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PRÁTICA SIMULADA DO TRABALHO – PEÇA PRÁTICA 2 Discente: Marcelo Cesar Carboneri – RA: 202008393647 Docente: Lucas Furlan de Freitas Wogel _____________________________________________________________________________ EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA __ VARA DO TRABALHO DE JUIZ DE FORA - MG. Covidiany, nacionalidade ..., estado civil ..., técnica de informática, portador do RG nº ..., CPF nº ..., CTPS nº ..., filho de ..., nascido em ..., residente e domiciliado no endereço completo com Cep ..., vem a Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado (procuração anexa), propor Reclamação Trabalhista com fulcro no artigo 840, § 1º da Consolidação das Leis do Trabalho, combinado com artigo 319 do Código de Processo Civil, propor RECLAMAÇÃO TRABALHISTA em face da Alquingel Ltda., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº ..., estabelecida no endereço completo com Cep..., Juiz de Fora – MG ,conforme fatos e fundamentos de direito a seguir expostos: I - DOS FATOS: Covidiany, trabalhou na empresa processada nos períodos de 17/12/2017 a 28/04/2018, tendo exercido, na prática, a função de técnico de informática, bem como informa que foi despedido por justa causa, apesar de não ter feito nada de errado, não recebendo qualquer indenização, mas apenas o saldo salarial do último mês e que a empresa não integrava, para fim algum, o salário-família que recebia. Na empresa também trabalhava de segunda-feira a sábado, das 20h às 5h, com intervalo de 20 minutos para refeição e o local de trabalho era de difícil acesso e não servido por transporte público regular, pelo que a empresa fornecia o transporte para ir ao trabalho e voltar dele, de forma que demorava uma hora no trajeto de ida e outra uma hora no de volta e realizou exame médico na admissão. Nesta ação é exibido cópias dos contracheques, nos quais há, na parte de crédito, salário de R$ 1.200,00 e uma cota de salário-família; já na parte de descontos, há INSS, vale- transporte e FGTS e na CTPS, consta admissão em 17/12/2017 e saída em 28/04/2018, na função de auxiliar de serviços gerais, na parte de anotações gerais, há anotação de que o empregado foi dispensado por justa causa em razão de conduta inadequada. Em pesquisa pela Internet, foi localizada a convenção coletiva da categoria de Luan, com os pisos normativos para todas as funções desempenhadas na sociedade empresária, dentre elas os seguintes: auxiliar de serviços gerais: R$ 1.200,00; técnico em informática: R$ 1.800,00; programador: R$ 3.500,00; e engenheiro de computação: R$ 6.000,00. PRÁTICA SIMULADA DO TRABALHO – PEÇA PRÁTICA 2 Discente: Marcelo Cesar Carboneri – RA: 202008393647 Docente: Lucas Furlan de Freitas Wogel _____________________________________________________________________________ II – Dos Direitos A - NULIDADE DA JUSTA CAUSA: Conforme já narrado, o reclamante foi dispensado sob a alegação de justa causa, no entanto tal alegação não merece proceder, uma vez que o reclamante não cometeu nenhuma das condutas faltosas elencadas no ordenamento jurídico laboral capaz de configurar justa causa. Ademais, o reclamante sempre cumpriu as atribuições que lhe eram conferidas, era pontual, diligente, sendo certo que jamais fora advertido ou punido pela empregadora. Por outro lado, conforme entendimentos doutrinários, para que se possa caracterizar a dispensa por justa causa, é necessário o implemento de vários elementos, quais sejam: - Gravidade: a justa causa deve ser grave o suficiente para afetar a relação de emprego, destarte a pequena falha do empregado não sustenta a despedida por justa causa. - Proporcionalidade: a punição disciplinar deve corresponder à gravidade da falta. Para a falta menos grave, dispõe o empregador da advertência e até da suspensão, com prejuízo dos salários. - Imediatidade: toda punição disciplinar deve ser imediata, logo após a ciência da falta pelo empregador, sob pena de ficar configurado o perdão tácito, que dissolve a justa causa. - Prévia tipificação legal: a conduta deve estar prevista em lei anterior como justa causa. - Relação de causa e efeito: a dispensa deve ser uma resposta a falta cometida e não a fatos anteriores. - Não existência de punição anterior ao mesmo fato: as faltas já punidas anteriormente, com advertência ou suspensão, não podem ser objeto de despedida por justa causa. -Elemento subjetivo: a falta para configurar justa causa deve ser cometida por ato voluntário do empregado. PRÁTICA SIMULADA DO TRABALHO – PEÇA PRÁTICA 2 Discente: Marcelo Cesar Carboneri – RA: 202008393647 Docente: Lucas Furlan de Freitas Wogel _____________________________________________________________________________ A jurisprudência também compartilha do entendimento de que, em virtude das consequências geradas para o empregado dispensado por justa causa, esta medida só pode ser aplicada quando não existir nenhuma dúvida a respeito de sua ocorrência conforme ementa de acórdão transcrita a seguir: "Por ser pena máxima imposta ao trabalhador, maculando-lhe a vida profissional, social e familiar, além de permitir o despedimento sem a paga dos consectários pertinentes, deve a justa causa ser aprovada extreme de duvidas...(02990344785 RO - Ac. 8ª T 20000396960 José Mechando Antunes - TRT - SP)" Tem-se, portanto, que a dispensa do reclamante se deu sem justa causa porque o trabalhador não cometeu nenhuma das irregularidades previstas no Art. 482 da CLT, sendo da empresa o ônus de comprovar a falta grave praticada pelo empregado, conforme Arts. 818, II, da CLT e 373, II, do CPC , e, por essa razão, deve ser declarada a nulidade da punição aplicada ao trabalhador, fazendo jus ao recebimento de aviso prévio indenizado, 13º salário na razão de 3/12, férias proporcionais na razão de 2/12 acrescidas de 1/3 constitucional, liberação das guias para levantamento do Fundo de Garantia por tempo de serviço e multa de 40% sobre o montante depositado. B - DAS HORAS EXTRAS E INTERVALO INTRAJOTNADA: Requer também o pagamento de horas extras com adicional de 50% pelo excesso de jornada, das 20:00 às 5:00 horas, conforme os Arts. 7º, inciso XIII, da CRFB/88 e 58 da CLT, bem como o pagamento de 40 minutos diários com adicional de 50% pelo intervalo intrajornada desrespeitado, conforme o Art. 71, § 4º, da CLT. C- DO ADICIONAL NOTURNO: Com relação ao pagamento do adicional noturno de 20% é claramente devido uma vez que o reclamante trabalhava com a jornada a partir das 22.00h, conforme o Art. 73 da CLT. D- DA RETIFICAÇÃO DA CTPS E DANO MORAL: Requer de fato a retificação da CTPS para constar a verdadeira função exercida, conforme o Art. 29 da CLT e o Precedente Normativo 105 do TST, além da diferença salarial entre as funções de técnico de informática e auxiliar de serviços gerais, conforme previsto na norma coletiva da categoria, bem como a indenização por dano moral pela anotação de penalidade na CTPS do autor, conforme o Arts. 29, § 4º, da CLT, 223-C, CLT e 8º da Portaria 41 do Ministério do Trabalho. E- DA DEVOLUÇÃO DO DESCONTO DO FGTS: Requer também a devolução do desconto de FGTS, pois se trata de obrigação do empregador, conforme os Arts. 15 da Lei nº 8.036/90, 27 Decreto 99684/90 e 7º, inciso III, da CRFB/88 PRÁTICA SIMULADA DO TRABALHO – PEÇA PRÁTICA 2 Discente: Marcelo Cesar Carboneri – RA: 202008393647 Docente: Lucas Furlan de Freitas Wogel _____________________________________________________________________________ III - DOS PEDIDOS: Diante do exposto, pleiteia a condenação da reclamada em: a) declaração de nulidade da justa causa imputada ao reclamante; b) o pagamento de horas extras com adicional de 50% pelo excesso de jornada, das 20:00 às 5:00 horas. c) pagamento de 40 minutos diários com adicional de 50% pelo intervalo intrajornada. d) o pagamento do adicional noturno de 20% sobre a jornada cumpridaa partir das 22.00h. e) aviso prévio indenizado f) férias proporcionais na razão de 2/12, acrescidas do 1/3 constitucional. g) 13º salário proporcional na razão de 3/12. h) multa de 40% sobre o FGTS depositado. i) a retificação da CTPS para constar a verdadeira função exercida; j) dano moral pela anotação de penalidade na CTPS; k) devolução do desconto de FGTS; l) liberação da guia de levantamento do FGTS; m) liberação da guia de seguro-desemprego, sob pena de pagar indenização correspondente. IV - Dos Requerimentos Finais Requer-se que a Reclamada seja notificada para que, querendo, apresente defesa até a audiência, sob pena de revelia. PRÁTICA SIMULADA DO TRABALHO – PEÇA PRÁTICA 2 Discente: Marcelo Cesar Carboneri – RA: 202008393647 Docente: Lucas Furlan de Freitas Wogel _____________________________________________________________________________ Protesta o Reclamante provar, sob todos os meios de direito admitidos, em especial prova testemunhal, documental, pericial e outras que se fizerem necessárias, desde de já requeridas. Dá à causa o valor de R$ ________. Termos que, Pede deferimento. Juiz de Fora – MG , __________, 2021. Advogado OAB
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