças entre os resultados laboratoriais e os valores atribuídos pela CAP: a. Calcule as diferenças entre os resultados laboratoriais e os valores atribuídos. i. 6,70 – 6,58 = 0,12%Hb ou 1,82% [(0,12 x 100)/6,58] ii. 8,50 – 8,39 = 0,11%Hb ou 1,31% [(0,11 x 100)/8,39] iii. 5,60 – 5,65 = -0,05%Hb ou-0,88% [(-0,05 x 100)/5,65] b. Calcule a média das diferenças para estimar o viés. i. (1,82% + 1,31% – 0,88%)/3 = 0,75% 4. Calcule o Sigma com e sem o viés: c. Sigma = (TEa% – |Viés%|)/CV% i. Sigma = (6% – 0,75%)/1,75% = 3 d. Sigma = TEa%/CV% i. Sigma = 6/1,75 = 3,43 Observe a diferença entre as estimativas do viés (3,52% versus 0,75%) e Sigma nos exemplos 4 e 5 (1,42 versus 3). Essas diferenças provavelmente representam a limitação de ter apenas três amostras analisadas por medições únicas no laboratório para comparação. Os resultados seriam mais confiáveis com mais amostras de pesquisa ou com várias medições em cada amostra, mas isso não é permitido pelo CLIA. A IMPORTÂNCIA DE DETERMINAR A QUALIDADE NA ESCALA SIGMA Os exemplos anteriores sugerem que a qualidade Sigma para métodos atuais de HbA1c ainda não abordam a meta do Seis Sigma para a qualidade mundial. Tenha em mente que a HbA1c é um dos testes mais padronizados em todo o mundo. Uma rede global de laboratórios da IFCC suporta métodos e materiais de referência, e várias redes de laboratórios nacionais, como NGSP, certificam a equivalência de praticamente todos os sistemas de teste comercializados nos EUA. Os dois estudos 6,7 citados anteriormente foram publicados em 2014. Os dados do estudo de sistemas de teste de HbA1c POC6 relatam Sigmas que variam de 0,44 a 4,23, com três dos sete métodos demonstrando qualidade > três Sigma. Esses resultados são resumidos no gráfico de decisão de método da Figura 2-5, e a maioria dos funcionários do laboratório achará esse resumo gráfico muito mais compreensível que as tabelas estatísticas no artigo. No segundo artigo, os dados do estudo de sistemas de teste de HbA1c do laboratório central 7 mostram que apenas um em cada seis sistemas de teste fornece qualidade superior a três Sigma. Precisão - CV% observado Método Gráfico de decisão TEa=6% Pr ec isã o - V iés % ob se rv ad o 6 32,521,510,5 5 4 3 2 1 0 0 4 3 2 2 Sigma 3 Sigma 4 Sigma 5 Sigma 6 Sigma Figura 2-5. Resumo dos dados de desempenho para sete métodos de teste (cada) em comparação com três métodos de referência. Gráfico de decisão de método elaborado para o TEa=6%. 21 CONTROLE DE QUALIDADE BASEADO NOS SEIS SIGMA — CAPÍTULO 2: COMO DETERMINAR A QUALIDADE NA ESCALA SIGMA VOLTAR AO SUMÁRIO DIAGNÓSTICO Dados adicionais da pesquisa de HbA1c da CAP de 2014 fornecem ainda mais evidências da baixa qualidade do Sigma de muitos sistemas de teste. A Figura 2-6 mostra o desempenho dos sistemas de teste atuais dos EUA representando o viés no eixo y e o SD no eixo x para cada subgrupo de método. Vale ressaltar que esse é apenas um gráfico de decisão de método bilateral adaptado para uso com dados de PT e EQA8. A linha em formato de > na diagonal interna representa a qualidade três Sigma, e a linha externa representa a qualidade dois Sigma. Somente um subgrupo de métodos atinge a qualidade três Sigma, seis atingem entre três e dois Sigma, e 19 atingem menos de dois Sigma. Isso mostra a importância de pesquisas de PT e EQA para avaliar a comparabilidade de resultados de diferentes subgrupos de métodos (nesse caso, 26 métodos diferentes aprovados pelo FDA e certificados como equivalentes pelo NGSP). QUAL O OBJETIVO? 