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Sumário 
 
O QUE É UM LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS ..................................... 4 
PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL ................................................................ 31 
GESTÃO DE RESÍDUOS ........................................................................................... 32 
CONTROLE DE QUALIDADE EM ANÁLISES CLÍNICAS ................................... 34 
CONTROLE INTERLABORATORIAL ..................................................................... 38 
FONTES DE VARIAÇÃO NOS ENSAIOS LABORATORIAIS .............................. 39 
INDICADORES LABORATORIAIS .......................................................................... 42 
QUALIDADE E TENDÊNCIA DE MERCADO EM ANÁLISES CLÍNICAS ......... 47 
TENDÊNCIAS ............................................................................................................. 49 
FERRAMENTAS PARA ANÁLISE DE CUSTOS, LEVANTAMENTOS 
ESTATÍSTICOS E RELATÓRIOS GERENCIAIS................................................................. 50 
FERRAMENTAS DE GESTÃO .................................................................................. 52 
BASES ESTATÍSTICAS ............................................................................................. 55 
BIOÉTICA EM LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS .............................. 69 
LEGISLAÇÃO PERTINENTE A ATIVIDADE DE UM LABORATÓRIO DE 
ANÁLISES CLÍNICAS ........................................................................................................... 70 
SEGURANÇA .............................................................................................................. 71 
PROGRAMA DE CERTIFICAÇÃO DA INTERNATIONAL 
ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION .................................................................... 76 
NÍVEIS DE RISCO E A ROTINA DE TRABALHO EM UM LABORATÓRIO 
DE ANÁLISES CLÍNICAS ..................................................................................................... 83 
ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTE LABORATORIAL ............................................ 84 
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E EQUIPAMENTOS DE 
PROTEÇÃO COLETIVA ........................................................................................................ 85 
 
 
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) ........................................ 85 
MANUSEIO, GERENCIAMENTO E DESCARTE DE RESÍDUOS SÓLIDOS 
NOS SERVIÇOS DE SAÚDE ................................................................................................. 92 
REFERÊNCIAS............................................................................................................ 99 
 
 
 
 
4 
 
INTRODUÇÃO 
 
 Qual seria a real importância de um laboratório de análises clínicas? Seria 
principalmente oferecer a prestação de serviços de saúde à população, visando sempre à 
qualidade na realização dos procedimentos e satisfação dos clientes. Porém, quem seria 
o responsável por administrar e organizar todo o pessoal e as tarefas envolvidas nesses 
procedimentos? Nesse caso seria um gestor, ou seja, quando se fala em um gerir, logo 
se pensa em administrar algo, portanto um curso de gestão laboratorial visa apresentar 
aspectos relacionados ao perfil de um administrador. 
O foco será voltado a um laboratório de análises clínicas, porém detendo-se os 
conhecimentos básicos para a atuação nesse tipo de laboratório é possível estender a 
qualquer tipo de laboratório, visando objetivos clínicos, científicos ou acadêmicos. 
 
 
O QUE É UM LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS 
 
Um laboratório consiste em um espaço físico, uma unidade ou uma sala 
equipada com diversos instrumentos onde se realizam diversos tipos de exames, eles 
podem se apresentar de vários tipos dependendo das análises ao qual é direcionado e sua 
funcionalidade. 
Os laboratórios clínicos são locais destinados à realização de exames 
laboratoriais de pacientes com a finalidade de fornecer informações para o diagnóstico, 
prevenção ou tratamento de qualquer patologia ou para a avaliação da saúde do 
paciente, fornecendo dados relevantes para os profissionais da área de saúde, tornando 
mais eficaz, rápido e acurado o tratamento dos pacientes (SCHMITZ, 2007, p.11). 
Os laboratórios podem ser de origem privada ou pública e têm por finalidade 
oferecer seus serviços dentro de um alto padrão de qualidade. Os profissionais aptos a 
exercer a função de analista clínico são: o médico, o biomédico, o farmacêutico e o 
biólogo. Possibilitando uma interação com outros habilitados em nível médio: o auxiliar 
em laboratório e o técnico em análises clínicas. A união desses profissionais permitirá a 
realização dos exames laboratoriais, onde cada um realizando o seu papel, com sua 
devida importância. 
 
 
5 
 
EXEMPLO DE LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS 
 
<http://www1.imip.org.br/cms/opencms/imip/pt/assistencia_ 
saude/serv_diag_terapia/lab_analise_clinica.html?p=4> 
 
SETORES QUE COMPÕEM UM LABORATÓRIO DE ANÁLISES 
CLÍNICAS 
 
 Quando um cliente vai até um laboratório clínico requisitar algum exame, 
geralmente tem um local em que ele é identificado e entrega a requisição do médico, 
assim com essas informações a atendente saberá para onde lhe encaminhar, este local é 
conhecido como a sala de recepção. Em que o cliente entregará as amostras que trouxe 
de casa (fezes, urina, por exemplo) ou poderá ser acompanhado por um técnico para 
uma sala onde coletará material biológico (sangue, por exemplo). Essas são as 
chamadas salas de coleta, os equipamentos e materiais utilizados nessas salas mudam de 
acordo com o material a ser coletado. Por exemplo, na sala de coleta de sangue será 
diferente de uma sala de coleta de secreção vaginal. Depois da coleta, o material 
precisará ser analisado e por isso é destinado para o setor técnico responsável. Os 
setores técnicos são divididos de acordo com a análise que vai se realizar do material. 
Há setores básicos de um laboratório: Hematologia, Imunologia, Bioquímica, 
Microbiologia, Parasitologia e Urinálise. Por último há o setor administrativo, que cuida 
da parte gerencial do laboratório, nesse setor o gestor atuará, portanto se faz necessário 
um conhecimento básico do funcionamento de todos os outros setores. Essas divisões 
não existem por acaso, assim como o funcionamento do laboratório, elas também estão 
regulamentadas pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). 
 
 
6 
 
ATENDIMENTO 
 
 Neste setor o paciente será cadastrado e encaminhado ao setor da Coleta, nele 
são dadas também as informações necessárias para a retirada dos resultados dos exames. 
Muitas vezes é o primeiro contato do paciente com o laboratório, portanto o tratamento 
oferecido deve ser procedido de uma maneira agradável e igualitária para todos os 
pacientes, sendo provido de atenção, carinho e respeito por parte da equipe. 
É no primeiro atendimento que o paciente entregará a guia de solicitação de 
exames feito pelo médico e marcará o dia da coleta, em alguns casos a coleta pode ser 
feita no mesmo dia. Deverão ser dadas algumas orientações ao paciente sobre como ele 
deverá se preparar para a coleta das amostras. Cada exame tem seus procedimentos 
específicos de coleta e análise. Nesse momento, é essencial que um membro da equipe 
técnica saiba informar detalhadamente cada passo que antecede o exame! O resultado 
confiável depende de uma preparação adequada para o dia da coleta. Por exemplo, se 
uma paciente chegar para realizar um exame de glicose e não ter respeitado as horas de 
jejum, o resultado com certeza será alterado. 
Segundo o manual da ANVISA (2005, p.08), para fazer o cadastro do paciente, o 
laboratório clínico e o posto de coleta laboratorial devem solicitar ao paciente 
documento que comprovea sua identificação. O cadastro do paciente deve incluir as 
seguintes informações: 
a) número de registro de identificação do paciente gerado pelo laboratório; 
b) nome do paciente; 
c) idade e sexo; 
d) telefone e/ou endereço do paciente, quando aplicável; 
e) nome e contato do responsável em caso de menor de idade ou 
incapacitado; 
f) nome do solicitante; 
g) data e hora do atendimento; 
h) horário da coleta, quando aplicável; 
i) exames solicitados e tipo de amostra; 
j) quando necessário: informações adicionais, em conformidade com o 
exame (medicamento em uso, dados do ciclo menstrual, indicação/observação clínica, 
dentre outros de relevância); 
k) data prevista para a entrega do laudo; 
 
7 
 
l) indicação de urgência, quando aplicável. 
Um dos erros mais comuns observados em um laboratório clínico é a demora no 
atendimento, geralmente causa muito desconforto e frustração nos clientes na recepção 
de um laboratório clínico. Uma vez que se oferecem serviços de saúde, várias 
considerações devem ser observadas durante o atendimento, sendo necessária certa 
agilidade para otimizar o processo, porém devem ser observadas características como 
organização e segurança para minimizar erros e evitar prejuízos ao laboratório e garantir 
qualidade de atendimento ao cliente. 
 
 
SETOR DE COLETA 
 
 
Um laboratório clínico ou um posto de coleta laboratorial deve disponibilizar aos 
clientes ou responsáveis, instruções escritas, apresentando uma linguagem acessível e 
descrevendo orientações sobre o período pré-coleta de amostras, para esclarecer as 
dúvidas dos pacientes. A coleta das amostras só deverá ser feita por técnico qualificado, 
onde se espera que este seja ágil e transmita segurança ao paciente. Após coleta das 
amostras, procederá a realização dos exames, gerando posteriormente um laudo. Vale 
lembrar que os instrumentos de coleta mudam em função do exame a ser feito. 
 
 
 
2.2.1 Salas de coleta de sangue 
 
 
De maneira geral a coleta de sangue não é uma situação agradável, em vista 
disso o paciente deve ser tratado com paciência e sentir-se seguro, assim o trabalho se 
tornará mais fácil e a coleta será feita da melhor maneira possível. 
As salas de coleta de sangue são destinadas à realização de exames 
hematológicos, imunológicos e bioquímicos. Essas salas são equipadas com materiais 
apropriados, na listagem dos mais importantes estão: cadeira reta com braçadeira, 
algodão, seringa e agulhas descartáveis, etiquetas para identificação da amostra, luvas 
descartáveis, tubos contendo reagentes específicos para coleta. 
 
