Prévia do material em texto
A1 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 2 SAÚDE COLETIVA ..................................................................................... 5 2.1 Conceito de doença.............................................................................. 6 2.2 Conceito de Prevenção ........................................................................ 6 2.3 Processo saúde-doença ....................................................................... 7 2.4 Vigilância em Saúde Coletiva ............................................................... 7 2.5 Quadro sanitário brasileiro e condições de vida ................................... 9 3 ASPECTOS HISTÓRICOS DA PROMOÇÃO DA SAÚDE ........................ 10 3.1 Conferências Internacionais sobre Promoção da Saúde.................... 13 4 ESTRATÉGIAS DE ORGANIZAÇÃO DAS AÇÕES DO SISTEMA DE SAÚDE E IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMAS DE SAÚDE NOS MUNICÍPIOS........ 20 4.1 SUS .................................................................................................... 24 4.2 Princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) .................................... 25 4.3 Vigilância em Saúde ........................................................................... 25 4.4 Vigilância epidemiológica ................................................................... 28 5 MEDIDAS DE CONTROLE E PREVENÇÃO EM VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA ................................................................................................... 29 5.1 Investigação epidemiológica .............................................................. 30 5.2 As medidas de precaução em relação à transmissão de doenças ..... 31 6 PRINCIPAIS INDICADORES DE SAÚDE COLETIVA .............................. 31 6.1 Morbidade .......................................................................................... 32 6.2 Mortalidade ......................................................................................... 33 6.3 Letalidade ........................................................................................... 33 7 DOENÇAS PREVENÍVEIS MEDIANTE VACINAÇÃO .............................. 34 7.1 Influenza (gripe) ................................................................................. 34 7.2 Covid-19 ............................................................................................. 35 3 7.3 Doenças pneumocócica ..................................................................... 38 7.4 Hepatites ............................................................................................ 39 7.5 Poliomielite ......................................................................................... 40 7.6 Tétano ................................................................................................ 40 7.7 Tétano neonatal ................................................................................. 41 7.8 Coqueluche ........................................................................................ 41 7.9 Difteria ................................................................................................ 43 7.10 Doença Meningocócica ................................................................... 44 7.11 Doenças causadas por Hemófilo B (HIB) ........................................ 45 7.12 Febre amarela ................................................................................. 46 7.13 Rubéola ........................................................................................... 47 7.14 Sarampo.......................................................................................... 48 7.15 Caxumba ......................................................................................... 49 7.16 Varicela ........................................................................................... 50 7.17 Raiva humana ................................................................................. 51 7.18 Tuberculose .................................................................................... 52 7.19 Rotavirose ....................................................................................... 53 7.20 Cólera ............................................................................................. 54 7.21 Febre Tifóide ................................................................................... 54 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA ............................................................ 56 4 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro, quase improvável, um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 5 2 SAÚDE COLETIVA Fonte: cursosextensao.br Conceito de Saúde Para SIQUEIRA e MORAES (2009, p. 2.116), a saúde define-se “no contexto histórico da sociedade e em seu processo de desenvolvimento, englobando as condições de alimentação, habitação, educação, renda, ambiente, trabalho, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde”. E para LOPES (2005, p. 1.595), saúde é “o conjunto de condições integrais e coletivas de existência, influenciado pelo contexto político, socioeconômico, cultural e ambiental” A definição de saúde de CANGUILHEM (2012), citado por DE SOUZA E SILVA (2019), busca entender como a vida vem sendo vivida, fazendo uma articulação do cotidiano com as regras da sociedade. Conceito de Saúde Coletiva De acordo com PAIM (2000), citado por OSMO (2015), a Saúde Coletiva é caracterizada como “campo de conhecimento e âmbito próprio de práticas”, e esse campo de conhecimento é de natureza interdisciplinar, cujas disciplinas básicas são a epidemiologia, o planejamento e administração de saúde e as ciências sociais em saúde. Sempre em construção e muito podendo caminhar na produção e em termos de reflexão sobre a própria identidade, a Saúde Coletiva, como outros, constitui um “campo vivo”. 6 A Saúde Coletiva teve início no final da década de 1970, no período em que o Brasil passava pela ditadura militar e veio vinculada à luta pela democracia e também ao movimento da Reforma Sanitária. A medicina social e o preventivismo também influenciaram para sua constituição (OSMO, 2015). 2.1 Conceito de doença A doença não pode ser compreendida apenas por meio das medições fisiopatológicas, pois quem estabelece o estado da doença é o sofrimento, a dor, o prazer, enfim os valores e sentimentos expressos pelo corpo subjetivo que adoece (BRÊTAS, 2006, apud VIANNA, 2015). “Para EVANS & STODDART (2003), citado por VIANNA (2015), a doença não é mais que um constructo que guarda relação com o sofrimento, com o mal, mas não lhe corresponde integralmente. Quadros clínicos semelhantes, ou seja, com os mesmos parâmetros biológicos, prognóstico e implicações para o tratamento, podem afetar pessoas diferentes de forma distinta, resultando em diferentes manifestações de sintomas e desconforto, com comprometimento diferenciado de suas habilidades de atuar em sociedade. O conhecimento clínico pretende balizar a aplicação apropriada do conhecimento e da tecnologia, o que implica que seja formulado nesses termos. No entanto, do ponto de vista do bem-estar individual edo desempenho social, a percepção individual sobre a saúde é que conta. 2.2 Conceito de Prevenção Segundo VIANNA (2015), o conceito de prevenção é definido como “ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural a fim de tornar improvável o progresso posterior da doença”. A prevenção apresenta-se em três fases. A prevenção primária é a realizada no período de pré-patogênese. O conceito de promoção da saúde aparece como um dos níveis da prevenção primária, definido como “medidas destinadas a desenvolver uma saúde ótima”. Um segundo nível da prevenção primária seria a proteção específica “contra agentes patológicos ou pelo estabelecimento de barreiras contra os agentes do meio ambiente”. A fase da prevenção secundária também se apresenta em dois níveis: o primeiro, diagnóstico e tratamento precoce e o segundo, limitação da invalidez. Por fim, a prevenção terciária que diz respeito a ações de reabilitação. PREVENÇÃO PRIMÁRIA: Promoção da Saúde- Proteção Específica; 7 PREVENÇÃO SECUNDÁRIA: Diagnóstico e Tratamento Precoce- Limitação da Invalidez; PREVENÇÃO TERCIÁRIA: Reabilitação (ALBUQUERQUE, 2002, apud VIANNA, 2015). 2.3 Processo saúde-doença De acordo com VIANNA (2015), o processo saúde-doença busca a promoção da saúde, sendo um dos pontos centrais para os profissionais da saúde. Vários modelos surgiram sobre a compreensão da saúde com o intuito de se compreender o processo saúde - doença como o modelo epidemiológico. São três os tipos de componentes: O agente, hospedeiro e o meio. Explicações sobre a mortalidade e a morbidade obedecem a um gradiente que atravessa as classes socioeconômicas, sendo as classes com menor renda, sujeitas a piores condições a saúde. O ambiente é o local onde a pessoa se encontra com as coisas ao seu redor exercendo influências, sendo o mesmo afetado de várias formas. “Dessa maneira, o processo saúde-doença está diretamente atrelado à forma como o ser humano, no decorrer de sua existência, foi se apropriando da natureza para transformá-la, buscando o atendimento às suas necessidades. ” (GUALDA, 2004, apud BRASIL, 2012). 2.4 Vigilância em Saúde Coletiva O Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil, ao garantir os direitos fundamentais do cidadão previstos na Constituição Federal de 1988, estabeleceu uma conquista sem precedentes para o País. Desde sua criação, muitas mudanças têm- se verificado no campo das políticas públicas de saúde com resultados importantes, como, por exemplo, a redução da taxa de mortalidade infantil, o controle de doenças infecciosas, a implementação de programas considerados exitosos, tais como o de imunização e o de Doenças Sexualmente Transmissíveis/Acquired Immunological Deficiency Syndrome (DST/Aids) - este último, reconhecido internacionalmente - e da Estratégia Saúde da Família (ESF), como indução para a reorientação do modelo de atenção à saúde (MENICUCCI, 2009, apud DE OLIVEIRA, 2015). 8 Se por um lado a implementação dessas estratégias, agregada ao complexo movimento de reforma política e administrativa no SUS, representou um avanço na tentativa de produzir intervenções mais efetivas, por outro, reforçou ainda mais o processo de fragmentação das ações de saúde, na medida em que muitas tiveram um cunho de centralização política, e intensificou, no campo da promoção e da proteção à saúde, um desperdício do seu extraordinário potencial de atuação (GONDIM, 2008, apud DE OLIVEIRA, 2015). Segundo DE OLIVEIRA (2015), a complexidade do cenário epidemiológico atual, caracterizado pela tripla carga de doenças na população - permanência de doenças agudas, aumento do peso relativo às condições crônicas e às causas externas -, é decorrente, também, dessa forma de gestão das práticas sanitárias, a qual necessita de maior organicidade para desencadear ações oportunas que auxiliem na redução ou eliminação dos riscos à saúde e ampliem a capacidade de resposta do sistema. Uma das propostas surgiu no campo da vigilância - conceito central para a teoria e a prática da saúde pública. Nessa perspectiva, o modelo baseado na Vigilância em Saúde, cuja tônica é a busca de respostas mais efetivas para as demandas e os problemas de saúde, propõe-se a trabalhar a lógica de um conjunto articulado e integrado de ações, que assumem configurações específicas de acordo com a situação de saúde da população em cada território transcendendo os espaços institucionalizados do sistema de serviços de saúde. Segundo a concepção sistematizada por Paim, buscou-se, com essa noção, uma interlocução maior entre “controle de causas”, “controle de riscos” e “controle de danos” por meio da redefinição do objeto, dos meios de trabalho, das atividades e das relações técnicas e sociais (ARREAZA, 2010, apud DE OLIVEIRA, 2015). A construção dessa proposta trouxe para o cenário a ênfase sobre a organização das diferentes especialidades de Vigilância em Saúde existentes no Brasil, em consonância com um sistema único e coordenado, capaz de enfrentar a complexidade do quadro sanitário brasileiro de forma mais resolutiva, segundo DE OLIVEIRA (2015). Esse enfoque pressupõe uma abordagem mais articulada entre as vigilâncias epidemiológica, ambiental e sanitária e pode ser considerada uma tentativa de desvincular a atuação por agravos e por programas, de modo a enfrentar a superposição de ações direcionadas para o controle do hospedeiro, do agente 9 etiológico, do meio ambiente ou da produção e comercialização de fármacos e alimentos. A adoção do conceito de Vigilância em Saúde procura simbolizar um enfoque ampliado, pautado na indução de uma organização de práticas que pretendem se configurar de forma mais sistêmica por meio da incorporação de contribuições da epidemiologia, da geografia, do planejamento urbano, da epidemiologia e das ciências sociais em saúde, produzindo e utilizando de forma compartilhada a informação e a comunicação, a fim de melhor instrumentalizar a intervenção (SILVA, 2008, apud DE OLIVEIRA, 2015). 2.5 Quadro sanitário brasileiro e condições de vida A vigilância sanitária, ao longo dos anos, teve um escopo de atuação baseado em ações normativas, cujo objeto de ação é constituído pelos ambientes que direta ou indiretamente interferem no processo saúde-doença; no entanto, existem controvérsias em relação ao seu campo de atuação na saúde pública. Alguns autores julgam que essa prática não apresenta as características essenciais da concepção moderna de vigilância sanitária por ter as atividades de regulação, de controle e de fiscalização sanitária como núcleo central. Contudo, não se pode esquecer que as atividades da vigilância sanitária surgiram da necessidade de proteção da população em decorrência da propagação de doenças transmissíveis nos agrupamentos urbanos com o objetivo de eliminar situações de risco à saúde. Portanto, seus métodos de intervenção não se restringem às ações meramente técnicas, porém têm como eixos propulsores as ações dirigidas ao fortalecimento da sociedade e da cidadania com o propósito da promoção da saúde e da prevenção de danos ou agravos (SILVA JR, 2004). Segundo LUCHEESE (2001) citado DE OLIVEIRA (2015), conceitualmente, a vigilância sanitária é reconhecida: [...] como um conjunto de estratégias institucionais, administrativas, programáticas e sociais, integradas e orientadas por políticas públicas que se destinam a eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde, com base em serviços e em ações integrais e essenciais à defesa e à promoção da vida em seu ambiente. 10 A atuação da vigilância sanitária é abrangente, sendo responsável pelo controle de todos os processos - desde a produção ao consumo - dos bens que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. Essa amplitude de atuação coloca como tônica para a vigilância sanitária que ações gerenciais e sanitárias sejam desenvolvidas por meio de um exercício democrático, participativo e de forma articulada, de modo a garantir a qualidade dos produtos, dos serviços e dos ambientes, aspectos que são fundamentais para a saúde da população (DE SETA, 2007). A implantação de ações voltadaspara vigilância sanitária surgiu no Brasil com a chegada da Corte Portuguesa, em 1808, e tinham a finalidade de efetuar o controle sanitário dos produtos a serem comercializados e consumidos, além dos estabelecimentos comerciais; de combater a propagação de doenças, principalmente as epidêmicas; de resolver questões de saneamento; e de fiscalizar o exercício profissional na área da saúde (DE SETA, 2007). No ano de 1832, a sua atuação ganhou contornos mais definidos com o código de posturas do Rio de Janeiro, no qual se instituíram normas para o exercício da medicina e da farmácia, bem como para o controle de medicamentos e de alimentos. Cerca de sessenta anos depois, mais precisamente em 1889, regularizou-se o serviço de polícia sanitária nas administrações regionais. Cabe destacar que foi somente a partir da década de 1970 que a vigilância sanitária começou a se apresentar de maneira mais visível ao setor de saúde com a criação da Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS/MS) durante o processo de reformulação do Ministério da Saúde. Foi também nesse período que ocorreu a modificação da terminologia 'fiscalização' para 'vigilância', em que a vigilância sanitária ampliou o seu campo de ação, antes destinado principalmente ao controle e punição (COSTA, 2008, apud DE OLIVEIRA, 2015). 