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SUPORTE NUTRICIONAL E FARMACOLOGIA PROF. DAYSE MARY AMARAL 1 SUPORTE NUTRICIONAL: PRINCÍPIOS E VIAS DE ACESSO O Que é Terapia Nutricional? 2 Nutrição Enteral “Alimentos para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes na forma isolada ou combinada de composição química definida ou estimada, especialmente elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializados ou não, utilizados exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação oral de pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção de tecidos, órgãos e sistemas”. 3 Nutrição Enteral Definição - (Portaria 337 – ANVISA/MS). BRASIL. Regulamento Técnico para a Terapia de Nutrição Enteral – Portaria 337 do Ministério da Saúde- Resolução RDC n° 63. DOU. 7 de Julho de 2000. Características - É uma dieta de transição entre a nutrição parenteral e a oral. 4 Benefícios da TNE Presença de nutrientes complexos Estímulo de função digestiva / absortiva Melhorar a função da barreira da mucosa intestinal Mantém integridade da mucosa GI – mantém homeostase e competência imunológica Reforço da barreira mucosa intestinal evita translocação bacteriana; 5 Benefícios da TNE Mantém pH e flora intestinal normais; crescimento bacteriano oportunista no intestino delgado; Atenua a resposta catabólica; Reduz a incidência de hiperglicemia; Apresenta < incidência de complicações infecciosas em pacientes cirúrgicos quando comparada à NPT; Apresenta menor custo comparada à NPT. 6 Indicações da TNE Alimentação insuficiente por via oral: Pacientes com TGI funcional ou parcialmente funcional, incapazes ou impossibilitados de se alimentarem suficientemente por via oral, com risco de desnutrição. Segundo Krause é necessário que os pacientes tenha um mínimo de 60-100 cm de TGI funcional. 7 Alimentação insuficiente por via oral: Dan - < 2/3 a 3/4 das necessidades diárias Chemin - < 60% das suas necessidades Indicações da TNE Dan - Não iniciar TNE se não houver previsão de manter por 5 a 7 dias - não traz benefício para o paciente. Dan - Previsão de jejum superior a 3 dias em pacientes críticos constitui indicação de TNE segundo a Sociedade Européia de Nutrição Enteral e Parenteral (ESPEN). Dan - Nutrição enteral pré-operatória – mínimo 10 dias. 8 Chemin - Segundo a Associação Americana de Terapia Nutricional Parenteral e Enteral (ASPEN), pacientes severamente desnutridos deverão receber terapia nutricional em 1 a 3 dias da admissão hospitalar. Dan - Quando não se consegue atingir 60% das necessidades nutricionais por via enteral, deve-se considerar o uso associado de TN parenteral. 9 Indicações da TNE Indicações da TNE de acordo com a situação do TGI Trato íntegro (ingestão inadequada) Lesões no SNC, depressão grave, anorexia nervosa Caquexia cardíaca, Câncer Trauma muscular, cirurgia ortopédica Queimaduras 10 Indicações da TNE de acordo com a situação do TGI Lesões de face e mandíbula Câncer de boca Cirurgia de esôfago Deglutição comprometida Lesão obstrutiva do esôfago Fístulas de anastomose esôfago-jejunal 11 Indicações da TNE de acordo com a situação do TGI: Comprometimento da digestão e absorção Doenças inflamatórias intestinais Fístulas entéricas de baixo débito Síndrome do Intestino Curto Doenças intestinais neonatais, obstrução crônica Diminuição do esvaziamento gástrico Anormalidades metabólicas do intestino Má-absorção, alergia alimentar múltipla Enterite por radioterapia e quimioterapia Anorexia, câncer Estados hipermetabólicos Queimadura, infecção grave, trauma extenso 12 13 Contra indicações da TNE Instabilidade hemodinâmica Obstrução intestinal completa Íleo paralítico ou hipomotilidade intestinal Diarreia grave Fístulas intestinais – alto débito (>500ml/24h) Hemorragia digestiva grave Incapacidade de acesso ao TGI (alguns tipos de queimaduras ou politrauma) Considerações éticas (cuidados terminais) 14 15 obstrução intestinal Contra indicações da TNE Disfunção do TGI ou condições que requerem repouso