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FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO A PERSPECTIVA SOCIOLÓGICA BRASILEIRA
	Quando estudamos a teoria crítica da reprodução social, vimos que essa questão está atrelada à ideia de reafirmar a existência de certo padrão que enfatiza a necessidade de reproduzir parâmetros de funcionamento da sociedade. A teoria da reprodução trata de reafirmar valores, a cultura, e inserir naqueles que não fazem parte da classe dominante os valores que dissemina, de forma a produzir conformidade à vida em sociedade. A reprodução nada mais é do que a maneira como a sociedade repassa valores e modos de vida. Na escola, isto fica ainda mais visível.
De acordo com essas informações, assinale a alternativa em que estão expressas as ideias e a perspectiva da teoria da reprodução em relação ao processo de replicar as normas da sociedade:
	DEMONSTRA O QUANTO AS INSTITUIÇÕES, COMO A ESCOLA, PROPICIAM E, PORTANTO, REPRODUZEM OS PADRÕES DE DOMINAÇÃO DE UMA SOCIEDADE.
A escola é capaz de reproduz a sociedade em que está inserida e, com isso, a cultura dominante daquela sociedade.
	Conforme estudamos no texto-base da disciplina, podemos concluir que a sociologia como disciplina tem importante papel no sentido de oferecer aos alunos um conhecimento sobre a realidade e de desenvolver o senso crítico. Assim, podemos dizer que a sociologia é um meio e funciona como um mecanismo de formação cidadã, ou seja, de postura crítica frente à realidade. Isso quer dizer que ela fornece o conhecimento dos direitos e dos deveres que cada cidadão possui diante de sua nação.
Assim, levando em consideração os conteúdos abordados no texto-base, podemos afirmar que a sociologia da educação no Brasil serviria, em princípio, para:
	COMPREENDER O FUNCIONAMENTO E O SENTIDO DA ESCOLA NO PAÍS.
A introdução da sociologia no currículo escolar ajudou na compreensão e no sentido da escola no país, pois gerou senso crítico no meio acadêmico.
	Leia atentamente o excerto a seguir.
“O marxismo é uma concepção de análise da vida em sociedade que tem em Karl Marx seu expoente
maior. Suas principais características dizem da maneira como a sociedade tem se modificado e tende a se modificar no sentido de aderir a um modo mais igualitário de vida conforme a sociedade se desenvolve. [...] Ao adquirir novas forças produtivas os homens mudam seu modo de produção, e com o modo de produção mudam as relações econômicas, que não eram mais que as relações necessárias daquele modo concreto de produção [...]”.
MARX, K. “Carta a Annenkov, 28/12/1846”. In: MARX, K.; ENGELS, F. Obras Escogidas de Marx y Engels. Madrid: Fundamentos, 1975. 2 v. p. 474.
Vimos que a ideologia do marxismo, a partir de 1970, apareceu em muitas instituições de ensino superior e fazia parte da estratégia para superar o contexto da ditadura militar. De acordo com o exposto, assinale a alternativa correta acerca do pensamento da concepção marxista:
	O MARXISMO, OU CONCEPÇÃO MATERIALISTA DA HISTÓRIA, PARTE DO PRINCÍPIO DE QUE O
HOMEM TENDE, NO PROCESSO DE PRODUÇÃO E REPRODUÇÃO SOCIAL, A BUSCAR A IGUALDADE DE OPORTUNIDADES.
Nessa concepção, a história é construída pela sociedade e o homem é produto do meio, assim, compreendendo sua atuação por meio do senso crítico, o indivíduo busca a igualdade social.
Leia atentamente o texto a seguir.
“A partir da década de 1940, a sociologia da educação se ‘academiciza’ e passa a formar os primeiros bacharéis da área de ciências sociais. O projeto da disciplina para o período era o de que esta ajudaria a enfrentar alguns problemas sociais emergentes, criados pelas mudanças sociais em processo: crescente industrialização da economia, urbanização da população, etc. [...] a disciplina sociologia da educação compõe o currículo obrigatório dos cursos de licenciatura e de pedagogia das faculdades de educação. [...]”.
CUNHA, M. A. Sociologia da Educação. Belo Horizonte: UFMG, 2010. p. 13-14.
De acordo com a perspectiva apontada no excerto e conforme o conteúdo exposto no texto-base da disciplina, a sociologia da educação serviria em princípio para produzir elementos que ajudassem a promover o conhecimento adequado acerca dos problemas sociais, discutindo como superá-los.
Assim, com relação a esse tema, analise as afirmativas a seguir e assinale V para as verdadeiras e F para falsas.
( ) A sociologia da educação empreende esforços para em princípio compreender a sociedade brasileira desde pelo menos a década de 1940.
( ) A sociologia da educação no Brasil busca entender a relação educação e sociedade, contribuindo, assim, para uma maior perspectiva crítica.
( ) A sociologia da educação no Brasil sempre foi pensada como elemento essencial à crítica do
sistema capitalista vigente.
( ) A sociologia da educação no Brasil se constituiu como importante instrumento de disseminação de conhecimento sobre a realidade escolar brasileira.
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
	V, V, F, V.
	
	A afirmativa I é verdadeira, pois compreender e interpretar a sociedade brasileira é um objetivo da sociologia. A afirmativa II é verdadeira, uma vez que entender a sociedade nos permite compreender a educação. A afirmativa III é falsa porque a sociologia da educação pretende estabelecer uma postura crítica diante da realidade, e não apenas do capitalismo. A afirmativa IV é verdadeira, já que procura entender o processo de formação de um povo.
Analise o fragmento a seguir.
“[...] Os movimentos feministas são, sobretudo, movimentos políticos cuja meta é conquistar a igualdade de direitos entre homens e mulheres, isto é, garantir a participação da mulher na sociedade de forma equivalente à dos homens. Além disso, os movimentos feministas são movimentos intelectuais e teóricos que procuram desnaturalizar a ideia de que há uma diferença entre os gêneros. No que se refere aos seus direitos, não deve haver diferenciação entre os sexos. No entanto, a diferenciação dos gêneros é naturalizada em praticamente todas as culturas humanas [...]”.
ARAUJO, F. S. Feminismo. InfoEscola, [s. l.], 2016. Disponível em: <www.infoescola.com/sociologia/feminismo/>. Acesso em: 04/05/2016.
Levando em consideração a questão do movimento feminista e os conteúdos abordados no texto-base, analise as alternativas a seguir e aponte a que melhor explica as características desse movimento social:
	O MOVIMENTO FEMINISTA SE PREOCUPA COM REIVINDICAÇÕES RELACIONADAS À NECESSÁRIA
LIBERDADE FEMININA, COMO, POR EXEMPLO, O ACESSO AO TRABALHO E O FIM DA DOMINAÇÃO MASCULINA, PARA, COM ISSO, GARANTIR A IGUALDADE DE DIREITOS.
	
	O movimento feminista tem o compromisso de buscar a liberdade feminina e alterar a concepção da sociedade patriarcal de que lugar de mulher é em casa, cuidando dos filhos.
Como vimos em nosso estudo, o caminho para a cidadania está sendo trilhado. Muitos governos estão cada vez mais preocupados com o tema relacionado aos direitos das mulheres e procuram soluções
adequadas. Para tanto, os novos movimentos sociais têm trabalhado para modificar a realidade social e dar lugar à igualdade de fato entre os gêneros. As reivindicações dos movimentos sociais de mulheres são fortalecidas por ações da ONU, como as conferências internacionais que são realizadas desde 1995.
Considerando essas informações e os conteúdos abordados no texto-base sobre gênero e cidadania, analise as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
Observamos avanços no Brasil no sentido de ações voltadas para a busca de direitos e igualdade de gênero, como, por exemplo, a criação de uma secretaria específica para as mulheres com status de ministério. Além disso, podemos observar que existe ampla legislação produzida a respeito dessa questão.
Porque:
Os avanços na questão de cidadania e igualdade de gênero são reforçados e observados desde a
Constituição Federal do Brasil de 1988, considerada um marco, pois traz uma adequação aos parâmetros dos direitos humanos. Outro exemplo mais atual é a promulgação da Lei Maria da Penha, a qual é reconhecida pela ONU como uma das trêsmelhores legislações do mundo relacionadas ao enfrentamento da violência contra as mulheres.
A seguir, assinale a alternativa correta:
AS ASSERÇÕES I E II SÃO PROPOSIÇÕES VERDADEIRAS, E A II É UMA JUSTIFICATIVA CORRETA DA I.
A asserção I está correta, pois o governo brasileiro busca a formulação de legislação e também de políticas públicas adequadas ao público feminino.
Dessa forma, a asserção II também está correta e justifica a primeira no sentido de que cita exemplos de uma legislação específica voltada ao combate à violência contra a mulher e a defesa dos direitos humanos, assim como está relacionada à questão de gênero e cidadania. Portanto, constitui o motivo e explica o avanço brasileiro em direção à igualdade.
Leia atentamente o trecho a seguir.
“[...] O ‘reconhecimento’ se impôs como um conceito-chave de nosso tempo. Herdado da filosofia
hegeliana, encontra novo sentido no momento em que o capitalismo acelera os contatos transculturais, destrói sistemas de interpretação e politiza identidades. Os grupos mobilizados sob a bandeira da nação, da etnia, da ‘raça’, do gênero e da sexualidade lutam para que ‘suas diferenças sejam reconhecidas’.
Nessas batalhas, a identidade coletiva substitui os interesses de classe como fator de mobilização
política – cada vez mais a reivindicação é ser ‘reconhecido’ como negro, homossexual ou ortodoxo em vez de proletário ou burguês; a injustiça fundamental não é mais sinônimo de exploração, e sim de dominação cultural [...]”.
FRASER, N. Igualdade, identidades e justiça social. Le Monde Diplomatique Brasil, São Paulo, 1 jun. 2012. Disponível em: <www.diplomatique.org.br/artigo.php?id=1199>. Acesso em: 04/05/2016.
