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3 estudo dirigido - Gabrielli

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1) Defina Ensaios Biológicos e para que são utilizados. 
 
Por definição, um ensaio biológico, também chamado de bioensaio, são 
experimentos que são realizados com o objetivo de realizar uma estimativa da 
potência e concentração de um fármaco a partir da grandeza e extensão do efeito 
que ele produz. Esses ensaios são utilizados para diversas medições, dentre elas a 
medição da toxicidade (e efeitos indesejados), a medição da atividade biológica, de 
forma que eles são muito utilizados para mensurar os efeitos no uso clínico, sendo 
que esses testes são essenciais no âmbito do desenvolvimento de novas drogas. 
 
 
2) Cite alguns exemplos de aplicação dos ensaios biológicos. 
 
Como dito anteriormente, os ensaios biológicos podem ser utilizados para verificar a 
atividade e performance biológica de substâncias consideradas novas, e também de 
substâncias consideradas indefinidas; testes para verificar o nível de toxicidade e 
efeitos indesejáveis dos princípios ativos. Portanto podemos citar como exemplo 
testes para descobrir hormônios e mediadores e como eles podem atuar em níveis 
clínicos, a exemplo do teste da determinação da propriedade dos extratos da 
neuro-hipófise de causar aumento na pressão arterial 
 
3) Por que as substâncias são submetidas a ensaios biológicos e 
quais níveis organizacionais biológicos e tipos de medidas 
farmacológicas são empregados? 
 
Além dos fatores supracitados, é de grande importância que as substâncias 
farmacológicas sejam submetidas a tais ensaios biológicos para que possamos 
calcular os seus efeitos quanto ao uso clínico, objetivando a melhora desses efeitos 
para os pacientes afetados pelos efeitos de doenças. Dessa forma, no que tange 
aos níveis organizacionais biológicos, podemos dizer que esses testes passam 
pelas esferas laboratorial, clínica e socioeconômicas. Sendo assim, em relação aos 
métodos laboratoriais, podemos dizer que estes passam pelos âmbitos moleculares, 
em que é avaliado a ação do fármaco a nível molecular, como interação, afinidade, 
eficácia, dentre outros; de forma que estes testes vão progredindo para níveis mais 
complexos, ultrapassando níveis como células, tecidos, órgãos e sistemas 
fisiológicos, de modo que todos estes possuem sua avaliação em função da 
eficiência e intensidade da resposta destas substâncias a suas devidas estruturas 
testadas. Quanto à esfera do nível clínico, pode-se afirmar que ela é feita à nivel de 
indivíduo, podendo estes fármacos ser utilizados primeiramente em indivíduos 
sadios e posteriormente em indivíduos portadores da doença que deseja-se tratar, 
nesta segunda fase também pode-se testar a melhor forma que o medicamento 
poderá apresentar, a fim de otimizar a sua utilização nos indíviduos. Por fim, temos 
a esfera populacional e familiar, que leva em consideração tanto as questões 
socioeconômicas, como por exemplo se o custo de produção deste fármaco é viável 
e acessível, assim como as questões de proximidade genética, e como essa 
questão irá afetar nas respostas biológicas. Após esses testes, pode-se quantificar 
se esse fármaco é qualificado para a comercialização 
 
4) Quais os princípios gerais dos ensaios biológicos e por que 
são necessários? 
 
Dentre os princípios dos ensaios biológicos podemos enfatizar o uso de padrões, 
uma vez que tais ensaios são planejados com a finalidade de fazer a mensuração 
da potência de duas substâncias, dessa forma, necessita-se de um padrão, como 
meio de contraste, pois geralmente, uma dessas substâncias é desconhecida. Outro 
princípio é relativo ao planejamento destes ensaios, haja vista que tais 
planejamentos devem ter como objetivo minimizar a variação, evitar os erros 
sistemáticos resultantes da variação e estimar os limites de erros dos resultados 
obtidos, haja vista que as variações biológicas são uns dos principais problemas dos 
ensaios biológicos. 
 
 
5) Qual importante parâmetro farmacocinético é possível 
estabelecer a partir de uma curva dose-resposta após ensaio 
biológico? 
 
A partir da formulação da curva dose-resposta pode-se mensurar a potência de um 
fármaco, haja vista que o fármaco que possuir maior resposta com maior 
concentração será aquele que é mais potente. Sendo assim. Essa potência é 
representada a partir da localização dessa curva no gráfico. Além disso, a partir 
desse gráfico podemos fazer a medição da eficácia máxima que esse fármaco pode 
atingir. Portanto, podemos com essa curva determinar qual a dose necessária do 
fármaco para atingir a resposta desejada. 
 
