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Vítor Contini – ATM 23 TERCEIRA INFÂNCIA Introdução Período de evolução mais lenta – não é tão rápido como a latência Desenvolvimento cerebral Poda dos dendritos – começa a criar ligações pra tudo, começa a reduzir os dendritos para melhorar as sinapses Termina por volta de 11 anos Brincadeira são comuns no recreio 10% são impetuosas – maldosas mas não são intencionais Meninos mais fisicamente, meninas mais verbalmente Obesidade infantil Problema de saúde pública Atividades físicas mais elaboradas – interação em grupo pois já superou os conflitos de ego – tem que ser mais explorado Desenvolvimento cognitivo Piaget Período operatório concreto – criança desenvolve a função executiva o Já tem a observação o Categorização o Operações matemáticas o Noção de causa e efeito – raciocínio moral o Melhora o pensamento espacial – desenvolver melhor o raciocínio de brincadeiras Raciocínio moral o Obediência rígida a autoridade – obedece os pais porque são os pais – começa a afrouxar e ver formas diferentes de atuar - flexibilidade o Crescente flexibilidade o Equidade – dar mais pra quem precisa mais e menos pra quem precisa menos Habilidades executivas melhoram o Tempo de reação o Velocidade do processamento o Atenção seletiva o Metamemória o Estratégias mnêmicas Linguagem e alfabetização Aumento gradual do vocabulário (metáfora, sintaxe) o Pragmatical o Aprendizagem de uma segunda língua Alfabetização o Leitura e escrita – decodificação e recuperação baseada na visualização o Metacognição Vítor Contini – módulo 126 – ATM 23 Vítor Contini – ATM 23 Crianças com distúrbio de aprendizagem Deficiência intelectual QI menor que 70 30-50% de origem desconhecida Muitos se beneficiam de escolarização (adaptada) Distúrbios da aprendizagem Dislexia Sem relação com QI Menos focadas, mais desorganizadas e distraídas Problemas de aprendizagem – TDAH 2 –11% das crianças no mundo (prevalente) Dois grupos de sintomas distintos (déficit de atenção e transtorno de hiperatividade – antes eram colocados isoladamente como doenças) Atraso no processo de desenvolvimento cerebral, principalmente no córtex frontal – principalmente na dopamina – regulador de pulsos – diminuir impulsividade Base genética – gene dopamina Tendem a esquecer as responsabilidades, a falar alto invés de dar a si mesmo orientações silenciosas, ficar frustradas ou irritadas facilmente (sabe que consegue resolver mas não consegue organizar internamente de maneira correta) e desistir quando não conseguem solucionar um problema Alteração ambientais, recompensas e instruções frequentes para o tratamento o Pessoa sabe que é diferente porém internamente não sabe se organizar, então não adianta ficar relembrando a criança DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL Desenvolvimento da identidade O autoconceito se torna mais realista durante a terceira infância – criança já tem noção maior de causa efeito, então noção maior de si mesma Sistemas representacionais – tem várias representações dentro da cabeça então consegue juntar essas informações – até a relação com a memória e formas As crianças em idade escolar internalizam a vergonha e o orgulho e podem entender melhor e regular as emoções negativas Empatia comportamento pró-social Regulação emocional é ativa (esforço) – saber que não pode fazer o que quer na hora que quer – começam a entender que não é como faziam e se esforçam para melhorar A criança na família Passam menos tempo com os pais, mas ainda é muito relevante. Essa relação é alterada pela cultura. Atmosfera familiar – clima que a família tem dentro de casa, envolve a educação dos pais e relacionamento com outros membros da família o Comportamentos internalizantes e externalizantes – podem tornar- se introspectivas ou extropectivas Vítor Contini – ATM 23 Corregulação – pais e filhos dividem o poder – crianças começam a se soltar e formas diferentes de avaliar a situação – começam a correlacionar os fatos – ‘não vou fazer isso porque fulano não fez’ Relacionamento entre irmãos o