3 ASPECTOS HISTÓRICOS DA PROMOÇÃO DA SAÚDE De acordo com os estudos de BUSS et al. (2020), a Promoção da saúde, como vem sendo entendida nos últimos 30-35 anos, representa uma estratégia promissora para enfrentar os problemas de saúde que afetam as populações humanas. Partindo de uma concepção ampla do processo saúde-doença e de seus determinantes, essa estratégia propõe a articulação de saberes técnicos e populares, e a mobilização de 11 recursos institucionais e comunitários, públicos e privados a favor da qualidade de vida. Fonte: culturaesaude.med.br Decorridos pouco mais de trinta anos da divulgação da Carta de Ottawa, um dos documentos fundadores do conceito contemporâneo de promoção da saúde, esse termo ficou associado a um conjunto de valores: qualidade de vida, solidariedade, equidade, democracia, cidadania, desenvolvimento, participação e parceria, entre outros. Refere-se também a uma combinação de estratégias: do Estado (políticas públicas saudáveis), da comunidade (reforço da ação comunitária), dos indivíduos (desenvolvimento de habilidades pessoais), do sistema de saúde (reorientação das estratégias) e de parcerias intersetoriais. Promoção da saúde trabalha com a ideia de responsabilidade múltipla pelos problemas e pelas soluções (BRASIL, 1996, apud BUSS et al., 2020). A promoção da saúde reage à acentuada medicalização da vida social e é uma resposta setorial articuladora de diversos recursos técnicos e posições ideológicas. Embora o termo tenha sido usado a princípio para caracterizar um nível de atenção da medicina preventiva, seu significado foi mudando e passou a representar também um enfoque político e técnico em torno do processo saúde-doença-cuidado (BRASIL, 1996, apud BUSS et al., 2020). O conceito moderno de promoção da saúde se desenvolveu, de forma mais vigorosa nos últimos trinta anos, nos países desenvolvidos, particularmente no Canadá, Estados Unidos e países da Europa Ocidental. Nove Conferências Internacionais sobre o tema, realizadas nos últimos 34 anos (em Ottawa, Adelaide, Sundsvall, Jacarta, México, Bangkok, Nairóbi, Helsinki e Xangai) aprofundaram suas bases conceituais e políticas. Na América Latina, em 1992, realizou-se a Conferência 12 Internacional de Promoção da Saúde, trazendo formalmente o tema para o contexto sub-regional (OPAS, 1993). SIGERIST (1956) apud ROSEN (1979), citados por BUSS (2020), foi um dos primeiros autores a usar o termo, quando definiu as quatro tarefas essenciais da medicina: promoção da saúde, prevenção de doenças, recuperação dos enfermos e sua reabilitação. O autor afirmou que a saúde se promove proporcionando condições de vida decentes, boas condições de trabalho, educação, cultura física e formas de lazer e descanso, para o que pediu o esforço coordenado de políticos, setores sindicais e empresariais, educadores e médicos. LEAVELL & CLARK (1976), citados por BUSS (2020), utilizaram o conceito de promoção da saúde ao desenvolverem o modelo da história natural da doença, propondo três níveis e cinco etapas nas quais se poderiam aplicar medidas preventivas. Prevenção primária, com medidas destinadas a desenvolver a saúde como proteção específica do ser humano contra agentes patológicos ou por meio de barreiras ambientais. A educação em saúde é elemento importante para esse objetivo, assim como: bom padrão de nutrição; desenvolvimento adequado da personalidade; educação dos pais; educação sexual e aconselhamento pré-nupcial; moradia adequada; recreação; condições favoráveis no lar e no trabalho; exames de saúde periódicos e aconselhamento e contato dos médicos com seus pacientes. Promoção da saúde, nos moldes citados revelou-se insuficiente para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis. Com a segunda revolução epidemiológica HARTZ (2017) relata que as estratégias de cuidado passaram a associar-se a medidas preventivas sobre o ambiente físico e sobre os estilos de vida, e não exclusivamente à situação dos indivíduos e das famílias. As diversas conceituações de promoção da saúde podem ser reunidas em dois grandes grupos. O primeiro diz respeito a atividades dirigidas à transformação dos comportamentos individuais, localizando-os no seio das famílias e nos ambientes comunitários. Nesse caso, os programas tendem a concentrar-se em componentes educativos relacionados a riscos comportamentais passíveis de mudanças e sob controle das pessoas, como o hábito de fumar, a dieta gordurosa, o sedentarismo e a direção perigosa. O segundo grupo enfatiza o papel protagonista dos determinantes gerais sobre as condições de saúde e se sustenta no entendimento de um amplo espectro de 13 fatores como alimentação, habitação e saneamento; condições de trabalho; oportunidades de educação ao longo da vida; ambiente físico; apoio social para famílias e indivíduos; estilo de vida responsável; e cuidados de saúde. As estratégias são consideradas fruto de políticas e de condições favoráveis ao desenvolvimento da saúde por meio de escolhas saudáveis e reforço na capacidade de ação dos indivíduos e das comunidades. Ele surgiu formalmente no Canadá, em maio de 1974, com a divulgação do documento A New Perspective on the Health of Canadians, também conhecido como Informe LALONDE (1996) (BUSS et al., 2020). LALONDE (1996) era então ministro da Saúde daquele país. A motivação central do documento parece ter sido política, técnica e econômica, pois visava a enfrentar os custos crescentes da assistência médica, ao mesmo tempo em que se apoiava no questionamento da abordagem exclusivamente médica para as doenças crônicas, com poucos resultados significativos (BUSS et al., 2020). 3.1 Conferências Internacionais sobre Promoção da Saúde Conferência de Ottawa: Com a participação de cerca de 38 países, principalmente do mundo industrializado, a I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde teve como principal produto a chamada Carta de Ottawa, que se tornou um termo de referência para as ideias de promoção da saúde em todo o mundo. Por esse motivo a ela será dado um espaço maior do que à descrição das outras (WHO, 2020). A Carta de Ottawa define promoção da saúde como o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo participação no controle deste processo. O documento ressalta que saúde é o maior recurso para o desenvolvimento social, econômico e pessoal de um povo, assim como importante dimensão de sua qualidade de vida, transcendendo à ideia de formas sadias de vida. Afirma também que as condições e os requisitos para a saúde são: paz, educação, habitação, alimentação, renda, ecossistema estável, recursos sustentáveis, justiça social e equidade. Defesa da saúde, capacitação e mediação são, segundo a Carta, astrês estratégias fundamentais da promoção da saúde (BRASIL, 2002, apud HEIDMANN, 2006). 14 O documento afirma que a finalidade da promoção da saúde é assegurar igualdade de oportunidades e meios para que todas as pessoas realizem seu potencial humano: ambientes favoráveis, acesso à informação, habilidades para viver melhor e possibilidade de fazer escolhas saudáveis. Os profissionais da área social e de saúde têm responsabilidade de contribuir que tal finalidade seja atingida. A Carta de Ottawa propõe cinco campos de ação: [...] elaboração e implementação de políticas públicas saudáveis; (2) criação de ambientes favoráveis à saúde; reforço da ação comunitária; (4) desenvolvimento de habilidades pessoais; reorientação do sistema de saúde (CZERESNIA, 2003, apud HEIDMANN, 2006). Segundo MOYSÉS (2004), a implementação de políticas públicas saudáveis implica na construção da saúde como prioridade de políticos e dirigentes de todos os setores; materializa-se em legislação, medidas fiscais, taxações e mudanças organizacionais e realiza-se por meio de ações intersetoriais que levem a equidade em saúde, a distribuição equitativa de renda e as políticas sociais inclusivas. Segundo BUSS (2020), para reorientação dos serviços de saúde, a Carta propõe a superação do modelo biomédico, centrado na doença e na assistência médica curativa. Os resultados esperados seriam transformações na organização e financiamento dos sistemas e serviços, dando ênfase à promoção da saúde e à formação dos profissionais já com outra mentalidade. Conferência de Adelaide (1988): XAVIER (2017), aborda com centralidade as políticas públicas saudáveis, sendo a intersetorialidade a estratégia fundamental para sua construção. Essas políticas são trabalhadas através de quatro áreas imediatas: apoio à saúde da mulher, alimentação e nutrição, tabaco e álcool e a criação de ambientes favoráveis. Apesar de não fazer referências diretas aos DSS, afirma que “as iniquidades no campo da saúde têm raízes nas desigualdades existentes na sociedade”, enfatizando a responsabilidade pública pela saúde. Declara que o acesso a produtos e serviços de saúde, à educação em saúde e a criação de ambientes favoráveis poderiam fechar a lacuna de tais desigualdades sociais. Destaca um grupo prioritário para as políticas de acesso à saúde: os desfavorecidos e vulneráveis. Conferência de Sundsvall: Essa III Conferência, realizada na Suécia em 1991, foi a primeira a focar diretamente a interdependência entre saúde e ambiente. Ela ocorreu na efervescência prévia à primeira das grandes iniciativas das Nações Unidas previstas para preparar o mundo para o século XXI: a Conferência das Nações 15 Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92. Ampliava-se, aos poucos, a consciência dos indivíduos, movimentos sociais e governos sobre os riscos de um colapso do planeta diante das inúmeras e profundas agressões ambientais decorrentes do modo de produção e consumo das sociedades contemporâneas. O evento trouxe o tema do ambiente não restrito à dimensão física ou natural, mas também social, econômica, política e cultural. Referiu-se claramente aos espaços onde as pessoas vivem: a comunidade, suas casas, seu trabalho, seus espaços de lazer e as estruturas econômicas e políticas que determinam o acesso aos recursos para viver e tomar decisões (WHO, 2020, apud BUSS, 2020). Sublinhou quatro aspectos: A dimensão social, na qual se incluem normas, costumes e processos sociais que afetam a saúde e alertou para as quebras nas relações tradicionais pelo crescente isolamento social e perda de valores; A dimensão política que requer dos governos a garantia de participação democrática nos processos de decisão e descentralização de recursos e de responsabilidades; A dimensão econômica, que sublinha a necessidade de escalonar recursos para setores sociais, de saúde e desenvolvimento sustentável; A utilização da capacidade e conhecimento das mulheres, inclusive nos setores político e econômico. O documento fez menção: [...]a experiências locais oriundas de todo o mundo, formando cenários para ação na denominada pirâmide dos ambientes favoráveis de Sundsvall: educação, alimentação e nutrição, moradia e vizinhanças, apoio e atenção social, trabalho e transporte. Tais experiências foram reunidas e revisadas num informe da OMS (HANGLUND, 1996, apud BUSS, 2020). Conferência de Jacarta: Esta foi a primeira Conferência a se realizar num país em desenvolvimento. Desde seu subtítulo “Novos atores para uma nova era”, nela se reforçou a ação comunitária como uma dimensão fundamental da promoção da saúde. A conferência reforçou as cinco estratégias descritas na Carta de Ottawa, mostrando que as ações são mais eficazes quando centradas simultaneamente em todas. Foram definidas cinco prioridades para os anos subsequentes: Promover a responsabilidade social com a saúde, por meio de políticas públicas saudáveis e comprometimento do setor privado; Investimentos no setor saúde de forma articulada com as áreas de educação, habitação e 16 sociais; Consolidar e expandir parcerias em todos os níveis de governo e da sociedade; Aumentar a capacidade da comunidade e fortalecer os indivíduos por meio da educação, capacitação de lideranças e acesso a recursos; Definir cenários preferenciais para atuação (escolas, ambientes de trabalho e outros) (HANGLUND, 1996, apud BUSS, 2020). Declaração de Bogotá: Assim é conhecido o documento que lançou a proposta de promoção da saúde na América Latina. Nele afirma que a Região deve criar condições que garantam o bem-estar geral como propósito fundamental do desenvolvimento. Parte da análise de que, assolada pelas desigualdades agravadas pela prolongada crise econômica e pelas políticas de ajuste macroeconômico a América Latina enfrenta a deterioração das condições de vida da maioria da população, aumento dos riscos para a saúde e redução de recursos para enfrentá-los. O desafio da promoção da saúde inclui transformar as relações excludentes, conciliando interesses econômicos, propósitos sociais, solidariedade e equidade social. OPAS (1993), citado por BUSS (2020), declara que o documento estabelece cinco princípios ou premissas: Alternativas orientadas a superar, simultaneamente, as enfermidades causadas pelo atraso e a pobreza e as derivadas da urbanização e da industrialização. Reafirmação da democracia nas relações políticas e sociais. Conquista da equidade, pela identificação dos fatores que favorecem a iniquidade e propostas de ação para aliviar seus efeitos; Desenvolvimento integral dos seres humanos e das sociedades. Segundo XAVIER (2017), esse documento apontou três estratégias para a promoção da saúde na Região: Impulsionar a cultura da saúde, modificando valores, crenças, atitudes e relações; Dar relevo às estratégias de promoção da saúde; Convocar, animar e mobilizar um grande compromisso social para assumir a política de saúde como prioridade. OPAS (1993), citado por BUSS (2020) definiu ainda onze compromissos indispensáveis para alcançar os objetivos propostos: 17 Impulsionar o conceito de saúde condicionado por fatores políticos, econômicos, sociais, culturais, ambientais, comportamentais e biológicos, tendo a promoção da saúde como estratégia; Convocar as forças sociais para aplicar a estratégia de promoção da saúde; Incentivar políticas públicas de equidade e de ambientes e opções saudáveis; Estabelecer mecanismos de concertação entre os setores sociais e institucionais; Reduzir gastos improdutivos e a profusão de burocracias centralizadoras, fontes de ineficiência e desperdício; Fortalecer a capacidade da população para participar nas decisões que afetam sua vida e para optar por estilos de vida saudáveis; Eliminar os efeitos das desigualdades sobre a mulher; Estimular o diálogo dos diversos saberes. Fortalecer a capacidade de convocação do setor para mobilizar a produção social de saúde e mostrar as responsabilidades dos diferentes atores na sua construção; Reconhecer como trabalhadores e agentes de saúde aspessoas comprometidas com os processos de promoção da saúde; Estimular investigações em promoção da saúde, gerar ciência e tecnologia apropriada e disseminar conhecimentos. Conferência do México: Segundo WHO (2020) citado por BUSS (2020) a V Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde foi realizada na Cidade do México, no ano 2000 e teve como objetivos: Avaliar o impacto da promoção da saúde na saúde e qualidade de vida, especialmente, para as pessoas que vivem em circunstâncias adversas; Elevar a saúde a um lugar de destaque no programa de desenvolvimento das organizações internacionais, nacionais e locais; e Incentivar a formação de alianças para a saúde entre os diferentes setores e em todos os níveis da sociedade. 