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Execução trabalhista Prof. Ricardo Rabêllo Varjal Carneiro Leão Nofalse Descrição Aspectos gerais da execução trabalhista, com ênfase na responsabilidade patrimonial, nos meios de execução e nas defesas executórias. Propósito Estudar a execução trabalhista é essencial para compreender a busca pela satisfação efetiva e eficiente do crédito trabalhista, garantindo ao operador do direito uma melhor compreensão da responsabilidade patrimonial, dos meios de execução e das defesas executórias e, assim, beneficiando sua atuação profissional. Preparação Antes de iniciar o estudo, tenha em mãos a Constituição, a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, a Lei nº 6.830/1980 e o Código de Processo Civil de 2015. Objetivos Módulo 1 Responsabilidade patrimonial Identificar a responsabilidade patrimonial no Processo do Trabalho. Módulo 2 Meios de execução Classificar os meios de execução. Módulo 3 Defesas na execução Reconhecer os meios de defesa aplicáveis em cada momento da execução. A execução trabalhista é um dos temas mais necessários do Direito Processual do Trabalho, tendo em vista que, sem dominar a temática, o profissional pode perder todo o seu esforço da fase de conhecimento por não conseguir dar a efetividade ao processo. A bem da verdade, um processo não pode ser considerado finalizado sem que o vencedor receba o proveito econômico conquistado, razão pela qual, considerando as raras situações de cumprimento Introdução 1 - Responsabilidade patrimonial Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car a responsabilidade patrimonial no Processo do Trabalho. espontâneo de sentenças, o domínio da execução se faz essencial. Neste conteúdo, a execução trabalhista será apresentada de uma maneira diferenciada, já que a abordagem conceitual se dará a partir de discussões concretas e atuais que ocorrem em processos judiciais movidos em todo o país. O estudo se iniciará pela responsabilidade patrimonial, analisando-se quem pode ser responsabilizado por uma execução trabalhista. Em seguida, será a vez da análise dos meios de execução e seus aspectos característicos, dando ênfase a uma análise prática das espécies de meios de execução típicos e atípicos, além de verificar quando é cabível uma medida executória atípica. Por fim, o presente trabalho analisará as defesas permitidas na execução trabalhista, expondo os pormenores da exceção de pré-executividade, dos embargos à execução e dos embargos de terceiro. Aspectos gerais Conforme defendido por Luiz Guilherme Marinoni, Sérgio Cruz Arenhart e Daniel Mitidiero (2017), o objetivo do direito de ação é buscar efetivação do direito material intentado, razão pela qual, no caso de ausência de cumprimento espontâneo do título executivo, a prestação jurisdicional apenas pode se entender completa por meio da execução. Essa execução, no sistema jurídico brasileiro, não é pessoal e sim patrimonial. A lógica dessa afirmação deriva do disposto no art. 5º, LXVII, da Constituição da República, o qual apenas autoriza a prisão civil por dívida nos casos de prestação alimentar e de depositário infiel (SCHIAVI, 2018). Todavia, é importante registrar que, em caráter excepcionalíssimo e em hipótese extrema, alguns doutrinadores defendem a prisão do devedor contumaz de execução trabalhista como medida coercitiva, sob o argumento de se tratar de dívida alimentar (TOLEDO FILHO, 2003). Contudo, essa hipótese poucas vezes se consumou na prática e esse não deve ser o objetivo do Processo do Trabalho, sendo um raro exemplo o caso apreciado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região no HC nº 01079-2009-000-03-00-6, publicado em 18/09/2009. Nesse sentido, é possível dizer que a fase de execução de um processo trabalhista visa satisfazer o crédito ou o direito pleiteado na ação precipuamente mediante a responsabilização patrimonial, ou seja, por meio da imposição de medidas coercitivas ou constritivas de patrimônio voltadas à satisfação do crédito ou do direito pleiteado. Dessa forma, o título executivo, judicial ou extrajudicial pode ser executado perante a Justiça do Trabalho, sendo impostas ao devedor integrante do título executivo medidas coercitivas ou constritivas de patrimônio. Responsabilidade patrimonial secundária O procedimento de responsabilização patrimonial sempre se inicia pelos bens dos devedores integrantes do título executivo, contudo, após verificados obstáculos à satisfação do crédito ou do direito pleiteado, é possível, em certas hipóteses, que a responsabilidade patrimonial se direcione a terceiros que possuam relação jurídica com os integrantes do título, o que a doutrina costuma chamar de responsabilidade patrimonial secundária (SCHIAVI, 2018). A Consolidação das Leis do Trabalho – CLT não possui dispositivo específico sobre o tema, sendo aplicado subsidiariamente o disposto no art. 790 do CPC/15, que dispõe o seguinte: Art. 790. São sujeitos à execução os bens: I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória; II - do sócio, nos termos da lei; III - do devedor, ainda que em poder de terceiros; IV - do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou de sua meação respondem pela dívida; V - alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução; VI - cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão do reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra credores; VII - do responsável, nos casos de desconsideração da personalidade jurídica. (ART. 790 DO CPC/15) Para melhor compreensão, as principais hipóteses de responsabilidade patrimonial secundária aplicáveis à execução trabalhista serão analisadas a seguir. Hipóteses secundárias: sucessão trabalhista e grupo econômico Sucessão trabalhista A sucessão trabalhista encontra definição legal nos arts. 10 e 448 da CLT e também é conhecida como sucessão de empregadores ou alteração subjetiva do contrato de trabalho. Esse instituto se aplica, segundo a lei, quando há uma alteração na estrutura jurídica da empresa, o que foi melhor expressado por Maurício Godinho Delgado (2017), ao referir que se trata de uma mudança: [...] na estrutura jurídica do titular da empresa. (DELGADO, 2017, p. 475) Posto isso, se a empresa modificar sua forma social (de sociedade limitada para sociedade anônima, por exemplo), se modificar o seu titular ou se modificar a estrutura do seu empreendimento, isso não pode prejudicar os direitos dos empregados. A caracterização da sucessão trabalhista, segundo a doutrina de Délio Maranhão (1987), depende da configuração de dois requisitos: Requisito 1 Que a unidade econômico-jurídica seja transferida para outro titular. Requisito 2 Que não haja paralisação da prestação de serviços pelo empregado. Todavia, essa doutrina parece ser vencida na atualidade, uma vez que tem prevalecido uma ideia extensiva de sucessão trabalhista, na qual apenas se concede destaque ao primeiro elemento posto. Por fim, importante frisar que, ao tratar de unidade econômico-jurídica, se está fazendo referência tanto a uma empresa ou a um estabelecimento empresarial, quanto a uma universalidade de fato (uma unidade com equipamentos, técnicas, experiências etc.) Grupo econômico O grupo econômico trabalhista encontra sua definição legal no art. 2º, §§ 2º e 3º, da CLT. Essa definição legal, alterada pela Reforma Trabalhista, compreende a definição de grupo econômico por subordinação e coordenação. Veja: Subordinação É aquele definido na primeira parte do §2º do art. 2º da CLT. Trata-se da modalidade na qual uma empresa dirige, controla ou administra a outra, sendo o exemplo mais comum o da holding. Em razão dessa definição, a doutrina costuma dizer que uma empresa se subordina a outra e, por isso, denomina de grupo econômico por subordinação (JORGE NETO, 2019). Coordenação Conforme definido pela segunda parte do §2º do art. 2º da CLT, grupo econômico por coordenação é aquele no qual empresas atuam de forma conjunta e buscandofins comuns, sem que haja uma empresa controladora. Para que seja reconhecido um grupo econômico, conforme dispõe o §3º do art. 2º da CLT, não basta a mera identidade de sócios entre as empresas, sendo necessária a demonstração de interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta. Havendo o preenchimento dos citados requisitos e uma relação de subordinação ou de coordenação, não resta dúvida de que se estará diante de um grupo econômico trabalhista. Entretanto, a possibilidade de direcionamento da execução para empresas integrantes de um grupo econômico tem sido alvo de discussão no Poder Judiciário. Os Tribunais do Trabalho, em maioria, após o cancelamento da Súmula nº 205 do TST, sempre entenderam que o grupo econômico forma o que costumam chamar de “empregador único”, de modo que não haveria cerceamento de defesa se uma empresa integrante de um grupo fosse incluída no processo após o término da fase de conhecimento. Entretanto, após a edição do Código de Processo Civil (CPC) de 2015, foi inaugurada uma nova celeuma acerca da possibilidade de pleitear o redirecionamento da execução trabalhista para empresa integrante do mesmo grupo econômico, já que o art. 513, §5º, do CPC/15 veda o direcionamento da execução para coobrigado que não participou da fase de conhecimento (BONFIM, 2017). Em razão dessa questão, passou-se a discutir se o art. 513, §5º, do CPC/15 seria aplicável ao Processo do Trabalho, tendo sido contumaz o posicionamento dos Tribunais no sentido de defender sua inaplicabilidade. Não obstante, no final de 2021, ao apreciar o ARE 1.160.361, o ministro Gilmar Mendes proferiu decisão monocrática anulando acórdão do Tribunal Superior do Trabalho por não ter instaurado incidente de inconstitucionalidade e nem observado o citado dispositivo legal, o que deu a entender que o posicionamento do ministro seria pela aplicabilidade do dispositivo ao Processo do Trabalho. Comentário Essa decisão reacendeu o debate existente e diversos magistrados passaram a fundamentar suas decisões no art. 513, §5º, do CPC/15, mas o debate jurídico em questão ainda não se encontra pacificado, sendo comum entendimentos significativamente divergentes nos Tribunais Regionais do Trabalho. Hipóteses secundárias: personalidade e bens do cônjuge Desconsideração da personalidade no Direito do Trabalho Com o vídeo a seguir, você compreenderá aspectos relevantes sobre a desconsideração da personalidade jurídica no Direito do Trabalho. Desconsideração