Cultura o Laboratório para resolução de conflitos Família: O que é família? Conceito amplo Não há diferença nenhuma em relação a casais homossexuais – nenhuma tendência a transtornos psiquiátricos Grupo de pares – coleguinhas Efeitos positivos e negativos Popularidade o Populares, rejeitados, negligenciados, polêmicos e medianos o Parentalidade, cultura Amizade O grupo em si não tem muito significado, mas a interação entre ele sim. Agressão e intimidação Mídia Bullying – causam problemas psicológicos e psiquiátricos o Intimidações podem ser físicas, verbais, relacionais ou emocionais o As vítimas parecem apresentar um padrão: não se ajustam; ansiosas, deprimidas, com poucos amigos, ambiente familiar severo, baixo auto-estima o Comportamentos internalizantes o Valentões tem risco aumentado para uso de álcool, crimes e delinquência Saúde mental – saúde emocional Transtorno de conduta Vítor Contini – ATM 23 o Acessos de raiva e comportamento desafiador, questionador, hostil ou deliberadamente irritante – criança que quer matar o bichinho e mata só para ver o que tem dentro, sem se ligar se é um ser vivo o Comum em crianças de 4-5 anos o Se permanecem até oito anos, normalmente é Transtorno desafiador de oposição – brigam, discutem, perdem o controle – faz o contrário do que se ordena o TC é grave! o Padrão antissocial – não se importa com as coisas externas Fobias escolares e transtornos de ansiedade o Ansiedade de separação o Ansiedade social o Transtorno de ansiedade generalizada o Transtorno obsessivo-compulsivo Depressão infantil o 2,8% o Anedonia (para de sentir prazer), fatiga, ateração de peso, dificuldade de se concentrar, choro, alteração do sono, queixas físicas, piora do desempenho escolar) Escola é um marco para observar Vida moderna o Tudo é fast! o Aumento da ansiedade infantil o Mais suscetíveis a problemas psicológicos após um trauma o 2 estágios: primeiro, luto, tristeza, segundo, semanas após, ansiedade, tensão, distúrbios do sono Resiliência o Mantém equilíbrio e competência ante a situações de perigo ou ameaça o Relacionamento familiar e atividade cognitiva – se esforças para tornar melhor ADOLESCENCIA Introdução Aspectos históricos “…as crianças não obedecem mais aos seus pais…” inscrição egípcia há mais de 2000 anos atrás. Platão(427-347a.C.) paixão e excitabilidade como principais características do adolescente Idade Média: crianças e adolescentes sem status na sociedade, adultos em miniatura – apareciam nas obras de arte da época Renascença: racionalidade e pensamento abstrato Século XX: período específico do desenvolvimento, reconhecida e estudada Limites etários OMS (1977): 10-20a Período inicial: 10-14a Período final: 15-19a Juventude: 15-24a Vítor Contini – ATM 23 Puberdade: modificações biológicas – masculino – gonadarca e feminino telarca – puberdade quer dizer ‘pêlos’ Adolescência: biológico, psicológico e social (pensar como o adolescente é visto hoje) Puberdade Faixa ampla de 8-13anos para ambos os sexos. Entre 11-15 anos há indivíduos em diferentes momentos da puberdade… entrada na adolescência com ou sem puberdade – muitas vezes alguns indivíduos entram na adolescência antes de entrar na puberdade, ou seja, modificações psicológicas sem alterações no corpo Puberdade precoce e adolescência tardia? – será que a adolescência termina mesmo aos 19 anos? Fim da adolescência: consolidação da identidade (quem ela é), independização da família, sexualidade genital madura e afetividade, autodeterminaçãoe responsabilidade… – realmente é algo muito amplo mas espera-se que no fim haja consolidação que algumas definições Sociedades mais primitivas: marcos de passagem definidos… (exemplo de sociedades indígenas, judaísmo...) Sociedades industrializadas: período confuso e contraditório dos papéis… (ora esperar como um adulto, ora esperar como uma criança) Classe social, independência econômica e pessoal …. O processo adolescente A bela adormecida – sangue no fuso de uma roca – associado com a menarca – princesa agora é ‘moça’ – novas pulsões (?), sono profundo (recolhimento