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Módulo VIII - Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento

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Lavínia Souza Araújo – 2022.1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Objetivos do módulo Nascimento, Crescimento e 
Desenvolvimento 
Problema 1 – intermediária 
1. Descrever o fluxograma de atendimento na sala do parto 
2. Explorar acerca da avaliação da vitalidade neonatal (apgar) e IG (capurro/ new ballard) 
3. Elucidar a adaptação fisiológica da circulação cardiopulmonar no nascimento 
4. Abordar sobre a fisiopatologia dos fatores que acontecem asfixia no neonato 
5. Discorrer sobre alojamento conjunto (princípios e critérios) e exames realizados (olhinho, orelhinha e 
coração) 
6. Detalhar o mecanismo da icterícia neonatal 
Problema 1 – Fechamento 
1. Discorrer sobre a 1ª consulta de puericultura (exame físico, neurológico e variações patológicas) 
2. Descrever os exames de triagem neonatal com ênfase no teste do pezinho 
3. Elucidar a fisiologia, fisiopatologia, etiologia conduta acerca das cólicas neonatais 
4. Explanar sobre as alterações dermatológicas do RN enfatizando medidas preventivas (dermatite de fralda) 
Problema 2 – Intermediária 
1. Abordar a morfofisiologia da mama em lactação 
2. Descrever a técnica da amamentação e a sua importância no binômio mãe-filho 
3. Elucidar sobre a introdução alimentar até o 1º ano e possíveis distúrbios alimentares 
4. Discorrer sobre a composição bioquímica e imunológica dos tipos de leite 
5. Aclarar a respeito da maturação morfológica e imunológica do TGI 
Problema 2 – Fechamento 
1. Elucidar acerca do desenvolvimento infantil (DNPM, marcos e curvas), enfatizando escalas 
2. Abordar os princípios e recomendações na puericultura de 0 a 5 anos 
3. Explanar sobre a equipe multiprofissional que compõe a creche (enfatizando o pediatra) e sua influência 
no desenvolvimento infantil 
Problema 3 – Fechamento 
1. Elucidar o desenvolvimento do sistema imunológico da criança 
2. Descrever o calendário vacinal (princípios, tipos, indicações, contraindicações e reações), diferenciando os 
órgãos responsáveis pela elaboração (SUS, SBP e SBI) 
3. Explanar sobre etiologia, fisiopatologia e quadro clínico das infecções de VAS (sinusite aguda, otite média 
aguda, resfriado, gripe e faringoamidalite) 
4. Discorrer sobre escalas de desenvolvimento psicológico e físico (winnicot) de crianças de 2 a 7 anos 
Problema 4 – Fechamento 
1. Abordar o perfil epidemiológico e clínico, fisiopatologia, abordagem terapêutica e preventiva da desnutrição 
energético-proteica (importância da alimentação na desnutrição, fatores sociais, culturais e políticas 
públicas) 
2. Elucidar o perfil epidemiológico e clínico, fisiopatologia, abordagem terapêutica e preventiva da anemia 
ferropriva e deficiência de ferro 
3. Explanar sobre a influência nutricional no crescimento dos germes dentários e erupção dentária 
4. Explicar os principais acidentes domésticos infantis mais recorrentes, bem como a correta prevenção 
5. Correlacionar a fratura óssea com a desnutrição (raquitisimo) 
6. Discorrer o papel governamental na garantia dos direitos as relações laborais, com ênfase biopsicossocial 
Problema 5 – Fechamento 
1. Explanar o agente etiológico, fisiopatologia, quadro clínico, diagnóstico, prevenção, e tratamento de 
enteroparasitoses 
2. Descrever o mecanismo de ação e efeitos colaterais das classes medicamentosas anti-parasitárias 
3. Elucidar acerca das causas dos distúrbios de aprendizagem na fase escolar 
4. Abordar a influência socioeconômica e cultural com a prevalência das enteroparasitoses 
 
Problema 6 – Fechamento 
1. Explanar o desenvolvimento fisiológico da puberdade relacionando com a maturação sexual (tanner) e os 
aspectos emocionais (imagem corporal, hormonal) 
2. Explicar acerca dos principais distúrbios alimentares na adolescência (anorexia, bulimia, obesidade) 
3. Discorrer sobre as causas da dependência química na adolescência 
 
 
Lavínia Araújo 
PROBLEMA 1 – INTERMEDIÁRIA 
 
DESCREVER O FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO NA 
SALA DO PARTO 
CUIDADOS NA HORA DO NASCIMENTO – ATENÇÃO À SAÚDE DO 
RECÉM NASCIDO 
No Brasil, a maior parte das crianças nascem com boa vitalidade, 
apesar disso, são essenciais o conhecimento e habilidade em 
reanimação neonatal para todos os profissionais que atendem RN 
em sala de parto, mesmo que se espere crianças hígidas sem 
hipóxia ou asfixia ao nascer. 
O risco de procedimentos de reanimação aumenta quanto menor 
for a idade gestacional e/ou o peso ao nascer. 
O parto cesariano entre 37 e 39 semanas, mesmo sem fatores 
de risco antenatais para asfixia, também eleva o risco de 
necessidade de ventilação ao RN. 
PREPARO DA ASSISTÊNCIA 
O preparo da assistência inclui a realização da anamnese materna, 
disponibilidade do material para atendimento e a presença de 
equipe treinada em reanimação neonatal. 
ANAMNESE MATERNA 
Analisar as condições perinatais associadas à necessidade de 
reanimação neonatal. 
 
MATERIAL PARA ATENDIMENTO 
Todo o material para a reanimação deve ser preparado, testado e 
estar disponível em local de fácil acesso, antes do nascimento e é 
destinado à manutenção da temperatura, aspiração de vias aéreas, 
ventilação e administração de medicações. 
A temperatura da sala deve se manter em no mínimo 26ºC para 
que a temperatura corpórea do RN se mantenha normal. 
Dentre os materiais necessários na sala de parto tem: 
 
EQUIPE TREINADA EM REANIMAÇÃO NEONATAL 
Devido à elevada necessidade de realização de algum procedimento 
de reanimação no RN e rapidez com que essas manobras devem 
ser iniciadas, é fundamental a presença do profissional capacitado 
para a realização adequada da manobra durante todo o parto. 
Na antecipação do nascimento de um concepto, pode ser 
necessária a presença de três profissionais capazes de reanimar 
o RN de maneira rápida e efetiva. Em caso de nascimento de 
gemelares, deve-se ter acesso a material e equipe para cada 
criança. 
Para a recepção do RN deve haver a precaução básica como 
lavagem das mãos, uso de luvas, máscara, proteção facial para 
evitar a contaminação do profissional com o material biológico do 
RN. 
FLUXOGRAMA DA ASSISTÊNCIA AO RECÉM NASCIDO - SBP 
LAVÍNIA ARAÚJO 
@laviarauj 
Lavínia Araújo 
Imediatamente após o nascimento, para verificar a necessidade de 
reanimação, precisa ser feita perguntas a respeito da vitalidade 
do RN: 
1. Gestação foi a termo? 
2. Presença de tônus muscular em flexão? 
3. Está chorando ou respirando? 
4. Existe presença de mecônio? 
A resposta afirmativa para todas as perguntas garante que o RN 
está com boa vitalidade e não necessita de manobras de 
reanimação. Nisso, deve-se manter uma rotina junto à mãe em 
manter o calor, manter as vias aéreas pérvias e avaliar a vitalidade 
de maneira contínua (avaliar a FC, respiração e tônus muscular) e 
amamentação na 1ª hora de vida. 
Após a confirmação das perguntas, é indicado o clampeamento 
tardio do cordão, independente do aspecto do líquido amniótico 
(clampeamento feito entre 1 min a 3 min). 
Caso alguma dessas perguntas for negativa ou esse bebê 
apresentar alguma complicação na circulação placentária (rotura 
de membrana, placenta prévia, descolamento de placenta), o 
clampeamento deve ser imediato. 
Caso a resposta for negativa, deve-se fazer os passos iniciais: 
1. Prover calor: receber a criança em campo neonatal com 
o campo aquecido em 36,5 a 37,5º C. Para diminuir a 
perda de calor, deve pré-aquecer a sala de parto e a 
sala em que serão realizados os procedimentos de 
reanimação mantendo o ambiente em 23 a 26ª C. 
2. Posicionar a cabeça do RN em leve extensão (cuidado 
para não hiperextender pois pode tampar as vias 
aéreas), sendo que alguns necessitam de um apoio na 
região interescapular para deixar reta 
3. Aspirar boca e narinas se necessário apenas 
delicadamente com a sonda traqueal conectada a um 
aspirador a vácuo em pressão máxima de 100 mmHg 
(evitar a aspiração da hipofaringe para reduzir o risco 
de atelectasia e trauma e prejuízo de uma respiração 
efetiva)4. Secar o RN e desprezar os campos úmidos 
5. Reposicionar a cabeça 
6. Avaliar a FC (pela ausculta do precórdio) e respiração 
(observação da expansão torácica) 
Se a FC > 100 bpm e a respiração for regular, mantém os cuidados 
de rotina (contato pele a pele da mãe). 
Se FC <100 bpm ou a respiração não for regular, faz a 
VENTILAÇÃO COM PRESSÃO POSITIVA (FAZ NO PRIMEIRO MINUTO 
DE VIDA → golden minute). 
Essa VPP é feita com o objetivo de dilatar a vasculatura pulmonar 
e a hematose apropriada 
• Feita com dispositivo bola-válvula máscara 
• Segura a máscara com a técnica do C e E 
• Essa máscara precisa cobrir de maneira ideal o nariz, 
boca e queixo do RN 
• Deve haver a monitoração da saturação de O2 
MINUTOS DE VIDA SATO2 ESPERADA 
Até 5 70 a 80% 
5– 10 80 a 90% 
>10 85 a 95% 
 
