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e-Book 4
Geisa Paulette
CONTABILIDADE 
E PLANEJAMENTO 
TRIBUTÁRIO
Sumário
INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3
IRPJ: LUCRO REAL ����������������������������������������� 4
Cálculos e contabilização do IRPJ – Imposto de Renda 
Pessoa Jurídica para o Lucro Real �������������������������������������� 4
Cálculos e contabilização da CSLL – Contribuição 
Social sobre o Lucro Líquido para o Lucro Real ���������������� 16
Aproveitamento de créditos fiscais no planejamento 
tributário ������������������������������������������������������������������������������ 23
Cálculos do Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro 
Real: comparação e identificação de qual o regime 
é o mais adequado, conforme as características da 
entidade ������������������������������������������������������������������������������� 25
CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & 
CONSULTADAS ��������������������������������������������30
3
INTRODUÇÃO
Neste módulo, você aprenderá sobre o cálculo, 
a contabilização e as regras do regime tributário 
Lucro Real�
Trataremos as possibilidades de aproveitamento 
de créditos no planejamento tributário, assim 
como para definir a melhor opção de tributação 
para a empresa, visualizando cálculos práticos 
dos regimes tributários.
44
IRPJ: LUCRO REAL
CÁLCULOS E CONTABILIZAÇÃO 
DO IRPJ – IMPOSTO DE RENDA 
PESSOA JURÍDICA PARA O LUCRO 
REAL
O Lucro Real é uma das opções de cálculos do IRPJ 
e CSLL� Sua estrutura de cálculo é bem mais com-
plexa, pois necessita de contabilidade atualizada e 
assim que o lucro contábil é definido, a apuração 
é feita com adições e exclusões, como citado no 
Regulamento do Imposto de Renda.
O Imposto de Renda pode ser determinado por 
meio de apurações trimestrais, encerradas em 
31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 
de dezembro�
A apuração também poderá ser realizada por meio 
de cálculos anuais, encerrados em 31 de dezembro, 
sendo que o pagamento poderá ser feito de forma 
mensal, denominado recolhimento por estimativa.
Neste último modelo, a apuração é feita de forma 
cumulativa, mês a mês, e os valores recolhidos são 
abatidos do valor a recolher da próxima apuração.
A alíquota do IR é de 15% e o Adicional é de 10%, 
a qual incidirá sobre o que exceder R$ 20�000,00 
por mês da base de cálculo�
55
O Decreto nº 9.580/2018, denominado Regulamen-
to do Imposto de Renda, define como Adições e 
Exclusões ao Lucro Líquido Contábil�
Acesse o site para conhecer o Regulamento do Im-
posto de Renda na íntegra:http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Decreto/D9580.htm 
Para facilitar o entendimento, vamos destacar 
algumas adições ao lucro líquido:
I – custos, despesas, encargos, perdas, provisões, 
participações e quaisquer outros valores lançados 
como despesas que não sejam dedutíveis ao lucro 
real; e
II – resultados, rendimentos, receitas e quaisquer 
outros valores de receitas não incluídas na apuração 
do lucro líquido� Podemos incluir aqui também as 
retiradas de lucros não tributadas�
Todas as despesas relacionadas aos sócios, como 
alimentação, hospedagem, deslocamento, deverão 
ser adicionadas ao lucro real�
Outras despesas que deverão ser adicionadas ao 
lucro real são as doações, brindes, perdas nas 
operações de renda variável e Swap, diferença de 
SAIBA MAIS
66
depreciação acelerada e se houver lançamento de 
depreciação maior do que o valor original do bem.
O Regulamento do Imposto de Renda prevê somente 
como despesa de dedutível as provisões de 13º� 
Salário e Férias�
Já para as Exclusões na determinação do lucro 
real podemos destacar:
I – valores de despesas que sejam autorizadas pelo 
Regulamento e que não tenham sido lançadas na 
apuração do lucro líquido do período de apuração;
II – resultados, rendimentos e receitas incluídos 
na apuração do lucro líquido que, de acordo com 
o Regulamento, não sejam computados no lucro 
real, incluindo-se aqui as reversões das provisões 
não dedutíveis; e
III – o prejuízo fiscal apurado em períodos anterio-
res, limitada a compensação a 30% do lucro líquido 
ajustado pelas adições e exclusões previstas no 
Regulamento.