narcísico, não saber quem é), príncipe desperta… (o quanto contos de fadas falam sobre aspectos inconscientes e simbólicos) “Recolhimento narcísico”: devaneios, isolamentos no quarto, diários, sentimentos de irrealidade, identificações realizadas no Édipo, consolidadas na latência, narcisismo primário (fica retido no ‘eu’) e Narcisismo objetal (está no ‘objeto’, no outro)… Final da latência: curva do amor objetal elevado aos pais… (latência é um período muito bom para os pais, o amor está projetado nos pais e transmite uma segurança muito grande) Adolescência: inversão…enxerga os pais de cima para baixo… (realmente no sentido físico, de enxergar do alto – estirão) “se meus pais não sabem tudo, eu devo saber…” – parte dessa porção está relacionada com o complexo de Édipo Perda dos pais da infância (Aberastury, 1988) – luto que vai ter que lidar; perda da crença na oniciência dos pais (Meltzer, 1978) – ‘os meus pais não sabem tudo’; Introspecção…quarto…redes sociais… - quarto é como se fosse um ‘miniuniverso’, as redes sociais são um novo diário Banda de rock, grupos de identificação Limite privado x público – até que ponto deixa público e até que ponto deixa privado “Como mudou o status no facebook antes de me contar que sou sua amiga? – eu ia te contar hoje…” – trailer do filme ‘confissões de adolescente’. Freud em “o mal estar na cultura” (1930): o homem em troca da segurança abriu mão demasiadamente de sua liberdade. – a liberdade seria ‘pegar todo mundo’, então abre mão disso por uma segurança de ‘um relacionamento sério’ – período de experimentação Vítor Contini – ATM 23 Já a geração Y, se perdeu em segurança e estabilidade nos relacionamentos e ganhou muito em liberdade. – é uma geração que se preza muito pela liberdade, relação com os pais mais horizontalizadas As questões de relacionamento e conflitivas também mudam com o tempo Menarca… Primeiras experiências… - de relacionamentos 1. Criança adormece sua pulsão sexual e vai substituindo por outras coisas 2. O menino fica com muito medo de se aproximar de mulheres 3. Surgem vários grupos que funcionam para reforçar o elemento narcísico 4. O grupo vai transgredir – ‘unidos no crime’ – certa socialização da culpa 5. Atenua as ideias do superego Exemplo: garotos II – Lenine Vítor Contini – ATM 23 1. É mais interessante que reforce isso 2. Antes se tinha a segurança total, os pais estavam sempre por perto; o fato de estar sozinho ajuda 3. Antes queria só se pegar, e depois vai haver algum tipo de ternura, nesse ponto, o clube do bolinha vai se repaginando 4. Edipo revivido por algumas constâncias objetais Exemplo: Hoje eu quero voltar sozinho – filme 1- Psicodimanicamente a menarca é como se fosse um marco para algo que está acontecendo dentro dela – sexualidade mais introspectiva 2- É um novo formado ao complexo de Édipo que está sendo reeditado 3- Paixões intensas, geralmente distantes, até artistas. E funciona até como uma defesa – escolhe alguém mais distante para evitar frustração 4- Semelhança com a adolescência do menino. Tendência a buscar alguém muito parecido com o que é, deixa a menina mais segura para se aproximar. 5- Primeiras experimentações – dependência, só faz as coisas se estiver com o companheiro. Idealização – o parceiro é o melhor. ‘O amor da sua vida’. 6- As frustações vai amadurecendo para ter escolhas mais maduras O grupo Amizades mais recíprocas – busca-se alguém que vai corresponder com o indivíduo Capacidade de expressar sentimentos mais privados e de escutar – melhora a cumplicidade. Uma criança pequena tem a tendência ao egocentrismo. Muda na adolescência, cria um pensamento mais abstrato. Reforço de auto estima, sentimento de pertinência e identidade – vai estar fazendo parte de algo, identidade está diluído no sentimento grupal Socialização Continência de projeções de aspectos conflituosos de cada um – continência como algo que vai suportar, 'caber’, capacidade de ser continente a algo. Aquilo que está difícil em si, pode projetar no grupo. Afrouxamento do superego. Vítor Contini – ATM 23 Crises de