18 Na Declaração intitulada “Das Ideias às Ações”, destacam-se: colocar a promoção da saúde como prioridade nas políticas e programas locais, regionais, nacionais e internacionais; assegurar a participação ativa de todos os setores e da sociedade civil no desenvolvimento das ações de promoção; apoiar a preparação de planos de ação nacionais para promoção da saúde; e, estabelecer e fortalecer redes nacionais e internacionais que promovam a saúde (WHO, 2020, apud BUSS, 2020). Conferência de Bangkok (2005): afirma que as políticas e alianças destinadas a empoderar as comunidades e melhorar a saúde e a equidade em saúde devem ter lugar central na agenda do desenvolvimento mundial. A Carta de Bangkok continua valorizando o protagonismo da sociedade civil e do setor privado. Relaciona a PS aos direitos humanos, atribuindo ao indivíduo a responsabilidade pela saúde. Os DSS são apontados como “fatores de risco” sobre o controle dos indivíduos. Coloca que a mesma globalização que aprofunda as desigualdades e a exclusão social de milhões de pessoas, traz consigo novas “oportunidades de colaboração para melhorar a saúde”, tais como os avanços das tecnologias da informação e as comunicações e; os melhores mecanismos disponíveis para a governança mundial e a troca de experiências (XAVIER, 2017). Conferência de Nairobi: De acordo com XAVIER (2017), a sétima Conferência Internacional sobre PS ocorreu em Nairóbi, no Kenya, e o Documento resultante foi intitulado de Nairobi chamada à ação (OMS, 2009). O mesmo reforça como responsabilidades prioritárias daqueles comprometidos com a PS: fortalecer a liderança em PS e os sistemas de saúde; empoderar as comunidades e indivíduos; colocar a PS como estratégia central na agenda do desenvolvimento; fortalecer processos participativos e; construir e aplicar conhecimentos acerca da PS. O Documento elege algumas estratégias de ação para o alcance dessas responsabilidades, a exemplo da garantia do financiamento adequado e do acesso universal e da melhoria das abordagens dos sistemas de saúde e do gerenciamento de seu desempenho. Conferência de Helsinque: Essa VIII Conferência lançou o desafio de construir estratégias com foco em “Saúde em Todas as Políticas”. Ela aprofundou as implicações das decisões de todas as áreas sobre a saúde e a busca de sinergias entre elas, a favor da equidade. A declaração do evento chamou a atenção das 19 autoridades políticas sobre as consequências de suas decisões para o bem-estar e a saúde das populações (WHO, 2020, apud BUSS, 2020). De acordo com WHO (2020), citado por BUSS (2020), foram propostas as seguintes ações: Adotar o enfoque da Saúde em Todas as Políticas; Assegurar estruturas e processos sustentáveis que efetivem o referido enfoque; Fortalecer a capacidade dos Ministérios da Saúde para envolver outros setores do governo, por meio de liderança, parceria, advocacia e mediação, para alcançar resultados de saúde; Desenvolver recursos humanos, capacidade institucional e habilidades técnicas que facilitem o objetivo de Saúde em Todas as Políticas; Adotar auditoria transparente e mecanismos de responsabilização que construam a confiança entre governos e cidadãos; Estabelecer salvaguardas contra os conflitos de interesse que prejudiquem a saúde nos investimentos comerciais; Fomentar o engajamento público e da sociedade civil no desenvolvimento, implementação e monitoramento da Saúde em Todas as Políticas Conferência em Shangai: Esta IX Conferência foi realizada em 2016. Seu foco foi promover a saúde mediante a adoção de medidas condizentes e com o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Da Declaração do evento constam quatro grandes temas e uma série de compromissos, segundo HANGLUND (1996), citado BUSS (2020): Adoção de decisões políticas em favor dos direitos das mulheres, das populações deslocadas e do crescente número de pessoas afetadas por crises humanitárias e ambientais. Utilização de estratégias de governança para promover o bem-estar. Reconhecimento das cidades e comunidades como ambientes essenciais à saúde. 20 Reconhecimento do saber em saúde como elemento fundamental para a promoção da equidade em saúde. A Declaração termina com um “chamado à ação” para que os compromissos assumidos acelerem a implementação dos ODS por meio do compromisso político e do investimento financeiro na promoção da saúde. Da organização das atividades de Vigilância Epidemiológica, controle de endemias, Vigilância Sanitária, Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador no SUS, descrevendo que suas atividades são públicas e exercidas em articulação e integração com outros setores, dentre os quais os de saneamento básico, energia, planejamento urbano, obras públicas e meio ambiente (BRASIL, 2008, apud, CARVALHO, 2011). 4 ESTRATÉGIAS DE ORGANIZAÇÃO DAS AÇÕES DO SISTEMA DE SAÚDE E IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMAS DE SAÚDE NOS MUNICÍPIOS Fonte:susfacil.gov.br No debate sobre promoção da saúde, especial destaque deve ser dado às políticas públicas saudáveis, à governabilidade, à gestão social integrada, à intersetorialidade, às estratégias dos municípios saudáveis e ao desenvolvimento local. Como já dito, não é novo o reconhecimento da contribuição das políticas públicas para a saúde das populações. Remonta aos primórdios do Estado moderno, por volta do século XVII, embora o advento da era microbiológica, em meados do século XIX, tenha restringido o escopo da ação sanitária, despojando-a de seu caráter de intervenção social e enfatizando seu caráter técnico e setorial (BUSS, 2020). 21 Entretanto, de forma curiosa e até paradoxal, a relação entre políticas públicas e saúde volta a ganhar relevo nos últimos anos, não tanto por seus benefícios, mas pelos malefícios gerados. São notórios, e por vezes dramáticos, os efeitos das políticas que impulsionaram a economia urbano-industrial ao longo do século XX: desigualdades sociais, danos ambientais irreparáveis em alguns casos, ambientes sociais mórbidos de sociopatias e psicopatias, por exemplo (BUSS, 2020). A ideia contemporânea de políticas públicas saudáveis envolve um duplo compromisso: o de situar a saúde no topo da agenda pública, promovendo-a de setor da administração a critério de governo, e o compromisso técnico de enfatizar, como foco de intervenção, os fatores determinantes do processo saúde-doença-cuidado. Sua perspectiva ultrapassa em abrangência as ações ambientais da saúde pública tradicional e, mesmo, as políticas urbanas de expansão de serviços e bens de consumo coletivo. Implica numa (re) formulação inovadora, tanto do conceito de saúde, quanto do de Estado (e, portanto, de política pública) e de seu papel perante a sociedade (TERRIS, 1996, apud BUSS, 2020). A nova concepção de Estado, subjacente à proposta das políticas públicas saudáveis, é aquela que (re) estabelece a centralidade de seu caráter público e de sua responsabilidade social, isto é, seu compromisso com o interesse e o bem comum. Numa perspectiva de reforma do Estado, isso implica um esforço (desenho institucional) de superar déficits de eficiência/efetividade (capacidade de fazer o que deve ser feito) e de representatividade/sensibilidade (capacidade de definir o que precisa ser feito, segundo o interesse e as necessidades da sociedade) (BUSS, 2020). Um ponto importante nomarco da promoção da saúde é a superação da ideia de políticas públicas como iniciativas exclusivas ou monopolistas do aparelho estatal. Em fóruns participativos, expressivos da diversidade de interesses e necessidades sociais, as políticas públicas tendem a ser comprometidas com a saúde na linha de “saúde em todas as políticas” (BUSS, 2020). Outro aspecto fundamental é o empoderamento da população organizada, através da difusão ampla das evidências sobre as relações entre saúde e seus pré- requisitos, assim como da construção de mecanismos de atuação eficientes. Numa nova distribuição de deveres e direitos entre o Estado e a sociedade, entre indivíduos e coletivos, entre público e privado, a questão da participação é pré-requisito institucional e político para a definição da “saúde que queremos” (BUSS, 2020). 22 Um cuidado importante é evitar que a defesa de políticas públicas saudáveis implique na subordinação de outros setores governamentais, gerando resistências e suscitando isolamentos. Tendo na interdisciplinaridade o seu fundamento cognitivo e na intersetorialidade a sua ferramenta operacional, as políticas saudáveis, para não se limitarem a uma normatividade burocrática socialmente natimorta, devem suscitar ou partir de pactos horizontais com parceiros de outros setores governamentais e de outras comunidades epistêmicas, como urbanistas, educadores e ambientalistas. A intersetorialidade tão desejada pode ser definida como o processo no qual objetivos, estratégias, atividades e recursos de cada setor são considerados segundo suas repercussões e efeitos nos objetivos, estratégias, atividades e recursos dos demais setores (OPAS, 1993, apud BUSS, 2020). Forjar um Estado que opere na lógica da ação pública intersetorial supõe desenvolver uma nova institucionalidade social, entendida como o conjunto de organismos estatais encarregados do desenho, coordenação, execução e financiamento das políticas sociais, inclusive a de saúde. Essa nova institucionalidade depende da configuração de uma autoridade social, ou o conjunto dos responsáveis pelas políticas sociais, que coordene as políticas intersetoriais e outros arranjos voltados ao desenvolvimento. Tal autoridade social deveria ter posição de mesmo nível na estrutura de poder que as autoridades econômicas, com funções de planejamento e execução claramente definidas, além de recursos financeiros garantidos na repartição orçamentária (CEPAL, 1998, apud BUSS, 2020). Diversos países no Continente têm procurado desenhos institucionais que articulem instâncias governamentais intra e intersetorialmente com a sociedade civil. No caso de países de estrutura federativa, como o Brasil, torna-se necessária também a coordenação entre os diversos níveis administrativos e os subsetores sociais. Um enfoque deste tipo requer necessariamente a criação de redes interinstitucionais e uma nova cultura organizacional que requer melhorar a qualidade dos recursos humanos envolvidos e gerar novas formas de relações e comunicação entre os distintos âmbitos do aparelho estatal (CEPAL, 1998, apud BUSS, 2020). Nas últimas três décadas, no Brasil, uma série de experiências de gestão pública e mobilização social suscitou a implementação organizada de uma perspectiva de ação intersetorial, sob o rótulo do desenvolvimento local integrado e sustentável. Recentemente, impulsionadas pela Agenda 2030 e a definição dos Objetivos de 23 Desenvolvimento Sustentável, iniciativas têm sido criadas com vistas ao alcance das metas propostas. A saúde pública latino-americana realmente tem condições de contribuir efetivamente para a construção teórica e prática de tais propostas, principalmente por meio da estratégia dos “Municípios Saudáveis”, um modelo que contém os requisitos da formulação e implementação de políticas em prol da saúde por meio de ações intersetoriais (BUSS, 2020). O movimento das cidades saudáveis surgiu na Europa, no mesmo ano (1986) em que se realizou a já mencionada Conferência de Ottawa. Segundo ASHTON (1993), citado por BUSS, 2020), o projeto visa ao desenvolvimento de planos de ação locais para a promoção da saúde, baseados nos princípios de saúde para todos da OMS. A iniciativa hoje envolve muitas localidades, em várias redes nos cinco continentes. A constituição do programa num município inclui, em geral, quatro fases: início com determinação de prioridades; preparação de um plano de ação; unificação dos comitês organizadores e a execução de atividades e criação de sistemas de informação para o monitoramento e avaliação das iniciativas. Referendado na Declaração de Santa Fé de Bogotá, pela maioria dos países latino-americanos, o movimento dos municípios saudáveis chegou à América Latina no início da década de 1990. O movimento propõe uma reestruturação do sistema de saúde e de sua articulação com outros sistemas, na conformação de políticas e programas integrados para o desenvolvimento humano e o bem-estar. Segundo a OPAS (1996), citado por BUSS (2020), esse enfoque se centra na ação e na participação, assim como na educação sanitária e na comunicação para a saúde, visando a ampliar a capacidade da comunidade de melhorar suas condições físicas e psicossociais nos espaços onde as pessoas vivem, estudam, trabalham e se divertem. Esse movimento avançou rapidamente na região das Américas na década de 1990, alcançando mais de 500 municípios em praticamente todos os países do Continente. Já foram realizados dois “Encontros Latino-Americanos de Secretarias Municipais de Saúde”, um em Cuba (1994) e outro no Brasil (1996) para consolidar a iniciativa e trocar experiências. Segundo HARTZ (2017), citado por BUSS (2020), a configuração dos municípios saudáveis varia em cada local, compreendendo desde programas setoriais e dirigidos à promoção de comportamentos individuais saudáveis até propostas bastante abrangentes que alcançam diversas dimensões e setores. Muitos países 24 estabeleceram redes nacionais para o intercâmbio de experiências e para a busca de vantagens e incentivos nas negociações com os demais níveis do poder público. Um enorme desafio que ainda permanece é a identificação das melhores formas de institucionalidade social para uma gestão municipal integrada e participativa (BUSS, 2020). Por fim, um alerta: inovações tecnológicas (ferramentas, serviços e plataformas digitais) têm grande potencial para contribuir com a promoção da saúde e prevenção de doenças. Soluções, como aplicativos, fóruns on-line, blogs, redes sociais, dentre outras novidades, podem ampliar as possibilidades de as pessoas se comunicarem a favor de uma vida saudável. Porém, assim como os meios digitais podem ampliar os benefícios, Relatório da União Europeia, publicado em 2019, alerta que a falta de acesso, com segurança, aos recursos digitais e o desconhecimento para utilizar as ferramentas disponíveis pode exacerbar as iniquidades em saúde (EU, 2019, apud BUSS, 2020). 4.1 SUS De acordo com a Declaração de Alma-Ata em 1978, a Atenção Primária à Saúde (APS) apresenta os cuidados essenciais à saúde ofertados nos serviços mais próximos aos indivíduos, constituindo o primeiro local de contato com o Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse contexto, a APS foi instituída em “ações individuais e coletivas situadas no primeiro nível, voltadas à promoção da saúde, prevenção de agravos, tratamento e reabilitação” (GOMES, 2011, apud LEITE, 2018). No Brasil, o SUS foi estabelecido como política pública de saúde na Constituição de 1988, com o objetivo de assegurar assistência a todos os cidadãos.12 Para sua efetiva implantação, foram elaboradas e aprovadas as “Leis Orgânicas de Saúde” (Lei n° 8.080 e 8.142); a mais antiga, em seu capítulo II, discorre sobre os princípios e diretrizes do SUS, prevendo a descentralização dos serviços para os municípios, a regionalização e a hierarquização como princípios organizativos, garantindo o direito fundamental à vida; e como princípios doutrinários a universalidade, equidade e integralidade (SHIMIZU, 2013, apud LEITE, 2018). 25 4.2 Princípios do Sistema Único de Saúde (SUS)Com a promulgação da Constituição Federal de 1988 (CF/88), o direito à saúde foi sagrado direito fundamental, sendo responsabilidade comum da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal (art. 6º). A Constituição e a Lei nº 8.080/90 delimitaram os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo eles: A integralidade, A equidade, A descentralização, A participação social, A regionalização e A universalidade (BRASIL, 1988, apud AGUIAR, 2016). 