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10/05/2023 19:24 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=biBDeJEEsEeUaiKGOQdJkw%3d%3d&l=B1%2bE2IFbQTVIUPVhbOr%2bTQ%3d%3d&cd=… 1/27 introdução Introdução Você já imaginou o porquê das empresas realizarem adiantamentos? Já imaginou por que os clientes também realizam adiantamentos às empresas? Você sabe quais são os tipos de adiantamentos realizados no ambiente empresarial? Você já ouviu falar dos grupos dos ativos intangíveis e como contabilizá-los? Qual a relação dos adiantamentos e do intangível com o Pronunciamento Técnico CPC 12 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis? Estas são questões pertinentes ao estudo deste capítulo. CONTABILIDADE CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA IIIINTERMEDIÁRIA III Ciro Gustavo Bragança INICIAR 10/05/2023 19:24 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=biBDeJEEsEeUaiKGOQdJkw%3d%3d&l=B1%2bE2IFbQTVIUPVhbOr%2bTQ%3d%3d&cd=… 2/27 No ambiente empresarial ocorrem adiantamentos de diversos tipos, como os concedidos aos funcionários e fornecedores, por exemplo, e os recebidos pelos clientes. Os intangíveis são classi�cados dentro do Grupo do Ativo Não Circulante e têm relação com itens do ativo que não possuem características físicas. Nesse sentido, neste capítulo você terá a oportunidade de compreender como devem ser mensurados, registrados e divulgados os itens de adiamentos e os intangíveis nas informações contábeis. As situações envolvendo adiantamentos e intangíveis precisam de maior compreensão por parte dos contabilistas e gestores das empresas. Estas transações envolvem questões de embolsos e desembolsos de recursos, gerando a intensa necessidade de gerenciamento desses ativos. Desse modo, este capítulo ajudará você a compreender essas e outras questões relacionadas às necessidades de antecipação de pagamentos, bem como recebimentos antecipados de clientes, além de aplicações de recursos em ativos intangíveis. Cabe ressaltar que, a depender da situação, o Pronunciamento Contábil CPC 12 (CPC, 2008), que trata do Ajuste a Valor Presente de elementos do ativo, que poderá ser aplicado em relação aos valores de adiantamentos e de intangíveis. Vamos lá? Nós teremos muito trabalho a partir desse momento. Bons estudos! 10/05/2023 19:24 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=biBDeJEEsEeUaiKGOQdJkw%3d%3d&l=B1%2bE2IFbQTVIUPVhbOr%2bTQ%3d%3d&cd=… 3/27 É muito importante que os gestores das empresas, bem como os seus contabilistas, compreendam as operações que envolvam desembolsos de importâncias em dinheiro com vistas a adiantamentos a terceiros e a recebimentos de adiantamentos por parte de clientes. Muitas vezes, esses desembolsos adiantados ocorrem em situações que se necessitam de certo de tipo de garantia, tanto para o fornecimento de bens, quanto para a prestação de um serviço. Uma empresa pode adiantar um valor a seu fornecedor, por exemplo, a �m de garantir a entrega de um bem em data posterior. O cliente, por sua vez, pode fazer o adiantamento para garantir o recebimento de um bem ou de um serviço futuramente. Funcionam, portanto, como uma entrada de recursos para garantir a entrega futura de um bem ou a realização de um serviço. Em situações especí�cas, o adiantamento ocorrerá para que o valor recebido – seja pela empresa (pago por um cliente) ou pelo fornecedor (pago pela empresa) – sirva como forma de �nanciamento para o início da produção ou realização de um serviço. Podem ocorrer, ainda, situações envolvendo adiantamentos a funcionários por meio de pagamento antecipado de um percentual do salário, quando previamente estabelecidos em acordos com os sindicatos da categoria de trabalhadores em questão. Ainda neste âmbito dos funcionários, podem ocorrer adiantamentos para viagens, em que o valor adiantado será utilizado para �ns de cumprimento de uma tarefa a serviço da empresa, como reunião com clientes, reunião com outros funcionários ou participação em eventos externos. Nesse sentido, os adiantamentos devem ser considerados como tal quando houver a entrada ou saída de recursos sem a entrega de um bem ou a realização de um serviço, o que ocorrerá em datas futuras. Assim, devem ser discutidos alguns pontos em relação aos valores adiantados, seja pelas empresas a terceiros, seja pelos clientes às empresas, como segue: distinguir adiantamentos que geram passivos de adiantamentos que geram ativos; identi�car as contas contábeis referentes aos fatos contábeis que envolvem adiantamentos (passivos e ativos); efetuar lançamentos contábeis de adiantamentos; esquematizar as contas contábeis que envolvem adiantamentos, objetivando a evidenciação na DRE e no BP. Cabe destacar o conceito de patrimônio e os seus elementos, quais sejam: os ativos, que compreendem os recursos controlados por uma entidade e dos quais se esperam benefícios econômicos futuros e que sejam resultantes de eventos passados; os passivos, que compreendem as exigibilidades e obrigações; e o patrimônio líquido, que representa a diferença entre o ativo e passivo, ou seja, o valor líquido da empresa (MARTINS et al ., 2013). AdiantamentosAdiantamentos 10/05/2023 19:24 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=biBDeJEEsEeUaiKGOQdJkw%3d%3d&l=B1%2bE2IFbQTVIUPVhbOr%2bTQ%3d%3d&cd=… 4/27 saiba mais Saiba mais A Lei 6.404/1976, que dispõe sobre as Sociedades por Ações, em seus artigos 183 e 184, destaca critérios de avaliação do ativo e do passivo (BRASIL, 1976). Esses critérios são fundamentais