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Projetos no contexto escolar

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PRÁTICA DE ENSINO: OBSERVAÇÃO E PROJETO
A descrição do fato observado é, também, essencial, pois o resultado palpável de qualquer observação 
é o que está escrito ou anotado, e nada mais (VARGAS, 1985). Em outras palavras, observações devem 
ser descritas, isto é, escritas numa linguagem em que se adotam definições precisas de cada termo 
empregado, de forma que seu significado seja, tanto quanto possível, o mesmo para todos os seus 
leitores. Salienta‑se que as descrições, além de escritas, podem ser realizadas por meio de desenhos ou 
fotografias, as quais podem dominar sobre os textos, embora não devam ser apresentadas sem eles.
A descrição do que foi observado deve refletir a realidade que se revela ao observador. Assim, o 
essencial na observação científica não reside apenas no ato de observar, mas, também, na expressão do 
que foi observado.
Sucintamente, pode‑se afirmar, portanto, que a observação envolve os atos de olhar, 
perceber, interpretar e descrever o fato observado, tudo isso de modo integrado. A tentativa 
de separar esses elementos pode destruir a observação em sua totalidade, pois eles estão 
irreversivelmente misturados.
 Lembrete
Observações são escritas com definições precisas. Observar implica, 
necessariamente, expressar o que está sendo observado.
4 OBSERVAÇÃO DOS AMBIENTES EDUCATIVOS
Para fins desta disciplina, os diferentes ambientes educativos observados podem ser divididos em 
escolares e não escolares.
Os ambientes escolares são as escolas oficiais (públicas e/ou particulares), cujos cursos são 
reconhecidos pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), órgão que administra a Educação Nacional 
(SOUZA; TAVARES, 2009).
Nessas escolas, o tipo de educação que acontece é o formal, e o documento que rege a educação 
escolar em nosso país é a Lei nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB):
§ 1º. Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, 
predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias.
Art. 21°. A educação escolar compõe‑se de:
I – educação básica, formada pela Educação Infantil, Ensino Fundamental e 
Ensino Médio;
II – educação superior (BRASIL, 1996).
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PRÁTICA DE ENSINO: OBSERVAÇÃO E PROJETO
Algumas características da educação formal presente nos ambientes escolares são: transmissão 
do conhecimento sistematizado, presença de conteúdos preestabelecidos, pessoas capacitadas e 
especializadas, organização curricular, disciplina e atividades sistematizadas e normatizadas por leis, 
ensino escolar institucionalizado, cronologicamente, gradual e hierarquicamente estruturado etc. 
(GOHN, 2006; SOUZA; TAVARES, 2009; VERCELLI, 2011).
Portanto, pode‑se afirmar que os ambientes educativos escolares estão relacionados com as 
Instituições Escolares da Educação Básica e do Ensino Superior, definidas na Lei nº 9.394/96 de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Já os ambientes educativos não escolares são espaços educativos que não se enquadram no sistema 
formal de ensino. A educação que acontece nesses locais é a não formal ou informal.
Para Jacobucci (2008), existem duas categorias para os ambientes não escolares: locais que são 
instituições e locais que não são instituições. No primeiro, instituições, enquadram‑se ambientes 
regulamentados que dispõem de certo planejamento, estrutura física e equipe técnica responsável. 
Alguns exemplos desses espaços não formais institucionalizados são: museus, centros de ciências, 
parques ecológicos, parques zoobotânicos, jardins botânicos, planetários, institutos de pesquisa, aquários, 
bibliotecas, zoológicos, dentre outros.
Já na segunda categoria, não instituições, enquadram‑se os ambientes naturais ou urbanos que 
não dispõem de uma estrutura institucional, mas nos quais é possível elaborar ações educativas 
com um bom planejamento. Alguns exemplos desses espaços não formais não institucionalizados 
são: teatros, parques, ruas, praças públicas, áreas verdes nas proximidades da escola, cinemas, 
campos de futebol, dentre outros inúmeros espaços onde práticas educativas podem acontecer. 
Algumas características dessa educação que acontece nos variados ambientes não escolares são: 
é mais difusa, menos hierárquica e menos burocrática; não precisa necessariamente seguir um 
sistema sequencial e hierárquico de progressão; ainda não possui leis e diretrizes para seu trabalho; 
os conhecimentos não são sistematizados e são repassados com base nas práticas e experiência 
anteriores; apresenta flexibilidade na adaptação dos conteúdos de aprendizagem a cada grupo etc. 
(GOHN, 2006; SOUZA e TAVARES, 2009).
 Saiba mais
Os artigos a seguir podem propiciar um maior entendimento sobre os 
ambientes educativos não escolares (espaços não formais).
JACOBUCCI, D. F. C. Contribuições dos espaços não formais de educação para 
a formação da cultura científica. Em extensão, Uberlândia, v. 7, p. 55‑66, 2008.
QUEIROZ, R. M. et al. A caracterização dos espaços não formais de 
educação científica para o ensino de Ciências. Revista Amazônica de Ensino 
de Ciências, Manaus, v. 4, n. 7, p. 12‑23, 2011.