6 5 4 3 2 1 0 -1 -2 -3 -4 -5 -6 Ve ra cid ad e o bs er va da (V iés %) Incerteza padrão observada (CV%) 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 6 2 2 3 3 Figura 2-6. Gráfico de avaliação de proficiência Sigma para os resultados da pesquisa College of American Pathologists (CAP) de 2014 referente à amostra HbA1c GH2-01 com concentração de 6,49%Hb. TEa=6%. Cada ponto representa a veracidade observada (Viés%, eixo y) e a incerteza padrão observada (CV%, eixo x) para um dos 26 subgrupos de exames. Os resultados representam um total de 3187 laboratórios. Figura 2-6. Gráfico de avaliação de proficiência Sigma para os resultados da pesquisa College of American Pathologists (CAP) de 2014 referente à amostra HbA1c GH2-01 com concentração de 6,49%Hb. TEa=6%. Cada ponto representa a veracidade observada (Viés%, eixo y) e a incerteza padrão observada (CV%, eixo x) para um dos 26 subgrupos de exames. Os resultados representam um total de 3.187 laboratórios. 22VOLTAR AO SUMÁRIO CONTROLE DE QUALIDADE BASEADO NOS SEIS SIGMA — CAPÍTULO 2: COMO DETERMINAR A QUALIDADE NA ESCALA SIGMA DIAGNÓSTICO QUAL O OBJETIVO? É absolutamente essencial determinar a qualidade na escala Sigma para avaliar o risco de qualquer teste ou sistema de teste. A validação de características de segurança é o primeiro passo mais importante na avaliação de risco. É essencial usar a validação interna e dados de QC para realizar uma avaliação de risco. A determinação da qualidade Sigma é o único melhor indicador do risco. O Sigma também é um indicador útil do QC necessário para minimizar o risco de resultados de testes de baixa qualidade. Referências 1. ISO 14971:2007. Medical devices – Application of risk management to medical devices. ISO, Genebra, 2007. 2. U.S. Department of Health and Human Services. Medicare, Medicaid, and CLIA Programs: Laboratory requirements relating to quality systems and certain personnel qualifications. Final Rule. Federal Register Jan 24 2003;16:3640-3714. Consulte também site da CMS www.cms.hhs.gov/clia/ e o Manual de Operações Estaduais da CMS, Apêndice C, Diretrizes de regulamentos e interpretação para laboratórios e serviços de laboratório, www.wms.hhs.gov/CLIA/03_ Interpretive_Guidelines_for_Laboratories.asp. 3. Memorando da CMS de 16 de agosto de 2013: IQCP (Individualized Quality Control Plan, Plano de controle de qualidade individualizado): A new Quality Control (QC) option. www.cms.gov/Regulations-and Guidance/Legislation/CLIA/ Downloads/IQCPbenefits.pdf. 4. Westgard S. Prioritizing risk analysis quality control plans based on Sigma-metrics. In Quality Control in the Age of Risk Analysis, eds. Westgard JO, Westgard S. Clinics in Laboratory Medicine 2013;33(Number 1):41-53. 5. Westgard S. Six Sigma-metric analysis for analytical testing processes. White paper available from Abbott Diagnostics. 6. Lenters-Westra E, Slingerland RJ. Três de sete instrumentos de ponto de atendimento de hemoglobina A1c não atendem aos critérios de desempenho analítico geralmente aceitos. Clinical Chemistry 2014;60:1062-1072. 7. Woodworth A, Korpi-Steiner N, Miller JJ, Rao LV, Yundt-Pacheco J, Kuchipudi L, Parvin CA, Rhea JM, Molinaro R. Utilization of assay performance characteristics to estimate Hemoglobin A1c result reliability. Clinical Chemistry 2014;60:1073-1079. 8. Westgard JO, Westgard SA. Avaliação da qualidade na escala Sigma a partir de testes de proficiência e pesquisas externas de avaliação da qualidade. Clinical Chemistry and Laboratory Medicine 2015;53:1531-1535. 23VOLTAR AO SUMÁRIO CONTROLE DE QUALIDADE BASEADO NOS SEIS SIGMA — CAPÍTULO 3: COMO SELECIONAR O PROCEDIMENTO DE SQC CORRETO DIAGNÓSTICO INTRODUÇÃO A seleção de um procedimento de SQC começa com a definição da qualidade necessária para a utilização pretendida, avaliando o desempenho (precisão e viés) do ensaio (método, procedimento de exame), e determinando a qualidade na escala Sigma. O capítulo anterior focou nessas etapas iniciais e na determinação da métrica Sigma. Este capítulo descreve a seleção de um procedimento adequado de SQC. O objetivo do SQC é obter um alto nível de detecção de erros e um baixo nível de rejeições falsas com as regras de controle mais simples e o menor número de controles. Quatro diferentes ferramentas de planejamento de QC são descritas: • Ferramenta de seleção de SQC da métrica Sigma • Gráfico de especificações operacionais • Gráfico normalizado de