Levando em consideração os conteúdos abordados no texto-base, analise as alternativas a seguir. Podemos dizer que a teoria do reconhecimento se refere:
	A UMA RECENTE TEORIA QUE ABORDA A QUESTÃO DA DIVERSIDADE DE GÊNERO E CIDADANIA SOB O
VIÉS DA NECESSIDADE DE LEVAR EM CONTA E RESPEITAR NOVOS PONTOS DE VISTA E SOCIABILIDADES POR PARTE DO PODER PÚBLICO.
	
	A teoria do reconhecimento busca defender o reconhecimento da diversidade de gênero, ou seja, das diferenças e o atendimento de suas demandas, inclusive a necessidade de reconhecer a igualdade das diferenças e o combate à discriminação.
Em nosso estudo sobre gênero e sexualidade, detivemo-nos na definição de gênero no tocante às individualidades como indicador necessário para entender essa questão. Assim, focamos na dicotomia homem e mulher e no contexto de diferenças sociais e divergências no que se refere a poder e
dominação que envolvem ambos. Dessa forma, gênero e sexualidade, para nosso estudo, se inserem nessas duas categorias.
A partir desse contexto e do que você estudou, analise as afirmativas a seguir e assinale V para as verdadeiras e F para as falsas.
( ) A partir da década de 1960 e 1970, com o movimento feminista, ficaram mais evidentes algumas das diferenças sociais que incomodavam as mulheres no contexto do capitalismo e de uma sociedade patriarcal.
( ) A questão de gênero começou a ser abordada e problematizada no início do século XVIII, quando a mulher se tornou mais independente.
( ) A questão de gênero trouxe à tona os problemas existentes na esfera privada no que diz
respeito às relações sociais, como, por exemplo, a necessária liberdade feminina e o acesso ao trabalho.
( ) A questão de gênero e sexualidade envolveu modificações diversas no padrão das relações sociais e teve uma ênfase nas relações de produção e trabalho.
( ) Um marco para a discussão sobre gênero e sexualidade foi a entrada da mulher no mercado de trabalho e a liberação que o movimento feminista trouxe ao ideal de liberdade feminina.
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
V, F, V, V, V.
A afirmativa I é verdadeira, pois o movimento feminista evidenciou as diferenças sociais entre homens e mulheres.
A afirmativa II é falsa, já que esse movimento começou no século XX, e não no XVIII.
A afirmativa III é verdadeira, uma vez que a evidenciação do gênero e da sexualidade demonstrou uma diferença social entre homens e mulheres.
A afirmativa IV é verdadeira, pois, com a discussão sobre gênero, houve modificações nas relações
de trabalho entre homens e mulheres.
A afirmativa V é verdadeira porque foi com a entrada da mulher no mercado de trabalho que muitas questões vieram à tona, tornando públicas as diferenças sociais entre os gêneros.
Leia o excerto a seguir.
“A desigualdade social é o fenômeno em que ocorre a diferenciação entre pessoas no contexto de uma mesma sociedade, colocando alguns indivíduos em condições estruturalmente mais vantajosas do que outros. Ela manifesta-se em todos os aspectos: cultura, cotidiano, política, espaço geográfico e muitos outros, mas é no plano econômico a sua face mais conhecida, em que boa parte da população não dispõe de renda suficiente para gozar de mínimas condições de vida [...]”.
PENA, R. F. A. Desigualdade Social. Alunos Online, Goiânia, 2016. Disponível em: <alunosonline.uol.com.br/sociologia/desigualdade- social.html>. Acesso em: 06/05/2016.
Nesse sentido, é correto afirmar que a desigualdade social corresponde a:
	UM QUADRO SOCIAL QUE O BRASIL ENFRENTA, NO QUAL FALTA A APLICAÇÃO DE POLÍTICAS		
	PÚBLICAS MAIS EFICIENTES PARA MELHORAR O ACESSO A BENS SOCIAIS BÁSICOS PARA A		
	POPULAÇÃO.		
A desigualdade social é uma realidade do Brasil e carece de ações do Governo no sentido de diminuir a desigualdade existente e solucionar a falta de oportunidades e de acesso a bens básicos, como educação, por exemplo.
Leia com atenção o excerto a seguir.
“[...] as religiões são um campo de investimento masculino por excelência. Historicamente, os homens dominam a produção do que é ‘sagrado’ nas diversas sociedades. Discursos e práticas religiosas têm a marca dessa dominação. Normas, regras, doutrinas são definidas por homens em praticamente todas as religiões conhecidas. As mulheres continuam ausentes dos espaços definidores das crenças e das políticas pastorais e organizacionais das instituições religiosas. O investimento da população feminina nas religiões dá-se no campo da prática religiosa, nos rituais, na transmissão, como guardiãs da memória do grupo religioso [...]”.
ROSADO-NUNES, M. J. Gênero e religião. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 13, n. 2, maio/ago. 2005. Disponível em: <www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2005000200009>. Acesso em: 03/05/2016.
Estudamos no contexto da religião que este é um meio dominado pela cultura patriarcal e pelo sexo masculino, sendo um ambiente em que as mulheres têm um espaço muito restrito. Nesse sentido, é correto afirmar que o fenômeno religioso:
	FOMENTA A DESIGUALDADE DE GÊNERO DEVIDO AOS LIMITES IMPOSTOS ÀS LIBERDADES DAS
MULHERES, POR EXEMPLO, DESDE O ACESSO À EDUCAÇÃO ATÉ A VESTIMENTA QUE ELAS PODEM UTILIZAR.
	
	A religião impõe determinadas regras, tidas como culturais, mas que limitam a liberdade de expressão, principalmente das mulheres, pois é um meio tradicionalmente de dominação patriarcal.
Leia atentamente o excerto a seguir.
“A diversidade é uma das maiores riquezas do ser humano no planeta e a existência de indivíduos diferentes numa cidade, num país, com suas diferentes culturas, etnias e gerações fazem com que o mundo se torne mais completo. Mas essa convivência só se torna possível se as diferenças forem respeitadas. O artigo 2º da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), aprovada na Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948, diz que não deve haver, em nenhum momento, discriminação por raça, cor, gênero, idioma, nacionalidade, opinião ou qualquer outro motivo. É possível que a extrema pobreza e a desigualdade sejam eliminadas, mas questões fundamentais ainda precisam ser enfrentadas, como a violência, a prostituição infantil, o trabalho escravo e diversos outros problemas [...]”.
BRASIL. Governo Federal. Respeito à diversidade é uma forma de promover inclusão. Portal Brasil, Brasília,4 nov. 2009. Disponível
em: <www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2009/11/respeito-a-diversidade-e-uma-forma-de-promover-inclusao>. Acesso em: 03/05/2016.
A partir desse contexto e do que você estudou, analise as afirmativas a seguir e assinale V para as verdadeiras e F para as falsas.
( ) Sob a perspectiva dos direitos de cidadania, a diversidade tem se afirmado ao lado do movimento feminista para reconhecer demandas de alguns atores sociais, como a comunidade LGBT, por exemplo.
( ) A questão da diversidade envolve reconhecer a existência do outro sem destituir seus direitos.
( ) A teoria da redistribuição é a busca pela compreensão do fenômeno da diversidade, assim como a política que reconhece minorias e assimila seus direitos tentando atendê-los.
( ) Dentro da perspectiva de direitos e diversidade, entende-se que cidadãos são cidadãos e
devem ter suas demandas, legítimas ou não, atendidas pelas políticas públicas específicas.
( ) A diversidade de gênero deixa de fazer parte de uma discussão acadêmica restrita para fazer parte de elaboração de políticas públicas específicas e atender a demandas de grupos específicos.
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
V, V, F, F, V.
A afirmativa I é verdadeira, pois a diversidade envolve a união de minorias que sofrem com a desigualdade, assim como as mulheres, a comunidade LGBT etc.
A afirmativa II é verdadeira, já que a diversidade envolve o respeito e a valorização das diferenças encontradas na sociedade.
A afirmativa III é falsa, uma vez que é a teoria do reconhecimento que busca compreender a questão da diversidade e atender a suas demandas.
A afirmativa IV é falsa, pois as demandas só são atendidas se forem legítimas.
A afirmativa V é verdadeira porque a questão da diversidade passa a ter um enfoque nas políticas públicas buscando atender às demandas para proporcionar cidadania, que é um direito de todo cidadão brasileiro.
	Leia com atenção o texto a seguir.
“O Brasil chega ao Dia do Trabalho, neste 1º de maio, com taxa de desemprego de 10,9%, segundo os
dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [...] O pesquisador ressalta que, dadas as características de alguns países emergentes, os efeitos sociais do desemprego podem se tornar mais nefastos. ‘Desde que muitas dessas economias não têm um sistema de benefícios abrangente, ou políticas ativas para o mercado de trabalho, os efeitos de um aumento do desemprego nesses países pode [sic] afetar negativamente os padrões de vida e a qualidade dos empregos’, afirma citando como uma das consequências o aumento do emprego informal”.
BRANCO, M. Crise internacional e problemas internos são causas do desemprego no Brasil. Agência Brasil, Brasília, 1 maio 2016. Disponível em: <agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2016-05/crise-internacional-e-problemas-internos-sao-causas-do-desemprego-no- brasil>. Acesso em: 10/05/2016.
Diante disso e levando em consideração o conteúdo do texto-base, analise atentamente as afirmativas a seguir acerca da falta de emprego e a desigualdade social.
O desemprego pode aumentar a desigualdade social, pois afeta diretamente a renda que provém do trabalho, colocando mais famílias em situações de dificuldade.
Onde há emprego para sustentar as famílias, existe a presença da desigualdade social.
O desemprego pode aumentar a disparidade entre os ricos e a base da pirâmide social, já que a falta do emprego e da renda acelera a pobreza.
Brasileiros abaixo da linha da pobreza têm piores perspectivas de encontrar uma vaga no mercado de trabalho, pois apresentam a característica comum a esse estrato social, que é a baixa escolarização.
