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Fisiologia do Trabalho Professor: Alison Alfred Klein Material de apoio ÍNDICE HERANÇA BIOLÓGICA:..................................................................................................... 2 FISIOLOGIA DO TRABALHO ............................................................................................... 4 TECIDO MUSCULAR ESQUELÉTICO.................................................................................... 6 CONTRAÇÃO MUSCULAR ............................................................................................... 13 RELAXAMENTO MUSCULAR............................................................................................ 15 RELAÇÃO ENTRE VELOCIDADE DE CONTRAÇÃO E A CARGA................................................ 16 TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES..................................................................................... 16 INTRODUÇÃO À TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA ................................................................. 16 ATP: A MOEDA CORRENTE DA ENERGIA ........................................................................ 16 CONTRAÇÃO MUSCULAR ............................................................................................... 20 ALONGAMENTO MUSCULAR............................................................................................ 21 ADAPTAÇÃO AO TRABALHO............................................................................................ 22 ADAPTAÇÃO MUSCULAR AO TRABALHO PESADO............................................................... 22 DISTRIBUIÇÃO DO DÉBITO CARDÍACO .............................................................................. 23 ATROFIA POR DESUSO .................................................................................................. 24 DISPÊNDIO DE ENERGIA NO TRABALHO ........................................................................... 24 FADIGA MUSCULAR ....................................................................................................... 25 FADIGA NAS INDÚSTRIAS ............................................................................................... 27 ANÁLISE DA FADIGA MUSCULAR COM A ANÁLISE FUNCIONAL DA ATIVIDADE ........................ 27 FADIGA CENTRAL ......................................................................................................... 29 FADIGA CRÔNICA .......................................................................................................... 29 FADIGA POR MONOTONIA............................................................................................... 30 FADIGA PSÍQUICA ......................................................................................................... 31 FISIOLOGIA DA VISÃO:................................................................................................... 32 CICLO CIRCADIANO ....................................................................................................... 34 CONFORTO TÉRMICO .................................................................................................... 36 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS EM ALTAS TEMPERATURAS....................................... 38 VIBRAÇÃO.................................................................................................................... 39 Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 2 Herança Biológica: O sistema solar data de aproximadamente 4,6 bilhões de anos, nesta época a atmosfera que circundava nosso planeta não continha oxigênio, elemento pré-requisito pára a existência de vida. Esta ausência gerava também a não existência da camada de ozônio, desta forma uma grande quantidade de raios ulta-violeta bombardeavam a terra diariamente. Esta radiação proporcionou a fotossíntese de compostos orgânicos apartir de moléculas como água, dióxido de carbono e amônia. O processo fotossintético que tornou os organismos vivos capazes de capturar energia solar para a síntese de moléculas orgânicas como a glicose poderia ser claramente traçado em fósseis datados em torno de 3,5 bilhões de anos. A glicólise anaeróbica provavelmente é a via de extração de energia mais antiga encontrada na vida sobre a terra. Estes organismos dividiam a água por fotossíntese e gradualmente liberavam oxigênio, estima-se que foram necessários cerca de 2 bilhões de anos para a criação de uma atmosfera onde uma em cada 5 moléculas fosse oxigênio. Com a formação desta nova atmosfera, os organismos tiveram que se adaptar a um ambiente rico em oxigênio, outra mudança foi o surgimento da camada de ozônio, que diminuiu a quantidade de raios ultra-violeta reduzindo-se assim a síntese não biológica de oxigênio. Cerca de 1,5 bilhão de anos atrás surge na terra o organismo unicelular, com núcleo e com funções metabólicas simples como excitabilidade, locomoção e reprodução. Seu sistema de absorção de energia era muito semelhante ao sistema ATP (adenosina trifosfato), o que demonstra que os processos atuais são meramente repetições de eventos ocorridos há anos. O ATP é o principal meio de armazenamento e transferência de energia em quase todos os organismos vivos. Grande quantidade de energia é liberada quando o ATP é hidrolisado em difosfato de adenosina (ADP), além de um íon de fosfato. Na medida em que consiste em um combustível pesado, o suprimento de ATP é muito limitado. Dependendo do quanto fisicamente ativo esteja determinado indivíduo, em 24 horas, pode gastar uma quantidade de energia equivalente a 50 a 100% mais que sue próprio peso em ATP. Conseqüentemente, a ressíntese muito rápida de ATP torna-se essencial, desta forma o processo anaeróbico, como vários milhões de anos é suplementado pelo processo aeróbico - nas mitocôndrias. Em resumo: Durante bilhões de anos, o organismo vivo unicelular evoluiu. Por meio do método de tentativa e erro, os princípios biológicos fundamentais para a manutenção da vida foram desenvolvidos; esses processos ainda operam eficientemente. Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 3 - O aparecimento dos mamíferos: Depois de garantir a eficiência da função das células, a evolução estava pronta para o próximo grande passo: desenvolver animais maiores. Cerca de 700 milhões de anos atrás, e este processo foi impossível com apenas o crescimento das células, exigindo o aparecimento de organismos multicelulares onde cada célula tem uma função e estrutura diferenciada, estima-se que o corpo humano é formado pr cerca de 200 tipos distintos de células. A construção de organismos com bilhões de células fez com algumas delas não mais tivessem contato com o meio ambiente, fato que exigiu mais algumas alterações como a confecção de bolsas de água, assim como dos oceanos primitivos, ou seja cada célula do corpo esta envolvida em liquido intersticial o que é alimentado, e mantido pelo sistema de circulação. Desta forma o ambiente para a célula é controlado a níveis de grande exatidão, pois de outra forma não conseguiria sobreviver. Um grande exemplo é o suprimento de oxigênio e a retirada do CO2, assim como o pH que permite variações muito pequenas. Algumas células desenvolver aptidão para determinados tecidos é o que acontece com as que formam os tecidos musculares, o sistema nervoso, a pele e os órgãos. Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 4 Fisiologia do trabalho A Fisiologia do Trabalho é um ramo das Ciências Fisiológicas, portanto, pertence ao campo da Medicina Humana pois para seu entendimento necessita do conhecimento da Fisiologia Humana. Esta orientada para investigar os ajustes fisiológicos às condições de trabalho das diferentes atividades profissionais, enfocando, sob distintos aspectos fisiológicos, os órgãos e sistemas que, em condições de esforço físico, executem ou limitem a atividade física. Sendo uma ciênciaque serve de base para todas as demais. E busca humanizar os locais de trabalho. -Breve histórico A importância do estudo das condições de trabalho e suas interferências no corpo humano datam do século 19, no ano de 1882 falece Wojciech Jastrzebowski que segundo a Sociedade Polonesa de Ergonomia foi um dos primeiros estudiosos da fisiologia do trabalho. O primeiro Instituto de estudos em Fisiologia do Trabalho foi fundado por Max Rubner, em Berlin – 1913. Foi conhecido como Inst. de Fisiologia do trabalho Max Planck. Dando início a escola Escandinava de Fisiologia Neste período inicial a fisiologia do trabalho incluía tanto o estudo do trabalho físico, em atividades profissionais, quanto a fisiologia do exercício, relacionada com o desempenho atlético. No período entre guerras foi criado nos EUA o primeiro instituto de estudo da fadiga, o principal foco de estudo destes institutos foi a adaptação do corpo humano ao frio e ao calor, e sua regulação. Durante a 2ª Guerra Mundial, iniciou-se o estudo da engenharia humana, com equipes formadas por fisiologistas, antropólogos e psicólogos, atuavam nos projetos das cabines dos aviões No inicio dos anos 50 a engenharia humana passou a ser chamada de ERGONOMIA e com a guerra fria, investiu-se muito em estudos sobre a adequação do ser humano em situações de frio extremo, em especial pelo interesse dos EUA de invadir seu inimigo número da época – A União Soviética, utilizando-se da menor distância entre as superpotências - Oceano Ártico. A relação com a Fisiologia do Exercício é direta e sempre foi buscada. Desta forma pode-se considerar o trabalhador um atleta. O estudo da força aplicada no trabalho, do consumo energético, muito aproximam estas duas áreas, porém a diferença de focos, investimentos e interesses, tornou a fisiologia do exercício muito mais avançada, servindo de base para a fisiologia do trabalho. Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 5 No final dos anos 50 com a corrida espacial, foram desenvolvidos inúmeros aparatos que facilitaram e muito o estudo da fisiologia do trabalho, alguns exemplos até hoje são utilizados nas avaliações e ganharam o dia-a-dia das pessoas e em especial dos profissionais da saúde, estas novas tecnologias são capazes de mensurar e registrar em pequenos equipamentos o ECG, a freq. Respiratória, consumo de oxigênio, a temperatura corpora, etc. Outro fato importante de se observar quanto a fisiologia do trabalho e o seu ponto de apoio no trabalhadores, nota-se que os estudos publicados até o final dos anos 40 visavam principalmente os trabalhos físicos pesados. E logo após já aparecem grandes estudos relacionando os problemas psicofísicos, e atualmente o estudo da monotonia decorrente da inexistência de trabalhos físicos principalmente em escritórios. É importante ressaltar que nesta fase de transição o ambiente laborativo causava de forma estrondosa acidentes de trabalho e vitimas muitas vezes fatais. Assim a atuação mesclada com a higiene do trabalho, estudando também as influências do meio ambiente, foi buscada e acompanha todos os profissionais envolvidos nestas áreas de atuação. Direcionando a fisiologia do trabalho a investigação de formas de solucionar as questões fisiopatológicas decorrentes do exercício laboral, levando a fisiologia do trabalho a se direcionar nas áreas da medicina do trabalho e saúde ocupacional. A Fisiologia do Trabalho ocupa-se com o homem trabalhador em atividade, cabendo aos profissionais da saúde estudar e solucionar os problemas relacionados com o os efeitos da interação entre trabalho especializado e doenças profissionais. No Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 6 Tecido muscular Esquelético O corpo humano é uma eficiente máquina de transformação de energia, o movimento por exemplo depende da conversão de energia química em energia mecânica, esta força é conseqüência da ação dos mais de 430 músculos existentes no corpo humano, vale ressaltar que a estrutura muscular do homem teve poucas alterações nestes últimos 100.000 anos. Este fato comprova que o corpo humano esta apto para exercer o trabalho físico. Pode-se compreender o movimento como uma culminação de pequenos movimentos celulares que juntos podem mover grandes músculos e com o apoio das articulações mover os membros. De todos os tecidos do corpo humano, o tecido muscular é o único que pode variar amplamente sua taxa metabólica, chegando até a 50 vezes em relação ao repouso, quando em exigência máxima. As quatro principais características dos tecidos musculares são: a) Excitabilidade - responde ao estímulo b) Condutibilidade – transmite o estado de excitação c) Contratibilidade - capacidade de se encurtar d) Elasticidade – consegue recuperar a forma após ter sido deformado. Cerca de 40 % do corpo do homem é formado por músculos esqueléticos e aprox. 