8 
 
Devem-se identificar os tubos utilizados para a análise antes da coleta, sendo que 
neles deve conter todos os dados do paciente, nesse momento podem ocorrer erros pela 
falta de atenção, onde pode haver misturas dos tubos ou ainda existir tubos sem 
identificação. Caso isso ocorra nunca se pode tentar adivinhar de quem foi a amostra, 
sendo importante assumir o erro e repetir a coleta. Existem diversos tipos de tubos para 
a coleta de sangue, identificados de acordo com o reagente utilizado para uma análise 
específica. 
 
TUBOS PARA COLETA DE SANGUE 
 
 
 
<http://coletadesangue-uff.blogspot.com.br/> 
 
Salas de coleta de secreção 
 
 
Outro tipo de sala que existe no laboratório são as salas para coleta de secreção, 
tais salas também são bem equipadas com material apropriado como: mesa 
ginecológica, foco de luz, espéculo vaginal, swabs, meios de cultura, luvas descartáveis, 
etc. As amostras a serem coletadas diferem de acordo com o sexo do paciente. Por 
exemplo, do homem será coletada a secreção uretral e da mulher a secreção 
endocervical, vaginal e uretral. Pode ainda existir a coleta de secreção anal, ocular e 
orofaringe, que são colhidas em ambos os sexos. As amostras deverão ser preparadas 
 
9 
 
adequadamente e posteriormente levadas para análise. 
 
Transporte de Amostras 
 
 Após a realização da coleta e preparação adequada das as amostras, estas devem 
ser levadas ao setor técnico responsável, sendo esta uma fase muito crítica, pois todo 
bom trabalho de coleta pode se perder caso o transporte não for adequado. Portanto, os 
laboratórios de uma maneira geral devem possuir instruções escritas que devem ser 
seguidas rigidamente, caracterizando o meio adequado de transporte para cada tipo de 
amostra, promovendo o estabelecimento de prazos, condições de temperatura e padrão 
técnico para garantir a integridade e estabilidade das amostras. 
 
PROCESSOS OPERACIONAIS 
 
 Toda prestação de serviços ao cliente necessita de um processo para sua 
realização. Frequentemente baseado em um processo com atividades interligadas em 
uma sequência lógica, utilizando recursos da organização para gerar bons resultados, 
oferecendo um serviço que tenha valor para os clientes. Sendo assim, um processo deve 
dispor de entradas e saídas, além de tempo, espaço, ordenação, objetivos e valores que, 
ao serem interligados, poderão resultar em uma estrutura para fornecimento de produtos 
ou serviços ao cliente, em que a compreensão do processo estabelecido é considerada 
um fator essencial para o sucesso de qualquer negócio. 
O desenvolvimento de um processo gerencial para melhorias nas condições de 
qualidade e realização de procedimentos requer, necessariamente, o empreendimento de 
um esforço sistemático para projetar e implantar sistemas de medição e avaliação de 
desempenho. Significando que a medição e a avaliação da eficiência, qualidade, 
produtividade, e lucratividade são componentes integrantes de sistemas que oferecem de 
suporte ao processo de gestão, buscando principalmente a competitividade. 
É oportuno comentar que o mercado de análises clínicas, no Brasil, está 
passando por profundas transformações. A evolução tecnológica tem trazido grandes 
avanços, porém, as grandes dificuldades em se manter atualizado estão, principalmente, 
nos altos custos da tecnologia e os baixos valores pagos pelos serviços prestados. As 
perspectivas para o setor são no sentido de que quem acompanhar toda esta evolução 
alinhada à capacidade em gestão, continuará no mercado, pois aqueles que não 
 
10 
 
evoluírem, não sobreviverão (MILAN E VERSETTI, 2012, p.1032). 
 
FASES DOS PROCESSOS OPERACIONAIS DE UM LABORATÓRIO DE 
ANÁLISES CLÍNICAS 
 
 FONTE: Cartilha de Análises Clínicas, 2007. 
 
Setores Presentes na Fase Analítica 
 
Quando se fala em fase analítica, refere-se à fase que compreende os 
procedimentos para a realização dos exames solicitados pelo médico, portanto 
abordaremos alguns aspectos essenciais de cada setor e algumas considerações 
importantes sobre os exames mais solicitados e como são realizadas as análises. 
 
Hematologia 
 
 Entende-se como hematologia a área que estuda os elementos celulares do 
sangue. O sangue é um tecido conjuntivo especializado constituído por elementos 
figurados que flutuam pelo plasma. Quando há coagulação do sangue, é possível notar 
um líquido amarelo, este é o soro sanguíneo. É através da circulação sanguínea que as 
inúmeras células presentes no organismo recebem sua nutrição, realizam trocas gasosas 
e eliminam substâncias indesejadas. 
Faz-se necessário saber, que sangue é um dos principais e mais importantes 
 
11 
 
fluídos corpóreos, em que sua porção figurada e composta por elementos celulares é 
constituída por eritrócitos, leucócitos e plaquetas e plasma sanguíneo é formado pela 
parte líquida, sendo à água seu principal constituinte, onde se é possível também 
encontrar proteínas, enzimas, hormônios, glicose, íons e outras substâncias. 
 
Exames laboratoriais 
 
 O hemograma é um exame que avalia as células sanguíneas do paciente, ou 
seja, hemácias (Eritrograma – série vermelha), leucócitos (Leucograma – série branca), 
além da contagem das plaquetas. 
Os principais exames realizadosna série vermelha são: Contagem do número de 
eritrócitos (visando identificar alterações no número de glóbulos vermelhos, por 
exemplo, quando uma pessoa é acometida por anemia ocorre uma diminuição dos 
glóbulos vermelhos); Hemoglobina (quantidade da proteína hemoglobina presente nas 
hemácias, podendo ser utilizado como índice de capacidade de transporte de oxigênio); 
Hematócrito (que consiste no volume de todas as hemácias de uma amostra sobre o 
volume total desta amostra); Volume corpuscular médio (Também conhecido como 
VCM, é utilizado como índice que ajuda na observação do tamanho das hemácias e 
diagnóstico de anemia); Hemoglobina Corpuscular Média (também conhecido como 
HCM, que consiste no peso da proteína hemoglobina presente na hemácia); 
Concentração de hemoglobina corpuscular média (também conhecido como CHCM, 
que consiste na concentração da proteína hemoglobina presente dentro de uma 
hemácia). 
Os principais exames realizados na série banca são: Contagem do número de 
leucócitos (visa identificar alterações no número de células brancas presentes no 
sangue); Contagem do número de blastos (o aparecimento e o aumento do número 
dessas células podem indicar doenças como a leucemia); Contagem do número de 
eosinófilos (o aumento no número dessas células pode indicar processos alérgicos ou 
parasitoses); Contagem do número de neutrófilo (seu aumento pode indicar infecção 
bacteriana ou até mesmo uma infecção viral); Contagem do número de linfócitos (o 
aumento no número dessas células pode ser um indício de infecção viral ou leucemia 
linfocítica crônica); Contagem do número de monócitos (seu aumento pode estar 
relacionado a endocardite bacteriana ou leucemia mielomonocítica crônica). 
 
 
12 
 
INTERPRETAÇÃO BÁSICA LABORATORIAL DE DADOS DE 
HEMOGRAMA 
 
 FONTE: CORREIA, 2012. 
 
 
As análises bioquímicas estudam os constituintes em vista de sua estrutura e 
função, além de aspectos químicos do sangue, da urina e de outras amostras biológicas. 
Os exames bioquímicos a serem realizados na parte líquida do sangue ou plasma 
sanguíneo são: 
• Plasma: as amostras são coletadas em tubos contendo anticoagulantes 
específicos com a finalidade de evitar a coagulação do sangue, geralmente os tubos 
utilizados são os tubos com tampa azul, roxa, verde ou cinza. 
• Soro: este material será obtido através da coleta realizada em tubos sem 
anticoagulante (tubo seco), com a finalidade de se ocorrer o processo de coagulação. 
Geralmente os tubos utilizados são os que possuem tampa vermelha ou amarela. 
Além dos citados anteriormente, os exames bioquímicos mais comuns realizados 
são para detecção dos seguintes componentes: Glicose; Creatinina; Colesterol total; 
Colesterol HDL; Triglicerídeos e Ureia. 
Outra área muito importante a ser analisada é a imuno-hematologia, que estuda 
aspectos do sistema imunológico e possibilita a realização de exames sorológicos, 
visando detectar a presença de proteínas com atividade imunológica. Vale ressaltar que 
 
13 
 
o sistema imunológico compreende os mecanismos que o organismo usa para se 
proteger de invasores externos, como bactérias, vírus e parasitas entre outros elementos 
alergênicos. Sendo assim se faz necessário o conhecimento de alguns elementos 
presentes nos mecanismos de proteção e defesa que se baseiam em: 
• Antígeno: qualquer substância capaz de desencadear a formação de 
anticorpos. Cada antígeno possui certa configuração química que lhe confere a 
capacidade de provocar a proliferação de anticorpos; 
• Anticorpo: proteína produzida pelos linfócitos e proliferam-se em 
resposta à presença de um antígeno. Podem ser específicos (atacam apenas um tipo de 
antígeno) ou genéricos (atacando vários antígenos). 
Entre os exames mais importantes realizados na imuno-hematologia estão: 
Detecção de anticorpos (as técnicas consistem basicamente em avaliar se o paciente está 
produzindo ou não anticorpos e a partir dessa informação é possível saber a doença em 
questão, ao realizar esses exames, o resultado será Reativo (reagente), se o paciente teve 
ou tem contato com o antígeno ou Não Reativo (não reagente), quando o paciente não 
teve contato ou que a quantidade de antígeno não foi suficiente para desenvolver uma 
patologia); Sistema de grupo sanguíneo ABO e Rh (consiste na determinação do tipo 
sanguíneo do paciente baseado na detecção de antígenos). 
Sempre é válido lembrar que estes exames necessitam de equipamentos 
específicos para cada amostra a ser analisada. Assim para que a análise das amostras 
seja realizada de maneira correta, estas precisam ser coletadas corretamente, ou seja, é 
um ciclo de atividade que não pode ser interrompido. 
Portanto qualquer erro em alguma etapa pode comprometer a elaboração do 
resultado final. 
 