especificações operacionais • Westgard Sigma Rules Cada ferramenta tem vantagens e desvantagens em relação à simplicidade do uso e a facilidade de entendimento, mas todos são baseados nas característicasde desempenho do SQC e fornecem resultados semelhantes, se não idênticos. Como selecionar o procedimento de SQC correto Capítulo 3 24 CONTROLE DE QUALIDADE BASEADO NOS SEIS SIGMA — CAPÍTULO 3: COMO SELECIONAR O PROCEDIMENTO DE SQC CORRETO VOLTAR AO SUMÁRIO DIAGNÓSTICO DESEMPENHO DE PROCEDIMENTOS DE SQC O SQC é um detector de erros, e sua resposta depende do tamanho do erro. Isso é semelhante a um alarme de fumaça. Um pequeno incêndio pode não disparar o alarme, mas à medida que o tamanho do incêndio aumenta, a probabilidade de o alarme disparar também aumenta. Alarmes falsos causam evacuações no edifício quando não há um incêndio. Alarmes verdadeiros e falsos são características de desempenho de qualquer detector, inclusive do detector de erros do SQC. A Figura 3-1 descreve a resposta típica de um detector de fumaça. A chance de que o alarme disparará está no eixo y, e o tamanho do incêndio está no eixo x. À medida que o fogo aumenta, a probabilidade de um alarme aumenta. Há uma pequena probabilidade de um alarme disparar mesmo quando não há nenhum incêndio, conforme mostrado pela interseção y. Essa é a chance de um alarme falso. Para detectores de SQC, curvas de resposta são baseadas na teoria estatística ou em estudos de simulação de computador. A Figura 3-2 mostra cinco curvas de resposta para procedimentos de controle, todas com dois controles por ensaio, mas usando diferentes regras de controle. Este é um gráfico de função de potência, onde cada linha é uma curva de potência que mostra a probabilidade de rejeição no eixo y em comparação com o tamanho do erro no eixo x para um procedimento de SQC específico1. A probabilidade de rejeição varia de 0, quando nunca há uma rejeição, a 1, quando sempre haverá uma rejeição. A probabilidade de rejeição falsa (Pfr) é determinada a partir da interseção y de uma curva de potência. A probabilidade de detecção de erros (Ped) é determinada pela identificação do tamanho de um erro no eixo x, desenhando uma linha vertical, localizando a interseção com a curva de potência e lendo a probabilidade do eixo y. Exemplo: Para a segunda curva de potência da parte inferior, Pfr é essencialmente 0. Se o erro sistemático a ser detectado for 2,5 no eixo x, conforme mostrado pela linha vertical, a interseção com a curva de potência que indica Ped é de aproximadamente 0,53, o que significa que há 53% de chance de detectar um deslocamento sistemático equivalente a 2,5 vezes o SD do método. Para comparação, a curva de potência superior fornece um Ped de 0,9, o que é muito melhor, mas ele sofre de um elevado Pfr de quase 0,1 ou 10%. As elevadas rejeições falsas comprometem o uso desse procedimento de SQC porque os analistas não sabem se uma rejeição observada é um alarme verdadeiro ou falso. 1 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0 Tamanho do incêndio Mesa Correspondência Probabilidade ou chance de desativação do alarme Correspondente a um livro Correspondente a uma cesta Figura 3-1. Curva de resposta típica para um detector: o nível de alarmes falsos é mostrado pela interseção y da curva de calibração; as chances de alarmes verdadeiros dependem do tamanho do incêndio. Figura 3-1. Curva de resposta típica para um detector: O nível de alarmes falsos é mostrado pela interseção y da curva de resposta; as chances de alarmes verdadeiros dependem do tamanho do incêndio. Pr ob ab ili da de d e r eje içã o ( P) Escala Sigma Erro sistemático (SE, múltiplos de s) 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 0 1 2 3 4 1,65 2,65 3,65 4,65 5,65 PFR PED N R ----- 12S 20,09 1 ----- 12,5S 20,03 1 0,01 13S/22S/R4S ----- 2 1 0 13S ----- 2 1 0 13,5S ----- 2 1 Figura 3-2. Gráfico de função de potência que mostra a probabilidade de detecção de erros no eixo y em comparação com o tamanho do erro sistemático (eixo x inferior) e a qualidade Sigma (eixo x superior). Diferentes curvas de potência representam diferentes procedimentos de SQC cujas regras de controle são identificadas na legenda à direita. As linhas de cima para baixo representam as regras de controle e o número de medições de controle (N) de cima para baixo na legenda. 