4.3 Vigilância em Saúde A Vigilância em Saúde é responsável por todas as ações de vigilância, prevenção e controle de agravos, prioritariamente com ações de promoção à saúde, com o monitoramento epidemiológico das doenças transmissíveis e não transmissíveis, de atividades sanitárias programáticas, de vigilância em saúde ambiental e saúde do trabalhador, elaboração e análise de perfis demográficos epidemiológicos, proposição de medidas de controle entre outros. A Vigilância encontra-se distribuída em patamares hierárquicos técnico-administrativos, nas esferas federal, estadual, municipal e regional, sendo que a base de todas as informações é a região, mais precisamente a microárea (MALAGUTTI, 2011, apud BOCCATTO, 2011). Segundo BOCCATTO (2011), a Vigilância em Saúde tem um fluxograma de informações e apresenta várias interfaces entre diferentes sistemas: Vigilância; Atendimento (Primário, Secundário e Terciário); laboratórios; centros de pesquisa; centros universitários; outras secretarias entre outras. A Vigilância em Saúde está incluída no campo de ação do SUS e desenvolve programas relevantes de prevenção e controle, devendo ser utilizada para o estabelecimento de prioridades, alocação de recursos e orientação programática, em várias áreas: 26 Epidemiológica: Realiza um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou a prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar medidas de prevenção e controle de doenças ou agravos. Trabalha com doenças sexualmente transmissíveis agudas e crônicas; doenças transmissíveis agudas; doenças transmissíveis crônicas; doenças imunopreveníveis; investigações e respostas a casos e surtos e epidemias; doenças emergentes; agravos inusitados; inclui o também o Programa Nacional de Imunização (PNI), descentralizado aos municípios; Ambiental: Desencadeia um conjunto de atividades relativas às zoonoses e questões sanitárias ligadas ao meio ambiente e riscos à saúde (água, ar e solo), com ações integradas com as subprefeituras e outras secretarias, devendo participar na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico; Saúde do trabalhador: Desencadeia um conjunto de atividades que, por meio das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, se destinam à promoção e à proteção à saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e à reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho; Fonte: afolhatorres.com.br Imunização: É o conjunto de todas as atividades relacionadas com os imunobiológicos e sua adequada utilização. O Programa Nacional de Imunização (PNI) é reconhecidamente um dos melhores do mundo, estando vigente desde 1973, continuamente propiciando expressivos benefícios na prevenção de doenças, obtendo reiterados sucessos, nunca tendo sido interrompido. Podem ocorrer surtos ou acontecimentos inesperados mesmo com imunobiológicos eficazes, cabendo 27 providências complementares organizadas, seguindo diretrizes da Vigilância em Saúde, com respaldo científico e rigoroso sistema avaliador de qualidade, também com controle de procedimentos inadequados e eventos adversos de imunobiológicos, acompanhando também de maneira rigorosa o armazenamento, a conservação e o transporte de vacinas até sua utilização; Sanitária: Realiza um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde; Infraestrutura: Infraestrutura laboratorial e de apoio diagnóstico, do sistema de informações de doenças de notificação compulsória, entre outros. A Vigilância deve trabalhar de forma integrada e harmônica com todas as Unidades de Atendimento à Saúde (também intersetorialmente e intersecretarialmente). Na Saúde da Família e da Comunidade, a Estratégia Saúde da Família (ESF) desencadeou todo um processo de regionalização também na Vigilância. A ESF tem como diretriz a existência da territorialização e a determinação de área geográfica com o delineamento das áreas de abrangência de cada uma das Unidades Básicas de Saúde. Nas áreas cobertas pela ESF se trabalha com microáreas e área de abrangência, que são de responsabilidade sanitária das equipes. Na ESF, a Vigilância tem como parceiros as organizações sociais e os parceiros contratados pelas secretarias municipais de saúde. As entidades privadas qualificadas pelos estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios como organizações sociais, são declaradas de interesse social e utilidade pública, desde que haja reciprocidade e a legislação local não contrarie os mandamentos dessa lei e a legislação federal específica (MONKEN, 2005, apud BOCCATTO, 2011. 28 4.4 Vigilância epidemiológica Fonte: repocursos.unasus.ufma.br O Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE) do Brasil foi criado em 1975, limitando-se a uma pequena lista de doenças de notificação compulsória. Até então, as intervenções de Saúde Pública voltadas para o controle de doenças transmissíveis eram da responsabilidade de órgãos subordinados ao Governo Federal (Departamento Nacional de Endemias Rurais/DNERU, Campanha Contra Varíola, Campanha Contra Tuberculose, Campanha contra Lepra, dentre outras) que desenvolviam suas atividades sob a forma de campanhas sanitárias. Com a implementação do SNVE, parte das atribuições e responsabilidades da vigilância e controle destas doenças foram sendo repassadas para as Secretarias Estaduais de Saúde (SES), estruturadas sob a forma de Programas Especiais ao exemplo do Programa Nacional de Imunizações (PNI), que estabeleceu um modelo piramidal que mantinha o nível local sem recursos e sem protagonismo no processo de resolução de seus problemas de saúde. Entretanto, as denominadas endemias (esquistossomose, doença de Chagas, malária, tracoma, entre outras) ficaram sob a responsabilidade da Superintendência de Campanhas (SUCAM), órgão da administração direta do Ministério da Saúde. Deste modo, a formulação, a coordenação e a execução das atividades de prevenção e controle de doenças transmissíveis eram realizadas segundo a lógica de programas verticais (TEIXEIRA, 1998, apud TEIXEIRA, 2018). A “Vigilância Epidemiológica em Âmbito Hospitalar” foi criada em 2004, com a criação dos Núcleos Hospitalares de Epidemiologia cujo objetivo é detectar, notificar e investigar de maneira precoce e oportuna, para adoção adequada de medidas de 29 prevenção e controle das mesmas doenças de interesse para saúde pública, cuja porta de entrada no sistema, muitas vezes, são os hospitais, mesmo que estes não sejam de referência em doenças infecciosas (BRASIL, 2004 apud TEIXEIRA, 2018). A doença não pode ser compreendida apenas por meio das medições fisiopatológicas, pois quem estabelece o estado da doença é o sofrimento, a dor, o prazer, enfim, os valores e sentimentos expressos pelo corpo subjetivo que adoece (CANGUILHEM, 1995, apud, BRASIL, 2012) 5 MEDIDAS DE CONTROLE E PREVENÇÃO EM VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Fonte: oimpacto.com.br As ações de vigilância epidemiológica são hierarquizadas, ou seja, cada nível assume responsabilidades para com o planejamento e execução das medidas e ações a serem empreendidas a nível central, regional e local: Nível central (Governo Federal/Ministério da Saúde): é o grande responsável pela determinação e regulamentação nacional das ações de vigilância epidemiológica. Nele, as ações são discutidaspara, somente após, serem recomendadas a todos os estados da Federação. Detém as bases de dados dos sistemas de informação da vigilância epidemiológica - que reúnem todas as informações referentes à saúde e às doenças no Brasil. Nível regional: correspondente aos estados da Federação (Secretarias de Estado de Saúde): cabe coordenar as ações de vigilância desenvolvidas pelos municípios, procurando estabelecer prioridades de acordo com as informações obtidas, prestando consultoria. 30 As centrais estaduais de regulação de transplante de órgãos são exemplo de ação de vigilância diretamente desenvolvida pelo nível de gestão regional. Por seu intermédio as secretarias estaduais de Saúde controlam o número de doadores, os pacientes para os quais o transplante é prioritário, a localização dos possíveis doadores e que hospitais dispõem de estrutura para realizar a intervenção cirúrgica necessária. Assim, é possível conhecer as necessidades relacionadas a um problema de saúde específico e intervir diretamente sobre ele, estabelecendo uma rede de comunicação entre as unidades locais coordenadas pelas centrais. Nível local: traduzido na figura do município (Secretarias Municipais de Saúde) e sua região administrativa (Distritos Sanitários): cabe executar as práticas de vigilância, desenvolvendo as ações mais diretamente relacionadas aos indivíduos, por meio dos serviços assistenciais oferecidos. Neste nível, principalmente, faz-se necessário que os serviços de saúde estejam informados da ocorrência das doenças de notificação compulsória para que possam, assim, planejar e implementar as medidas de promoção, prevenção e controle adequadas às necessidades da população local – o que chamamos “informação para a ação” ROUQUAYROL, 1999, apud NEGRI, 2002). 5.1 Investigação epidemiológica A investigação epidemiológica deve ocorrer sempre que for notificado um caso suspeito de alguma doença. Significa que mesmo que o diagnóstico não esteja confirmado deve-se realizar a investigação e executar as medidas de controle e prevenção da transmissão, recomendadas pelos serviços de epidemiologia e padronizadas pelo nível central (Ministério da Saúde): A busca de casos e visita domiciliar – quando os serviços locais de epidemiologia, ao receberem notificações de doenças de clientes atendidos, procuram localizá-los por meio de aerograma, telefonema ou visita ao domicílio para realizar a investigação epidemiológica; O apoio a procedimentos diagnósticos – quando da definição de suspeita ou confirmação de uma doença, a coleta de material biológico, realização de testes específicos e interpretação de seus resultados são procedimentos frequentemente desenvolvidos pelo auxiliar de enfermagem (WALDMAN,1998, apud NEGRI, 2002). 31 5.2 As medidas de precaução em relação à transmissão de doenças As medidas de precaução em relação à transmissão de doenças podem incluir: Vacinação de bloqueio: é a intensificação da administração de uma vacina, visando a impedir a transmissão de uma doença de um indivíduo doente para aqueles que com ele convivem em espaço restrito, como no trabalho, escola, creche ou quartéis. Essa medida é usualmente utilizada quando há o acometimento por uma doença de transmissão fácil e contra a qual se dispõe de vacina, como a coqueluche ou sarampo A febre amarela, por exemplo, teve vacinação de bloqueio para evitar que novos casos atingissem outras regiões do país; Intensificação de vacina: é uma estratégia utilizada para aumentar o número de pessoas protegidas contra uma doença. Para tanto, podem ser modificados os critérios normalmente utilizados para a aplicação da vacina, aumentando-se o número de doses ou a faixa etária da população-alvo; Indicação de restrição de circulação: o objetivo não é isolar o cliente, mas sim garantir que outras pessoas de seu convívio não corram o risco de contrair a doença por ainda não estarem protegidas; Quimioprofilaxia: algumas vezes, o uso de vacinas para prevenir a transmissão de determinada doença não está disponível ou recomendado - casos em que são utilizados medicamentos para diminuir o risco de transmissão. A adoção desta conduta é chamada quimioprofilaxia, geralmente adotada para os comunicantes de casos suspeitos ou confirmados de meningite meningocócica ou causada por hemófilos, tuberculose ou leptospirose, e ainda frente à exposição acidental envolvendo objetos perfurocortantes potencialmente contaminados com material biológico (WESTPHAL, 1998, apud NEGRI, 2002). 6 PRINCIPAIS INDICADORES DE SAÚDE COLETIVA Para o planejamento de ações de prevenção e controle de doenças e agravos, é importante conhecer o perfil dos problemas de saúde da população assistida e das doenças apresentadas quais mais acometem a população, que mais matam e quantas pessoas morrem. Para o conhecimento de aspectos de saúde não diretamente observáveis foram criados os indicadores de saúde, que representam e tentam “medir” 32 os aspectos normalmente não percebidos. Dentre outros importantes componentes da estrutura de assistência à população, esses indicadores orientarão o processo de planejamento em saúde, a organização dos serviços de atenção e a determinação do número de leitos hospitalares necessários para determinada região. Como destaques, ressaltamos a morbidade, a mortalidade e a letalidade. Apesar dessas limitações, acredita-se que a informação gerada a partir de dados de mortalidade, muito utilizada no passado, reterá, por algum tempo ainda, o seu lugar central na avaliação dos progressos em saúde e nas comparações internacionais, devido principalmente à dificuldade de operacionalização de outros tipos de indicadores (HANSLUWKA, 1987, apud, SOARES, 2003). 6.1 Morbidade Segundo NEGRI (2002), a morbidade refere-se ao comportamento das doenças numa população exposta ao adoecimento. Seus índices permitem conhecer que doenças existem habitualmente na área, no período e na população estudada (prevalência), e quais os novos casos das doenças na mesma área, período e população (incidência). A quantidade de casos de uma doença também permite estimar sua importância para aquela população. Estão relacionados à morbidade os termos: surto, endemia, epidemia e pandemia. Surto: Surto é um aumento repentino do número de casos, dentro de limites muito restritos, como uma série de casos de rubéola em uma creche, vários indivíduos com conjuntivite em um quartel ou vários bebês com infecção respiratória em um berçário de hospital. Também pode ser assim considerado o aumento do número de casos de uma doença em uma área específica, considerada livre da mesma. Por exemplo, um único caso de poliomielite no Brasil seria suficiente para configurar um surto; Endemia: Endemia é a ocorrência de certo número de casos controlados em determinada região; Epidemia: Epidemia é o aumento do número de casos de determinada doença, muito acima do esperado e não delimitado a uma região; Pandemia: Pandemia, por sua vez, compreende um número de casos de doença acima do esperado, sem respeitar limites entre países ou continentes. Os exemplos mais atuais são a Aids, tuberculose e Covid-19. 33 6.2 Mortalidade A mortalidade é definida como a relação entre o número de óbitos e o número de pessoas expostas ao risco de morrer. Dados esses que podem ser agrupados por características como sexo, idade, estado civil, causa, lugar, condição, dentre outras. Os óbitos ocorridos podem estar classificados segundo a associação de duas ou mais dessas características (ROCHA,1999, apud NEGRI, 2002). A causa básica de morte é definida pela Organização Mundial da Saúde como “ (a) a doença ou lesão que iniciou a sucessão de eventos patológicos que levou diretamente à morte, ou (b) as circunstâncias do acidente ou violência que produziu a lesão fatal”. Causas associadas são todas as descritas na declaração de óbito diferentes da causa básica, ou seja, condições que contribuíram no processo de falecimento (contribuintes) ou que foram complicações da causa básica (consequenciais). Constituem causas múltiplas todas aquelas descritas na declaração de óbito,ou seja, as causas básicas e as associadas (OMS, 1997 apud LAURENTI, 2015). 6.3 Letalidade Segundo NERI (2002), a letalidade permite conhecer a gravidade de uma doença, considerando-se seu maior ou menor poder para causar a morte. A determinação da letalidade de certas doenças permite avaliar a eficácia de estratégias e terapias implementadas. Por exemplo, espera-se que a vacina anti sarampo reduza o número de complicações e óbitos decorrentes da doença. Se há muitos óbitos causados pelo sarampo, isto significa que as crianças não estão tendo acesso à estratégia de vacinação ou que a vacina não está desempenhando adequadamente seu papel na proteção à saúde. Para que se possa avaliar o significado dos indicadores e compará-los frente a populações diferentes sem que haja distorção das informações, esses indicadores são calculados por meio de taxas, índices e coeficientes, e expressos em porcentagens. Traduzem, muitas vezes, as condições socioeconômicas e sanitárias locais, pois estão intimamente relacionados com as condições de vida e saúde da população. Dessa forma, as ações de vigilância epidemiológica e os resultados obtidos com a sua implementação e divulgados através de suas bases de dados constituem um elemento 34 precursor da elaboração e implementação de programas de saúde coletiva, ao permitirem a identificação de fatores de risco para a determinação dos processos de morbidade que atingem os grupos populacionais que recebem atenção específica dos serviços de saúde (ROCHA,1999, apud NEGRI, 2002). 