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Ditadura Militar 1 (1964-1985) Ditadura Conceito de origem romana, que indica um governo provisório, assumido em decorrência de alguma situação política que demande uma ruptura das instituições. Atualmente significa uma modalidade de governo autoritário, em que não há participação popular - ou ela é minimizada - e não há garantia plena de direitos individuais. Contexto Latino-americano 1959: Revolução Cubana Argentina: Golpes em 1966 e 1976, com Perón governando no preríodo 1973-1976. Democratização com Alfonsín (1983) Chile: Golpe de deposição de Allende em 1973. Fim da ditadura em 1989. Ditadura militar brasileira Na aparência, não utilizou dos procedimentos típicos de governos ditatoriais, desde seu início (fechamento de congresso, suspensão completa de garantias individuais) Prevalência do Poder Executivo e o governo exercido por meio de Atos Institucionais e Decretos-lei Não foi uma ditadura pessoal, mas de generais de 4 estrelas Presidentes Castelo Branco (1964-1967) Costa e Silva (1967-1969) Emílio Garrastazu Médici (1969-1974) Ernesto Geisel (1974-1979) João Figueiredo (1980-1985) Orientação ecônomica Intervenção do Estado nos mais diversos setores da economia Reelaboração das condições de funcionamento dos mercados de capital e da força de trabalho Orientação Econômica (objetivos) Reduzir a inflação Incentivar a exportação de produtos agrícolas, minerais e manufaturados; Racionalizar o sistema tributário e fiscal Estimular o mercado de capitais Criar condições e estímulos novos à entrada de capital e tecnologia estrangeiros Conter os níveis salariais em todos os setores Estimular a modernização das estruturas urbanas Executar o plano habitacional Criar a indústria petroquímica Criar novos meios de ocupação e dinamização da Amazônia Propor planos de integração nacional etc Ato Institucional nº 1 (AI 1) À NAÇAO É indispensável fixar o conceito do movimento civil e militar que acaba de abrir ao Brasil uma nova perspectiva sobre o seu futuro. O que houve e continuará a haver neste momento, não só no espírito e no comportamento das classes armadas, como na opinião pública nacional, é uma autêntica revolução. A revolução se distingue de outros movimentos armados pelo fato de que nela se traduz, não o interesse e a vontade de um grupo, mas o interesse e a vontade da Nação. AI 1 O presente Ato institucional só poderia ser editado pela revolução vitoriosa, representada pelos Comandos em Chefe das três Armas que respondem, no momento, pela realização dos objetivos revolucionários, cuja frustração estão decididas a impedir. Os processos constitucionais não funcionaram para destituir o governo, que deliberadamente se dispunha a bolchevizar o País. Destituído pela revolução, só a esta cabe ditar as normas e os processos de constituição do novo governo e atribuir-lhe os poderes ou os instrumentos jurídicos que lhe assegurem o exercício do Poder no exclusivo interesse do Pais. Para demonstrar que não pretendemos radicalizar o processo revolucionário, decidimos manter a Constituição de 1946, limitando-nos a modificá-la, apenas, na parte relativa aos poderes do Presidente da República, a fim de que este possa cumprir a missão de restaurar no Brasil a ordem econômica e financeira e tomar as urgentes medidas destinadas a drenar o bolsão comunista, cuja purulência já se havia infiltrado não só na cúpula do governo como nas suas dependências administrativas. Para reduzir ainda mais os plenos poderes de que se acha investida a revolução vitoriosa, resolvemos, igualmente, manter o Congresso Nacional, com as reservas relativas aos seus poderes, constantes do presente Ato Institucional. AI 1 Fica, assim, bem claro que a revolução não procura legitimar-se através do Congresso. Este é que recebe deste Ato Institucional, resultante do exercício do Poder Constituinte, inerente a todas as revoluções, a sua legitimação. Em nome da revolução vitoriosa, e no intuito de consolidar a sua vitória, de maneira a assegurar a realização dos seus objetivos e garantir ao País um governo capaz de atender aos anseios do povo brasileiro, o Comando Supremo da Revolução, representado pelos Comandantes-em-Chefe do Exército, da Marinha e da Aeronáutica resolve editar o seguinte. AI 1 9 de abril de 1964 Manteve a Constituição de 1946 e o funcionamento do congresso Estabeleceu a eleição indireta para presidente Concentrou poderes de legislar no executivo; Autorizou o comando da revolução a cassar mandatos no legislativo e suspender direitos políticos dos cassados por 10 anos; Suspendeu a vitaliciedade do judiciário e a estabilidade dos servidores públicos (possibilitando verdadeiros expurgos) A ditadura em ação 1⁰ de abril: sede da UNE incendiada Repressão à manifestação dos trabalhadores, sobretudo rurais Junho de 1964: criação do Serviço Nacional de Informações (SNI), idealizado por Golbery do Couto e Silva Expurgos em 1964 49 juízes 40 deputados (18 do PTB, nenhum da UDN) Mais de 1400 pessoas afastadas da burocracia civil Cerca de 1200 afastadas das Forças Armadas Castelo Branco Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG) – Roberto Campos e Otávio Gouveia de Bulhões Redução do déficit do setor público Contração do crédito privado e compressão dos salários Proibição de endividamento dos estados, sem autorização federal Lei de Greve (1964): Colocava tantas exigências, que tornava praticamente impossível uma greve “legal” Castelo Branco 2 Lei do Inquilinato, Lei das Incorporações Criação do BNH (Banco