25VOLTAR AO SUMÁRIO CONTROLE DE QUALIDADE BASEADO NOS SEIS SIGMA — CAPÍTULO 3: COMO SELECIONAR O PROCEDIMENTO DE SQC CORRETO DIAGNÓSTICO TAMANHO DE UM ERRO CLINICAMENTE IMPORTANTE O erro sistemático crítico ( SEcrit) que precisa ser detectado pelo SQC é calculado a partir da qualidade necessária para a utilização pretendida e da precisão e do viés observados, da seguinte maneira: SEcrit = [(TEa – Viés)/SD] – 1,65, onde TEa é o erro total permitido, o viés representa a inexatidão, e o SD é a imprecisão. Vale ressaltar que a métrica Sigma pode ser substituída pela expressão [(TEa – Viés)/SD]: SEcrit = Sigma – 1,65 A métrica Sigma indica o tamanho do erro sistemático clinicamente importante, e a equação podem ser reorganizada: Sigma = SEcrit + 1,65 Isso significa que o eixo x de um gráfico de função de potência pode ser redimensionado em termos de Sigma adicionando 1,65 ao valor do erro sistemático, conforme mostrado pelo eixo x na parte superior da Figura 3-2. DEFINIÇÕES DE REGRAS DE CONTROLE A legenda à direita na Figura 3-2 identifica diferentes procedimentos de SQC (regras de controle), o número de controles (N) e o número de ensaios (R) sobre os quais as regras de controle são aplicadas. As regras de controle são abreviadas na forma AL e definidas da seguinte maneira: • 12s – A regra de controle comumente usada com um gráfico de Levey-Jennings, com limites de controle definidos como a média ± 2s (s = SD). Às vezes, essa regra é utilizada como uma regra de rejeição, com problemas devido a rejeições falsas (5% para N = 1, 10% para N = 2). No SQC de várias regras, ela pode ser usada como uma regra de aviso para disparar uma inspeção cuidadosa dos dados de controle por outras regras de rejeição. • 13s – Rejeitar quando uma medição de controle ultrapassar a média ± 3s. • 12,5s – Rejeitar quando uma medição de controle ultrapassar a média ± limites de controle de 2,5s. • 13,5s – Rejeitar quando uma medição de controle ultrapassar a média ± limites de controle de 3,5s. • 22s – Rejeitar quando duas medições de controle consecutivas ultrapassarem a mesma média + limite de controle de 2s ou a mesma média – limite de controle de 2s. • 2 de 32s – Rejeitar quando duas de três medições de controle ultrapassarem a mesma média + 2s ou a média – limite de controle de 2s. • R4s – Rejeitar quando uma medição de controle em um grupo ultrapassar a média + limite de controle de 2s e a outra ultrapassar a média – limite de controle de 2s. (Observação: Essa regra é melhor aplicada dentro de um único ensaio). • 31s – Rejeitar quando três medições de controle consecutivas ultrapassarem a mesma média + 1s ou a mesma média – limite de controle de 1s. • 41s – Rejeitar quando quatro medições de controle consecutivas ultrapassarem a mesma média + 1s ou a mesma média – limite de controle de 1s. • 6x – Rejeitar quando seis medições de controle consecutivas estiverem em um lado da média. • 8x – Rejeitar quando oito medições de controle consecutivas estiverem em um lado da média. • 9x – Rejeitar quando nove medições de controle consecutivas estiverem em um lado da média. • 10x – Rejeitar quando dez medições de controle consecutivas estiverem em um lado da média. Vale ressaltar que a regra de SQC na Figura 3-2 com a rejeição falsa elevada (linha superior, 12s com N = 2) corresponde aos limites do gráfico de Levey-Jennings definidos na média ± 2 SD, enquanto a outra regra de SQC (segunda linha da parte inferior) tem um Pfr muito baixo, mas também um Ped menor (13s com N = 2), e corresponde aos limites do gráfico de Levey-Jennings definidos na média ± 3 SD. A