ANÁLISE HEMATOLÓGICA 
 
 
<http://coletadesangue-uff.blogspot.com.br/> 
 
14 
 
 
Urinálise 
 
 A urina consiste no produto final do metabolismo de filtração do sangue pelos 
rins, apresentando-se como um líquido levemente amarelado, límpido, estéril e de pH 
ácido, que é eliminada do corpo para o meio externo, principalmente pelo sistema 
urinário. É considerado um fluido muito complexo, pois é composto por mais de 60 
elementos, sendo que podem ocorrer grandes variações na concentração dessas 
substâncias, devido à influência de diversos fatores metabólicos. De maneira geral, o 
exame de urina é muito importante para a patologia clínica, uma vez que pode detectar 
doenças em qualquer parte do trato urinário, posteriormente serão apresentados alguns 
tipos de aspectos avaliados no exame de urina. 
 
SETOR DE URINÁLISE 
 
<http://www.laboratoriosaojose.com.br/pagina/pagina.php?go=exames&emp=se
toresTecnicos> 
 
Aspectos físicos 
 
 Quando se fala em aspectos físicos da urina, faz-se necessário saber que os 
principais aspectos avaliados são: 
 Cor da urina: a urina normal de uma pessoa saudável apresenta-se com a 
coloração amarelo-palha (urocromo), porém quando o paciente é acometido por alguma 
patologia a cor pode ser alterada, dentre as causas de coloração anormal da urina, pode-
 
15 
 
se citar: 
- Marrom: pigmento biliar aumentado, mioglobina, metronidazol e 
levodopa; 
- Azul ou verde: Pseudomona, azul de metileno, cimetidina IV; 
- Laranja: pigmento biliar, Piridium; 
- Vermelho: sangue, beterraba, ruibarbo e amoras. No caso de ser 
vermelha por causa do sangue, a urina fica também opaca, já no caso de alimentos, 
permanece translúcida, ainda que vermelha; 
- Negra: elementos oxidativos liberados em algumas doenças, uma das 
doenças que gera urina enegrecida é a alcaptonúria. 
• Aspecto da urina: límpido ou turvo; 
• Densidade: avalia a capacidade de concentração urinária, os valores vão 
de 1010 – 1030. 
 
 
Aspectos químicos: realizado com tiras reativas 
 
 
A tira reativa consiste em um papel absorvente que possui substâncias químicas, 
capazes de realizar a quantificação de diversos elementos, ou seja, com uma tira é 
possível realizar cerca de 10 análises onde a interpretação se dá pela reação química na 
qual se vê alteração da coloração. Dentre as análises realizadas através de tiras reativas, 
pode-se citar: 
- Determinação do pH; Hemoglobina; Nitrito; Bilirrubina; Glicose; Corpos 
cetônicos; Proteínas; Teste de Gravidez (Beta HCG). 
INTERPRETA DE TIRAS REATIVAS UTILIZADAS NAS ANÁLISES 
QUÍMICAS DE URINA 
 
 
16 
 
 
<http://www.geocities.ws/laboratoriodebioquimica/index_arquivos/Page755.htm
> 
 
Sedimentoscopia 
 
 Utiliza o sedimento da urina centrifugada em exame microscópico, visando a 
identificação de elementos como hemácias, leucócitos e cilindros, além de elementos 
menos importantes como leveduras, cristais ou células epiteliais. 
Segundo Correia (2012, p.23), algumas doenças podem ser identificadas pelo 
exame de sedimentoscopia, entre elas estão: Hematúria (consiste em doençasrenais, em 
que se pode encontrar a urina com cor de coca-cola); Cristalúria (litíase, onde se pode 
encontrar diurese concentrada e a presença de sedimentos); Piúria (que consiste em uma 
infecção do trato urinário, em que se pode encontrar diurese concentrada, presença de 
grumos de pus e febre). 
 
ANÁLISE LABORATORIAL BÁSICA DE DADOS SÉRICOS 
 
17 
 
 
 FONTE: CORREIA, 2012. 
 
 
Parasitologia 
 
 No setor de parasitologia são realizados estudos a respeito de parasitas 
infecciosos, métodos de diagnóstico e controle de doenças parasitárias. A amostra 
analisada para a pesquisa de parasitas são as fezes, porém podem estar presentes dentro 
e sobre outras partes do corpo. Há uma grande diversidade de parasitas, porém os 
grupos mais comuns que podem vir a infectar o ser humano são Protozoários, 
Helmintos e Artrópodes. Sendo que destes os protozoários mais encontrados nos 
exames parasitológicos de fezes são Giardia lamblia e Entamoeba histolytica, e dentre 
os helmintos mais comuns no exame parasitológico de fezes destacam-se ovos de 
Taenia saginata e Schistosoma mansoni, além de indivíduos adultos de Ascaris 
lumbricoides e Oxyuros vermicularis. 
 
SETOR DE PARASITOLOGIA 
 
18 
 
 
<http://www.unipar.br/unidades/paranavai/campus-i/laboratorio-de-zoologiae-
parasitologia/> 
 
 Exames laboratoriais de rotina com as fezes 
 
 Dentre as principais análises realizadas no setor de parasitologia podem-se 
destacar: Exame Parasitológico de Fezes (também conhecido por EPF, tem como 
objetivo diagnosticar os parasitos intestinais, por meio da pesquisa das diferentes 
formas parasitárias que são eliminadas nas fezes); Exame Macroscópico (a realização 
deste exame permite a verificação da consistência das fezes, odor e presença de 
elementos anormais, como por exemplo, muco ou sangue, além de vermes adultos ou 
partes deles); Exame Microscópico (tal exame permite a visualização dos ovos ou larvas 
de helmintos, cistos, trofozoítos ou oocistos); Pesquisa de Sangue Oculto (tal exame 
consiste em pesquisar a proteína hemoglobina, dissolvida no material fecal, o que 
geralmente deriva de hemorragias no sistema digestivo); Cultura de Fezes (também 
conhecido como Coprocultura, é um exame solicitado para diagnóstico bacteriológico 
e/ou micológico patogênico). 
 
Microbiologia 
 
 No setor de microbiologia são analisados fungos, vírus, protozoários e bactérias 
presentes em amostras biológicas. Os métodos de análise podem variar de acordo com 
cada amostra analisada, sendo assim existem exames que são feitos com observação 
 
19 
 
direta das lâminas (com ou sem coloração) ou ainda exames que necessitam de cultivo 
de microrganismos em meio de cultura para posteriormente serem analisados. 
 
SETOR DE MICROBIOLOGIA 
 
 <http://www.biodiagnostic.com.br/iframe.asp?cod=69> 
 
Exemplos de exames microbiológicos 
 
 Alguns exames microbiológicos exigem técnicas específicas para determinado 
material a ser analisado, sendo assim dentre alguns exemplos de exames 
microbiológicos realizados em um laboratório de análises clínicas podem-se citar: 
• Exame a Fresco, sem coloração, também conhecido como Salina e está 
presente no manual da ANVISA – Indicação: permite observar a morfologia bacteriana 
e avaliar a existência de mobilidade. Usada para pesquisa a fresco de Trichomonas e 
fungos em secreções, e em diferentes materiais, etc. 
• Hidróxido de Potássio – Indicação: usado para pesquisa de fungos em 
material biológico na presença de muco, restos celulares, pelos, unhas, etc. 
• Exame com coloração de GRAM: o exame é realizado após coloração 
com o corante GRAM e permite obter uma definição mais precisa da morfologia 
microbiana, diferenciar algumas estruturas e tipos bacterianos de acordo com as 
diferentes afinidades pelos corantes. É usada para classificar Bactérias com base no 
tamanho, morfologia celular e comportamento diante dos corantes. Em laboratórios que 
possuem um setor de microbiologia clínica, esse pode ser considerado um teste 
adicional rápido para o diagnóstico de agentes infecciosos. 
 
20 
 
 
OTIMIZAÇÃO DE PLANEJAMENTO 
 
 A área de análises clínicas apresentou seu desenvolvimento acompanhado da 
medicina, não como um serviço de apoio nos moldes de hoje, mas sim como uma 
atividade estritamente experimental, com o objetivo da descoberta de algo novo ou 
desconhecido (BECKER, 2005, p.38). 
O progresso da ciência médica obteve um grande impulso na Europa a partir da 
segunda metade do século XIX. Nessa época iniciava-se os estudos referentes a 
Patologia Clínica, onde os laboratórios pioneiros foram aqueles instituídos nas 
universidades alemãs de Wurzburg (1849) e de Berlim (1852). 
Os testes laboratoriais são considerados parte importante na prática médica, onde 
a participação das informações providas do laboratório clínico na tomada de decisões é 
extremamente importante. Certamente à evolução dos testes laboratoriais continuarão a 
crescer de maneira acentuada, principalmente devido a incorporação de novos testes, 
especialmente na área da biologia celular e molecular. 
O laboratório clínico é certamente o setor da assistência em saúde que mais sofre 
impacto dos avanços da pesquisa biomédica, pois esses avanços estão ocorrendo em 
grande velocidade, possibilitando visualizar um grande progresso nas últimas décadas 
derivado principalmente da variedade e qualidade dos testes laboratoriais que são 
oferecidos aos diversos profissionais da saúde. 
De acordo com o que foi exposto até o momento, surge diversos 
questionamentos, entre eles pode-se citar: para você, qual a fase de maior importância 
nos procedimentos de um laboratório de análises clínicas? E em sua opinião, em quais 
setores são passíveis de erros e que os procedimentos devem ser realizados com um 
maior nível de atenção? 
 