Nessa etapa é obrigatória a monitoração de oxigênio e a FC não 
mais pela ausculta, sendo agora necessário o uso de um monitor 
cardíaco por meio de 3 eletrodos e oxímetro de pulso (na mão 
direita). 
Caso a saturação não esteja como o esperado, deve ser ofertado 
oxigênio, pois, em primeiro momento com ar ambiente (FiO2 de 
21%) na VPP. Se iniciar a oferta de oxigênio, é preciso fazer 
aumentos de 20% da FiO2 progressivos. 
A GARANTIA DE EFICÁCIA DO PROCEDIMENTO É QUANDO A FC 
AUMENTA → feita através do monitor cardíaco 
Se a FC > 100 bpm após isso e a respiração estiver regular, posso 
parar o procedimento de reanimação e iniciar os cuidados de rotina. 
Caso a FC < 100 bpm e a respiração não for regular, devemos 
reavaliar a técnica da VPP: 
1. Conferir o ajuste entre a máscara e a face 
2. Permeabilidade das vias aéreas (aspirando secreções, 
posição da cabeça e mantendo a boca do RN aberta) 
3. Pressão exercida no balão 
Caso após 30 segundos a FC <100 bpm e a respiração não esteja 
espontânea e rítmica, é considerada falha. 
Se após a correção da técnica VPP não melhorar, está indicado o 
uso de cânula traqueal como interface para a VPP e em períodos 
prolongados de ventilação o uso de sonda orogástrica para diminuir 
a distensão gástrica. 
Deve-se considerar aqui o uso de O2 (guiada pela saturação de O2) 
e a intubação orotraqueal. 
Quando intubar? 
1. VPP com máscara não efetiva 
2. Com indicação de massagem cardíaca 
3. Presença de hérnia diafragmática com necessidade de 
VPP 
A indicação da entubação no processo de reanimação depende da 
habilidade e da experiência do profissional responsável pelo 
procedimento. Em mãos menos experientes, existe um elevado 
risco de complicações como hipoxemia, apneia, bradicardia, 
pneumotórax, laceração de tecidos moles, perfuração de traqueia 
ou esôfago, além de maior risco de infecção. Vale lembrar que cada 
Lavínia Araújo 
tentativa de entubação deve durar, no máximo, 30 segundos. Em 
caso de insucesso, o procedimento é interrompido e a VPP com 
balão e máscara é iniciada, sendo realizada nova tentativa de 
entubação após estabilizar o paciente. 
Como confirmar se entubou? Inspeção do tórax, ausculta das 
regiões axilares e gástrica e observação da FC, porém o padrão-
ouro é a capnografia (detecção de dióxido de carbono (CO2) 
exalado, por ser objetivo e rápido). 
Após a entubação, avaliar a FC. Caso for > 100 bpm e a respiração 
esteja regular, extubar e manter o oxigênio de acordo ao 
necessário. 
Se FC < 100 bpm, reavaliar a técnica: 
1. Posição da cânula 
2. Permeabilidade da via aérea 
3. Pressão inspiratória 
4. Aumentar a oferta FiO2 60 a 100% 
Após isso, deve novamente avaliar a FC e a respiração. 
Caso a FC > 60 bpm, deve-se manter a intubação. 
Caso a FC < 60 bpm, INDICAÇÃO DA MASSAGEM CARDÍACA. 
Massagem cardíaca pode ser feita de duas formas: 
 
 
 
 
Deve ser feito com as duas mãos no terço inferior do esterno, 
comprimindo 1/3 do diâmetro antero-posterior do tórax. 
Em qual frequência? Sempre 3 massagens e 1 ventilação, 
contabilizando uma frequência de 120 eventos por minuto (90 
compressões e 30 ventilações) 
A massagem deve continuar enquanto a FC < 60 bpm. A massagem 
só deve ser interrompida no momento da ventilação. 
Se a FC atingir valores > 100 bpm, a massagem é suspendida e 
mantém a intubação, sendo prudente transportá-lo para uma UTI 
neonatal em incubadora transporte, com concentração de O2 
suficiente para manutenção da saturação. 
A massagem dura 60s e caso não normalize a FC e continue < 60 
bpm, é dado como falha, portanto deve ser avaliado: 
1. Posição da cânula traqueal 
2. Permeabilidade da via aérea 
3. Pressão da ventilação 
4. Técnica da massagem cardíaca 
Em caso de não haver melhora com a correção, considera-se o 
cateterismo venoso umbilical (devido ao menor risco de lesões em 
vasos do RN e pela maior facilidade de acesso) de urgência com 
indicação de adrenalina e expansão volêmica (suspeita de 
hipovolemia). 
Deve ser feita uma diluição da adrenalina de 1:10000, em 9 ml de 
soro fisiológico (sendo sua dose de 0,01 a 0,03 mg/kg). Doses 
maiores levam a hipertensão arterial grave, diminuição da função 
miocárdica e piora do quadro neurológico. 
A via traqueal da medicação só pode ser usada para adrenalina 
uma única vez em caso de não conseguir acesso pela umbilical. 
Se não houver melhora pelo uso de adrenalina, pode-se repetir a 
cada 3 a 5 minutos e considerar a expansão volêmica (em caso do 
paciente pálido e evidências de choque) e é feita com soro 
fisiológico na dose de 10 ml/kg. 
Se não houver resposta, deve-se verificar a posição da cânula 
traqueal, a técnica da ventilação e da massagem e a permeabilidade 
da via de acesso vascular. 
ASPECTOS ÉTICOS 
Quando não reanimar? Em mal formações fetais sendo necessário 
conversar com a família. 
Quando interromper a reanimação? Quando há assistolia após 10 
minutos de reanimação. 
 
EXPLORAR ACERCA DA AVALIAÇÃO DA VITALIDADE 
NEONATAL (APGAR) E IG (CAPURRO/ NEW BALLARD) 
Durante o momento em que o bebê está em contato com a mãe, 
já deve ser feita a mensuração da vitalidade do RN, por meio do 
boletim de Apgar e deve ser aplicado no 1º e no 5º minuto de vida 
e, se necessário, repetir a cada 5 minutos para avaliar: 
1. Respiração (choro) 
2. FC 
3. Cor da pele 
4. Tônus muscular 
5. Resposta reflexa 
O APGAR não é indicativo de início de manobras e serve apenas 
como monitoramento de como esteve o RN durante o 1º minuto e 
5º minuto, além de ser feito apenas após todas as técnicas, 
portanto, não é indicativo de nada, apenas avalia sucesso. 
PONTOS 0 1 2 
FC ausente <100bpm >100bpm 
RESPIRAÇÃO ausente fraca 
(irregular) 
Forte (choro) 
TÔNUS Flácido Flexão de 
pernas e 
braços 
Movimento 
ativo (boa 
flexão) 
COR Cianótico 
(pálido) 
Cianose nas 
extremidades 
Rosado 
Lavínia Araújo 
REFLEXO ausente Algum 
movimento 
Espirros/choro 
O somatório da pontuação resulta no índice de APGAR: 
1. 8 a 10 significa que o RN nasceu em ótimas condições 
2. 5 a 7 significa que o bebê apresentou uma dificuldade 
leve 
3. 3 a 4 significa uma dificuldade moderada 
4. 0 a 2 significa uma dificuldade de ordem grave 
Se essas dificuldades persistirem durante alguns minutos sem 
tratamento, isso pode levar a alterações metabólicas no organismo 
e anóxia. 
CHECKLIST DA AVALIAÇÃO DO RN – MANUAL DE NEONATOLOGIA 
Após a avaliação da vitalidade ao nascer, realiza-se o exame físico 
sumário, que deve ser objetivo e rápido, no intuito de avaliar a 
perda de calor: 
1. Identificação de malformação congênita, traumatismos 
obstétricos, desconforto respiratório, sopro cardíaco, 
massas abdominais, fenda palatina, atresia de coanas, 
esôfago e anomalia anorretal. 
2. Descartar as possibilidades de artéria umbilical única, 
onfalocele, defeitos de fechamento do tubo neural, 
defeitos dos membros, extrofia vesical. 
Avalia a temperatura 
Avalia o peso → ele deve estar sem roupa e em balança 
previamente tarada. 
▪ Alto peso ou macrossômico: > 4 kg 
▪ Peso médio do RN ao nascer: 3 – 3,5 kg 
▪ Baixo peso ou microssômico: < 2,5 kg 
▪ Muito baixo peso: < 1,5 kg e > 1 kg 
▪ Extremo baixo peso: < 1 kg 
 
Avalia a estatura →uso de uma régua antropométrica ou 
graduada e evita a métrica pela chance de erro. Deve estar com 
a cabeça na extremidade fixa e com as pernas bem esticadas. 
(estatura média de 50 cm) 
 
Avalia o perímetro cefálico → uso da fita métrica passando pela 
região mais proeminente do occipital até a glabela (média de 34 a 
36 cm) 
 
Avalia o perímetro torácico → uso de fita métrica passando pela 
linha intermamilar (média de 2 cm a menos que o PC) 
 
Avalia o perímetro abdominal → uso de fita métrica logo acima do 
coto umbilical (média de 2 cm menor que o PT) 
IDADE GESTACIONAL 
Termo: 37 a 41 semanas e 6 dias 
Pré-termo: ≥ 42 semanas 
Lavínia Araújo 
Pós-termo: ≤ 36 semanas e 6 dias 
A idade gestacional é realizada a partir dos métodos de Capurro 
ou de New Ballard nos casos dos prematuros e deve ser realizada 
durante a primeira avaliação do RN. 
Embora se baseie em critérios físicos e neurológicos, na sala de 
parto, realiza-se o Capurro somático pela praticidade da sua 
abordagem. 
CAPURRO SOMÁTICO 
Avaliação de: 
1. Textura da pele → desde muito fina e gelatinosa a 
grossa, enrugada e com marcas profundas (5 EM 5) 
2. Forma da orelha → baseado na curvatura do pavilhão 
auditivo (ÚNICO QUE PONTUA DE 8 EM 8) 
3. Glândula mamária → até quando são palpáveis em 
diâmetro (5 EM 5) 
4. Pregas plantares → desde sem pregas a presença de 
sulcos em mais da metade anterior (5 EM 5) 
5. Mamilos → pela disposição da aréola desde não visível a 
pontiaguda e bordo levantado e diâmetro (5 EM 5) 
Para saber a IG soma-se cada item + 204 e os divide por 7 e 
obtém o resultado em semanas. 
 
 
CAPURRO NEUROLÓGICO 
 
Soma dos fatores + 200 e divide por 7 e obtém a IG em 
semanas 
NEW BALLARD 
O New Ballard usa seis parâmetros neurológicos e seis físicos: 
 
 
Lavínia Araújo 
Deve-se administrar de forma profilática a vitamina K 
rotineiramente em todos os RN para evitar o sangramento 
precoce por deficiência dessa vitamina (doença hemorrágica do 
RN e sangramento posterior, com a administração de 1 mg via IM. 
 
Deve ser feita a profilaxia ocular para evitar infecções oculares 
transmitidas na passagem do RN pelo canal de parto com colírio 
oftálmico antibiótico em ambos os olhos, dentro da primeira hora 
após o nascimento, abrindo as pálpebras com os dedos e aplicando 
as gotas no ângulo interno da pálpebra inferior. 
Utiliza-se: 
1. Tetraciclina 1% 
2. Nitrato de prata 1% 
3. Iodopovidona 2,5% 
4. Eritromicina 0,5% 
Também deve ser feita a vacina de hepatite B, independente do 
peso ao nascer, nas primeiras 12 horas de vida. A vacina BCG 
também pode ser aplicada na maternidade para bebês com peso 
de nascimento igual ou superior a 2 kg. 
 