da personalidade jurídica A desconsideração da personalidade jurídica trabalhista encontra sua definição legal nos arts. 50 do Código Civil e 28 do Código de Defesa do Consumidor, tendo seu procedimento regulado nos arts. 855-A da CLT e 133 e seguintes do CPC/15. Ainda que, para o Direito brasileiro, a empresa seja dotada de personalidade — a conhecida personalidade jurídica —, sendo, portanto, sujeita a direitos e obrigações, o ordenamento jurídico pátrio também estabelece a responsabilidade patrimonial dos sócios (art. 790, II, do CPC/15) e prevê que, em algumas hipóteses, essa personalidade jurídica pode ser pontualmente afastada, ocorrendo a chamada desconsideração da personalidade jurídica. Em razão desse afastamento pontual da personalidade, os sócios da pessoa jurídica passam a ser responsáveis pela obrigação ou pela dívida (TEIXEIRA FILHO, 2017). Para que isso ocorra, de acordo com o disposto nos arts. 855-A da CLT e 133 e seguintes do CPC/15, a desconsideração da personalidade jurídica precisa ser requerida pela parte interessada ou pelo Ministério Público, quando couber sua intervenção. Além disso, deve ser instaurado um incidente, mediante a suspensão do curso da execução, para permitir o exercício do contraditório e da ampla defesa dos sócios. No que concerne ao direito material, a maioria dos precedentes dos Tribunais Regionais do Trabalho pátrios adota a denominada teoria menor ou objetiva da desconsideração da personalidade jurídica, lastreada no Código de Defesa do Consumidor, sustentando que, se de algum modo a personalidade jurídica devedora causar empecilho à satisfação do crédito trabalhista, é justificado o direcionamento da execução para os seus sócios ou administradores. Comentário Esse posicionamento é criticado por alguns doutrinadores, já que o direito comum — previsto no Código Civil — é a fonte subsidiária do direito do trabalho, de modo que sustentam que deve ser aplicada a teoria maior ou subjetiva da desconsideração da personalidade jurídica, decorrente da aplicação do art. 50 do Código Civil e fundada sobre a necessidade da comprovação do abuso da personalidade jurídica (MARINHO, 2015). Por fim, é importante ressaltar que, conforme leciona Mauro Schiavi (2018), no caso das sociedades anônimas, o incidente de desconsideração da personalidade jurídica deve ser dirigido aos diretores administradores, não cabendo a responsabilização dos acionistas. Bens do cônjuge ou companheiro A responsabilidade patrimonial dos bens do cônjuge ou companheiro do devedor se fundamentam no disposto no art. 790, IV, do CPC/15. Dentre esses bens, conforme preceitua o artigo, estão os bens próprios, reservados ou de sua meação. Segundo expõe Mauro Schiavi (2018), há uma presunção de que as dívidas contraídas pelo devedor foram em benefício do casal, o que justifica a aposição de responsabilidade sobre os bens do cônjuge. O doutrinador destaca, no entanto, que é possível afastar essa presunção caso o cônjuge demonstre que o proveito da dívida contraída não se reverteu em prol da manutenção da família. É importante atentar-se para o regime de bens do casal e se os bens foram adquiridos na constância do casamento ou da união estável, tendo em vista que parcela significativa da doutrina e dos julgadores sobreleva esses fatores para verificar a comunicação dos bens do casal, embora não haja um posicionamento uníssono. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 A responsabilidade pela execução trabalhista é, via de regra, patrimonial. Sobre essa responsabilidade, assinale a alternativa correta. A A execução trabalhista não pode adotar medidas constritivas do patrimônio do devedor. B A execução trabalhista deve se restringir a adotar medidas coercitivas para obrigar o devedor a satisfazer a obrigação. Parabéns! A alternativa E está correta. A execução trabalhista pode se utilizar de medidas coercitivas e constritivas do patrimônio do devedor, tendo em vista a responsabilidade patrimonial dele. Em situações extremíssimas e excepcionais, existem precedentes de Tribunais Regionais e doutrina que autorizam e defendem a possibilidade de prisão por ausência de pagamento da execução trabalhista, em razão da natureza alimentar das verbas executadas. Questão 2 A responsabilidade patrimonial secundária, como visto, pode ocorrer em algumas hipóteses. Sobre essa responsabilidade, assinale a alternativa correta. C O devedor nunca será responsável pessoalmente pela execução trabalhista, de modo que em nenhuma hipótese poderá ocorrer prisão por ausência de pagamento da execução. D A responsabilidade pela execução trabalhista apenas pode ser direcionada ao devedor constante do título executivo. E A execução trabalhista pode ocorrer por meio de medidas coercitivas ou constritivas, sempre no intuito da satisfação do crédito trabalhista. A Apenas os integrantes do título executivo podem ter o seu patrimônio constrito para satisfazer a execução trabalhista. B A sucessão trabalhista, segundo a CLT, apenas pode ser requerida na fase de conhecimento do processo. C O grupo econômico, na hipótese do art. 513, §5º, do CPC/15 ser aplicável ao Processo do Trabalho, só pode ser requerido na fase de execução. Parabéns! A alternativa D está correta. A desconsideração da personalidade jurídica pode ser deferida em qualquer fase do processo, passando a responsabilidade da obrigação ou pela dívida aos sócios da pessoa jurídicaconforme disposição do art. 134 do CPC/15, exigindo, ainda, requerimento da parte interessada ou do Ministério Público nos termos do art. 133 do CPC/15. 