Importante salientar que a pessoa jurídica mante-
nha os livros e os documentos, comprobatórios do 
prejuízo fiscal utilizado para compensação.
Verificamos que são necessárias várias informa-
ções para calcular o IRPJ com base no lucro real, 
e isso faz com que muitas empresas prefiram 
77
pagar via Lucro Presumido. Para ajudar no cálcu-
lo, devemos (obrigatório por lei) utilizar um livro 
especial, denominado LALUR – Livro de Apuração 
do Lucro Real, o qual apresentará o lucro líquido, 
as adições, as exclusões, e o controle de prejuízo 
e lucro acumulados�
Vale lembrar que as empresas optantes pelo Lucro 
Real estão obrigadas a entregar a ECD – Escritu-
ração Contábil Digital, também conhecida como 
SPED Contábil�
O SPED Contábil é a escrita contábil de forma digital, 
responsável por consolidar os livros contábeis, realizando 
assim o seu fechamento. Se houver uma informação 
incorreta, a validação do arquivo não é feita, não sendo, 
portanto, aceito pela Receita Federal� Apresentar os 
dados corretamente no SPED é essencial para envio 
das informações aos órgãos fiscais competentes e até 
mesmo para solicitação de financiamentos bancários 
e empréstimos�
Agora, vamos calcular o IRPJ trimestral.
Utilizaremos o resultado apurado durante os três 
meses do primeiro trimestre:
FIQUE ATENTO
88
Tabela 1: Resultados 1º Trimestre�
Mês L / P Valor
Janeiro Lucro 210�500,00
Fevereiro Prejuízo 75�000,00
Março Lucro 105�200,00
Total Lucro 240�700,00
Fonte: Elaborado pela autora�
Calculando o resultado total (210�500,00 – 75�000,00 
+ 105.200,00) = 240.700,00
Utilizando o balancete encerrado em 31/03, vamos 
retirar as informações de adições e exclusões, que 
serão, hipoteticamente:
Tabela 2: Adições e Exclusões�
Conta Valor A / D
Brindes 2�700,00 Adição
Contribuição Social 15�000,00 Adição
Provisões não 
dedutíveis
5�650,00 Adição
Estorno de 
Provisões
4�750,00 Exclusão
Fonte: Elaborado pela autora
Com base nessas informações, iremos calcular o 
lucro real e apurar o IRPJ�
Tabela 3: Cálculo do Lucro Real trimestral�
Lucro 
Líquido 210�500,00 -75�000,00 105�200,00 240�700,00
(+) Adições Jan Fev Mar Total 23�350,00
Brindes 1�300,00 700,00 700,00 2�700,00
99
Lucro 
Líquido 210�500,00 -75�000,00 105�200,00 240�700,00
Contribui-
ção Social 4�500,00 6�000,00 4�500,00 15�000,00
Provi-
sões não 
dedutíveis
900,00 3�000,00 1�750,00 5�650,00
( - ) 
Exclusões 4�750,00
Estorno de 
Provisões 850,00 900,00 3�000,00 4�750,00
Lucro Real 259�300,00
Fonte: Elaborado pela autora�
IRPJ: 259.300,00 X 15% = 38.895,00
IRPJ Adicional = ((259.300,00 – (20.000,00 * 3)) 
X 10% = 19.930,00
IRPJ Total a Recolher = 38.895,00 + 19.930,00 = 
58�825,00
O vencimento do IRPJ é no último dia útil do mês 
posterior ao trimestre calculado� No nosso exemplo, 
dia 30/04. Pode-se ainda dividir o pagamento em 
até três vezes, sobre o qual ocorrerá incidência de 
multas e juros.