Com a falta de emprego fixo e também de escolaridade, aumenta o trabalho informal, que caracteriza outra face da desigualdade social.
Está correto apenas o que se afirma:
	I, III, IV E V.
A afirmativa I está correta, pois o contexto das diferenças sociais aumenta sempre que envolve o trabalho e a renda.
A afirmativa II está incorreta porque, onde há possibilidade de emprego para todos, é possível reduzir as desigualdades sociais de acesso a bens básicos.
A afirmativa III está correta, afinal, a falta de renda afeta a questão socioeconômica e traz dificuldades de acesso a diversos bens básicos, como educação, saúde e moradia.
A afirmativa IV está correta, uma vez que a falta de escolarização deixa a população sem capacitação para o mercado de trabalho, que é cada vez mais exigente.
A afirmativa V está correta, pois o trabalho informal aumenta sempre que ocorre a queda ou a falta de renda por meio de outras fontes e é incentivado pela falta da escolarização e qualificação profissional.
	O problema das relações raciais no Brasil que influenciam a construção do ser social e o exercício da cidadania está disfarçado pelo mito da democracia racial. Esse mito denota a crença de que não há desigualdade social devido à diferença étnico-racial, quando, na verdade, as estatísticas mostram o
	contrário. Como entender que a maioria da população é discriminada por sua origem cultural? Como
entender que o povo que ajudou a construir o Brasil ainda é discriminado devido à cor da pele? O censo 2010 mostrou que a desigualdade social está ainda associada à cor da pele, e isso precisa ser combatido com urgência.
GOÉS, P. Brasil: Censo “revela” que maioria da população brasileira é negra. Global Voices, [s. l.], 24 nov. 2011. Disponível em: <pt.globalvoices.org/2011/11/24/brasil-censo-populacao-negra/>. Acesso em: 10/05/2016.
A partir do contexto das diferenças étnico-raciais e do que você estudou, analise as afirmativas a seguir e assinale V para as verdadeiras e F para as falsas.
( ) Em meio a tantas desigualdades sociais existentes no Brasil, a de raça e etnia se destaca, pois temos uma população em termos numéricos de predominância negra.
( ) É possível verificar a desigualdade social entre negros e brancos por meio da diferença encontrada em relação à profissão que ocupam e ao valor que recebem.
( ) As diferenças de raça/etnia no Brasil têm gerado ações e políticas sociais de inclusão, como,
por exemplo, a políticas de cotas no acesso à educação superior.
( ) As cotas para negros e as vagas em concursos públicos de ingresso em carreiras do setor público visam diminuir o ingresso de brancos nesse campo de atuação.
( ) No contexto brasileiro, o foco da desigualdade racial é frequente em relação aos índios e
descendentes de europeus.
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
	V, V, V, F, F.
A afirmativa I é verdadeira, pois a população negra, em torno de 53,6% (PNAD, 2014), é a maioria no Brasil e, ainda assim, é a mais discriminada.
A afirmativa II é verdadeira, já que podemos notar as diferenças sociais entre negros e brancos por
meio das diferenças entre as profissões e a renda.
A afirmativa III é verdadeira, uma vez que a cota para negros nas universidades tenta igualar uma desigualdade existente fruto de um histórico de grande discriminação.
A afirmativa IV é falsa, pois a distribuição de cotas para negros tem o objetivo de tentar igualar algo
que é desigual devido a uma distinção e desigualdade constante de oportunidades entre raças. A afirmativa V é falsa porque a desigualdade e diferenciação é maior com os afrodescendentes.
	Analise o excerto a seguir.
“[...] A análise das desigualdades de gênero tem sido fortalecida pela interpretação dos dados
estatísticos que apontam, por exemplo, para a pequena representação política das mulheres e para seus baixos salários. A interpretação dos indicadores sociais também possibilita a compreensão da dinâmica gênero/classe/raça/etnia na análise dos diferenciais de renda entre homens e mulheres nos setores populares e nas camadas ricas da população, bem como entre mulheres brancas e mulheres negras, com efeitos às vezes mais dramáticos que os diferenciais entre homens brancos e mulheres brancas [...]”.
BARSTED, L. L. Gênero e Desigualdades. Cepia, Rio de Janeiro, 2016. p. 1-2. Disponível em:<cepia.org.br/doc/generoedesigualdades.pdf>. Acesso em: 06/05/2016.
Diante disso e levando em consideração o conteúdo do texto-base, analise atentamente as afirmativas a seguir acerca das diferenças sociais de gênero.
No Brasil, além da exclusão econômica, há também a desigualdade que envolve a diferenciação social de gênero.
Como exemplo da desigualdade de gênero, podemos citar a cultura nacional, que se reflete nas diferenças salariais entre homens e mulheres que exercem as mesmas funções.
A partir da década de 2000, cerca de 30% das famílias eram chefiadas por mulheres, por isso, a desigualdade de gênero contra a mulher diminuiu consideravelmente.
Para ajudar a diminuir as diferenças sociais, a Organização das Nações Unidas conta com um órgão especial, que é a ONU Mulheres.
Pode-se entender como desigualdade de gênero, por exemplo, os vários tipos de referências negativas às mulheres até mesmo como condutoras de veículos automotores.
Está correto apenas o que se afirma em:
	I, II, IV E V.
	
	A afirmativa I está correta, pois, no Brasil, além da distinção de classes sociais, temos a desigualdade social de gênero.
A afirmativa II está correta, afinal, a desigualdade salarial entre homens e mulheres é um forte indício da desigualdade de gênero.
A afirmativa III está incorreta porque, apesar de a mulher estar presente como chefe na família, ainda é a que mais sofre a discriminação social de gênero.
A afirmativa IV está correta, uma vez que a ONU criou a ONU Mulheres, entidade específica para
essa causa.
A afirmativa V está correta, pois os estereótipos e referências negativas a qualquer gênero são considerados desigualdade e diferenciação social.
De acordo com o que estudamos, podemos entender que o tema da desigualdade social tem desafiado gestores ao longo dos séculos. Nas últimas décadas, é possível ver esforços significativos no sentido de diminuir seus efeitos. A desigualdade social compreende, conforme inscrito na Constituição Federal de 1988, conteúdos relacionados ao acesso diferencial a cidadania e/ou bens sociais básicos, como, por exemplo, educação, moradia, saneamento, saúde pública de qualidade, entre outros.
Considerando essas informações e os conteúdos abordados no texto-base sobre desigualdade social no contexto brasileiro, analise as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
A desigualdade de oportunidades existente entre classes sociais é um elemento presente na
sociedade capitalista e até mesmo antes dela. Além disso, mantém-se ao longo dos séculos, e sua estrutura só é modificada no que concerne a qual classe social se constitui como dominante.
Porque:
No contexto brasileiro, as políticas públicas efetivas têm realizado um forte combate às
desigualdades, alcançando o suficiente de retorno para empreender e diminuir as desigualdades sociais, como as que se observam na pirâmide social, em que a maior parte da riqueza pertence a um percentual pequeno da população.
A seguir, assinale a alternativa correta.
	A ASSERÇÃO I É UMA PROPOSIÇÃO VERDADEIRA, E A II É UMA PROPOSIÇÃO FALSA.
	
	A asserção I está correta, pois a desigualdade de oportunidades sempre esteve presente no contexto do capitalismo. Já a asserção II está incorreta, pois, apesar dos esforços em políticas públicas e compensatórias, a desigualdade social persiste no contexto brasileiro, justamente por existir uma pirâmide social em que a riqueza está representada em seu topo, portanto, nas mãos de poucos.
	Em nossos estudos, vimos que a desigualdade social no Brasil tem sido uma constante e que, apesar
de estar em pauta nas últimas décadas, é uma questão complexa e que necessita de ações que só trarão resultado em longo prazo. Com isso, podemos entender que a desigualdade se reflete no
contexto da educação e, principalmente, no que diz respeito ao acesso à educação de qualidade. Sabemos também que, enquanto a educação privada se expandiu, a qualidade da educação pública se deteriorou. Levando em consideração o tema da educação, as desigualdades nesse meio e os conteúdos abordados no texto-base, analise as alternativas a seguir e aponte a que melhor explica a situação da educação na escola pública:
A DETERIORAÇÃO DA ESCOLA PÚBLICA, POR EXEMPLO, COM OS BAIXOS SALÁRIOS DOS PROFESSORES, MATERIAL DIDÁTICO LIMITADO E INSTALAÇÕES INADEQUADAS, TRAZ UMA EDUCAÇÃO BÁSICA DE PIOR QUALIDADE QUE NÃO ATENDE ÀS NECESSIDADES DA POPULAÇÃO.
	Analise o excerto a seguir.
“[...] A população negra brasileira ainda enfrenta um abismo de desigualdade. São os negros as maiores vítimas da violência e os que sofrem mais com a pobreza. Eles também têm pouca representatividade nas esferas políticas e têm renda média muito menor que a dos brancos. A discussão sobre estas barreiras a serem superadas volta ao centro do debate nesta quinta-feira, quando o Brasil comemora o Dia da Consciência Negra. [...] Dados do IBGE mostram que as mulheres negras, quando comparadas com outros segmentos da população, são as que se sentem mais inseguras em todos os ambientes, até mesmo em suas próprias casas [...]”.
SOUZA, B. 8 dados que mostram o abismo social entre negros e brancos. Exame.com, São Paulo, 20 nov. 2014. Disponível
em: <exame.abril.com.br/brasil/noticias/8-dados-que-mostram-o-abismo-social-entre-negros-e-brancos>. Acesso em: 11/05/2016.
Nesse sentido, é correto afirmar que a desigualdade racial com as mulheres negras no contexto brasileiro:
	É PERCEPTÍVEL, REQUER AÇÕES CONTÍNUAS E ENVOLVE VÁRIAS QUESTÕES SOCIAIS NO QUE TANGE ÀS DIFERENÇAS ENTRE AS MULHERES NEGRAS E BRANCAS.