ELUCIDAR A ADAPTAÇÃO FISIOLÓGICA DA CIRCULAÇÃO 
CARDIOPULMONAR NO NASCIMENTO 
RESPIRAÇÃO - GUYTON 
Com o nascimento, o bebê perde a conexão placentária com a mãe 
e, portanto, perde seu meio de suporte metabólico e um dos 
ajustes necessários ao bebê é começar a respirar. 
A criança começa a respirar dentro de segundos e atinge ritmo 
respiratório normal em menos de 1 minuto após o nascimento. A 
prontidão com que o feto começa a respirar indica que a 
respiração é iniciada pela repentina exposição ao mundo exterior, 
provavelmente resultante de estado levemente asfixiado, incidente 
ao processo do nascimento e de impulsos sensoriais que se 
originam na pele subitamente resfriada. Em bebê que não respira 
imediatamente, o corpo fica progressivamente mais hipóxico e 
hipercápnico, o que representa estímulo adicional ao centro 
respiratório e, geralmente, provoca a respiração dentro de mais 1 
minuto depois do nascimento. 
Quando o bebê nasce, as paredes dos alvéolos estão colapsadas 
devido à tensão superficial do líquido viscoso no interior deles. 
Para abrir esses alvéolos colapsados, é necessário mais de 25 
mmHg de pressão inspiratória negativa para dilatar esses alvéolos 
pela primeira vez e, após isso, uma respiração com movimentos 
respiratórios mais fraco consegue se manter. Apesar disso, as 
primeiras inspirações do RN normal são muito potentes, 
geralmente capazes de criar uma pressão negativa de até 60 
mmHg no espaço intrapleural. 
Na primeira respiração, 
para haver o aumento do 
volume de ar, é 
necessário que a pressão 
muito negativa (-40 
centímetros de água) e 
aumenta até -60 cm de 
água que faz com que 
aumente um volume 
próximo de 40 mL de ar 
para dentro dos pulmões, 
e para desinfla-los é 
preciso que ocorra uma 
pressão positiva 
considerável, em cerca 
de +40 cm de água, 
devido à resistência 
viscosa oferecida pelo 
líquido nos bronquíolos. 
Após isso, a segunda 
respiração já necessita 
de pressões positivas e 
negativas muito menores 
que para a primeira respiração. Após 40 min respirando, o esforço 
para pressão é parecido com o de um adulto normal. 
AJUSTES CIRCULATÓRIOS – GUYTON 
Os ajustes circulatórios imediatos ao nascer são muito importantes 
também para permitir o fluxo sanguíneo adequado aos pulmões. 
ESTRUTURA ANATÔMICA DA CIRCULAÇÃO FETAL 
Como durante a vida fetal os pulmões não funcionam e o fígado é 
apenas parcialmente funcional, o coração não bombeia sangue em 
grande quantidade para esses dois destinos. O coração fetal 
bombeia sangue preferencialmente em grande quantidade para a 
placenta. Para isso, a circulação fetal usa dispositivos especiais 
para que opere bem: shunts (ducto venoso, canal arterial, forame 
oval e seio portal). 
Lavínia Araújo 
 
O sangue oxigenado vem pela veia umbilical para feto e atravessa 
o ducto venoso (isso deixa o fígado de fora do circuito sanguíneo). 
Esse sangue consegue chegar diretamente por isso na veia cava 
inferior que caminha até o átrio direito do coração. A maior parte 
do sangue que entra no átrio direito passa de forma direta para o 
átrio esquerdo através do forame oval. É dessa forma que o 
sangue oxigenado entra no lado esquerdo do coração para ser 
bombeado pelo ventrículo esquerdo par aa cabeça e para os 
membros anteriores. 
A volta do sangue (desoxigenado) pela veia cava superior entra no 
átrio direito e é direcionado para o ventrículo direito pela valva 
atrioventricular tricúspide. Esse sangue é bombeado então para a 
artéria pulmonar, que, nela, encontra o ducto arterioso, por onde 
se conecta à aorta descendente e, se conecta às artérias 
umbilicais e devolve o sangue para a placenta. 
MUDANÇAS NA CIRCULAÇÃO FETAL AO NASCIMENTO 
A valva do forame oval que permite a passagem do sangue do átrio 
direito para o átrio esquerdo. A pressão no átrio direito é maior 
que a pressão do átrio esquerdo. Mas porquê? O átrio direito é a 
região que está diretamente relacionada com os pulmões pela 
comunicação da circulação. Durante o período fetal, os pulmões 
estão colapsados, dessa forma, a resistência ao fluxo sanguíneo é 
muito alta, o que torna a pressão pulmonar no feto. Isso torna a 
pressão em átrio direito muito alta também. 
Já o átrio esquerdo está conectado com a circulação sistêmica e 
consequentemente com a placenta que é uma circulação de baixa 
resistência e pressão. Isso faz com que o átrio esquerdo também 
seja. 
Por meio disso que o sangue flui da direita para a esquerda. 
 
Com a saída da placenta e a insuflação pulmonar, as pressões nos 
átrios se invertem e com isso há o fechamento funcional do 
forame oval. 
 
Com a insuflação de ar pelos pulmões, isso causa a queda da 
resistência vascular pulmonar e o aumento da PaO2 e com a saída 
da placenta há a diminuição das prostaglandinas. Dessa forma, a 
pressão na artéria pulmonar cai, enquanto aumenta na aorta. Isso 
causa uma contração do canal arterial devido à concentração de 
oxigênio do sangue aórtico, que passa a fluir por ele, seja cerca de 
duas vezes maior que a do sangue que flui da artéria pulmonar 
para o canal arterial durante a vida fetal. Presumivelmente, o 
oxigênio provoca a contração do músculo na parede do canal 
arterial. 
 