10% por músculo liso e cardíaco. Já na mulher a musculatura estriada corresponde a aproximadamente 25 a 30% do peso corporal. - Anatomia funcional do músculo esquelético Os músculos são formados por feixes musculares contráteis que se unem por um tendão à sua inserção. Cada feixe ou fascículo consiste de milhares de fibras musculares, individualmente envolvidas por uma fina camada de tecido conjuntivo, o endomísio. Uma camada de tecido conjuntivo, o perimísio, recobre cada fascículo. Estes fascículos que costumam apresentar aproximadamente a espessura de um Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 7 fósforo são fáceis de distinguir. O músculo está envolvido em uma bainha de tecido conjuntivo, o epimísio. Na maioria dos músculos, o epimísio forma uma superfície suave, permitindo que o músculo se movimente livremente em relação aos músculos vizinhos ou as outras estruturas durante a contração muscular. Em tais casos, o epimísio recebe a denominação de fáscia. A fibra muscular recebe este nome por aparentar com uma fibra, com um impressionante comprimento (15 cm) em relação ao seu diâmetro (50 µm). Apresenta as características de uma célula básica, com exceção de não ser mais capaz de promover mitose. É de fato uma celular muscular multinucleada. Estas células altamente alongadas surgem na vida fetal pela fusão de mioblastos mononucleados. Cada célula muscular multinucleada resultante é envolvida pela sua própria lâmina basal, limitada diretamente pelo tecido conjuntivo endomisial. Os mioblastos remanescentes que não se fundem com a fibra muscular são encontrados na vida adulta como células satélites entre a membrana e a fibra muscular – o sarcolema e a lâmina basal. Estas células satélites representam uma reservar de mioblastos , são as únicas células que miogênicas que mantém a capacidade de reentrar no ciclo celular e dividir- se, originando os mioblastos capazes de se fundir-se com a fibra muscular durante a hipertrofia, ou de reparar-se. - A membrana celular do músculo. A membrana celular da fibra muscular é assim como as outras, capaz de criar ou manter um potencial de ação, esta estreitamente justaposta a membrana basal e envolve cada fibra muscular, juntas as duas são chamadas de sarcolema. Abarca várias funções como realizar a junção neuromuscular e miotendíneas e os túbulos transversos (T). - Sarcolema Membrana celular da fibra muscular, formado pela membrana plasmática e por um revestimento externo composto de material polissacarídeo e que contém numerosas fibrilas de colágeno, se estendem por toda a fibra muscular e se fundem juntamente aos tendões para se inserir nos ossos - Túbulos T Constituído por uma rede de invaginações tubulares da membrana (sarcolema) da fibra muscular, cujos ramos envolvem ambas as junções do sarcômero. É responsável pela contração uniforme de cada fibra muscular. Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison AlfredKlein 8 Em cada lado do túbulo T existe ou cisterna terminal do retículo sarcoplasmático, este complexo recebe o nome de tríade. Justamente na tríade, a despolarização dos túbulos T, derivados do sarcolema, é transmitida ao retículo sarcoplasmático. - Placa motora A contração normal das fibras musculares esqueléticas é comandada por nervos motores. Estes nervos ramificam-se dentro do tecido conjuntivo do perimísio originando novas terminações. No local de inervação, o nervo perde a bainha de mielina e forma uma dilatação que se coloca dentro de uma depressão da superfície da fibra muscular. Esta estrutura recebe a denominação de Placa Motora. Neste local o axônio é recoberto por uma delgada camada de citoplasma das células de Schwann. O terminal axônico apresenta numerosas mitocôndrias e vesículas sinápticas. Estas contém o neurotransmissor acetilcolina. Entre o axônio e a superfície da fibra muscular existe uma fenda sinaptica, contendo material amorfo, que forma uma lâmina basal. Na junção, o sarcolema forma as dobras juncionais. O sarcoplasma abaixo destas dobras contém núcleos musculares, numerosas mitocôndrias, ribossomas e grânulos de glicogênio. Representação da estrutura funcional do músculo estriado Uma fibra nervosa pode inervar uma única fibra muscular ou então ramificar-se e inervar até 160 ou mais fibras musculares. A fibra nervosa e as fibras musculares por ela inervadas formam uma unidade motora. Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 9 A fibra muscular é incapaz de graduar sua força, ou seja, ou contrai ou não contrai; de modo que o que gradua o movimento é a quantidade de placas motoras envolvidas no movimento. Um exemplo são os músculos oculares que são inervados individualmente, resultando em movimento precisos, já os músculos da perna são inervados por poucas fibras nervosas, isso resulta em movimentos menos delicados. - Sarcoplasma Grande reservatório de glicogênio, e mioglobina, esta última é um pigmento análogo à hemoglobina, é responsável pela reserva de oxigênio no interior do músculo, confere cor avermelhada ao músculo. Em animais que normalmente mergulham existe em grande quantidade assim como nos músculos que se mantém em atividade por longos períodos de tempo, dando a estes músculos a aparência vermelho escura. Estas fibras vermelhas são adaptadas para a contração lenta e continuada, já as brancas são de contração rápida e de curta duração. - Miofibrilas AS miofibrilas são cilíndricas, apresentam diâmetro de 1 a 2 µm e correm longitudinalmente à fibra muscular, preenchendo quase todo o seu interior. Ao microscópio ótico aparecem estriações transversais, pela alternância de faixas claras e escuras, estas estriações são devidas a repetições de estruturas iguais, as unidades morfofuncionais – os Sarcômeros. Cada sarcômero é formado pela parte da miofibrila que fica entre duas linhas Z sucessivas e contém uma banda A separando duas semibandas I. Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 10 As fibras musculares são formadas por centenas ou até milhares de miofibrilas que são formadas por filamentos de miosina e actina, que são responsáveis pela contração muscular. Os filamentos grossos são os de miosina e os finos a actina A interligação dos filamentos de actina e miosina ocorre de modo parcial, formando faixas escuras e claras nas fibras musculares: Faixas claras (faixas I): presença de actina Faixas escuras (faixas A) contém os filamentos de miosina além das extremidades dos filamentos de actina Quando observamos a actina percebemos pequenas projeções laterais chamadas de pontes que estão presentes em toda sua extensão, exceto na parte central. O local onde se fixam as extremidades da actina, é chamado de disco Z, é formado por proteínas filamentosas que se estendem por entre todas as miofibrilas, auxiliando no aspecto estriado do músculo. Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 11 Actina O filamento da Actina é formado por polímeros longos (Actina F) constituídos por duas cadeias de monômeros globulares (Actina G), torcidas uma sobre a outra, em hélice dupla. Somada a Molécula de Tropomiosina e a Troponina. Cada monômero de actina contém cerca de 5,6 nm de diâmetro. Uma característica importante das moléculas de actina G é a sua assimetria estrutural. Quando elas se polimerizam para formar a actina F, a frente de um monômero combina-se com a parte posterior do outro, produzindo um filamento polarizado. Os filamentos de actina ancorados perpendicularmente em cada lado da linha Z exibem polaridades opostas, em cada lado desta linha. Tropomiosina É uma molécula longa e fina, com cerca de 40 nm de comprimento, contendo duas cadeias polipeptídicas, uma enrolada na outra. As moléculas de tropomiosina unem-se umas as outras pelas extremidades, para formar filamentos longos que se localizam ao longo do sulco existente entre os dois filamentos de actina F. Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 12 Troponina É um complexo de três subunidades: TnT – que se liga fortemente a tropomiosina; TnC, que tem grande afinidade pelos íons cálcio; e TnI – que cobre o sítio ativo da actina onde ocorre a interação entre a actina e a miosina. Cada molécula de tropomiosina tem um local específico onde se prense um complexo de troponina. Miosina A molécula de miosina é grande. Tem forma de bastão com 20 nm de comprimento e 2 a 3 nm de diâmetro, sendo formada por dois peptídeos enrolados em hélice. Numa das extremidades a miosina apresenta uma saliência globular ou cabeça, que possui locais específicos para combinação com ATP, é dotada de atividade APTásica. Assim como possui um local de combinação com a Actina. Pode ser dividida em dois fragmentos a meromiosina leve e a pesada, a leve corresponde a porção bastão e a pesada contém a cabeça da miosina. As moléculas de miosina são dispostas nos filamentos de modo que as partes em bastão se sobrepõem e as cabeças situam-se para fora, a parte central do sarcômero, que corresponde a banda H representa uma região de sobreposição da miosina , constituída exclusivamente pela parte em bastão das moléculas. As cabeças de miosina estão organizadas em pares, significando que, para cada cabeça saindo do filamento de miosina, outra esta saindo no mesmo plano para o lado oposto. Cada par é rodado 60º em relação ao par precedente. Nesse caso cada terceiro par fica no mesmo plano. A distância entre duas cabeças vizinhas no mesmo plano é de 43 nm. Numa secção da banda A pode-se notar que cada filamento de miosina é circundado por seis filamentos de actina, formando um hexágono. Esta formação favorece o contato da actina com a miosina. Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 13 Contração Muscular Ocorre um potencial de ação que percorre um axônio motor até suas terminações nas fibras musculares Em cada terminação, há secreção de pequena quantidade de acetilcolina; A acetilcolina atua sobre a área localizada da membrana abrindo numerosos canais protéicos acetilcolina-dependentes, ao se abrirem permitem a difusão dos íons sódio pelo seu gradiente eletroquímico do fluido extracelular para a celular muscular. Levando a despolarização da membrana, gerando um potencial de ação na fibra muscular. Este potencial de ação muscular espalha-se na placa motora, geralmente localizada em algum lugar próximo ao terço médio da fibra muscular, contra ambas as pontas, ao mesmo tempo penetrando, por meio dos Túbulos T, no interior da fibra muscular. Quando este potencial atinge as cisternas e o reticulo sarcoplasmático libera os canais de cálcio, liberando grande quantidade deste íon no citosol, o cálcio se difunde na grademiofibrilar, onde são capturados pela troponina C (TnC). Isso inicia uma mudança conformacional no complexo troponina – tropomiosina, expondo os sítios ativos de ligação da actina com a miosina, o que permite interação entre elas, ocorrendo o movimento de deslizamento de uma sobre a outra com a quebra do ATP. De certa forma o complexo troponina-tropomiosina pode ser considerado uma barreira que previne a interação precoce entre a actina e a miosina. Quando o complexo é distraído pelo cálcio, sua função de barreira é temporariamente interrompida, permanecendo assim até que os níveis de cálcio voltem aos níveis de repouso. Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 14 Após uma fração de segundo, os íons cálcio são bombeados de volta para o retículo sarcoplasmático ficando armazenados até um novo potencial de ação, terminando este ciclo de contração muscular Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 15 Relaxamento Muscular Terminada a contração o Cálcio deverá ser recaptado de volta para o reticulo sarcoplasmático ativamente por ATPases Ca/Mg dependentes. Como a afinidade dessa bomba pelo cálcio é maior do que do íon pela troponina, o recolhimento ativo predomina. Enquanto não houver PA no sarcoplasma, a formação de novas pontes cruzadas não será possível e o músculo ficará no estado de relaxamento ou de repouso. Resumindo: A contração de uma fibra musculo-esquelética ocorre graças ao movimento de actina e miosina relacionados um ao outro. Nenhum dos filamentos muda de comprimento durante a contração. Sob circunstâncias normais, a atividade contrátil da fibra muscular é iniciada por uma seqüência de impulsos nervosos na sua fibra nervosa motora. Cada impulso nervoso inicia a geração de um potencial de ação na membrana da célula muscular. Esses potenciais de ação espalham-se da placa motora em direção a ambas as extremidades da fibra muscular, penetrando ao mesmo tempo no interior da célula muscular pelos túbulos T. Estes últimos estão em contato próximo com as cavidades laterais do reticulo sarcoplasmático, formando uma ligação estrutural entre o potencial de ação e a liberação de íons cálcio do reticulo sarcoplasmático. Os íons cálcio ligam-se a troponina C (TnC), removendo a inibição imposta pelas proteínas reguladoras do processo contrátil. O relaxamento da fibra muscular é o resultado da redução na concentração de cálcio no citosol devido a transferência ativa do cálcio para o reticulo sarcoplasmático. Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 16 Relação entre velocidade de contração e a carga Sem carga o músculo leva em média 0,1 s para se contrair totalmente Este tempo diminui progressivamente de acordo com a carga Tipos de Fibras Musculares Atividades de longa duração: Predominância em fibras lentas oxidativas ou seja - vermelhas Atividades de força Predominância de fibras rápidas – brancas Introdução à Transferência de Energia Energia Potencial Energia de posição (ex: Hidrelétrica – água no lago) Energia Cinética Energia do movimento Trabalho mecânico Ação muscular Trabalho Químico Síntese de moléculas celulares Trabalho de Transporte Concentração de substâncias Ativo e por difusão ATP: A moeda corrente da energia Infelizmente a energia presente nos alimentos não pode ser transferida diretamente as células. (gasolina x petróleo) Fontes de energia para contração muscular Energia básica: ATP Função principal realizar a ponte cruzada e possibilitar o deslizamento da actina com a miosina Bombear cálcio do sarcoplasma para o reticulo sarcoplasmático Bombear sódio e potássio através da membrana da fibra muscular Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 17 Concentração de ATP Na fibra muscular existe cerca de 4 mmol, suficiente para 1 a 2 s Fonte primária: Fosfato de creatina – 5 a 8 s Glicólise – cerca de 1 minuto Metabolismo oxidativo – 2 a 4 horas A ATP armazena energia em potencial (hidrelétricas) Esta energia depende de dois ciclos: Formação do ATP rico em energia Utilização desta energia no trabalho biológico Durante o trabalho muscular que utilizou da quebra da molécula de ATP, utiliza- se somente 25% de energia em trabalho o restante é dissipado em forma de calor Fontes de ATP Reservas de ATP-CP (adenosina trifosfato-fosfato de creatina) Glicólise (metabolismo anaeróbio) Metabolismo Oxidativo ATP-CP ou anaeróbico alático É o primeiro a agir. Pois o organismo quando inicia uma atividade, primeiramente lança mão de suas reservas de emergência. Mecanismo independente de O2 e não forma acido lático Baixa concentração celular Sua concentração pode ser consumida em até 2 segundos de trabalho muscular. Principais características desse sistema: Alta potência, produz grande quantidade de energia por pouco tempo Baixa capacidade Metabolismo Glicolítico ou anaeróbico Lático Quando há a necessidade de disponibilidade energética, o glicogênio volta a forma de glicose ( glicose - 6 – fosfato) Sofre a ação da fosfofrutoquinase, e se torna o acido pirúvico. O Ácido pirúvico pode ser metabolizado com pouco ou muito oxigênio Metabolismo Glicolítico ou anaeróbico Lático Quando há a necessidade de disponibilidade energética, o glicogênio volta a forma de glicose ( glicose - 6 – fosfato) Sofre a ação da fosfofrutoquinase, e se torna o acido pirúvico. O Ácido pirúvico pode ser metabolizado com pouco ou muito oxigênio Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 18 Metabolismo anaeróbico Lático Pouco oxigênio, o ácido pirúvico é metabolizado e forma 2 unidades de ATP e acido lático, tornando esta via conhecida como anaeróbica lática Predominante até os 30-40 segundos do exercício intenso segundo sua contribuição fundamental para eventos como corridas de 400 metros. Menor potência e de maio capacidade. Aeróbico Sistema oxidativo ou aeróbico: Na presença de oxigênio, o acido pirúvico formado pela glicose, vai até acetil- coenzima A, que através das etapas do ciclo de Krebs, dando origem a 38 moléculas de ATP, água e gás carbônico. Este sistema é de capacidade ilimitada e em termos de potência produz 18 vezes mais ATP que o sistema anaeróbico lático Principais características dos sistemas energéticos Mecanismo Combustível Uso de O2 Produção Atividades Sistema Alático Creatina- Fosfato Não Pouca Limitada 0 – 10 seg. Corridas de 50 a 100 m Natação 25 m Saltos em altura Levantament o e arremesso de peso A n a e r ó b i c o Sistema Lático Glicogênio Não Limitada Pouca 20 a 90 seg. corridas de 100 a 800 m natação de 100m A e r ó b i c o Sistema Oxidativo Glicogênio; Lipídeos sim Muita ilimitada A partir de 3 min. Maratona Corridas de fundo Eventos de longa duração Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 19 Consumo de Oxigênio após o Exercício Ressintetizar ATP e CP Ressintetizar lactato para o glicogênio Oxidar lactato no metabolismo energético Restaurar oxigênio no sangue Efeitos termogênicos da temperatura central elevada Efeitos termogênicos dos hormônios (catecolaminas, adrenalina e noradrenalina) Efeitos da freqüência cardíaca elevada Recuperação ótima Exercícios em ritmo estável Até 50 % da VO2 máx Pode ocorrer com repouso simples Exercícios sem ritmo estável Ultrapassa 60, 75% da VO2 máx Indica-se a continuidade de um exercício aeróbico leve, para auxiliar na retirada do lactato. Medidas do Consumo Energético Calorimetria direta Necessita uma câmara onde o individuo entra e realiza um determinado esforço Mede a mudança da temperatura da câmaraCalorimetria Indireta Todas as reações que liberam energia no corpo dependem de oxigênio São liberadas em média 4,82 kcal com a queima de carboidratos, proteínas e gorduras com 1 litro de O2 Considera-se que para cada 5,0 kcal consome-se 1 litro de O2 Calorimetria Indireta Espirômetro portátil Técnica com bolsa Instrumentação computadorizada Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 20 Contração Muscular Contração Muscular X Irrigação Os capilares dos músculos possuem cercar de 0,007 mm2 PA próximo ao coração – 120 mmHg PA nos capilares cerca de 30 mmHg Na contração muscular estrangula os capilares O sangue deixa de circular com contrações maiores de 60% Se a contração atingir 15 a 20 % da força máxima, o músculo continua funcionando normalmente Contrações mantidas por 1 a 2 minutos levam a fadiga aguda Causando queimação e perda de força Contrações dinâmicas seguidas de relaxamento, de forma alternada levam a um aumento de até 20 vezes na circulação sanguínea Levando mais oxigênio ao músculo Aumenta a resistência a fadiga Cuidar da repetitividade Esforço estático As fibras vermelhas têm como função à sustentação da postura (estática) e são menores em tamanho, localizando-se