7 DOENÇAS PREVENÍVEIS MEDIANTE VACINAÇÃO Doenças preveníveis por imunização: Covid-19, Tuberculose, Hepatite B, Difteria, Tétano, Coqueluche, Doenças causadas por Hemofilo B, Poliomielite, Rotavirose, Doença Pneumocócica, Doença Meningocócica, Sarampo, Caxumba, Rubéola, Varicela, Hepatite A, Febre Amarela, Influenza (Gripe), Raiva Humana, HPV, Cólera e Diarréia dos Viajantes, Febre Tifóide. Fonte: portaldafolha.com.br 7.1 Influenza (gripe) A gripe é uma doença viral causada pelos vírus influenza dos tipos A, B e C. Os vírus do tipo A e B apresentam importância clínica, representando 75% das infecções comparadas com as cepas B; sofrem mutações, e causam epidemias sazonais. Podem causar complicações respiratórias em pacientes que são doentes crônicos como: cardiopatas, pneumopatas, imunodeprimidos; e em grupos vulneráveis como: crianças e idosos. Sua transmissão é através do contato com secreções respiratórias, e objetos contaminados. É de alta transmissibilidade, sua manifestação clínica é: febre (38º a 40°C), cefaleia, mialgia, dor na garganta, tosse, prostração. Podendo evoluir para formas graves como: Síndrome Respiratória Aguda 35 Grave (SRAG) e pneumonia, aumentando o número de hospitalização (BRASIL- M.S/ INFORME TÉCNICO, 2018, apud DE MELO, 2019). Prevenção: A melhor forma de prevenir a doença é através da vacinação que deve ser realizada anualmente. A vacina é composta de vírus inativados, fragmentados, diferentes tipos de cepas do vírus Myxovirus influenzae. São definidos os tipos de antígenos de acordo com a orientação epidemiológica dos vírus circulantes (BRASIL- M.S/ INFORME TÉCNICO, 2018, apud DE MELO, 2019). A vacina contra influenza pode ser realizada a partir dos seis meses de idade, é indicada para a população indígena e deve ser administrada por via IM ou SC (em pacientes que possuem alteração sanguínea ou que estejam em tratamento com anticoagulantes orais). Existe diferenciação para o esquema de doses conforme a idade; em crianças com 6 meses a 2 anos de idade deve ser realizada duas doses fracionadas de 0,25 ml, por via IM, com intervalo de 30 dias entre as doses, e para crianças de 3 anos até 8 anos serão administrados duas doses de 0,5 ml com intervalo de 30 dias entre as doses, após essa idade e em adultos a dose será de 0,5 ml, por via IM. A vacina é contraindicada para aqueles que possuem alergia ao ovo, devendo ter a orientação médica se for preciso realizá-la, devendo ser administrada no hospital. Para casos em que ocorreram a Síndrome de Guillain-Barré (SGB) pós-vacinação, num intervalo de seis semanas da dose recebida anteriormente, será necessário avaliação médica para analisar a necessidade de realizar a vacinação frente o risco (BRASIL, 2014, apud DE MELO, 2019). 7.2 Covid-19 Segundo FREIRE (2021), a Pandemia provocada pelo vírus SARS-CoV21, que causa a doença conhecida como Covid-19, afetou o planeta de incontáveis maneiras, tanto na área da saúde quanto na economia, nas relações sociais e, principalmente, no fluxo informacional. A necessidade de nos mantermos distantes uns dos outros trouxe a clareza de como é importante a vida em sociedade, na qual cada pessoa e instituição tem seu papel. Além disso, foi em meio ao caos mundial que as tecnologias digitais, especialmente as tecnologias de informação e comunicação, tiveram oportunidade de suprir demandas comuns da nossa vida e nos manter conectados. Um fator importante relacionado à pandemia de Covid-19 foi 36 a necessidade de validação científica rápida para quaisquer nvacinas e tratamentos médicos. O processo de produção vacinal segue as fases de um estudo clínico, com etapas pré-clínicas, realizadas em laboratórios, em geral, em modelos animais, objetivando avaliação de dose e toxicidade nesta população. Os ensaios clínicos, em humanos, são divididos em três etapas. Os estudos de fase 1 visam avaliar a segurança do produto, enquanto os de fase 2 avaliam segurança, dose e frequência de administração, bem como sua imunogenicidade. Os de fase 3 têm como desfecho principal a avaliação de eficácia do produto, através de ensaios clínicos controlados, randomizados, envolvendo milhares de voluntários. Após a publicação científica desses dados, a vacina candidata é submetida à avaliação pelas agências reguladoras, para posterior produção e distribuição. Por fim, os estudos de fase 4, ou de pós-licenciamento, estimam os efeitos e eventos adversos após a utilização da vacina em larga escala na população alvo. Cada etapa deste processo dura em média vários meses a anos (FREIRE, 2021). Várias tecnologias de produção estão sendo avaliadas, incluindo ácidos nucleicos (DNA e RNA), uso de vetores virais (replicantes e não replicantes), vacinas virais (atenuadas ou inativadas) e as vacinas proteicas (recombinantes ou de VLP - partículas semelhantes ao vírus - tecnologia utilizada na vacina HPV). Algumas dessas plataformas nunca foram utilizadas em vacinas atualmente licenciadas, mas existem experiência em áreas como a oncologia e, assim, surgem novas oportunidades de produção de vacinas, com maior velocidade de fabricação. Entretanto, este processo, como tudo o que é novo e não testado, requer cautela, para não oferecer falsas esperanças em um momento tão difícil para a humanidade (MUKHERJEE, 2020, apud LIMA, 2021). KRAMMER (2021) citado por LIMA (2021), relata que a maioria das vacinas estudadas para a COVID-19 visa induzir anticorpos neutralizantes contra as subunidades virais, a maior parte delas tendo como alvo a região RBD (do inglês domínio de ligação do receptor) da proteína mais conservada do vírus, a Spike (S), impedindo assim, a captação do vírus pelo receptor ACE2 (enzima conversora da angiotensina 2) humano. Não está claro como as variantes da proteína S utilizadas em diferentes candidatas à vacina se relacionam entre si ou com a epidemiologia genômica da doença. 37 Vacinas com vetores virais: Adenovírus não replicantes têm sido os principais vetores virais utilizados nas plataformas de desenvolvimento para as vacinas COVID. Podem ser humanos (Ad5 e Ad26) ou de símios (Chipanzés ChAd). Segundo FOLEGATTI (2020), citado por LIMA (2021), a vacina ChAdOx1 nCoV-19, baseada em vetores virais, desenvolvida na Universidade de Oxford, na Inglaterra, em parceria com o laboratório AstraZeneca, induz robusta resposta imune, incluindo resposta celular, após a aplicação de duas doses. Utiliza, como vetor, um adenovírus de chimpanzé não replicante que expressa a proteína S do SARS-CoV-2. Os estudos de fase 1 e 2, envolvendo grupocontrole com vacina conjugada meningocócica em adultos saudáveis, mostraram resposta específica de células T no 14° dia após aplicação, com anticorpos neutralizantes detectados entre 91 e 100% dos pacientes, apresentando perfil de segurança aceitável. Atualmente, encontra-se em estudos de fase 3 envolvendo profissionais de saúde e grupos de alta exposição do Reino Unido e mais quatro países, incluindo o Brasil. O surgimento de um evento adverso grave e inesperado em um voluntário que apresentou um quadro de mielite transversa fez com que o laboratório suspendesse provisoriamente o estudo de fase 3 em todos os centros para melhor análise do caso. Após avaliação do Comitê externo de monitoramento, foi afastada relação causal da vacina com o evento adverso e o estudo prossegue em todo o mundo (FOLEGATTI, 2020, apud LIMA, 2021). Outras vacinas baseadas em vetores virais já estão liberadas para uso restrito em determinados grupos populacionais na China e na Rússia. O laboratório chinês CanSino divulgou estudos de fase 1, demonstrando resultados promissores com uma vacina que utiliza o Ad5 como vetor,mas não houve publicação de estudos de fase 3 e atualmente a vacina encontra-se aprovada naquele país para uso exclusivo em militares chineses (ZHU, 2020, apud LIMA, 2021) Também com a tecnologia do uso do adenovírus, foi iniciada vacinação de profissionais de saúde e professores com vacina produzida pelo Instituto Gamaleya, em Moscou. Estudo de fases 1/2, publicado recentemente, testou 02 formulações de vacinas baseadas em 02 subtipos do adenovírus e todos os participantes produziram anticorpos contra a glico-proteína do SARS-CoV-2, com uma taxa de sorocon-versão de 100% após 42 dias da aplicação. Também foi avaliada a resposta celular no 28° dia, com detecção de proliferação de CD4 e CD8 em todos os estudados. A vacina 38 russa utiliza como vetor viral o Ad26 na primeira e o Ad5 na segunda dose. Há proposta de ampliar a vacinação para todos os cidadãos russos em outubro e o governo do estado do Paraná está negociando acesso à chamada vacina Sputnik V (LOGUNOV, 2020, apud LIMA, 2021). Vacinas genéticas: As vacinas de RNA mensageiro têm demonstrado, em geral, um excelente perfil de segurança e com boas respostas imunes celular e humoral. Tem a vantagem de serem produzidas em maior escala, por se tratar de produtos sintéticos, e a desvantagem de serem produtos que requerem conservação em congelamento. O RNA vacinal é envolto em uma camada lipídica, evitando assim, sua degradação. Até o momento, nenhuma vacina de DNA alcançou a fase 3 em ensaios clínicos; Vacinas virais: tecnologias tradicionais de produção de vacinas como as de vírus vivos atenuados e inativados vêm sendo utilizadas em diversos ensaios clínicos. Preocupações com a biossegurança de vacinas atenuadas têm dificultado os estudos com essa plataforma, e algumas vacinas inativadas já estão em fase 3 de testes; Vacinas virais: tecnologias tradicionais de produção de vacinas como as de vírus vivos atenuados e inativados vêm sendo utilizadas em diversos ensaios clínicos. Preocupações com a biossegurança de vacinas atenuadas têm dificultado os estudos com essa plataforma, e algumas vacinas inativadas já estão em fase 3 de testes (KRAMMER, 2021, apud LIMA, 2021). 7.3 Doenças pneumocócica A doença pneumocócica é causada pela bactéria Streptococcus pneumoniae ou pneumococo, possuidora de cápsula, possui 90 sorotipos, conhecidos mundialmente, sendo grandes causadores de doenças invasivas e não invasivas. A doença pneumocócica pode causar infecções graves como pneumonia, meningite, e provocar bacteremia. As formas não invasivas são: sinusite, otite média aguda, conjuntivite, bronquite. A forma de transmissão é através de gotículas respiratórias como tosse, espirro da pessoa contaminada, podendo ocorrer situação em que a pessoa apenas é portadora da bactéria, não desenvolvendo a doença; as crianças menores costumam serem as portadoras do pneumococo (FIOCRUZ, 2014, apud DE MELO, 2019). 39 O local de colonização do pneumococo pode influenciar a expressão dos fatores de virulência: enzimas como superóxido dismutase e NADHoxidase podem atuar na patogênese da infecção ao participar da detoxicação dos radicais de oxigênio e gerar a competência das células, tornando-as aptas ao processo de transformação, que é o principal envolvido na recombinação genética do pneumococo (KAPLAN, 2001 apud FREIRE, 2002) Prevenção: A vacina pneumocócica é composta por “polissacarídeos capsulares bacterianos purificados do Streptococcus pneumoniae (pneumococo), com 10 sorotipos de pneumococo (1, 4, 5, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19F e 23F). ” (M.S., 2014). O esquema é composto por 2 doses, devendo ser realizado aos 2 e 4 meses, e um reforço aos 12 meses de idade, podendo receber a dose até os 4 anos (BRASIL- M.S., 2016, apud DE MELO, 2019). 7.4 Hepatites Hepatite A: As hepatites virais são infecções sistêmicas causadas por vírus que possuem tropismo primário para o fígado, cuja fisiopatologia baseia-se na resposta inflamatória hepática ao vírus. Apesar de apresentarem sintomas similares, as hepatites virais são doenças distintas, cada qual com sua característica epidemiológica, clínica, laboratorial e agentes etiológicos específicos. Os principais agentes etiológicos das hepatites virais humanas são os vírus das hepatites A (HAV), B (HBV), C (HCV), D (HDV) e E (HEV) (NUNES, 2016, apud SANTOS, 2019). Hepatite B e C: As hepatites B e C apresentam grande magnitude no mundo, com estimativas de cerca de 257 milhões de pessoas cronicamente infectadas pelo vírus da primeira (VHB) e 71 milhões pelo vírus da segunda (VHC)1. No Brasil, um inquérito populacional realizado nas capitais e no Distrito Federal na década de 2010, com pessoas de 10 a 69 anos, apresentou prevalência de 0,37% e 7,40% para o antígeno de superfície do vírus B (HBsAg) e contra o núcleo (Anti-HBc), respectivamente, e de 1,38% para o anticorpo contra o vírus C (Anti-HCV). Isso resultou em uma estimativa para população residente nessas áreas de 430.658 pessoas Anti-HCV reagentes, sendo 36,70% virêmicas. Em 2016, o Ministério da Saúde estimou prevalência de 0,70% no país todo e de 657.000 pessoas com o vírus ativo da hepatite C, visando estabelecer uma linha de base para calcular os casos a diagnosticar e tratar anualmente, a fim de cumprir metas e eliminar as hepatites virais até 2030. Em publicação mais recente essas 40 estimativas foram atualizadas para 0,53% e 632.000, respectivamente. Essas informações mostram a importância dessas infecções no Brasil e o desafio para os serviços de saúde em detectar e tratar os portadores (WHO, 2020, apud SATO, 2020). 7.5 Poliomielite A poliomielite paralítica é uma doença aguda causada pelo poliovírus, com relatos históricos na humanidade há milhares de anos. Em meados do século XX, com a implantação de um programa de vacinação eficaz, o número de novos casos reduziu consideravelmente. Dessa forma, o poliovírus selvagem foi eliminado do hemisfério ocidental, e o número de novos casos continua a cair no resto do mundo. No Brasil, os primeiros dados epidemiológicos sobre a poliomielite datam de 1910, e em 1994, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o Brasil como livre de pólio (QUADROS, 2012, apud SOARES, 2019). Mesmo nesse contexto, após um longo período de estabilidade após uma infecção pelo vírus da poliomielite, pacientes com ou sem sequelas da doença podem desenvolver novas incapacidades com diversos sintomas, consistente com a síndrome pós-poliomielite (SPP) (VIANA, 2013, apud SOARES, 2019). Ao contrário de doenças infectocontagiosas que assolavam a sociedade brasileira entre o final do século XIX e meados do século XX, a poliomielite desafiava todos os conceitos higienistas da época, os quais relacionavam o adoecimento às condições de higiene e pobreza (CAMPOS, 2003 apud, LOPES, 2012). 7.6 Tétano O tétano é uma infecção bacteriana grave, não contagiosa, causada pela toxina do bacilo tetânico gram positivo Clostridium tetani. Ferimentos externos, entre eles o perfurante causadopor pregos, arame farpado ou semelhantes, permitem a entrada de esporos da bactéria favorecendo a proliferação. Tecido necrosado e queimaduras são também locais onde o bacilo encontra condições favoráveis para o crescimento. O contato do ferimento com a terra, poeira e fezes de animais na areia, é uma forma comum de contaminação do tétano (RHINESMITH, 2018, apud ROLLAND, 2021). Prevenção: Segundo (WANG, 2020), citado por ROLLAND (2021), a vacinação é a única forma de proteção, e todos devem ser protegidos. É obrigação da 41 classe médica efetivar tal recomendação. A profilaxia contra tétano deve ser considerada para qualquer paciente ferido. Apesar de ser uma exigência no tratamento de pacientes vítimas de acidentes com ferida externa, os protocolos não são seguidos rigorosamente, havendo uma diversidade de formas de se tratar preventivamente contra o tétano.5 Pacientes com tétano se não tratados apresentam uma letalidade próxima de 100%.6 Aqueles que recebem um tratamento depois da doença se instalar ainda têm uma taxa de letalidade alta, i.e., 30-50%. 7.7 Tétano neonatal Tétano Neonatal (TNN), também conhecida como Mal de 7 dias ou tétano umbilical, é uma doença infecciosa aguda, grave e imunoprevenível, sendo transmitida pelo Clostridium tetani, bacilo gram positivo, anaeróbico e esporulado, produtor de várias toxinas, sendo a tetanopasmina a responsável pelo quadro de contratura muscular (BRASIL, 2017, apud DE OLIVEIRA, 2019). A contaminação ocorre durante o manejo do cordão umbilical em virtude do uso de substâncias e instrumentos contendo esporos do bacilo e/ou pela própria falta de higiene nos cuidados do recém-nascido, acometendo-os em 60% na primeira semana de vida, e em 90% nos primeiros quinze dias de vida. O diagnóstico do tétano é essencialmente clínico e não depende de confirmação laboratorial. Os exames laboratoriais auxiliam apenas no tratamento do paciente e no controle das complicações (BRASIL, 2014, apud DE OLIVEIRA, 2019). Para MELGAARD et al., 1988, citado por DE OLIVEIRA (2019), o tétano neonatal é uma das principais causas da mortalidade neonatal em certos países subdesenvolvidos e, em algumas situações, pode representar cerca de 30% a 50% destas mortes. 