A cada trimestre calculado o IRPJ, todas as contas 
de resultado deverão ser encerradas para que o 
resultado não seja alterado no próximo trimestre.
A contabilização do IRPJ será feita no último dia 
do trimestre calculado�
1010
Data: 31/03/XX
D – Despesa com IRPJ 58�825,00
C – IRPJ a Recolher 58.825,00
Histórico: Provisão de IRPJ referente ao 1º trimestre/XX� 
Agora, vamos calcular o IRPJ anual, utilizando a 
temática Estimativa, para recolhimento do imposto. 
A base passa a ser o resultado mensal, sendo acu-
mulado mês a mês até chegar o mês de dezembro. 
Lembrando que o valor recolhido mensalmente, vai 
abatendo o valor acumulado a recolher.
Tabela 4: Cálculo do Lucro Real Mensal – Janeiro�
Lucro Líquido janeiro 210�500,00
(+) Adições 6�700,00
Brindes – Jan 1�300,00
Contribuição Social – Jan 4�500,00
Provisões não dedutíveis – Jan 900,00
( - ) Exclusões 850,00
Estorno de Provisões 850,00Lucro Real 216�350,00
Fonte: Elaborado pela autora�
IRPJ: 216.350,00 X 15% = 32.452,50
IRPJ Adicional = (216.350,00 – 20.000,00) X 10% 
= 19.635,00
IRPJ Total a Recolher = 32.452,50 + 19.635,00 = 
52�085,50
1111
Nesse caso, o vencimento é para o último dia útil 
de fevereiro�
A contabilização do IRPJ será feita no último dia 
de janeiro.
Data: 31/01/XX
D – IRPJ Estimativa (Ativo Circulante) 52.085,50
C – IRPJ a Recolher (Passivo Circulante) 52.085,50
Histórico: Provisão de IRPJ referente ao mês de janeiro/XX. 
Percebemos que a única coisa que mudou no cál-
culo foi que utilizamos o valor apurado em janeiro, 
ao invés do trimestral�
Assim que ocorrer o pagamento, basta creditar 
a conta banco e debitar a conta IRPJ a Recolher.
Porém, a partir do mês de fevereiro, utilizaremos 
os valores acumulados de janeiro e fevereiro e 
para o pagamento será abatido o valor calculado 
no mês anterior�
Não utilizamos contas de resultado para contabilizar 
o valor de IRPJ, para não interferir na apuração do 
lucro ou prejuízo do próximo mês. E as contas de 
resultado só serão zeradas ao final do ano, após 
o cálculo de IRPJ e CSLL em dezembro�
Conforme exemplo acima, tivemos prejuízo no 
mês de fevereiro� Então, o resultado será menor:
1212
Tabela 5: Cálculo do Lucro Real Mensal – janeiro e fevereiro.
Lucro Líquido Jan 
e Fev
135�500,00
(+) Adições 16�400,00
Brindes – Jan e 
Fev 
2�000,00
Contribuição Social 
– Jan e Fev
10�500,00
Provisões não 
dedutíveis – Jan 
e Fev
3�900,00
( - ) Exclusões 1�750,00
Estorno de 
Provisões
1�750,00
Lucro Real 148�150,00
Fonte: Elaborado pela autora
IRPJ: 148.150,00 X 15% = 22.222,50
IRPJ Adicional = (148.150,00 – (20.000,00 X 2)) X 
10% = 10.815,00
IRPJ Total a Recolher = 22.222,50 + 10.815,00 = 
33�037,50
Elaboramos o cálculo em fevereiro com os valores 
apurados na soma de janeiro e fevereiro. Então, 
teremos de verificar a diferença na hora de conta-
bilizar o IRPJ� Assim:
Janeiro – 52�085,50
Fevereiro – 33�037,50
Janeiro – fevereiro = (19.048,00)
1313
A diferença entre janeiro e fevereiro ficou negativa, 
pois o valor apurado em fevereiro é menor do que 
o de janeiro. Então, vamos fazer um lançamento 
estornando a diferença, para que as contas de IRPJ 
fiquem conforme a apuração de fevereiro.
