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DE ESCRAVO A TRABALHADOR ASSALARIADO- A CONDIÇÃO DE MORADOR E SITIANTE SERVIÇO SOCIAL

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DE ESCRAVO A TRABALHADOR ASSALARIADO: A CONDIÇÃO DE MORADOR E SITIANTE – SERVIÇO SOCIAL
De acordo com Netto e Braz (2006), a acumulação do capital concentrada nas mãos da burguesia, acarretam sérios prejuízos à classe trabalhadora, pois com as inovações tecnológicas aumenta o índice de desemprego, caracterizando o que Marx (2013) definiu como exército industrial de reserva[footnoteRef:1] ou superpopulação relativa, que são os trabalhadores disponíveis para serem explorados pelo capital. [1: Exército industrial de reserva é um conceito desenvolvido por Karl Marx em sua crítica da economia política, e refere-se ao desemprego estrutural da economia capitalista. O exército de reserva corresponde à força de trabalho que excede as necessidades da produção. ] 
E ainda de acordo com Marx (2013, p. 707), 
Se uma população trabalhadora excedente é produto necessário da acumulação ou do desenvolvimento da riqueza com base no capitalismo, essa superpopulação torna-se, por sua vez, a alavanca da acumulação capitalista, até uma condição de existência do modo de produção capitalista. Ela constitui um exército industrial de reserva disponível, que pertence ao capital de maneira tão absoluta, como se ele o tivesse criado à sua própria custa. Ela proporciona às suas mutáveis necessidades de valorização o material humano sempre pronto para ser explorado, independente dos limites do verdadeiro acréscimo populacional. 
 
Segundo Marx (2013) o exército industrial de reserva é composto por parcela da população que resulta na ampliação do pauperismo[footnoteRef:2], fortemente relacionado com a escassez de empregos. É importante salientar que, o exército industrial de reserva permite a queda dos salários, no entanto, “não resulta de uma intenção consciente da classe capitalista, embora esta sirva dele estrategicamente para seus objetivos” (NETTO; BRAZ, 2006, p. 134), haja vista, o exército industrial de reserva faz parte da dinâmica do capitalismo. [2: Pauperismo é resultado da organização capitalista do trabalho, não apenas como resultado da distribuição da renda – mas da própria produção – e portanto das relações entre as classes -, atingindo a totalidade da vida dos indivíduos sociais, que se afirmam como inteiramente necessitados [...] material quanto espiritualmente (IAMAMOTO, 2001, p.16). ] 
Mas não é simplesmente a incorporação do progresso técnico a geradora da população trabalhadora excedente, ou desempregada (Santos apud Netto e Braz, 2012, p. 26) e sim a relação de produção e reprodução da lógica do capital, pois ao mesmo tempo em que produz a riqueza aumenta a miserabilidade da classe trabalhadora. 
E proveniente desta lógica capitalista está à questão social[footnoteRef:3] que desde sua gênese está ligada ao processo de acumulação e reprodução do capital, que vinculada às expressões das desigualdades sociais está o pauperismo e as lutas da classe trabalhadora contra a classe dominante. [3: O termo questão social surge na Europa Ocidental a partir da terceira década do século XIX, pautando o debate entre intelectuais, filantropos, militantes políticos, sobre o fenômeno do pauperismo absoluto ao qual estavam submetidas as massas trabalhadoras, num contexto histórico marcado pela consolidação do capitalismo em face dos processos de industrialização e urbanização que vinham se sucedendo desde o século XVIII (NETTO; BRAZ, 2006, p. 139; NETTO, 2011, p. 153).] 
As desigualdades sociais advindas do capitalismo dão se o nome de questão social que para minimizar esses problemas o Estado implementa políticas sociais para manter a ordem burguesa, que são executadas pelos assistentes sociais. Na contemporaneidade a questão social intensifica os problemas sociais, políticos e econômicos advindos da crise estrutural do capital, na qual as políticas sociais são focalizadas, seletivas e pontuais. 