identidade Panelinhas e a intolerância com as diferenças são defesas contra a confusão de identidade – o grupo sempre vai existir, mas adquire características peculiares na adolescência: só entra para o grupo se tiver certas características. Esse processo de exclusão fala sobre a crise de identidade do grupo. Intensidade da intolerância fala sobre a fragilidade. Resolução de três questões: 1) Escolha da ocupação – vestibulares 2) Adoção de valores em que acreditar – antes comprava os valores dos pais, agora precisa de se rever e resulta em muita demanda psíquica 3) Identidade sexual – consolida nessa idade Identificar-se como ser sexual, reconhecer a orientação, conciliar excitação e vínculos românticos – geralmente é dissociado, excitação e romantismo é dissociado. No final é comum que tenha um amadurecimento Experiências homossexuais antes dos 15 não determinam a orientação sexual – ela está se desenhando durante a adolescência, vai acontecer como uma tentativa de buscar. Confusão de admiração e excitação A família – os pais também ficam confuso com o adolescente O adolescente transita entre seu quarto (isolamento), sua família, seu grupo de amigos e o mundo adulto – transita entre esses lugares, tudo muito confuso Sai pra o mundo como quem o experimenta e volta pra casa como seu Porto Seguro Ambiguidade da família com a autonomia do adolescente: segurá-los e protegê-los ou libertá-los? – ambíguo, ora protege ora liberta Pais na meia idade reavaliando sua vida profissional e amorosa e o que querem realizar e talvez sem tempo – pais também estão iniciando uma nova fase da vida, reviver como foram as primeiras escolhas Sexualidade dos pais – o adolescente tem muita energia sexual, diferente dos pais. Entra em choque com pais. Também reativa nos pais como foram as experiências dele. Lutos da puberdade Luto pela perda do corpo infantil – perdendo o corpo que ocorreu uma representação mental. Freud: tudo que ocorre no corpo tem uma representação mental. Entende o corpo e vai resinificando ele. Com essa perda vai ter que fazer esse processo todo novamente. Perda dos pais da infância (super-protetores) – busca-se outro tipo de pai e mãe Perda do status e da segurança infantil – status infantil: ‘ele é só uma criança’. Na adolescência essa defesa não é mais útil. Exemplo: cara estranho – Los Hermanos Busca de tentar entender quem se é. Rituais de passagem Originam-se quando há intensa mudança de uma condição para outra na vida de um indivíduo ou grupo social – são necessários e que precisam acontecer para entrar em outra posição Maneira de definir identidade semelhante a do grupo Castigos físicos Vítor Contini – ATM 23 Mudança no habito de se vestir Maquiagem Baile de debutantes Circuncisão Uso de drogas Exemplo: filme – meus 15 anos “Eu não queria uma festa de 15 anos… Mas, acho que eu precisava.” “…ninguém te explica como faz para amadurecer…” “…ninguém te explica, porque você tem que descobrir sozinho…” 1- Alteraçõeshormonais – alterações comportamentais 2- Cérebro ainda em maturação – justifica alguns impulsos por causa da pouca inibição cortical 3- Mudanças psicossociais 4- Problemas na adolescência Adolescência – desenvolvimento físico e cognitivo Aumento do GnRH no hipotálamo aumenta LH(nos meninos inicia a produção de testosterona e dehidroepiandrosterona DHEA) e FSH (menstruação) As adrenais aumentam a secreção de DHEA a partir dos 6-8a e aos 10 anos já é 10x maior que de 1-4a. A maioria experimenta sua 1ª paixão aos 10a. A menarca pode ser influenciada pelo meio: mais precoce conflito familiar e mães muito severas. Menarca tardia afeto parental, pai envolvido O cérebro do adolescente Rede socioemocional (11-13a) x rede de controle cognitivo (14-17a) – dois momentos, um inicial com uma rede socioemocional, toda a questão do papel do adolescente e do núcleo que ele está inserido, e outra mais posterior, que Vítor Contini – ATM 23 haverá uma rede de controle mais evoluída. Ou seja, a rede emocional começa antes e não acompanha a parte cognitiva. Amígdala (estrutura subcortical, mais