	
	O número da população de mulheres negras até se assemelha ao de mulheres brancas, mas está em desvantagem, pois, por exemplo, sofre mais com a violência e com a renda menor de suas famílias.
Analise atentamente o trecho a seguir.
“[...] identificam-se avanços graduais nos números da educação no país; contudo, observa-se a
manutenção das desigualdades que têm, historicamente, limitado o acesso, a progressão e as oportunidades, principalmente, da população negra, de nordestinos e da população rural na educação. [...] No entanto, o tema de gênero não está resolvido nesta área, sobretudo, porque muitos são os desafios marcados pelo sexismo enfrentado pelas mulheres nos bancos escolares e na carreira acadêmica, com atenção especial à situação das mulheres negras, que estão em desvantagem em relação às mulheres brancas e homens brancos em todos os indicadores [...]”.
INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA et al. Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça. 4. ed. Brasília: Ipea, 2011. p. 20-21. Disponível em: <ipea.gov.br/retrato/pdf/revista.pdf>. Acesso em: 10/05/2016.
Nesse sentido, é correto afirmar que a desigualdade no acesso à educação:
É UMA CONSTANTE NO BRASIL, DESDE ANTES DA UNIVERSALIZAÇÃO DO ACESSO À EDUCAÇÃO, A
PARTIR DAS DÉCADAS DE 1950 E 1960, POIS A ESCOLA AINDA É PRIVILÉGIO DA ELITE
ECONÔMICO-SOCIAL.
A desigualdade no acesso à educação no Brasil tem forte relação com a diferenciação de origem basicamente socioeconômica, ou seja, daqueles que têm menor renda, refletindo a realidade dos estratos sociais.
Leia atentamente o trecho a seguir.
“Entende-se por equidade de gênero a igualdade de tratamento entre homens e mulheres no mercado de trabalho incluindo mesmas condições salariais e de trabalho. Atualmente, as desvantagens das mulheres em relação aos homens no mercado de trabalho tem sido um dos temas que envolvem a responsabilidade social nas empresas, principalmente porque as mulheres são provedoras de uma família e hoje assumem um papel econômico muito significativo no contexto social global [...]”. BLASO, V. Equidade de Gênero e a
Responsabilidade Social. Portal EcoD, Salvador, 2009. Disponível em: <ecodesenvolvimento.org/colunas/vivian-blaso/equidade-de-genero-e-a-responsabilidade- social>. Acesso em: 06/05/2016.
Levando em consideração a questão da equidade de gênero e os conteúdos abordados a esse respeito no texto-base, analise as alternativas a seguir e aponte a que melhor explicaa questão da busca pela igualdade social entre homens e mulheres no contexto brasileiro:
AS MULHERES VIVEM UMA REALIDADE EM QUE A DIFERENCIAÇÃO SOCIAL DE GÊNERO SE FAZ SENTIR DESDE O LAR ATÉ SEU AMBIENTE DE TRABALHO.
Leia com atenção o excerto a seguir.
“A sociologia nasce como ciência ao mesmo tempo que a vida em sociedade começa a se organizar de uma nova forma. Neste novo modo de organizar a vida, observa-se uma profunda transformação nas relações de trabalho, marcada agora por uma relação contratual de trabalho, concomitante à crença na ideia de progresso. A sociologia nasce e firma-se como uma tentativa de compreensão de situações novas, criadas pela então nascente sociedade capitalista”. CUNHA, M. A. Sociologia da Educação. Belo Horizonte: UFMG, 2010. p. 11. Disponível em: <www.espacomarciocosta.com/sociologia-da-educacao/>. Acesso em: 27/04/2016.
O excerto aborda em linhas gerais os primórdios da sociologia em nosso país, tema que discutimos com mais profundidade no texto-base da disciplina. De acordo com o texto apresentado, assinale a alternativa correta acerca da sociologia no Brasil e seu surgimento:
É UMA CIÊNCIA SOCIAL QUE SURGE PARA ENTENDER A FORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA A
PARTIR DAS ANÁLISES EMPREENDIDAS PELOS TEÓRICOS QUE SE DEBRUÇARAM SOBRE O TEMA.
A sociologia no Brasil foi primeiramente praticada por profissionais não especializados, interessados em fazer uma interpretação de caráter global da sociedade brasileira. Assim, a sociologia e a educação crescem com uma estreita relação e amparadas pela necessidade de compreender o contexto escolar brasileiro e suas vicissitudes, como, por exemplo, estabelecer políticas públicas adequadas ao país. A sociologia tem importância na compreensão da vida em sociedade e da complexidade social do mundo.
Partindo dessas informações, considere as afirmações a seguir acerca da sociologia brasileira e seu surgimento.
A sociologia brasileira surgiu como modelo interpretativo e que buscava entender a sociedade a partir de estudos abrangentes baseados em critérios históricos.
A sociologia brasileira foi marcada inicialmente pelos estudos de profissionais especializados na área.
No caso brasileiro, a sociologia da educação foi idealizada com uma percepção inicial da importância da disseminação da educação como meio para efetivamente inserir o sujeito na vida em sociedade.
A produção no setor da sociologia da educação cresceu devido à necessidade de compreender o contexto escolar brasileiro e suas dificuldades.
A sociologia ajudou a estabelecer um entendimento do que seriam as políticas públicas mais adequadas ao Brasil no setor da educação.
AGORA, ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA A(S) AFIRMATIVA(S) CORRETA(S). I, III, IV E V.
Considere o fragmento a seguir.
“A principal forma de aumentar o grau de escolaridade de uma sociedade é elevando a frequência escolar e o tempo de permanência das crianças e jovens nas escolas, algo que, no Brasil, é considerado essencial para a redução da desigualdade de rendimentos. Um problema grave a ser enfrentado pelo país é a desigualdade de oportunidade educacional que, ao dificultar o acesso da população mais pobre a níveis elevados de educação, não só restringe a expansão do ensino, como também gera heterogeneidade educacional [...]”.
NEY, M. G.; CARVALHO, A. M.; SOUZA, P. M. Desigualdade entre ricos e pobres no acesso à educação no Brasil rural e urbano. In:CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA RURAL, 46., 2008, Rio Branco. Palestra... Rio Branco: Sober, 2008. Disponível em:
<sober.org.br/palestra/9/416.pdf>. Acesso em: 10/05/2016.
Diante disso e levando em consideração o conteúdo do texto-base, analise atentamente as afirmativas a seguir acerca da desigualdade na educação.
A entrada da mulher no mercado de trabalho tende a ser cada vez maior devido ao avanço e às oportunidades que sua escolarização proporciona.
No Brasil, o acesso à educação acaba sendo diferenciado e heterogêneo devido à renda apresentada pela família.
Existe uma relação direta entre as oportunidades futuras e o desempenho escolar devido à situação socioeconômica dos alunos.
É possível determinar o tipo e a qualidade de acesso à educação conforme as condições socioeconômicas de cada família.
Devido ao fato de a educação de qualidade estar presente nas escolas privadas, de ingresso gratuito, esse bem básico se tornou de fácil acesso.
ESTÁ CORRETO APENAS O QUE SE AFIRMA: I, II, III E IV.
RELEMBRANDO:
Positivismo
O positivismo é uma corrente filosófica que surgiu na França no começo do século XIX. Os principais idealizadores do positivismo foram os pensadores Auguste Comte e John Stuart Mill. Esta escola filosófica ganhou força na Europa na segunda metade do século XIX e começo do XX. É um conceito que possui distintos significados, englobando tanto perspectivas filosóficas e científicas do século XIX quanto outras do século XX.[1]
Desde o seu início, com Auguste Comte (1798-1857) na primeira metade do século XIX, até o presente século XXI, o sentido da palavra mudou radicalmente, incorporando diferentes sentidos, muitos deles opostos ou contraditórios entre si. Nesse sentido, há correntes de outras disciplinas que se consideram "positivistas" sem guardar nenhuma relação com a obra de Comte. Exemplos paradigmáticos disso são o positivismo jurídico, do austríaco Hans Kelsen, e o positivismo lógico (ou Círculo de Viena), de Rudolf Carnap, Otto Neurath e seus associados.
Para Comte, o positivismo é uma doutrina filosófica, sociológica e política. Surgiu como desenvolvimento sociológico do iluminismo, das crises social e moral do fim da Idade Média e do nascimento da sociedade industrial - processos que tiveram como grande marco a Revolução Francesa (1789-1799). Em linhas gerais, ele propõe à existência humana valores completamente humanos, afastando radicalmente a teologia e a metafísica (embora incorporando-as em uma filosofia da história). Assim, o positivismo associa uma interpretação das ciências e uma classificação do conhecimento a uma ética humana radical, desenvolvida na segunda fase da carreira de Comte. O positivismo defende a ideia de que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro. De acordo com os positivistas somente pode-se afirmar que uma teoria é correta se ela foi comprovada através de métodos científicos válidos. Os positivistas não consideram os conhecimentos ligados a crenças, superstição ou qualquer outro que não possa ser comprovado cientificamente. Para eles, o progresso da humanidade depende exclusivamente dos avanços científicos.
Método do positivismo de Auguste Comte
O método geral do positivismo de Auguste Comte consiste na observação dos fenômenos, opondo-se ao racionalismo e ao idealismo, por meio da promoção do primado da experiência sensível, única capaz de produzir a partir dos dados concretos (positivos) a verdadeira ciência (na concepção positivista), sem qualquer atributo teológico ou metafísico, subordinando a imaginação à observação, tomando como base apenas o mundo físico ou material. O positivismo nega à ciência qualquer possibilidade de investigar a causa dos fenômenos naturais e sociais, considerando este tipo de pesquisa inútil e inacessível, voltando-se para a descoberta e o estudo das leis (relações constantes entre os fenômenos observáveis).
Em sua obra Apelo aos conservadores (1855), Comte definiu a palavra "positivo" com sete acepções: real, útil, certo, preciso, relativo, orgânico e simpático.