na região profunda do sistema esquelético. Possuem alta resistência à tensão e a baixa deformação (plasticidade) Se adaptam à postura estática, tendendo ao encurtamento do sistema muscular Conseqüência Pouca Nutrição (Contração Isométrica) + Aumento de Tensão + Aumento do Ácido Lático (metabolismo Anaeróbio) Irritação das terminações nervosas livres DOR Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 21 Esforço Dinâmico O músculo trabalha com uma alternância entre contração e descontração. Nos músculos intactos, a tensão por eles gerada ao encurtarem-se é influenciada por vários fatores, como: comprimento inicial das fibras musculares ângulo de tração do músculo sobre o esqueleto ósseo a velocidade de encurtamento. Alongamento muscular Os encurtamentos funcionam como limitantes da amplitude articular Encurtamentos podem ser gerados pela imobilização prolongada Uso da tala na digitação Pela deposição de tecido denso fibroso em resposta às agressões O alongamento muscular diminui a tensão no local Alinha as fibras fibrosas no sentido da tensão muscular Aumenta a absorção de edema Modos de alongamentos Passivo manual Se aplicado de forma lenta, diminui a ação dos órgãos de Golgi, possibilitando levar até o estiramento muscular Possibilita o distanciamento dos discos Z Sustentar e relaxar Favorece o alongamento por atuar no momento de relaxamento após contração mantida Alongamento passivo Semelhante ao ativo porém em menor amplitude Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 22 Adaptação ao Trabalho Características cognitivas Capacidade do trabalhador Ritmo circadiano Suscetibilidade fisiológica Perfil de sono Conteúdo do trabalho (qual, o que, como é) Condições Fatores motivacionais Desempenho e satisfação no trabalho Adaptação muscular ao trabalho pesado Tamanho e nº de fibras Hipertrofia muscular Pode ocorrer hipertrofia seletiva de acordo com o tipo de atividade desempenhada Hiperplasia Aumento do nº de fibras A hipertrofia contribui mais que a hiperplasia para o aumento da área de secção do músculo Ativação do SNC Existe um aumento do recrutamento das unidades motoras – maior sincronismo Daí a importância do treinamento concêntrico e excêntrico Densidade capilar Existe um aumento do número dos capilares por área muscular Principalmente ao redor das fibras lentas Adaptações metabólicas nº de mitocôndrias taxa de respiração mitocondrial capacidade de oxidar carboidratos oferta de O2 da atividade das enzimas do ciclo de Krebs capacidade oxidativa da concentração de glicogênio tempo para atingir exaustão da atividade da glicólise capacidade glicolítica capacidade de normalizar lactato sangüíneo e muscular da acidose Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 23 Adaptação cardiorrespiratória ao trabalho pesado da capacidade dos pulmões da troca gasosa do fluxo sanguíneo da permeabilidade dos capilares Adaptação circulatória ao esforço da permeabilidade capilar da freqüência cardíaca do débito cardíaco Constrição dos vasos não envolvidos na atividade da PA do retorno venoso Distribuição do débito cardíaco Distribuição do débito cardíaco Repouso Músculos esqueléticos 20% = 1 L/M Rins 20% = 1 L/min Cérebro 15 % = 0,75 L/min Atividade Músculos esqueléticos 85 % = 21 - 25 L/M Rins 3 % = 0,75 L/min Cérebro 4 % = 1 L/min Adaptação respiratória ao esforço do volume inspirado da freqüência respiratória da luz das vias da permeabilidade da membrana velocidade da difusão Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 24 Atrofia por desuso metabolismo das mitocôndrias Apresenta alterações no tipo de fibra muscular, passando de fibras lentas para glicolítica ou oxidativa glicolítica Dispêndio de energia no trabalho Metabolismo basal aprox. 1600 cal/dia Calorias do Lazer Aprox. 600 cal/dia Calorias do trabalho Pode chegar a 2500 cal/dia Fatores que interferem no dispêndio de energia Base energética Condicionamento físico Treinamento Carga de trabalho físico Carga de trabalho mental Estresse Estado de saúde FORMA DE ATIVIDADE CALORIAS POR HORA Durante o sono 0065 Acordado, porém deitado, imóvel 0077 Sentado, em repouso 0100 Em pé, relaxado 0105 Vestindo-se e despindo-se 0118 Digitado rapidamente 0140 Exercício leve 0170 Caminhando lentamente (4,80 km por hora) 0200 Carpintaria, trabalho em metal, pintura industrial 0240 Exercício moderado 0290 Exercício intenso 0450 Nadando 0540 Correndo (9,80 km por hora) 0570 Exercício muito intenso 0600 Caminhando rapidamente (9,80 km por hora) 0650 Subindo escadas 1100 Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 25 Trabalho fisicamente pesado Alta exigência física geral Em altas temperaturas Carregamento de cargas Fadiga muscular A fadiga é uma condição temporária em que a força muscular não pode mais ser gerada pelo músculo por problemas metabólicos Sua origem depende do tipo de atividade desempenhada, das fibras musculares envolvidas, do nível de aptidão física e da base energética do individuo. Importante: Fadiga é mecanismo de defesa do corpo a agressões maiores. Prevenindo lesões celulares maiores Fadiga é uma alteração do processo excitação – contração – relaxamento Fadiga Central: afeta o sistema neurológico Fadiga Periférica: Deterioração dos processos bioquímicos da contração – fadiga do mecanismo contrátil. A fadiga se divide de acordo com o período de aparecimento em aguda, sub- aguda e crônica Fadiga Aguda – falha no sistema excitação – contração – relaxamento, causando diminuição da freqüência da contração, pode ocorrer por diversos fatores Fatores da Fadiga Aguda Hipoglicemia Presença de substâncias tóxicas - Amônia Deficiência de acetilcolina Deficiência do sistema Sódio – Potássio – Cálcio – Magnésio Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 26 Fadiga muscular RF (brancas) fadigam-se muito rapidamente L (vermelhas) são muito resistentes. Fadiga no mecanismo contrátil Acúmulo de ác. Lático pH reduzindo a quantidade de Ca++ Reduz a glicólise anaeróbica, diminui a quantidade de ATP Fadiga no mecanismo contrátil Depleção das reservas de ATP Por conseqüência do ac. Lático Pelo aumento súbito do consumo Pela dificuldade circulatória Fadiga no mecanismo contrátil Fadiga no mecanismo contrátil Exigênciasda Ocupação Dano mecânicomúsculos CãimbraFadiga muscular Recuperação inadequada recuperação DOR Alterações degenerativas Capacidade sustentada Fadiga Indivíduo Intensidade do trabalho ambiente ritmo alimentação Doenças e dores pscicológico Recuperação Grau de fadiga Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 27 Fadiga nas Indústrias Causado por jornadas muito longas Poucas pausas embutidas no ciclo de trabalho Ritmo de trabalho ditado pelas máquinas Quanto maior o ritmo e o tempo de trabalho maior a ocorrência de erros Análise da fadiga muscular com a Análise Funcional da atividade Handbook of Human Factors and Ergonomics, Gabriel Salvendy, Pg. 274 Intensidade Tempo Frequência Região anatomica Nível do esforço Tempo em esforço (contínuo) Esforços por minuto Prioridade Pescoço Ombro esquerdo Ombro direito Costas Braço e cotovelo esquerdo Braço e cotovelo direito Punho, dedos e mão esquerda Punho, dedos e mão direita Perna e joelho esquerdo Perna e joelho direito Tornozelo e pé esquerdo Tornozelo e pé direito 1. Nível do esforço Utilizar método psicofisiológico para avaliar o nível de esforço.. 