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Entendendo e Interpretando Indicadores Econômicos e Financeiros Tema 1: Balança comercial – O saldo internacional Bloco 1 - Balança comercial – Conceitos e Teoria da Vantagem Comparativa Prof.ª Tânia Gofredo Balança comercial – O saldo internacional Objetivos do Tema: • compreender o que é balança comercial e seus resultados; • discorrer sobre comércio internacional; • apresentar o conceito sobre a Teoria da Vantagem Comparativa; • saber interpretar o resultado das principais contas do balanço de pagamentos e a importância do saldo da balança comercial nesse contexto. Balança comercial – O saldo internacional Introdução • O resultado da balança comercial dos países é o indicador que mostra o volume de negociações (exportações e importações) feitas por eles com o resto do mundo. • Duas óticas são importantes em seu contexto: a) a ótica do comércio internacional; e b) a ótica de sua importância para o resultado do balanço de pagamentos (BP); • É por meio do resultado do BP que o mercado toma conhecimento da capacidade de uma nação de honrar com os seus compromissos a partir da geração de moeda estrangeira. Balança comercial Balança comercial • É a relação entre as exportações (vendas) e as importações (compras) para além das fronteiras de um país, podendo gerar superávit ou déficit comercial. Consideram-se, em suas transações, bens e serviços. • Superávit comercial: quando as exportações registram volumes maiores que os volumes das importações (saldo positivo em moeda estrangeira). • Déficit comercial: quando as exportações apresentam volumes menores que os volumes das importações (saldo negativo em moeda estrangeira). Balança comercial Balança comercial • Vale destacar que o resultado da balança comercial se constitui em importante indicador para o mercado, pois é nele que se traduz de que forma e em que dimensão um país está se comportando frente ao comércio mundial. • Contudo, países menos desenvolvidos, diferentemente de países desenvolvidos, tendem a contabilizar déficit comercial em função de sua necessidade de importar bens de capital e intermediários para alavancar sua produção interna, bem como produtos finais de maior valor agregado para o seu consumo no mercado interno. Comércio internacional • O crescimento da atividade de negócios internacionais está diretamente relacionado à globalização de mercados, que se refere à integração econômica e à crescente interdependência de países em escala mundial. • Negócios internacionais abrangem tanto o comércio internacional como os investimentos. • A globalização de mercado de bens e serviços não é um fenômeno novo. Atribui-se à tecnologia da informação a responsabilidade pela aceleração do ritmo da globalização nesse mercado. • No entanto, as antigas civilizações do Mediterrâneo, Oriente Médio, Ásia, África e Europa contribuíram muito para o crescimento do comércio entre fronteiras, que se iniciou no período de 1830 a 1880 por meio da introdução das ferrovias e o transporte marítimo, e avançou até a década de 1980 até o presente momento, impulsionada pelo avanço da tecnologia da informação, principalmente. Teoria da Vantagem Comparativa • Quando se pensa em comércio internacional, vêm à cabeça duas perguntas importantes: 1. Por que os países comercializam bens e serviços entre si? 2. Como são escolhidos os bens e serviços que farão parte do fluxo de mercadorias do comércio internacional? • Os países comercializam bens e serviços entre si porque não são autossuficientes em tudo de que precisam. Exportam produtos dos quais eles têm maior vantagem competitiva, e que muitas vezes estão sobrando em seu mercado doméstico, e importam bens e serviços que faltam para atender às suas necessidades de produção e consumo. • Essa dependência recíproca advém das necessidades parecidas dos países. Exemplo: alimentação, transporte, segurança, vestuário; versus diferenças entre os seus fatores de produção, tais como: recursos naturais, humanos com impacto sobre as suas capacidades, tanto produtiva como tecnológica. Teoria da Vantagem Comparativa • Inicialmente criada por Adam Smith e posteriormente aperfeiçoada por David Ricardo entre os séculos XVIII e XIX, respectivamente. • Foi elaborada partindo do princípio de que para que os países aumentassem o seu grau de