Como o valor recolhido em janeiro é maior do que 
apurado em fevereiro, não terá recolhimento. Caso 
tivesse, o vencimento seria para o último dia útil 
de março�
A contabilização do IRPJ será feita no último dia 
de fevereiro�
Data: 28/02/XX
D – IRPJ a Recolher (Passivo Circulante) 19.048,00
C – IRPJ Estimativa (Ativo Circulante) 19.048,00
Histórico: Ajuste na Provisão de IRPJ referente ao mês 
de fevereiro/XX� 
Vamos apurar o mês de março�
Tabela 6: Cálculo do Lucro Real Mensal – janeiro, fevereiro e 
março�
Lucro Líquido Jan, Fev e Mar 240�700,00
(+) Adições 23�350,00
Brindes – Jan, Fev e Mar 2�700,00
Contribuição Social – Jan, 
Fev e Mar
15�000,00
1414
Lucro Líquido Jan, Fev e Mar 240�700,00
Provisões não dedutíveis – 
Jan, Fev e Mar
5�650,00
( - ) Exclusões 4�750,00
Estorno de Provisões – Jan, 
Fev e Mar
4�750,00
Lucro Real 259�300,00
Fonte: Elaborado pela autora�
IRPJ: 259.300,00 X 15% = 38.895,00
IRPJ Adicional = (259.300,00– (20.000,00 X 3)) X 
10% = 19.930,00
IRPJ Total a Recolher = 38.895,00 + 19.930,00 = 
58�825,00
Nesse caso, o vencimento é para o último dia útil 
de abril�
A contabilização do IRPJ será feita no último dia 
de março�
Do mesmo jeito que fizemos os cálculos em fevereiro, 
faremos em março� Lembrando que, em fevereiro, 
já havíamos contabilizado os valores de janeiro e 
de fevereiro� Então, lançaremos a diferença entre 
fevereiro e março�
Fevereiro – 33�037,50
Março – 58�825,00
Diferença: 25�787,50
1515
O valor a ser recolhido e contabilizado será de 
25�787,50
Data: 31/03/XX
D – IRPJ Estimativa (Ativo Circulante 52�085,50
C – IRPJ a Recolher (Passivo Circulante) 52.085,50
Histórico: Ajuste na Provisão de IRPJ referente ao mês 
de março/XX� 
E, assim, o cálculo é feito em todos os meses do 
ano�
Em dezembro, quando for efetuado o último cálculo 
do ano, deve-se contabilizar a despesa, o valor a 
recolher e abater do valor já recolhido e contabili-
zado no Ativo� Dessa forma, teremos:
Data: 31/12/XX
D – Provisão de IRPJ (Despesa) valor do IRPJ 
calculado em dez
C – IRPJ a Recolher (Passivo Circulante) valor do IRPJ 
calculado em dez
Histórico: Provisão de IRPJ referente ao ano de XX�
D – IRPJ a Recolher (Passivo Circulante) valor lançado 
até o mês de nov
C – IRPJ Estimativa (Ativo Circulante) valor lançado 
até o mês de nov 
1616
Histórico: Lançamento de IRPJ Estimativa referente ao 
ano de XX�
Com esses lançamentos, o valor que ficará de 
saldo na Conta IRPJ a Recolher será, efetivamente, 
o que será recolhido em janeiro do próximo ano.
CÁLCULOS E CONTABILIZAÇÃO 
DA CSLL – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 
SOBRE O LUCRO LÍQUIDO PARA O 
LUCRO REAL
A CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líqui-
do é calculada com a mesma base do IRPJ, com 
a mesma sistemática, podendo ser estimativa 
(mensal) ou trimestral.