primitiva, relacionada a emoções) x Lobo frontal (controle mais frontal, desenvolvendo capacidade de raciocínio e julgamentos) Diminuição da substância cinzenta (ligado células nervosas) Início na porção posterior em direção à frontal – cérebro evolui de ‘trás pra frente’ em relação a posição anatômica Na metade final da adolescência, temos menos conexões neurais, mas mais fortes e eficazes. – perde as conexões mais primitivas, as quais não estão mais sendo uteis. Desenvolvimento Cognitivo – Piaget – Estágio Operatório Formal Surge a capacidade de pensar abstrações – entender metáfora, ironias, falar sem o sentido concreto. Estágio pré-operatório: tentativa e erro – aprendendo através da experiência, por volta de 2-6 anos. Operatório concreto: percebe variáveis, mas não consegue testá-las separadamente – 7-12 anos Período operatório formal: Raciocínio hipotético-dedutivo: testa variáveis isoladamente, considera todas as relações. Maturação cerebral e oportunidades ambientais. – consegue testar separadamente para saber ‘o que está mudando’. Nem todos vão atingir esse período formal, depende da maturação e das oportunidades ambientais Raciocínio indutivo x dedutivo Raciocínio Indutivo Tiram conclusão geral sobre uma classe pela (sua) observação de determinado membro. – ou seja, pela experiência. “Meu cachorro late. Os cachorros de Terry e Melissa também. Portanto, parece que todos os cachorros latem”. As conclusões devem ser experimentais. Pensamento egocêntrico. – tem que passar sempre pelo ‘eu’, por isso egocêntrico Raciocínio Dedutivo Começa com uma premissa sobre uma classe, aplicando-a a um determinado membro da classe. Parte do geral para o individual. “Todos os cachorros latem. Spot é um cachorro. Spot late.” Mudanças no processamento de informação Mudanças estruturais: maior memória de trabalho e maior quantidade de armazenamento na memória de longo prazo; - maturação cerebral, apesar da diminuição da substância cinzenta, faz com que as sinapses sejam mais efetivas. Mudança funcional: aumento na velocidade de processamento e desenvolvimento da função executiva (atenção seletiva, decisão, gerenciamento) – ocorre pelo desenvolvimento do lobo frontal, consegue mais prestar atenção a um estímulo e não a outro. Desenvolvimento da Linguagem Maior vocabulário leituras mais adultas e pensamento abstrato; Vítor Contini – ATM 23 Linguagem com perspectiva social – consegue distinguir a forma de falar e se expressar com as pessoas Adaptação da conversa ao nível de conhecimento do outro; Gírias adolescentes: fortalece a identidade separada dos pais e dos adultos Raciocínio Moral: teoria de Kohlberg Maior altruísmo, empatia, solucionar problemas sociais, lidar com relacionamentos e de verem-se como seres sociais maior desenvolvimento moral. – todos esses ganhos que a adolescência vai dar, relaciona-se com essa moral mais desenvolvida. Dilema de Heinz: uma mulher com câncer está próxima da morte. Um farmacêutico descobriu um medicamento que pode salvá-la. O farmacêutico cobra 2.000 dólares, 10X mais do que o preço de fabricação. O marido consegue 1.000 dólares e apesar de implorar não convence o farmacêutico. Heinz, desesperado, arromba a loja e rouba o medicamento. Ele deveria ter feito isso? Por que? Kohlberg analisa não quanto ao julgamento, mas ao tipo de resposta, a mesma ia se modificando ao longo da infância-adolescente. Vítor Contini – ATM 23 Influências sobre o desempenho escolar Diferenças de Gênero: As meninas em todos os países (43 países industrializados) se saíram como melhores leitoras que os meninos. Os meninos estavam à frente em matemática em metade dos países. (OECD, 2004) Biologicamente, os cérebros de homens e de mulheres são diferentes e essas diferenças se acentuam com a idade; As meninAs têm mais substância cinzenta (corpos celulares neuronais e conexões vizinhas), mas os meninOs têm mais substância branca conectiva (mielina) e LCR. Mais mielina ajuda no desempenho espacial e visual ->matemática e ciências. O corpo caloso é maior em meninAs que em meninos o que permite melhor