do TGI Doença terminal - quando as complicações superam o benefício Síndrome do intestino curto (SIC) à fase inicial de reabilitação da cirurgia ou ressecção maciça Refluxo gastresofágico intenso Sangramento do TGI - intervenção rápida para resolver o sangramento (realização de exames que necessitam de jejum) 16 NUTRIÇÃO ENTERAL PRECOCE Caracterizada por início da dieta após trauma físico, cirúrgico ou sepse: ideal até 24 horas, aceitável até 48 horas (Dan, 2009) entre 24 a 48h (Chemin) Esse período pode variar em decorrência de cada caso, mas tem relação com o tipo de paciente (clinico ou cirúrgico) e com a estabilidade hemodinâmica que é um pré-requisito para a NE precoce. Benefícios da Nutrição Enteral Precoce: Dan Segura e efetiva se iniciada entre as primeiras 24 horas Diminui a indicação de nutrição parenteral Favorece atingir as necessidades nutricionais em 03 dias Atenua a reposta metabólica Diminui os prejuízos da resposta imunológica Melhora a cicatrização da área queimada Mantém a integridade estrutural e funcional da mucosa intestinal Diminui a permeabilidade da mucosa intestinal Diminui a ocorrência de translocação bacteriana e de endotoxinas Previne a ocorrência de úlceras de Curling (de estresse) Não aumenta a ocorrência de pneumonia aspirativa Diminui a ocorrência de infecção e sepse Diminui o tempo de internação Diminui a mortalidade Recomendações Iniciar com pequenos volumes (10-15 ml/hora) com 300ml de dieta hidrolisada nas 24 horas e em bomba de infusão e avaliar a cada 6 horas a ocorrência de complicações gastrointestinais como vômitos, distensão abdominal, evacuação e outras complicações. Deve-se levar em consideração que quando há suspeita de baixo fluxo intestinal (baixa perfusão), a NE pode levar a necrose intestinal não- oclusiva e, assim, deve-se prescrever suporte metabólico e não nutricional com dietas hipocalóricas. Vantagens - acelera a transição para dieta oral, < perda de peso (influência positiva sobre o estado nutricional), melhora valores de balanço nitrogenado, < demanda metabólica, melhora balanço calórico e < tempo de internação. Vantagens adicionais - menor incidência de complicações infecciosas, menor readmissão de pacientes cirúrgicos no CTI, menor antibióticoterapia, menor permanência em CTI e no hospital. • NE precoce via de acesso de escolha pós- pilórica (Chemin) Recomendações Nutrição enteral precoce pós-operatória em pacientes cuja via oral precoce não pode ser indicada (grandes cirurgias de cabeça e pescoço e do TGI alto). trauma abdominal grave. pacientes com desnutrição grave. aqueles em que se presume que a alimentação oral não ocorrerá ou será inadequada por 7 a 10 dias no pós- operatório. existe benefício de usar-se fórmula imunomoduladora. Nutrição enteral precoce em pacientes críticos: (Dan, 2009) Iniciar também dentro de 24 a 48 horas. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 23 24 Nasogástrica Nasoentérica 25 26 Acesso Enteral e Dispositivos OPÇÕES DE FIXAÇÃO ADEQUADA F I X A Ç Ã O Tração de asa de nariz Erosão de asa de nariz I N A D E Q U A D A Vias de Acesso para Nutrição Enteral A escolha da via de acesso na TNE deve ser cuidadosamente discutida pela EMTN responsável. Essa decisão depende de vários fatores, como: o tempo em que a dieta enteral será administrada, o risco de aspiração e de deslocamento da sonda, o estado clínico e cirúrgico do paciente, e o funcionamento e possíveis limitações anatômicas do TGI. Vias de Acesso para Nutrição Enteral A escolha do acesso enteral deve ser baseada na: condição clínica do paciente, estado da patologia, anatomia do trato gastrointestinal, motilidade gástrica e intestinal, estimativado tempo de uso da terapia nutricional e também nos riscos pertinentes a terapia (ASPEN 2010). Tipos de sondas 32CATETER DOBBHOFF SONDA LEVINE 33 34 Características das sondas comerciais Sonda Levine A sonda gástrica ou sonda Levine quando prescrito, deve ser tecnicamente introduzido desde as narinas até o estômago. Sua finalidade está associada à maneira como ficará instalada no paciente. A sonda Levine apresenta uma única luz. É usada para remover líquidos e gases do trato gastrointestinal superior, obter uma amostra do conteúdo gástrico para estudos laboratoriais e administrar alimentos e medicamentos diretamente no trato gastrointestinal. sonda de plástico (PVC) ou borracha, de grande calibre, por isso pode causar faringite, otite e maior risco de refluxo e broncoaspiração, se utilizadas a longo prazo. 