2 - Meios de execução Ao �nal deste módulo, você será capaz de classi�car os meios de execução. D A desconsideração da personalidade jurídica pode ser deferida em qualquer fase do processo, desde que requerida pela parte ou pelo Ministério Público. E Os bens do cônjuge sempre respondem pelas dívidas trabalhistas, já que há presunção absoluta de que as dívidas contraídas beneficiaram o casal. Aspectos gerais No início da vigência do Código de Processo Civil de 1973, segundo explicam Luiz Guilherme Marinoni, Sergio Cruz Arenhart e Daniel Mitidiero (2017), vigorava o princípio da tipicidade dos meios executivos, isto é, a ideia de que o patrimônio do devedor apenas poderia ser invadido mediante os meios de execução previamente definidos pelo legislador. A referida ideia, como explicaram os doutrinadores, não poderia ter mais espaço, tendo em vista o afastamento do nosso ordenamento jurídico do Estado Liberal e do temor do Estado ao ponto de justificar que os executados fossem protegidos do arbítrio dos juízes. A mudança desse paradigma ocorreu por meio de alterações legislativas realizadas ainda na vigência do Código de Processo Civil de 1973, tendo o novo entendimento sido mantido pelo Código de Processo Civil de 2015. O CPC vigente expressa a atipicidade dos meios de execução no art. 139, IV, no qual concede poderes ao juiz para “determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial”, ou seja, autoriza qualquer medida jurídica que seja necessária para garantir ao credor a satisfação do seu direito. Em paralelo ao referido dispositivo, o CPC de 2015 também apresenta o art. 835, no qual se encontra disposta uma ordem preferencial de penhora e, consequentemente, uma lista exemplificativa dos meios de execução típicos. Os meios de execução em espécie: típicos Meios de execução típicos Os meios de execução típicos, conforme já destacado, podem ser extraídos da lista constante do art. 835 do CPC/15 e de outros dispositivos expressos no CPC/15, na CLT e em outras leis aplicáveis ao Processo do Trabalho, de modo que costumam ser de amplo conhecimento e de simples efetivação. Esses meios, em virtude da recorrente utilização, costumam ser executados por meio de sistemas tecnológicos ou convênios colocados à disposição do Poder Judiciário para facilitar na execução. Todavia, é importante referir que nem todos os meios de execução típicos são detentores de um sistema tecnológico específico, podendo ser efetivados por meio de determinações judiciais direcionadas para terceiros. Exemplo O primeiro item constante da ordem de preferência do art. 835 do CPC/15 é a penhora de “dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira”, a qual pode ser efetivada de várias formas, mas comumente se operacionaliza por intermédio do Sistema de Busca de Ativos do Poder Judiciário (Sisbajud). O referido sistema, como explica Antônio Neto da Lapa (2021), além de permitir bloqueios de numerário de forma individual, permite que se registre a quantidade de vezes de repetição dos bloqueios, facilitando o trabalho dos serventuários e concedendo celeridade ao processo. Além da penhora de dinheiro, o art. 835 do CPC/15 trata de: “títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em mercado”, “títulos e valores mobiliários com cotação em mercado”, “veículos de via terrestre”, “bens imóveis”, “semoventes”, “navios e aeronaves”, “ações e quotas de sociedades simples e empresárias”, “percentual do faturamento de empresa devedora”, “pedras e metais preciosos”, “direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e alienação fiduciária em garantia” e “outros direitos”. Por fim, é importante lembrar que, dentre os meios de execução típicos, existem alguns meios de execução indiretos, isto é, meios de execução que visam impor coerção ao devedor, como é o caso do protesto notarial do título executivo, da negativação e do requerimento de falência do devedor (GUIMARÃES, 2021). Os meios de execução em espécie: atípicos Medidas executivas atípicas Você saberia dizer se são legítimas as medidas executivas atípicas no Processo do Trabalho? O vídeo a seguir explicará exatamente essa questão. Meios de execução atípicos Os meios de execução atípicos decorrem dos poderes conferidos ao juiz no art. 139, IV, do CPC/15. Em relação a esses meios de execução, não existe uma lista, exaustiva ou exemplificativa, tendo em vista que eles decorrem da criatividade do postulante e do magistrado, seguindo as balizas do citado artigo. É comum observar, ao estudar medidas executórias atípicas, os exemplos decorrentes de decisões isoladas proferidas por magistrados, como é o caso de bloqueio de cartão de crédito, bloqueio de passaporte e bloqueio da carteira nacional de habilitação do devedor. Todavia, a doutrina e a jurisprudência têm se inclinado para impor certos requisitos para a utilização dessas medidas, visando evitar excessos. Nesse