processamento da linguagem. – facilita a integração dos hemisférios Meninos Mais substância Branca conectiva(mielina) e LCR. O crescimento de substância cinzenta continua a aumentar nos meninos adolescentes. Melhor desempenho visual e espacial -> matemática e ciências. (Halpern et al. 2007) Meninas Mais substância cinzenta (corpos celulares neuronais e conexões vizinhas). O crescimento da substância cinzenta atinge ponto máximo mais cedo em meninas. Maior corpo caloso, permitindo-lhe maior processamento da linguagem. (Halpern et al. 2007) Vítor Contini – ATM 23 Estilos de Parentalidade Pais Democráticos: estimulam os filhos a examinarem os 2 lados de uma questão, aceitam sua participação nas decisões da família, admitem que as crianças a vezes sabem mais que eles. – estimula o filho a pensar, fazem com que desenvolva o pensamento crítico, desenvolvem a moral mais fácil e precocemente. Pais autoritários: não discutem com adolescentes, notas boas = advertências para ser melhor, notas ruins= punições. – desempenho tende a ser pior Pais permissivos: indiferentes às notas. ADULTO JOVEM Definição Parte mais longa do ciclo vital se considerarmos adultos jovens e intermediários. Adultos jovens: 20-40 anos Fase aparentemente tranquila da vida – visto que a adolescência é um período de crise vital Grupo de amigos se torna mais refinado, pautado em afinidades de valores, filosofia de vida, etc. Características Meio de duas crises vitais: final da adolescência e a crise da meia-idade (adulto intermediário) Etapa de grandes acontecimentos Também de tragédias, mortes e doenças mentais – faixa etária em que mais se procura atendimento psiquiátrico, é uma fase mais tranquila porém o indivíduo entra em contato com mais desafios. Criação e morte - Amy Winehouse, Kurt Kobain, Cazuza, Renato Russo… A tranquilidade é só aparente: o 20-30 anos idade que as pessoas mais buscam tratamento psiquiátrico o Alto índice de mortalidade por causas violentas Geração Y Resolve problemas abstratos e não práticos Vítor Contini – ATM 23 Final da adolescência – marcado por uma série de definição de alguns fatores Sair de casa e ser independente Ruptura da dependência emocional com os pais Identidade própria – relativamente mais estável, consegue responder ‘quem você é’ Reconhecer a individualidade das pessoas – reconhecer o outro como o outro e não de maneira egoístacomo ‘apêndice das minhas necessidades’ Melhor relacionamento com os pais – para de brigar com os pais Tarefas evolutivas Colarrusso (1999, 2000) descreve sete tarefas evolutivas: 1) Terceira Individualização 2) Profissão 3) Casamento 4) Paternidade e Maternidade 5) Capacidade Lúdica 6) Amizades 7) Autonomia e Independência (Intimidade X Isolacionismo) Primeira tarefa: terceira individualização 1ª: A primeira individuação iniciaria a partir do quarto ou quinto mês de vida e estaria sendo finalizada por volta do 36º. mês. - 1ª é de 4-5 meses no bebê – criança entrando na posição depressiva do bebe, reconhecer o seio bom e o seio mal. Klein e a posição esquizoparanoica. 2ª:adolescência – ruptura dos objetos internalizados – perda dos pais da infância, ter a própria visão de mundo e identidade 3ª: solidão intrapsíquica e ainda ausência de outros fortes vínculos Ruptura interna da dependência emocional dos pais Identidade própria Reconhecer a Individualidade das pessoas que o cercam Segunda tarefa: profissão “Escolher é dizer não ao resto.” – é sempre algo difícil “Vou prestar medicina porque gosto ou porque é isso que meus pais esperam de mim? Será que vou gostar dessa profissão? Serei bem-sucedido? Vou passar o resto da minha vida só fazendo isso?” – surge uma série de questionamentos Adaptação saudável ao trabalho propicia aumento de criatividade, relacionamentos mais satisfatórios com colegas e aumento da auto estima Desajuste pode frustrar a si mesmo e com o emprego, além de gerar insegurança e desinteresse pelo trabalho. Conciliar família e trabalho Terceira tarefa: casamento A maioria casa até os 30 e se divorcia no transcorrer de até 10 anos Aumento nas últimas 