7.8 Coqueluche Segundo informações do MINISTÉRIO DA SAÚDE (2014), citados por DE MEDEIROS, (2017), a coqueluche é uma doença infecciosa aguda de alta transmissibilidade e uma importante causa de morbimortalidade infantil. É causada pelas bactérias Bordetella pertussis e B. parapertussis. O homem é o único 42 reservatório natural, mas ainda não foi demonstrada a existência de portadores crônicos. Apresenta distribuição universal, porém não existe distribuição geográfica preferencial nem característica individual que predisponha à doença; assim, a ocorrência de coqueluche está relacionada à presença ou à ausência de imunidade específica. No Brasil, a introdução e a ampliação das coberturas das vacinas tríplice bacteriana e tetravalente nos anos de 1990 contribuíram significativamente para a redução na incidência dos casos de coqueluche, com uma redução de 10,6/100 mil habitantes (70% de cobertura) no início dessa década para 0,32/100 mil habitantes em 2010 (cobertura acima de 95%). No entanto, em meados de 2011, observou-se um aumento súbito e inexplicável do número de casos da doença, ultrapassando o limite superior esperado no diagrama de controle. Foi uma situação preocupante que se manteve em 2012 e 2013. As possíveis hipóteses que podem explicar esse aumento ainda estão sendo investigadas. Vale ressaltar ainda que, nos últimos anos, houve melhora do diagnóstico laboratorial com a introdução de técnicas biomoleculares (TREVIZAN, 2008, apud DE MEDEIROS, 2017). No que tange às características sociodemográficas, a coqueluche apresenta perfil democrático, caracterizando-se por ser de alta transmissibilidade e de distribuição universal, acometendo diversos estratos sociais, de ambos os sexos e de distintas faixas etárias. No geral, os mais susceptíveis a adquirir a doença são os indivíduos não vacinados e/ou com vacinação incompleta. Logo, a maior parte dos casos se concentra em menores de 1 ano de idade, estando, portanto, os lactentes mais susceptíveis a desenvolver complicações e até mesmo evoluir para o óbito (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014, apud DE MEDEIROS, 2017). A coqueluche evolui em três fases sucessivas: Catarral: A primeira fase, a catarral inicia-se com manifestações respiratórias e sintomas leves, que podem ser confundidos com uma gripe: febre, coriza, mal-estar e tosse seca. Em seguida, há acessos de tosse seca contínua; Paroxística: Na fase aguda, os acessos de tosse são finalizados por inspiração forçada e prolongada, vômitos que provocam dificuldade de beber, comer e respirar; 43 Convalescência: Na convalescença, os acessos de tosse desaparecem e dão lugar à tosse comum. Bebês menores de seis meses são os mais susceptíveis a apresentar as formas mais graves da doença, que podem causar desidratação, pneumonia, convulsões e lesão cerebral levando à morte (FIOCRUZ, 2014, apud ALVES, 2017). A fase de convalescência, por fim, efetiva-se gradualmente e está associada a diminuição da frequência e do grau da tosse paroxística, bem como da severidade dos sintomas. Ressalte-se que outras infecções podem ocorrer concomitantemente, como pneumonia oriunda de outros agentes etiológicos, otite média, sinusite e encefalopatia (MATOO, 2005 apud, MOREIRA, 2014). 7.9 Difteria A difteria é uma doença aguda, toxi-infecciosa, imunoprevenível, de notificação compulsória e de distribuição mundial, sendo prevalente em locais com higienização inadequada e/ou baixa cobertura vacinal. Tem como agente etiológico o micro- organismo Corynebacterium diphtheriae (bacilo diftérico) e, em alguns casos, por C. ulcerans, bactéria relacionada às infecções de natureza zoonótica e responsável por provocar uma doença semelhante à difteria respiratória clássica, muitas vezes chamada de difteria zoonótica. Ambos podem produzir uma exotoxina responsável por causar toda a sintomatologia deste agravo (SEKAR et al., 2017, apud DOS SANTOS, 2019). A doença em sua forma clássica é caracterizada pela formação de uma ou mais pseudomembranas de cor acinzentada principalmente nas tonsilas, orofaringe e nasofaringe, mas raramente, a difteria, pode se apresentar como lesões na pele, chamada de difteria cutânea. Além disso, pode resultar em diversas complicações, principalmente quando não tratada ou tratada de forma inadequada, como por exemplo, a obstrução das vias aéreas, miocardite e neuropatias (DOS SANTOS, 2019). Prevenção: Atualmente estão disponíveis as vacinas dT/DT (dupla adulto), DTPw/DTPa (tríplice), DTP-HiB (tetravalente) e DTPa-HB-IPV+Hib (pentavalente) para imunização contra difteria. A vacina dT (vacina adsorvida difteria e tétano adulto) contém em sua composição a anatoxina diftérica em até 2 Lf/dose e a anatoxina tetânica em até 25 Lf/dose, recomendada para adultos e crianças a partir dos 7 anos de idade pelo risco de reações adversas, com reforço a cada dez anos, sendo 44 recomendada a ser substituída pelo tríplice bacteriano acelular do tipo adulto (DTPa) para conferir proteção também para coqueluche. É uma vacina inativada que confere proteção para difteria, tétano e coqueluche sem causar doença, possui sua forma em DTPw (celular) que possui mais chances de causar reações adversas (BRASIL, 2018, apud DOS SANTOS, 2019). 7.10 Doença Meningocócica A doença meningocócica (DM) é uma infecção grave, causada pela bactéria Neisseria meningitidis (meningococo), com rápida evolução ao óbito se não tradada imediatamente - em menos de 24 horas -, e apresenta grande potencial epidêmico. De amplo espectro clínico, um indivíduo com DM pode variar desde a condição de portador são até a de meningocococemia fulminante, sendo as principais formas clínicas a meningite meningocócica (MM), a meningococcemia (MCC) e a meningite acompanhada de meningococcemia (MM+MCC). A MM, resultante de disseminação hematogênica, ocorre em cerca de 50% dos pacientes infectados e ésemelhante a outras formas de meningite purulenta. Já a MCC é caracterizada por início abrupto de febre e exantema petequial, que pode progredir para púrpura fulminante, ocorrendo em 5 a 20% dos pacientes acometidos da enfermidade (RIBEIRO, 2019, apud CASSIA, 2012). No Brasil, é observado um predomínio do meningococo como agente etiológico das meningites bacterianas em geral, no entanto, o Haemophilus b permanece como importante agente nas crianças menores de cinco anos de idade (AMARAL, 1998, apud, FARIA, 1999). Prevenção: Como medidas preventivas e de controle, são preconizadas a quimioprofilaxia com antibióticos e a vacinação. A quimioprofilaxia é recomendada para contatos próximos de um caso confirmado e deve ser realizada o mais rápido possível, para prevenção de casos secundários, os quais, apesar de raros, manifestam-se no prazo de 48 horas após o primeiro caso. A segunda medida, a vacinação, é a forma mais eficaz de prevenção da doença, sendo que as vacinas disponíveis são sorogrupo ou soros subtipo-específicas. No Brasil, a vacina meningocócica C conjugada (MenC) foi implantada em 2010, para imunização de menores de 2 anos de idade, no calendário de vacinação da criança do Programa 45 Nacional de Imunizações (PNI). Essa vacina também é utilizada para controle de surtos, na realização de bloqueios vacinais ou vacinação em massa (RIBEIRO, 2019, apud CASSIA, 2012). A DM no Brasil é uma doença de suma importância para a Saúde Pública, haja vista seu potencial de provocar surtos, motivo por que sua notificação é compulsória no território nacional desde a publicação da Portaria GM/MS no 1.271, de 6 de junho de 2014. Esta portaria também exige das autoridades sanitárias maior esforço no monitoramento e controle da infecção. A implantação de sistemas nacionais de vigilância objetiva garantir ações eficazes de manejo de doenças e agravos. A avaliação de um sistema de vigilância em saúde, portanto, busca garantir que seus objetivos fundamentais sejam devidamente cumpridos, com o uso racional e efetivo dos recursos públicos disponibilizados (RIBEIRO, 2019, apud FIOCRUZ, 2001). 7.11 Doenças causadas por Hemófilo B (HIB) As meningites, de uma maneira geral, são infecções que acometem o Sistema Nervoso Central (SNC), mais especificamente o espaço subaracnóideo e as membranas leptomeníngeas (aracnoide e pia-máter), levando a manifestações neurológicas e alterações sistêmicas (GONÇALVES et al., 2014, apud FREITAS, 2020). Segundo CAMPOS et al. (2018), citado por FREITAS (2020), a infecção atingi o SNC por propagação sanguínea, infecção adjacente às meninges, solução de continuidade ou acesso direto. A meningite está interligada à vários fatores, tanto imediatas quanto tardias, que podem culminar com danos irreversíveis ao SNC, até mesmo levar a óbito. Esse processo inflamatório pode ser agudo de etiologia viral ou bacteriana; e crônico, quando causados por espiroquetas, microbactérias, fungos, helmintos ou protozoários; ou ainda não infeccioso como, por exemplo, leucemia, linfoma, irritação química e deposição por imunocomplexos. Entre os agentes infecciosos, os vírus são mais comuns, porém as meningites bacterianas assumem maior relevância, pela sua importância clínica e epidemiológica (SHELDON, 2014, apud FREITAS, 2020). Os agentes etiológicos bacterianos que mais comumente causam meningite são o Haemophilus influenzae b (Hib), o Streptococcus pneumoniae (pneumococo) e 46 a Neisseria meningitidis (meningococo). A meningite bacteriana segundo MANTESE et al., 2002, citado por FREITAS (2020), é responsável por elevada morbidade e mortalidade em crianças, a despeito dos recentes avanços nos métodos diagnósticos, no tratamento antimicrobiano e de suporte, na monitorização e nos métodos profiláticos. A meningite bacteriana é considerada uma emergência médica, cujo diagnóstico precoce e terapia antimicrobiana adequada reduzem a mortalidade. Prevenção: Conforme CAMPOS et al. (2018), citado por FREITAS (2020), existem algumas vacinas disponíveis, levando em consideração a prevenção da meningite por pneumococo, hemófilos tipo B e meningococo tipo C. Outra forma de prevenção, é o isolamento do paciente com o uso de máscara, que deve ser é feito nas primeiras 24 horas de antibioticoterapia nas meningites causadas por meningococo ou hemófilos., por meio do isolamento com uso de máscaras. Segundo OZAWA et al. (2016), citado por FREITAS (2020), a vacina de meningocócicas apresenta bons resultados na proteção e prevenção, diminuindo o alastramento da meningite bacteriana e contaminação de outras pessoas. Além disso é de suma importância disseminar campanhas sobre a vacinação, com maior ênfase em populações que apresentam maior risco de contaminação. Ao aderir às campanhas de prevenção, têm-se um maior número de pessoas imunizadas com menores gastos econômicos, nível de mortalidade menores e processos infeccioso. 7.12 Febre amarela Segundo dados do MINISTÉRIO DA SAÚDE (2005), citado por CAVALCANTE (2017), a febre amarela (FA) é uma doença infecciosa aguda, febril, não contagiosa, de curta duração (no máximo de 12 dias) e de gravidade variável. É produzida por um arbovírus do gênero Flavivirus, família Flaviviridae. A doença mantém-se endêmica e enzoótica em diversas regiões tropicais das Américas e da África, e é responsável por surtos periódicos, de magnitude variável. A forma grave caracteriza-se clinicamente por manifestações de insuficiência hepática e renal, que podem levar à morte. Do ponto de vista exclusivamente epidemiológico, podem ser diferenciados dois ciclos de transmissão: urbano e silvestre. Em ambos os ciclos, a doença é a 47 mesma sob os aspectos etiológico, clínico, imunológico e fisiopatológico (TAUIL, 2010, apud CAVALCANTE, 2017). Urbano: No ciclo urbano, a doença é uma antroponose, não se reconhecendo reservatórios animais de importância epidemiológica. O Aedes aegypti é seu principal vetor, tanto na América do Sul como na África. Apesar de ser susceptível à infecção pelo vírus amarílico, em laboratório, o Aedes albopictus nunca foi encontrado infectado na natureza; Silvestre: No ciclo silvestre, a FA é uma zoonose transmitida, no continente americano, por mosquitos de dois gêneros, Haemagogus (H. janthinomys e H. albomaculatus) e Sabethes (S. chloropteros), tendo como principal fonte de infecção primatas não humanos (TAUIL, 2010, apud CAVALCANTE, 2017). O ciclo da doença atualmente é silvestre, com transmissão por meio de vetor (mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes no ambiente silvestre). O último caso de febre amarela urbana foi registrado no Brasil em 1942 e todos os casos confirmados desde então decorrem do ciclo silvestre de transmissão (BRASIL- MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019). Prevenção: Não existe um tratamento etiológico específico para a FA. A vacinação é a medida mais importante para prevenir a doença (BRASIL, 2005, apud CAVALCANTE, 2017). 7.13 Rubéola A rubéola é conhecida desde o séc. XVIII como uma doença exantemática leve que ocorre predominantemente durante a infância. A erupção cutânea resultante da infeção pelo vírus da rubéola (VR) assemelha-se aos sinais do sarampo e escarlatina, razão pela qual a rubéola foi inicialmente considerada como uma variante dessas doenças, passando a ser referenciada como “Terceira Doença Exantemática da Infância (CHERRY, 2014, apud SOUSA, 2018). O VR é transmitido por via respiratória através da inalação de gotículas de secreções nasofaringeas contaminadas, emitidas por pessoas infetadas. É uma doença moderadamente contagiosa, exigindo um contato próximo e prolongado entre uma pessoa suscetível e um indivíduo infetado. Embora o VR possa ser detectado na nasofaringe uma semana antes a duas semanas após a erupção cutânea, o período de maior transmissibilidade ocorre de 5-7 dias antes a 7 dias após o aparecimento do 48 exantema. A transmissão por contato com objetos contaminados é rara (WHO, 2011 apud SOUSA, 2018). A rubéola acomete primariamente crianças entre 5 e 14 anos das populações não vacinadas, desviando esse pico para os adolescentes e adultosjovens naqueles grupos em que a vacinação é realizada de maneira rotineira na infância (BEHRMAN, 2004, apud, COSTA, 2013). Prevenção: Atualmente não existe nenhuma terapêutica antiviral indicada para a rubéola. Como em grande parte dos casos a rubéola é subclínica ou com sintomas suaves e evolui de forma espontânea para a cura, não requer tratamento específico. O tratamento deve ser orientado apenas para o alívio da sintomatologia apresentada, nomeadamente para controlo da febre e alívio dos sintomas articulares (HOBMAN, 2013 apud SOUSA, 2018) A forma mais segura e eficaz de prevenir a infeção pelo VR é através da vacinação. Embora a reinfeção por rubéola seja uma situação pouco comum, é mais provável que ocorra em indivíduos com imunidade resultante de vacinação do que induzida por infeção natural. O risco de infeção congénita e lesões fetais quando uma grávida previamente vacinada é reinfectada durante o primeiro trimestre da gravidez é baixo. Como resultado das elevadas taxas de cobertura vacinal alcançadas com a estirpe RA 27/3, a Região das Américas e vários países da Europa conseguiram eliminar a rubéola e SRC, demonstrando realmente a sua efetividade (PAHO, 2015 apud SOUSA, 2018). 7.14 Sarampo Fonte: tnh1.com.br 49 O sarampo, por ser uma doença infecciosa aguda de etiologia viral extremamente contagiosa, portadora de características epidêmicas (CID 10: B05), apresenta diversas manifestações clínicas como exantemas, podendo progredir com quadros de maior gravidade como pneumonias, encefalites, otites médias, laringites, laringotraqueobronquites, diarreias, dentre outras, com possíveis sequelas e óbito, justificando altos índices de morbidade e mortalidade. Acometendo ambos os sexos, várias faixas etárias, no entanto em maior escala na população infantil. O agente causador da doença é o vírus do sarampo, um RNA (ácido ribonucleico) de fita simples, de polaridade negativa, esférico, envelopado, integrante da família Paramyxoviridae do gênero Morbillivirus. (ALMEIDA, 2014, apud SILVÉRIO, 2018). Prevenção: O vírus do sarampo possui uma susceptibilidade geral tendo como meio para prevenção mais segura e eficaz contra a doença a vacina tríplice viral que resulta em uma imunidade permanente, disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por meio de rotinas de vacinação disponíveis para população. Os lactentes dos quais suas mães já tiveram sarampo ou foram vacinadas apresentam por um curto período anticorpos que são transmitidos por via placentária, confirmando imunidade provisória, no primeiro ano de vida. Após o nascimento, o esquema de vacinação ocorre com a primeira dose aos doze meses e a segunda aos quinze meses. Para maiores com vinte nove anos não vacinados, recomenda-se duas doses com intervalo de um mês entre cada e adultos com faixa etária entre trinta e quarenta e nove anos apenas uma dose (ALMEIDA, 2018, apud BRASIL, 2014). 