Com a exploração do trabalho assalariado, quanto mais capital é acumulado, mais forte se torna esta lógica e a capacidade de acumulação. Quanto mais se acumula capital nas mãos de poucos, mais pessoas são forçadas a vender sua força de trabalho para estes a fim de sobreviver. Dessa maneira, quanto mais trabalha valorizando o capital do capitalista, mais o trabalhador gera uma força estranha a ele que se fortalece e o domina com correntes ainda mais opressoras. Quanto mais trabalha, mais separado da propriedade dos meios de produção se encontra o trabalhador, perpetuando-se na sua condição de explorado. Outros tantos, por sua vez, serão excluídos completamente do processo produtivo e jogados na completa miséria. 
Para Lira (2007, p. 42), “a cana-de-açúcar foi à primeira atividade econômica praticada em grande escala, nos períodos colonial, imperial e republicano”. Consequentemente essa foi à atividade laboral: Na lavoura de cana e nas moendas dos engenhos em que, esses trabalhadores “livres” trabalhavam de sol a sol em situações desumanas e degradantes só folgavam aos domingos e dias santos, ou seja, o trabalhador produzia a riqueza e os senhores se apropriavam dessa riqueza por serem os donos dos meios de produção. O que mais chama a atenção é que esses trabalhadores eram monitorados, controlados, ameaçados e humilhados de todas as formas pela burguesia agraria que controlava toda sociedade na economia e na política de Alagoas, a forma de contratar os trabalhadores eram bastante rígidas e tinham seus critérios, ou seja, só podiam morar nas propriedades dos senhores, se o trabalhador fosse chefe de família, caso contrário, moravam em galpões insalubres. 
	Para Sant`Ana (2012), a classe trabalhadora ao longo dos tempos tem a sua força de trabalho explorada das mais variadas formas pelo capitalista, e no setor sucroalcooleiro não é diferente, os trabalhadores tem uma jornada de trabalho extensa, e o seu salário é pago pela produção ou pelo volume de cana que eles cortam chegando a cortar de 10 a 12 toneladas por dia, e como consequência do trabalho braçal e repetitivo, câimbras, tendinites, dores fortes no corpo, entre outros.
É inegável, porém, que a sociedade burguesa favorece majoritariamente o processo de acumulação, onde a riqueza é concentrada nas mãos de poucos. Pois, “a produção capitalista não é apenas produção de mercadoria, é essencialmente produção de mais-valia. O trabalhador produz não para si, mas para o capital” (MARX, 2013, p. 578), portanto, esta é a forma assumida pelo trabalho excedente na produção capitalista, ou seja, um trabalho assalariado, alienado, em que o trabalhador não se reconhece no produto que ele mesmo produziu.
Compreende-se, assim que o modo de produção capitalista (MPC) refere-se ao ordenamento social em que os produtores diretos foram despojados dos meios de produção, e obrigados a vender sua força de trabalho que é transformada em mera mercadoria ao capitalista, que os emprega, recebendo um salário em troca, e tendo parte de seu trabalho, a mais-valia[footnoteRef:4] expropriada, alienada, explorada, pelo capitalista (LESSA; TONET, 2008). E sua essência é baseada na exploração do homem pelo homem através da produção da mais-valia, onde a burguesia se apropria da mercadoria força de trabalho do trabalhador. [4: Para Marx em O Capital, mais-valia: é a extensão da jornada de trabalho além do ponto em que o trabalhador teria produzido apenas um equivalente do valor de sua força de trabalho, acompanhada da apropriação desse mais-trabalho pelo capital (p. 578). ] 
É inegável, porém, que a sociedade burguesa favorece majoritariamente o processo de acumulação, onde a riqueza é concentrada nas mãos de poucos. Pois, “a produção capitalista não é apenas produção de mercadoria, é essencialmente produção de mais-valia. O trabalhador produz não para si, mas para o capital” (MARX, 2013, p. 578), portanto, esta é a forma assumida pelo trabalho excedente na produção capitalista, ou seja, um trabalho assalariado, alienado, em que o trabalhador não se reconhece no produto que ele mesmo produziu.