para os registros contábeis e precisam ser observados com vistas à apresentação correta das informações econômico-�nanceiras das empresas. A C ESSA R Desse modo, a título de exemplo, devem ser considerados como ativos os bens e direitos indicados abaixo: Em relação aos passivos, que são representados pelas obrigações da empresa junto a terceiros, tem-se como exemplos: valores disponíveis em caixa e bancos pertencentes à empresa; valores aplicados em fundos de investimentos ou outros tipos de aplicações �nanceiras; valores a receber de clientes; produtos em estoque disponíveis para venda ou consumo; créditos a receber junto a terceiros; valores de móveis e utensílios, bem como de máquinas e equipamentos; valores de veículo de propriedade e uso constante da empresa; valores provenientes de imóveis de uso operacional e/ou administrativo da empresa, ou para �ns de investimento; valores de participações em outras empresas; outros valores de bens ou direitos da empresa. Em relação aos passivos, que são representados pelas obrigações da empresa junto a terceiros, tem-se como exemplos: saldos a pagar para fornecedores; valores a pagar para funcionários; valores de tributos a recolher aos cofres públicos perante as prefeituras, estados e união; �nanciamentos por empréstimos bancários; parcelamentos diversos junto a credores; outras obrigações junto a terceiros. https://goo.gl/k9L1R 10/05/2023 19:24 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=biBDeJEEsEeUaiKGOQdJkw%3d%3d&l=B1%2bE2IFbQTVIUPVhbOr%2bTQ%3d%3d&cd=… 5/27 saiba mais Saiba mais Os ativos e os passivos são classi�cados segundo o grau de liquidez e exigibilidade, respectivamente. São agrupados, conforme a Lei 6.404/1976 (BRASIL, 1976), em circulantes (curto prazo) e não circulantes (longo prazo). Leia do artigo 178 ao 180 desta lei e saiba mais sobre este assunto. A C ESSA R A �m de distinguir os adiantamentos que geram ativos dos que geram passivos é preciso, primeiramente, entender a origem dos fatos contábeis que geraram os adiantamentos. Nesse caso, quando a origem partir do cliente, o adiantamento será um passivo, pois a empresa receberá um valor deste cliente e terá a obrigação de entregar um bem ou serviço no futuro. Já no caso em que a empresa paga um valor adiantado para um fornecedor ou funcionário, será ela, ou seja, a empresa, que terá o direito de receber um bem ou serviço no futuro, tendo, portanto, um direito, ou um ativo. Assim, para se identi�car as contas referentes aos fatoscontábeis que envolvem adiantamentos, seja no passivo ou no ativo, analise o exemplo que apresentamos a seguir. Exemplo 1 Suponha que a empresa RAIO Ltda. tenha recebido de um cliente o valor de R$ 12.000,00 a título de adiantamento para compra de um produto que será entregue futuramente. Além disso, a empresa efetuou o pagamento adiantado de R$ 38.000,00 ao fornecedor COMPMAX Ltda. para a compra de matéria-prima que será entregue em data futura. Considere ainda que a mesma empresa tenha pago 40% do salário de seus empregados adiantado, somando o valor de R$ 200.000,00. De acordo com o exemplo acima, o valor de R$ 12.000,00 recebido antecipadamente pela empresa gera uma obrigação para a RAIO Ltda., pois ela terá que entregar um bem ou serviço ao cliente, assumindo uma dívida no ato do recebimento do valor pago pelo cliente. Essa obrigação junto ao cliente é tratada, então, como um passivo. Já os valores pagos pela RAIO Ltda., quais sejam, R$ 38.000,00 para o fornecedor e R$ 200.000,00 aos empregados, são considerados como direitos da empresa, pois são valores que serão aproveitados no futuro para o abatimento de dívidas, tanto com o fornecedor, quanto com os empregados. Esses direitos ou créditos junto ao fornecedor e aos empregados são tratados como ativos. 10/05/2023 19:24 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=biBDeJEEsEeUaiKGOQdJkw%3d%3d&l=B1%2bE2IFbQTVIUPVhbOr%2bTQ%3d%3d&cd=… 6/27 saiba mais Saiba mais O registro de uma transação contábil deve obedecer ao método das partidas dobradas. Esse procedimento “obriga o registro de uma transação em pelo menos duas contas, de tal forma que seja mantido o equilíbrio patrimonial (em valor) da equação contábil Ativo = Passivo” (PADOVEZE, 2017, p. 65). Pesquise mais sobre o assunto. Desta forma, como serão realizados os registros contábeis das operações apresentadas no “Exemplo 1”? Para efetuar os lançamentos contábeis de adiantamentos, considera-se, portanto, a origem dos fatos contábeis para classi�car como um ativo ou um passivo e, em seguida, aplica-se o Método das Partidas Dobradas. Considerando o “Exemplo 1”, aplicando o Método das Partidas Dobradas , os lançamentos deverão ser realizados da forma como seguem. Pelo adiantamento recebido do cliente Débito: Caixa ou Bancos (Grupo do Ativo Circulante); Crédito: Adiantamento de clientes (Grupo do Passivo Circulante); Valor: R$ 12.000,00; Histórico: Adiantamento de cliente recebido nesta data. Pelo pagamento adiantado efetuado ao fornecedor Débito: Adiantamento a fornecedores (Grupo do Ativo Circulante); Crédito: Caixa ou Bancos (Grupo do Ativo Circulante); Valor: R$ 38.000,00; Histórico: Adiantamento realizado nesta data ao fornecedor COMPMAX Ltda. Pelo pagamento adiantado efetuado aos funcionários Débito: Adiantamento a funcionários (Grupo do Ativo Circulante); Crédito: Caixa ou Bancos (Grupo do Ativo Circulante); Valor: R$ 200.000,00; Histórico: Adiantamento realizado nesta data aos funcionários. Para o correto entendimento dos lançamentos apresentados, você deve levar em conta o mecanismo adotado pelo sistema de registros contábeis, conforme segue: 10/05/2023 19:24 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=biBDeJEEsEeUaiKGOQdJkw%3d%3d&l=B1%2bE2IFbQTVIUPVhbOr%2bTQ%3d%3d&cd=… 7/27 Quadro 1 - Aplicação do mecanismo de registros contábeis para contas dos grupos do ativo e do passivo. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. Ainda sobre o Exemplo 1 , podemos dizer que é possível esquematizar as contas contábeis que envolvem adiantamentos, objetivando a evidenciação na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e no Balanço Patrimonial (BP)? Sim, é possível. Entretanto, as contas de adiantamentos envolvem apenas contas patrimoniais, ou seja, as do BP. Desse modo, a representação das contas de adiantamento no BP �caria da seguinte forma, considerando os dados do Exemplo 1 e outros saldos contábeis como mera demonstração: No esquema das contas contábeis acima note que os adiantamentos a fornecedores e a funcionários foram apresentados do lado do Ativo, como direitos ou créditos, já o adiantamento do cliente foi apresentado do lado do Passivo, como dívida ou obrigação junto ao cliente. Quadro 2 - Esquema de contas contábeis que envolvem adiantamentos, objetivando a evidenciação no Balanço Patrimonial (BP). Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. 10/05/2023 19:24 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=biBDeJEEsEeUaiKGOQdJkw%3d%3d&l=B1%2bE2IFbQTVIUPVhbOr%2bTQ%3d%3d&cd=… 8/27 No ano de 2007, o ambiente contábil brasileiro teve um impacto importante com a edição da Lei nº 11.638/2007 (BRASIL, 2007), que alterou substancialmente a Lei das Sociedades por Ações, ou seja, a Lei nº 6.404/1976 (BRASIL, 1976). Em 2009, outra Lei, a de nº 11.941/2009 (BRASIL, 2009), também provocou alterações impactantes na contabilidade brasileira. Além disso, houve ainda, pela Resolução CFC nº 1.055/2005, a criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) que tem como objetivo: o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais. (CPC [2018?]b) Acrescentando-se a isso, a criação do CPC se deveu pelas necessidades apresentadas na �gura: Figura 1 - As necessidades que provocaram a criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em CPC ([2018]b). A �gura acima apresenta os motivos básicos levados em consideração para a criação do CPC. Desse modo, com base nestas necessidades para a criação do Comitê, e tendo em vista ainda um dos objetivos deste órgão, qual seja, a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade, tem-se em destaque aqui o CPC 12, que trata dos ajustes a valor presente. Nos termos do CPC 12, o conceito de Ajuste a Valor Presente (AVP) pode ser compreendido da seguinte forma: “AVP é o ajuste para demonstrar o valor presente de um �uxo de caixa futuro, sendo que, o Ajuste a Valor Presente (CPC 12)Ajuste a Valor Presente (CPC 12) 10/05/2023 19:24 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=biBDeJEEsEeUaiKGOQdJkw%3d%3d&l=B1%2bE2IFbQTVIUPVhbOr%2bTQ%3d%3d&cd=… 9/27 Valor Presente (ou present value ) é a estimativa do valor corrente de um �uxo de caixa futuro, no curso normal das operações da entidade” (CPC, 2008). De acordo com Martins et al. (2013, p. 113), “com o advento da Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, foi introduzido expressamente na lei o desconto a valor presente para contas a receber e a pagar de longo prazo e, dependendo da materialidade, para as contas de curto prazo”. Isso indica que, o reconhecimento dos fatos contábeis que envolvem o AVP pode ser realizado em ativos e/ou passivos de curto e longo prazos, entretanto, com maior aplicabilidade aos elementos de longo prazo. O item 4 Pronunciamento CPC 12 (CPC, 2008) trata essencialmente de questões de mensuração, o que não deixa de lado situações de reconhecimento (“quando registrar”), apenas enfatiza o que se pode expressar como “por quanto registrar”. Nesse sentido, há de se ressaltar como proceder com situações em que se precisa calcular o AVP. Assim, de acordo com o CPC 12, alguns pontos devem ser esclarecidos acerca da aplicação da mensuração a valor presente: deve ser aplicada no reconhecimento inicial de ativos e passivos (item 5 do CPC 12); em situações excepcionais, como negociações de dívidas, deve-se aplicar o AVP como uma nova medição dos ativos e passivos (item 5 do CPC 12). O exemplo a seguir demonstra a forma de cálculo e aplicabilidade do AVP em ocasiões que se obriga tal situação, além de identi�car as contas referentes aos fatos contábeis e efetuar os lançamentos relativos ao AVP. Exemplo2 (extraído do ANEXO ÚNICO do CPC 12, item 12) : No caso de venda, por exemplo, de imóvel a prazo, por valor nominal, sem especi�cação de juros, após os procedimentos de determinação do ajuste a valor presente deve esse ajuste reti�car o ativo realizável e a receita de venda, podendo o ajuste ao ativo realizável ser feito em conta reti�cadora. Conta essa que deverá ser apropriada como receita �nanceira até o vencimento. No comprador o ajuste reti�ca o custo do ativo imobilizado que deve ser registrado pelo seu valor presente e a reti�cação do passivo pode também contar com conta redutora a gerar despesa �nanceira até o vencimento. Por exemplo, suponha-se uma venda de imóvel por R$ 10.000.000,00, pago com entrada de R$ 4.000.000,00 em dinheiro e 3 (três) notas promissórias anuais de R$ 2.000.000,00 cada uma, sem juros, efetuada num momento em que a taxa de juros, para o tipo de vendedor e comprador, seja, para ambos, de 18% ao ano (essas taxas podem ser diferentes para eles). (CPC, 2008) A �m de se resolver a questão do exemplo, a tabela abaixo demonstra os cálculos que subsidiarão o registro contábil do caso: Quadro 3 - Demonstração dos cálculos realizados para ajuste a valor presente em transação de compra e venda de imóvel com pagamento a prazo. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. 10/05/2023 19:24 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=biBDeJEEsEeUaiKGOQdJkw%3d%3d&l=B1%2bE2IFbQTVIUPVhbOr%2bTQ%3d%3d&cd… 10/27 O valor pago à vista não precisa ser atualizado, pois já consta na data zero, ou seja, representa um valor presente. Para atualização dos valores das parcelas das três Notas Promissórias, utiliza-se a fórmula para o cálculo do Valor Presente, como vemos abaixo: saiba mais Saiba mais Utilizando a calculadora �nanceira HP 12C podemos calcular o Valor Presente da seguinte forma: considere um valor de venda de R$ 12.000,00 com pagamento em 24 meses (ou 2 anos), com uma taxa de juros de 12% ao ano. O Valor Futuro de R$ 12.000,00, atualizado a taxa de 12% ao ano, seria de R$ 9.566,33 no Valor Presente. Para encontrar este valor adotamos o seguinte procedimento na calculadora HP 12C: 12.000 CHS FV; 2 n; 12 i; PV. Com os cálculos realizados, passamos então para a contabilização dos valores respeitando o método das partidas dobradas, como segue. Reconhecimento inicial da transação pelo vendedor Débito: Caixa ou Bancos (Grupo do Ativo Circulante); Valor: R$ 4.000.000,00; Débito: Notas Promissórias a Receber (Grupo do Ativo Circulante e não Circulante); Valor: R$ 6.000.000,00; Crédito: Juros a Apropriar (Grupo do Ativo Circulante e não Circulante); Valor: R$ 1.651.454,00; Crédito: Receita de Vendas de Imóveis (Grupo de Receitas); Valor: R$ 8.348.546,00; Histórico: Venda a prazo realizado nesta data. Reconhecimento inicial da transação pelo comprador Débito: Imóveis (Grupo do Ativo não Circulante); Valor: R$ 8.348.546,00; Débito: Juros a Apropriar (Grupo do Passivo Circulante e não Circulante); Valor: R$ 1.651.454,00; 10/05/2023 19:24 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=biBDeJEEsEeUaiKGOQdJkw%3d%3d&l=B1%2bE2IFbQTVIUPVhbOr%2bTQ%3d%3d&cd… 11/27 Crédito: Caixa ou Bancos (Grupo do Ativo Circulante); Valor: R$ 4.000.000,00; Crédito: Notas Promissórias a Pagar (Grupo do Passivo Circulante e não Circulante); Valor: R$ 6.000.000,00; Histórico: Compra de imóvel a prazo realizado nesta data. Agora, devemos estruturar as contas contábeis que envolvem o AVP, objetivando a evidenciação nas demonstrações contábeis. As tabelas a seguir apresentam, por meio da estrutura do Balanço Patrimonial, a con�guração das contas contábeis que envolvem o AVP, tanto pelo lado do vendedor, quanto do comprador. Esta é a tabela que representa o lado do vendedor: Quadro 4 - Balanço Patrimonial: estrutura das contas contábeis que envolvem o Ajuste a Valor Presente no vendedor. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. E esta é a tabela que representa o lado do comprador: Quadro 5 - Balanço Patrimonial: estrutura das contas contábeis que envolvem o Ajuste a Valor Presente no comprador. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. 10/05/2023 19:24 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=biBDeJEEsEeUaiKGOQdJkw%3d%3d&l=B1%2bE2IFbQTVIUPVhbOr%2bTQ%3d%3d&cd… 12/27 Conforme representado no BP do vendedor, perceba que a conta “Juros a Apropriar” �cará representada abaixo da conta “Notas Promissórias”, dentro do grupo de conta de “Clientes”, como reti�cadora desta conta (no BP do vendedor). Por um lado, à medida que o tempo passa, os registros contábeis do vendedor apropriarão os juros pelo regime de competência, ou seja, os juros de cada período serão contabilizados como receita �nanceira, reduzindo o valor das contas de “Juros a Apropriar” no Ativo. Por outro lado, no BP do comprador, a conta “Juros a Apropriar” �cará representada abaixo da conta “Notas Promissórias” dentro dos Grupos do Passivo Circulante e não Circulante. Neste caso, os juros de cada período serão contabilizados como despesa �nanceira no comprador, reduzindo o valor das contas de “Juros a Apropriar” no Passivo. Considerando o Exemplo 2 , considere que ocorreu o recebimento da primeira Nota Promissória. A contabilização desta transação deverá ser realizada da forma como vemos a seguir. Recebimento pelo vendedor da primeira Nota Promissória e apropriação dos juros Débito: Caixa ou Bancos (Grupo do Ativo Circulante); Valor: R$ 2.000.000,00; Crédito: Notas Promissórias a Receber (Grupo do Ativo Circulante); Valor: R$ 2.000.000,00; Débito: Juros a Apropriar (Grupo do Ativo Circulante); Valor: R$ 305.085,00; Crédito: Receitas Financeiras (Grupo de Receitas); Valor: R$ 305.085,00; Histórico: Recebimento de Nota Promissória 01 nesta data. Pagamento pelo comprador da primeira Nota Promissória e apropriação dos juros Débito: Notas Promissórias a Pagar (Grupo do Passivo Circulante); Valor: R$ 2.000.000,00; Crédito: Caixa ou Bancos (Grupo do Ativo Circulante); Valor: R$ 2.000.000,00; Débito: Juros a Apropriar (Grupo do Passivo Circulante); Valor: R$ 305.085,00; Crédito: Despesas Financeiras (Grupo de Despesas); Valor: R$ 305.085,00; Histórico: Pagamento de Nota Promissória 01 nesta data. Ressalta-se o destaque dado pelo CPC 12 no qual “o tratamento contábil mais comum é a utilização, no ajuste a valor presente, de contas reti�cadoras do realizável ou do exigível a que se refere”, como pode ser observado nas tabelas acima sobre o BP do vendedor e do comprador. 