O positivismo defende a ideia de que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro. Assim sendo, desconsideram-se todas as outras formas do conhecimento humano que não possam ser comprovadas cientificamente. Tudo aquilo que não puder ser provado pela ciência é considerado como pertencente ao domínio teológico-metafísico caracterizado por crendices e vãs superstições. Para os positivistas o progresso da humanidade depende única e exclusivamente dos avançoscientíficos, único meio
capaz de transformar a sociedade e o planeta Terra no paraíso que as gerações anteriores colocavam no mundo além-túmulo.
O positivismo é uma reação radical ao transcendentalismo idealista alemão e ao romantismo, na qual os afetos individuais e coletivos e a subjetividade são completamente ignoradas, limitando a experiência humana ao mundo sensível e ao conhecimento aos fatos observáveis. Substitui-se a Teologia e a Metafísica pelo "Culto à Ciência", o Mundo Espiritual pelo Mundo Humano, o Espírito pela Matéria.
A ideia-chave do positivismo comtiano é a Lei dos três estados, de acordo com a qual o entendimento humano passou e passa por três estágios em suas concepções, isto é, na forma de conceber as suas ideias e a realidade:
Teológico: o ser humano explica a realidade por meio de entidades supranaturais (os "deuses"), buscando responder a questões como "de onde viemos?" e "para onde vamos?"; além disso, busca-se o absoluto;
Metafísico: é uma espécie de meio-termo entre a teologia e a positividade. No lugar dos deuses há entidades abstratas para explicar a realidade: "o Éter", "o Povo", "o Mercado financeiro", etc. Continua- se a procurar responder a questões como "de onde viemos?" e "para onde vamos?" e procurando o absoluto. É a busca da razão e destino das coisas, é o meio termo entre teológico e positivo.
Positivo: etapa final e definitiva, não se busca mais o "porquê" das coisas, mas sim o "como", por meio da descoberta e do estudo das leis naturais, ou seja, relações constantes de sucessão ou de co- existência. A imaginação subordina-se à observação e busca-se apenas pelo observável e concreto.
A religião da humanidade
Auguste Comte - por meio da obra "Sistema de Política Positiva" (1851-1854) - institui a Religião da Humanidade. Após a elaboração de sua filosofia, Comte concluiu que deveria criar uma nova religião: afinal, para ele, as religiões do passado eram apenas formas provisórias da única e verdadeira religião: a religião positiva. Segundo os positivistas, as religiões não se caracterizam pelo sobrenatural, pelos "deuses", mas sim pela busca da unidade moral humana. Daí a necessidade do surgimento de uma nova religião que apresenta um novo conceito do Ser Supremo, a Religião da Humanidade.
Comte foi profundamente influenciado a tal pela figura de sua amada Clotilde de Vaux.
Segundo os positivistas, a Teologia e a Metafísica nunca inspiraram uma religião verdadeiramente racional, cuja instituição estaria reservada ao advento do espírito positivo. Estabelecendo a unidade espiritual por meio da ciência, a Religião da Humanidade possui como principal objetivo a "regeneração social e moral".
Assim como o catolicismo está fundamentado na filosofia escolástica de Tomás de Aquino, a Religião da Humanidade está fundamentada na filosofia positivista de Auguste Comte fundamentada na ciência clássica.
A Religião da Humanidade possui, como Ser Supremo, a Humanidade Personificada, tida como deusa pelos positivistas. Ela representa o conjunto de seres convergente de todas as gerações, passadas, presentes e futuras que contribuíram, que contribuem e que contribuirão para o desenvolvimento e aperfeiçoamento humano.
A ciência clássica se constitui no dogma da Religião da Humanidade. Também existem templos e capelas onde são celebrados cultos elaborados à Humanidade (chamada Grão-Ser pelos positivistas). A religião positivista caracteriza-se pelo uso de símbolos, sinais, estandartes, vestes litúrgicas, dias de santos (grandes tipos humanos), sacramentos, comemorações cívicas e pelo uso de um calendário próprio, o Calendário Positivista (um calendário lunar composto por 13 meses de 28 dias).
O lema da religião positivista é: "O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim". Seu regime é: "Viver às Claras" e "Viver para Outrem".
Auguste Comte foi o criador da palavra "altruísmo", palavra que segundo o fundador, resume o ideal de sua Nova Religião.
O positivismo no Brasil
Seria exagero atribuir aos positivistas a Proclamação da República do Brasil: é no processo de consolidação desta que se verifica a influência que exerceram destacando-se o coronel Benjamim Constant (que, depois, foi homenageado com o epíteto de "Fundador da República Brasileira").
De acordo com VALENTIM (2010):
	“	A partir da segunda metade do século XIX, as ideias de Auguste Comte permearam as mentalidades de
muitos mestres e estudantes militares, políticos, escritores, filósofos e historiadores. Vários brasileiros adotaram, ou melhor, se converteram ao positivismo, dentre eles o professor de matemática da Escola Militar do Rio de Janeiro Benjamin Constant, o mais influente de todos. Tais influências estimularam movimentos de caráter republicano e abolicionista, em oposição à monarquia e ao escravismo dominante no Brasil. A Proclamação da República, ocorrida através de um golpe militar, com apoio de setores da aristocracia brasileira, especialmente a paulista, foi o resultado “natural” desse movimento.	”
A conformação atual da bandeira do Brasil é um reflexo dessa influência na política nacional. Na bandeira lê-se a máxima política positivista Ordem e Progresso, surgida a partir da divisa comteana O Amor por princípio e a
Ordem	por	base;	o	Progresso	por	meta,	representando	as	aspirações	a	uma
sociedade justa, fraterna e progressista.
Outros positivistas de importância para o Brasil foram Nísia Floresta (a primeira feminista brasileira e discípula direta de Auguste Comte), Miguel Lemos, Euclides da Cunha, Luís Pereira Barreto, o marechal Cândido Rondon, Júlio de Castilhos, Demétrio Nunes Ribeiro, Carlos Torres Gonçalves, Ivan Monteiro de Barros Lins, Roquette-Pinto, Barbosa Lima, Lindolfo Collor, David Carneiro, David Carneiro Jr., João Pernetta, Luís Hildebrando Horta Barbosa, Júlio Caetano Horta Barbosa, Alfredo de Morais Filho, Henrique Batista da Silva Oliveira, Eduardo de Sá e muitos outros.
Houve no Brasil dois tipos de positivismo: um "positivismo ortodoxo", mais conhecido, ligado à Religião da Humanidade e apoiado por Pierre Laffitte, discípulo de Comte, e um "positivismo heterodoxo", que se aproximava mais dos estudos primeiros de Augusto Comte que criaram a disciplina da Sociologia e apoiado por outro discípulo de Comte, Émile Littré.
NEO-MARXISMO
“O Estado é a conjugação da sociedade civil e da sociedade política, a hegemonia couraçada pela coerção” Gramsci, Antonio
Costuma dar-se o nome de neomarxismo, ou marxismo ocidental, àquele conjunto das correntes nascidas nos anos vinte do século XX, em torno das teses de Gyorgy Luckács* (1885-1972), Karl Korsch(1896-1961), Ernst Bloch (1885-1977), e Antonio Gramsci (1891-1937). Geralmente, toma-se como ponto de partida o ano de 1923, quando se publica a Geschichte und Klassenbewusstein, do primeiro, e o Marxismus und Philosophie, do segundo (Cavalcanti e Piccone, 1976).
A partir de então, gerou-se uma espécie de reforço hegeliano do marxismo, que se libertou do mecanismo engelsiano e do naturalismo cientificista, transformando-se numa espécie de sistema aberto. Curiosamente, quase todos esses neomarxistas têm uma origem esquerdista e, se aceitam o essencial do leninismo político, rejeitam a variante determinista do marxismo assumida pela II Internacional, nomeadamente a perspectiva rígida do materialismo dialéctico. Gramsci XE "Gramsci, Antonio" chega mesmo a saudar a Revolução de 1917, como uma revolução contra Das Kapital.
Não é por acaso que estes autores procuram fazer a ponte entre marxismo e outras correntes de pensamento, com Luckács , a impregnar-se das teses neokantistas de Georg Simmel (1858-1918), Max Weber e Wilhelm Dilthey (1833-1911), ou Gramsci, a receber os contributos neohegelianos de Benedetto Croce e Giovanni
Gentile (1875-1944) XE "Gentile, Giovanni" , bem como as perspectivas elitistas de Vilfredo Pareto XE "Pareto, Vilfredo" (1848-1923) e Gaetano Mosca (1854-1941). Escapam, assim, dos modelos do naturalismo marxista onde, de certa maneira, Haeckel XE "Haeckel,Ernst" havia substituído Hegel e Marx se restringia às vulgatas interpretativas de Engels.
Neste âmbito, merece especial destaque o impulso que o neomarxismo recebe de certa maneira italiana de olhar o mundo, distanciando-se do revisionismo alemão ou austríaco. Baseando-se numa tradição de leitura hegeliana de Marx XE "Marx, Karl" , protagonizada, em primeiro lugar por Antonio Labriola (1843-1904), recebeu os contributos de Croce XE "Croce, Benedetto" e até de Gentile e, depois, foi consagrado por Gramsci, sendo continuada por Galvano della Volpe (1895-1968) e Lucio Coletti .
O essencial do modelo está na tese de Gramsci XE "Gramsci, Antonio" sobre a sociedade civil, considerada como o domínio das superstruturas culturais e ideológicas. Porque, se na sociedade civil, enquanto conjunto dos organismos privados, reina a hegemonia, isto é, o predomínio ideológico dos valores e normas burguesas, já na sociedade política, ou Estado, dá-se a dominação directa, ou comando, marcada pelo coercitivo, com identificação entre Estado e Governo (Maltez, 1996, p. 113).
