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O processo de envelhecer: Pré-aposentados com alto poder aquisitivo provavelmente atribuem significados e enfrentam o período da aposentadoria de maneira diferente de trabalhadores de baixo poder aquisitivo. 1. Aposentados mais abastados: são alvo preferencial de todo tipo de propaganda e sedução, tratados como um segmento representativo da “melhor idade”, pois representam um mercado consumidor em potencial. Além de dinheiro, têm tempo para “aproveitarem” a vida, podendo gastar sem outras preocupações. 2. Aposentados menos abastados: ficam à mercê de pequena remuneração e/ou de escassos benefícios sociais que beiram a imoralidade. São desconsiderados pela lógica capitalista, pois não dispõem do atributo qualitativo para estarem inseridos na sociedade de consumo. A situação dos Aposentados no Brasil: A aposentadoria pode também representar perdas materiais, psicológicas e sociais: 1. Como a queda dos rendimentos financeiros; 2. Desligamento dos colegas de trabalho; 3. Perda do status social que o trabalho proporciona; 4. Diminuição da autoestima e da motivação; 5. Adoecimento mental (crises depressivas, ansiedade, alcoolismo e até mesmo no suicídio). Aposentadoria concretiza esses limites do corpo que sofre as consequências de não ser reconhecido como produtor de mais valia, e, assim como uma mercadoria que tem seu tempo de uso vencido, deve ser retirada de circulação. Programa de Reflexão e Preparação para a Aposentadoria O Programa de Preparação para a Aposentadoria tem a finalidade de oportunizar aos trabalhadores que estão próximos da aposentadoria momentos de reflexão e planejamento em relação ao futuro. Realizar um diagnóstico, a partir de um levantamento de necessidades, com o intuito de conhecer aspectos psicológicos e sociais da população de pré-aposentados em questão. Identificando suas cognições a respeito de trabalho e demais âmbitos ligados às mudanças provocadas pela aposentadoria, tais como: 1. Relacionamento Familiar 2. Conjugal 3. Sexual 4. Amigos 5. Relação Com O Trabalho 6. Ocupação Do Tempo 7. Saúde Entre os objetivos específicos que poderiam ser trabalhados destacam-se: a necessidade de proporcionar espaço para reflexão a respeito de possíveis alternativas de ação na aposentadoria, como: 1. O resgate da valorização do corpo físico e sua influência direta no bem-estar emocional; 2. A importância da reelaboração de estereótipos, estigmas e preconceitos existentes em nossa sociedade, relacionados ao papel do aposentado; 3. A influência dos vínculos, principalmente com a família, como um aspecto facilitador nesse momento de mudança e a necessidade de refletir sobre a busca de novos projetos e auto realização através da descoberta de potencialidades latentes. Conclusão: ● O psicólogo tem o papel de pesquisador, de construtor de novos conhecimentos, ao investigar junto a trabalhadores de diferentes classes sociais o sentido, o significado de se aposentar, dado ao peso atribuído socialmente a essa condição, que pode ser uma forma peculiar de sofrimento. ● Sofrimento este causado pelo sentimento de inadequação social e angústia quanto às perspectivas de sobrevivência. ● Portanto, cabe ao psicólogo, em equipe multiprofissional, elaborar programas que contemplem variáveis importantes à qualidade de vida no trabalho e, especificamente, as questões relacionadas à subjetividade do trabalhador.
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