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PRÁTICA DE ENSINO: OBSERVAÇÃO E PROJETO
Tendo adquirido o conhecimento sobre o entendimento conceitual do termo observação, você 
deverá realizar uma tarefa prática que servirá como preparação básica para as demais atividades 
práticas da sequência do curso e para a sua avaliação nesta disciplina.
Ressalta‑se que as atividades solicitadas nesta disciplina são obrigatórias e servirão para sua 
avaliação na disciplina. Qualquer atividade diferente do que está sendo proposto na disciplina poderá 
levá‑lo à reprovação.
5 PROJETO
5.1 Aspectos conceituais
Projeto é um termo muito utilizado em nossos dias e em diferentes âmbitos, mas que pode ser 
facilmente confundido devido a seus diferentes conceitos e suas diferentes formas de execução. 
Comumente, pode vir acompanhado de diversos significados e aplicado em variados contextos, tais 
como: projeto de vida, projeto de lei, projeto arquitetônico de um prédio, projeto político‑pedagógico 
de uma escola, projeto de pesquisa, projeto de sociedade, projeto social etc.
O Novo Aurélio Século XXI (FERREIRA, 1999, p. 1647) traz uma visão sobre o termo, com as 
seguintes definições:
1. ideia que se forma de executar ou realizar algo, no futuro; plano, 
intento, desígnio; 2. Empreendimento a ser realizado dentro de um 
determinado esquema; 3. Redação ou esboço preparatório ou provisório 
de um texto; 4. Esboço ou risco de obra a se realizar; 5. Arquit.: Plano 
geral de edificação.
Trata‑se de um termo que deriva do latim projectu, particípio passado do verbo projicere, que significa 
“lançar para diante” (VEIGA, 2000). Em português, caracteriza‑se como um dos possíveis resultados de 
um processo de planejamento, que leva à concretização de ideias. Reflete um trabalho de elaboração 
mental, apresentado de modo escrito. É um processo de planejamento que visa atingir os fins com maior 
rapidez e satisfação.
 Lembrete
“Projetar é planejar intencionalmente um conjunto de ações com vista 
ao atingimento de um ou mais fins” (BURNIER, 2001, p. 56).
Na área empresarial, por exemplo, projeto é definido como “um esforço temporário empreendido 
para criar um produto, serviço ou resultado único” (PMI, 2008). Também pode ser definido como 
uma “sequência de atividades programadas, com compromisso de fornecer um resultado que produz 
mudança” (MAXIMIANO, 2010, p. 4).
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PRÁTICA DE ENSINO: OBSERVAÇÃO E PROJETO
Já na esfera educacional, de forma geral, pode ser definido como:
um empreendimento ou conjunto de atividades com objetivos claramente 
definidos em função de problemas, necessidades, oportunidadesou interesses 
de um sistema educacional, de um educador, grupos de educadores ou de 
alunos, com a finalidade de realizar ações voltadas para a formação humana, 
construção do conhecimento e melhoria de processos educativos (MOURA; 
BARBOSA, 2012, pg. 21).
Para os fins desta disciplina, focaremos no estudo do termo “projeto” no âmbito educacional. 
Para isso, como futuro docente, você precisa ter em mente a definição de alguns tipos de projetos 
existentes nesta área e entendê‑los claramente, a fim de classificá‑los de acordo com as suas principais 
características e finalidades.
5.2 Projetos no contexto escolar
Vivemos planejando. Concorda? Mesmo sem perceber, estamos sempre planejando em 
nossa vida: uma viagem, uma mudança de casa, uma troca de carro, um aumento da família, 
uma mudança na carreira profissional etc. Fazemos isso, regra geral, de maneira espontânea e 
assistemática. No entanto, em outras ocasiões, pensamos de maneira consciente em formas de 
realizarmos determinadas ações para um fim específico, traçando o melhor caminho para que 
nossos objetivos sejam alcançados com sucesso, segurança e rapidez. Além de projetarmos as 
ações e as metas em nossas vidas, constantemente estamos fazendo uma avaliação, positiva ou 
negativa, ao longo e no final de todo o processo.
Logo, torna‑se necessário planejar, ou seja, organizar-se para.
No contexto escolar, o planejamento e a organização são fundamentais e inerentes ao processo de 
ensino e aprendizagem, por exemplo, na organização do currículo e das disciplinas, na formulação do 
projeto político‑pedagógico da escola, nas propostas de ensino; enfim, em toda a dinâmica institucional 
e pedagógica existente para um bom desenvolvimento do processo educacional.
É dentro deste contexto que o professor deve ser um “planejador pedagógico”, a fim de alcançar êxito 
em sua jornada. Deve planejar a sua prática pedagógica de forma competente e coerente, compartilhando 
com seus alunos suas experiências do passado, suas vivências do presente e suas expectativas do futuro 
de forma significativa. Deve organizar‑se para práticas que possam, efetivamente, contribuir para a 
formação integral do seu aluno.
O Ministério da Educação (MEC) aponta para a necessidade de se desenvolver formas de aprendizagem 
que permitam a construção de atitudes e valores para a cidadania e ética, e que supere o conteudismo 
do ensino e a avaliação por meio de meros instrumentos de classificação entre o “certo” e o “errado”.
Mas, afinal, como planejar e organizar? De que maneira?

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