Já em França, importa referir que, em 1929, começa a publicar-se a Revue Marxiste, dirigida por Georges Politzer XE "Politzer, Georges" (1903-1942) e Henri Lefebvre XE "Lefebvre, Henri" (1901-1991). Segue-se a tentativa de Jean-Paul Sartre XE "Sartre, J.- P." (1905-1980) para adequar o marxismo ao existencialismo, invocando-se a fenomenologia e Heidegger (1889-1976), até se atingir o neogramscianismo de Louis Althusser XE "Althusser, Louis" (1918-1990), procurando integrar o estruturalismo, nessa perspectiva que entendeu o político como condensação de uma relação de classes ou de uma relação de forças (Poulantzas XE "Poulantzas, Nicos" ).
Na Alemanha, destaca-se a chamada Escola de Francforte, onde Marx XE "Marx, Karl" se mistura com Nietzsche XE "Nietzsche, Friedrich" e Freud XE "Freud" . Os fundadores são Theodor Adorno XE "Adorno, Theodor" (1903- 1969) e Max Horkheimer XE "Horkheimer, Max" (1895-1973), os criadores de um marxismo sem proletariado. Dela nos vem o radicalismo irracionalista de Walter Benjamin XE "Benjamin, Walter" (1892-1940), bem como a adequação ao movimento da contracultura, com Herbert Marcuse XE "Marcuse, Herbert"
Se antes da implosão do sovietismo, quase todos os manuais de relações internacionais incluíam um capítulo sobre a teoria marxista-leninista das relações internacionais, podemos, hoje, dizer que existem, sobretudo, releituras ocidentais dessa concepção do mundo e da vida, diluídas em vários conglomerados teóricos que procuram a simbiose com anteriores adversários. Assim, se, ao marxismo ortodoxo, se juntarem alguns conceitos de Gramsci XE "Gramsci, Antonio" , dentro de um aparente discurso weberiano, aqui e além, polvilhado com radicalismos verbais freudianos ou suaves inspirações da teologia cristã, tudo parece novo e tudo acaba até por mesmo novo, dado que, deste modo, se abre, aquilo que era um sistema fechado, à tradicional circularidade do pensamento ocidental. Podemos até dizer que só com o neomarxismo foi possível tirar Marx XE "Marx, Karl" da estreiteza dos ideologismos, lançando no reino da liberdade do pensamento um dos mais gigantescos esforços de um cérebro humano.
No âmbito das teorias neomarxistas sobre relações internacionais, destaca-se a chamada World systems theory, a teoria do sistema-mundo, elaborada a partir da obra de Immanuel Wallerstein (1930-) XE "Wallerstein, Immanuel" que, distanciando-se das teses dependencistas, que aceitavam a ideia de clivagem Norte/Sul, com um Norte de Estados ricos e um Sul de países dependentes, considera a existência de um centro dominante, multiforme e multilocalizado, dotado de supremacia económica, contra uma periferiado sistema capitalista mundial, existindo também uma semiperiferia intermediária.
Se os governos do tal centro se assumem como liberais e representativos e os da periferia, como vassalos, já os da semiperiferia tendem a ser voluntaristas, autoritários e militaristas, exercendo o papel de polícias do centro face à periferia, como teria acontecido com a Prússia e a Rússia, nos séculos XVIII e XIX, ou com o Brasil, a Indonésia e o Irão, durante certas fases da Guerra Fria.
De qualquer maneira, Wallerstein XE "Wallerstein, Immanuel" mais não faz do que estender a tradicional tensão marxista entre o capital e o trabalho a uma escala mundial, mantendo o essencial da teoria do imperialismo de Lenine XE "Lenine"
A tese foi cunhada em The Modern World-System, de 1974, onde se considera que, a partir do Renascimento, a diferenciação dos sistemas políticos europeus, com a clivagem Leste/Oeste, resulta do desenvolvimento económico desigual. Os países periféricos da Europa, com as transformações tecnológicas ocorridas a partir dos séculos XV e XVII, beneficiaram dos efeitos de uma economia mundial, marítima e comercial, marcada pelo free trade e pela divisão de trabalho a nível mundial. Por seu lado, os países do Centro e do Leste da Europa, fechando-se sobre si mesmos, teriam sofrido uma recessão económica que os obrigou a uma especialização agrícola. Assim, nos países periféricos da Europa, apareceu o Estado como elemento fundamental no processo de diferenciação política interna, o que também foi facilitado pelo afluxo de recursos económicos e monetários, circunstância que permitiu o rápido desenvolvimento dos aparelhos burocráticos centrais
Esta explosiva mistura de neomarxismo com estruturalismo levou a que, com uma linguagem cientificista, mas aliciante, se passasse a poder ver o mundo como um polvo de várias cabeças, alimentado por secretos e visíveis tentáculos, o dito sistema capitalista mundial, onde seriam estruturais os mecanismos destinados a gerar a dependência dos periféricos.
Dentro da mesma família, saliente-se a linha de um neomarxismo mais cibernético, com pitadas de realismo, apenas aparentemente anti-realista, expresso por Silviu Brucan XE "Brucan, Silviu" , em The Dialectic of World Politics, 1978, bem como por Hayward Alker XE "Alker, H." (1981 e 1996), que retoma a teoria dos quatro mundos.
Da mesma forma, André Gunder Frank XE "Frank, ANDRÉ GUNDER" considera que o mundo deve perspectivar-se como um sistema integrado, onde o desenvolvimento e o subdesenvolvimento são apenas duas faces da mesma moeda, porque aquilo que se consegue para os mais ricos é sempre obtido à custa dos mais pobres. As teses, baseadas nos trabalhos de Paul Baran XE "Baran, Paul" , foram continuados por outros autores, como Bill Warren XE "Warren, Bill" .
Outra leitura deste tipo de correntes prende-se com certa sociologia histórica do político, onde, misturando-se o marxismo com conceitos weberianos, se faz uma aproximação ao funcionalismo desenvolvimentista. Para além de Wallerstein XE "Wallerstein, Immanuel" , refiram-se autores como Perry Anderson XE "Anderson, Perry"
, Lineages of the Absolutist State, de 1974, e, principalmente, Theda Skocpol XE "Skocpol, Theda" , States and Social Revolutions de 1979. Todos assumem o return to the State, sendo bastante importantes no contexto das universidades anglo-americanas, onde se inserem no chamado neostatist movement.
Um terceiro modelo de análise neomarxista é expresso por Robert W. Cox XE "Cox, Robert W." (1973 e 1987), Harold K. Jacobson XE "Jacobson, Harold" (1973), Stephen Gill XE "Gill, Stephen" (1988, 1990 e 1993), Enrico Augelli XE "Augelli, Enrico" (1988) e Craig Murphy XE "Murphy, CRAIG" (1988), que retomam as teses de Gramsci XE "Gramsci, Antonio" sobre a hegemonia e a dependência, dando importância à cultura e às ideias, não as considerando como simples consequência das forças económicas.
Cox XE "Cox, Robert W." nem sequer rejeita a herança leninista, considerando, como principal adversário, um modelo que qualifica como positivista e que tenta identificar com o demónio liberal e realista, procurando, deste modo, inserir-se na moda pós-moderna. Na linha das vulgatas de Foucault XE "Foucault, Michel" , considera que o Estado não passa de umcampo estratégico, onde muitas forças sociais estão em luta, salientando, contudo, que, na análise das relações internacionais, importaria ir além do velho Estado vestefaliano e penetrar tanto no nível superior, o macro-regional, como no nível inferior, o micro-regional, salientando que ambos são limitados pela economia global, a qual não precisaria de uma autoridade política formal para conseguir os respectivos objectivos.
A globalização, que se traduziria tanto num complexo transnacional de redes de produção, como num não regulado sistema de transacções monetárias, não passaria de uma globalização meramente económica, tendo como consequências tanto a internacionalização do Estado, que enfraqueceu o respectivo grau de autonomia, como a emergência de uma estrutura social global.
Andrew Linklater XE "Linklater, Andrew" , embora tente ir além do realismo e do marxismo, como procura auto- qualificar-se, continua preso ao universo neomarxista, desenvolvendo alguns aspectos da teoria crítica da Escola de Francforte, mas sem atingir a dimensão do pensamento de um Habermas XE "Habermas, Jurgen" , que acaba por inserir-se na grande corrente neokantista e na perspectiva cosmopolita.
É com base em muita desta nebulosa de argumentos que se mobiliza o grupo do Fórum Social Mundial que tanto usa a retórica dos portugueses Boaventura XE "Santos, Boaventura Sousa" Sousa Santos e Miguel Urbano Rodrigues, como segue as teses de Ricardo Petrella XE "Petrella, Ricardo" , Ignacio Ramonet XE "Ramonet, Ignacio" ou Noam Chomsky XE "Chomsky, Noam" (1928-), para, depois, citar José Saramago XE "Saramago, José" e o subcomandante Marcos, antes de invocar os antigos teólogos da libertação, Leonardo Boff XE "Boff, Leonardo" e Frei Betto, misturando assim o melhor da ciência e do jornalismo com a demagogia da militância, como se demonstra pela participação no processo do Partido Comunista Português e do Bloco de Esquerda. Porque, para utilizarmos palavras de Petrella XE "Petrella, Ricardo" , a gente de Davos construiu nestes últimos trinta anos não foi uma economia globalizada, mas o arquipélago capitalista mundial de ilhas (v. Houtart e Polet, 1994). Quase apetece dizer, como o liberal brasileiro José Osvaldo Meira Penna XE "Penna, J. O. Meira" : o que muitos marxistas tupiniquins ignoram é que o velho guru barbudo era globalista, entusiasticamente globalista, pois acreditava que só uma economia capitalista madura criaria as condições indispensáveis à revolução proletária (1999).
Sobre as teorias neomarxistas: Baran (1957, 1966), Moore (1958, 1966, 1969, 1972), Amin (1970, 1973, 1976, 1979),
Brucan (1971, 1978), Wallerstein (1974, 1975, 1984, 1995), Cavalcanti e Piconni (1976), Frank (1978), Skocpol (1985,
1994, 1995), Merquior XE "Merquior, José Guilherme" (1986), Augelli e Murphy (1988).