A Alíquota da CSLL é de 9% e não tem adicional�
Utilizaremos também as adições e exclusões do 
IRPJ�
Vamos aos exemplos, utilizando, primeiramente, 
a sistemática do cálculo trimestral�
Tabela 7: Cálculo do Lucro Real trimestral para CSLL�
Lucro 
Líquido
210�500,00 -75�000,00 105�200,00 240�700,00
(+) 
Adições
Jan Fev Mar Total 8�350,00
Brindes 1�300,00 700,00 700,00 2�700,00
Provi-
sões não 
dedutíveis
900,00 3�000,00 1�750,00 5�650,00
1717
Lucro 
Líquido
210�500,00 -75�000,00 105�200,00 240�700,00
( - ) 
Exclusões
4�750,00
Estor-
no de 
Provisões
850,00 900,00 3�000,00 4�750,00
Lucro 
Real
244�300,00
Fonte: Elaborado pela autora�
CSLL a Recolher: 244.300,00 X 9% = 21.987,00.
O vencimento da CSLL também é no último dia 
útil do mês posterior ao trimestre calculado� No 
nosso exemplo, dia 30/04� Pode-se ainda dividir o 
pagamento em até três vezes, sobre o qual ocorrerá 
incidência de multas e juros.
A contabilização do CSLL será feita no último dia 
do trimestre calculado�
Data: 31/03/XX
D – Despesa com CSLL 21�987,00
C – CSLL a Recolher 21.987,00
Histórico: Provisão de CSLL referente ao 1º trimestre/XX� 
Agora, vamos calcular a CSLL estimativa (men-
sal). A sistemática é a mesma do IRPJ, não tendo 
apenas o Adicional do IRPJ� Porém, a forma de 
contabilização e de recolhimento é a mesma.
1818
Tabela 8: Cálculo da CSLL Lucro Real Mensal – Janeiro�
Lucro Líquido janeiro 210�500,00
(+) Adições 2�200,00
Brindes – Jan 1�300,00
Provisões não dedutíveis 
– Jan
900,00
( - ) Exclusões 850,00
Estorno de Provisões 850,00
Lucro Real 211�850,00
Fonte: Elaborado pela autora�
CSLL a Recolher = 211.850,00 X 9% = 19.066,50
Nesse caso, o vencimento é para o último dia útil 
de fevereiro�
A contabilização do IRPJ será feita no último dia 
de janeiro.
Data: 31/01/XX
D – CSLL Estimativa (Ativo Circulante) 19.066,50
C – CSLL a Recolher (Passivo Circulante) 19.066,50
Histórico: Provisão de IRPJ referente ao mês de janeiro/XX. 
Da mesma forma que o IRPJ, a única coisa que 
mudou no cálculo foi que utilizamos o valor apu-
rado em janeiro, ao invés do trimestral.
Assim que ocorrer o pagamento, basta creditar a 
conta banco e debitar a conta CSLL a Recolher.
1919
Vamos agora calcular e contabilizar a CSLL de 
fevereiro
Conforme exemplo acima, tivemos prejuízo no 
mês de fevereiro� Então, o resultado será menor:
Tabela 9: Cálculo da CSLL Lucro Real Mensal – janeiro e 
fevereiro�
Lucro Líquido Jan e Fev 135�500,00
(+) Adições 5�900,00
Brindes – Jan e Fev 2�000,00
Provisões não dedutíveis – 
Jan e Fev
3�900,00
( - ) Exclusões 1�750,00
Estorno de Provisões 1�750,00
Lucro Real 139�650,00
Fonte: Fonte: Elaborado pela autora
CSLL a Recolher = 139.650,00 X 9% = 12.568,50
Elaboramos o cálculo em fevereiro com os valores 
apurados na soma de janeiro e fevereiro. Então, 
teremos de verificar a diferença na hora de conta-
bilizar o IRPJ�Assim:
Janeiro – 19�066,50
Fevereiro – 12�568,50
Janeiro – fevereiro = (6.498,00)
2020
A diferença entre janeiro e fevereiro ficou negativa, 
pois o valor apurado em fevereiro é menor do que 
o de janeiro. Então, vamos fazer um lançamento 
estornando a diferença, para que as contas de 
CSLL fiquem conforme a apuração de fevereiro.