 
6) Quais são os aspectos necessários a um modelo animal de 
doença? 
 
Para que um animal possa ser utilizado ele deve apresentar algumas 
características, como por exemplo a doença que este animal deve apresentar deve 
ter fenótipo fisiopatológico semelhante ao da doença estudada (chamado de 
validade de apresentação), assim como também deveremos ter similaridades 
quanto às causas e à resposta ao tratamento (validade de construção e validade 
preditiva), ou seja, esses animais quando expostos a um fármaco e a um patógeno 
devem reagir de forma semelhante, haja vista que se as causas desses patógenos 
forem diferentes pode-se interferir na resposta ao fármaco. Sendo assim, deve-se 
enfatizar que caso a doença estudada seja em animais é possível, em muitos casos, 
utilizar essa mesma espécie animal para estudo, ou seja, a espécie alvo 
 
7) Cite as características de um modelo animal de doença. 
 
Dentre as características de modelos animais de doenças podemos citar a 
disponibilidade de vasto material genético, a facilidade para obter e manipular esses 
animais, uma vez que dificuldades nessa manipulação poderiam dificultar o 
andamento desse estudo, além de que com um número maior de animais pode-se 
obter uma maior precisão no resultado. Além disso, esses animais devem ter como 
características a facilidade de manipulação, manutenção, observação e também 
devem ter ciclos vitais curtos, haja vista que, um animal que apresenta tais 
características irá consequentemente facilitar o processo do estudo, uma vez que 
este poderá ser feito de uma forma mais rápida e com menos custos. Podemos 
ainda citar a possibilidade de padronização genética e ambiental, além da 
possibilidade da realização de transporte e da indução de vários processos. Sendo 
assim, diante dessas características pode-se viabilizar e possibilitar os processos do 
estudo. 
 
 
8) Diferencie modelo animal de doença genético e transgênico. 
Cite como podem ser empregados. 
 
Nos modelos animal genético o animal sofre uma mudança artificial no próprio 
material genético, ou na função do próprio material genético. Em contrapartida os 
modelo de animal de doença transgênico são produzidos através de indução de 
mutações nas células germinativas, sendo que essa transgenicidade é realizada 
através da introdução de uma material genético de uma espécie diferente nesse 
animal. Sendo assim, essas induções de mutações nos animais podem fazer com 
que um gene existente seja inativado. 
 
9) Cite exemplos de modelos animais de doenças. 
 
Muitos animais podem ser utilizados como meios de estudo para a utilização de 
fármacos, podemos então classificá-los como convencionais,como os animais de 
laboratório, e os não convencionais, como os animais domésticos e os silvestres. 
Isto posto, podemos citar como exemplo de animais utilizados os furões, ratos, 
hamsters primatas, cães, camundongos, dentre outros. No que tange às aplicações 
práticas, um exemplo é o dos camundongos transgênicos, que por sua vez 
superexpressam proteínas, que fazem parte do mecanismo da doença de 
alzheimer, de forma mutante, e com isso, tais animais, ao desenvolverem as lesões 
e alterações cognitivas similares à doença de alzheimer,e auxiliam os 
pesquisadores na busca de novas terapias 
 
 
10) Defina ensaio clínico e para que são utilizados. 
 
O ensaio clínico é um tipo de ensaio biológico, que possui como objetivo a avaliação 
da eficácia de um determinado fármaco, sendo esta avaliação feita por meio de 
comparação com um fármaco ou procedimento padrão, ou seja, que já é 
reconhecido. Sendo assim, através desse teste, pretende-se descobrir os efeitos 
adversos que o fármaco pode causar, assim como avaliar o seu efeito. Dessa forma, 
por meio de um estudo controlado, em que foi avaliado a segurança desse 
medicamento, pode-se determinar se o produto em questão pode ou não ser 
autorizado para a comercialização, além da melhor forma de tratamento para os 
futuros pacientes. 
 
 
11) Quais são os principais tipos de ensaios clínicos? 
 
Os ensaios clínicos podem ser divididos em controlados e não controlados, 
de forma que o primeiro está relacionado ao controle de determinadas 
variáveis, com o objetivo de identificar a relação entre elas, sendo assim 
dentre os testes controlados, pode-se dizer que existem as formas 
randomizada e não randomizada, em que a primeira está relacionada à 
aleatoriedade, ou seja, os grupos escolhidos de forma aleatória. Pode-se 
ainda afirmar que, dentro do grupo randomizado, esses testes podem ser do 
tipo cego ou aberto; no modo cego, os envolvidos no teste, podendo ser o 
examinado e o examinador não sabem o que está sendo utilizado (duplo 
cego), ou apenas uma das partes sabem o que está sendo utilizado 
(mono-cego), enquanto que no tipo aberto ambas as partes possuem ciência 
do que está sendo utilizado. 
 