35 Características das sondas comerciais Sonda Dobbhoff: sonda de poliuretano/polietileno com cerca de 105 cm, flexível, de pequeno calibre para uso nasogástrico e nasoduodenal e com peso de mercúrio na extremidade. Características: Produto estéril; Tamanho: 12fr x 109cm Confeccionada em poliuretano e silicone; Flexível, maleável e durável; Não sofre alteração em contato com o pH do estômago; Possui ogiva distal de tungstênio e fio guia, para facilitar o posicionamento na instalação. 36 Sonda Nasoenteral (SNE) A sonda nasoenteral é passada da narina até o intestino. Difere da sonda nasogástrica, por ter o calibre mais fino, causando assim, menos trauma ao esôfago, e por alojar-se diretamente no intestino, necessitando de controle por Raios-X para verificação do local da sonda. Tem como função apenas a alimentação do paciente, sendo de escolha no caso de pacientes que receberam alimentação via sonda por tempo indeterminado e prolongado. Por isso, esta sonda só permanece aberta durante o tempo de infusão da alimentação. A técnica de sondagem se assemelha com a técnica de sondagem nasogástrica. Vias de Acesso para Nutrição Enteral A sonda nasoenteral tem comprimento variável de 50 a 150 cm, e diâmetro médio interno de 1,6mm e externo de 4 mm, com marcas numéricas ao longo de sua extensão, facilitando posicionamentos, maleáveis, com fio-guia metálico e flexível, radiopaca. RX-4 hs. OBS.: Nas enfermarias, deve-se utilizar, preferencialmente, a sonda enteral em posição gástrica. Caso o paciente apresente intolerância, deve-se posicionar a sonda no duodeno ou jejuno. Já nas unidades de terapia intensiva deve-se utilizar, preferencialmente, a sonda enteral em posição pós-pilórica. 38 Vias de Acesso para Nutrição Enteral Raio X Padrão ouro posicionamento da sonda 86% enfermagem utilizam apenas método auscultatório Wentzel, 2006 (Crit Care Nurs) 39 RAIO X Sonda Nasoentérica Sonda localizada na porção duodenal ou jejunal do intestino. Utilizada principalmente quando o paciente não é capaz de deglutir alimentos, mas ainda é capaz de digeri-lo mesmo que parcialmente e absorvê-lo. Indicações • Casos em que o estômago não está funcional; • Pacientes inconscientes; • Pacientes com dificuldade de deglutição; • Administração medicamentos e alimentos; • Pacientes com alto risco de broncoaspiração e • Pacientes com pancreatites agudas, fístulas esofágicas ou gástricas. 41 Contraindicações Nos casos de pacientes com desvio de septo importante; Traumatismo crânio-enfefálico; Obstrução intestinal mecânica; Sangramento gastrintestinal; Vômitos incontroláveis; Diarreia intratável; Isquemia gastrintestinal; Íleo paralítico prolongado; Inflamação do trato gastrintestinal; Tumor de boca e hipofaringe e varizes esofágicas. 42 Sonda Nasoentérica Vantagem Oferece menor risco de refluxo gastroesofágico e broncoaspiração se comparado às sondas gástricas. Desvantagens Desconforto causado pela passagem da sonda; A sonda localizada no jejuno está associada à maior incidência de diarreias; Menor absorção dos alimentos e consequentemente uma menor utilização metabólica dos nutrientes. 43 Sonda Nasoentérica Sonda Nasogástrica e Orogástrica Indicações Via de escolha em pacientes que necessitem de aporte nutricional e possuem a função gástrica preservada. Drenagem de conteúdo gástrico, Realização de lavagem gástrica e Administração de medicações ou alimentos. Em pacients com suspeita de traumatismo crânio encefálico é recomendada a sondagem orogástrica. 