ABORDAR SOBRE A FISIOPATOLOGIA DOS FATORES 
QUE ACONTECEM ASFIXIA NO NEONATO. 
RETARDO NA RESPIRAÇÃO -GUYTON 
O que pode causar? 
Mães que foram deprimidas com anestésicos gerais durante o 
trabalho de parto, pois pode anestesiar o feto e, com isso, o 
surgimento da respiração pode demorar alguns minutos, 
demostrando assim, a importância de usar mínima anestesia 
possível. 
Lavínia Araújo 
Além disso, trauma cefálico no bebê durante a expulsão dele pode 
causar uma hemorragia intracraniana ou uma contusão cerebral 
pode gerar uma concussão que deprime o centro respiratório. 
Outro motivo é o parto prolongado que, por aumentar o tempo em 
hipóxia, e esse maior tempo em hipóxia faz com que haja uma 
depressão no centro respiratório. 
A hipóxia ocorre com frequência durante o parto devido 
compressão do cordão umbilical, separação prematura da placenta, 
contração excessiva do útero (pode cortar o fluxo de sangue da 
mãe para a placenta e anestesia excessiva da mãe, o que deprime 
a oxigenação de seu próprio sangue. 
GRAU DE HIPÓXIA QUE O BEBÊ PODE TOLERAR 
Um adulto sem respirar por 4 minutos falece, mas um recém-
nascido consegue sobreviver por até 10 minutos sem respirar 
depois de nascer. 
O comprometimento cerebral grave e permanente ocorre quando 
a respiração demora entre 8 a 10 minutos. As lesões se 
desenvolvem no tálamo, nos colículos inferiores e em outras áreas 
do tronco encefálico, afetando muitas funções motoras corporais. 
SÍNDROME DA ANGÚSTIA RESPIRATÓRIA 
Uma parte dos bebês, especialmente os prematuros e filhos de 
mães diabéticas, desenvolve a síndrome da angústia respiratória 
grave nas primeiras horas até os primeiros dias do nascimento. Os 
alvéolos desses bebês contêm grande quantidade de líquido 
proteináceo. É chamado de doença da membrana hialina porque 
histologicamente o material que preenche os alvéolos se assemelha 
a uma membrana hialina. 
Um achado dessa síndrome é uma falha na produção de 
surfactante pelo epitélio respiratório em quantidades adequadas. 
Esse surfactante possui a função de reduzir a tensão superficial 
dos alvéolos o que permite a expansão fácil durante a inspiração e 
é produzido pelos pneumócitos tipo II. 
Os pneumócitos tipo II não começam a secretar surfactante até 
os últimos 1 a 3 meses de gestação. Assim, muitos bebês 
prematuros e alguns bebês nascidos a termo nascem sem a 
capacidade de secretar surfactante suficiente, o que causa tanto 
tendência a colapso dos alvéolos como desenvolvimento de edema 
pulmonar. 
O surfactante é formado de fosfatildilcolina saturada e insaturada, 
lipídios neutros, proteínas, fosfatidilglicerol e outros fosfolipídeos. 
CONCEITO – MARCONDES 
Asfixia perinatal é caracterizada pela deficiência no suprimento de 
oxigênio tecidual. Ocorre geralmente no período que antecede o 
parto ou mesmo durante o trabalho de parto. 
Clinicamente, a asfixia é caracterizada por uma sequência de 
eventos que dependem da intensidade e da duração dos fatores 
desencadeantes. 
1. Índice de Apgar baixo no primeiro minuto de vida (à custa 
de uma FC < 100 bpm, frequência respiratória irregular 
ou ausente com cianose), não responsivo às manobras 
de reanimação irregular → ≤ 5 
2. Exame neurológico alterado nos primeiros dias de vida 
3. Acidemia com aumento de lactato sérico 
4. Disfunção de múltiplos órgãos 
FISIOPATOLOGIA 
O feto depende da placenta para suas trocas gasosas e, embora 
seus tecidos apresentem baixo conteúdo de oxigênio, seu 
metabolismo normalmente não chega a ser hipóxico, mantendo-se 
aeróbio por causa da hemoglobina fetal que tem afinidade elevada 
por oxigênio, pelo mecanismo adaptativo de velocidade de perfusão 
nos tecidos fetais (maior do que no adulto) e pelo baixo consumo 
tecidual de oxigênio (por necessidade de termorregulação e 
esforço respiratório baixos). 
Durante o trabalho de parto. em geral. ocorre algum grau de 
asfixia, ocasionada pela redução da perfusão sanguínea placentária 
a cada contração, com consequente queda das trocas gasosas, 
ocasionando hipoxemia e hipercapnia transitórias. Esses efeitos são 
recuperáveis a cada intervalo entre as contrações, porém são 
cumulativos: quanto maior a duração do trabalho de parto, maiores 
serão a hipoxemia, a hipercapnia e a acidemia resultantes. 
Quando existe queda no suprimento de oxigênio tecidual (asfixia 
perinatal), mesmo que transitória e leve (depressão neonatal), 
ocorre resposta imediata e fisiológica para evitar o dano 
permanente. Essa resposta consiste basicamente de uma 
alteração circulatória e hemodinâmica. O feto e o recém-nascido 
respondem com aumento do fluxo direito-esquerdo através do 
forame oval e redistribuição do fluxo sanguíneo, havendo desvio 
preferencial para a cabeça e o coração, com redução do fluxo 
para os órgãos não vitais. O consequente aumento da resistência 
vascular periférica eleva a pressão sanguínea na fase precoce do 
período da asfixia, e essa se manterá elevada enquanto o miocárdio 
puder suportar o débito cardíaco. Com a continuidade desse 
processo, ocorre aumento da hipóxia e da acidose, e o miocárdio 
entra em falência, causando queda tanto no débito cardíaco quanto 
na pressão sanguínea; verifica-se também alteração no padrão 
respiratório, que se inicia com movimentos respiratórios 
irregulares (de aparecimento ainda intrauterino), seguidos de 
apneia de curta duração (30 segundos a 1 minuto), conhecida como 
apneia primária. Se o processo de asfixia não for corrigido, a 
respiração continuará irregular e cessará após 3 a 4 minutos, 
caracterizando a apneia secundária. Nesse momento, o óbito 
ocorrerá, a menos que sejam instituídas as manobras de 
reanimação. 
Lavínia Araújo 
Na asfixia provocada por diversos processos, observar-se a 
seguinte sequência de fatos: 
1. Hipoxemia inicial. 
2. Alterações circulatória e hemodinâmica adaptativas: 
redistribuição do fluxo sanguíneo para manter as 
circulações cerebral e miocárdica, por redução na 
resistência vascular desses órgãos e aumento na 
resistência vascular periférica 
3. Alteração no ritmo respiratório: apneia primária seguida 
de apneia secundária. 
4. piora da hipoxemia, acidose láctica e hipercapnia: a 
hipóxia persistente impossibilita o metabolismo celular 
aeróbio, com formação de ácido láctico e consequente 
redução do pH; a hipercapnia é favorecida por um 
somatório de efeitos metabólicos e fisiológicos tais como 
a presença de acidose, o aumento no fluxo sanguíneo 
cerebral (reperfusão) e a vasoconstrição periférica. 
5. Esgotamento dos mecanismos adaptativos: redução da 
oferta de oxigênio para órgãos vitais. 
6. Disfunção de múltiplos órgãos e sistemas: 
a. Miocárdio – a hipóxia conduz inicialmente à 
diminuição da atividade metabólica do miocárdio 
(por redução do metabolismo aeróbio e início do 
anaeróbio), com queda na frequência cardíaca 
(observada somente em recém-nascidos de 
termo) por ativação vagal e estímulo de 
barorreceptores arteriais periféricos, sendo 
seguida de ativação transitória do sistema 
nervoso autônomo simpático, com taquicardia 
de curta duração; após o esgotamento dessa 
fase, ocorre redução progressiva do glicogênio 
cardíaco (para a produção de energia por meio 
da glicólise), com queda progressiva da 
frequência cardíaca, liberação de enzimas do 
músculo cardíaco e repercussões na 
repolarização; finalmente, o choque 
cardiogênico sobrevém por esgotamento 
energético, associado às alterações 
hemodinâmicas que se repercutem no retorno 
venoso. 
b. Pulmão – a hipóxia favorece a persistência do 
padrão fetal circulatório, mantendo o "shunt" 
direito-esquerdo através do forame oval e do 
canal arterial, caracterizando o quadro de 
hipertensão pulmonar persistente. Além disso, 
a vasoconstrição pulmonar, decorrente da 
hipóxia e da hipercapnia, pode resultar em 
isquemia pulmonar, lesão celular e redução do 
surfactante alveolar. 
c. Rim - a vasoconstrição persistente ocasiona 
isquemia no túbulo proximal que, associada à 
presença de mioglobina, liberada das fibras 
musculares, pode causar necrose tubular 
aguda. 
d. Trato gastrintestinal – vasoconstrição 
persistentegera a isquemia mesentérica 
favorecendo a enterocolite necrosante. 
e. Alterações hematológicas – coagulação 
intravascular disseminada ocorre 
principalmente pela presença de hipotensão, 
associada à acidose e à hipóxia por estímulo 
direto do fator antiplaquetário. 
f. Alterações metabólicas – hipoglicemia ocorre 
por aumento na glicólise anaeróbia inerente à 
hipóxia; hipocalcemia ocorre por aumento da 
calcitonina que é estimulada pelo estresse, o 
qual libera cortisol, catecolaminas e glucagon, 
substâncias que atuam no estímulo da 
calcitonina. 
g. Sistema nervoso central – os mecanismos de 
lesão cerebral, embora ainda não muito claros 
na sequência dos eventos, envolvem múltiplos 
aspectos, sendo a encefalopatia hipóxico-
isquêmica caracterizada por aspectos 
neuropatológicos e clínicos, que estão descritos 
separadamente pela importância que 
apresentam. 
ENCEFALOPATIA HIPÓXICO-ISQUÊMICA 
O funcionamento adequado dos neurônios depende da oferta de 
oxigênio e de glicose, que são substratos para a produção de 
moléculas ricas em energia, ATP e fosfocreatina. Essas moléculas 
fornecem energia para a manutenção do funcionamento da bomba 
de sódio, essencial para a estabilização do potencial elétrico da 
membrana citoplasmática da célula nervosa. Como as reservas de 
ATP e fosfocreatina do SNC são limitadas, existe necessidade de 
reposição contínua dessas moléculas. A produção desses 
compostos é feita por meio da glicólise, cuja reação possui uma 
fase anaeróbia e outra aeróbia. 
Durante a asfixia, hipoxemia e isquemia muitas vezes ocorrem 
concomitantemente ou em sequência a ela, sendo que, em geral, a 
hipercapnia está presente. O mecanismo de isquemia para a lesão 
cerebral no período perinatal parece ser mais importante do que 
o de hipoxemia, dentre as duas formas de diminuição da oferta de 
oxigênio. Além disso, o período de reperfusão que se segue 
provavelmente é mais deletério para o tecido cerebral do que a 
isquemia. Os possíveis mecanismos bioquímicos para a alteração 
inicial da função cerebral durante a asfixia são: 
1. Alterações regionais da formação de ATP – com 
hipoxemia, apesar da oferta aumentada inicial de glicose 
para o cérebro (por aumento do fluxo sanguíneo cerebral 
inicial), ocorre aumento da glicólise anaeróbia, com 
redução de ATP; a redução de fosfocreatina e a de 
fosforilação oxidativa são mais tardias, após a instalação 
de isquemia, que termina por reduzir o fornecimento de 
Lavínia Araújo 
glicose cerebral, aumentando a glicólise anaeróbia e a 
acidose intracelular (por formação de lactato e de íons 
hidrogênio). 
2. Acúmulo de potássio extracelular – ocorre por alteração 
na bomba de sódio. 
3. Acídose intracelular – durante a glicólise anaeróbia 
ocorre acidose por formação de lactato e de íons 
hidrogênio 
4. Peroxidação lipídica – ocorre na primeira hora de 
hipoxemia, sendo o mais tardio dos efeitos deletérios, 
com consequente alteração na atividade da Na+, K+-
ATPase, enzima crucial na regulação do fluxo de íons 
através das membranas e dependente do fosfolipídeo da 
membrana celular. Acredita-se que a peroxidação lipídica 
ocorra por formação de radicais livres formados 
durante a hipóxia. Esses radicais livres são responsáveis 
pela peroxidação de ácidos graxos poli-insaturados (PUFA) 
da membrana citoplasmática e também pelo dano ao DNA 
e às proteínas que contêm grupos insaturados ou do tipo 
sulfiril. 
5. Fluxo alterado de íons – o aumento do cálcio intracelular 
desencadeia diversos efeitos deletérios para a célula 
cerebral, entre eles: hidrólise fosfolipídica, com lesão de 
membrana celular; ativação do ácido araquidônico, com 
formação de radicais livres; proteólise dos 
neurofilamentos, com rotura microtubular; dano nuclear; 
diminuição da produção de ATP; auto-oxidação das 
catecolaminas; oxidação das hipoxantinas até ácido úrico, 
com mais formação de radicais livres; formação de óxido 
nítrico, com efeito tóxico para os neurônios e ativação 
de glutamato, que atualmente é reconhecido como o 
principal fator deletério para o cérebro, causador da 
morte cerebral. 
6. Fluxo alterado de neurotransmissores – mesmo a 
hipoxemia moderada pode reduzir a síntese de 
acetilcolina, dopamina, norepinefrina e serotonina. Outros 
compostos que interferem na neurotransmissão 
também podem ser afetados, tais como AMP-cíclico, 
GMP e ácido gama-aminobutírico. 
FATORES DE RISCO 
ANTENATAIS INTRAPARTO 
Diabetes materno Parto cesariano 
Doença hipertensiva da 
gestação 
Trabalho de parto prolongado 
Hipertensão crônica Trabalho de parto prematuro 
Sangramento do 2º e 3º 
trimestre 
Rotura prolongada de 
membranas, Descolamento 
prematuro de placenta e 
Placenta prévia 
Infecção materna Fisometria 
Polidrâmnio e oligodrâmnio Apresentação pélvica 
Gestação prolongada Segunda fase do trabalho de 
parto > 2 horas 
Gestação múltipla Anestesia geral 
Uso de drogas Narcóticos antes de 4 horas do 
parto 
Terapia materna Mecônio 
Anemia ou isoimunização Prolapso de cordão umbilical 
O recém-nascido pode ser acometido por problemas intrauterinos, 
maternos, placentários ou do próprio feto, bem como decorrentes 
do tipo, intercorrências ou duração do parto, Problemas de origem 
neonatal são mais raros, mas incluem pneumotórax espontâneo, 
pneumonia ou obstrução mecânica das vias aéreas, entre outros. 
Outros fatores podem influenciar o dano causado pela asfixia: 
1. Hiperglicemia: a glicose é tóxica para o feto asfixiado, 
aumentando a acidose. 
2. Acidose láctica: leve ou moderada, aparentemente é 
protetora para o dano cerebral, enquanto a grave piora 
o desenvolvimento cerebral. 
3. Pós-maturidade: pode aumentar o risco de lesão cerebral 
já existente no recém-nascido asfixiado. 
4. Prematuridade: aumenta o risco de necrose 
periventricular. 
5. Crescimento intrauterino retardado: aumenta o risco de 
lesão pós-asfíxica, por menor habilidade, nesse tipo de 
recém-nascido, para realizar a fase adaptativa da asfixia. 
6. Danos repetidos: episódios repetidos de asfixia atingem 
também a região do tálamo e do estriado, aumentando o 
dano cerebral, que é caracterizado como paralisia 
cerebral coreatetóide. 
7. Compressão prolongada do cordão umbilical: a 
compressão por mais de 10 minutos pode fazer com que 
o dano cerebral possa atingir a região do hipocampo. 
 