Como o valor recolhido em janeiro é maior do que 
apurado em fevereiro, não terá recolhimento. Caso 
tivesse, o vencimento seria para o último dia útil 
de março�
A contabilização da CSLL será feita no último dia 
de fevereiro�
Data: 28/02/XX
D – CSLL a Recolher (Passivo Circulante) 6.498,00
C – CSLL Estimativa (Ativo Circulante) 6.498,00
Histórico: Ajuste na Provisão de CSLL referente ao mês 
de fevereiro/XX� 
Vamos apurar o mês de março�
Tabela 10: Cálculo da CSLL Lucro Real Mensal – janeiro, feverei-
ro e março�
Lucro Líquido Jan, Fev e Mar 240�700,00
(+) Adições 8�350,00
Brindes – Jan, Fev e Mar 2�700,00
Provisões não dedutíveis – 
Jan, Fev e Mar
5�650,00
( - ) Exclusões 4�750,00
2121
Lucro Líquido Jan, Fev e Mar 240�700,00
Estorno de Provisões – Jan, 
Fev e Mar
4�750,00
Lucro Real 244�300,00
Fonte: Elaborado pela autora�
CSLL Recolher = 244.300,00 X 9% = 21.987,00
Nesse caso, o vencimento é para o último dia útil 
de abril�
A contabilização da CSLL será feita no último dia 
de março�
Do mesmo jeito que fizemos os cálculos em fe-
vereiro, faremos em março� Lembrando que, em 
fevereiro, já havíamos contabilizado os valores de 
janeiro e fevereiro. Então, lançaremos a diferença 
entre fevereiro e março�
Fevereiro – 12�568,50
Março – 21�987,00
Diferença: 9�418,50
O valor a ser recolhido e contabilizado será de 
9�418,50�
Data: 31/03/XX
D – CSLL Estimativa (Ativo Circulante) 9.418,50
C – CSLL a Recolher (Passivo Circulante) 9.418,50
2222
Histórico: Ajuste na Provisão de CSLL referente ao mês 
de março/XX� 
E, assim, o cálculo é feito em todos os meses do 
ano�
Ao chegar dezembro, quando o último cálculo do 
ano for efetuado, deve-se contabilizar a despesa, 
o valor a recolher, e abater do valor já recolhido e 
contabilizado no Ativo, do mesmo modo que fize-
mos com o IRPJ� Dessa forma, teremos:
Data: 31/12/XX
D – Provisão de CSLL (Despesa) valor do 
CSLL calculado em dez
C – CSLL a Recolher (Passivo Circulante) valor do 
CSLL calculado em dez
Histórico: Provisão de CSLL referente ao ano de XX�
D – CSLL a Recolher (Passivo Circulante) valor 
lançado até o mês de nov
C – CSLL Estimativa (Ativo Circulante) valor lançado 
até o mês de nov 
Histórico: Lançamento de CSLL Estimativa referente 
ao ano de XX�
Com esses lançamentos, o valor que ficará de 
saldo na Conta CSLL a Recolher será efetivamente 
o que será recolhido em janeiro do próximo ano.
2323
APROVEITAMENTO DE CRÉDITOS 
FISCAIS NO PLANEJAMENTO 
TRIBUTÁRIO
O planejamento tributário é uma ferramenta que, 
utilizando dados contábeis, encontra formas de 
diminuir ou otimizar a carga tributária das empre-
sas, sempre utilizando técnicas legais.
Cada sistemática de cálculo de tributo deve ser 
analisada, revista e repensada durante o ano, uma 
vez que a prática de mudança de tributação da 
empresa é feita no primeiro recolhimento do ano 
ou na primeira entrega de obrigações acessórias.
