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Liberdade na república


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Liberdade na república.
Freedom in the republic.
Resumo – Nas últimas três décadas, intensificou-se o debate sobre o significado do conceito de liberdade, tanto no campo da teoria política normativa quanto no contexto da história do pensamento político. Esta revisão foi elaborada em caráter bibliográfico e exploratório foi conduzido por meio de busca de artigos científicos indexados nas principais bases de dados eletrônicos Google Scholar. No Brasil, a literatura jurídica é quase omissa sobre a questão da cidadania, a menos que esteja vinculada a um tema formal, como "liberdades públicas", ou a proclamação de um álibi 2 versado em símbolos retóricos, sem força prática para a classe social inferior pessoas (Neves, 1994). Conclui-se que essa crítica neorrepublicana à "democracia liberal" nas suas várias formas e defesas, o debate sobre a teoria democrática contemporânea é enriquecido, restaurar uma nova compreensão da liberdade e suas ameaças, nem sempre evidente, ainda não conseguiu uma formulação coerente e clara do novo um modelo de democracia nos dias de hoje.
Palavras Chaves: República, Desejo do povo, Liberdade.
Abstract – In the last three decades, the debate about the meaning of the concept of freedom has intensified, both in the field of normative political theory and in the context of the history of political thought. This review was elaborated in bibliographic and exploratory character was conducted through search of scientific articles indexed in the main electronic databases Google Scholar. In Brazil, the legal literature is almost silent on the issue of citizenship, unless it is linked to a formal theme, such as "public freedoms", or the proclamation of an alibi 2 versed in rhetorical symbols, without practical force for the social class inferior people (Neves, 1994). It is concluded that this neo-republican critique of "liberal democracy" in its various forms and defenses, the debate on contemporary democratic theory is enriched, restoring a new understanding of freedom and its threats, not always evident, has not yet achieved a coherent formulation and of the new a model of democracy today.
Keywords: Republic, Desire of the people, Freedom.
INTRODUÇÃO
Nas últimas três décadas, intensificou-se o debate sobre o significado do conceito de liberdade, tanto no campo da teoria política normativa quanto no contexto da história do pensamento político. Este é um fenômeno mais intenso na academia de língua inglesa, mas se espalhou rapidamente para outros ambientes. Uma das motivações centrais desse debate reside entre os teóricos neo-republicanos sobre o conceito de liberdade que é relevante para o pensamento liberal contemporâneo (Silva 2008).
Para estabelecer sua compreensão da liberdade, Maquiavel começa com uma análise do humor: A oposição de desejos mobiliza as pessoas para alcançar objetivos conflitantes. Essa busca do bem indivisível deu origem a uma competição geral entre os homens e, portanto, entre as forças políticas. Essa rivalidade persiste porque a relação com o objeto do desejo é necessariamente comparativa: o desejo de "riqueza e honra" (os objetivos a que todos aspiram, segundo o capítulo 25 de O príncipe) é o desejo de possuí-los (ADVERSE 2007).	A controvérsia sobre a liberdade e a necessidade é inesgotável. Uma controvérsia quando não chega a seu termo mistura às razões que agita valores que se opõem. Seu interesse faz com que mesmo o cético, além do gosto pela disputa, tenha outros motivos para se lançar nela. E todos sabem que os valores se nutrem em outros solos que não seja a filosofia.		
	A segunda matriz enfatizará o rompimento de Maquiavel com a tradição do raciocínio político na medida em que seus entendimentos manifestam traços dolorosos da vida cívica, a “socialidade indivisível” que une e dividindo pessoas que passam a viver em uns sistemas políticos marcados pelo confronto constante das forças sociais. Assim teremos, de um lado, um republicanismo "institucional", do qual a lei e a ordem não são apenas decorrências da liberdade, mas a própria esfera da liberdade, e, de outro lado, o republicanismo "conflituoso", em que a sociedade é essencialmente aberta.
 	O espaço público de ação livre é concebido no contexto de sua instabilidade estrutural; nesse caso, não é apenas a chance de ser livre que as instituições republicanas são constantemente reativadas por ela. Na minha opinião, uma análise do republicanismo maquiavélico deve confrontar dois pontos enfatizados em cada escola de interpretação: instituições e conflitos, e o conceito que permite sua expressão é justamente o conceito de liberdade.
Para implementar esta afirmação, sugiro que prestemos atenção especial
A "Teoria do Humor" de Maquiavel.
aspectos metodológicos
Esta revisão foi elaborada em caráter bibliográfico e exploratório foi conduzido por meio de busca de artigos científicos indexados nas principais bases de dados eletrônicos: Web of Science (Thomson Reuters); Science Direct (Scopus, Elsevier); Springer Link (Nature); Wiley Online Library (John Wiley; Sons); Taylor & Francis (Taylor ; Francis Group); EBSCO (EBSCO Industries); Scielo (Scientific Electronic Library Online), publicados em língua inglesa, portuguesa ou espanhola. De forma complementar, foram realizadas buscas a partir de referências bibliográficas dos estudos que abordaram de maneira relevante o tema na plataforma de busca do Google Scholar (Google, EUA).
O presente estudo procurou investigar a literatura a respeito do direito da liberdade na república. Para tanto, foram utilizados os descritores right of freedom in the republic, inicialmente em inglês, e de forma complementar em espanhol e português. Para melhor atualização, foi adicionada a busca a palavra liberdade na república, que apresenta a mesma grafia nos três idiomas.