7.15 Caxumba A caxumba é uma doença viral aguda, caracterizada pela inflamação das glândulas salivares e sua transmissão ocorre através do contato direto com secreções nasofaríngeas da pessoa infectada. O período de incubação é de 12 a 25 dias, sendo em média de 18 dias. Basicamente, o diagnóstico é feito a partir dos sintomas apresentados, que incluem febre baixa, mal-estar geral, cefaleia, dor na garganta e anorexia. A estes, segue-se o aumento do volume das parótidas, tornando o rosto arredondado devido à eliminação do ângulo da mandíbula. “As causas não infecciosas, tais como drogas, tumores, doenças imunológicas e obstrução do ducto 50 salivar, devem fazer parte do diagnóstico diferencial da doença” (MARTINS, 2013 apud, COSTA, 2017). Prevenção: É importante orientar o doente para que faça repouso no leito, bem como alimentar-se com dieta líquida ou semipastosa e realizar a higiene oral adequadamente, para que não haja obstrução das glândulas e infecção. O restante do tratamento é basicamente sintomático, com indicação de uso de antitérmicos e analgésicos, caso necessários. A caxumba pode apresentar complicações, atingindo o pâncreas, testículos, epidídimos, ovários e até as meninges. Atualmente, a caxumba é rotineiramente prevenida através da administração, aos 15 meses, da vacina tríplice viral, em dose única (COSTA, 2017). 7.16 Varicela Segundo SEWARD (2014), citado por VITALE (2020), o vírus varicela-zoster (VZV) é um herpes vírus humano onipresente, disseminado por todo o mundo e causa duas doenças. Essas doenças são infecção primária por varicela e o herpes zoster, uma erupção cutânea vesicular dermatomal que resulta da reativação do vírus latente. A infecção por varicela é geralmente uma doença autolimitada leve, caracterizada por uma erupção vesicular generalizada com febre e mal-estar. As complicações são mais comuns nos extremos de idade, em pessoas com deficiências imunológicas e gestantes, mas também podem ocorrer em pessoas anteriormente saudáveis (CDCP, 2015, apud VITALE, 2020). A varicela é uma doença que sofreu uma profunda mudança de imagem. Considerada anos atrás uma doença benigna da infância, incômodo pelo qual todas as crianças deveriam passar mais cedo ou mais tarde, hoje é vista como um sério problema que pode levar a complicações graves e até causar óbito (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003 apud ANJOS, 2009) Prevenção: A forma mais segura e eficaz de prevenir a infecção, é através da vacinação. A vacinação contra varicela está associada a uma redução imediata da carga da doença, evidente logo após alguns anos após a introdução da vacina. A redução das taxas de hospitalização e mortalidade também deve ser considerada à luz da carga econômica e social sustentada por todos os casos de varicela, dos quais eles 51 representam apenas a “ponta do iceberg”, como apontam os estudos realizados por RIBEIRO (2020), citado por VITALE (2020). 7.17 Raiva humana Fonte: amazonasatual.com.br Segundo AZEVEDO (2018), citado por MACEDO (2019), a raiva humana é uma antropozoonose transmitida ao homem através da inoculação do vírus Lyssavírus inserido na saliva e secreções de animais infectados, por mordedura, arranhadura e lambedura. A raiva pode afetar todos os mamíferos, sendo cães e gatos os animais mais citados em diversos estudos devido à sua proximidade com o homem. Podem, ainda, afetar bovinos, caprinos, raposas e morcegos. Trata-se de um grave problema de saúde pública, causando um quadro de encefalite aguda que se caracteriza como importante causa de mortalidade humana, principalmente nos países em desenvolvimento. Há, contudo, possíveis meios de controle da raiva humana através de prevenção e vigilância ao homem e aos outros mamíferos envolvidos na enfermidade. Alguns autores consideram, ainda, a raiva humana transmitida por cães uma doença negligenciada visto a possibilidade de eliminação da enfermidade através da vacinação canina e medidas profiláticas Prevenção: De acordo com FILGUEIRA (2011), citado por MACEDO (2019), os critérios para o tratamento antirrábico pós-exposição são definidos pelo Ministério da Saúde e contempla a administração de imunobiológicos específicos dispostos na rede de saúde. Atualmente, no Brasil, são produzidas vacinas a partir de culturas celulares que apresentam alta imunogenicidade e baixa reatogenicidade, garantindo boa eficácia e poucos efeitos adversos. 52 A prevenção da raiva abrange basicamente quatro estratégias: vigilância animal e humana; educação em saúde; posse responsável de animais e sistema de informações adequado. A vigilância animal se dá através da vacinação, coleta de material para análise laboratorial e observação dos animais. Já a vigilância da saúde humana está baseada na profilaxia pós exposição para a qual é fundamental a escolha da conduta adequada (MOTA, 2014, apud MACEDO, 2019). Conforme indicação do Ministério da Saúde: Em casos de contato indireto deve-se proceder com lavagem do local com água e sabão, não demandando tratamento; Já nos acidentes leves com animais sem suspeita de raiva, observa-se o animal por 10 (dez) dias para possível profilaxia em caso de morte do animal; Para acidentesleves com animais suspeitos inicia-se o esquema profilático com duas doses de vacina e observa-se o animal, completando o esquema se o animal não se mantiver sadio; Em casos de acidentes graves com animais sem suspeita de raiva, inicia-se a profilaxia e observa-se o animal e se este desaparecer ou se tornar raivoso, o indivíduo deve receber o soro, além de completar as doses da vacina; Para acidentes graves com animais suspeitos o esquema com soro e vacina é iniciado e o animal observado, sendo o esquema suspenso se o animal se mantiver sadio; Já para animais silvestres o esquema profilático é sempre recomendado. Durante anos foram administradas 5 (cinco) doses de vacinas nos casos de indicação profilática completa (BRASIL, 2014, apud MACEDO, 2019). Em 2017, o Ministério da Saúde modificou o esquema de profilaxia pós- exposição de 5 (cinco) doses de vacina para 4 (quatro) doses (BRASIL, 2014, apud MACEDO, 2019). 7.18 Tuberculose A tuberculose é uma doença infecciosa, altamente transmissível, causada pelo Micobacterium Tuberculosis. Alguns fatores podem contribuir para sua 53 susceptibilidade como doentes crônicos, diabéticos, portadores do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), e pacientes que fazem uso de imunossupressores. Existem várias formas de tuberculose: pleural, meníngea, miliar, pericárdica e a mais comum que é a tuberculose pulmonar. Sua transmissão é através das gotículas eliminadas através da tosse, espirro, e o ato de falar pelo portador da baciloscopia positiva (ZOMBINI et al, 2013, apud DE MELO, 2019). Uma doença potencialmente prevenível e curável, a tuberculose (TB) compõe a lista de doenças negligenciadas no Brasil, causando um grande número de mortes dentre todas as doenças infecciosas. Por esse motivo, continua a merecer atenção especial dos profissionais de saúde e da sociedade civil (BRASIL, 2010, apud NETA, 2016). Prevenção: Segundo DE MELO (2019), devido a sua alta transmissibilidade e gravidade, é recomendada a vacina às crianças recém-nascidas ao nascer. A vacina BCG é recomendada para a prevenção da tuberculose na sua forma miliar e meníngea. Deve ser administrada em dose única de 0,1ml, por via intradérmica, de preferência nas primeiras 12 horas de vida. 7.19 Rotavirose Os rotavírus são vírus pertencentes ao gênero de grupos (A-G), os rotavírus RV-A, são causadores primordiais das gastroenterites agudas nas crianças de até cinco anos de idade em todo o mundo. As doenças diarreicas foram a quarta causa de morte entre crianças com menos de 5 anos em 2015, responsável por quase 500 000 mortes. Além disso, a infecção por rotavírus foi responsável por 29,3% (intervalo de incerteza de 95% [IU], 24,6% -35,9%) de todas as mortes por diarreia entre crianças menores de 5 anos em 2015 (146.500 mortes; 95% IU, 118.000 -183 500) (GBD, 2015, apud TROEGER, 2018). Prevenção: A vacina do rotavírus é indicada para crianças a partir dos 2 (dois) meses de idade, sendo que o seu esquema é de 2 (duas) doses; a primeira aos 2 (dois) meses e a segunda dose aos quatro meses. A vacina é composta de sorotipo atenuado do rotavírus G1, sendo indicada para crianças menores de um ano. Sua administração é por via oral. Sua principal contraindicação é a ultrapassagem da idade preconizada; não é indicada a vacinação para crianças com imunidade deprimida, recebendo corticoides com doses imunossupressoras, ou estejam em tratamento 54 quimioterápico, e naquelas que possuem invaginação intestinal ou má formação congênita no trato gastrointestinal (BRASIL, 2014, apud DE MELO, 2019). 7.20 Cólera A infecção em humanos se dá quando o vibrio cholerae é levado à boca, por mão suja ou pela ingestão de água ou alimentos lavados com água contaminada, ocasionando um quadro de intensa diarreia. Assim, a reposição de eletrólitos deve ocorrer rapidamente, a fim de impedir a evolução da condição grave da doença, que pode ocasionar a morte do indivíduo (BENNISH, 1994, apud SILVA, 2019). No caso das doenças infectocontagiosas entéricas, entre elas a cólera, o indicador mais relevante é o saneamento. Em países em desenvolvimento que apresentam infraestrutura sanitária precária, esta situação acaba por ocasionar altas taxas de morbidade e mortalidade oriundas dessas doenças, revelando vulnerabilidade dos sistemas e políticas públicas de saneamento e saúde (TEIXEIRA, 2014, apud SILVA, 2019). Prevenção: De acordo com LIMA (2021), o tratamento eficiente da cólera se fundamenta na rápida reidratação dos pacientes, por meio da administração oral de líquidos e solução de sais de reidratação oral ou fluidos endovenosos, dependendo da gravidade do caso. Vale salientar que existem vacinas para a cólera, mas a vacinação é indicada apenas para populações de áreas com cólera endêmica, populações em situação de crise humanitária com alto risco para cólera ou durante surtos de cólera. 7.21 Febre Tifóide Segundo AZEVEDO (2020), a febre tifoide é doença bacteriana causada pela Salmonella entérica sorotipo Typhi. Sua transmissão é de caráter fecal-oral e o período de transmissibilidade vai da primeira semana de infecção até os quatro meses seguintes da infecção, em que há eliminação de bacilos pelas fezes. As salmonelas estão entre os principais patógenos causadores dessas doenças, levando à ocorrência de milhões de doenças diarreicas e milhares de óbitos, por ano, tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos (HENDRIKSEN, 2009, apud, SILVA 2012). 55 Prevenção: Segundo NEVES (2017), as medidas indicadas para a prevenção estão basicamente ligadas à higienização de alimentos em condições favoráveis. Contudo, a vacina polissacarídica indicada para crianças a partir de dois anos e para pessoas que viajarem para lugares com índice endêmicos da doença, estimula as células de defesa, para que as próprias possam combater a bactéria, fazendo com que ela seja eliminada do organismo. Todavia, a vacina polissacarídica, é uma vacina inativada, por isso não é uma vacina imunizadora e só reage contra a infecção da Salmonella tiphy, descartando a possibilidade de outras espécies de Salmonella. 56 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA AGUIAR, J.R., SANTOS, A. DE O., O conceito de integralidade em saúde nos artigos científicos, no Supremo Tribunal Federal (STF) e nos enunciados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Cad. Ibero-Amer. Dir. Sanit., Brasília, 5(4):96- 111, out. /Dez, 2016. ALBUQUERQUE, C.M.S., OLIVEIRA C.P.F., Saúde e doença: significações e perspectivas em mudança. Revista do ISP. 2002. ALMEIDA, D.S., Estabelecimento de material de referência para a determinação da potência da vacina sarampo, caxumba e rubéola (atenuada) pelo fabricante nacional (Bio-Manguinhos). 2014. 116 f. ALVES, S. DOS S., DE LACERDA, C.M.J.B., DE ALMEIDA, L.F., SANTOS, L.M.A., BATISTA, D.A., Assistência de enfermagem frente a pacientes com coqueluche abordados na ESF, 2017. ANJOS, K.S. et al. Caracterização epidemiológica dos casos de varicela em pacientes internados em um hospital universitário da cidade do Recife, Revista Brasileira de Epidemiologia, 2009. ARREAZA, A.L.V., MORAES, J.C., Vigilância da saúde: fundamentos, interfaces e tendências. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, vol. 15, supl. 4, p. 2215-2228, 2010. ASHTON, J., Ciudades Sanas. Barcelona: Masson; 1993. AZEVEDO, C.P., PAES, A.L.V., DUARTE, A. DOS S., ET AL., Análise do perfil epidemiológico de Febre Tifóide e Paratifóide no Brasil entre os anos de 2014 a 2018. Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, vol. 3, nº. 4, p. 8789-8792. jul. / ago. 2020. AZEVEDO, J.P. DE, OLIVEIRA, J., C.P. de, PALMEIRA, P. de A., FORMIGA, N.V.L., BARBOSA, V.S. de A., Avaliação dos atendimentos da profilaxia antirrábica humana em um município da Paraíba. Cad. Saúde colet. 2018. BEHRMAN, R.E, KLIEGMAN, R.M. NELSON - Princípios de Pediatria. 4a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. 57 BENNISH, M.l., Cholerae: Pathophysiology, clinical feature. 1994. In: Waschsmuth Ik, Blake Pa, Olsvik. Vibrio cholerae and cholerae: molecular to global perspectives. Am. Soc. Microb. 1994; (15):229-256. BOCCATTO, M., Vigilânciaem Saúde, 2011. BRASIL- Ministério da Saúde (BR). Portal do Ministério da Saúde. Saúde de A a Z. Raiva. Informações técnicas. Ministério da Saúde, 2014. BRASIL- Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Manual de vigilância de epizootias de primatas não humanos. Brasília: Ministério da Saúde; 2005. (Série A. Normas e Manuais Técnicos). BRASIL- MINISTÉRIO DA SAÚDE. Febre amarela: sintomas, tratamento, diagnóstico e prevenção. Portal do Governo Brasileiro, 16 ago. 2019. BRASIL- MINISTÉRIO DA SAÚDE. Plano de gerenciamento de risco soro antidiftérico, LOTE 170166. São Paulo e Brasília, 2018. BRASIL- Portaria nº2.529/GM, de 23 de novembro de 2004. Institui o Subsistema Nacional de Vigilância Epidemiológica em Âmbito Hospitalar, define competências para os estabelecimentos hospitalares, a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, cria a Rede Nacional de Hospitais de Referência para o referido Subsistema e define critérios para qualificação de estabelecimentos. Diário Oficial da União 2004. BRASIL, Coordenadoria de Promoção e Proteção à Saúde / Núcleo de Epidemiologia, Boletim Epidemiológico, Nota de Alerta - SARAMPO: Alerta máximo para o diagnóstico de Sarampo no Ceará. Fortaleza, 2014. BRASIL, Guia de Vigilância em Saúde. 2ª. ed. Brasília, DF, 2017. BRASIL, Ministério da Saúde (BR). As cartas de promoção à saúde. Brasília: O Ministério; 2002. BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Sistema Único de Saúde. Brasília- DF, 2008. BRASIL. Constituição Federal de 1988. Brasília, DF. 58 BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Declaração de Santa Fé de Bogotá. Promoção da Saúde: Cartas de Ottawa, Adelaide, Sundsvall e Santa Fé de Bogotá. Brasília: MS, Fiocruz; 1996. p. 41-47. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Especialização em saúde da família, uma SUS, Universidade Aberta do SUS, Brasília, DF, 2012. BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de vigilância em saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2014. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações. Informe Técnico: 20ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza. Brasília: Ministério da Saúde, 2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Tétano acidental. In.: Guia de Vigilância em Saúde. Brasília-DF. 2014. BRÊTAS, A.C.P., GAMBA, M.A., Enfermagem e saúde do adulto. Barueri: Manole, 2006. BUSS, P.M., HARTZ, Z.M.A., PINTO, L.F., ROCHA, C.M.F., Promoção da saúde e qualidade de vida: uma perspectiva histórica ao longo dos últimos 40 anos (1980-2020). Ciênc. Saúde Colet. 25 (12), Dez, 2020. CAMPOS, A. L. V.; NASCIMENTO, D. R.; MARANHÃO, E. A história da poliomielite no Brasil e seu controle por imunização. História, Ciências, Saúde. Manguinhos, vol. 10, 2003. CAMPOS, M.C., et al. Meningite bacteriana em pediatria. Portal Regional da BVS, 2018. COELHO, U.V., DE ALMEIDA, S.M. Meningite Bacteriana em recém-nascidos. Faculdade Pequeno Príncipe, 2018. CANGUILHEM, G. O.; CAPONI, S. O normal e o patológico. 4. ed. Rio de Janeiro, Forence Universitária, 1995. CANGUILHEM, G., O normal e o patológico. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012. 59 CARVALHO, D.S. et al. Vigilância Epidemiológica no Estado de Sergipe Saberes e tecnologias para implantação de uma política, Livro do Aprendiz, 2011. CASSIA, N.G., CARVALHANAS, T., Meningites no município de São Paulo, com ênfase para doença meningocócica. CVE SP. 2012;9(97):5-25. CAVALCANTE, K.R.L.J., TAUIL, P.L., Risco de reintrodução da febre amarela urbana no Brasil, 2017. CDCP- Centers for Disease Control and Prevention. In: Hamborsky J, Kroger A, Wolfe S, editors. Epidemiology and prevention of vaccine-preventable diseases. 