 
PLANEJAMENTOS DE ABERTURA DE UM LABORATÓRIO DE 
ANÁLISES CLÍNICAS 
 
 As providências que devem ser tomadas para a abertura de um laboratório de 
análises clínicas são semelhantes as exigidas para qualquer outro estabelecimento 
comercial. Porém por se tratar de um estabelecimento de saúde, há algumas obrigações 
 
21 
 
adicionais vinculadas ao Conselho Regional de Farmácia, Vigilância Sanitária e órgãos 
de meio ambiente. Tais procedimentos referentes a abertura de um laboratório de 
análises clínicas podem variar de acordo com as legislações estaduais e municipais de 
acordo com o domicílio em que se efetuará o funcionamento do mesmo. Sendo assim, 
posteriormente serão apresentados alguns passos que devem ser observados para 
abertura de um laboratório de análises clínicas. 
 Requisitos para abertura 
 
Segundo o material de Moura (2010, p.04), entre os requisitos de abertura de um 
laboratório de Análises Clínicas destacam-se os seguintes tópicos: consultar a 
viabilidade para iniciar o empreendimento; consultar a prefeitura do município para 
verificar se é permitido desenvolver tal atividade no endereço escolhido; verificar se a 
edificação escolhida atende as condições referidas a espaço físico segundo a RDC 
nº50/2002 da ANVISA; além de elaborar um registro do Contrato Social e CNPJ e 
registrá-lo na Junta Comercial do Estado, dando entrada no pedido de inscrição no 
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) na Receita Federal através do Documento 
Básico de Entrada (DBE). 
Além dos tópicos expostos devidamente referenciados, faz-se necessário 
também a obtenção de um Alvará Sanitário, em que é necessário preencher o 
Formulário de Petição (modelo DIVIS) e encaminhá-lo junto com a documentação 
exigida para a Vigilância Sanitária Municipal, uma questão importante é que o local tem 
que ser dedetizado, portanto é interessante procurar uma empresa especializada. Além 
do Alvará Sanitário é necessário providenciar um Alvará Municipal de Funcionamento 
e o licenciamento junto ao órgão de meio ambientedo município, devendo-se apresentar 
um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS). Posteriormente 
deve-se solicitar o registro do estabelecimento junto ao Conselho Regional de Farmácia 
e providenciar documentos e programas das áreas trabalhistas e previdenciárias. 
 
Requisitos para funcionamento 
 
 Os tópicos relacionados a funcionamento desse tipo de empreendimento 
encontram-se no Regulamento técnico da ANVISA composto de 16 páginas, e devem 
estar em conformidade com a RDC 302/2005 que define as condições gerais de 
funcionamento, bem como os requisitos relacionados aos recursos humanos e 
 
22 
 
infraestrutura. 
 
Equipamentos básicos necessários para cada área 
 
Para o funcionamento adequado de um laboratório de análises clínicas, visando 
qualidade na prestação de serviços e satisfação dos clientes, é necessário que o 
laboratório esteja bem equipado e dimensionado possibilitando bem-estar geral. De 
acordo com essa premissa, as tabelas seguintes referenciadas no artigo de Moura (2010, 
p.05), apontam os principais equipamentos e mobiliários, além do dimensionamento 
necessário para cada área do laboratório de análises clínicas. Vale lembrar sempre que 
todos os setores devem também ser equipados com EPI’s, reagentes, vidrarias e 
materiais de consumo. Temos ainda os ambientes de apoio, por exemplo: sanitários, 
depósitos, etc., que apesar de não serem mencionados necessitam de equipamentos, 
mobiliário e outros materiais. 
 TABELA - EQUIPAMENTOS E OUTROS MATERIAIS NECESSÁRIOS 
NAS DIFERENTES ÁREAS DO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS 
 
 
 
<http://www.bib.unesc.net/biblioteca/sumario/00004E/00004EFC.pdf> 
 
 
TABELA- METRAGEM MÍNIMA EXIGIDA PELA RDC 50/2002 PARA 
 
23 
 
CADA SETOR DO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS 
 
 
<http://www.bib.unesc.net/biblioteca/sumario/00004E/00004EFC.pdf> 
 
Os laboratórios podem estar localizados em um único ambiente ou salão, onde 
pode haver a separação por áreas e bancadas específicas. Isso dependerá do nível de 
biossegurança exigido pelos procedimentos realizados em cada um dos laboratórios, 
pode ou não ser necessária à existência de sala exclusiva, inclusive com antecâmara. 
Além das instalações técnicas, existem também normatizações para as áreas 
destinadas aos ambientes de apoio, estabelecidas pela RDC 50/2002 ANVISA, dentre os 
mais importantes se podem citar: a área destinada para registro de paciente, assim como 
a sala de espera para pacientes e acompanhantes deve possuir aproximadamente 1,2 m² 
por pessoa; o depósito para material de limpeza, assim como o depósito de 
equipamentos e materiais deve possuir um dimensionamento de cerca de 1,0 m²; os 
sanitários para funcionários devem possuir um dimensionamento de aproximadamente 
1,7 m² e as salas administrativas devem possuir um dimensionamento de 
aproximadamente 5,5 m² por pessoa. 
Em relação aos requisitos funcionais existe a RDC 302, de 13 de outubro de 
2005, que dispõe sobre regulamento técnico para funcionamento de laboratório clínico, 
segue-se um breve resumo das determinações da referida Resolução: 
O laboratório deve possuir um profissional legalmente habilitado como 
responsável técnico; o laboratório clínico deve estar inscrito no Cadastro Nacional de 
Estabelecimentos de Saúde (CNES); todos os profissionais atuantes devem ser 
vacinados conforme legislação vigente; a admissão de funcionários deve ser precedida 
 
24 
 
de exames médicos em conformidade com o PCMSO da NR-7 da portaria MTE nº 3214 
de 08/06/1978 e lei nº6514 de 22/12/1977; os equipamentos e instrumentos utilizados, 
reagentes, insumos e saneantes devem estar regularizados junto a ANVISA; devem ser 
mantidos registros dos processos de preparo e do controle da qualidade dos reagentes 
preparados; o laboratório deve possuir um plano de gerenciamento de resíduos de 
serviços de saúde (PGRSS); além de que o laboratório deve possuir instruções escritas 
de biossegurança, limpeza, desinfecção e esterilização. 
Quando se adquire equipamentos e outros materiais para realização das análises 
o pedido deve ser avaliado de acordo com a demanda pretendida. Dependendo do 
número de atendimentos/dia pode-se utilizar automação, semiautomação ou até técnicas 
manuais, desde que essas sejam validadas para realização das análises. Para exames que 
exigem um maior nível de complexidade, é possível realizar a terceirização junto a 
Laboratórios de Apoio. 
 
 Documento Técnico do Projeto 
 
A elaboração de um relatório ou Documento Técnico de Projeto consiste na 
exposição escrita onde se descrevem fatos verificados através de uma metodologia 
aplicada a um processo de pesquisa ou a execução de serviços e experiências. 
Geralmente se baseia em dados ou resultados demonstrativos, tais como tabelas, 
gráficos, estatísticas e outros. Abaixo se apresentam alguns modelos para a otimização 
do processo de implantação do Sistema de Gestão Laboratorial, um bom exemplo pode 
ser observado de acordo com o material disponibilizado pelo PROJETO CELAB 
(2008). 
 
EXEMPLO DE DOCUMENTO TÉCNICO DE PROJETO 
 
25 
 
 
<http://www.celab.org.br/?page_id=21> 
 
LIDERANÇA E PERFIL DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE 
 
 
AS VARIAÇÕES DA GESTÃO 
 
 
A área da saúde possui características próprias, ou seja, a prestação de serviços é 
específica, pois tem um caráter predominantemente assistencial, devendo-se estabelecer 
uma margem de risco calculado dentro do aceitável. Além de possuir outras inúmeras 
variáveis, dentre elas: a competência técnica da equipe de profissionais; locais 
adequados e estruturados para a prestação de serviços; tipo e evolução das patologias 
(doenças); estado psicológico dos profissionais e pacientes; relacionamento 
interpessoal, etc. 
Quando o profissional se dispõe a trabalhar nessa área, ele deve ter noção de que 
deve possuir um conjunto de competências, a saber: o profissional deve ter preparo 
adequado do ponto de vista de conhecimento técnico e pessoal; deve exibir uma postura 
profissional; apresentar um perfil de liderança; sempre trabalhar em prol da ética e se 
desenvolver bem em equipe; deve possuir um bom controle emocional; deve se 
 
26 
 
comunicar bem e ter capacidade para mediar conflitos; deve possuir capacidade de 
oferecer assistência psicológica diante de algumas situações do cotidiano; deve possuir 
domínio do estresse e estar acostumado a correr riscos. 
Há o requerimento de profissionais capacitados e com alto grau de eficácia, que 
minimizem o impacto do erro e maximizem o acerto. A demanda nessa área volta-se 
para pessoas que procuram obter resultado positivo, sendo o mais ideal a situação, pois 
a área da saúde está em constante evolução e necessita de profissionais voltados para 
desenvolver a ciência, ou seja, mesmo não se conhecendo a cura para várias doenças, 
pode-se em muitos casos controlar várias. 
Com a busca de profissionais capacitados, o gestor é um elemento muito 
importante, que dentre seus princípios de liderança, deve-se destacar: o gestor com 
características de líder deve manter integridade absoluta conhecendo o ofício ao qual 
está inserido; deve declarar suas expectativas e demonstrar dedicação excepcional ao 
seu trabalho; em suas ambições busca sempre resultados positivos; deve sempre cuidar 
bem de seu pessoal e colocar o dever à frente de si mesmo; além de sempre se fazer 
presente na frente da batalha. 
A gestão de pessoas em uma organização, na realidade não consiste em uma 
tarefa fácil, nem para os profissionais e nem para os pesquisadores e teóricos da área, 
pois há uma grande diversidade de demandas, além de que na busca de investigar 
peculiaridades, ainda há muitas indagações sem respostas. Diante do exposto Marras 
(2009, p.41) define que se denomina estrutura organizacional o conjunto de funções, 
relações e responsabilidades que constituem o desenho orgânico daempresa. 
Logo o líder, ao administrar ou gerir os recursos de uma organização, deve estar 
atento a uma série de particularidades, indo desde sua formação e atuação na liderança 
até o desenvolvimento e a atuação das pessoas que lidera. 
 