Compreende-se assim que nesses períodos históricos a cana-de- açúcar se expandiu nas províncias alagoanasao ponto de no início do século XX, Alagoas ter alcançado um número de 360 engenhos (LIRA, 2007). “Para isso, usou quatro modalidades de trabalho: O trabalhador morador, o trabalhador sitiante, o pequeno produtor e o fornecedor de cana” (LIRA, 2007, p. 43). 
Segundo Neves e Silva (2008) os grandes proprietários produtores de cana cultivada nos vales úmidos da região, que era mais propício para cultivá-la. Os tabuleiros eram considerados terras improdutivas para os grandes, eram terras livres ou terras não ocupadas, ou seja, eram consideradas genericamente terras improdutivas pelos grandes proprietários, eles eram classificados pelos pequenos produtores segundo o uso a que se prestavam. Dentro dos tabuleiros as chãs, parcelas localizadas nas proximidades das grotas, eram as preferidas para o cultivo, por contarem com água em maior quantidade. Os pequenos produtores estavam principalmente nas terras altas (chãs). 
No sítio eram realizados alguns cultivos (milho, feijão, etc.) de pequenos produtores individuais, era composto casa/roçado, pertencente a um pequeno produtor, como o conjunto dessas unidades, agrupando, em consequência, vários pequenos produtores. Alguns desses sítios contavam até com pequeno comércio e igrejas e chegaram a adquirir status de povoado. Nos limites de sua propriedade o senhor de engenho controlava o acesso à terra de forma direta, os pequenos produtores que estavam instalados fora dos limites de suas propriedades, o controle da terra já não dizia respeito a um senhor de engenho, mas a vários que passavam as disputar a terra para expandir os limites de sua influência (NEVES E SILVA, 2008).
Segundo Diegues Junior (2012), os moradores eram homens livres, ex- escravos que prestavam serviços ao dono de engenho nas terras cedidas pelos senhores. Esses homens podiam construir suas casas para morar e plantavam roças, mais em troca pagavam uma renda por essa condição. Plantavam gêneros alimentícios. Ao morador não era necessariamente plantar cana, mas ele tinha quer dar alguns dias de serviços para o dono da terra, na lavoura da cana de açúcar. “Com a abolição, muitos dos antigos escravos se vão transformarem moradores” (Diegues Junior, 2012, p. 103).
O povo dos sítios (sitiantes) que, por intermédio das feiras, contribuía para o abastecimento do engenho com os bens que produziam e o engenho consumia. Alguns pequenos produtores também possuíam outro tipo de relação com o senhor de engenho, os que dispunham de menores recursos, abasteciam o engenho com a força de trabalho eventual de que este pudesse vir a precisar, sobretudo na época da safra (NEVES e SILVA, 2008). Essa situação abre espaço para uma maior dependência do trabalhador rural - morador e sitiante, ex-escravo, trabalhador sem terra - em relação ao proprietário da terra – latifundiários e usineiros. Amplia-se as formas de exploração e posteriormente possibilita o trabalho análogo a escravo.
	Conforme Sant`Ana (2012), o trabalhador do setor canavieiro possui baixa escolaridade, pelo fato de começarem a trabalhar no corte da cana ainda quando eram crianças, e por isso não tiveram acesso à educação. São trabalhadores desqualificados, pois durante sua vida desenvolveu apenas uma atividade que é o corte da cana, e com isso os mesmos permanecem na condição de assalariado e a única atividade laborativa que irão exercer durante sua vida é no corte da cana. 
Alguns pequenos produtores se tornavam moradores. O morador foreiro, residindo dentro da propriedade do senhor do engenho, gozava de uma situação diferenciada em relação ao restante dos moradores (moradores de condição). O pequeno produtor que plantava cana nos engenhos era denominado localmente lavrador. Recebia a semente das mãos do proprietário e todo o processo de trabalho era realizado por ele e sua família. A cana colhida era moída no engenho, uma porcentagem dela ficava para o proprietário como contrapartida pela cessão da terra e pela moenda e o restante era do lavrador (NEVES e SILVA, 2008).