13th ed. Washington D.C.: Public Health Foundation; 2015. CEPAL- Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe. Panorama Social da América Latina 1997: Agenda Social. Santiago do Chile. CEPAL; 1998. CHERRY, J.D., ADACHI, K., Rubella Virus. In CHERRY, JD; HARRISON, GJ; KAPLAN, SL (Eds.) - Feigin and Cherry’s Textbook of Pediatric Infectious Diseases. 7. ed. Philadelphia Elsiver Saunders, (2014). p. 2195–2225. COSTA, E. A.; FERNANDES, T. M.; PIMENTA, T. S. A vigilância sanitária nas políticas de saúde no Brasil e a construção da identidade de seus trabalhadores (1976-1999). Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, vol. 13, p. 995-1004, 2008. COSTA, F.A.S. et al. Síndrome da Rubéola Congênita: revisão de literatura, Congenital Rubella Syndrome (CRS): a literature review, 2013. COSTA, G. A., et al. Caxumba: atualização, 2017. CZERESNIA, D., O conceito de saúde e a diferença entre prevenção e promoção. In: Czeresnia D, Freitas CM, organizadores. Promoção da saúde: conceitos, reflexões, tendências. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2003. p.39-53. DE MEDEIROS, A.T.N., CAVALCANTE, C.A.A., DE SOUZA, N.L., FERREIRA, M.A.F., Reemergência da coqueluche: perfil epidemiológico dos casos confirmados. Artigo Original. Cad. Saúde colet. 25 (4), Oct-Dec 2017 60 DE MELO, A.P.M.N., DE PAULA, R. DE A.B., A importância da atuação do enfermeiro na sala de vacinas. Revista Revela, Edição 24 – junho de 2019 – ISSN 1982-646X. DE OLIVEIRA, C.M., CRUZ, M.M., Sistema de Vigilância em Saúde no Brasil: avanços e desafios. Saúde debate 39 (104) Jan-Mar 2015. DE OLIVEIRA, L.G., ROCHA, E.N.P., LOPES, M.F. da C., et al., Epidemiologia do tétano neonatal no Norte do Brasil entre os anos 2007 a 2017, Região Prioritária Hea. Rev., Curitiba, vol. 2, nº. 1, p. 507-519, jan./feb. 2019. DE SOUZA E SILVA, M.J., SCHRAIBER, L.B., MOTA, A., O conceito de saúde na Saúde Coletiva: contribuições a partir da crítica social e histórica da produção científica. Physis: Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, vol. 29(1), e290102, 2019. DOS SANTOS, C.A., Cenário epidemiológico da difteria na atualidade, 2019. EU- European Union. State of Health in the EU: Companion Report 2019. Luxembourg: Publications Office of the European Union; 2019. EVANS, R.G., STODDART G.L., Consuming research, producing policy? American Journal of Public Health; 93(3):371-379, 2003. FARIA, S. M., FARHAT, C.K. Meningites bacterianas - diagnóstico e conduta, 1999. FILGUEIRA, A. DA C., CARDOSO, M.D., FERREIRA, L.O.C., Profilaxia antirrábica humana: uma análise exploratória dos atendimentos ocorridos em Salgueiro- PE, no ano de 2007. Epidemiol. Serv. Saúde, 2011. FIOCRUZ- BIOMANGUINHOS, 2014. FIOCRUZ-Fundação Instituto Oswaldo Cruz. Diretrizes para avaliação de sistemas de vigilância epidemiológica. Rio de Janeiro: Fundação Instituto Oswaldo Cruz; 2001. FOLEGATTI, P.M., EWER, K.J., ALEY, P.K., et al. Safetyandimmunogenicityofthe ChAdOx1 nCoV-19 vaccine against SARS-CoV-2: a preliminaryreportof a phase 1/2, single-blind, randomised controlled trial. Lancet. 2020. 61 FREIRE, G. H., SUZART-PINTO, H., ASSUNÇÃO, R.G., A produção centífica sobre covid-19 estudo exploratório, 2021. FREIRE, H. B. M., Infecções pneumocócicas: considerações atuais Pneumococcal infections: current considerations, 2002. FREITAS, T.O., DORNELAS, P.A., NERI, B.Y.M., DE MORAIS, D.G., MENDES, R. DE F., Meningite bacteriana infantil: uma discussão, 2020. GBD, et al., Mortalidade e Causas de Morte. Expectativa de vida global, regional e nacional, mortalidade por todas as causas e mortalidade por causas específicas para 249 causas de morte, 1980-2015: uma análise sistemática para o Global Burden of Disease Study, 2015. GOMES, K.O., COTTA, R.M.M., ARAÚJO, R.M.A., CHERCHIGLIA, M.L., MARTINS, T.C.P., Atenção Primária à Saúde - a "menina dos olhos" do SUS: sobre as representações sociais dos protagonistas do Sistema Único de Saúde. Ciênc. Saúde Coletiva, 2011. GONÇALVES, P.C.Z. et al. Perfil epidemiológico das meningites meningocócicas nos últimos 11 anos em Curitiba-PR. Rev. Med. Res., vol.16, nº.2, p.113-121, 2014. GONDIM, G.M.M., Espaço e Saúde: uma (inter) ação provável nos processos de adoecimento e morte em populações. In: MIRANDA, A. C. Território, Ambiente e Saúde. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, p. 57-75, 2008. GUALDA, D.M.R., BERGAMASCO, R., Enfermagem cultura e o processo saúde- doença.São Paulo, 2004. HANGLUND, B.J.A., PETTERSSON, B., FINER, D., TILLGREN, P,. Creating supportive environments for health. Public Health in Action 3. Genève: WHO; 1996. HANSLUWKA, H.E., Medindo o estado de saúde de uma população: estado atual da arte. Boletim da população das Nações Unidas, Genebra, 1987. HARTZ, Z.M.A., Cuidados primários, avaliação e ações intersetoriais em promoção da saúde. Cien. Saúde Colet. 2017; 22(3):687-688. 62 HEIDMANN, I.T.S.B., DE ALMEIDA, M.C.P., DE MIRANDA, A.E.B., MONTICELLI, A.W., Promoção à saúde: trajetória histórica de suas concepções, 2006. HENDRIKSEN, R. et al., A qualidade externa, Sistema de Garantia do Ano Global SalmSurv da OMS 2008, 2009. HOBMAN, T.C. - Rubella Virus. Em Fields Virology. Philadelphia Lippincott Williams & Wilkins, (2013). p. 687. KAPLAN, S.L. et al., Resultado de infecções invasivas fora do sistema nervoso central causadas por isolados de S. pneumoniae não suscetíveis à ceftriaxona em crianças tratadas com antibióticos beta-lactâmicos, 2001. KRAMMER, F., SARS-CoV-2 vaccines in development. Nature. 2020; 586: 516-27. LALONDE, M., A new perspective on the health of Canadians. In: Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Promoción de la Salud: Una Antología. Washington: OPAS; 1996. (Publ. Cient. 557) p. 3-5. LAURENTI, R., MELLO JORGE, M.H.P., Atestado de óbito: aspectos médicos, estatísticos, éticos e jurídicos. São Paulo: Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, 2015. LEITE, J.A., BITTENCOURT, C.C. DE B.L.D., SAMPAIO, J.F., LEITE, R.A., CALADO, J., Efetividade dos princípios do sistema único de saúde na atenção primária à saúde: revisão sistemática. Rev. APS. 2018 abr/jun; 21(2): 278 - 290. LIMA, B.L.C., & LEITE, M. DE F. DA S., Uma proposta de modelagem matemática aplicada a prevenção de possíveis surtos de cólera. BRAZILIAN ELECTRONIC JOURNAL OF MATHEMATICS, 1(1), 105-117. 2021. LIMA, E.J. DA F., ALMEIDA, A.M., KFOURI, R.Á., Vacinas para COVID-19 - o estado da arte. Rev. Bras. Saude Mater. Infant. 21 (Suppl 1), Fev 2021. LOGUNOV, D.Y., DOLZHIKOVA, I.V., ZUBKOVA, O.V., TUKHVATULLIN, A.I., SHCHEBLYAKOV, D.V., DZHARULLAEVA, A.S., et al., Safety and immunogenicity of an rAd26 and rAd5 vector-based heterologous prime-boost COVID-19 vaccine in two formulations: two open, non-randomised phase 1/2 studies from Russia. Lancet. 2020; 396 (10255): 887-97. 63 LOPES, F., Para além da barreira dos números: desigualdades raciais e saúde. Cadernos de Saúde Pública. Rio de Janeiro, vol. 21, nº. 5, p. 1595-1601, 2005. LOPES, L.S. et al. Vacina oral contra poliomielite versus vacina injetável: uma mudança necessária contra a poliomielite no Brasil, Enfermagem, caderno de Graduação, 2012. MACEDO, A.C., VIDAL, S.V., Novas indicações para a profilaxia da raiva humana: como proceder? Revista de Medicina de Família e Saúde Mental Vol. 1. Nº2. 2019. MALAGUTTI, W. (Org.)., Imunização, imunologia e vacinas. Rio de Janeiro: Rúbia, 2011. MANTESE, O.C. et al. Perfil etiológico das meningites bacterianas em crianças. J Pediatr (Rio J)., 78(6):467-74, 2002. MARTINS, M.A. et al., Caxumba, Pediatria ambulatorial. 5ª ed. Belo Horizonte: Coopmed; 2013. MELGAARD, B., MUTIE, D.M. KIMANI, G., A cluster survey of mortality due to neonatal tetanus in Kenya. International Journal of Epidemiology, 17:174-177. 1988. MENICUCCI, T.M.G., O Sistema Único de Saúde, 20 anos: balanço e perspectivas. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, vol. 25, nº.7, p. 1.620- 1625, 2009. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Varicela, difteria e febre maculosa brasileira: aspectos epidemiológicos no Estado de São Paulo. Secretaria de Estado da Saúde, Revista Saúde Pública, São Paulo, SP, 2003. MONKEN, M., BARCELLOS, C., Vigilância em saúde e território utilizado: perspectivas teóricas. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, vol. 21, nº. 3, p. 898-906, mai. /jun. 2005. MOREIRA, R. C. Relatos de casos de coqueluche na uti do hospital materno infantil de Brasília – hmib no ano de 2012. Um estudo teórico e prático sobre a coqueluche, Brasília – DF, 2014. 64 MOTA, R.S.S. DA, SCHUCH, L.F.D., SCHUCH, D.G.M., OSMARI, C.P., GUIMARÃES, T.G., Perfil da profilaxia antirrábica humana pré-exposição no estado do Rio Grande do Sul, 2007-2014. 2014. MUKHERJEE, R., Global efforts on vaccines for COVID-19: Since, sooner or later, we all will catch the coronavirus. J Biosci. 2020; 45 (1): 68. NEGRI, B., Projeto de profissionalização dos trabalhadores da área de enfermagem, 2002. NETA, N. C. S. A prevalência de tuberculose em porto velho no ano 2010 a 2014 na faixa etária de 20 a 34 anos de idade, Porto Velho, RO, 2016. NEVES, A.I.L., SILVA, L.G., DANTAS, E.O.S., DOS SANTOS, F.A., Aspectos gerais da febre tifoide, 2017. NUNES, H.M., SOARES, M.C.P, SARMENTO, V.P., MALHEIROS, A.P., BORGES, A., SILVA, I.S. et al, Soroprevalência da infecção pelos vírus das hepatites A, B, C, D e E em município da região oeste do Estado do Pará, Brasil. Rev Pan- Amaz Saúde. 2016;7(1):55- 62. OPAS- Organização Pan-Americana da Saúde. Caribbean Charter for Health Promotion. Washington: OPAS; 1993. OPAS- Organização Pan-Americana da Saúde. Promoción de la Salud: Una Antología. Washington: OPAS; 1996. (Publ. Cient. 557). OSMO, A.; SCHRAIBER, L. B. O campo da Saúde Coletiva no Brasil: definições e debates em sua constituição. Rev. Saúde Soc. São Paulo, vol. 24, p. 205-2018, 2015. OZAWA, S., CLARK, S., PORTNOY, A., GREWAL, S., BRENZEL, L., WALKER, D.G., Retorno sobre o investimento da imunização infantil em países de renda baixa e média, 2011-2020. 2016. PAHO- PAN AMERICAN HEALTH ORGANIZATION - American region is declared the world’s first to eliminate Rubella. 2015. 65 QUADROS, A.A.J., CONDE, M.T.R.P., MARIN, L.F., SILVA, H.C.A., SILVA, T.M., PAULA, B.E.M., et al. Frequency and clinical manifestations of post-poliomyelitis syndrome in a brazilian tertiary care center. Arq. Neuro-Psiquiatr., 2012 RHINESMITH, E., FU, L., Tetanus Disease, Treatment, Manage-ment. Pediatr Rev. 2018. RIBEIRO, I.G., DE MORAES, J.P., Avaliação do sistema nacional de vigilância da doença meningocócica: Brasil, 2007-2017. Epidemiol. Serv. Saúde 28 (3) 02 Dez 2019. RIBEIRO, M.Z., KUPEK, E., RIBEIRO, P.V., PINHEIRO, C.E., Impact of the tetra viral vaccine introduction on varicella morbidity and mortality in the Brazilian macro regions. J Pediatr (Rio J). 2020;96: 702-9. ROCHA, C.R.M., COELHO, K.S.C., KATZ, R.A., BARKER, S.L., Aula ministrada no curso “Atenção primária à adolescência: uma proposta de intervenção”. Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 1999. ROLLAND, M., GUIDO, H., BISPO, M.G., Profilaxia do tétano – Protocolo da Unimed Recife. Avanços em Medicina 2021. ROSEN, G., Da Polícia Médica à Medicina Social. Rio de Janeiro: Ed. Graal; 1979. ROUQUAYROL, M. Z., ALMEIDA FILHO, N. Epidemiologia e saúde. 5ª.ed. Rio de Janeiro: Medsi, 1999. SANTOS, K.S et al., Perfil da Hepatite A em Belém, PA, 2019. SATO, A.P.S., KOIZUMI, I.K., FARIAS, N.S.O., DA SILVA, C.R.C., CARDOSO, M.R.A., FIGUEIREDO, G.M., Tendência de mortalidade por hepatites B e C no município de São Paulo, 2002–2016. 2020. SEKAR, S.K.R. VEERARAGHAVAN, B., ANANDAN, S., RAGUPATHI, N.K.D., SANGAL, L., JOSHI, S., Strengthening the laboratory diagnosis of pathogenic Corynebacterium species in the Vaccine era. Letters in Applied Microbiology v.65, p.354-365, 2017. 66 SEWARD, J.F., MARIN, M., Varicella disease burden and varicella vaccines. In: WHO Sage Meeting. 2014. SHELDON, L.K. Meningite bacteriana em crianças com mais de um mês: características clínicas e diagnóstico. 2014. SHIMIZU, H.E., Percepção dos gestores do Sistema Único de Saúde acerca dos desafios da formação das Redes de Atenção à Saúde no Brasil. Physis, 2013. SIGERIST, H., The University at the Crossroad. New York: Henry Schumann Publisher; 1956. SILVA JR, J.B., Epidemiologia em serviço: uma avaliação de desempenho do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde. 318 f. Tese (Doutorado em Saúde Coletiva) - Faculdade de Ciências Médicas, Campinas, 2004. SILVA, E. DE S., DE OLIVEIRA, D.D., LOPES, A.P., Acessoao Saneamento básico e Incidência de Cólera: uma análise quantitativa entre 2010 e 2015. 2019. SILVA, L.A., A vigilância permanente da saúde e o método epidemiológico. Revista de Saúde Pública de Santa Catarina, Florianópolis, vol. 1, nº. 1, p. 36-45, 2008 SILVA, Q.M., Epidemiologia molecular das salmonelas de sete estados brasileiros, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, 2012. SILVÉRIO, S.M.R., Perfil epidemiológico do sarampo na região norte brasileira no ano de 2018, 2018. SIQUEIRA, M.M., MORAES, M.S., Saúde coletiva, resíduos sólidos urbanos e os catadores de lixo. Ciência & Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, vol. 14, nº. 6, p. 2115- 2122, 2009. SOARES, D.A., ANDRADE, S.M., CAMPOS, J.J., Epidemiologia e Indicadores de Saúde, 2003. SOARES, N.S.C.S., DE ARAUJO, F.N.F., FERNANDES, M.J.P., ARAUJO, M.Z., SOUSA, E.M.P., Rubéola- Parte II – Infeção pelo Vírus da Rubéola e Síndrome de Rubéola Congénita, julho 2018. 67 TAUIL, P.L., Aspectos críticos do controle da febre amarela no Brasil. Rev Saúde Pública. 2010. TEIXEIRA, J.C., OLIVEIRA, G.S., VIALI, A.M., et al., Estudo do impacto das deficiências de saneamento básico sobre a saúde pública no Brasil no período de 2001 a 2009. Eng. Sanit. Amb. 2014; 19(1):87: 96. TEIXEIRA, M.G., COSTA, M.C.N., CARMO, E.H., DE OLIVEIRA, W.K., PENNA, G.O., Vigilância em Saúde no SUS - construção, efeitos e perspectivas. Ciênc. Saúde colet. 23 (6) Jun 2018. TEIXEIRA, M.G., PENNA, G.O., RISI, J.B., PENNA, M.L., ALVIM, M.F., MORAES, J.C., LUNA, E., Seleção das doenças de notificação compulsória: critérios e recomendações para as três esferas de governo. Inf. Epidemiol. Sus 1998; 7(1):7- 28. TERRIS, M. Conceptos de la promoción de la salud: Dualidades de la teoría de la salud publica. In: Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Promoción de la Salud: Una Antología. Washington: OPAS; 1996. p. 37-44. TREVIZAN, S., COUTINHO, S.E.D., Epidemiological profile of pertussis in Rio Grande do Sul State, Brazil: a study of the correlation between incidence and vaccine coverage. Cad. Saúde Pública. 2008;24(1):93-102. TROEGER, M.P.H.C., IBRAHIM, A., KHALIL, M.D., PUJA C., RAO, M.P.H., et al., Vacinação contra rotavírus e a carga global da diarreia por rotavírus entre crianças menores de 5 anos. JAMA Pediatr. 2018. VIANA, C.F., PRADELLA-HALLINAN, M., QUADROS, A.A.J., MARIN, L.F., OLIVEIRA, A.S.B., Circadian variation of fatigue in both patients with paralytic poliomyelitis and post-polio syndrome. Arq. Neuro-Psiquiatr., 2013. VIANNA, L.A.C., Processo Saúde-Doença, 2015. VITALE, F., AMODIO, E., Evaluation of varicella vaccine effectiveness as public health tool for increasing scientific evidence and improving vaccination programs. J Pediatr (Rio J). 2020;96: 670–2. 68 WALDMAN, E.A. Vigilância em Saúde Pública. vol.7. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, 1998. WANG, C.L., LIU, S., CHEN, Q.J., et al., Specifications for diag-nosis and treatment of non-neonatal tetanus. Zhonghua Liu Xing Bing Xue Za Zhi. 2020; 41:162-166. WESTPHAL, M.F. A Promoção da Saúde no Brasil. 1998. WHO -WORLD HEALTH ORGANIZATION - Rubella vaccines: WHO position paper. Weekly epidemiological record. 86:29 (2011). p. 301–316. WHO -World Health Organization. WHO Global Health Promotion Conferences, 2020. XAVIER, A.B., As cartas das conferências internacionais sobre promoção da saúde: uma análise das tendências ídeo-políticas. ANAIS 7º Seminário frente nacional contra a privatização da saúde 27 a 29 de outubro de 2017. ZHU, FC., LI, Y-H., GUAN, X-H., HOU, L-H., WANG, W-J., LI, J-X., et al., Safety, tolerability, and immunogenicity of a recombi-nant adenovirus type-5 vectored COVID-19 vaccine: a dose-escalation, open-label, non-randomised, first-in- human trial. Lancet. 2020; 395 (10240): 1845-54. ZOMBINI, E.V., ALMEIDA, C.H.D., SILVA, F.P.C.V., YAMADA, E.S., KOMATSU, N.K., FIGUEIREDO, S.M., Perfil clínico-epidemiológico da tuberculose na infância e adolescência. Revista brasileira do crescimento e desenvolvimento humano, [online]: 23(1), p. 52-7, 2013.