DISCORRER SOBRE ALOJAMENTO CONJUNTO 
(PRINCÍPIOS E CRITÉRIOS) E EXAMES REALIZADOS 
(OLHINHO, ORELHINHA E CORAÇÃO) 
O Ministério da Saúde na portaria de nº 2068 de 21 de outubro 
de 2016 instituiu as diretrizes para a organização da atenção 
integral à mulher e ao recém-nascido no Alojamento Conjunto. 
O Alojamento Conjunto é o local destinado às mulheres clinicamente 
estáveis e sem contraindicações para a permanência junto ao 
recém-nascido. 
QUAIS RECÉM-NASCIDOS VÃO PARA O ALOJAMENTO? 
1. Apenas os clinicamente estáveis e com boa vitalidade 
2. Idade gestacional maior que 35 semanas 
3. Peso maior ou igual a 2000 g 
4. Capacidade de sucção 
5. Capacidade de controle da temperatura 
6. Índice de apgar maior que 6 no quinto minuto 
Lavínia Araújo 
Nesse período, portanto, o profissional de saúde deve favorecer 
ao máximo o contato íntimo, pele a pele, entre mãe e bebe, 
evitando procedimentos desnecessários ou que possam ser 
realizados mais tarde. A separação da mãe e do bebe e a sedação 
da mãe privam o binômio desse momento tão especial. 
Após a finalização dos procedimentos de sala de parto, a mãe e o 
RN devem ir para um local dentro da maternidade que permita a 
eles ficarem juntos 24 horas por dia até a alta hospitalar. Para 
isso, foi implantado o sistema de alojamento conjunto nas 
maternidades. 
VANTAGENS – ATENÇÃO À SAÚDE DO RN 
Humanização do atendimento mãe-filho e sua família; 
Convivência contínua entre a mãe e o bebê favorece o 
conhecimento mútuo e a satisfação imediata das necessidades 
físicas e emocionais do RN. Os bebês no alojamento conjunto 
dormem mais e choram menos do que os de berçário; 
Ocorre um maior envolvimento dospais no futuro cuidado com a 
criança; 
Promove o vínculo precoce entre mãe e filho → aumenta a ligação 
afetiva e reduz auso e negligência infantil e de abandono da 
amamentação; 
Promoção do aleitamento materno → aumenta a velocidade da 
descida do leite materno e o tempo mais prolongado de 
amamentação; 
Oportunidade para as mães, em especial as primigestas, de 
aprenderem as noções básicas dos cuidados com o RN; 
Tranquilidade das mães que ficam inseguras quanto ao atendimento 
prestado a seus filhos quando não estão perto deles → a 
ansiedade pode inibir a ocitocina e dificultar a liberação do leite, e 
enquanto o choro costuma estimular o reflexo de ejeção do leite; 
Troca de experiência com outras mães quando compartilham o 
mesmo quarto, em especial com mães mais experientes que 
também estão cuidando dos seus filhos; 
Maior interação entre a mãe e a sua família e os profissionais de 
saúde; 
Diminuição do risco de infecção hospitalar. 
ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE SAÚDE 
Deve-se encorajar o aleitamento materno sob LIVRE DEMANDA 
Não dar ao RN NENHUM OUTRO ALIMENTO OU BEBIDA, ALÉM DO 
LEITE MATERNO (a não ser que seja indicada pelo médico) 
Não dar bicos artificiais ou chupetas às crianças amamentadas no 
seio. Durante o estabelecimento da amamentação, esses artefatos 
podem causar confusão de bicos pelo uso da boca e língua para 
sugar a mamadeira e chupeta 
Orientar as mães para que não amamentem outros RNs que não 
os seus (amamentação cruzada) e não permitir que outras mães 
amamentem seu filho para prevenção de contaminação de 
crianças com possíveis patógenos que podem ser encontrados no 
leite materno (INCLUSIVE O HIV) 
Realizar visitas diárias para esclarecer e orientar a mãe, dando 
segurança quanto ao estado de saúde do filho 
Permanência de no mínimo 48 horas no alojamento conjunto para 
oportunidade de aprendizado para as mães durante sua 
permanência e detecção de complicações pós-parto e afecções 
neonatais. 
O atendimento do RN deve ser feito na presença da mãe e, sendo 
o primeiro contato com a família, apresentar-se a eles 
O acompanhante deve participar do atendimento sempre que for 
possível e adequado para estímulo do apoio à mãe 
BOAS PRÁTICAS 
Deve haver o acolhimento com o atendimento humanizado e seguro 
às mulheres, aos RNs, aos acompanhantes, aos familiares e aos 
visitantes. 
Acolher implica recepcionar o usuário, desde sua chegada, 
responsabilizando-se integralmente por ele, ouvindo suas queixas, 
permitindo que ele expresse suas preocupações e angústias, e 
dando-lhe respostas adequadas. 
Deve haver a comunicação pois deve haver a competência de 
saber passar a informação com clareza e eficiência usando a 
técnica de aconselhamento. 
Deve-se usar artifícios para o aconselhamento: 
1. Linguagem não verbal → sorrir, balançar a cabeça 
afirmativamente 
2. remover as barreiras físicas → mesa, papéis para 
maior aproximação 
3. usar linguagem simples e acessível 
4. dar espaço para a mãe se expressar → necessário 
saber ouvir 
5. demonstrar ter empatia 
6. evitar palavras que soem como julgamento 
7. aceitar e respeitar os sentimentos e as opiniões das 
mães sem precisar concordar e discordar 
8. reconhecer e elogiar as situações em que a mãe e o 
bebê estão indo bem 
9. oferecer poucas informações em cada aconselhamento 
10. fazer sugestões ao invés de ordem 
11. oferecer ajuda prática 
12. conversar com as mães sobre suas condições de saúde 
e as do bebê, explicando os procedimentos e condutas 
ORIENTAÇÕES 
AMAMENTAÇÃO 
Lavínia Araújo 
Deve ser abordado a: 
Importância do aleitamento materno e as desvantagens da 
introdução alimentar precoce 
Recomendação quanto à duração da amamentação (dois anos ou 
mais e exclusividade até os 6 meses) 
Importância do aleitamento em livre demanda 
Flexibilidade quanto ao tempo de permanência em cada mamada 
Prevenção de problemas sobre a amamentação 
Manutenção de hábitos saudáveis pela mãe 
Ordenha do leite 
Checar o posicionamento da amamentação: 
1. mãe em posição confortável 
2. rosto do bebê de frente para a mama e com o nariz na 
altura do mamilo 
3. bebê com a cabeça e tronco alinhados (pescoço não 
torcido) 
4. corpo do bebê próximo ao da mãe 
Pega: 
1. boca do bebê bem aberta com o lábio inferior virado para 
fora 
2. mais aréola visível acima da boca do bebê 
3. queixo tocando a mama 
USO DE MAMADEIRA 
Água, chás e outros leites devem ser evitados. 
USO DE CHUPETA 
A chupeta tem sido desaconselhada pela possibilidade de interferir 
negativamente na duração do aleitamento materno, entre outros 
motivos. 
O uso de chupeta está associado a uma maior ocorrência de 
candidíase oral, de otite media e de alterações do palato. 
COMPORTAMENTO NORMAL DO RN 
É importante enfatizar para a mãe que cada bebê e único, 
respondendo de maneiras diferentes as diversas experiencias. 
Comparações com filhos anteriores ou com outras crianças devem 
ser evitadas, podendo inclusive interferir na interação entre a mãe 
e o bebê. 
Muitas mães se queixam de que seus bebes “trocam o dia pela 
noite”. As crianças, quando nascem, costumam manter nos 
primeiros dias o ritmo ao qual estavam acostumadas dentro do 
útero. 
INTERAÇÃO COM O BEBÊ 
A interação entre a mãe e seu bebê nos primeiros dias é muito 
importante para uma futura relação sadia. 
A mãe e os futuros cuidadores da criança devem ser orientados 
a responder prontamente às necessidades do bebê, não temendo 
que isso vá deixá-lo “manhoso” ou excessivamente dependente 
mais tarde. 
Carinho, proteção e pronto atendimento das necessidades do bebê 
só tendem a aumentar sua confiança, favorecendo sua 
independência em tempo apropriado. 
LIMPEZA DO COTO UMBILICAL 
Sempre após a troca de fralda. 
POSIÇÃO DO BEBÊ PARA DORMIR 
Por em decúbito dorsal e orientar de forma clara quanto ao 
posicionamento recomendado do bebê para dormir. 
Está bem documentada a associação entre síndrome da morte 
súbita do lactente e posição prona. 
Existe temor entre pais e profissionais de saúde quanto à 
possibilidade de aspiração dos bebês quando colocados em decúbito 
dorsal. No entanto, estudos mostram que não houve aumento da 
frequência de aspiração após a recomendação de colocar as 
crianças para dormir nessa posição. 
Apesar dessa recomendação, mesmo em hospitais-escola com 
programas de residência médica em Pediatria, a posição para 
dormir mais utilizada no alojamento conjunto de maternidades 
brasileiras é a de decúbito lateral, assim como também a mais 
recomendada, erroneamente, em orientação verbal, na alta 
hospitalar. 
ACOMPANHAMENTO DA CRIANÇA 
Toda criança deve sair da maternidade com a primeira consulta 
marcada de preferência na primeira semana de vida. 
Orientados quanto à importância do teste do pezinho, realizado 
entre o 3º e 5º dia de vida. 
A Caderneta da Criança é distribuída gratuitamente a todas as 
crianças nascidas no território nacional, nas maternidades públicas 
ou privadas. Antes da alta hospitalar, a caderneta deve ser 
preenchida com as condições de parto e nascimento pelo 
profissional que atendeu o RN e explicado o conteúdo aos pais. 
 
TRIAGEM NEONATAL 
Triagem é um método de detecção através de testes aplicados 
para avaliara a probabilidade elevada de apresentar determinadas 
patologias. 
Para triar, deve ser uma doença frequente, sem achados clínicos 
precoces e de melhora clínica com o tratamento. 
Lavínia Araújo 
TESTE DO OLHINHO 
Teste simples, rápido e indolor. 
Avalia a leucocoria (pupila branca) através do reflexo da superfície 
retiniana. 
Avalia em um ambiente com pouca luz e usando um o oftalmoscópio. 
Identificar um reflexo vermelho que aparece quando um feixe de 
luz ilumina o olho do bebê numa sala em penumbra. 
Numa distância de 50 a 100 cm ao mesmo tempo em ambos os 
olhos. 
Pode detectar qualquer alteração que cause obstrução no eixo 
visual como catarata, glaucoma congênito, retinocoroidite e 
retinoblastoma (FILHA DE THIAGO LEIFERT). 
O diagnóstico precoce pode possibilitaro tratamento no tempo 
certo e garantir o desenvolvimento normal da visão. 
Deve ser feito nas primeiras 24 horas de vida. 
Se houver alteração, enviar para o oftalmologista. 
Encaminhar pelo sistema Hygiaweb. 
Deve ser feito em toda consulta de puericultura. 
 
 
 
TESTE DO CORAÇÃOZINHO 
A cardiopatia congênita é a malformação congênita mais comum e 
ocorre em 1% dos recém-nascidos vivos e corresponde à 10% dos 
óbitos infantis e a mortalidade aumenta quando não identificada no 
nascimento. 
Faz uma triagem para as cardiopatias críticas → decorrem do 
fechamento do canal arterial. 
Deve ser feita a oximetria de pulso de forma rotineira em recém-
nascidos aparentemente saudáveis com idade gestacional maior do 
que maior 34 semanas tem se mostrado um instrumento de 
rastreamento de elevada especificidade e moderada sensibilidade 
para detecção de cardiopatias. 
O Teste do Coraçãozinho consiste em medir a oxigenação do 
recém-nascido com o auxílio de um oxímetro de pulso no membro 
superior direito e membro inferior do bebê (esquerdo ou direito) 
entre 24 e 48h de vida e antes da alta hospitalar. 
Caso algum problema seja detectado, a criança deverá ser 
encaminhada para avaliação clínica especializada cardiológica, bem 
como para realização de exames mais específicos 
(ecocardiograma) visando ao diagnóstico definitivo. 
O teste pode ser realizado em recém-nascidos que nasceram fora 
do ambiente hospitalar, utilizando-se um oxímetro portátil com 
sensor neonatal adequado e deverá ser interpretado da mesma 
maneira dos exames realizados intrahospitalar. 
Caso a SatO2 seja > 95% ou a diferença entre as medidas seja 
de ≤ 3 %, tem o seguimento neonatal de rotina (NORMAL). 
Caso a SatO2 seja 90-94% em qualquer medida e a diferença 
entre as medidas seja de ≥ 4%, deve repetir o teste em até 1 
hora (até 2 vezes) pois é um resultado duvidoso. 
Caso a SatO2 seja ≤ 89% em qualquer medida, deve enviar para 
a avaliação cardiológica e ecográfica para diagnóstico de 
cardiopatias dependentes de canal. 
TESTE DA ORELHINHA 
Feito preferencialmente entre 24h e 48h 
Identifica possíveis problemas auditivos no recém-nascido. 
Gera a produção de um estímulo sonoro e a avaliação da captação 
do seu retorno por meio de uma sonda introduzida na orelha. 
Permite um desenvolvimento neuronal correto, melhor rendimento 
escolar, autoestima e adaptação psicossocial. 
Desde 2010 é determinado por lei que nenhuma criança saia da 
maternidade sem ter feito o teste, que é gratuito. 
As crianças nascidas fora do ambiente hospitalar devem fazê-lo 
antes de completarem 3 meses de vida. O Teste da Orelhinha é 
realizado com o bebê dormindo, em sono natural, é indolor e não 
machuca, não precisa de picadas ou sangue do bebê, não tem 
contraindicações e dura em torno de 10 minutos. 
Hygiaweb para encaminhar. 
Lavínia Araújo 
 