bem-estar social era necessário aumentar a quantidade de mercadorias à disposição das pessoas e, portanto, o comércio entre países, segundo eles, se constituía uma alternativa. Teoria da Vantagem Comparativa • Exemplo: imagine dois países, Brasil e Suíça, e que cada um deles produza apenas dois bens, café e relógios, e que não há transação comercial entre ambos. Veja tabelas abaixo. Tabela 1 – Decisão dos países (Brasil e Suíça) em produzir apenas um dos produtos para o seu próprio consumo (café ou relógios) – Produção mensal País Produção CAFÉ RELÓGIOS Brasil 36 mil sacas ou 72 mil unidades Suíça 24 mil sacas ou 96 mil unidades Fonte: exemplo retirado de Silva e Luiz (2010, p. 132) Tabela 2 – Decisão dos países (Brasil e Suíça) em produzir os dois produtos para o seu próprio consumo (café e relógios) – Produção mensal País Produção CAFÉ RELÓGIOS Brasil 18 mil sacas ou 36 mil unidades Suíça 12 mil sacas ou 48 mil unidades TOTAL 30 mil sacas 84 mil unidades Fonte: exemplo retirado de Silva e Luiz (2010, p. 132) Tabela 1 – Decisão dos países (Brasil e Suíça) em produzir apenas um dos produtos para o seu próprio consumo (café ou relógios) – Produção mensal País Produção CAFÉ RELÓGIOS Brasil 36 mil sacas ou 72 mil unidades Suíça 24 mil sacas ou 96 mil unidades Fonte: exemplo retirado de Silva e Luiz (2010, p. 132) Tabela 2 – Decisão dos países (Brasil e Suíça) em produzir os dois produtos para o seu próprio consumo (café e relógios) – Produção mensal País Produção CAFÉ RELÓGIOS Brasil 18 mil sacas ou 36 mil unidades Suíça 12 mil sacas ou 48 mil unidades TOTAL 30 mil sacas 84 mil unidades Fonte: exemplo retirado de Silva e Luiz (2010, p. 132) Teoria da Vantagem Comparativa • Análise comparativa: ao se comparar as duas situações (Tabela 1 e 2), fica nítido que é melhor o Brasil se especializar na produção de café, pois sozinho produz 36 mil sacas. Ao passo que a Suíça se especialize na produção de relógios, pois sozinho produz 96 mil unidades e, nesse contexto, o bem-estar das pessoas pertencentes a esses países aumentaria somente quando ambos passassem a comercializar entre si esses dois produtos, ou seja, o Brasil trocasse seu café pelos relógios da Suíça, de forma que importasse relógios da Suíça e a Suíça trocasse seus relógios pelo café do Brasil, de forma que importasse café do Brasil. Entendendo e Interpretando Indicadores Econômicos e Financeiros Tema 1: Balança comercial – O saldo internacional Bloco 2 – Balanço de pagamentos e a importância da balança comercial para o seu resultado Prof.ª Tânia Gofredo Balanço de pagamentos É uma ferramenta de registro contábil que tem como principal objetivo medir as transações internacionais de uma nação com o resto do mundo, considerando tanto as transações comerciais (exportação e importação de bens e serviços) como as transações financeiras (rendas, conta capital que inclui os investimentos diretos estrangeiros e conta financeira) de residentes e não residentes de um país num determinado tempo (seus cálculos são feitos e divulgados com periodicidade mensal e anual). Balanço de pagamentos Os países apresentam seus balanços de pagamentos dentro de uma estrutura recomendada pelo FMI e o Banco Central dos países cumprem essa recomendação, de forma que os balanços obedecem a um padrão mundial. É importante analisar a importância da balança comercial dentro do balanço de pagamentos. Balanço de pagamentos Quadro 1 – Balanço de pagamentos – 2011 – Em US$ milhões (estrutura padrão do FMI e utilizada pelo BancoCentral do Brasil) Discriminação 2011 A que se refere cada conta Balança comercial (FOB) (A) 29.807 É o resultado das exportações menos as importações. Tudo que é transacionado com outros países no comércio mundial. Exportações 256.040 Importações 226.233 Serviços (B) -37.952 Contabiliza todas as receitas e despesas relativas à: transportes, viagens internacionais, seguros, despesas bancárias, royalties e licenças, aluguel de equipamentos, etc. Receitas 38.209 Despesas 76.161 Rendas (C) -47.319 São as rendas geradas a partir de lucros recebidos ou enviados ao exterior pelas empresas multinacionais, como: rendimentos com investimentos diretos, em carteira, bem como despesas com salários e ordenados. Receitas 10.753 Despesas 58.072 Transferências unilaterais correntes (D) 2.984 São donativos, remessa para manutenção de