O planejamento é muito diferente da fraude ou 
sonegação fiscal. A fraude adota procedimentos 
que infringem diretamente a lei fiscal ou o regula-
mento fiscal. Já o planejamento tributário admite 
que os contribuintes têm o direito de recorrer às 
sistemáticas preferidas autorizadas em lei, mesmo 
quando esse comportamento prejudicar o Tesouro.
Planejamento tributário, também conhecido como elisão, 
não se confunde com sonegação fiscal, denominada por 
muitos como evasão fiscal. A elisão é uma operação 
lícita, atendendo à lei tributária, sendo que a sonegação 
não se utiliza de fatos legais.
SAIBA MAIS
2424
O Crédito Fiscal é um benefício criado com o obje-
tivo de diminuir a sonegação e o ônus tributário. De 
forma prática, seria a realização da compensação 
dos créditos sobre o faturamento da empresa ou 
sobre a saída dos produtos�
Cada Estado tem sua característica sobre o crédito 
fiscal dentro dos tributos por ele administrado. No 
caso de tributos federais, quem concede o crédito 
fiscal é o Governo Federal.
Os principais tributos que oferecem crédito fiscal 
são o ICMS, o IPI, o PIS e a COFINS� O crédito pode 
ser utilizado para compensação dos débitos, ser 
recuperado por meio de um pedido de restituição, 
ou usado para pagar a aquisição de matéria prima.
Portanto, é de suma importância o conhecimento 
da legislação tributária que, depois da análise dos 
dados contábeis, utiliza os créditos tributários, com 
o objetivo de diminuir a carga tributária da empresa.
Podemos descrever três finalidades do planejamento 
tributário: 
1. Impedir a incidência do fato gerador dos tributos; 
2� Reduzir o montante, alíquota ou a base de cálculo 
dos tributos;
FIQUE ATENTO
2525
3. Postergar o pagamento do tributo, sem o aconte-
cimento da multa�
CÁLCULOS DO SIMPLES 
NACIONAL, LUCRO PRESUMIDO 
E LUCRO REAL: COMPARAÇÃO 
E IDENTIFICAÇÃO DE QUAL O 
REGIME É O MAIS ADEQUADO, 
CONFORME AS CARACTERÍSTICAS 
DA ENTIDADE
A definição do regime tributário é fundamental para 
o sucesso de uma empresa� Uma opção mal feita 
pode gerar a obrigatoriedade de pagamento de 
tributos inadequados, comprometendo financeira 
do negócio e até mesmo gerando problemas com 
o fisco.
Sabemos que os tipos de regimes de tributação que 
podem ser adotados são: Simples Nacional, Lucro 
Presumido, Lucro Real e Lucro Arbitrado� O indicado é 
que a escolha seja feita por meio de estudos de fatores 
específicos, como porte do negócio, área de atuação, 
estudo de mercado, planejamentos de rendimento, pro-
jeção de faturamento, projeção de custos e despesas, 
entre outros�
REFLITA
2626
Para análise de qual regime tributário é o mais 
adequado para a empresa, vamos utilizar uma 
empresa comercial (revendedora de material de 
escritório, por exemplo).