Áreas de Gestão de Laboratório de Análises Clínicas 
 
 De acordo com o material disponibilizado por Segundo Fernandes (2013, p.07), 
as áreas de gestão laboratorial presentes em um Laboratório de Análises Clínicas podem 
ser: Diretoria (Administração e Setor Financeiro); Recursos Humanos (Admissão, 
Treinamento e Reciclagem de Funcionários, Folha de Pagamento, Benefícios, 
Penalidades); Gestão de Informática (Instalação, execução e atualização de hard e 
softwares, intercomunicação entre equipamentos e emissão de laudos); Produção 
 
27 
 
Laboratorial (Execução dos exames e procedimentos); Gestão de equipamentos 
(Calibragem, testes e execução dos ensaios) e Gestão de materiais (Compras, controle, 
verificação da validade e eficácia dos reagentes). 
 
COMUNICAÇÃO E LIDERANÇA 
 
Em relação a um eixo de análises presentes em sistemas administrativos, os três 
temas básicos são: comunicação, liderança e desenvolvimento de pessoas, embora com 
significados distintos, são apresentados em conjunto, pois a comunicação é um dos 
processos integrantes da liderança e do desenvolvimento de pessoas. Sendo assim, a 
liderança no trabalho é entendida como uma peça-chave que compõe os 
relacionamentos, pois as atitudes dos líderes que possibilitarão ou favorecerão a 
integração relacional e a qualidade do trabalho realizado, garantindo a satisfação de 
quem trabalha. 
Quando se busca resultados positivos, deve-se saber que estes provêm da postura 
comunicativa e aberta por parte dos líderes, baseada no respeito à interatividade e das 
práticas coletivas. Portanto, a participação de todos é muito importante na determinação 
de planos estratégicos, operacionais e no estabelecimento de metas a serem atingidas 
posteriormente. 
As práticas desenvolvidas para o bom desempenho de um líder são: desenvolver 
pessoas, obter resultados dentro do que foi planejado, atender as necessidades do cliente 
e comunicar-se bem. Enquanto os atributos de um líder consistem nas seguintes 
características: ser uma pessoa íntegra (tanto em critérios pessoais como profissionais), 
ser capaz de realizar projetos, ser hábil para lidar com pessoas, ser capaz de direcionar e 
orientar pessoas para o aprendizado, ser capaz de controlar situações inesperadas, etc. 
 
LIDERANÇA 
 
28 
 
 
<http://www.visaoprime.com.br/index.php/766> 
 
 O que é necessário para ser um líder? 
 
 Para se exercer a liderança, há a necessidade de o líder possuir um conjunto de 
características que o definam e constituam seu perfil, dentre elas estão: 
Competências: envolve várias características como o conhecimento baseado em 
informações adquiridas e armazenadas durante algum período (para prover o 
desenvolvimento do indivíduo, fazem-se necessários conhecimentos específicos e 
conhecimentos essenciais); as habilidades baseadas no talento, capacidade individual e 
técnica (consiste em buscar resultados positivos utilizando o conhecimento adquirido de 
forma adequada) e atitudes baseadas nas crenças, valores e princípios do indivíduo, 
constituído ao longo do tempo, e de certa maneira norteia suas ações. 
As competências de um modo geral derivam de aptidões e características 
pessoais que contribuem para se elevar o desempenho na realização de tarefas e para a 
concretização de uma função. Dessa maneira, existem certos tipos de competências que 
podem ser divididas em: competências para lidar com pessoas (o líder necessita expor 
seu lado pessoal para motivar e desenvolver os profissionais que lidera); competências 
ao lidar com negócios (o líder necessita de um pensamento analítico e capacidade para 
identificar as informações necessárias para esclarecer uma situação); competências para 
atingir resultados (o líder necessita de iniciativa e capacidade empreendedora) e 
competências de autogestão (o líder necessita de autoconfiança e credibilidade pessoal). 
A área da saúde é muito abrangente, porém existem algumas competências 
muito valorizadas em seus profissionais como a liderança, ética, organização, bom 
relacionamento interpessoal, agilidade, comprometimento com os resultados, 
 
29 
 
conhecimento técnico na área e foco nos pacientes. 
Em determinadas funções, principalmente na área de saúde, é necessária a 
atividade de um bom líder, que exerça a liderança de forma eficiente, ou seja, que seja 
capaz de fazer com que o grupo tenha um melhor rendimento em vistas de situações 
específicas, pois se trata de uma prestação de serviços à saúde do indivíduo. 
Em vistas de explorar as capacidades de liderança, existe um teste de 
Mapeamento Cerebral, que aponta a existência de perfis com diferentes personalidades, 
salientando as diferenças individuais, sendo que um deles traz as características 
inerentes à liderança. Tais perfis podem ser descritos, de acordo com a região cerebral: 
Cérebro anterior refere-se ao verbo explorar (caracteriza o visionário, que busca a 
inovação e está aberto à complexidade); Cérebro posterior refere-se ao verbo preservar 
(caracteriza uma pessoa mais afetuosa, que busca uma atmosfera afetiva e associativa, 
sendo agregadora e guardiã); Cérebro direito refere-se ao verbo perseguir (caracteriza 
pessoas com grande agilidade para realizarem tarefas, sendo essa uma característica dos 
líderes, orientados para o processamento global, competidores e realizadores) e Cérebro 
esquerdo, refere-se ao verbo controlar (caracteriza pessoas mais analíticas, que fazem 
uso de uma abordagem lógica, além do que, é organizada e busca o processamento de 
detalhes). 
Mesmo com testes e definições, determinar a personalidade do líder é uma tarefa 
difícil e discutível, ou seja, é mais adequado caracterizá-lo por suas qualidades e 
defeitos, pois a personalidade do líder depende de fatores, tais como o conhecimento 
que adquire e o contexto onde está inserido. 
Quando se exerce a liderança, alguns tipos específicos podem-se aflorar durante 
este exercício, tais tipos se dividem em três processos básicos: Liderança Autocrática 
(em que o líder manda e seus subordinados obedecem, ou seja, ele é responsável por 
traçar as normas de ação e tomar as decisões); Liderança Democrática (na qual o líder 
consulta o grupo ao qual administra, sendo um elemento de coordenação e estímulo); 
Liderança Liberal (em que o líder sugere e dispõe de ampla liberdade de movimentos, 
ou seja, o líder providencia os meios e as facilidades). 
Durante muito tempo, acreditou-se que liderar era planejar, organizar, coordenar 
e controlar, de maneira que as situações adversas não influenciariam em aquisição de 
novas lideranças. Porém há uma mudança frequente de líderes, que possuem seus papéis 
alterados e que devem agir conforme as necessidades, inserindo-se na nova realidade. 
Assim, quando muda a tarefa, muda-se a estrutura, de modo a proporcionar nova 
 
30 
 
orientação ao grupo. 
Atualmente em vistas das mudanças frequentes o perfil de líderes deve-se apoiar 
no seguinte tripé – ambição, conhecimento e integridade. Em que a ambição e 
conhecimento sem integridade não derivam um líder ético; a ambição e integridade sem 
conhecimento não derivam um líder competente e o conhecimento e integridade sem 
ambição não derivam um líder realizador. 
Para um líder atuante na área de saúde, não há um protótipo ideal, mas sabe-se 
que este deve possuir competências humanas e conhecimento técnico específico da 
saúde, assim como conhecimento do negócio e serviços prestados, apresentando tais 
características de forma apurada e ter controle de diversas variáveis específicas. Porém 
em relação a tais características podem-se citar alguns diferenciais próprios, a saber: o 
líder nessa área devepossuir capacidade adaptativa às situações (pois uma vez que se 
trabalha com saúde é necessário utilizar o melhor de si e da equipe para a obtenção de 
um resultado positivo), além de focar seu trabalho no fator humano (é um diferencial 
importante, pois é necessário melhorar a qualidade de trabalho para garantir a satisfação 
tanto da equipe de trabalho, quanto dos pacientes). 
 
SUSTENTABILIDADE EM LABORATÓRIOS DE ANÁLISES 
CLÍNICAS 
 
 A sustentabilidade consiste na capacidade de atender às necessidades do 
presente, sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atender as próprias 
necessidades. 
Tal conceito foi definido, em 1987, quando ocorria a elaboração do relatório 
Brudtland pela Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED) da 
ONU. Vale lembrar que esse conceito para ser eficiente deve-se apoiar em três 
parâmetros muito importantes, sendo eles a atividade econômica, o meio ambiente e 
bem-estar da sociedade, estes devem estar equilibrados e integrados para compor os 
pilares da sustentabilidade. 
 
 
BASES DA SUSTENTABILIDADE 
 
31 
 
 
<http://www.hospitaissaudaveis.org/pdf/Palestra%203a%20Daniel%20Marques 
%20P%C3%A9rigo.pdf> 
 
 
PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL 
 
 
De acordo com a Secretaria do Estado de Obras - SEOBRAS (2009), um 
Programa de Gestão Ambiental se refere a uma estrutura que envolve a execução de 
outros programas ambientais e constitui um conjunto de ações realizadas em forma de 
medidas e procedimentos de gestão associados às questões ambientais e sociais, 
objetivando a minimização dos impactos ambientais e sociais, provocados pela 
implantação e operação de determinado empreendimento. 
As ações presentes em um programa de gestão ambiental objetivam a 
manutenção da qualidade ambiental da região do empreendimento, cuidando da 
qualidade de vida das comunidades locais diretamente afetadas. Quando se realiza um 
empreendimento, nesse caso uma construção na área de saúde, necessita-se de uma 
estrutura gerencial projetada para programar técnicas de controle, proteção, manejo e 
recuperação ambiental, além de promover condições operacionais adequadas para a 
implantação e o acompanhamento de Planos e Programas Ambientais previstos, demais 
programas ambientais poderão ser implantados de forma integrada, sendo 
posteriormente acompanhados e monitorados. 
De acordo com os temas expostos, é bom pensar na realidade a qual se encaixa 
nosso município também, sendo assim um bom questionamento envolvendo os assuntos 
 
32 
 
abordados seria: na sua cidade os laboratórios de Análises Clínicas possuem um 
Programa de Gestão Ambiental adequado? E os resíduos produzidos são descartados de 
maneira correta? Pesquise e fique de olho! 
 