No início nos anos 1950, a partir dessa década se produz a “descoberta” da produtividade dos tabuleiros existentes na área, mediante a introdução de fertilizantes químicos. Esse processo desencadeia a ocupação dos tabuleiros pelo cultivo da cana. Foram concedidos financiamentos para tornar viável a compra de terras, assim como para aquisição de insumos químicos. Esses financiamentos foram feitos a juros baixos, em longo prazo e com isenção de correção monetária, o alto custo dos insumos químicos tornava inviável para ao moradores/sitiantes adquirirem para utilizarem na terra (NEVES e SILVA, 2008).
Os pequenos produtores que moravam nos arredores das usinas foram obrigados a saírem dessas terras, esses trabalhadores ficaram sem terras para plantar e sem casas para morar, porque os donos das usinas avançavam com as plantações de cana-de-açúcar, com esse acontecimento. Lira (2007) afirma que esses trabalhadores expulsos tornaram-se os primeiros trabalhadores rurais desprovidos da propriedade da terra e foram morar nos bairros pobres em vilas da cidade e dessa forma acarretou o crescimento do número de trabalhadores temporários sem vínculos empregatícios com as usinas e com essa nova forma o cortador de cana recebe seu salário por produção. Assim se intensifica ainda mais a exploração sobre condições degradantes ao trabalhador no setor canavieiro.
	De acordo com Amaral (2010), o setor sucroalcooleiro é uma das maiores fontes de renda do Estado de Alagoas. As usinas surgiram a partir das transformações de engenhos, passando de pequenas propriedades para a grande indústria. A riqueza produzida é má distribuída, o que torna Alagoas em um estado bastante pobre, com problemas socioeconômicos em todos os setores. Essa situação estimula a migração de inúmeros alagoanos para outros estados brasileiros, por falta de trabalho e por condições precárias de vida. 
	Se os posseiros que tivessem escrituras das terras que usufruem se tornam legalmente detentor da mesma, mas no passado a ausência desse documento facilitou a perca da terra que ocupavam, com isso venderam as terras pressionados pelos grandes proprietários, que não conseguiram provar a posse exigida para se beneficiar de usucapião[footnoteRef:5]. Proprietários o título de propriedade mediante escritura pública. Por um processo legal, os grandes proprietários legitimaram a aquisição de terras. [5: Conforme estabelece o Código Civil no art. 150 do Livro III, Título III, Da propriedade, seção IV o usucapião é um modo de adquirir a propriedade de um imóvel pela posse pacífica e ininterrupta durante um prazo que, no caso estudado, é de vinte anos.] 
Como desdobramento desse processo, os poucos posseiros que conseguiram resistir à venda e, portanto, ainda detêm suas posses, dispõem, atualmente, da documentação legal pertinente. Alguns pequenos produtores venderam as parcelas de cultivo e permaneceram apenas com a casa que residiam. E os que permaneceram com parte da terra e resistiram à venda foram cercados pelas grandes propriedades, em alguns casos fecharam a entrada de suas propriedades e em outros as novas propriedades invadiram paulatinamente parte de suas terras. 
 Embora no início do século XX Alagoas pressupunha modernidade, a economia alagoana ainda apresentava traços tipicamente arcaicos que lembra a colônia e a escravidão. Lessa (2012) cita que o capitalismo alagoano apresenta as mesmas características do capitalismo brasileiro e nordestino, porém apresenta particularidades específicas que só aconteceram em Alagoas, que para compreender melhor é necessário ter um sentido mais apurado sobre a história do Brasil e compreender as particularidades referentes ao capitalismo alagoano. 