10/05/2023 19:24 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=biBDeJEEsEeUaiKGOQdJkw%3d%3d&l=B1%2bE2IFbQTVIUPVhbOr%2bTQ%3d%3d&cd… 13/27 No Exemplo 2 foi utilizada a taxa de juros de 18%. Cabe destacar que a taxa de desconto a ser utilizada corresponde à: taxa efetiva da data da transação, ou seja, independe da taxa de juros de mercado em períodos subsequentes. Nos casos em que a taxa de juros da transação é explícita (está indicada em contrato ou é conhecida), deve-se apenas veri�car sua razoabilidade com a taxa de mercado aplicável. Caso a taxa de juros seja implícita, isto é, não claramente indicada ou conhecida, seu valor deverá ser estimado a partir da taxa de juros de mercado que seja praticada para transações com natureza, prazo e riscos semelhantes, na data inicial da transação. Nessa segunda situação, a taxa de juros utilizada pela Tesouraria de uma entidade para determinação de condições e preços praticados é geralmente uma boa estimativa. (MARTINS et al., 2013, p. 114). saiba mais Você o conhece? O contador Olívio Koliver, Doutor de Ciências Contábeis, é uma das grandes personalidades da contabilidade brasileira. Dominava diversos idiomas, e isso representava uma facilidade para lecionar em países estrangeiros. Sua principal marca era o respeito aos seus princípios, dentre os quais a ética, que estava sempre em primeiro plano (ELY, 2010). Além disso, outro ponto importante acerca do Valor Presente é que, em situações de di�culdade para determinar a data de vencimentoou liquidação de um título, seja a receber ou a pagar, não se aplica a determinação do CPC 12 (CPC, 2008). saiba mais Saiba mais No vídeo Ajuste a valor presente / Descomplicando #6 (MEDRADO, 2017), você poderá conferir mais explicações práticas sobre o AVP. A SS I ST I R 10/05/2023 19:24 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=biBDeJEEsEeUaiKGOQdJkw%3d%3d&l=B1%2bE2IFbQTVIUPVhbOr%2bTQ%3d%3d&cd… 14/27 Com a promulgação da Lei nº 11.638/2007 (BRASIL, 2007), que alterou diversas situações no âmbito da contabilidade no Brasil, os grupos de Ativo e Passivo tiveram suas nomenclaturas alteradas. Tanto o Ativo quanto o Passivo foram divididos em Circulante e Não Circulante. Especi�camente para o Ativo não Circulante, uma das modi�cações introduzidas foi a inclusão do grupo do Intangível. Desse modo, o Ativo não Circulante passou a ser composto da seguinte forma: realizável a longo prazo; investimentos; imobilizado; intangível. Com isso, importa destacar aqui o conceito e os aspectos acerca do reconhecimento e contabilização dos Ativos Intangíveis. O CPC editou o Pronunciamento Técnico CPC 04, que trata sobre o Ativo Intangível. O objetivo deste pronunciamento é “de�nir o tratamento contábil dos ativos intangíveis que não são abrangidos especi�camente em outro Pronunciamento” (CPC, 2010a). Primeiramente, Ativo Intangível “é um ativo não monetário identi�cável sem substância física” (CPC, 2010a). Padoveze (2017, p. 377) ressalta que “a palavra intangível decorre de que esse tipo de bem ou direito não tem corpo físico, mas representa algo de valor para a empresa, sendo classi�cado no ativo porque traz benefícios futuros para a entidade”. Para o reconhecimento de um ativo intangível devemos atentar para o atendimento de determinados critérios. Além do atendimento aos requisitos estabelecidos pelo CPC 04, o pronunciamento determina critérios de apuração do valor contábil dos intangíveis, bem como a divulgação desses ativos. Compreender os critérios de reconhecimento se faz necessário para �ns de correta informação contábil para os usuários das Demonstrações Financeiras. Para o correto reconhecimento de um ativo intangível são necessárias a observação e a con�rmação dos seguintes critérios de identi�cação apresentados na �gura a seguir: Conceituando o Ativo IntangívelConceituando o Ativo Intangível 10/05/2023 19:24 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=biBDeJEEsEeUaiKGOQdJkw%3d%3d&l=B1%2bE2IFbQTVIUPVhbOr%2bTQ%3d%3d&cd… 15/27 Figura 2 - Critérios de identi�cação a serem adotados para o correto reconhecimento de um ativo intangível. Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em CPC, 2010a. De acordo com a �gura acima, observamos que a identi�cação de um ativo se faz necessária antes de seu reconhecimento, além de se tratar de um elemento patrimonial sem substância física. Por sua vez, o item 18 do CPC 04 (R1) (2010a) estabelece que um ativo intangível seja reconhecido se “o reconhecimento de um item como ativo intangível exige que a entidade demonstre que ele atende: (a) a de�nição de ativo intangível (ver itens 8 a 17); e (b) os critérios de reconhecimento (ver itens 21 a 23)”. saiba mais Saiba mais Prazeres et al. (2016) desenvolveram o trabalho “Relações entre nível de divulgação dos ativos intangíveis e imobilizados e as características empresariais das companhias do setor de construção e transporte” com o objetivo de analisar quais características empresariais são possíveis determinantes do nível de divulgação de informações sobre ativos intangíveis e imobilizados, de acordo com o exigido pelos Pronunciamentos Técnicos 04 (CPC, 2010a) e 27 (CPC, 2009). A C ESSA R O Pronunciamento Técnico CPC 04 (2010a) determina que, após atender à de�nição de ativo intangível, deve-se demonstrar o atendimento aos seguintes critérios de reconhecimento: https://goo.gl/QSn6UY 10/05/2023 19:24 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=biBDeJEEsEeUaiKGOQdJkw%3d%3d&l=B1%2bE2IFbQTVIUPVhbOr%2bTQ%3d%3d&cd… 