Uma vez qualificado para texto completo avaliação, os artigos foram incluídos na revisão qualitativa se cumprissem os seguintes critérios de inclusão: a) continham dados sobre direito da liberdade na república; b) publicado após 2019; os artigos foram excluídos se: a) fossem relatórios, banners ou resumos de congressos; não houve revisão de informações confidenciais e o estudo não foi intervencionista, sendo, portanto, o comitê de ética a aprovação não foi necessário.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após leitura dos títulos, foi possível observar que 13 referências atendiam os requisitos e utilizam os termos acima relatados como ferramenta de estudos a respeito da liberdade republicana.
No Brasil, a literatura jurídica é quase omissa sobre a questão da cidadania, a menos que esteja vinculada a um tema formal, como "liberdades públicas", ou a proclamação de um álibi 2 versado em símbolos retóricos, sem força prática para a classe social inferior (Neves, 1994). 
O tratamento concedido à cidadania costuma ser tão amplo que não é possível determinar a competência plena para integrar seus direitos protetores. Outras vezes limita-se a princípios de forma dogmática, tão abstratos que justificam a sua aparência simbólica mais do que a sua validade, o que apenas reforça os aspectos retóricos que a ocultam. Costuma ser entendido apenas como a titularidade de direitos políticos, nomeadamente o direito de votar e de ser votado, com total exclusão de outros direitos que lhe são inerentes nas democracias de hoje.
Assim, qualquer ideal de princípios socialmente lícitos e igualitários é prejudicado em uma cultura jurídica que é internalizada e expressa na prática dos profissionais do direito. A situação paradoxal de viver em uma sociedade onde o mercado constantemente gera desigualdade econômica que ameaça o princípio fundamental da igualdade perante a lei não os preocupa porque esta situação é considerada "natural", razão pela qual eles absorvem esse paradoxo, visto nos processos judiciais, onde o privilégio é desigual no tratamento dispensado aos autores e coautores dos mesmos crimes que são típicos do Código Penal.
Consequentemente, na ausência de demarcação definida e estruturada em torno de eixos explícitos de legitimaçãoda desigualdade, cabe a todos, mas, principalmente, às instituições encarregadas de administrar conflitos no espaço público em cada caso, aplicar particularmente as regras disponíveis sempre gerais, nunca locais de acordo com o status de cada um, sob pena de se estar cometendo injustiça irreparável ao não se adequar à desigualdade social imposta e implicitamente reconhecida. Desigualdade esta inconcebível juridicamente em qualquer República constitucional, mas cuja existência, nesse contexto de dúvida em que nossa sociedade se move, goza de confortável invisibilidade. 
Eis porque a legislação processual penal admite tratamento diferenciado a pessoas que são acusadas de cometer infrações, não em função das infrações, mas em função da "qualidade" dessas pessoas, consagrando, inclusive, o acesso à instrução superior completa como um desses elementos de distinção.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que essa crítica neorrepublicana à "democracia liberal" nas suas várias formas e defesas, o debate sobre a teoria democrática contemporânea é enriquecido, restaurar uma nova compreensão da liberdade e suas ameaças, nem sempre evidente, ainda não conseguiu uma formulação coerente e clara do novo um modelo de democracia nos dias de hoje. 
REFERENCIAS:
ADVERSE, Helton. Maquiavel, a república e o desejo de liberdade. Trans/form/ação, v. 30, p. 33-52, 2007.
AMES, José Luiz. Liberdade e conflito: o confronto dos desejos como fundamento da ideia de liberdade em Maquiavel. Kriterion: Revista de Filosofia, v. 50, p. 179-196, 2009.
BOBBIO, Norberto; VIROLI, Maurizio. Direitos e deveres na república: os grandes temas da política e da cidadania. Elsevier, 2007.
CASSIMIRO, Paulo Henrique Paschoeto. A Liberdade na República dos modernos: teoria e história do liberalismo político francês (1789-1848). SciELO-EDUERJ, 2020.
CONSTANT, Benjamin. A liberdade dos antigos comparada à dos modernos. EDIPRO, 2019.
GRINBERG, Keila. Escravidão e liberdade na fronteira entre o Império do Brasil e a República do Uruguai: notas de pesquisa. Cadernos do CHDD, v. 5, p. 91-114, 2007.
GUIMARÃES, Antonio Sérgio Alfredo. A República de 1889: utopia de branco, medo de preto (a liberdade é negra; a igualdade, branca e a fraternidade, mestiça). Contemporânea-Revista de sociologia da UFSCar, v. 1, n. 2, p. 17, 2011.
JANSSEN, Geert H. The republic of the refugees: early modern migrations and the Dutch experience. The Historical Journal, v. 60, n. 1, p. 233-252, 2017.
LEAL, Ernesto Castro. República e Liberdade. Centro de História da Universidade de Lisboa, 2011.
MALHERBE, Michel. Liberdade e necessidade na filosofia de Hobbes. Cadernos de História e Filosofia da Ciência, p. 1-2, 2002.
POLOVCHENKO, Konstantin A. Constitutional rights and freedoms of national minorities: The experience of Serbia. Opción: Revista de Ciencias Humanas y Sociales, n. 23, p. 1433-1446, 2019.
SARTRE, Jean-Paul; GUTIÉRREZ, Rachel. A república do silêncio. fólio-Revista de Letras, v. 1, n. 1, 2009.
SILVA, Ricardo. Liberdade e lei no neo-republicanismo de Skinner e Pettit. Lua nova: revista de cultura e política, p. 151-194, 2008.
Instituições financiadoras
Curso de Direito da Universidade Alto Vale do Rio do Peixe – UNIARP.
Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Deus pelas oportunidades, a minha família que sempre me apoiam em tudo e me ajudam, e pelos professores que sempre nos proporcionam grandes conhecimentos.