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Urupes--Monteiro-Lobato

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Urupês – Monteiro Lobato
Análise
“Urupês”, obra publicada originalmente em 1918, reúne ao todo 14 contos de Monteiro Lobato. Segundo o prefácio da 2a. Edição do livro, esta obra surgiu do artigo “Velha praga”, publicado originalmente no jornal O Estado de São Paulo no ano de 1914 .
Recebeu uma fazenda de herança em época de seca e para piorar ele ficava irritado com as queimadas provocadas pelos caboclos. Esses fatos fizeram com que ele escrevesse “Velha Praga” e pela escrita que impressionava, ele ainda escreveu para o mesmo jornal, outros 13 contos.
Os contos de Urupês têm como cenário cidades interioranas de São Paulo – todas sintetizadas em localidade fictícia: Itaoca.
Pelo moralismo empregado, para Lobato, a literatura não podia apenas deleitar; era fundamental extrair dela uma utilidade didática, um aprendizado existencial.
Importância do livro
Monteiro Lobato pertence a uma geração de escritores dispostos a pensar a realidade brasileira de maneira crítica, como Euclides da Cunha, Lima Barreto e Graça Aranha. Urupês é um exemplo bastante significativo dessa atuação, no terreno da prosa de ficção. Os narradores dos contos se colocam como típicos contadores de causos, dos quais buscam extrair algumas lições.
Urupês – O conto
Aqui, Monteiro Lobato personifica a figura do caboclo, criando o famoso personagem Jeca Tatu, apelidado de urupê (uma espécie de fungo parasita). 
Vive "e vegeta de cócoras", à base da lei do menor esforço, alimentando-se e curando-se daquilo que a natureza lhe dá, alheio a tudo o que se passa no mundo, menos do ato de votar. Representa a ignorância e o atraso do homem do campo.
Os faroleiros
- O narrador, em meio a um bate-papo, propõe-se a contar uma história surpreendente. Relata que, seduzido pelo ar solitário e isolado de um farol, consegue realizar seu sonho passando uns dias nesse local. É quando conhece duas figuras misteriosas que não se conversam: Gerebita e Cabrea. 
O primeiro defende a ideia, insistentemente confessada para o narrador, de que o segundo está louco. Pergunta então se seria crime se defender de um ataque de um maluco matando-o. 
É uma premonição, além de deixar nas entrelinhas que o que está para ocorrer tinha sido premeditado. Pouco depois, os dois mergulham num duelo sangrento, em que Gerebita consegue matar o seu oponente com dentadas na jugular. Quando o narrador abandona o farol, massacrado por experiências tão carregadas, toma conhecimento dos motivos que levaram a essa tragédia. 
Gerebita fora casado com uma mulher chamada Maria Rita, que o trocou por Cabrea, que também é trocado por outro homem.
Tempos depois o destino fez com que os dois fossem nomeados para trabalhar no mesmo farol, passando a estabelecer uma convivência de tensão surda. 
Não se deve perder de vista que este conto foge ao padrão de Monteiro Lobato, já que não é regionalista. Passa-se no litoral, ou seja, bem longe do seu conhecido Vale do Paraíba.
O mata-pau
Dois homens conversam na mata sobre uma planta chamada mata-pau, que cresce e mata todas as outras árvores ao seu redor. O assunto termina no trágico caso de um próspero casal, Elesbão e Rosinha, que encontram um bebê em suas terras e resolvem adotá-lo. Crescido o menino, se envolve com a mãe e mata o pai. Com os negócios paternos em ruina, resolve vende-los, o que vai contra os gostos da mãe-esposa.
Bucolica
Andando pelos pequenos vilarejos e sítios interioranos, o narrador fica sabendo da trágica história da morte da filha de Pedro Sua, que morreu de sede. Aleijada e odiada pela mãe, a filha adoeceu e, ardendo em febre numa noite, gritava por água. A mãe não lhe atendeu, e a filha foi encontrada morta na cozinha, perto do pote de água, para onde se arrastou.
Bocatorta
Na fazenda do Atoleiro, vivia a família do major Zé Lucas. Nas matas da fazenda, havia um negro com a cara defeituosa com fama de monstro: Bocatorta. Cristina, filha do major, morre justamente alguns dias depois de ter ido com o pai ver a tal criatura. Seu noivo, Eduardo, não agüenta a tristeza e vai até o cemitério chorar a morte da amada. Encontra Bocatorta desenterrando a moça. Volta correndo e, junto a um grupo de homens da fazenda, sai em perseguição a Bocatorta. Esse, em fuga, morre ao passar num atoleiro, depois de ter dado o seu único beijo na vida.

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