16/27 De acordo com o item 10 do CPC 04 (2010a), podemos enquadrar algo como ativo intangível se assegurado o atendimento aos três seguintes aspectos: a) identi�cação; b) controle; c) benefícios econômicos futuros. Assim sendo, a �gura acima destaca os critérios que devem ser obedecidos posteriormente à de�nição de ativo intangível, acrescentando-se ainda, conforme item 24 do CPC 04 (R1) (2010a), que um ativo intangível deve ser reconhecido inicialmente ao custo. Acerca do controle, Martins et al. (2013, p. 317) destacam que “uma entidade controla um ativo quando detém o poder de obter benefícios econômicos futuros gerados pelo recurso subjacente e de restringir o acesso de terceiros a esses benefícios”. A avaliação das contas do Ativo Intangível deve obedecer ao conceito em relação ao mesmo. Por sua vez, a contabilização se baseará nos critérios de reconhecimento de tais ativos em questão. Como visto, e de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 04 (2010a), exige-se que no momento do reconhecimento de um ativo intangível a entidade avalie: a de�nição de ativo intangível e os critérios de reconhecimento. Um ativo intangível “deve ser mensurado pelo custo no momento do reconhecimento inicial” (MARTINS et al., 2013, P. 317). Para reconhecer as contas envolvidas nas operações do Ativo Intangível, Padoveze (2017, p. 380) destaca alguns itens e que, segundo ele, referem-se aos gastos que poderão dar origem aos ativos intangíveis: gastos com propaganda e criação de marcas e títulos comerciais ou de publicações; gastos com desenvolvimento de produtos, licenças e patentes; goodwill adquirido em aquisições de empresas; lista de clientes adquirida; patente adquirida; direitos autorais adquiridos; direitos autorais gerados internamente; licença de transmissão adquirida; marca comercial adquirida; gastos internos com desenvolvimento de softwares comercializáveis; gastos internos com desenvolvimento de websites comercializáveis; direitos sobre �lmes; licenças de pescas; gastos com geração ou aquisição de franquias; gastos com direitos de comercialização etc. Figura 3 - Critérios para o reconhecimento de um ativo intangível segundo o Pronunciamento Técnico CPC 04. Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em CPC, 2010a. 10/05/2023 19:24 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=biBDeJEEsEeUaiKGOQdJkw%3d%3d&l=B1%2bE2IFbQTVIUPVhbOr%2bTQ%3d%3d&cd… 17/27 saiba mais Saiba mais Silveira et al. (2017) desenvolveram estudo sobre a avaliação de ativos intangíveis. O trabalho “Abordagens de avaliação de ativos intangíveis: uma revisão da literatura” buscou analisar as abordagens de avaliação de ativos intangíveis apresentadas na literatura nacional e internacional. A C ESSA R Cabe destacar que o CPC 04 (2010a) não permite o reconhecimento de ativo intangível que resulte de pesquisa, sendo, portanto, necessária a contabilização como despesa adotando o regime de competência. Veja que o item 54 do CPC 04 (2010a) diz que “nenhum ativo intangível resultante de pesquisa (ou da fase de pesquisa de projeto interno) deve ser reconhecido. Os gastos com pesquisa (ou da fase de pesquisa de projeto interno) devem ser reconhecidos como despesa quando incorridos” (CPC, 2010a). Outro ponto de destaque é referente aos gastos com softwares desenvolvidos internamente. Eles não devem ser caracterizados como intangíveis porque não há condições objetivas de identi�car possíveis ganhos com esse tipo de operação (PADOVEZE, 2017, p. 380). O item 63 do CPC 04 (CPC, 2010a) ressalta ativos como marcas, títulos de publicações, listas de clientes e itens semelhantes, quando gerados internamente, não devem ser reconhecidos como ativos intangíveis. saiba mais Saiba mais Você poderá conferir ainda mais detalhes sobre o intangível por meio do vídeo de título Ativo Intangível (BACCI, 2017). Assista ao vídeo e bons estudos! A SS I ST I R Sobre gastos com desenvolvimento, o intangível proveniente deles somentepoderá ser reconhecido, segundo o CPC 04 (2010a), se atendidos alguns aspectos como: https://goo.gl/pUknAH 10/05/2023 19:24 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=biBDeJEEsEeUaiKGOQdJkw%3d%3d&l=B1%2bE2IFbQTVIUPVhbOr%2bTQ%3d%3d&cd… 18/27 Há outros aspectos acerca do Ativo Intangível que precisam ser destacados. Nesse contexto, é importante reconhecer as operações que envolvam o Ativo Intangível e compreender o método de mensuração destes ativos. Com base nisso, é preciso compreender também sobre o Teste de Impairment , sobre a vida útil de�nida e sobre os aspectos relacionados com Goodwill . O Teste de Impairment remete à necessidade da entidade aplicar uma análise de recuperabilidade para assegurar que seus ativos estejam registrados contabilmente por valor que não exceda seus valores de recuperação (CPC, 2010b). Em caso de ativo que esteja contabilizado por valor superior ao valor que este possa ser recuperado por uso ou venda é preciso reconhecer as perdas por desvalorização. Padoveze (2017, p. 379) ressalta que “o teste do impairment é sempre para reduzir o valor do ativo, sendo proibido contabilizar o aumento do valor do ativo, caso o valor justo seja superior ao valor líquido contábil”. Algumas de�nições podem ser destacadas com base nos Pronunciamentos CPC 01 (2010b) e CPC 04 (CPC, 2010a): Amortização é a alocação sistemática do valor amortizável de ativo intangível ao longo da sua vida útil. Valor residual de um ativo intangível é o valor estimado que uma entidade obteria com a venda do ativo, após deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo já tivesse a idade e a condição esperadas para o �m de sua vida útil. Vida útil é: (a) o período de tempo no qual a entidade espera utilizar um ativo; ou (b) o número de unidades de produção ou de unidades semelhantes que a entidade espera obter pela utilização do ativo. Perda por desvalorização é o montante pelo qual o valor contábil de um ativo ou de unidade geradora de caixa excede seu valor recuperável. Valor recuperável de um ativo ou de unidade geradora de caixa é o maior montante entre o seu valor justo líquido de despesa de venda e o seu valor em uso. Ressalta-se que os ativos intangíveis com vida útil de�nida sofrem amortização em função de sua vida útil. A amortização trata da perda do valor do capital aplicado no ativo e deve ser aplicada sobre os ativos intangíveis que tenham vida útil de�nida, ao longo dos anos, de acordo com o padrão de consumo da entidade. Reconhecendo o Ativo IntangívelReconhecendo o Ativo Intangível 10/05/2023 19:24 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=biBDeJEEsEeUaiKGOQdJkw%3d%3d&l=B1%2bE2IFbQTVIUPVhbOr%2bTQ%3d%3d&cd… 19/27 De acordo com o CPC 04 (R1) (2010a), o valor residual de um ativo intangível com vida útil de�nida deve ser considerado 0 (zero), exceto em casos excepcionais, conforme determina o item 100 do CPC 04 (R1): (a) haja compromisso de terceiros para comprar o ativo ao �nal da sua vida útil; ou (b) exista mercado ativo (como de�nido no CPC 46) para ele e (Alterada pela Revisão CPC 03): (i) o valor residual possa ser determinado em relação a esse mercado; e (ii) seja provável que esse mercado continuará a existir ao �nal da vida útil do ativo. É importante ressaltar ainda que o valor residual dos ativos intangíveis deve ser revisado pelo menos ao �nal de cada exercício, conforme o item 102 do CPC 04 (R1). Há ativos intangíveis com vida útil de�nida e com vida útil inde�nida, sendo essa última determinada quando não existir um limite previsível de geração de �uxos de caixa positivos. Importante ressaltar que vida útil inde�nida não é sinônimo de vida útil in�nita. Os ativos intangíveis com vida útil de�nida sofrem amortização, enquanto os ativos intangíveis com vida útil inde�nida podem ser submetidos ao Teste de Impairment (teste de recuperabilidade). Contudo, as regras para as Pequenas e Médias Empresas (PME) são diferenciadas e especí�cas: elas devem considerar todos os ativos intangíveis como tendo vida útil de�nida e, portanto, devem submetê-los à amortização. Em relação ao Goodwill , que é o ágio por expectativa de rentabilidade futura, é preciso diferenciá-lo do Ativo Intangível. Enquanto o intangível pode e deve ser identi�cável para que seja reconhecido, o Goodwill é um intangível não identi�cável. Para Martins et al. (2013, p. 318) trata-se de um “conjunto de intangíveis não identi�cáveis no processo de aquisição”. Ademais, o Goodwill gerado internamente não poderá ser contabilizado, pois o reconhecimento é vedado, conforme item 48 do CPC 04 (R1) (2010a). Os gastos que fazem parte do custo de um ativo intangível adquirido separadamente incluem, de acordo com o item 27 do CPC 04 (R1): a) seu preço de compra, acrescido de impostos de importação e impostos não recuperáveis sobre a compra, depois de deduzidos os descontos comerciais e abatimentos; e conforme item 28, b) qualquer custo diretamente atribuível à preparação do ativo para a �nalidade proposta, como os honorários pro�ssionais diretamente relacionados para que o ativo �que em condições operacionais (CPC, 2010a). Desse modo, o quadro abaixo visa apresentar os custos que são diretamente atribuíveis e os gastos que não fazem parte do custo de um ativo intangível adquirido separadamente: Quadro 6 - Custos diretamente atribuíveis e os gastos não atribuíveis ao custo de um ativo intangível. Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em CPC, 2010a. 10/05/2023 19:24 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=biBDeJEEsEeUaiKGOQdJkw%3d%3d&l=B1%2bE2IFbQTVIUPVhbOr%2bTQ%3d%3d&cd… 20/27 saiba mais Saiba mais O trabalho “Relevância dos ativos intangíveis em empresas de alta e baixa tecnologia”, de Dal Magro et al. (2017), teve como objetivo analisar a relevância dos ativos intangíveis em empresas de alta e baixa tecnologia. A C ESSA R Para a realização dos lançamentos referentes aos fatos contábeis provenientes das operações envolvendo o Ativo Intangível, devemos levar em conta todos os aspectos relacionados com o conceito de intangível, os critérios de identi�cação, reconhecimento e mensuração destes ativos. Para melhor compreensão dos lançamentos contábeis decorrentes de transações envolvendo custos incorridos para aquisição de intangíveis, vemos a seguir um caso como exemplo de análise prática dos conceitos estudados. saiba mais Saiba mais Não existirá valor residual de um ativo intangível que não possa ser vendido futuramente, ou quando do término de sua vida útil. Isto faz sentido, pois a de�nição de Valor Residual é o valor estimado que uma entidade obteria com a venda do ativo (CPC, 2010a). Bons estudos! A C ESSA R https://goo.gl/vosboE 10/05/2023 19:24 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=biBDeJEEsEeUaiKGOQdJkw%3d%3d&l=B1%2bE2IFbQTVIUPVhbOr%2bTQ%3d%3d&cd… 21/27 Solução do caso Primeiramente, cabe esclarecer que, independentemente da forma de pagamento, à vista ou a prazo, trata-se de um possível ativo intangível. Para ser tratado como tal, o Gerente de Controladoria deverá informar aos presentes