comparação de desempenho mostra a dificuldade prática na seleção de regras de SQC: Há uma troca entre a detecção de erros e arejeição falsa. Limites de controle estreitos levam a uma maior detecção de erros, mas também a uma rejeição falsa maior. Limites de controle amplos oferecem uma rejeição falsa baixa, mas uma detecção de erros menor. Um bom compromisso são regras de SQC do procedimento com várias regras que aumentam a detecção de erros aplicando várias regras de controle, cada uma escolhida para ter um baixo Pfr. 26 CONTROLE DE QUALIDADE BASEADO NOS SEIS SIGMA — CAPÍTULO 3: COMO SELECIONAR O PROCEDIMENTO DE SQC CORRETO VOLTAR AO SUMÁRIO DIAGNÓSTICO Exemplo: A curva do meio na Figura 3-2 combina as regras de controle 13s/22s/R4s com N = 2 e fornece uma maior detecção de erros do que o 13s com o mesmo número de controles. Normalmente, uma regra de SQC do procedimento com várias regras é elaborada com determinadas regras sensíveis ao erro sistemático (22s, 31s, 41s, 6x, 8x) e algumas regras sensíveis ao erro aleatório (13s, R4s). Regras que usam um único valor fora de um limite amplo respondem ao SD aumentado (erro aleatório). Regras que usam uma série de valores consecutivos superiores ao mesmo limite são sensíveis a mudanças na distribuição (erro sistemático). Quanto mais perto da linha limite, mais observações consecutivas são necessárias para manter um baixo Pfr. PROCEDIMENTO DE SQC COM VÁRIAS REGRAS DE WESTGARD Um procedimento de controle com várias regras que emprega uma série de cinco regras (13s/22s/R4s/41s/10x) é comumente conhecido como Regras de Westgard e é amplamente utilizado nos laboratórios da atualidade. As regras de Westgard usam um gráfico de controle com limites representados na média ± 1SD, média ± 2 SD e média ± 3 SD2. A Figura 3-3 descreve a lógica para o SQC com várias regras tradicional de Westgard, incluindo uma regra de aviso inicial 12s, seguida por cinco diferentes regras de rejeição3. Esse procedimento com várias regras foi introduzido na década de 1980, quando a criação de gráficos de QC era feita manualmente. Por essa razão, a regra de aviso 12s era incluída para disparar a inspeção por todo o conjunto de regras. A regra de aviso não é necessária quando a verificação das regras é feita de maneira fácil e rápida por um software de SQC. As regras de Westgard foram aplicadas de maneira ampla para muitos métodos, e o conceito do procedimento com várias regras fornece um conjunto flexível de regras que podem ser adaptadas para a detecção de erros desejada, além de manter uma quantidade relativamente pequena de rejeições falsas4. Adicionar regras à regra básica 13s (gráfico de Levey-Jennings com 3 limites de controle de SD) aumenta a detecção de erros. O aumento do número de controles também aumenta a detecção de erros e a rejeição falsa. Selecionar um procedimento de SQC é uma questão de equilibrar o número de regras e medições de controle, com base nas probabilidades esperadas para a detecção de erros e rejeições falsas. Felizmente, várias ferramentas de planejamento de QC simplificam e ajudam o processo de seleção5. FERRAMENTA DE SELEÇÃO DE SQC SIGMA Um gráfico da função de potência com uma escala Sigma é uma ferramenta de seleção de SQC Sigma. Conforme mostrado na Figura 3-4, as curvas de potência permitem uma comparação do desempenho de regras de SQC com uma e com várias com Ns de 2 a 8. A detecção de erros desejável geralmente é definida em Ped = 0,9 (90% de chance). A rejeição falsa desejável geralmente é definida em Pfr = 0,05 ou menos (5% de chance ou menos), que é atendida por todas (exceto uma) as regras de SQC mostradas aqui. Adotar ação corretiva Resultados do relatório 1 3s 22s R4s 4 1s 8X Figura 3-3 Diagrama lógico de aplicação do procedimento de SQC com várias regras da Westgard. 12S QC dos dados Figura 3-3. Diagrama lógico da aplicação do procedimento de SQC com várias regras de Westgard. 