44 Sonda Nasogástrica e Orogástrica Contra indicações Casos de má formação ou obstrução do septo nasal (no caso da nasogástrica); Sangramentos gastroesofágicos; Desconforto respiratório importante; Pacientes com traumatismo crânio encefálico (utilizar apenas sonda orogástrica); Má formação ou obstrução do trato gastrointestinal; Hérnia de hiato importante; Pancreatite; Neoplasias de boca, faringe, esôfago ou estômago. 45 Sonda Nasogástrica e Orogástrica Vantagens É a via habitual e mais próxima da via fisiológica de alimentação e administração de medicamentos. Desvantagens Maior risco de refluxo e aspiração do conteúdo gástrico; Desconforto local pela passagem da sonda. 46 Nutrição por Sonda ou Ostomia Período provável da TNE Curta duração - sonda nasoentérica com posicionamento gástrico, duodenal ou jejunal. Dan e Cuppari à Até - 6 semanas Krause e Projeto Diretrizes à Até - 3 a 4 semanas Objetivo de evitar complicações pela permanência prolongada da sonda como: migração da sonda para o esôfago, aspiração pulmonar, lesão da mucosa do TGI pela ponta da sonda, infecções das vias aéreas (sinusite, rinorreia) e trato respiratório superior, estenose esofágica, paralisia das cordas vocais, irritação e erosão nasais. 47 Nutrição por Sonda ou Ostomia Período provável da TNE Longa duração - ostomia de nutrição (gastrostomia, jejunostomia ou gastrojejunostomia) Dan e Cuppari - > 6 semanas Krause e Projeto Diretrizes - > 3 a 4 semanas 48 Acessos Enterais e Dipositivos Nutrição por Sonda ou Ostomia Risco de broncoaspiração - ( com déficit neurológico, em pacientes inconscientes, com doença esofágica, com distúrbio da deglutição, tumores de cabeça e pescoço, obstrução gástrica, refluxo gastroesofágico, gastroparesia e história de aspiração) à via de acesso pós-pilórica. Observação Dan (2009) - Em caso de risco de aspiração pulmonar recomenda-se administrar nutrição jejunal sempre que possível. Em unidades que apresentam maior dificuldade e menor confiabilidade de obter acesso jejunal, essa via deve ser instituída apenas para pacientes com risco de intolerância à nutrição enteral, em uso de medicamentos inotrópicos, com alto débito nasogástrico o risco de regurgitação gastresofágica e aspiração pulmonar. 50 Decisão da via de acesso gástrica versus pós-pilórica Entre os critérios utilizados para determinar o posicionamento da sonda estão: velocidade de esvaziamento gástrico gastroparesia uso de medicamentos inibidores de motilidade gástrica e digestiva risco de aspiração pulmonar 51(Dan e Cuppari) Acesso pré-pilórico (Gástrico) Aferição do posicionamento: Aspiração do conteúdo gástrico. Ausculta de ruídos hidroaéreos podem ser audíveis no epigástrio, mesmo quando a sonda está no esôfago ou na árvore traqueobrônquica. Por outro lado, outras vezes, pode-se não conseguir aspirar o conteúdo gástrico, devido ao colabamento da sonda. Controle radiológico (raio X) - melhor método. a posição da sonda deve ser sempre certificada através de controle radiológico, pois os outros métodos podem fornecer informação enganosa. 52 Gastrostomia (GTT) Abertura artificial do estômago para o meio externo (estoma gástrico) a fim de suprir necessidades nutricionais 53 Pode ser feita por endoscopia (técnica percutânea - é a mais usada, pode ser feita a beira do leito e permite início rápido da TNE), laparotomia exploradora, guiada por exames radiológicos ou por videolaparoscopia. Gastrostomia CARACTERÍSTICAS E INDICAÇÕES INDICAÇÕES Necessidade de nutrição prolongada (>1 mês); Descompressão gástrica; Alimentação em pacientes em que se deseja evitar o desconforto e os riscos do emprego de sonda nasogástrica; Usado para cuidado paliativo em pacientes portadores de neoplasias malignas irresecáveis e outras condições que afetam a motilidade da língua, da faringe e do esôfago, as quais comprometem a deglutição. Gastrostomia Anteparo Interno das Gastrostomia Anteparo Interno das Gastrostomia Absolutas: hipertensão portal, ascite e cirurgia gástrica recente (as 02 últimas podem virar relativas dependendo da experiência técnica); Relativas: obesidade, cirurgia abdominal prévia e distúrbios de coagulação. 