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Atividade 1

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AO JUÍZO DO TRABALHO DA XXX VARA DO TRABALHO DE LIMEIRA/SP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 GUSTAVO, nacionalidade, estado civil, técnico de informática, nascido em (data de 
nascimento), filho de (nome da mãe), portador do documento de identidade RG número 
XXX, inscrito no CPF sob o número XXX, Carteira de trabalho e Previdência Social – 
CTPS número XXX, série número XXX, PIS/PASEP ou NIT número XXX, residente e 
domiciliado (endereço completo com CEP), endereço eletrônico, por seu advogado que 
esta subscreve (procuração anexa), endereço completo com CEP e cidade, vem, à 
presença de VOSSA EXCELÊNCIA, com fulcro no art. 840 da Consolidação das Leis 
do trabalho (CLT), combinado com o artigo 319 do Código de Processo Civil (CPC), 
aplicado subsidiária e supletivamente ao Processo do trabalho por força do artigo 769 da 
CLT e do artigo 15 do CPC, propor a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, pelo 
procedimento ordinário, em face de ALFA LTDA, inscrita no CNPJ sob o número XXX, 
com sede (endereço completo com CEP e cidade), endereço eletrônico, pelos 
fundamentos de fato e de direito a seguir expostos: 
 
I - DOS FATOS 
 Gustavo aduz que teve seu contrato de trabalho rescindido por dispensa por justa causa, 
apesar de não ter feito nada de errado, não recebendo qualquer indenização, mas apenas 
o saldo salarial do último mês; que trabalhava de segunda-feira a sábado, das 8h às 17h, 
com intervalo de 20 minutos para refeição; que o local de trabalho era de difícil acesso e 
não servido por transporte público regular, pelo que a empresa fornecia o transporte para 
ir ao trabalho e voltar dele, de forma que Gustavo demorava uma hora no trajeto de ida e 
outra uma hora no de volta; que realizou exame médico na admissão; que Gustavo tem 
uma irmã que trabalha na mesma sociedade empresária, exercendo a função de 
programadora de jogos digitais. O trabalhador exibe cópias dos contracheques, nos quais 
há, na parte de crédito, salário de R$ 1.200,00, já na parte de descontos, há INSS, vale-
transporte e FGTS. Gustavo ainda exibiu sua CTPS, na qual consta admissão em 
17/12/2021 e saída em 28/04/2022, na função de auxiliar de serviços gerais; na parte de 
anotações gerais, há anotação de que o empregado foi dispensado por justa causa em 
razão de conduta inadequada. Em pesquisa pela Internet, você localiza a convenção 
coletiva da categoria de Gustavo, com os pisos normativos para todas as funções 
desempenhadas na sociedade empresária Alfa, dentre elas os seguintes: auxiliar de 
serviços gerais: R$ 1.400,00; técnico em informática: R$ 2.000,00; programador: R$ 
3.500,00; e engenheiro de computação: R$6.000,00. 
 
II- DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
 
1. NULIDADE DA JUSTA CAUSA: 
 Conforme já narrado, o reclamante foi dispensado sob a alegação de justa causa, no 
entanto tal alegação não merece proceder, uma vez que o reclamante não cometeu 
nenhuma das condutas faltosas elencadas no ordenamento jurídico laboral capaz de 
configurar justa causa. 
 Ademais, o reclamante sempre cumpriu as atribuições que lhe eram conferidas, era 
pontual, diligente, sendo certo que jamais fora advertido ou punido pela empregadora. 
 Por outro lado, conforme entendimentos doutrinários, para que se possa caracterizar a 
dispensa por justa causa, é necessário o implemento de vários elementos, quais sejam: 
 - Gravidade: a justa causa deve ser grave o suficiente para afetar a relação de emprego, 
destarte a pequena falha do empregado não sustenta a despedida por justa causa. 
 - Proporcionalidade: a punição disciplinar deve corresponder à gravidade da falta. Para 
a falta menos grave, dispõe o empregador da advertência e até da suspensão, com prejuízo 
dos salários. 
 - Imediatidade: toda punição disciplinar deve ser imediata, logo após a ciência da falta 
pelo empregador, sob pena de ficar configurado o perdão tácito, que dissolve a justa causa. 
 - Prévia tipificação legal: a conduta deve estar prevista em lei anterior como justa causa. 
 - Relação de causa e efeito: a dispensa deve ser uma resposta a falta cometida e não a 
fatos anteriores. 
 - Não existência de punição anterior ao mesmo fato: as faltas já punidas anteriormente, 
com advertência ou suspensão, não podem ser objeto de despedida por justa causa. 
 -Elemento subjetivo: a falta para configurar justa causa deve ser cometida por ato 
voluntário do empregado. 
 Tem-se, portanto, que a dispensa do reclamante se deu sem justa causa porque o 
trabalhador não cometeu nenhuma das irregularidades previstas no Art. 482 da CLT, 
sendo da empresa o ônus de comprovar a falta grave praticada pelo empregado, conforme 
Arts. 818, II, da CLT e 373, II, do CPC, e, por essa razão, deve ser declarada a nulidade 
da punição aplicada ao trabalhador, fazendo jus ao recebimento de aviso prévio 
indenizado, 13º salário na razão de 3/12, férias proporcionais na razão de 2/12 acrescidas 
de 1/3 constitucional, liberação das guias para levantamento do Fundo de Garantia por 
tempo de serviço e multa de 40% sobre o montante depositado. 
 