Alguns dados serão necessários para efetuarmos 
os cálculos�
Observe a tabela, bem simples, apenas para veri-
ficação dos valores dos tributos:
Tabela 11: Dados básicos para cálculo de imposto�
Conta Valor
Revenda de Mercadorias no mês 895�000,00
Revenda de Mercadorias nos últimos 12 meses 1�200�000,00
(-) Devolução de Venda 95�000,00
Brindes 10�000,00
Lucro Apurado 750�000,00
Fonte: Elaborado pela autora�
Simples Nacional
A alíquota efetiva ficou em 8,82%, sendo que a no-
minal é 10,70% e o valor de dedução é de 22�500,00�
O valor total do DAS é de 78�983,75, porém, o IRPJ 
é 4�344,11 e a CSLL é 2�764,43�
Lucro Presumido
Base do IRPJ = (895.000,00 – 95.000,00) = 800.000,00 
X 8% = 64.000,00
2727
IRPJ = 64.000,00 X 15% = 9.600,00
IRPJ Adicional = (64.000,00 – 20.000,00) X 10% 
= 4.400,00
IRPJ Total – 9.600,00 + 4.400,00 = 14.000,00
Base da CSLL = (895.000,00 – 95.000,00) = 800.000,00 
X 12% = 96.000,00
CSLL Total = 96.000,00 X 9% = 8.640,00
Lucro Real
Base de IRPJ = (750.000,00 + 10.000,00) = 760.000,00
IRPJ = 760.000,00 X 15% = 114.000,00
IRPJ Adicional = (760.000,00 – 20.000,00) X 10% 
= 74.000,00
IRPJ Total = 114.000,00 + 74.000,00 = 188.000,00
Base da CSLL = (750.000,00 + 10.000,00) = 760.000,00
CSLL Total = 760.000,00 X 9% = 68.400,00
Tabela 12: Quadro comparativo – tributos�
Valores Simples Lucro 
Presumido
Lucro Real
IRPJ 4�344,11 14�000,00 188�000,00
CSLL 2�764,43 8�640,00 68�400,00
Total 7�108,54 22�640,00 256�400,00
Fonte: Elaborado pela autora�
2828
Com base na planilha resumida acima, percebemos 
que para uma empresa comercial com o faturamento 
citado, o Simples Nacional é a tributação que mais 
beneficia o contribuinte, devendo ele ser adotado.
29
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste módulo, aprendemos a calcular CSLL e IRPJ 
por meio do Lucro Real, podendo ser esse trimestral 
ou por estimativa (mensal).
Entendemos as adições e exclusões que são 
consideradas para cálculo dos tributos federais 
no Lucro Real�
Oscréditos tributários podem ser estaduais e fe-
derais, devendo ser levados em consideração no 
planejamento tributário, para que a empresa pague 
menos tributos dentro das exigências legais.
Com base em um exemplo simples, conseguimos 
definir qual a melhor opção tributária para uma 
empresa comercial�
Referências Bibliográficas 
& Consultadas
ANDRADE FILHO, E� O� Imposto de renda das 
empresas. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2018. [Minha 
Biblioteca]
CHIEREGATO, R. et al� Manual de contabilidade 
tributária. 14. ed. São Paulo: Atlas, 2014 [Minha 
Biblioteca]
FABRETTI, L� C� et al� Contabilidade tributária� 
16. ed. São Paulo: Atlas, 2016. [Minha Biblioteca]
HARADA, K� B� Código tributário nacional� São 
Paulo: Rideel, 2016� [Biblioteca Virtual]
HAUSER, P� Contabilidade tributária: dos 
conceitos a aplicação� Curitiba: InterSaberes, 
2017� [Biblioteca Virtual]
MACHADO, L� H� M� Sistema financeiro nacional� 
São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015� 
[Biblioteca Virtual]
OLIVEIRA, L� M� et al� Manual de contabilidade 
tributária: textos e testes com respostas� 14� ed� 
Atlas, 2015. [Minha Biblioteca]
PÊGAS, P. H. Manual de contabilidade tributária� 
7� ed� São Paulo: Atlas, 2011�
REGULAMENTO DO IMPOSTO DE RENDA. 
Capítulo III: Do Período de Apuração� Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
Ato2015-2018/2018/Decreto/D9580.htm� 
Acesso em: 2 dez� 2020�
SANTOS, C� Simples nacional� 6� ed� Rio de 
Janeiro: Freitas Bastos, 2019� [Biblioteca Virtual]
	Introdução
	IRPJ: Lucro Real
	Cálculos e contabilização do IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica para o Lucro Real
	Cálculos e contabilização da CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido para o Lucro Real
	Aproveitamento de créditos fiscais no planejamento tributário
	Cálculos do Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real: comparação e identificação de qual o regime é o mais adequado, conforme as características da entidade
	Considerações finais
	Referências Bibliográficas & Consultadas

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