 
Histórico do Programa de Gestão Ambiental 
 
 
Quando se fala em programas de gestão ambiental, percebe-se que tais 
programas são muito recentes em nossa sociedade (ganharam destaque a partir do ano 
de 2002), porém apresentam uma importância enorme para a manutenção dos fatores 
ambientais e qualidade de vida de uma maneira geral. Posteriormente apresentaremos 
alguns fatos no contexto histórico dessa evolução, que caracteriza passos importantes 
para a melhoria desses programas: 
• No ano de 2004, foi publicada a Portaria PGR nº 321, que 
instituiu o Programa de Gestão de Resíduos da PGR; 
• No ano de 2007, o procurador-geral da República assinou 
a Portaria PGR nº 638, que possibilitou a ampliação do Programa de 
Gestão de Resíduos, transformando-o em Programa de Gestão Ambiental 
(PGA); 
• A partir do ano de 2008 começaram a ser realizadas 
Semanas do Meio Ambiente, e no ano de 2010 foi lançado o PGRSS – 
Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde da PGR. 
 
 
GESTÃO DE RESÍDUOS 
 
 Um dos principais fatores que contribuem para se atingir um nível sustentável 
dentro de um laboratório é promover um destino correto aos resíduos produzidos. 
Abaixo segue a descrição dos métodos de descarte para os resíduos mais comuns 
produzidos em um laboratório de análises clínicas: 
 
Descarte de Resíduos Comuns 
 
33 
 
 
O descarte para esse tipo de resíduo deve ser realizado em saco plástico preto; 
utilizando-se coletores identificados; além de que o transporte deve ser realizado em 
carrinho específico e o armazenamento dos resíduos também deve ser específico. 
 
Descarte de Resíduos Recicláveis 
 
 Para esse tipo de resíduo gerado dentro de um laboratório de análises clínicas 
deve haver a separação dos resíduos no momento e local da geração; o descarte deve ser 
efetuado em saco plástico Azul; utilizando-se coletores identificados (específico para 
copos plásticos); além de que o transporte deve ser realizado em carrinho específico e o 
armazenamento dos resíduos também deve ser específico. 
 
Descarte de Resíduos Infectantes/Perfurocortantes 
 
Para o descarte desse tipo de material deve ser utilizado saco branco-leitoso com 
símbolo de infectante; acondicionados em caixas rígidas resistentes a puncturas; onde o 
transporte deve ser realizado em carrinhos identificados e o armazenamento deve ser em 
abrigo específico. A maioria dos resíduos necessita de autoclavagem Interna e posterior 
trituração; as salas de armazenamento devem possuir segurança nível 3 localizadas em 
uma central de Tratamento de Resíduos que possua licença de Operação. 
 
ALGUNS PONTOS IMPORTANTES NO HISTÓRICO DA 
SUSTENTABILIDADE EM LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS 
 
34 
 
 
http://www.hospitaissaudaveis.org/pdf/Palestra%203a%20Daniel%20Marques%
20P%C3%A9rigo.pdf 
 
CONTROLE DE QUALIDADE EM ANÁLISES CLÍNICAS 
 
A história do conceito de qualidade teve início provavelmente nos anos 20 com a 
evolução industrial. Assim, surgiu a atividade de inspecionar os materiais produzidos 
com a finalidade de avaliar o produto final e separar os defeituosos, evitando sua 
comercialização. Esta constituiu uma fase de evolução da qualidade pioneira, que 
possibilitou a criação de um departamento de engenharia de produção nas indústrias. 
Assim, instrumentos estatísticos voltados para a medição e o controle da qualidade são 
usados para análise de qualidade do produto final. Uma boa obra que embasa 
cientificamente esses assuntos foi publicada em 1931 por W. Shewart, em 1931, 
intitulada Economic control of quality manufactured product. 
Já em uma segunda fase, surgiu a preocupação com a qualidade em todos os 
processos de produção, possibilitando-se admitir que o grau de variabilidade do produto 
 
35 
 
é devido às variações nas matérias-primas, máquinas utilizadas e ao operador destas. 
Daí teve início o controle estatístico por amostragem, apresentando técnicas de limite de 
variação aceitável durante todo o processo de fabricação e não apenas ao produto final. 
Atualmente, as exigências quanto à qualidade são referenciadas como atributos 
essenciais à sobrevivência de muitas organizações no mercado, com ênfase na satisfação 
do cliente. O acesso facilitado às informações e a criação de órgãos de defesa do 
consumidor permite o surgimento de um novo formato de cliente, com um perfil mais 
exigente e entendendo seu papel como consumidor, evidenciando que o conhecimento 
das necessidades do cliente é fundamental para sua fidelização. 
Além disso, as empresas passaram a descobrir mais rapidamente o que seus 
concorrentes estavam fazendo de melhor, tais descobertas ocorreram por meio da 
prática de benchmarking ou técnica de referência que consiste no processo contínuo de 
medidas de produtos, serviços e práticas para comparar com os competidores de 
mercado ou companhias reconhecidas na área de atuação. 
Assim, a necessidade pela busca contínua da qualidade, aumento da 
produtividade e redução de custos torna-se essenciais para uma empresa continuar no 
mercado e se manter competitiva. 
 
QUALIDADE NA SAÚDE 
 
Na área da saúde, há umadiferenciação do conceito de qualidade ao qual é 
aplicado nas indústrias. A adequação da prestação de serviço aos anseios do cliente é 
fundamental como requisito de qualidade, e este é aplicável aos diversos serviços de 
assistência à saúde. 
O aumento da complexidade dos serviços prestados, impulsionado pela demanda 
tecnológica e novos conhecimentos na área, além do aumento da expectativa de vida da 
população e maior número de pacientes portadores de doenças crônicas, está gerando 
grandes gastos quando se refere à saúde, mostrando que o desafio atual para esse setor é 
a prestação de um atendimento humanizado, com alta produtividade e baixo custo, 
sendo este o principal resultado esperado em programas de qualidade. 
Na prestação de serviço em saúde existem dois componentes básicos da 
qualidade: o operacional (processamento) e a percepção (como o serviço está sendo 
oferecido). Tais componentes podem ser medidos por indicadores da qualidade e o 
reconhecimento é obtido pelos processos de certificação ou acreditação. 
 
36 
 
Trabalhando-se com indicadores é possível realizar comparações internas e 
externas com outros serviços de mesmas características. Quando se pratica o 
benchmarking é possível avaliar o desempenho de todos os processos de determinado 
serviço, comparando seus dados com serviços de referência. 
As comparações podem ser internas (quando a comparação ocorre por processos 
semelhantes entre setores de uma mesma instituição); funcionais (quando a comparação 
ocorre entre instituições semelhantes, mas que atuam em mercados distintos) e 
competitivas (quando a comparação ocorre a partir da comparação de processos 
semelhantes entre concorrentes diretos). 
A certificação para produtos, processos ou serviços é realizada ou cumprida de 
acordo com requisitos específicos estabelecidos por normas, como as da International 
Organization for Standardization (ISO). Já a acreditação, a avaliação dos 
procedimentos tem o intuito de verificar a adequação aos serviços que estão sendo 
oferecidos, além do cumprir os requisitos exigidos em uma certificação. Por exemplo, 
há a acreditação da Organização Nacional de Acreditação (ONA) e do Programa de 
Acreditação de Laboratórios Clínicos (PALC). Recentemente, a acreditação tem 
assumido um papel educacional com monitoramento, publicando uma série de 
documentos, como normas, padrões e recomendações. 
Em 1999, foi criada a ONA, cujo principal objetivo é a implementação nacional 
de um processo permanente de melhoria da qualidade da assistência à saúde, 
estimulando os serviços a atingirem padrões mais elevados de qualidade 
(www.ona.org.br). Em 2001/02, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) 
reconheceu oficialmente o Sistema Brasileiro de Acreditação por meio da Resolução nº 
921/02 e firmou um convênio com a ONA para cooperação técnica e treinamento de 
pessoal, o qual contou com a participação, entre outras, da SBPC/ML (ANVISA, 2004; 
VIEIRA, 2005 apud VIEIRA, 2011, p.202). 
No ano de 1977, em contrato com a Control-Lab, a SBPC/ML pôde lançar o 
programa de controle de qualidade interno e externo, inédito no país, intitulado 
Programa de Excelência de Laboratórios Médicos (PELM), e, em 1998, criou o PALC, 
os quais foram revisados e atualizados nos anos 2004, 2007 e 2010. O PALC permite 
aos laboratórios brasileiros um caminho para a melhoria contínua da qualidade, 
principalmente pelas auditorias realizadas por pares, ou seja, por laboratoristas, 
propiciando oportunidades de trocas de conhecimentos técnicos entre auditores e 
auditados (VIEIRA, 2005 apud VIEIRA, 2011, p.204). 
 
37 
 
 
Recentemente, a SPBC/ML em parceria com a Control-Lab disponibilizou o 
Programa de Indicadores Laboratoriais, permitindo a possibilidade de padronização dos 
indicadores em laboratórios clínicos brasileiros, assim como a comparabilidade dos 
mesmos (www.sbpc.org.br/institucional/historia). 
 