sentido, Fredie Didier Jr., Leonardo Carneiro da Cunha, Paula Sarno Braga e Rafael Alexandria (2020) sustentam que os meios atípicos de execução devem ser utilizados de forma subsidiária. Isto é, devem ser impostos apenas após o exaurimento dos meios executórios típicos, ao passo que a decisão de deferimento deve ser fundamentada e deve observar se a medida é adequada ao resultado buscado, analisando sempre a necessidade da medida e a proporcionalidade da sua aplicação ao caso. Adotando pressupostos semelhantes, o Superior Tribunal de Justiça já analisou a legalidade de adoção de medidas executivas atípicas em face de devedor, tendo entendido pela sua possibilidade. Majoritariamente, o entendimento se dá com um caráter subsidiário para tais medidas. Confira agora o julgado abaixo, que trata de apreensão de passaporte, suspensão de CNH e quebra de sigilo bancário. “RECURSO ESPECIAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. MEDIDAS EXECUTIVAS ATÍPICAS. CABIMENTO DE FORMA SUBSIDIÁRIA. SUSPENSÃO DE CNH E APREENSÃO DE PASSAPORTE. POSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA AO CONTRADITÓRIO E À PROPORCIONALIDADE. QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO. FINALIDADE DE SATISFAÇÃO DE DIREITO PATRIMONIAL DISPONÍVEL. INTERESSE MERAMENTE PRIVADO. DESCABIMENTO. RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESSA EXTENSÃO, PARCIALMENTE PROVIDO. 1. O propósito recursal consiste em definir o cabimento e a adequação de medidas executivas atípicas especificamente requeridas pela recorrente, sobretudo a quebra de sigilo bancário. 2. A jurisprudência desta Corte Superior, tal como já decidido no REsp n. 1.788.950/MT, admite a adoção de medidas executivas atípicas, com fundamento no art. 139, IV, do CPC/2015, "desde que, verificando-se a existência de indícios de que o devedor possua patrimônio expropriável, tais medidas sejam adotadas de modo subsidiário, por meio de decisão que contenha fundamentação adequada às especificidades da hipótese concreta, com observância do contraditório substancial e do postulado da proporcionalidade" (Rel.Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, julgado em 23/4/2019, DJe 26/4/2019), a exemplo das providências requeridas no presente feito, de suspensão das Carteiras Nacionais de Habilitação (CNHs) e de apreensão dos passaportes dos executados. Precedentes. 3. A falta de debate efetivo pelo Tribunal de origem acerca de questões levantadas nas razões do recurso especial caracteriza ausência de prequestionamento. Incidência da Súmula 211/STJ. 4. O sigilo bancário constitui direito fundamental implícito, derivado da inviolabilidade da intimidade (art. 5º, X, da CF/1988) e do sigilo de dados (art. 5º, XII, da CF/1988), integrando, por conseguinte, os direitos da personalidade, de forma que somente é passível de mitigação - dada a sua relatividade -, quando dotada de proporcionalidadea limitação imposta. 5. Sobre o tema, adveio a Lei Complementar n. 105, de 10/01/2001, a fim de regulamentar a flexibilização do referido direito fundamental, estabelecendo que, a despeito do dever de conservação do sigilo pela instituição financeira das "suas operações ativas e passivas e serviços prestados" (art. 1º), esse sigilo pode ser afastado, excepcionalmente, para a apuração de qualquer ilícito criminal (art. 1º, § 4º), bem como de determinadas infrações administrativas (art. 7º) e condutas que ensejem a abertura e/ou instrução de procedimento administrativo fiscal (art. 6º). �. Nessa perspectiva, considerando o texto constitucional acima mencionado e a LC n. 105/2001, assenta- se que o abrandamento do dever de sigilo bancário revela-se possível quando ostentar o propósito de salvaguardar o interesse público, não se afigurando cabível, ao revés, para a satisfação de interesse nitidamente particular, sobretudo quando não caracterizar nenhuma medida indutiva, coercitiva, mandamental ou sub-rogatória, como estabelece o art. 139, IV, do CPC/2015, como na hipótese. 7. Portanto, a quebra de sigilo bancário destinada tão somente à satisfação do crédito exequendo (visando à tutela de um direito patrimonial disponível, isto é, um interesse eminentemente privado) constitui mitigação desproporcional desse direito fundamental - que decorre dos direitos constitucionais à inviolabilidade da intimidade (art. 5º, X, da CF/1988) e do sigilo de dados (art. 5º, XII, da CF/1988) -, mostrando-se, nesses termos, descabida a sua utilização como medida executiva atípica 8. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa extensão, parcialmente provido.” (REsp 1951176/SP, rel. ministro Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, julgado em 19/10/2021, DJe 28/10/2021) Comentário O caso citado demonstra a cautela adotada pelo Superior Tribunal de Justiça para o deferimento de um meio executivo atípico, que também tem sido adotada, de forma simétrica, pelo Tribunal Superior do Trabalho e pelos Tribunais Regionais do Trabalho pátrios. Além dessas cautelas, Rafael Guimarães, Ricardo Calcini e Richard Wilson Jamberg (2021) recomendam a necessidade de verificar se o devedor ostenta elevado padrão de vida, em descompasso com o que se observou das medidas executivas anteriormente tentadas, antes de se realizar tais medidas atípicas. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Os meios de execução são o grande gargalo dos processos executivos, tendo em vista que muitas vezes se repetem as mesmas medidas sem a tentativa de novas opções. Acerca dos meios de execução típicos, marque a alternativa correta. A Os meios de execução típicos são apenas os que se encontram previstos no art. 835 do CPC/15. B A CLT não possui previsão de meios de execução típicos. C A negativação do devedor pela inscrição no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT) é um meio de execução típico. Parabéns! A alternativa C está correta. A negativação por intermédio de inscrição no BNDT é considerada um meio de execução típico, tendo em vista que se encontra prevista na CLT. Além disso, é importante lembrar que a penhora de dinheiro pode ocorrer de várias formas e que o rol do art. 835 do CPC/15 não exaure os meios executivos típicos. Questão 2 Os meios de execução atípicos são aqueles que não encontram previsão expressa em lei e decorrem da criatividade das partes e do magistrado. Sobre esses meios de execução, assinale a alternativa correta. D A penhora de dinheiro mediante a penhora “na boca do caixa” não é um meio de execução típico. E A penhora de dinheiro como meio de execução típico apenas pode ocorrer por intermédio da execução do sistema Sisbajud. A Os meios de execução atípicos, como é o caso do bloqueio de numerários, devem ser deferidos por decisão fundamentada e respeitando a proporcionalidade da medida. B Para a doutrina, a realização dos meios de execução atípicos pode ocorrer a qualquer momento da execução, mesmo antes da tentativa dos meios típicos. C Os meios de execução atípicos devem ser deferidos mediante decisão fundamentada, após a análise da adequação, da necessidade e da proporcionalidade da medida. D A penhora de veículo por intermédio do sistema Renajud é considerada um meio de execução atípico. E Parabéns! A alternativa C está correta. Os meios de execução atípicos são excepcionais e, por isso, precisam ser deferidos por decisão fundamentada que analise a adequação, a necessidade e a proporcionalidade da medida, sempre, na visão doutrinária majoritária, após a tentativa dos meios de execução típicos. O bloqueio de numerários e a penhora de veículos são meios de execução típicos, encontrando disposição no art. 835 do CPC/15. 3 - Defesas na execução Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os meios de defesa aplicáveis em cada momento da execução. Embargos à execução A doutrina não leva em consideração a ostentação do devedor para entender cabíveis as medidas executórias atípicas. Conhecendo mais sobre os embargos à execução Assista ao vídeo para compreender sobre o cabimento e os principais aspectos dos embargos à execução trabalhista. Aspectos gerais Os embargos à execução, também denominados de embargos do devedor ou de embargos do executado, encontram previsão legal no art. 884 da CLT. Esse é o principal meio de defesa da execução trabalhista, sendo cabível no prazo de 5 dias contado da garantia integral da execução ou da penhora de bens suficientes para a garantia do valor da execução. Os embargos à execução, na execução trabalhista de título judicial, não são considerados ação incidental por parcela significativa da doutrina, devendo ser opostos por petição nos próprios autos do processo de execução, tal como a impugnação ao cumprimento de sentença do processo civil (SCHIAVI, 2018). A legitimidade para oposição de embargos à execução é do executado, posto que ele sofre os efeitos da constrição patrimonial determinada no processo executivo. A competência para julgamento é do juízo no qual se processa a execução. Cabe referir que, caso reconheça o crédito do exequente e não entenda cabível ou necessária a oposição de embargos à execução, pode requerer, no prazo dos embargos, o parcelamento da execução nos termos do art. 916 do CPC/15. Importante ressaltar ainda que, embora o referido dispositivo trate de execução de título extrajudicial, não tem sido incomum encontrar precedentes de deferimento de parcelamentos de execuções trabalhistas decorrentes de títulos judiciais. Conteúdo dos embargos à execução O art. 884, §1º, da CLT enuncia que as matérias de defesa dos embargos à execução são: “alegações de cumprimento da decisão ou do acordo, quitação ou prescrição da dívida”. Todavia, a maioria da doutrina pátria tem entendido que esse rol não é taxativo, sendo possível invocar matérias que o juiz possa conhecer de ofício e as matérias previstas no art. 525 do CPC/15 para a impugnação do cumprimento de sentença (SCHIAVI, 2018). Exemplo Nesse sentido, seria possível alegar, como matéria de defesa dos embargos à execução, a nulidade de citação, a prescrição da dívida, o cumprimento da decisão ou a quitação da dívida, a inexigibilidade do título, a penhora incorreta ou a avaliação incorreta, o excesso de execução, a inexigibilidade do título em razão do dispositivo que se baseava ter sido declarado inconstitucional, a impugnação aos cálculos de liquidação, as matérias de ordem pública etc. Dessa forma, embora as matérias de defesa dos embargos à execução não sejam tão amplas quanto