1 - Esforço ligeiro – 3 seg 2 - Esforço moderado – 4-8 seg 3 - Esforço elevado > 9 seg Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 28 2. Tempo em esforço (contínuo) Cronometrar o tempo em que a região anatomica se encontra em esforço contínuo (sustentado). 1 - Até 6 segundos (exc.) 2 - Entre 6 (inc.) e 20 (inc.) segundos 3 - Acima de 20 (exc.) segundos até 30 segundos (exc.) 3. Esforços por minuto Quantificar o número de esforços por minuto na região anatómica em estudo 1 - até 1/minuto (exc.) 2 - Entre 1/minuto (inc) a 5/minuto (inc.) 3 - Entre 5/minuto (exc.) a 15/minuto (inc.) Análise de resultados: A previsão da fadiga muscular em cada região anatomica é efetuada com base nas pontuações de Nível de esforço - Tempo em esforço - Esforços por minuto. Fadiga moderada: 123 - 132 - 213 - 222 - 231 - 232 - 312 Fadiga Elevada: 223 - 313 - 321 - 322 Fadiga muito elevada: 323 - 331 - 332 O tempo necessário para recuperar da fadiga é expresso por cada 5 minutos de tempo de atividade: Fadiga moderada: 30 segundos a 90 segundos / 5 minutos de atividade Fadiga Elevada: 90 segundos a 3 minutos / 5 minutos de atividade Fadiga muito elevada: Acima de 3 minutos / 5 minutos de atividade As tarefas de fadiga moderada são normalmente aceitas para duração contínua até 1 hora, podendo ser rodadas com tarefas de fadiga ligeira. As tarefas de fadiga elevada ou muito elevada devem ser alvo de melhorias, por forma a reduzir o seu nível de fadiga. Por exemplo, considere a seguinte tarefa: Esforço elevado: 3 Durante mais de 6 segundos contínuos: 2 Com uma cadência de 3 esforços/minuto: 2 Uma pontuação 322 significa um esforço de fadiga elevada, necessitando entre 1.5 minutos a 3 minutos para recuperação de fadiga, por cada 5 minutos de atividade. Se a atividade decorre durante 20 minutos (5 minutos x 4), necessitamos de 6 minutos a 12 minutos para recuperação da fadiga. Assim, se a tarefa seguinte não for fatigante, deverá permitir a recuperação da fadiga sem o repouso por inactividade do operador. Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 29 Fadiga Central da capacidade de trabalho Presença de cansaço, esgotamento Geralmente acompanhado de depressão e ansiedade do sistema límbico Pode levar ao alcoolismo, consumo de drogas. Fadiga central Favorecida: Chefia insegura Responsabilidade mal delegada Bloqueio da carreira Falta de motivação no trabalho Dificuldade nos relacionamentos É potencializada por: Calor Umidade Altura Sedentarismo Falta de gravidade Vibração Trabalho em turnos Passagem por fusos horários Fadiga crônica Principal sintoma: cansaço generalizado glicose no sangue PA adrenalina Metabolismo em geral Fadiga crônica Causada pelo desequilíbrio entre dispêndio e recuperação de energia Potencializada pelo estresse Causa com facilidade: Distensão Distúrbios osteomusculares Tendinites Propensão a doenças Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 30 Fadiga crônica – Diagnóstico Diagnóstico: 2 critérios maiores e 6 menores Maiores: Inicio ou retorno de uma fadiga debilitante, que não é solucionada com repouso ao leito, ou com uma redução da carga a metade do usual, por 6 meses. Exclusão de outras causas conhecidas Critérios Menores Irritação da garganta Fraqueza muscular Mialgias Artralgias Cefaléias Sintomas neuropsicológicos Fadiga por monotonia Reação do organismo a uma situação pobre de estímulos Sintomas Cansaço Sonolência Falta de disposição Diminuição da atenção Favorecida por: Atividades de longa duração Pobreza de estímulos Trabalho com grau mínimo de dificuldade Ciclos de trabalho curtos Trabalho repetitivo Pobreza do gestual Trabalho noturno Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 31 Fadiga Psíquica Redução da capacidade do sistema psíquico em função da exposição a cargas psíquicas acima do limiar de adaptação do indivíduo Sobrecarga: Sensorial Ruídos,... Cognitiva Sobrecarga de informações Emocional Relacionamentos interpessoais tensos Intrapsíquica Conflitos interiores Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 32 Fisiologia da Visão: Percepção visual Os olhos são órgãos de percepção da luze estímulos visuais A energia captada é transformada em impulso bioelétrico É objetivo e subjetivo Captação e química da visão Interpretação do visualizado Campo de visão Parte do ambiente que pode ser abarcado com a visão Nítido: ângulo de 1º Médio: ângulo de 1 a 40º Periférico: ângulo de visão de 41 a 70º Adaptação da retina à iluminação A adequação a claridade é mais rápida Ocorre uma perda súbita da sensibilidade Os processos adaptativos de um olho afetam o outro Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 33 Acomodação Capacidade do olho de focalizar objetos em diferentes distâncias Quanto mais acomodada a visão, melhor a nitidez da imagem Ponto próximo e distante 16 anos – 8 cm 32 anos – 12,5 cm 44 anos – 25 cm 50 anos – 50 cm 60 anos – 100 cm Ofuscamento Relativo: Excesso de contrate das superfícies iluminadas Absoluto: claridade é tão alta que a adaptação não é possível De Adaptação Acender a luz do quarto durante a noite O poder da Visão Foco: Poder de resolução do olho O máximo da acuidade visual ocorrem em 1000 Lux A acuidade aumenta de acordo com o contrate A acuidade é maior para objetos escuros em fundo claro Sensibilidade a contrastes Melhor em superfícies grandes Melhor em limites nítidos Cresce com a densidade luminosa E maior quando as bordas do campo visual foram mais escuras que o centro Velocidade de percepção