Uma nova geração de intelectuais portugueses, partindo do neomarxismo, acompanharam o modelo da Escola de Frankfurt, assumindo as perspectivas da esquerda norte-americana e, no plano dos compromissos da pós- revolução portuguesa, ora apoiaram a candidatura presidencial de Maria de Lurdes Pintasilgo, ora ajudaram à emergência do Bloco de Esquerda. Acabaram por transformar-se numa espécie de intelectuais orgânicos dos tempos pós-cavaquistas, inspirando citações convenientes, coordenando projectos publicamente subsidiados, mas sem sujarem as mãos com cargos políticos executivos, dado não quererem abandonar a bela insolência do maître à penser, ao mesmo tempo que promovem escolas de regime, altamente disciplinadas por uma unicidade de paradigma e de estilo, deste modo actualizando certa tradição coimbrã de um ex- cathedra orgânico, pleno de qualidade, mas hiperbolizando o iluminismo do pós-moderno, que, muito comteanamente, voltam a invocar uma nova ciência arquitectónica, apesar dos mestres estrangeiros invocados não terem essa dimensão global, dado que presos à opinião conjuntural daquela moda que, talvez, venha a passar de moda.
Cidadania
Cidadania é a prática dos direitos e deveres de um(a) indivíduo (pessoa) em um Estado.[1] Os direitos e deveres de um cidadão devem andar sempre juntos, uma vez que o direito de um cidadão implica necessariamente numa obrigação de outro cidadão. Conjunto de direitos, meios, recursos e práticas que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo.
Um cidadão é uma pessoa que se considera em uma fase madura o suficiente desenvolvido para agir consciente e responsavelmente dentro da sociedade[2].
História
O conceito de cidadania tem origem na Grécia antiga, sendo usado então para designar os direitos relativos ao cidadão, ou seja, o indivíduo que vivia na cidade e ali participava ativamente dos negócios e das decisões políticas. Cidadania pressupunha, portanto, todas as implicações decorrentes de uma vida em sociedade.[3] Ao longo da história, o conceito de cidadania foi ampliado, passando a englobar um conjunto de valores sociais que determinam o conjunto de deveres e direitos de um cidadão.[4]
Nacionalidade
A nacionalidade é pressuposto da cidadania - ser nacional de um Estado é condição primordial para o exercício dos direitos políticos. Entretanto, se todo cidadão é nacional de um Estado, nem todo nacional é cidadão - os indivíduos que não estejam investidos de direitos políticos podem ser nacionais de um Estado sem serem cidadãos.
No Brasil
Os direitos políticos são regulados no Brasil pela Constituição Federal em seu artigo 14[5], que estabelece como princípio da participação na vida política nacional o sufrágio universal. Nos tempos da norma constitucional, o alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os maiores de dezoito anos, e facultativos para os analfabetos, os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos e os maiores de setenta anos.
A Constituição proíbe a eleição de estrangeiros e brasileiros conscritos no serviço militar obrigatório, considera a nacionalidade brasileira como condição de elegibilidade e remete, à legislação infraconstitucional, a regulamentação de outros casos de inelegibilidade (lei complementar n. 64, de 18 de maio de 1990).
O exercício pleno dos direitos civis, políticos e sociais em uma sociedade que combine liberdade completa e participação numa sociedade ideal é, para José Murilo de Carvalho, a definição de cidadania.[6] Carvalho entende que esta categoria de liberdade consciente é imperfeita numa sociedade igualmente imperfeita. Neste sentido, numa sociedade de bem-estar social, utópica por assim dizer, a cidadania ideal é naturalizada pelo cotidiano das pessoas como um bem ou um valor pessoal, individual e, portanto, intransferível.
Esta cidadania naturalizada é a liberdade dos modernos, como estabelece o artigo III da Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada na Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1948: "toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal".[7] A origem desta carta remonta das revoluções burguesas no final do século XVIII, sobretudo na França e nas colônias inglesas na América do Norte; o termo "cidadão" designa, nesta circunstância e contexto, o habitante da cidade "no cumprimento de seus simples deveres, em oposição a parasitas ou a pretensos parasitas sociais".[8]
A etimologia da palavra cidadania vem do latim civitas, cidade, tal como cidadão (ciudadano ou vecino no espanhol, ciutadan em provençal, citoyen em francês). Neste sentido, a palavra- raiz, cidade, diz muito sobre o verbete. O habitante da cidade no cumprimento dos seus deveres é um sujeito da ação, em contraposição ao sujeito de contemplação, omisso e absorvido por si e para si mesmo, ou seja, não basta estar na cidade, mas agir na cidade. A cidadania, neste contexto, refere-se à qualidade de cidadão,[9] indivíduo de ação estabelecido na cidade moderna.[10]A rigor, cidadania não combina com individualismo e com omissões individuais frente aos problemas da cidade; a cidade e os problemas da cidade dizem respeito a todos os cidadãos.
NoBrasil, nos léxicos da língua portuguesa que circularam no início do século XIX, observa-se bem a distinção entre os termos cidadão (em português arcaico, cidadam) e o fidalgo, prevalecendo o segundo para designar aquele indivíduo detentor dos privilégios da cidade na sociedade de corte.[11] Neste contexto, o fidalgo é o detentor dos deveres e obrigações na cidade portuguesa; o cidadão é uma maneira genérica de designar a origem e o trânsito dos vassalos do rei nos territórios do vasto império português. Com a reconfiguração do Estado a partir de 1822, vários conceitos políticos passaram por um processo de ressignificação; cidadão e cidadania entram no vocabulário dos discursos políticos, assim como os termos "Brasil", "brasileiros", em oposição a "brasílicos". Por exemplo: povo, povos, nação, história, opinião pública, América, americanos, entre outros.
A partir disso, o termo "cidadania" pode ser compreendido racionalmente pelas lutas, conquistas e derrotas do cidadão brasileiro ao longo da história nacional, a começar da história republicana, na medida em que esta ideia moderna, a relação indivíduo-cidade (ou indivíduo-Estado) "expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo (...)". Em outros termos, fundamenta- se na concessão pelo Estado das garantias individuais de vida, liberdade e segurança. O significado moderno da palavra é, portanto, incompatível com o regime monárquico, escravista e centralizador, anterior à independência política do Brasil. No entanto, este divisor monarquia-república não significa, no Brasil, uma nova ordem onde a cidadania tem um papel na construção de sociedade justa e igualitária. Este aspecto é bem pronunciado na cidadania brasileira: estas garantias individuais jamais foram concedidas, conquistadas e/ou exercidas plena e simultaneamente em circunstâncias democráticas, de estado de direito político ou de bem- estar social.
O longo caminho inferido por José Murilo de Carvalho refere-se a isto: uma cidadania no papel e outra cidadania cotidiana. É o caso da cidadania dos brasileiros negros: a recente Lei nº 7.716 de 5 de janeiro de 1989[14] é um prolongamento da luta pela cidadania dos "homens de cor", cujo marco histórico formal é a Lei Áurea de 1888; ou seja, foi necessário um século para garantir, através de uma lei, a cidadania civil de metade da população brasileira, se os números do último censo demográfico estão corretos;[15] portanto, há uma cidadania no papel e outra cidadania cotidiana, conquistada no dia a dia, no exercício da vida prática; tanto é que, ainda hoje, discute-se, nas altas esferas da jurisprudência brasileira, se o cidadão negro é ou não é injustiçado pela história da nação.[16] Considere-se que, na perspectiva de uma cidadania plena, equilibrada e consciente, não haveria de persistir por tanto tempo tal dúvida.
O mesmo se pode dizer da cidadania da mulher brasileira: a Lei 11 340, de 7 de Agosto de 2006,[17] a chamada "Lei Maria da Penha", criou mecanismos "para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher". Ou seja, garantir sua liberdade civil, seu direito de ir e vir sem ser agredida ou maltratada. No caso da mulher, em geral, a lei chega com atraso, como forma de compensação, como retificação de várias injustiças históricas com o gênero; o direito de votar, por exemplo, conquistado através de um "código eleitoral provisório" em 1932, ratificado em 1946.[18]A lei do divórcio obtida em 1977,[19] ratificada recentemente pela chamada Nova Lei do Divórcio,[20] ampliando a conquista da liberdade civil de outra metade da população brasileira.[21] São exemplos de como a cidadania é conquistada, de forma dramática por assim dizer, à custa de esgotamentos e longas negociações políticas.
Neste contexto, a lei torna-se o último recurso da cidadania, aquela cidadania desejada e praticada no cotidiano por deficientes	físicos, deficientes
mentais, homossexuais, crianças, adolescentes, idosos, aposentados etc.[22] Um caso prático para ilustrar esta realidade cotidiana é a superlotação dos presídios e casas de custódia; a rigor, os direitos humanos contemplam, também, os infratores, uma vez que "toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal".
Embora existam leis que visam a reparar injustiças, existe também uma longa história de lutas cotidianas para conquistar estes direitos: o direito à liberdade de expressão,[23] o direito de organizar e participar de associações comunitárias, sindicatos trabalhistas e partidos políticos,[24] o direito a um salário justo, a uma renda mínima e a condições para sobreviver,[25] o direito a um pedaço de terra para plantar e colher,[26] o direito de votar e ser votado --[27] talvez o mais elementar da democracia moderna, negado à sociedade na já longa história da cidadania brasileira.[28] É esta luta cotidiana por direitos elementares que define a cidadania brasileira e não os apelos ao pertencimento, ao nacionalismo, a democracia e ao patriotismo do cidadão comum.