 
12) Quais tipos de erros podem acontecer durante um ensaio 
clínico? 
 
No que tange às questões de erros durante um ensaio clínico podemos dizer que 
podem ocorrer dois tipos de erros, sendo que o primeiro está relacionado a uma 
conclusão errônea de que um determinado fármaco X possui desempenho melhor 
do que um fármaco Y, devido a uma diferença que se obteve ao acaso. O segundo 
erro que pode ocorrer é a conclusão errônea de que um determinado fármaco X não 
é melhor que um fármaco Y, uma vez que não observou-se diferenças. Sendo 
assim, um bom meio de evitar tal tipo de erro é aumentando o tamanho da amostra, 
haja vista que o pesquisador terá uma gama maior de resultados, e por conseguinte, 
minimizando as chances de esses erros acontecerem por acaso. 
 
13) Quais medidas podem ser obtidas como resultado de um 
ensaio clínico? 
 
Para avaliar-se a eficácia terapêutica das substâncias pode-se combinar 
escalas como qualidade de vida (quando relacionada à saúde) com 
mensurações da expectativa de vida, e isso é muito importante na medida em 
que ao realizar um ensaio clínico devemos decidir quais os resultados que 
serão mensurados. Dessa forma, a mensuração dos benefícios das 
substâncias nos pacientes pode durar anos,e assim, os efeitos fisiológicos, a 
exemplo dos testes de pressão sanguínea e função hepática são muito 
utilizados como medidas de resultados dos ensaios , além disso, podemos 
citar outras medidas, como medidas de qualidade de vida, resultados no 
longo prazo, a exemplo da sobrevida, e por fim, podemos destacar as 
avaliações subjetivas, como o alívio da dor. 
 
14) Como é calculado o índice terapêutico e para qual 
finalidade o usamos? 
 
O índice terapêutico tem como finalidade fornecer uma margem de segurança 
de um determinado princípio ativo, sendo assim ele é calculado a partir da 
razão entre a dose letal para metade da população e a dose eficaz em 
metade da população. Sendo assim, devemos ressaltar que deve-se tomar 
precaução quanto a esse tipo de cálculo, haja vista que essa medida de dose 
letal em metade da população não reflete a ocorrência e incidência de efeitos 
adversos com o uso desse fármaco. Além disso, as medidas de eficácia e 
toxicidade podem variar muito de indivíduo para indivíduo, de forma que tais 
diferenças tornam o fármaco menos previsível 
 
 
 
 
 
15) Descreva as fases de um ensaio clínico, evidenciando seus 
objetivos. 
 
Anteriormente às fases do ensaio clínico temos as fases de desenvolvimento de 
uma molécula e a fase pré-clínica, em que os experimentos são realizados em 
animais e in vitro. Quanto aos ensaios clínicos pode-se afirmar que ele é dividido em 
fases distintas, de modo que a primeira caracteriza-se por uma fase de segurança, 
em que os voluntários geralmente são constituídos de pessoas saudáveis, sendo 
que esta fase possui como objetivo a avaliação da segurança desse novo fármaco, 
através da mensuração dos efeitos adversos causados por tal substância. Em 
relação à segunda fase, pode-se afirmar que ela é uma fase que objetiva a 
mensuração da eficácia dos fármacos de modo que nesta etapa, são utilizados um 
número maior de voluntários, que por sua vez, são portadores da doença a qual a 
substância deve fazer o seu efeito, dessa forma, faz-se a comparação com outras 
substâncias já utilizadas, além de testar-se a melhor forma que o fármaco poderá 
ser utilizado. Após essas duas fases, chega-se a terceira etapa, que por sua vez é 
realizada em centros de pesquisas, nessa etapa objetiva-se estudar os efeitos 
adversos deste fármaco em longo prazo, e a sua eficácia quanto a sua associação 
com outros fármacos, e para realizar este estudo, é utilizado um número expressivo 
de voluntários e tal pesquisa pode durar anos. Por fim, após o medicamento ser 
aprovado pelos órgãos reguladores, chega-se a quarta, e última, fase, que é a etapa 
da pós comercialização, em que após a aprovação pela anvisa, os medicamentos 
devem seguir para o mercado, porém, apesar de já estarem disponíveis para a 
venda ainda continuam a serem monitorados.

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