O que mais chama atenção é que esses trabalhadores eram monitorados, controlados, ameaçados e humilhados de todas as formas pela burguesia agrária que controlava toda sociedade na economia e na política de Alagoas, a forma de contratar os trabalhadores eram bastante rígidas e tinham seus critérios, ou seja, só podiam morar nas propriedades dos senhores,se o trabalhador fosse chefe de família, caso contrário, moravam em galpões insalubres (LIRA, 2007). 
 De acordo com Resende (2008), não houve mudança para os libertos, e sessenta e cinco anos depois à Lei Áurea, a burguesia continuava com os mesmos estigmas da cor, de desigualdade social e negação de direitos de cidadania, contudo eram excluídos da sociedade e essa herança perdura até nossa contemporaneidade. “Com a transformação de alguns engenhos em usinas, mudou também a relação de produção e de trabalho.” (LIRA, 2007, p.46). 
Compreende-se, assim, que isso se dá com a tecnologia e a chegada tardia da revolução industrial na produção açucareira em Alagoas. E com essa transformação de relação na produção, o cortador de cana passa a não ter vínculo direto com o dono da usina e passa a ter uma relação com o empreiteiro, e agora trabalham por produção (Lira, 2007). Conforme relata o autor, todos os pequenos produtores que moravam nos arredores das usinas foram obrigados a saírem dessas terras, esses trabalhadores ficaram sem terras para plantar e sem casas para morar, porque os donos das usinas avançavam com as plantações de cana-de-açúcar, com esse acontecimento.
 Lira (2007) afirma que esses trabalhadores expulsos tornaram-se os primeiros trabalhadores rurais desprovidos da propriedade da terra, e foram morar nos bairros pobres em vilas da cidade. E dessa forma acarretou o crescimento do número de trabalhadores temporários, sem vínculos empregatícios com as usinas, e com essa nova forma o cortador de cana recebe seu salário por produção. Assim se intensifica ainda mais a exploração sobre condições degradantes ao trabalhador no setor canavieiro. Como consequência do trabalho braçal e repetitivo, câimbras, tendinites, dores fortes no corpo, entre outros (SANT’ANA, 2012).
Com as queimadas no período da moagem e com a grande quantidade de fumaça que se espalha no plantio, somada ao sol escaldante, as roupas muito fechadas, as botas que acabam aquecendo ainda mais, cabeças cobertas, os trabalhadores ficam mais exaustos e acabam se desidratando pela grande temperatura apresentada, gerando mal estar e outros problemas de saúde (SANT’ANA 2012).
Segundo Lopes (1978), era necessário que os operários da usina que trabalhavam com carteira assinada, residissem próximo ou mesmo ao lado da fábrica, pois das exaustivas 12 ou até mais horas, o operário fica submetido durante seu descanso a ser chamado urgentemente para realizar serviços nas oficinas ou com quebra de alguma máquina. Isso ocasionava um desgaste físico muito intenso ao trabalhador e desse modo eram vigiados e monitorados o tempo todo, tanto que conseguem reconhecer seu cativeiro.
Os trabalhadores inseridos no setor sucroalcooleiro produzem a riqueza material e trabalham sobre condições precárias e subumanas, expostos ao sol, a forte calor e acidentes durante o exercício de sua atividade laborativa. O trabalhador produz a riqueza e o capitalista se apropria dela, por ser detentor dos meios de produção. O desgaste físico e repetitivo sob o sol forte e calor intenso ocasiona o adoecimento desse trabalhador. Sem contar que trabalham expostos a riscos de acidentes, muitos são vítimas de cortes profundos, e por conta do cansaço por causa do esforço físico na atividade laborativa se tornam passivos a acidentes mais graves (SANT’ANA, 2012).
Conforme Lira (2007), a exploração ao trabalhador também acontece no barracão onde os trabalhadores fazem suas compras semanais de alimentos para sua subsistência e de sua família, onde os preços são absolutamente abusivos, isso faz com que o salário seja para pagar parte da dívida no barracão, essa dívida contraída com o dono do barracão faz com que o trabalhador continue trabalhando para aquela usina, já que o empreiteiro é o homem de confiança do usineiro. 
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