Esta velocidade esta intimamente ligada ao contrate e a densidade luminosa Sendo maior quanto maior forem o contraste e a densidade luminosa Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 34 Ciclo circadiano SONO Dormir mal leva a doenças, infecções e envelhecimento precoce, além de alterações humorais e perda da capacidade laborativa Trabalho em turnos Maioria tem distúrbios do sono Os trabalhadores mais velhos tem maior dificuldades para se adaptar As pessoas que trabalham no turno da noite em média 1,5 h a menos O turno da meia noite é o que mais exige do individuo Trabalhos em turnosA quebra do clico circadiano leva a perda de atenção e ao aumento de tempo de resposta Trabalhadores que fazem rodízios de turnos estão mais predispostos a acidentes de trabalho +- 20% da população atua em turnos não diurnos Insônia Brasil 40 % da população USA 20 % Japão 4% Ritmo Circadiano As funções orgânicas oscilam durante as 24 horas Depende da alternância dia/noite Contatos sociais Trabalho Conhecimento da hora do dia Pico da melatonina – das 2 as 4 horas da madrugada Sono normal Principal forma de descanso e recuperação de reservas A duração é influenciada pela idade e decai na velhice Principal critério é a sensação de bem estar. Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 35 Recomendações para troca de ciclo Iluminação adequada Evitar trabalhos monótonos Propiciar a movimentação Jornada máxima de 6 horas para trabalhos pesados e 8 para trabalhos leves Iniciar a jornada após as 6 horas da manhã Sistemas de turnos contínuos devem ter numerosos finais de semana com 2 dias de folga Trabalhadores noturnos devem ter mais de 25 anos e menos de 50 anos Oferecer uma alimentação balanceada Contra indicações O trabalho em turnos é contra-indicado para pessoas com predisposição a distúrbios psicossomáticos, labilidade emocional, insônia diurna, má adaptação ao trabalho noturno. Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 36 Conforto térmico A sensação térmica que sentimos é a combinação da temperatura obtida com o bulbo seco, velocidade e umidade relativa do ar Legislação do Brasil Temperatura de bulbo seco 20 a 23º C Velocidade do ar 0,5 metro /segundo Umidade relativa do ar 40 a 60 % Adaptação ao ambiente térmico Aceitamos variações externas de –30 a 70º C A temperatura interna quando ultrapassa 42º graus, pode levar a desnaturação de proteínas e abaixo de 33º C inibe a ação enzimática Equilíbrio térmico O controle da temperatura corpórea ocorre pela produção e perda de calor: Músculos produção Pele perda Capilares: grande rede de serpentinas Trocas de calor Condução Convecção Evaporação Irradiação Trabalho no calor Ajustes Circulatórios Exigência de oxigênio Retirada do calor dos músculos Constrição e Dilatação vasculares Vasodilatação epitelial Vasoconstrição renal Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 37 Manutenção da PA Com a vasoconstrição das vísceras e a vasodilatação periférica tende-se a manter a PA. Leva a uma maior acumulo de ác. Lático • Pela diminuição da captação no fígado • Pela diminuição da circulação muscular Perdas de água no trabalho em alta temperatura Até 3 l/hora de sudorese Pode alcançar 12 l/hora Maratonistas experimentam 5 l/hora Conseqüências: Desidratação Diminui volume plasmático Diminui o fluxo sangüíneo, diminuindo o débito cardíaco em até 30% Fatores que modificam a tolerância ao Calor Aclimatação A maior parte ocorre até o 10º dia Bastam apenas 2 a 4 h/dia No inicio devem ser de 10 a 15 minutos Treinamento Respostas em 8 a 12 semanas È mais fácil para atletas Idade Pouca diferença nas reações Sexo Transpiração Mulheres possuem mais glândulas sudoríparas Mulheres transpiram depois Mulheres se utilizam mais dos mecanismos circulatórios Mulheres suam menos Mulheres possuem maior área por massa (área/volume) Menstruação Durante o período menstrual a temperatura da mulher é mais alta Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 38 Recomendações para trabalhos em altas temperaturas Permitir que haja tempo para aclimatação (10 a 14 dias) Praticar exercícios durante a parte menos quente do dia Limitar ou impedir o exercício se for detectado índice térmico na zona de alto risco Complicações do estresse Térmico Câimbras pelo calor Desequilibro das concentrações de líquidos e eletrólitos Exaustão pelo calor Estagnação sangüínea nos vasos periféricos, edema de extremidades Complicações do estresse Térmico Choque Térmico A mais séria Temperatura corpórea > 41º C Pele seca e quente Ocorre por falha no sistema termorregulador Recomendações Estabelecer plano de ingestão de líquidos Moderar a intensidade do treinamento Monitorar diariamente o peso corpóreo Observar a reposição de sais minerais Efeitos da vestimenta Vestimenta para clima frio Proporciona isolamento Aprisiona o ar formando uma barreira térmica Quando úmida perde em média 90% da capacidade isolante A água é melhor condutor térmico que o ar Vestimenta para clima quente Roupa seca retarda a permuta de calor, a úmida acelera Deve ser folgada para permitir o deslocamento de ar entre o tecido e a pele Devem ter cores claras Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 39 Vibração Observar: Pontos de aplicação no corpo (localizada ou geral) Freqüência das oscilações: Abaixo de 150 Hz – mais lesivas Acima de 200 Hz – mais toleráveis Efeitos Perda da sensibilidade Distúrbios de visão Diminuição da destreza Potencialização de distúrbios osteomusculares Aumento da fadiga pela manutenção de tônus elevado Disciplina de Fisiologia do Trabalho Prof. Alison Alfred Klein 40 Alison Alfred Klein Fisioterapeuta registrado no CREFITO – 8 sob n.º 29.723-F - Mestrando em Engenharia Mecânica – Ergonomia - UFPR - Graduado pela UTP - Universidade Tuiuti do Paraná - Com estágio na Universidade de La Coruña - Espanha - Especialista em Fisioterapia do Trabalho - CBES - Presidente da ABRAFIT - Associação Brasileira de Fisioterapia do Trabalho - Perito em Saúde do Trabalhador – IBRAFA/ COFFITO - Perito Judicial da 11ª Vara do Trabalho de Curitiba - Coordenador do Curso de Perícia Judicial do Trabalho – PR, RS, SP - Professor - Pós Graduação em Fisioterapia do Trabalho – PR, RS, SP, PE, MS, MG. - Professor - FIES – Faculdades Integradas Espírita e-mail: alison@sefit.com.br web: www.sefit.com.br Telefones: (41) 3022-0200 e (41) 8416-9061
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