 
DETALHAR O MECANISMO DA ICTERÍCIA NEONATAL 
ICTERÍCIA NEONATAL- SBP 
É a coloração amarelada da pele e das conjuntivas definida pela 
concentração sérica de bilirrubina indireta > 1,5 mg/dL ou de 
bilirrubina direta > 1,5 mg/dL, desde que mais que 10% do valor da 
bilirrubina total. 
Na avaliação clínica é visível quando o nível de BT sérica excede 5 
mg/dL. 
Pelo fato da BI ser lipossolúvel, ela consegue acumular em SNC e 
levar a um quadro de encefalopatia bilirrubínica, complicação grave. 
Estima-se que na década de 2000 tenha ocorrido 1 caso de 
encefalopatia bilirrubínica para cada 40000 a 150000 nascidos 
vivos. 
Na prática, 85% dos RN a termo e a maior parte dos prematuros 
desenvolvem icterícia clínica. 
METABOLISMO DA BILIRRUBINA 
A hemoglobina das hemácias é degradada em heme. A heme sofre 
ação da heme oxigenase e se converte em biliverdina que sofre 
ação da biliverdina redutase e gera a bilirrubina indireta. A BI circula 
acoplada à albumina. 
Ao chegar no hepatócito, a BI é captada e a albumina volta para a 
circulação. Dentro do hepatócito, a BI se combina ao ácido 
glucorônico pela enzima UGT1A1 (glucoroniltransferase). 
A união dessas duas substâncias gera a bilirrubina direta que pode 
ser excretada. Em geral, a BD sofre ação das bactérias 
enterócitas e forma o urobilinogênio que pode virar urobilina e é 
excretado pelos rins ou pode virar estercobilinogênio e depois 
estercobilina e ser eliminado pelas fezes. 
FISIOPATOLOGIA - SBP 
Durante a vida fetal, o feto produzia bilirrubina indireta por ser 
lipossolúvel e poder eliminar diretamente pela placenta. Ao nascer, 
o RN precisa agora conjugar essa bilirrubina para eliminá-la pelo 
sistema biliar e trato gastrointestinal. 
O RN tem maior suscetibilidade à icterícia por apresentar falhas 
no metabolismo da bilirrubina. 
O RN possui uma maior carga de bilirrubina indireta no hepatócito 
associada a uma menor captação, conjugação e excreção hepática 
da bilirrubina. Isso decorre do fato do RN ter um trato 
gastrointestinal estéril (menor flora intestinal) e uma maior 
quantidade de beta glucoronidase (responsável pela desconjugação 
da BD em BI e é fornecida pelo leite materno). 
A sobrecarga de bilirrubina ocorre pela maior quantidade de 
bilirrubina indireta (o RN produz de 2 a 3 vezes mais que o adulto) 
decorrente da maior quantidade proporcional de hemoglobina e 
menor vida média das hemácias do RN. 
ETIOLOGIA 
As principais etiologias são as: 
1. icterícia fisiológica 
2. icterícia pelo aleitamento materno 
3. síndrome da icterícia do leite materno 
Essas são causas de icterícia que levam a icterícia tardia (após às 
24h). 
ICTERÍCIA FISIOLÓGICA 
No RN à termo começa após as 24h de vida, com pico do 3º ao 
4º dia e no máximo de 12 mg/dL e se normaliza em 7 dias. 
No pré-termo também tem início após 24h, porém com um pico 
mais tardio (do 4º ao 7º dia), com um máximo de 15 mg/dL e se 
normaliza entre 10 a 30 dias. 
Possui fatores de risco definido pela: 
1. idade materna 
2. descendentes asiáticos 
3. DMG 
4. Prematuridade 
5. Extravasamento de sangue 
6. Perda de peso 
7. Retardo para evacuar 
ICTERÍCIA PELO ALEITAMENTO MATERNO 
Pode ocorrer durante a primeira semana de vida. 
Devido à dificuldade de sucção ou pela pouca oferta láctea, o RN 
pode perder peso (>7%) e gerar desidratação. Esse quadro leva a 
um aumento da circulação entero-hepática, que sobrecarrega a 
bilirrubina no hepatócito e um aumento da bilirrubina indireta. 
SÍNDROME DA ICTERÍCIA PELO LEITE MATERNO 
Predisposição genética à icterícia em que as substâncias presentes 
no leite materno ativam fenótipos associados a uma menor 
atividade da enzima UGT1A1 (que une a BI com o ácido glucorônico) 
→ o leite materno age como um modificador ambiental para os 
fenótipos. 
Lavínia Araújo 
Se inicia ainda na primeira semana entre 3 e 5 dias de vida e atinge 
o pico após 2 semanas, quando começa a declinar. 
Não é necessária intervenção nesse tipo de icterícia e não deve 
desaconselhar o aleitamento. 
Nesse caso eu tenho um bebê com bom estado geral e bom ganho 
pondero-estatural. 
É UM DIANGÓSTICO DE EXCLUSÃO. 
QUADRO CLÍNICO 
1. Icterícia 
a. Progressão cefalocaudal 
b. Avaliação pelas zonas de kramer 
 
COMPLICAÇÕES DA BI 
A mais temida é a encefalopatia bilirrubínica que gera uma lesão 
cerebral pela BI nos gânglios da base. 
Possui duas fases clínicas: 
1. Aguda → ocorre nos primeiros dias e perdura por 
semanas, com letargia, hipotonia e sucção débil com 
evolução para hipertonia com hipertermia (faz um 
retroarqueamento do pescoço e tronco com progressão 
para apneia, coma, convulsões e morte) e choro 
estridente 
2. Crônica → as que sobrevivem apresentam a forma 
crônica com tétrade paralisia cerebral atetoide grave, 
neuropatia auditiva, paresia vertical do olhar e displasia 
dentária (pode haver retardo mental) 
DIAGNÓSTICO 
Dosagem de bilirrubina total e frações 
Hemoglobina e hematócrito 
Reticulócitos → saber como a medula responde à destruição das 
hemácias 
Tipagem sanguínea da mãe e do recém-nascido 
ZONAS DE RISCO 
Classifica-se pelo normograma de Buthani. 
Avalia zonas de riscode icterícia. 
Deve se preocupar se a dosagem de bilirrubina sérica estiver na 
zona de risco intermediário alto e de alto risco 
 
AVALIAÇÃO DA ICTERÍCIA 
Deve avaliar os fatores de risco e examinar o RN 8 a 12 horas. 
Caso seja uma icterícia precoce, deve colher exames e partir para 
o tratamento com a fototerapia. 
Caso seja uma icterícia tardia, deve-se: 
1. Se for de zona < 2, deve ser feita apenas a observação 
clínica de 8 a 12 horas 
2. Se for zona ≥ 2, deve-se colher os exames para 
avaliação da zona de risco: 
a. Se for > p75 Buthani, deve ser feita a 
fototerapia 
b. Se for < 75 Buthani, deve ser feita apenas a 
observação clínica 
ALTA 
Icterícia em zona de risco intermediário baixo ou baixo 
Após 48h sem icterícia ou icterícia zona I 
SEMPRE DEVE AGENDAR UM RETORNO AMBULATORIAL EM 48 A 
72H PARA AVALIAR SE NÃO HOUVE DEPOIS PELA ICTERÍCIA PELA 
SÍNDROME DO LEITE MATERNO E PELO LEITE MATERNO 
FOTOTERAPIA 
Utiliza a tabela guia para com base nos níveis de bilirrubina: 
Lavínia Araújo 
 
A partir de nível maior ou igual aos tabelados, para tantas horas 
de vida, utiliza a fototerapia. Para fatores de neurotoxicidade, 
diminui o valor referência em 2 mg/dL. 
 
COMO FUNCIONA A FOTOTERAPIA 
A bilirrubina indireta na pele sofre a ação da luz azul e sofre uma 
fotoisomerização e se converte na bilirrubina-4Z,15E que pode ser 
excretado pela bile mais facilmente. 
Também leva à um isômero geométrico → lumirrubina que leva à 
excreção pela urina. 
A eficácia depende do comprimento da onda de luz, da irradiância 
espectral, da distância entre as luzes e o recém-nascido, 
superfície de pele exposta. 
São necessários cuidados: 
1. Temperatura do RN devido ao fato de ser feito de 
fralda 
2. Oferta hídrica pelo aumento de perdas insensíveis 
(estimulação do aleitamento) 
3. Proteção ocular radiopaca pela exposição da luz aos 
olhos correndo risco de lesão nos olhos 
 