58 Gastrostomia Contra indicações Vantagens da utilização via gástrica: Boa tolerância a fórmulas Fácil posicionamento da sonda Maior tolerância a osmolaridade e volumes Maior tolerância à alimentação em bolus Permite progressão mais rápida da dieta Desvantagens da utilização da via gástrica: Necessita de procedimento cirúrgico e, dessa forma, possui complicações inerentes ao processo; Possui risco de infecção da parede abdominal, cabe salientar, no entanto, que esse risco é diminuído com o uso de antibioticoprofilaxia. 59 Gastrostomia Gastrostomia Complicações das Gastrostomias Sangramento GI a partir da incisão gástrica; Vazamento do conteúdo gástrico para a cavidade abdominal Deiscência de parede abdominal Aspiração pulmonar Escoriações de pele Persistência de fístula após remoção da sonda Migração da sonda e obstrução antropilórica 61 GRANULOMA HIPERTRÓFICO NECROSE DE OSTOMIA Queimadura química por vazamento no ostio da Gastrostomia Desposicionamento/Vazamento Gastrostomia – Cateter Inadequado Diferenças entre a sonda Naso/Oro Gástrica e a Gastrostomia. Sonda Nasogástrica Gastrostomia Curta duração Longa duração Passagem manual Passagem endoscópica ou cirúrgica Orifício pequeno fácil obstrução, não permite usar dieta artesanal Orifício grande permite dieta artesanal Deslocamento comum Difícil deslocamento Complicações como migração da sonda para o esôfago, aspiração pulmonar, lesão da mucosa do TGI pela ponta da sonda, infecções das vias aéreas e trato respiratório superior, estenose esofágica e paralisia das cordas vocais. Sem complicações com longo prazo, somente problemas com inserção. 67 Jejunostomia A jejunostomia é um procedimento cirúrgico que permite acessar à luz do jejuno proximal através da parede abdominal. É realizada pelos mesmos métodos básicos da GTM, com algumas modificações técnicas para acomodá-la em jejuno. 69 Jejunostomia Indicações Pancreatite aguda grave; Estenose cáustica envolvendo esôfago e estômago; Alterações anatômicas ou gastrostomia prévia; Utilizada também para cuidados paliativos em pacientes portadores de neoplasia maligna irresecável do estômago; Doenças neurológicas como demências, esclerose lateral amiotrófica, sequelas de acidente vascular cerebral em que a gastrostomia não pode ser realizada; Pós gastrectomia total. Contra indicações Obstrução, fístulas ou perfuração intestinais. 70 Complicações das Jejunostomias Vazamento do conteúdo intestinal para a cavidade peritoneal Diarreia Obstrução da sonda (o calibre da jejunostomia é semelhante ao de uma sonda nasoentérica) Permanência da fístula jejunal após remoção da sonda Isquemia e necrose intestinal no pós-operatório imediato 71 72 RESUMO As complicações relacionadas à sonda e ao paciente Gastrointestinais; Mecânicas; Metabólicas; Respiratórias; Infecciosas; Psicológicas 73 Complicações Gastrointestinais Diarreia; Cólicas; Distensão abdominal; Náusea e vômito; Obstipação intestinal e refluxo. Na maioria das vezes essas intercorrências são atribuídas à condição clínica do paciente (cirurgia, pancreatite, gastroparesia, neuropatia, etc) ou ao tratamento medicamentoso. 74 Complicações Mecânicas Mais frequentes da Terapia Nutricional Enteral. A obstrução da sonda nasoenteral também faz parte das complicações mecânicas, podendo estar relacionada: Com a retenção de resíduos da fórmula enteral em seu lúmen, em consequência da alta osmolalidade; Formação de complexos insolúveis fórmula-medicamento; Comprimidos macerados inadequadamente e injetados pela sonda; Precipitação da fórmula em razão da acidez do conteúdo gástrico. 