3 décadas de pessoas que vivem com seus parceiros sem casar formalmente Persiste o desejo de cumprirem essa etapa – é uma etapa que está inerente, mesmo com as mudanças da sociedade Wallerstein (1993) fatores responsáveis pela estabilidade e Felicidade conjugal: 7 metas que recriam condições conflitivas anteriores: Vítor Contini – ATM 23 1) Separação da família de origem - nova ligação = dessa vez tentar fazer da minha forma de ser 2) Identidade marital com união e autonomia 3) Vida sexual 4) Segurança e abastecimento afetivo; = buscar no outro um porto seguro, buscar o sentimento primitivo pelos pais 5) Espaço psicológico pros filhos e privacidade do casal = será sempre algo presente no casamento. Ao mesmo tempo terá uma dupla, e o ‘trio’ com o filho. Primeira relação é dual – mamãe-bebe. 6) Relação divertida e interessante 7) Manter uma visão do outro que combine idealização inicial e compreensão da realidade atual. – idealização mantém viva a relação, mas a compreensão dá o contraste. Precisamos de ambos. Erikson (1963): confusão de papéis inviabiliza a intimidade necessária Isolamento como modo de vida Fólico/paranoide: receio de ser prejudicado – impressão de que o casamento vai causar algum prejuízo, medo de ‘tirar algo’ da pessoa Esquizóides: retraimento – não tem interesse no outro, em buscar intimidade Depressivos: baixa auto estima – não se acha interessante pra dividir a vida com alguém Obsessivos: desejar alguém “perfeito” – busca incessável por alguém perfeito Narcisistas: não necessitar do outro – focado em si, ‘eu sou alguém autossuficiente’ Histéricas: superficiais e infantis – não consegue estabelecer uma relação madura Motivos conscientes e inconscientes da união: O outro atendendo plenamente a necessidades infantis insatisfeitas Ver o cônjuge como alguém a ser salvo de uma vida infeliz … Escolha edípica… Quarta tarefa: maternidade e paternidade Peso econômico e emocional – é caro mas também afeta o emocional, pois mobiliza sentimentos profundos. Tem ambivalência. Reacende nos pais conflitos quando pequenos Reviver com os filhos cada etapa de seu desenvolvimento – necessariamente, reviver, ainda que inconscientemente. ‘Não quero que minha filha passe o que eu passei’. Mas não pode se prender a esse papel. Separação / individuação dos filhos frente aos pais Não podemos esquecer que se caso não for pai ou mãe não estará ‘menos evoluído’ na vida. Não necessariamente tem que ser feita sendo propriamente mãe e pai, pode elaborar de outra forma... Quinta tarefa: capacidade lúdica Formas adultas de brincar – indivíduos nunca param de brincar Relação com o cônjuge, em vários aspectos, incluindo sexual, com os filhos, amigos e colegas de trabalho O brincar e a realidade (Winnicott) Objetos transacionais que tem como resquícios a arte e a religião… - não brinca mais com ‘carrinho e boneca’ mas transfere isso para outros objetos. Vítor Contini – ATM 23 Sexta tarefa: amizade Amizades adultas com pessoas de idade, profissão, nível socioeconômico e cultural diferentes… - amizades adultas tem um ‘colorido’ diferente, pois consegue encontrar valores que fazem uma ressonância. Camada protetora Ajuda nos inúmeros desafios da vida – pessoas que servem como ancoras Amizade íntima com abertura mútua, franqueza e troca de apoio emocional. Sétima tarefa: autonomia e independência Sentir necessidade de assumir maiores responsabilidades, mais Independência e autossuficiência “Transição dos 30” – momento que está saindo de adulto jovem para a crise dos 30 Erikson (1963): Intimidade x Autoabsorção – precisa dividir o espaço com alguém e ter segurança com isso Intimidade é, segundo Papalia, Olds e Feldman (2006, p.561), uma experiência de “proximidade afetuosa e comunicativa”, que pode incluir ou não contato sexual. “É ajudar a escamar, abrir, retalhar, salgar” o peixe que o parceiro pescou enquanto ele conta “como este foi difícil, prateou no ar dando rabanadas…” Senso de afiliação Necessidade de pertencer a alguém – necessidade de segurança
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