 
PROBLEMA 1 – FECHAMENTO 
 
DISCORRER SOBRE A 1ª CONSULTA DE PUERICULTURA 
(EXAME FÍSICO, NEUROLÓGICO E VARIAÇÕES 
PATOLÓGICAS) 
ANAMNESE – MANUAL DE NEONATOLOGIA 
As informações obtidas na anamnese são direcionadas para 
informar os riscos aos quais o bebê está exposto e preparar a 
equipe para oferecer a melhor condição de nascimento de cada 
bebê. 
O acompanhamento materno deve ser iniciado bem antes do parto 
para ao final da gestação haver condições e informações 
suficientes para oferecer a melhor atenção e cuidado ao RN. 
Portanto, após o parto, haverá informes suficientes para 
adequado encaminhamento do RN (alojamento conjunto, CTI e UTI 
neonatal) e quais condutas deverão ser tomadas e quais 
orientações deverão ser feitas. 
Tópicos: 
1. Identificação do RN 
Como ainda não foi registrado em cartório, identifica-se como RN 
de “nome da mãe”. 
Data e hora de nascimento são importantes para avaliar a evolução 
do RN e diferenciar alterações que podem ser consideradas 
fisiológicas ou patológicas a depender do tempo de vida (icterícia) 
1. Informações da mãe e Informações do pai 
Idade, escolaridade, ocupação, estado civil ajudam a levantar 
informações a respeito de aspectos psicossociais da dinâmica 
familiar que o RN irá se inserir 
2. Antecedentes familiares 
Avalia presença de alterações genéticas, anomalias congênitas ou 
patologias cromossômicas. Histórico familiar para DM, HAS, 
nefropatias, doenças reumáticas, aterosclerose, doenças mentais, 
hemorragias, distúrbios metabólicos e alergias. 
Infecções congênitas 
Grupo sanguíneo dos pais 
Hábitos maternos e paternos relacionados à bebida, fumo e uso de 
drogas. 
Questionar existência de irmãos RN e se todos são saudáveis. 
3. Antecedentes maternos 
Uso de medicamentos, presença de histórico de 
depressão/tristeza ou violência e condição de saúde 
4. História gestacional 
Informações sobre paridade, abortos, número de gestações, idade 
materna do último parto (intervalos < 6 meses e ≥ 6 anos são 
fatores de risco, assim como primigesta < 17 anos ou > 30 anos), 
peso do maior filho ao nascer (presença de macrossomia em > 
4000 g). 
Indagar se ocorreram mortes perinatais, se teve filhos 
prematuros, com baixo peso ao nascer ou com malformações. Para 
aqueles que possam ter apresentado icterícia neonatal, diferenciar 
entre fisiológica ou patológica e saber se foi necessário fazer 
alguma terapia. Houve casos de hidropsia? Como se passou o 
puerpério? Amamentou bem? Por quanto tempo? Suspendeu o 
aleitamento por algum motivo? São outros pontos relevantes. 
5. Informações gestação atual 
Idade gestacional: 
I. pré termo precoce: < 34 semanas 
II. pré-termo tardio: ≥ 34 semanas e < 37 semanas 
III. a termo precoce: ≥ 37 semanas e < 39 semanas 
IV. a termo: ≥ 39 semanas e < 42 semanas 
V. pós-termo: ≥ 42 semanas 
Pré-natal: mínimo de 6 consultas intercaladas por médico e 
enfermeiro, iniciado preferencialmente no primeiro trimestre → 
atendimento mensal até a 28ª semana, quinzenal da 28ª a 36ª e 
semanal da 36ª a 41ª. 
Como se passou a higiene bucal → cárie está associada a parto 
prematuro. 
Vacinas: difteria e tétano (DT/DTpa), hepatite B e influenza 
Medicamentos indicados: vitamina B2, ácido fólico e ferro 
6. Intercorrências na gestação atual 
ITU → uma das principais causas de parto prematuro e deve ser 
tratada mesmo em pacientes assintomáticas quando identificadas 
pelo sumário de urina 
Leucorreia materna → relacionada com parto prematuro 
LAVÍNIA ARAÚJO 
@laviarauj 
DM → pode ser gestacional ou crônica e está relacionada com 
macrossomia, distúrbios metabólicos, prematuridade, 
tocotraumatismos 
Estados hipertensivos: hipertensão arterial crônica e pré-
eclâmpsia 
7. Exames realizados 
Preconizados pelo MS: investigação de colonização vaginal e retal 
por estreptococcus do grupo B. 
8. Período pré-natal e pós-natal 
Questionar sobre parto múltiplo e ordem de nascimento 
Local de parto 
Profissional responsável pelo parto e o nome do acompanhante 
Apresentação da criança 
Se foi parto vaginal ou cesáreo e indicação 
Duração do trabalho de parto 
Tempo de rotura de membranas: ≥ 18h está associado a infecções 
Caracterização do líquido amniótico: normalmente é claro, 
transparente ou amarelo pálido e inodoro → pesquisar 
oligodrâmnio e polidrâmnio 
9. Sala de parto 
Saber se a gestação está a termo e a IG. Anotar se a criança 
chorou ao nascer, se tinha um bom tônus muscular e se houve 
eliminação de mecônio (caracterizá-lo). 
Apgar: avaliar o 1º e o 5º minuto e subsequente a ada 5 minutos 
caso seja necessário. 
Clampeamento do coto umbilical: se imediato ou tardio 
Amamentação na 1ª hora de vida: evita hipoglicemia para o RN, 
reduz riscos de hemorragia materna, estimula o contato inicial 
mãe-filho, maior sucesso do aleitamento exclusivo até os 6 meses 
e estimula o sistema imunológico do RN. 
10. Manobras de reanimação 
Documentar informações como o uso de VPP, concentração de 
FiO2, se necessitou ser intubado ou se fez aspiração das vias 
aéreas, uso de epinefrina e expansor de volume. 
11. Exame físico na sala de parto 
12. Orientações 
Quanto ao aleitamento, posição do RN no berço, cuidados com o 
coto umbilical, conduta no caso de cólicas e obstrução nasal, higiene 
do RN e estímulo ao desenvolvimento, além do retorno após 1 
semana de vida. 
 
EXAME GERAL - AVERY 
CONDIÇÕES DO EXAME 
Normalmente de 5 a 10 minutos, rotineiro, deve ocorrer em 
ambiente aquecido e tranquilo. 
A iluminação deve ser suficiente para que sejam visíveis marcas 
cutâneas e a cor da pele → para incentivar a abertura dos olhos, 
pode-se diminuir a luminosidade. 
Em caso de enfermidade, o exame deve ser para investigação da 
patologia e pode ser necessário adiar passos do exame físico até 
que a condição clínica do RN esteja estável. 
A realização do exame na presença de um ou ambos pais oferece 
oportunidade para explicar quaisquer achados relevantes e 
esclarecer possíveis duvidas que possam ter. 
O primeiro exame físico deve ser realizado nas primeiras 24 horas 
de vida, de preferênciaapós 6 horas do nascimento (período que 
ocorre a transição para a vida extrauterina). 
Deve-se retirar acessórios, lavar as mãos e antebraço até o 
cotovelo com água e sabão (para praticidade e eficácia álcool 70 a 
90% também pode ser utilizado). 
Aproveita os momentos de tranquilidade para avaliar aspectos que 
podem ser comprometidos pelo choro do bebê. Logo, a sequência 
cefalo-podálica pode ter sua ordem alterada. 
ANTROPOMETRIA 
Avalie o comprimento e o perímetro cefálico da criança. Avalie o 
peso em relação ao peso ideal ao nascer. Consideram-se normais 
tanto uma perda de peso de até 10% ao nascer quanto a sua 
recuperação até o 15º dia de vida. O perímetro cefálico com 
medidas acima ou abaixo de dois desvios-padrão (< -2 ou > +2 
escores “z”) pode estar relacionado a doenças neurológicas, como 
microcefalia (de causa genética ou ambiental) e hidrocefalia, o que 
exige, portanto, melhor avaliação e encaminhamento. 
ASPECTO GERAL – MANUAL DE NEONATOLOGIA 
Avaliar a atitude do RN: semiflexão dos membros com lateralização 
da cabeça. 
 
Estado de hidratação: 
Deve ser avaliado pela umidade da mucosa oral, temperatura e 
adequada diurese → lembrar que edema de pálpebra é fisiológico 
nessa faixa etária. 
Presença de alterações: 
Avaliar desconforto respiratório: 
1. Batimento das asas nasais 
2. Retração da fúrcula esternal 
3. Movimentação dos músculos intercostais 
4. Cianose central 
5. Alterações na FR 
6. Presença de gemidos durante a respiração 
7. Choro fraco 
INSPEÇÃO 
A avaliação imediata do bem-estar provém de simplesmente 
observar o estado, a cor, o esforço respiratório, a postura e a 
atividade espontânea. 
ESTADO 
Os indicadores importantes de bem-estar são os níveis de vigília 
que ele atinge durante o exame e ao longo do dia conforme a 
discrição dos pais ou da equipe de enfermagem. 
Categorização dos estados: 
1. Sono profundo 
2. Sono leve 
3. Vigília, movimentos periféricos leves 
4. Vigília, movimentos amplos, sem choro 
5. Vigília com choro 
Durante o exame, o RN deve apresentar vários níveis de vigília. As 
condições do exame são ótimas durante o sono leve e estado de 
vigília → as partes do exame que exigem cooperação do RN 
(ausculta ex) são melhores durante o sono e vigília e os que exigem 
manipulação do RN devem ser deixadas para o fim. 
O choro não estimulado normalmente é limitado nas primeiras 24 
horas e deverá ser resolvido com toque suave ou conversa. Um 
choro excessivo que requer mais do que consolo rotineiro, 
particularmente se não houver intervalos de estado alerta quieto, 
indica irritabilidade anormal, mas outras causas incluem uma 
resposta apropriada à dor ou a um ambiente frio. 
COR 
A avaliação da cor inclui a análise da perfusão e a cor da pele para 
pesquisa de cianose, icterícia, palidez, pletora (coloração bastante 
avermelhada) e qualquer outra coloração incomum. 
ESFORÇO RESPIRATÓRIO 
Observa-se a frequência respiratória, a profundidade das 
incursões respiratórias, o uso dos músculos acessórios com 
retrações ou batimentos da asa do nariz, quaisquer ruídos durante 
o ciclo respiratório (gemidos, sibilos) e o padrão de choro. 
POSTURA 
Enquanto observa a posição do pescoço, o examinador analisa a 
simetria entre os lados e compara os membros superiores e 
inferiores. Se houver assimetria lateral e a cabeça estiver virada 
para um lado, pode ser que exista postura assimétrica do reflexo 
tônico-cervical, com os membros no lado mentoniano em extensão 
e os do lado occipital em flexão. Neste caso, deve-se girar a cabeça 
para o lado oposto a fim de verificar se a assimetria reverte. Um 
reflexo tônico cervical assimétrico fixo (resistente à inversão 
passiva) indica anormalidade neurológica. 
ATIVIDADE ESPONTÂNEA 
Os RNs prematuros despendem mais tempo dormindo, mas devem 
ter atividade espontânea e posturas em repouso coerentes com 
a sua IG. É necessário que a inspeção seja feita antes do manejo 
para evitar estresse e o declínio dos níveis de atividade em 
resposta. 
SINAIS VITAIS 
TEMPERATURA 
É incomum febre. 
FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA E CARDÍACA 
A respiratória é medida pela observação da parte superior do 
abdome durante um minuto inteiro. Ao tocar o RN, a frequência e 
a profundidade respiratórias mudam. 
A FR normal é de 30 a 60 inspirações por minuto no RN à termo 
→ durante o primeiro dia de vida pode-se observar taquipneia 
intermitente em alguns RNs normais. 
A FC é de 110 a 160 bpm em RNs a termo sadios, mas varia 
significativamente durante os estados de sono profundo e vigília 
ativa. 
PRESSÃO ARTERIAL 
Não é rotina nos berçários neonatais, mas é realizada naqueles que 
precisam de assistência especial e durante a triagem de 
coarctação de aorta. Valores coerentes com hipertensão devem 
ter 3 medições repetidas para confirmar a anormalidade. 
FÁCIES 
A avaliação das fácies inclui a pesquisa de simetria, tamanho, forma 
e as relações de todas as partes da face e como o RN as utiliza. 
Pode ser atípica ou típica. Típica confere uma alteração sindrômica. 
Ex: síndrome de Down e síndrome de Cornélia de Lange. 
PELE E ANEXOS 
Avalia a textura e umidade: 
Depende da idade gestacional. Bebê pré-termo tem pele fina e 
gelatinosa e o bebê a termo tem pele lisa, brilhante úmida e fina e 
o pós-termo tem a pele seca e enrugada, muitas vezes com 
descamação. 
Avalia a cor: 
Normalmente o RN tem a pele rosada, vista mais evidentemente 
em crianças com a pele mais clara (eritrodermia fisiológica). Essa 
coloração decorre do maior número de hemácias. A palidez confere 
a ideia de anemia e deve ser investigada. 
Avalia cianose: 
Bem comum em RN quando presente nas extremidades e melhora 
com o aquecimento. Cianose central é preocupante estando 
associada a doenças cardiorrespiratórias. 
ACHADOS FISIOLÓGICOS: 
Milium sebáceo → são pontos amarelo-esbranquiçados que 
aparecem com frequência na base do nariz, queixo, pálpebras e 
região frontal. É decorrente da obstrução de glândulas sebáceas 
por ação do estrógeno materno. Desaparecem em poucas 
semanas. 
 