às da contestação da fase de conhecimento, é possível perceber que a ausência de um rol taxativo faz ser possível a alegação de várias matérias defensivas. Exceção de pré-executividade Pontes de Miranda. A exceção de pré-executividade ou objeção de pré-executividade deriva de uma constrição doutrinária, amplamente acolhida pela jurisprudência, e consiste em uma defesa que se apresentana fase de execução independentemente da garantia do juízo. Isto é, a despeito da constrição de patrimônio suficiente para satisfazer a execução. Essa objeção, segundo explicitou Yone Frediani (2002), teve os seus primeiros elementos definidos por Pontes de Miranda, ao admitir a possibilidade de apresentação de defesa na fase de execução independentemente dos embargos. A doutrina diverge em relação a duas questões importantes: Sobre as matérias que podem ser discutidas na exceção de pré-executividade, uma parcela defende que apenas as de ordem pública podem ser abordadas na exceção, enquanto a outra defende que, além das matérias de ordem pública, podem ser abordadas questões que não demandem dilação probatória. Acerca do prazo para apresentação da exceção, uma parcela defende que se encerra com a garantia do juízo e a outra sustenta que não há prazo final para apresentação, tendo em vista que matérias de ordem pública podem ser alegadas a qualquer tempo (SCHIAVI, 2018). Em razão da ausência de garantia do juízo, a jurisprudência consagrou que a exceção de pré-executividade não suspende a execução, sendo permitida a continuação dos atos executórios. É importante destacar, por fim, que o posicionamento dos Tribunais do Trabalho pátrios é firme no sentido de reconhecer que a decisão que rejeita exceção de pré-executividade é irrecorrível, apenas sendo cabível agravo de petição da decisão que acolher a exceção, por se tratar de decisão terminativa. Embargos de terceiro Os embargos de terceiro encontram previsão legal nos arts. 674 e seguintes do CPC/15, aplicáveis de forma subsidiária ao Processo do Trabalho. Trata-se de ação autônoma incidental de natureza possessória, utilizada por quem não é parte do processo para defender os bens de sua posse e/ou propriedade. Relembrando A responsabilidade patrimonial pode ser estendida para terceiros que não integram o título executivo, de modo que os embargos de terceiro são utilizados para que esses terceiros — e outros que indevidamente tenham seu patrimônio afetado pela execução — possam exercer o seu direito de defesa e de defender seu patrimônio de constrições indevidas. Os embargos de terceiro podem ser opostos na fase de conhecimento ou de execução: Quanto às matérias Quanto ao prazo Conhecimento Nesta fase, os embargos de terceiros podem ser opostos a qualquer tempo. Execução Nesta fase, os embargos de terceiros podem ser opostos em até 5 dias úteis após a adjudicação, a arrematação ou a alienação, desde que antes da assinatura da respectiva carta. Esses embargos são opostos em petição escrita, dirigida ao juízo que determinou a constrição patrimonial, o qual, caso entenda provada a posse e/ou a propriedade e a condição de terceiro do embargante, poderá deferir liminarmente os embargos até a decisão final. Os embargos de terceiro exigem a constituição de advogado, não sendo possível a utilização do jus postulandi para sua oposição. Além disso, não há efeito suspensivo automático, sendo necessário o deferimento pelo juízo competente. Por fim, das sentenças proferidas nos embargos de terceiros opostos na fase de conhecimento, cabe recurso ordinário; e das sentenças proferidas nos embargos de terceiros opostos na fase de execução, cabe agravo de petição. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Paulo moveu Reclamação Trabalhista em desfavor da empresa Transportadora Itapitanga, na qual trabalhou durante 20 anos na função de motorista de ônibus. Após o trânsito em julgado da sentença e início da execução, foi lavrada a penhora de um ônibus de valor 100 vezes superior ao da execução. Diante desse quadro fático, assinale a alternativa correta. Parabéns! A alternativa E está correta. O prazo para oposição dos embargos à execução no Processo do Trabalho é de 5 dias úteis após a garantia do juízo. A matéria de defesa não se restringe às constantes do art. 884 da CLT, de modo que o A A Transportadora Itapitanga poderá opor embargos à execução no prazo de 15 dias úteis, conforme prevê o art. 915 do CPC/15. B A Transportadora Itapitanga não possui matéria de defesa a ser exercida, tendo em vista que não pagou a execução ou ela se encontra prescrita. C Os embargos à execução eventualmente opostos pela Transportadora Itapitanga deverão ser autuados em apartado e instruídos com cópias das peças processuais relevantes. D O direito de defesa da empresa na fase de execução é amplo, de modo que pode contestar os direitos pleiteados na Reclamação Trabalhista por meio de embargos à execução. E A executada poderá discutir a ocorrência de excesso de execução por meio de embargos à execução opostos no prazo de 5 dias úteis após a penhora. excesso de execução pode ser discutido nos embargos. Além disso, a petição de embargos à execução, na execução trabalhista de título judicial, é apresentada nos autos da