QUALIDADE NO LABORATÓRIO CLÍNICO 
 
O constante progresso tecnológico na área laboratorial tornou possível a 
ampliação do número e dos tipos de analitos, levando ao aumento da importância das 
análises laboratoriais na decisão médica e no diagnóstico. Segundo dados obtidos por 
Westgard e Darcy, os resultados das análises laboratoriais são responsáveis por 65% a 
75% das informações pertinentes à decisão médica. 
De acordo com o exposto acima, o ramo laboratorial promoveu e introduziu os 
conceitos da qualidade com certo pioneirismo. Tais estudos começaram a ser elaborados 
em 1960 por Barnett e Tonks, e nos anos de 1990, começou a haver um consenso sobre 
os objetivos da qualidade e qual seria a sua importância no ambiente do laboratório 
clínico, possibilitando-se definir os conceitos de controle da qualidade, garantia da 
qualidade e gestão total da qualidade. 
Essa evolução tecnológica alavancou a implantação dos modernos conceitos de 
qualidade observados em um laboratório clínico, porém houve também um aumento do 
custo global de todo o processo analítico e gastos laboratoriais, que nem sempre é 
acompanhado de um aumento na remuneração. Segundo Mendes (2007), os laboratórios 
clínicos começaram a sofrer uma forte pressão de alguns provedores de serviços de 
saúde, impondo a diminuição drástica dos custos de execução de exames. 
Sendo assim para a solicitação de um exame, é necessário avaliar se a análise 
trará benefícios para diagnóstico, prognóstico ou tratamento, se não for comprovada a 
finalidade do exame, este pode ser desnecessário, além de que pode vir a promover o 
aumento do risco de resultados falsos positivos, o que necessitará de outras análises e 
poderá gerar modificações erradas na terapia, atrasar o diagnóstico e até mesmo levar ao 
aumento da duração da internação hospitalar. 
De acordo com o que foi exposto, à liberação de um laudo incorreto pode 
ocasionar aumento de consultas e testes laboratoriais, elevando desnecessariamente os 
custos dos serviços de saúde. Sendo assim, a busca de melhoria contínua exigiu a 
 
38 
 
análise minuciosa dos diferentes processos envolvidos na realização do exame 
laboratorial, incluindo os aspectos técnicos, administrativos e organizacionais, 
identificando desvios e proporcionando oportunidades de melhoria. 
A definição de erro laboratorial consiste em uma falha ocorrida em alguma parte 
do ciclo laboratorial, ou seja, desde a solicitação médica até a interpretação do laudo 
final e a decisão do médico diante do resultado reportado, porém pode também ser 
considerado qualquer defeito na realização do teste que possa gerar um resultado 
inapropriado ou uma interpretação equivocada. 
Para a divisão das etapas necessárias para a execução de um exame geralmente 
são necessárias três fases: pré-analítica, analítica e pós-analítica. Em que a execução de 
qualquer exame laboratorial iniciará pela avaliação clínica, estabelecendo-se uma 
hipótese diagnóstica e possibilitando a solicitação de exames dirigida para os 
diagnósticos sugeridos. Sendo finalizada quando se gera um laudo que concretiza a 
informação diagnóstica por meio do parecer de um médico. 
Porém atualmente, podem-se encontrar os termos fase pré-pré-analítica e fase 
pós-pós-analítica, tais termos foram introduzidos para definir as etapas de execução de 
um exame que são independentes propriamente do laboratório. A prépré-analítica 
consiste na seleção, pelo clínico, de exames apropriados para a determinação de um 
diagnóstico a que se pretende encaminhar a solicitação. A fase pós-pós-analítica deve-se 
referir à interpretação do resultado da análise por um profissional apto que geralmente é 
um médico clínico. 
Até agora vocês estão aprendendo bastante sobre os critérios estabelecidos no 
controle de qualidade, sendo assim para você a qualidade de gestão de laboratórios de 
análises clínicas de sua cidade está adequado para o atendimento dos pacientes? E para 
os funcionários que trabalham em prolda saúde? 
 
 
CONTROLE INTERLABORATORIAL 
 
Os fundamentos de um laboratório de análises clínicas baseiam-se em processos 
dinâmicos que se iniciam pela coleta de amostras e termina com a emissão de um laudo. 
Nesse contexto, a fase pré-analítica pode se basear na preparação do paciente, além da 
coleta, manipulação e armazenamento da amostra para posterior determinação analítica. 
Englobando todas as atividades anteriores ao ensaio laboratorial, estando dentro ou fora 
 
39 
 
do laboratório de análises clínicas. 
Dessa forma, a fase analítica tem início com a validação dos resultados obtidos 
pelo processo analítico de determinada amostra, realizando o controle da qualidade 
interno na amplitude normal e patológica, e seu término representa uma determinação 
para a obtenção de um resultado. Já a fase pós-analítica é observada quando se gera o 
resultado analítico, sendo finalizada, após a entrega do laudo conforme legislação 
vigente. 
 
FONTES DE VARIAÇÃO NOS ENSAIOS LABORATORIAIS 
 
 
A seguir apresentaremos as principais fontes de variação evidenciadas em ensaio 
laboratoriais que de alguma maneira podem comprometer o resultado final e diminuir os 
critérios de qualidade de um laboratório de análises clínicas. 
 
Variabilidade biológica 
 
 Alguns fluídos orgânicos utilizados para amostragem podem apresentar 
flutuação constante nos níveis de seus componentes biológicos, dessa forma essas 
variações podem afetar a interpretação de resultados. Sendo que os principais fatores 
que podem influenciar na variação dos parâmetros biológicos são classificados em três 
grupos: variáveis pré-analíticas, analíticas e biológicas. 
 
 
PRINCIPAIS FONTES DE VARIAÇÃO NOS ENSAIOS LABORATORIAIS 
 
 
40 
 
 FONTE: LIMA-OLIVEIRA, 2011. 
 
Essa variabilidade biológica observada em diversos tipos de análises é 
considerada natural, pois se deve a uma ocorrência fisiológica característica do 
indivíduo (principalmente em resposta à ação hormonal) sendo assim independe das 
variáveis pré-analíticas. E é representada pela flutuação nas concentrações de analitos 
bioquímicos em torno de seus pontos de equilíbrio. 
 
TABELA - FATORES QUE COMPÕEM A VARIAÇÃO BIOLÓGICA 
 
 FONTE: LIMA-OLIVEIRA, 2011 adaptado de HENNY, et al. 2000. 
 
 
Esse tipo de resposta biológica é devido a vários estímulos sendo variável entre 
os indivíduos. Portando, esse tipo de variabilidade biológica intraindividual é composto 
de muitas alterações do metabolismo normal, a partir destas informações o 
conhecimento desta fonte de variação permite ao profissional entender algumas 
eventuais divergências entre um resultado considerado padrão e um resultado esperado 
pelo clínico que solicitou a análise. 
Diante do que foi estudado até aqui, em sua opinião, dentre os tipos de 
variabilidades biológicas apresentadas, qual traria maior perda de qualidade para 
laboratórios de análises clínicas? Por quê? 
 
Fase extra-analítica 
 
41 
 
 
Entende-se como fase extra-analítica os procedimentos relacionados às fases pré 
e pós-analítica. Esta fase é considerada crítica, pois é responsável por mais de dois 
terços de todos os erros atribuídos ao laboratório de análises clínicas e poucos 
procedimentos de rotina para a detecção de não conformidades neste conjunto de 
atividades. 
Os resultados laboratoriais influenciam aproximadamente de 60% a 70% das 
decisões médicas (HALLOWORTH et al., 2002 apud LIMA-OLIVEIRA, 2011, p.05), 
sendo assim pode interferir no diagnóstico e/ou o tratamento dos pacientes. 
As diversas variáveis pré-analíticas devem ser controladas e otimizadas para 
preservar a constituição e a integridade do espécime diagnóstico. Portanto, faz-se 
necessário a padronização de procedimentos com foco no controle de procedimentos, 
visando minimizar os erros pré-analíticos, configurando este um ponto essencial para a 
obtenção de resultados confiáveis. 
Identificar e quantificar as causas dos erros associados ao laudo laboratorial é de 
fundamental importância, pois são as informações reportadas nestes documentos que 
descrevem que o corpo clínico acompanha seus pacientes. Porém, ainda hoje, estão em 
falta muitas ferramentas que possam ser eficientes para o auxílio de profissionais do 
laboratório na análise da consistência dos indicadores da qualidade na fase extra-
analítica. 
 
Fase analítica 
 
 O Programa Nacional de Controle de Qualidade (PNCQ) da Sociedade 
Brasileira de Análises Clínicas (SBAC) é um provedor muito respeitado e com ótimas 
ferramentas para auxiliar os gestores da qualidade na redução desta variabilidade 
(LIMA-OLIVEIRA, 2011, p.07). 
O controle de qualidade é entendido como um processo estatístico que monitora 
e avalia os processos analíticos, utilizando dados de ensaios com produtos de controle 
de qualidade, os quais são materiais de origem humana, animal ou química que são 
utilizados para monitorar a qualidade e consistência dos processos analíticos. 
 
 
 
42 
 
INDICADORES LABORATORIAIS 
 
 
Uma definição para indicador pode ser expressa por meio de uma informação de 
natureza qualitativa ou quantitativa, associada a algum evento, processo ou resultado, 
em que se é possível avaliar as mudanças durante o tempo, definir objetivos ou utilizá-
lo para a tomada de decisões. 
Assim, os indicadores laboratoriais são considerados medidas numéricas que 
representam erros ou falhas de determinado processo em relação a seu número total 
(entre acertos e erros). Onde o desempenho de um processo é considerado satisfatório se 
estiver entre os limites estabelecidos nos indicadores. Ou seja, eles não são utilizados 
para promover respostas e sim para indicar problemas que necessitam de ações 
preventivas. 
De acordo com o que foi exposto anteriormente, Vieira et al. (2011, p.205), lista 
alguns aspectos que necessitam de maior atenção na fase pré-analítica, conforme 
descritos a seguir: 
• orientações acerca do preparo adequado para a coleta; 
• identificação correta do paciente; 
• informações relevantes, como idade, sexo, raça, uso de medicamentos, 
entre outros; 
• coleta, identificação e transporte da amostra biológica; 
• processamento da amostra (centrifugação e aliquotagem). 
Estima-se que há um grande percentual de erros laboratoriais referentes a 
problemas ocorridos durante a fase pré-analítica, podendo-se destacar a identificação 
incorreta, amostra coletada de forma ou em volume insuficiente, condições de 
transporte e conservação inadequada, além de problemas na centrifugação, aliquotagem 
e identificação das alíquotas como erros pré-analíticos. 
 