migrantes, reparações de guerra e auxílio a instituições beneficentes ou religiosas. Transações correntes (A+B+C+D) (1) -52.480 Também conhecida como conta corrente. É a soma dos saldos contabilizados na balança comercial, nos serviços, nas rendas e nas transferências unilaterais. Conta capital e financeira (E+F+I+J) (2) 112.389 É a soma da conta capital, conta financeira, derivativos e outros investimentos. Erros e omissões (3) -1.272 Ajustes feitos pelo Banco Central. Resultado do balanço (1 + 2 + 3) 58.637 A soma das transações correntes mais a conta capital e financeira mais os erros e omissões. são consideradas como reservas. Transações correntes / PIB (%) -2,12% É a análise que se faz do resultado das transações correntes em relação ao PIB. Fonte: elaborado pela autora com informações retiradas de Maia (2013, p. 81-98) Quadro 1 – Balanço de pagamentos – 2011 – Em US$ milhões (estrutura padrão do FMI e utilizada pelo Banco Central do Brasil) Discriminação 2011 A que se refere cada conta Balança comercial (FOB) (A) 29.807 É o resultado das exportações menos as importações. Tudo que é transacionado com outros países no comércio mundial. Exportações 256.040 Importações 226.233 Serviços (B) -37.952 Contabiliza todas as receitas e despesas relativas à: transportes, viagens internacionais, seguros, despesas bancárias, royalties e licenças, aluguel de equipamentos, etc. Receitas 38.209 Despesas 76.161 Rendas (C) -47.319 São as rendas geradas a partir de lucros recebidos ou enviados ao exterior pelas empresas multinacionais, como: rendimentos com investimentos diretos, em carteira, bem como despesas com salários e ordenados. Receitas 10.753 Despesas 58.072 Transferências unilaterais correntes (D) 2.984 São donativos, remessa para manutenção de migrantes, reparações de guerra e auxílio a instituições beneficentes ou religiosas. Transações correntes (A+B+C+D) (1) -52.480 Também conhecida como conta corrente. É a soma dos saldos contabilizados na balança comercial, nos serviços, nas rendas e nas transferências unilaterais. Conta capital e financeira (E+F+I+J) (2) 112.389 É a soma da conta capital, conta financeira, derivativos e outros investimentos. Erros e omissões (3) -1.272 Ajustes feitos pelo Banco Central. Resultado do balanço (1 + 2 + 3) 58.637 A soma das transações correntes mais a conta capital e financeira mais os erros e omissões. são consideradas como reservas. Transações correntes / PIB (%) -2,12% É a análise que se faz do resultado das transações correntes em relação ao PIB. Fonte: elaborado pela autora com informações retiradas de Maia (2013, p. 81-98) Balanço de pagamentos Análise das contas conjuntas: transações correntes, conta capital financeira e reservas cambiais • Transações correntes: por meio dessa conta que se geram divisas que suportam os compromissos em moeda estrangeira de um país em relação aos seus parceiros, considerando que, em uma realidade de globalização, esses recursos têm papel significativo na dinâmica do desenvolvimento das nações. A balança comercial é o principal integrante dessa conta. • Conta capital e financeira: proveniente de capital de investidores. Vulnerável a risco econômico, financeiro, político. • Resultado do balanço (reservas cambiais): ideal que sejam sustentadas pela conta de transações correntes. Referências SILVA, C. R. L. da; LUIZ, S. Economia e mercados: introdução à economia. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. CAVUSGIL, S.T.; KNIGHT, G.; RIESENBERGER, J. R. Negócios internacionais: estratégia, gestão e novas realidades. Tradução técnica Sonia Midori Yamamoto e Leonardo Piamonte. 1. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. MARIZ MAIA, J. Economia internacional e comércio exterior. 15. ed. São Paulo: Atlas, 2013. Entendendo e Interpretando Indicadores Econômicos e Financeiros Balança comercial – O saldo internacional Balança comercial – O saldo internacional Balança comercial Balança comercial Comércio internacional Teoria da Vantagem Comparativa Teoria da Vantagem Comparativa Teoria da Vantagem Comparativa Teoria da Vantagem Comparativa Entendendo e Interpretando Indicadores Econômicos e Financeiros Balanço de pagamentos Balanço de pagamentos Balanço de pagamentos Balanço de pagamentos Referências Número do slide 17
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