Nacional de Habitação) Coordenação Nacional do Crédito Rural (CNCR) Fundo de Financiamento de Estudos de Projetos e Programas (FINEP) Plano Decenal (1967-1976) Castelo Branco 3 1965: Eleições no estados: a oposição venceu em vários deles Fortalecimento do grupo linha-dura das Forças Armadas Lei eleitoral de 1965 e seus complementos AI 2, 17 de outubro de 1965 Extinção dos partidos políticos existentes Apenas 2 partidos conseguiram registrar-se Aliança Renovadora Nacional (ARENA) Movimento Democrático Brasileiro (MDB) AI 3, fevereiro de 1966 Eleição Indireta para os governadores dos Estados Legislação Lei n⁰ 4320/1964: disciplina as finanças públicas Código Tributário Nacional (Lei n⁰ 5.172, de 25 de outubro de 1966) DL 200/67: organização da administração pública e definição dos órgãos da administração indireta Costa e silva Dentro das Forças Armadas, opositor de Castelo Branco Linha-Dura, de perfil mais nacionalista Delfim Netto e Hélio Beltrão (Fazenda/Planejamento) Constituição de 1967 Outubro de 1967: Congresso foi fechado por um mês e reconvocado para a aprovação do novo texto constitucional Incorporou a legislação que ampliou os poderes do Executivo, mas não manteve a permissão de cassação de mandatos, perda de direitos políticos Rearticulação da oposição Passeata dos 100 mil em 25 de junho de 1968 Greves em diversos lugares do país Luta armada PCB opunha-se à luta armada Carlos Marighella (Aliança Libertadora Nacional) AI 5 (13 de dezembro de 1968 Não foi provisório, como os outros, durou até 1979 Fechamento do congresso Suspensão da garantia de habeas-corpus O Executivo volta a poder cassar mandatos e a suspender direitos públicos, bem como realizar expurgos no serviço público Junta Militar Em agosto de 1969, Costa e Silva sofre um derrame e, ao invés de o seu vice, Pedro Aleixo, tomar posse, ocupa o poder executivo uma Junta Militar (AI 12) ocupam o poder; Lira Tavares (Exército) Augusto Rademaker (Marinha) Márcio de Sousa e Melo (Aeronáutica) GOVERNO MÉDICI Milagre econômico (média de crescimento de 11,2% anual e inflação não passando de 18%) Desenvolvimento capitalista associado com forte intervenção estatal Dependência do sistema financeiro e comércio internacionais Concentração de renda Rodovia Transamazônica I Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) I PND “O I Plano Nacional de Desenvolvimento conservava osprincípios traçados no Programa de Metas e Bases para a Ação do Governo apresentado em 1970, também durante o governo do general Emílio Garrastazu Médici (1969-1974). Organizado sob a orientação do ministro do Planejamento, João Paulo dos Reis Veloso, o I PND tinha por objetivo colocar o Brasil entre as nações desenvolvidas no espaço de uma geração. Para tanto, seria necessário duplicar a renda per capita do país até 1980 e elevar o crescimento do produto interno bruto (PIB) até 1974 com base numa taxa anual entre 8% e 10%. Esse fortalecimento da economia implicaria ainda a elevação da taxa de expansão do emprego até 3,2% em 1974, a redução da taxa de inflação e a adoção de uma política econômica internacional que acelerasse o desenvolvimento sem prejuízo do controle da inflação” (Fonte: Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro DHBB cpdoc.fg.br). Governo Médici II 1969: Criação do DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna) Objetivo: coordenar e integrar as ações dos órgãos de combate aos indivíduos e às organizações que pretendiam resistir ao regime militar. Cada estado tinha o seu CODI que era subordinado ao DOI nacional GOVERNO GEISEL Eleito por um Colégio Eleitoral, previsto na Emenda Constitucional n⁰1 Eleição de Geisel: candidatura simbólica de Ulysses Guimarães Vitória dos castelistas e derrota da linha-dura Processo de abertura Lenta, Gradual e Segura II PND II PND O II Plano Nacional de Desenvolvimento tinha como objetivos centrais elevar a renda per capita a mais de mil dólares e fazer com que o produto interno bruto ultrapassasse os cem bilhões de dólares em 1977. A meta básica para o quinquênio 1975-1979 era o ajustamento da economia nacional à situação de escassez de petróleo e ao novo estágio da evolução industrial do país. Por isso mesmo era dada grande ênfase às indústrias básicas, sobretudo aos setores de bens de capital e da eletrônica pesada. O objetivo era substituir as importações e, sempre que possível, abrir novas frentes de exportação. A agropecuária era também chamada a cumprir novo papel no desenvolvimento brasileiro, contribuindo de forma significativa para o crescimento do PIB. Governo Geisel 2 1976: Lei Falcão: em sua propaganda política, os partidos somente podiam informar o nome, o partido e o número do candidato 1977: Pacote de abril – fechamento do Congresso e publicação de vários Decretos-Lei, entre eles o que criava a figura do senador biônico, eleito por colégio eleitoral; extensão da Lei Falcão para estados e municípios Importância da igreja católica na articulação da abertura política (Comunidades Eclesiais de Base – CEB e CNBB). Governo Geisel 3 22 de agosto de 1976: morte de Juscelino Kubitschek 6 de dezembro de 1976: morte de João Goulart 2 de maio de 1977: morte de Carlos Lacerda Governo Geisel 4 Eleições de 1978: bons resultados do MDB EC n⁰ 11: revogou o AI 5 Governo Figueiredo 1979: Lei de Anistia 1979: Nova Lei Orgânica dos Partidos 1982: Eleições para governador e prefeito 1984: Emenda Dante de Oliveira, que promoveria as eleições diretas, foi rejeitada Hiperinflação
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