 FONTES E FREQUÊNCIA DE ERROS NO PROCESSAMENTO DO 
ESPÉCIME DIAGNÓSTICO SANGUÍNEO 
 
43 
 
 
FONTE: Adaptado de WALLIN O. et al., 2008; PLEBANI e CARRARO, 2007 
e LIPPI et al. 2006. 
 
 
Vale salientar que uma escolha inadequada de testes laboratoriais pode também 
ser um erro pré-analítico, além de que outros erros comuns são relacionados com falhas 
que na maioria das vezes referem-se aos índices de recoleta. Outros exemplos que 
podem ser considerados fontes de erros são: erros na abertura do cadastro de um 
paciente; amostras que foram solicitadas e não são coletadas; falhas durante o 
procedimento de coleta e problemas no transporte das amostras. 
A fase analítica é marcada pela execução do teste laboratorial, podendo ser 
monitorada por ferramentas utilizadas na prática laboratorial que buscam assegurar a 
prestação de serviços ou o processo de realização dos testes, como por exemplo, o 
Controle Interno da Qualidade (CIQ), os ensaios de proficiência ou Avaliação Externa 
da Qualidade (AEQ). 
Controles internos que se assemelham às amostras biológicas são preparados e 
utilizados em conjunto com estas, com a finalidade principal de monitorar a estabilidade 
e a reprodutibilidade do sistema analítico durante todas as etapas de sua execução 
(ANVISA,2005 apud VIEIRA, 2011, p.205). 
Controles internos que se assemelham às amostras biológicas são preparados e 
utilizados em conjunto com estas, com a finalidade principal de monitorar a estabilidade 
e a reprodutibilidade do sistema analítico durante todas as etapas de sua execução 
(ANVISA, 2005 apud VIEIRA, 2011, p.205). 
As amostras consideradas controle são dotadas de valores conhecidos e seu 
 
44 
 
monitoramento é realizado por meio das análises estatísticas, como média, desvio 
padrão e coeficiente de variação. O gráfico de Levey-Jennings e as regras múltiplas de 
Westgard também são ferramentas mundialmente difundidas na avaliação do CIQ e 
recentemente utilizadas. 
Com a utilização de apenas um programa de ensaio de proficiência não se pode 
garantir bom desempenho dos testes avaliados. Os dados avaliados devem ser utilizados 
para comparação com resultados de diversas corridas subsequentes. Sendo assim, 
posteriormente é possível calcular o erro total permitido para cada amostra analisada, 
utilizando-se dados de variabilidade biológica. Em que o erro total será a soma dos 
erros, sistemático e aleatório que podem ocorrer em uma análise, à representação 
esquemática do erro total ser observado na Figura. 
 
 
REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DO ERRO TOTAL 
 
FONTE: VIEIRA et al., 2011. 
 
São poucos os indicadores da fase analítica mencionados na literatura, sendo que 
estes se baseiam, principalmente, no número de resultados inaceitáveis de CIQ e AEQ, 
conforme descrito na Tabela (CARRARO e PLEBANI, 2007; PLEBANI et al., 2006; 
RICÓS et al., 2004 apud VIEIRA, 2011, p.206). 
A dificuldade de relatar os erros da fase analítica ocorre pela dificuldade de 
observá-los, visto que aproximadamente 75% deles resultam em valores na faixa de 
referência e 12,5% produzem resultados totalmente incoerentes, os quais são 
prontamente corrigidos. Desse modo, 12,5% são os erros que podem afetar o cuidado ao 
 
45 
 
paciente. Estes podem ser minimizados com treinamento e qualificação da equipe 
profissional do laboratório e adoção de condutas de identificação e correção de falhas de 
CIQ e AEQ (HOWANITZ et al., 1997; PLEBANI, 2007 apud VIEIRA, 2011, p.206). 
 
TABELA - EXEMPLOS DE INDICADORES NAS FASES PRÉ-ANALÍTICA, 
ANALÍTICA E PÓS-ANALÍTICA 
 
FONTE: VIEIRA et al., 2011. 
 
 A fase pós-analítica inicia-se no ambiente do laboratório clínico e envolve 
processos de validação e liberação de laudos, encerrando-se após o médico receber o 
laudo final, e assegurar sua interpretação e tomada de decisão perante o resultado 
reportado. 
Os erros mais frequentes observados nessa fase correspondem às falhas na 
liberação dos resultados, por erros advindos de transcrição ou digitação ou pelo não 
cumprimento do prazo de entrega. O desenvolvimento da tecnologia de informação 
aplicada ao setor laboratorial tem contribuído muito para diminuição de erros de 
transcrições de resultados, principalmente pelo uso de sistemas de interface que 
possibilita a transmissão das informações diretamente do equipamento automatizado de 
análise para o Sistema de Informação Laboratorial. 
 
46 
 
Também é utilizada a identificação das amostras através de etiquetas de código 
de barras, sendo considerado um auxílio fundamental na busca de melhoria da qualidade 
e redução dos erros. Outros processos vinculados à fase pós-analítica referem-se às 
informações adicionais expressas em um laudo laboratorial, que são valores de 
referência e comentários que podem auxiliar na interpretação clínica. 
O tempo gasto para a liberação do resultado é considerado também um quesito a 
ser verificado na garantia de qualidade do laboratório, principalmente em exames em 
que o tempo de liberação pode influenciar diretamente a decisão clínica ou quando 
existem resultados críticos que devem ser comunicados urgentemente. 
A falta de notificação imediata de valores críticos pode ser tão negativa quanto a 
liberação de resultados inadequados. Os erros recorrentes dessa fase do ciclo 
laboratorial giram em torno de 18% a 47% (PLEBANI et al., 2006; RICÓS et al., 2004 
apud VIEIRA, 2011, p.207). 
Podem-se citar como exemplos de indicadores da fase pós-analítica: o sucesso 
na comunicação de valores críticos, resultados liberados no prazo e sem eventos 
inesperados na liberação de resultados, exames liberados sem a sua solicitação, exames 
solicitados sem a sua liberação e porcentagem de laudos retificados. 
Os indicadores laboratoriais podem auxiliar também na padronização e definição 
das especificações no critério de qualidade para o processo de realização de um exame. 
Mas ainda não existe um consenso referente aos melhores indicadores para as fases 
analíticas e extra-analíticas, assim como seus respectivos limites de aceitabilidade. 
Diante do que foi exposto anteriormente, a Tabela descreve indicadores adotados 
pelo Programa de Indicadores Laboratoriais da SBPC/ML e do ControlLab, os dados 
estão de acordo com o artigo de Vieira et al. (2011, p.207). 
 
TABELA - INDICADORES DO PROGRAMA DE INDICADORES 
LABORATORIAIS DA SBPC/ML E DO CONTROL-LAB 
 
 
47 
 
 
FONTE: VIEIRA et al., 2011. 
 
 Atualmente foi criado o projeto Model of Quality Indicator, que se encontrava 
em fase experimental em 2009, pela International Federation of Clinical Chemistry and 
Laboratory Medicine (IFCC). Onde o estudo reporta um projeto para padronização de 
indicadores, em todas as suas fases (definição, coleta, reporte e análise de dados), em 
nível internacional, visto que normas de acreditação, a exemplo da ISO 15189:2007, 
recomendam a implantação, o monitoramento e a avaliação sistemática dos processos 
laboratoriais para contribuição dos laboratórios ao cuidado aos pacientes, sendo a 
maneira mais adequada ao monitoramento o uso de indicadores e sua comparabilidade 
com serviços semelhantes ou pares (VIEIRA et al., 2011, p.207). 
Quando se refere a melhorias na qualidade de trabalho, deve-se lembrar de que 
ela deve fazer parte da rotina dos profissionais de laboratório, onde não é possível haver 
desenvolvimento se essas melhorias não forem comparadas com referenciais. 
 
 
QUALIDADE E TENDÊNCIA DE MERCADO EM ANÁLISES 
CLÍNICAS 
 
 
 
48 
 
Atualmente é possível se observar um grande incremento tanto na qualidade dos 
serviços prestados, quanto nas tendências adotadas na área de análises clínicas que 
visam melhorias para a sociedade e para o meio ambiente, possibilitando condições que 
satisfaçam o bem-estar de uma maneira geral. 
 
CONCEITO DE QUALIDADE 
 
 Uma definição para o termo qualidade pode ser a satisfação do cliente através 
da prestação de um serviço, visando o atendimento de suas necessidades e expectativas, 
dentro de um ambiente que busca o melhoramento contínuo de sua eficiência. De 
acordo com o que foi estudado até aqui, a qualidade pode ter diversas definições de 
acordo com o contexto ao qual está associada, portanto a seguir apresentamos como a 
qualidade é definida por alguns autores: 
• Ishikawa no ano de 1997 definiu qualidade como uma rápida percepção e 
satisfação das necessidades do mercado e adequação ao uso dos produtos, ou seja, 
possui qualidade o produto que satisfaz o cliente; 
• Feigenbaum no ano de 1994 define qualidade como uma maneira de se 
promover o gerenciamento de um negócio visando à perfeita satisfação do usuário, em 
que o aprimoramento da qualidade só pode ser alcançado com a participação de todos; 
• Deming no ano de 1990 associa o significado de qualidade ao sentimento 
de orgulho pelo trabalho bem-feito, em que seu aprimoramento eleva a produtividade e 
proporciona máxima qualidade do produto para o consumidor. 
 
Sistema de Gestão da Qualidade 
 
 Em um sistema que visa à gestão de qualidade, podemos observar uma estrutura 
organizacional, procedimentos e recursos (humanos, financeiros) necessários para 
implementação

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