Pode-se entender, portanto, que a cidadania brasileira é a soma de conquistas cotidianas, na forma da lei, de reparações a injustiças sociais, civis e políticas, no percurso de sua história e, em contrapartida, a prática efetiva e consciente, o exercício diário destas conquistas com o objetivo exemplar de ampliar estes direitos na sociedade. Neste sentido, para exercer a cidadania brasileira em sua plenitude torna-se absolutamente necessário a percepção da dimensão histórica destas conquistas no percurso entre passado, presente e futuro da nação. Este é o caminho longo e cheio de incertezas, inferido por José Murilo de Carvalho. Esta é a originalidade e especificidade da cidadania brasileira.
Constituição brasileira de 1988
Aprovada pela Assembleia Nacional Constituinte em 22 de setembro de 1988 e promulgada em 5 de outubro de 1988, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é a lei fundamental e suprema do Brasil, servindo de parâmetro de validade a todas as demais espécies normativas, situando-se no topo do ordenamento jurídico. Pode ser considerada a sétima ou a oitava constituição do Brasil e a sexta ou sétima constituição brasileira em um século de república.[nota 1][2]
Ficou conhecida como "Constituição Cidadã", por ter sido concebida no processo de redemocratização, iniciado com o encerramento da ditadura militar no Brasil (1964–1985). Até outubro de 2017 foram acrescentadas 104 emendas, sendo 97 emendas constitucionais ordinárias,[5] seis emendas constitucionais de revisão[6] e um tratado internacional aprovado de forma equivalente.
No dia 5 de outubro de 2013 a Constituição completou 25 anos de vigência e a data foi celebrada em várias entidades e movimentos sociais, entre os quais: foi o ato do Conselho Federal da OAB, em Brasília, que reuniu juristas, lideranças de movimentos organizados e políticos que participaram da Assembleia Constituinte, entre eles, os ex-presidentes Lula e José Sarney.[7]Na noite da mesma data o programa Repórter Senado da TV Senado exibiu um especial de uma hora e 10 minutos sobre os acontecimentos, sugestões populares e discussões da constituinte e seus desdobramentos nos 25 anos de vigência da Carta Constitucional. Em 29 de outubro de 2013 foi realizada uma sessão especial no Congresso Nacional brasileiro alusiva aos 25 anos da Carta Política com a participação de atores políticos e sociais da época da constituinte e foi entregue a Medalha Ulysses Guimarães para várias personalidades, entre eles, Bernardo Cabral que fora relator na assembleia que construiu o texto constitucional de 1988. Como parte das comemorações, o Governo Federal lançou uma versão da Constituição em texto, áudio e linguagem de sinais, atendendo assim a uma demanda de acessibilidade a milhões de brasileiros com deficiência sensorial.[10]
História
Desde 1964 o Brasil estava sob uma ditadura militar, e desde 1967(particularmente subjugado às alteraçõesdecorrentes dos Atos Institucionais) sob uma Constituição imposta pelo governo federal.
O regime de exceção, em que as garantias individuais e sociais eram restritas, ou mesmo ignoradas, e cuja finalidade era garantir os interesses da ditadura, internalizados em conceitos como segurança nacional, restrição das garantias fundamentais etc, fez crescer, durante o processo de abertura política, o anseio por dotar o Brasil de uma nova Constituição, defensora dos valores democráticos.[2] Anseio que se tornou necessidade após o fim da ditadura militar e a redemocratizaçãodo Brasil, a partir de 1985.
Independentemente das controvérsias de cunho político, a Constituição Federal de 1988 assegurou diversas garantias constitucionais, com o objetivo de dar maior efetividade aos direitos fundamentais, permitindo a participação do Poder Judiciário sempre que houver lesão ou ameaça de lesão a direitos. Para demonstrar a mudança que estava havendo no sistema governamental brasileiro, que saíra de um regime autoritário recentemente, a constituição de 1988 qualificou como crimes inafiançáveis a tortura e as ações armadas contra o estado democrático e a ordem constitucional, criando assim dispositivos constitucionais para bloquear golpes de qualquer natureza.
Com a nova constituição, o direito maior de um cidadão que vive em uma democracia representativa foi conquistado: foi determinada a eleição direta para os cargos de Presidente da República, Governador do Estado e do Distrito Federal, Prefeito, Deputado Federal, Estadual e Distrital, Senador e Vereador.
A nova Constituição também previu maior responsabilidade fiscal. Pela primeira vez, uma Constituição brasileira define a função social da propriedade privada urbana, prevendo a existência de instrumentos urbanísticos que, interferindo no direito de propriedade (que a partir de agora não mais seria considerado inviolável), teriam por objetivo romper com a lógica da especulação imobiliária. A definição e regulamentação de tais instrumentos, porém, deu-se apenas com a outorga do Estatuto da Cidade em 2001.
Reformas de Base
O ex-presidente João Goulart apresentou em 1964 uma série de propostas de reformas, cujo conjunto ficou conhecido como Reformas de Base. Parte dessas propostas foram adotadas pela Nova Constituição, tendo como exemplo a Medida Provisória, os monopólios estatais na economia, o voto dos analfabetos, e a função social da propriedade.
Constituição portuguesa[editar | editar código-fonte]
A Constituição da República Portuguesa de 1976 é apontada como uma das influências para o texto brasileiro de 1988. O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, vê essa relação “notada e manifesta” quanto aos direitos fundamentais. Doutrinadores apontam também semelhanças em matéria de controle de constitucionalidade.
Canotilho e a Constituição Dirigente[editar | editar código-fonte]
Constituição dirigente ou compromissória é aquela que traça os objetivos a serem perseguidos pelo Estado. Recebem, ainda, o nome de constituição programática ou diretiva. As ideias foram desenvolvidas pelo jurista português José Joaquim Gomes Canotilho em sua obra Constituição Dirigente e Vinculação do Legislador de 1982. Essa exerceu enorme influência na Constituição de 1988. sendo a Carta Magna de 1988 um exemplo de Constituição dirigente, pois consagra inúmeras normas programáticas, como, por exemplo, as que estabelecem os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil previstos no artigo 3º.
Conquistas
Democracia : A carta magna de 1988 é exaltada por ter restabelecida a democracia. Para Gilmar Mendes, a nova Constituição assegurou o mais longo período de estabilidade institucional da história republicana brasileira.
Direitos e Garantias : A Constituição de 1988 é a mais abrangente e extensa de todas as anteriores no que se trata de Direitos e Garantias Fundamentais[22]. Segundo o jurista italiano Luigi Ferrajoli, é uma das mais avançadas do mundo no tocante aos direitos e garantias fundamentais. Especialistas apontam que a Constituição de 1988 trouxe avanços no reconhecimento dos direitos individuais e sociais das mulheres. Outros sustentam que a Constituição foi um marco nos direito indígenas. A proteção do meio ambiente também é ressaltado como um avanço.
Atuação do Ministério Público : Antes da Constituição, o Ministério Público estava subordinado ao poder judiciário. O constituinte outorgou ao Ministério Público autonomia e independência sem subordinação à estrutura dos Poderes do Estado. Essa distinção tem sido considerado fundamental para avanço no combate à corrupção. Alguns sustentam que ações de combate à corrupção, como a Operação Lava Jato, só foram possíveis graças às novas atribuições conferidas pela carta magna de 1988.
Características
Formal — possui dispositivos que não são normas essencialmente constitucionais
Escrita — apresenta-se em um documento sistematizado dentro de cada parâmetro
Promulgada — elaborada por um poder constituído democraticamente
Rígida — não é facilmente alterada. Exige um processo legislativo mais elaborado, consensual e solene para a elaboração de emendas constitucionais do que o processo comum exigido para todas as demais espécies normativas legais. Alguns autores a classificam como super-rígida.
Analítica — descreve em pormenores todas as normas estatais e direitos e garantias por ela estabelecidas
Dogmática — constituída por uma assembleia nacional constituinte
Emendas constitucionais
O artigo 60 da Constituição estabelece as regras para o processo de criação e aprovação de Emendas Constitucionais. Uma emenda pode ser proposta pelo Congresso Nacional (um terço da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal), pelo Presidente da República ou por mais da metade das Assembleias Legislativas dos
governos estaduais. Uma emenda é aprovada somente se três quintos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal aprovarem a proposta, em dois turnos de votação.
As emendas constitucionais devem ser elaboradas respeitando certas limitações, definidas pelo artigo 60. Há limitações materiais, conhecidas como cláusulas pétreas (§ 4.º), limitações circunstanciais (§ 1.º), limitações formais ou procedimentais (incisos I, II, III, § 3.º). Há ainda uma forma definida de deliberação (§ 2.º) e promulgação (§ 3.º).
Implicitamente, considera-se que o art. 60 da Constituição é inalterável, pois alterações neste artigo permitiriam uma revisão completa da Constituição. Nos casos não abordados pelo art. 60, é possível propor emendas. Os órgãos competentes para submeter emendas são: a Câmara dos Deputados, o Senado Federal, o Presidente da República e de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
Os direitos fundamentais, previstos nos incisos do artigo 5.º, também não comportam Emendas que lhes diminuam o conteúdo ou âmbito de aplicação.
A emenda constitucional de revisão, conforme o art. 3.º da ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias), além de possuir implicitamente as mesmas limitações materiais e circunstanciais, e os mesmos sujeitos legitimados que o procedimento comum de emenda constitucional, também possuía limitação temporal - apenas uma revisão constitucional foi prevista, 5 anos após a promulgação, sendo realizada em 1993. No entanto, ao contrário das emendas comuns, ela tinha um procedimento de deliberação parlamentar mais simples para reformar o texto constitucional pela maioria absoluta dos parlamentares, em sessão unicameral e promulgação dada pela Mesa do Congresso Nacional.
A Constituição brasileira já sofreu noventa reformas em seu texto original, sendo 84 emendas constitucionais tendo a última sido promulgada no dia 2 de dezembro de 2014, e seis emendas de revisão constitucional. A única Revisão Constitucional geral prevista pela Lei Fundamental brasileira aconteceu em 5 de outubro de 1993, não podendo mais sofrer emendas de revisão. Mesmo assim, houve tentativas,

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