execução. Questão 2 A exceção de pré-executividade é uma construção doutrinária de grande aceitação pela jurisprudência trabalhista pátria. Sobre esse meio de defesa na execução trabalhista, assinale a alternativa correta. Parabéns! A alternativa C está correta. A nulidade de citação é uma matéria que pode ser conhecida de ofício pelo juízo, de modo que se enquadra como uma matéria de ordem pública. Diante disso, é cabível a arguição dessa matéria por meio de exceção de pré-executividade. O cumprimento da obrigação e a quitação, entretanto, não são matérias de ordem pública, embora parcela da doutrina entenda pela possibilidade de sua discussão por meio de exceção de pré-executividade por não demandar dilação probatória. Ainda, é importante referir algumas questões: a doutrina não é uníssona quanto ao prazo para apresentação da exceção; a A A doutrina é uníssona no sentido de reconhecer que o prazo para exceção de pré- executividade se encerra com a garantia do juízo. B A jurisprudência entende que a exceção de pré-executividade suspende a execução trabalhista até o seu julgamento. C A nulidade de citação é uma matéria de ordem pública e, portanto, pode ser arguida por meio da exceção de pré-executividade. D O cumprimento da obrigação ou a quitação são matérias de ordem pública, portanto, podem ser arguidos por meio da exceção de pré-executividade. E Da decisão que rejeita a exceção de pré-executividade, é cabível a interposição de agravo de petição. jurisprudência consagrou que a exceção não suspende a execução; e não cabe recurso da decisão que rejeita a exceção. Considerações �nais Neste conteúdo, foi feita uma significativa reflexão acerca da execução trabalhista, analisando especificamente a responsabilidade patrimonial, os meios de execução e as defesas executórias. A análise realizada inicialmente demonstrou quem pode responder a uma execução trabalhista, destacando que o foco da execução trabalhista é o patrimônio dos executados, sendo possível que certos sujeitos não integrantes do título executivo respondam com seu patrimônio à execução trabalhista. Em seguida, analisaram-se os meios de execução, observando os típicos e atípicos, bem como identificando pontualmente algumas ferramentas existentes para efetivação dos meios típicos e os requisitos para o deferimento dos meios atípicos. Finalmente, houve uma análise acerca das defesas existentes na execução trabalhista, mediante a exposição dos pormenores dos embargos à execução, da exceção de pré-executividade e dos embargos de terceiro. Desse modo, no presente conteúdo, foi realizada uma análise geral da execução trabalhista e das suas particularidades mais relevantes e polêmicas, o que propicia um aprendizado mais prático e detalhado. Podcast Para concluir este estudo, o assunto abordado no podcast será o cabimento das defesas na execução trabalhista. Explore + Confira as indicações que separamos especialmente para você! Pesquise o acórdão do ARE 1.160.361 e observe detalhadamente a análise feita pelo ministro Gilmar Mendes acerca da aplicabilidadedo art. 513, §5º, do CPC/15, ao Processo do Trabalho. Busque o acórdão do HC nº 01079-2009-000-03-00-6 e observe o porquê de o Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região ter entendido cabível a prisão civil de um devedor de execução trabalhista. Referências BOMFIM, V. Direito do Trabalho. 14. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017. DELGADO, M. G. Curso de Direito do Trabalho. 16. ed. São Paulo: LTr, 2017. DIDIER JÚNIOR, F.; BRAGA, P. S.; ALEXANDRIA, R.; DA CUNHA, L. C. Curso de Direito Processual Civil: execução (volume 5). 10. ed. Salvador: JusPodivm, 2020. FREDIANI, Y. Exceção de pré-executividade no Processo do Trabalho. São Paulo: LTr, 2002. GUIMARÃES, R.; CALCINI, R.; JAMBERG, R. W. Execução trabalhista na prática. São Paulo: Mizuno, 2021. JORGE NETO, F. F. Direito do Trabalho. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2019. LAPA, A. N. da. Guia prático para efetividade da execução: descubra o patrimônio oculto do devedor. São Paulo: Editora JusPodivm, 2021. MARANHÃO, D. Direto do Trabalho. 14. ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1987. MARINHO, R. S. A desconsideração da personalidade jurídica na Justiça do Trabalho: uma nova abordagem. São Luís: Resistência Cultural, 2015. MARINONI, L. G.; ARENHART, S. C.; MITIDIERO, D. Novo curso de processo civil [livro eletrônico]: tutela dos direitos mediante procedimento comum. 3. ed. v. 2. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017. SCHIAVI, M. Execução no Processo do Trabalho: de acordo com o novo CPC e a Reforma Trabalhista. 10. ed. São Paulo: LTr, 2018. TEIXEIRA FILHO, M. A. O Processo do Trabalho e a Reforma Trabalhista: as alterações trazidas no Processo do Trabalho pela Lei n. 13.467/2017. São Paulo: LTr, 2017. TOLEDO FILHO, M. C.; MAIOR, J. L. S. Da prisão civil por dívida trabalhista de natureza alimentar. Revista Jus Navigandi, ano 8, n. 90, 1 out. 2003. Material para download Clique no botão abaixo para fazer o download do conteúdo completo em formato PDF. Download material O que você achou do conteúdo? Relatar problema javascript:CriaPDF()
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