75 Complicações Mecânicas Erosão nasal ou necrose Abscesso do septo nasal Sinusite aguda, rouquidão, otite Faringite Esofagite Ulceração esofágica, estenose, fístula traqueoesofágica Ruptura de varizes esofágicas Obstrução da sonda, saída ou migração acidental da sonda 76 Complicações Mecânicas Erosão nasal ou necrose Abscesso do septo nasal Sinusite aguda, rouquidão, otite Faringite Esofagite Ulceração esofágica, estenose, fístula traqueoesofágica Ruptura de varizes esofágicas Obstrução da sonda, saída ou migração acidental da sonda 77 Complicações Mecânicas da NE: 79 Complicações Metabólicas Distúrbios hidroeletrolíticos, hiperglicemia ou até hipoglicemia. A alteração hidroeletrolítica pode ser produzida por falta de ingestão líquida adequada, e pela hiperglicemia quando o organismo não tolera a glicose, levando a diurese osmótica. O paciente submetido à Terapia Nutricional Enteral pode apresentar desconforto pela presença da sonda enteral, sede e boca seca, levando à falta de estímulo ao paladar. Alterações das funções hepáticas. Síndrome da realimentação. 80 81 Complicações Metabólica Etiologia Controle Hiper - hidratação Desnutrição grave Insuficiência Cardíaca, renal ou hepática Excesso de líquidos administrado Aumentar DC da dieta Diurético BH diário Controle de peso Desidratação Formulas hipertônicas Diarréia Oferta hídrica insuficiente Dietas hiperprotéicas Formulas isotônicas Controlar diarreia Repor água após dietas Balanço hídrico diário Observar pele e mucosa Hiperglicemia Deficiência de insulina (trauma,sepse, DM, queimadura, cirurgia, uso de corticóides) Oferta energética excessiva Insulina e/ou hipoglicemiantesorais Dietas isentas de sacarose Monitorização da glicemia Avaliar a oferta energética Hipoglicemia Suspensão súbita da dieta empacientes hiperglicêmicos hiperinsulinização Monitorizar glicemia Observar sinais e sintomas 20 ml de glicose a 50% Anormalidades em eletrólitos e elementos traço diarreia infecção desnutrição disfunção renal monitorar eletrólitos observais sinais clínicos: tremores, anemia, dificuldadede cicatrização observar drogas que interferem na absorção Alterações das funções hepáticas sobrecarga calórica substratos inapropriados toxinas observar transaminases usar dietas especializadas Complicações Respiratórias Aspiração pulmonar Pneumonia complicação de maior gravidade. Oferta excessiva de dieta ou velocidade excessiva de administração. Retardo do esvaziamento gástrico Íleo paralítico 82 Complicações Respiratórias Verificar a localização da sonda antes de infundir a fórmula enteral (exame radiológico). Identificar os pacientes com maior risco de apresentar complicações (ventilação mecânica, sedação, trauma neurológico, inibição de reflexo motor). Monitorizar a motilidade intestinal e esvaziamento gástrico por meio de volume residual (menor que 150 ml por 6 horas). Posicionar o paciente em ângulo de 30 a 45º no momento da infusão enteral. Sondas com menor diâmetro parecem reduzir a incidência de refluxo gastro-esofágico. Administração intermitente de dieta enteral parece ser mais segura. Administração pós-pilórica parece reduzir riscos de complicações. 83 Complicação Infecciosa Gastroenterocolites por contaminação microbiana. Pode ser causada pela pneumonia de aspiração considerada de maior gravidade nanutrição enteral; Sua incidência pode variar de 21% a 95%, ocorrendo geralmente como consequência do refluxo; Contaminação geralmente por fungos em sondas/equipo, nos utensílios durante o preparo. 84 Complicações Psicológicas Os horários fixos das dietas favorecem a monotonia alimentar; falta de estímulo ao paladar A autoimagem prejudicada interferem na sociabilidade e inatividade do paciente; Depressão; Ansiedade. 85 Referências Bibliográficas Manual de Nutrição Clínica, alimentação por sonda de administração de nutrição enteral, Nutricia Advanced Medical Nutrition, junho de 2008 Resolução Cofen Nº 619/2019, Conselho Federal de Enfermagem. Kudsk, K.A. (2007). Efeito benéfico da alimentação enteral. Clínicas de Endoscopia Gastrointestinal da América do Norte, 17(4), 647–662. GIR, Elucir; MORIYA, Tokico Murakawa and ROBAZZI, Maria Lúcia do Carmo Cruz. Sondagem nasogástrica: técnica simples?. Rev. bras. enferm. [online]. 1985, vol.38, n.3-4 pp.266-27 86