2. DAS HORAS EXTRAS E INTERVALO INTRAJORNADA: 
 Requer também o pagamento de horas extras com adicional de 50% pelo excesso de 
jornada, segunda-feira a sábado, das 8h às 17h, com intervalo de 20, conforme os Arts. 
7º, inciso XIII, da CRFB/88 e 58 da CLT, bem como o pagamento de 40 minutos diários 
com adicional de 50% pelo intervalo intrajornada desrespeitado, conforme o Art. 71, § 4º, 
da CLT. 
 
 
3. DA RETIFICAÇÃO DA CTPS E DANO MORAL: 
 Requer de fato a retificação da CTPS para constar a verdadeira função exercida, 
conforme o Art. 29 da CLT e o Precedente Normativo 105 do TST, além da diferença 
salarial entre as funções de técnico de informática e auxiliar de serviços gerais, conforme 
previsto na norma coletiva da categoria, bem como a indenização por dano moral pela 
anotação de penalidade na CTPS do autor, conforme o Arts. 29, § 4º, da CLT, 223-C, CLT 
e 8º da Portaria 41 do Ministério do Trabalho. 
 
4. DA DEVOLUÇÃO DO DESCONTO DO FGTS: 
 Ora, Excelência requer também a devolução do desconto de FGTS, pois se trata de 
obrigação do empregador, conforme os Arts. 15 da Lei nº 8.036/90, 27 Decreto 99684/90 
e 7º, inciso III, da CRFB/88. 
 
III- DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, pleiteia a condenação da reclamada em: 
a) declaração de nulidade da justa causa imputada ao reclamante; 
b) o pagamento de horas extras com adicional de 50% pelo excesso de jornada segunda-
feira a sábado, das 8h às 17h, com intervalo de 20 minutos. 
c) pagamento de 40 minutos diários com adicional de 50% pelo intervalo intrajornada. 
d) aviso prévio indenizado 
e) férias proporcionais na razão de 2/12, acrescidas do 1/3 constitucional. 
f) 13º salário proporcional na razão de 3/12. 
g) multa de 40% sobre o FGTS depositado. 
h) a retificação da CTPS para constar a verdadeira função exercida; 
i) dano moral pela anotação de penalidade na CTPS; 
j) devolução do desconto de FGTS; 
k) liberação da guia de levantamento do FGTS; 
l) liberação da guia de seguro-desemprego, sob pena de pagar indenização 
correspondente. 
 
IV- DOS REQUERIMENTOS FINAIS 
Requer a notificação da Reclamada para que, querendo, compareça em audiência e 
apresente sua defesa, sendo que o não comparecimento importará na revelia e confissão 
quanto à matéria de fato. Requer a concessão do benefício da Justiça Gratuita, nos termos 
do art. 790, parágrafo 3º da CLT, declarando não estar em condições de arcar com custas 
e despesas processuais sem prejuízo próprio e de sua família. 
Requer ainda, a condenação da reclamada pelo pagamento da multa trazida no art. 467 da 
CLT, no caso das verbas incontroversas não teriam sido pagas na audiência. 
 
V- DAS PROVAS 
Provará o alegado por todos os meios de admitidos em direito, em especial, o depoimento 
pessoal do representante da reclamada. 
 
VI- VALOR DA CAUSA 
 
Dá-se a acusa o valor de R$ (valor certo e determinado, correspondente a somados 
valores dos pedidos maior que 40 salários mínimos). 
Nestes termos, pede deferimento. 
Local e Data 
Advogado 
OAB

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