Lanugem → são pelos fins, geralmente presentes próximo à área 
de inserção dos cabelos e no dorso. Achado mais comum em 
prematuros, desaparecendo em poucos dias 
 
Vérnix caseoso → material gorduroso e esbranquiçado, oferece 
proteção e isolamento térmico ao RN. Mais comum em bebês pré-
termo. 
 
Manchas ectásicas → mais comuns nas pálpebras. Ocorre devido 
à dilatação capilar superficial e desaparece com o crescimento. 
 
Mancha mongólica → macnha azul-acinzentada, normalmente no 
dorso e na região lombossacral e mais frequente em RN com 
tonalidades escuras. 
 
Eritema tóxico → lesões caracterizadas como pápula ou mácula, 
com causa desconhecida que regride sem nenhuma intervenção 
(fisiológico). 
 
Macha vinho do Porto → leão permanente decorrente de 
malformação dos capilares. Caracteriza-se por mancha de 
coloração vinhosa intensa e homogênea que não se altera pelo 
esforço. Localização frequente na face, geralmente de forma 
isolada e unilateral. 
 
Icterícia → coloração amarelada da pele. Fisiológico se ocorrer 
entre 48 e 120h de vida. Preocupante se ocorrer antes das 24h 
de vida. 
 
GÂNGLIOS 
Palpar todas as cadeias ganglionares → principalmente cervicais, 
axilares e inguinais. 
MUCOSAS 
Observar cor, umidade e presença de lesões. 
CABEÇA E PESCOÇO 
Procurar assimetrias no crânio que, com frequência, são 
transitórias e variam de acordo com a apresentação fetal na hora 
do parto. 
Palpar as suturas. Palpar cavalgamentos (sobreposições das 
bordas, comuns, principalmente em parto normal e desaparecem 
em poucos dias). 
Palpação das fontanelas, procurar: 
1. Tensão 
2. Tamanho 
3. Abaulamentos ou depressões 
4. Pulsações 
A fontanela bragmática tem a extensão de 2 polpas digitais ao 
nascimento e fecha por volta do 9 ao 18º mês de vida. Quando 
abaulada, indica aumento da pressão intracraniana e quando 
retraída, representa desidratação. 
A fontanela lambdoide tem extensão de 1 polpa digital ao 
nascimentoe se fecha por volta do 1 o 2º mês de vida. 
 
 
Bossa serossanguinolenta e cefalohematoma → enquanto a bossa 
é um edema de partes de moles que não respeita os limites ósseos 
e sua regressão ocorre nos primeiros dias pós-parto, o 
cefalohematoma é um rompimento de um vaso subperiosteal 
secundário a um traumatismo do parto, que tem consistência liquida 
e restringe-se aos limites ósseos, além de demorar mais a regredir 
do que a bossa. 
O PC é de cerca de 34 a 36 cm. Em RN a termo, para sexo 
feminino com PC < 31,5 cm e sexo masculino < 32 cm podem 
receber diagnóstico de microcefalia. 
A palpação dos ossos adjacentes à sutura sagital pode revelar uma 
sensação semelhante à que ocorre quando se comprime com 
cuidado uma lata de alumínio. Essas áreas mais moles, indicativas de 
craniotabes, são mais frequentes em RNs prematuros ou a termo 
se a cabeça fetal foi comprimida contra a pelve óssea materna 
durante várias semanas (fisiológicas), mas também podem ser um 
sinal de raquitismo neonatal ou sífilis. O craniotabes fisiológico 
desaparece em algumas semanas após o nascimento. 
 
OLHOS 
Pálpebras normalmente edemaciadas devido ao uso do colírio de 
nitrato de prata. O uso de eritromicina pela bula também possui 
edema como possível ocorrência. 
Deve avaliar a distância dos olhos, simetria entre as pupilas e 
reatividade pupilar. 
Estrabismo e nistagmo horizontal transitório podem ser 
encontrados. 
Pseudoestrabismo refere-se a uma falsa aparência de estrabismo 
causada por uma ilusão de ótica. A dobra de pele no canto interno 
das pálpebras é chamada de epicanto. Em bebês ela pode ser maior 
que em adultos e pode estar associada a uma ponte nasal larga e 
plana. 
OUVIDOS 
Forma, consistência e altura de implantação do pavilhão auricular. 
NARIZ 
Espirros são frequentes. 
Notar batimento da asa do nariz ou obstrução nasal. 
BOCA 
Inspeção facilitada pelo choro ou ao tracionar a mandíbula para 
baixo. 
Observar as mucosas, avaliar o palato (normal ou em ogiva) e sua 
integralidade (fenda palatina). 
Notar dentes supranuméricos (devem ser extraídos pelo risco de 
aspiração). No entanto, a remoção desses dentes nem sempre é 
indicada. Cerca de 95% dos dentes natais são parte do 
complemento normal da dentição decídua; o que indica que os 
dentes natais supranumerários são raros. Assim, os dentes natais 
normalmente devem ser mantidos se possível quando forem 
classificados como Hebling grau 3 ou 4. 
• Hebling 1 – coroa em forma de concha mal fixada ao 
alvéolo por tecido gengival, com ausência de uma raiz 
• Hebling 2 – coroa sólida mal fixada ao alvéolo por tecido 
gengival, com pouca ou nenhuma raiz 
• Hebling 3 – Erupção da margem incisal da coroa através 
do tecido gengival 
• Hebling 4 – Edema do tecido gengival com um dente 
palpável, mas incluso. 
Os cistos orais em diversas localizações estão presentes em até 
80% dos RNs (81). Um a seis pares de cistos pequenos benignos 
na linha média, conhecidos como “pérolas de Epstein”, podem estar 
presentes na junção dos palatos duro e mole. 
 
PESCOÇO 
Curto no RN. Palpar o músculo esternocleidomastoideo para 
verificar presença de torcicolo congênito 
TÓRAX 
Possui forma cilíndrica. 
Possui PT de 2 cm menos que o PC. 
Assimetria é indicativo de patologia. 
Os mamilos podem estar hipertrofiados ao nascimento por 
influência do estrógeno materno, as vezes ocorrendo galactorreia. 
Deve-se contraindicar a expressão das mamas (leva à mastite). 
APARELHO RESPIRATÓRIO 
Avaliar com o RN calmo 
A respiração é costoabdominal ou abdominal, sendo as variações 
de FR e ritmo cardíaco comuns. 
Pode haver pausas de 5s, normalmente em pré-termos. 
FR média é de 40 a 60 irpm (diferença de valor em referência). 
Tiragem intercostal é considerado anormal. 
AUSCULTA: presença de murmúrio vesicular. Pode ser encontrado 
estertores finos e crepitantes assim como RONCOS (comum após 
o nascimento). 
APARELHO CARDIORRESPIRATÓRIO 
Auxiliado com o RN calmo. 
AUSCULTA: sopros e arritmias podem estar presentes ao 
nascimento e ter caráter transitório, principalmente nas primeiras 
48h de vida. 
Palpar os pulsos periféricos (braquiais, femorais e radiais) → pulso 
femoral débil pode ser indicativo de coarctação da aorta. 
ABDOME 
INSPEÇÃO 
O abdome é semigloboso, com PA de 2 a 3 cm menor que o PC. 
Abdome globoso e distendido sugere obstrução enquanto o 
escavado sugere hérnia diafragmática. 
Avaliar o coto umbilical: 
1. Aspecto: incialmente gelatinoso e seca 
progressivamente, mumificando entre o 3 e 4º de vida 
e soltando entre o 6 e o 15º dia. 
2. Morfologia: 2 artérias e 1 veia 
3. Secreções ou eritema na base do coto umbilical → indica 
onfalite 
Higiene do coto deve ser feita com álcool a 70% uma vez ao dia. 
Excluir a existência de onfalocele e gastrosquise. 
A eliminação de mecônio ocorre nas primeiras 36 a 48h após o 
nascimento. Depois disso são eliminadas fezes de transição, que 
tem caráter esverdeado e liquefeito. → investigar eliminação de 
mecônio e a diurese. 
 
PERCUSSÃO: Som timpânico, exceto no local de presença hepática. 
PALPAÇÃO: Mais fácil no RN adormecido → realizar superficial e 
profunda. Não há massas abdominais no RN normal. O fígado pode 
ser palpado no RN, em média de 1 a 2 cm do rebordo costal. Rins 
e baço geralmente não palpáveis. 
AUSCULTA: ruídos hidroaéreos presentes → aumentados: 
obstrução e ausente: doença grave. 
GENITAL 
Primeiro a inspeção e depois a palpação 
SEXO MASCULINO 
Pênis: normalmente entre 2 a 3 cm. A glande normalmente não 
está exposta e o orifício do prepúcio é estreito. Observar epispádia 
(meato uretral na porção dorsal) e hipospadia (meato uretral na 
porção ventral). 
 
Bolsa escrotal: é rugosa no RN a termo. Na palpação, verifica-se a 
presença dos testículos (não presentes significa criptorquidia), sua 
sensibilidade (não deve ser hipersensível), consistência (firme e 
parenquimatosa) e o tamanho (1 cm). Aumento testicular indica 
hidrocele. 
 
SEXO FEMININO 
Tamanho dos grandes lábios depende do depósito de gordura no 
RN e da IG, O sulco entre os pequenos e grandes lábios é recoberto 
por vérnix caseoso. 
Observa-se o hímen ao afastar os pequenos lábios. Saída de 
secreção esbranquiçada ou translúcida é devido a estrógeno 
materno. No 2 ou 3º dia de vida pode ocorrer sangramento vaginal. 
A impermeabilidade do hímen leva à hidrocolpos, acúmulo de 
secreções na vagina, que pode ser manifestado pelo hímen 
abaulado. Hipertrofia de hímen é comum e sem significado clinico. 
Observar o orifício da uretra e da vagina. 
Hipertrofia de clitóris e fusão posterior dos grandes lábios devem 
ser investigadas. 
 
REGIÃO ANAL 
Obrigatório para detecção de anomalias anorretais e fístulas. 
DORSO 
Avaliar a linha média de todo RN na busca de malformações da 
coluna vertebral, bem como a presença de escoliose. 
Visualização de alterações no fechamento do tubo neural (espinha 
bífida mielocele ou mielomeningocele). 
OSTEOARTICULAR 
Mão: analisar as pregas palmares (se única, indica Down). Analisar 
polidactilia, aracnodactilia e clinodactilia. 
Membros: observar a simetria na movimentação (descartar 
fraturas de parto). 
Ossos: pesquisar por agenesia. Fratura de clavícula (crepitação no 
local e dor no RN). Articulação coxo-femoral: atentar-se à displasia 
do quadril → avaliado pela manobra de Barlow e Ortolani. 
BARLOW E ORTOLANI: com o RN em decúbito dorsal, segura os 
membros inferiores com os dedos na porção interna da coxa e no 
trocanter maior, dobra os membros a 90º e abduz, depois 
empurra o trocanter para cima. Depois, empurra a perna para 
parte interna lateralizando. Em caso de instabilidade na articulação, 
haverá manifestação de um click. 
 
Pés: atentar para pés tortos → pode ser posicional (posição do 
útero – benigno) ou congênito. 
SISTEMA NERVOSO 
Deve ser feito simultaneamente ao exame físico geral. 
Avalia postura, resposta ao manuseio e choro. 
Deve ser feito após 12 horas de vida (para não ser influenciado

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