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 0 1 2 3 4 1,65 2,65 3,65 4,65 5,65 Pr ob ab ili da de d e r eje içã o ( P) Erro sistemático (SE, múltiplos de s) Escala Sigma PFR PED N R ----- 13S/22S/R4S/41S/8X 80,08 1 ----- 13S/22S/R4S/41S/8X 40,03 2 0,03 13S/22S/R4S/41S ----- 4 1 0,01 13S/22S/R4S ----- 2 1 0,04 12,5S ----- 4 1 0,03 12,5S ----- 2 1 0 13S ----- 2 1 0 13,5S ----- 2 1 Figura 3-4. Ferramenta de seleção de SQC Sigma. Probabilidade de detecção de erros no eixo y em comparação com o tamanho do erro sistemático (eixo x inferior) e a qualidade Sigma (eixo x superior). Diferentes curvas de potência representam diferentes procedimentos de SQC cujas regras de controle são identificadas na legenda à direita. As linhas de cima para baixo representam as regras de controle e o número de medições de controle (N) de cima para baixo na legenda. 27VOLTAR AO SUMÁRIO CONTROLE DE QUALIDADE BASEADO NOS SEIS SIGMA — CAPÍTULO 3: COMO SELECIONAR O PROCEDIMENTO DE SQC CORRETO DIAGNÓSTICO Para selecionar uma regra de SQC adequada, desenhe uma linha vertical que corresponde à métrica Sigma do teste (eixo x, escala superior). Para identificar regras de controle adequadas e o número de controles, inspecione o gráfico e compare a detecção de erros nos pontos onde a linha vertical cruza as curvas de potência. A Figura 3-5 ilustra um teste de qualidade quatro Sigma. A legenda mostra os valores Pfr e Ped para todos os procedimentos de SQC. Note que aqueles com Ns igual a 4 e maior fornecem a detecção de erros adequada. Um N igual a 4 refere-se ao número total de controles (por exemplo, duas medições em cada um dos dois controles em diferentes concentrações, uma medição em cada um dos quatro controles, ou até quatro medições em um controle). Não há necessidade de ir além das regras 13s/22s/R4s/41s e de um N igual a 4 porque ele proporciona um Ped de 0,91 e um Pfr de 0,03. Um procedimento de uma regra de 12,5s com N = 4 fornece um Ped de 0,87 e um Pfr de 0,04. O desempenho das duas regras de SQC é essencialmente equivalente. A escolha entre elas depende de qual é mais fácil de implementar, dependendo do software de SQC e do treinamento e da qualificação dos analistas. Um Sigma de quatro é o nível de qualidade em que é essencial implementar o SQC com várias regras. GRÁFICOS DE ESPECIFICAÇÕES OPERACIONAIS Outra ferramenta para selecionar procedimentos de SQC é o gráfico de especificações operacionais, ou gráfico de OPSpecs6. A Figura 3-6 usa o mesmo formato do gráfico de decisão do método descrito anteriormente. O gráfico de OPSpecs é para um determinado requisito de qualidade. Neste exemplo, TEa = 6%, de acordo com o rótulo na parte superior do gráfico. O rótulo superior especifica que este gráfico é para regras de SQC, fornecendo uma detecção de erros sistemáticos de 90%. Como o gráfico de decisão de método, o eixo y mostra o viés permitido e o eixo x mostra a precisão permitida. A diferença 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 0 1 2 3 4 1,65 2,65 3,65 4,65 5,65 Pr ob ab ili da de d e r eje içã o ( P) Erro sistemático (SE, múltiplos de s) Escala Sigma PFR PED N R ----- 13S/22S/R4S/41S/8X 80,08 1 ----- 13S/22S/R4S/41S/8X 40,03 2 0,03 13S/22S/R4S/41S 0,91 4 1 0,01 13S/22S/R4S 0,59 2 1 0,04 12,5S 0,87 4 1 0,03 12,5S 0,70 2 1 0 13S 0,48 2 1 0 13,5S 0,24 2 1 Sigma = 4 SEcrit= 2,35 Traçar linha vertical no Sigma Figura 3-5. Exemplo de aplicação da Ferramenta de seleção de SQC Sigma para teste com o método de HbA1c em que ATE=6%, Viés=2% e CV=1%, ou qualidade Sigma 4.0 [Sigma = (ATE-Viés)/CV]. Procedimentos de SQC adequados seriam do tipo com várias regras de 13s/22s/R4s/41s com N=4 ou com uma regra de 12,5s com N=4. Precisão permitida (CV%) Gráfico de OPSpecs para TEa=6%, 90% de detecção Pr ec isã o p er m iti da (V iés %) 6 321 5 4 3 2 1 0 0 Desem penho Sigm a 3.00 13S/22S/R4S/41S/8X 80,08 1 PFR N R 0,03 13S/22S/R4S/41S/8X 4 2 0,03 13S/22S/R4S/41S 4 1 0,04 12,5S 4 1 0,03 12,5S 2 1 0,03 12,5S 2 1 0 13S 2 1 0 13,5S 2 1 Figura 3-5. Exemplo de