na reunião que a observação de dois Pronunciamentos Técnicos é necessária: o CPC 01 (2010b) e o CPC 04 (2010a). CPC 01 aborda os critérios de análise da recuperabilidade dos ativos e o CPC 04 estabelece os critérios para o reconhecimento de um ativo intangível. Considerando que os critérios de reconhecimento de um ativo intangível foram atingidos, a Cia. poderá efetuar os seguintes lançamentos, conforme seguem. Na aquisição das licenças de softwares Débito: Ativo Intangível (Grupo do Ativo não Circulante); Crédito: Caixa, bancos ou passivo (Grupo do Ativo Circulante ou Passivo Circulante e Não Circulante); Valor: R$ 4.500.000,00; Histórico: Aquisição de licenças de software conforme contrato nesta data. Na amortização do ativo intangível com vida útil de�nida Débito: Despesas com amortizações (Grupo de Despesas); Crédito: Amortização acumulada (Grupo do Ativo Circulante); Valor:R$ 900.000,00; Histórico: Amortização sobre aquisição de licenças de software nesta data. Convém ainda demonstrar, no BP, como �gurariam as contas envolvidas: ref l ita Re�ita A Cia. SOLUTION Ltda. realizou reunião nesta data para deliberações das estratégias para a área de sistemas da empresa. O principal diretor da área, Sr. Navas, é responsável pela diretoria de TI – Tecnologia de Informação. O Sr. Navas apresentou um projeto de estruturação de rede e de aquisição de novos softwares . A primeira etapa do projeto é justamente a aquisição das licenças de softwares pela companhia. O valor de gasto a ser incorrido nesta situação de compra das licenças é de R$ 4,5 milhões. Além disso, a vida útil a ser considerada é de 5 anos, ou seja, 20% de amortização anualmente. O Presidente da Cia. se assustou com o valor e questionou sobre os impactos contábeis provocados pela aquisição das licenças. O Gerente de Controladoria foi acionado para explicar os efeitos desta transação. Quais serão os impactos desta transação e que suporte normativo deve ser dado nesta questão pelo Gerente de Controladoria da SOLUTION Ltda.? 10/05/2023 19:24 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=biBDeJEEsEeUaiKGOQdJkw%3d%3d&l=B1%2bE2IFbQTVIUPVhbOr%2bTQ%3d%3d&cd… 22/27 ATIVO Ativo circulante Ativo não circulante Realizável a Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangível 3.600.000,00 Licenças de Software 4.500.000,00 (-) Amortização acumulada de licenças de software (900.000,00) Sem dúvidas, as novas tratativas contábeis introduzidas pela Lei 11.638/2007 (BRASIL, 2007), sobretudo, acerca dos intangíveis, promove qualidade às Demonstrações Financeiras das entidades. Entretanto, essa qualidade requer dos pro�ssionais envolvidos aptidão para a correta aplicação dos conceitos aqui estudados. 10/05/2023 19:24 Ead.br https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=biBDeJEEsEeUaiKGOQdJkw%3d%3d&l=B1%2bE2IFbQTVIUPVhbOr%2bTQ%3d%3d&cd… 23/27 conclus ão Conclusão Neste momento você acabou de concluir os estudos sobre os critérios de identi�cação e reconhecimento de adiantamentos e de ativos intangíveis. Além disso, foram discutidos, principalmente, dois Pronunciamentos Técnicos emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis, a saber, os CPCs 04 e 12, referentes a Ativos Intangíveis e Ajuste a Valor Presente, respectivamente. Esperamos que você tenha compreendido a importância da adoção dos pronunciamentos acerca do registro e divulgação de informações contábeis, em especí�co, sobre os adiantamentos e ativos intangíveis. A contabilidade brasileira vem passando por mudanças importantes desde a edição da Lei nº 11.638/2007 (BRASIL, 2007) e, portanto, é necessário que o pro�ssional contábil esteja atento às mudanças para a entrega de um serviço contábil de qualidade para as empresas nas quais atuarão. Neste capítulo, você teve a oportunidade de: compreender as formas de registros de adiantamentos e de registros de ativos intangíveis; assimilar o conteúdo disponibilizado por meio dos CPCs 01, 04 e 12; compreender a aplicação do Teste de Impairment sobre os valores de ativos. re f erências Referências Bibliográ�cas BACCI, R. Ativo Intangível. Canal Professor Rogério Bacci. YouTube , jun. de 2017. Disponível em: < https://www. youtube.com/watch?v=rRO61KtRcrk >. Acesso em: 10/04/2018. BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976 . Brasília: Diário O�cial, 1976. Disponível em: < https://goo.gl/k9L1R >. Acesso em: 11/04/2018. _________. Lei n. 11.638, de 28 de dezembro de 2007 . 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Disponível em: < https://goo.gl/ZMUCMi >. Acesso em: 03/05/2018. _________. Pronunciamento Técnico CPC 04 (R1) – Ativo intangível, 2010a. Disponível em: < https://goo.gl/EztTbw >. Acesso em: 10/04/2018. _________. Pronunciamento Técnico CPC 01 (R1) – Redução ao Valor Recuperável de Ativos, 2010b. Disponível em: < https://goo.gl/px6fu4 >. Acesso em: 10/04/2018. CRCRS - CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL. Sobre o CRCRS , 2018. Disponível em: < http://www.crcrs.org.br/sobre-o-crcrs-2/ >. Acesso em: 03/04/2018. DAL MAGRO, C. B. et al. Relevância dos ativos intangíveis em empresas de alta e baixa tecnologia. Nova Economia , Belo Horizonte, v. 27, n. 3, 2017. Disponível em: < https://goo.gl/vosboE >. Acesso em: 03/05/2018. MARTINS, E.; GELBCKE, E. R.; SANTOS, A.; IUDÍCIBUS, S. Manual de contabilidade societária . 2. ed. São Paulo: Atlas, 2013. MEDRADO, M. Ajuste a valor presente. Descomplicando #6. Canal Contabilizando. YouTube , jun. de 2017. 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