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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NEWTON FREIRE MAIA Curso Técnico em Meio Ambiente INFLUÊNCIA DOS PARQUES URBANOS NA CONSERVAÇÃO AMBIENTAL E NA QUALIDADE DE VIDA DAS PESSOAS PINHAIS 2021 CLEBERSON RIBEIRO BATISTA THAYNÁ CRISTINE MALHEIRO DA SILVA INFLUÊNCIA DOS PARQUES URBANOS NA CONSERVAÇÃO AMBIENTAL E NA QUALIDADE DE VIDA DAS PESSOAS Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial na disciplina de Estágio Curricular Obrigatório do Curso Técnico em Meio Ambiente do CEEP Newton Freire Maia. Prof(a) Orientador(a): Luciene da Silva Soares PINHAIS 2021 BANCA EXAMINADORA AGRADECIMENTOS Nossas gratificações a todos que fizeram parte da construção desse trabalho, nos dando força quando precisávamos e nos incentivando para que conseguíssemos finalizá-lo. Agradecemos aos familiares que nos apoiaram, a Deus e um ao outro. Agradecemos especialmente o professor Ricardo Murilo Zanetti, que foi fundamental no desenvolvimento do nosso trabalho de conclusão de concursos. A todos um muito obrigado. RESUMO O presente trabalho tem como finalidade apontar a influência dos parques urbanos na conservação ambiental e na melhora da qualidade de vida das pessoas. Se tratando da qualidade de vida, o simples contato com a natureza pode trazer benefícios auxiliando no alívio do estresse, evitando doenças como depressão e Alzheimer, melhorando a disposição e interação social, também diminuindo sintomas de déficit de atenção e outros fatores, principalmente em tempos de pandemia, percebeu-se que as pessoas passaram buscar ainda o contato com a natureza em ambientes abertos, buscando aliviar o momento difícil e estressante vivido. Além disso os parques urbanos dispõem de áreas para realização de atividades físicas que proporcionam benefícios para saúde humana, tanto física quanto psicológica, evitando o sedentarismo e oferecendo um espaço para lazer longe do ambiente caótico das cidades. Ademais, oferecem vários aspectos ambientais positivos como o aumento e proteção da fauna; proteção para rios e lagos e vegetação; umidificação da atmosfera e controle de temperatura; sequestro de carbono através da fotossíntese realizada pelas árvores; funcionando como áreas de várzea, entre outros. Ainda, grande parte das pessoas tem conhecimento da influência que essas áreas tem na questão ambiental e na melhoria de vida da população que as frequentam, entretanto, diversos fatores acabam afastando-as dessas áreas, a como falta de tempo, a preferência a outros locais, e os problemas relacionados a infraestrutura, segurança e manutenção. Felizmente esse é um cenário que tende a ter melhorias, visto que os malefícios causados pela pandemia do covid- 19 desenvolveram uma apreciação pelo contato com áreas verdes. Palavras-chaves: Áreas-verdes; Urbanização; Consciência ecológica... ABSTRACT This paper aims to point out the influence of urban parks on environmental conservation and on improving people's quality of life. When it comes to quality of life, the simple contact with nature can bring benefits by helping to relieve stress, avoiding diseases such as depression and alzheimers, improving mood and social interaction, also reducing symptoms of attention deficit and other factors, especially in times pandemic, it was noticed that people started to seek contact with nature in open environments, seeking to alleviate the difficult and stressful moment experienced. In addition, urban parks have areas for physical activities that provide benefits for human health, both physical and psychological, avoiding sedentary lifestyles and offering a space for leisure away from the chaotic environment of cities. Furthermore, they offer several positive environmental aspects such as the increase and protection of fauna; protection for rivers and lakes and vegetation; atmospheric humidification and temperature control; carbon sequestration through photosynthesis carried out by trees; functioning as floodplain areas, among others. Still, most people are aware of the influence that these areas have on the environmental issue and on improving the lives of the population who frequent them, however, several factors end up moving them away from these areas, such as lack of time, preference for other locations , and the problems related to infrastructure, security and maintenance. Fortunately, this is a scenario that tends to improve, as the harm caused by the covid-19 pandemic developed an assessment based on contact with green areas. Keywords: Green areas; Urbanization; Ecological awareness... SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 1 2. OBJETIVOS: ............................................................................................................. 3 2.1. OBJETIVO GERAL: ............................................................................................... 3 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: .................................................................................. 3 3. REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................................... 4 4. MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................................... 9 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 11 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 18 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 19 1 1. INTRODUÇÃO Foi na década de 1970 que as questões relacionadas ao meio ambiente começaram a ser discutidas por conta dos efeitos causados pela industrialização acelerada. Neste contexto houve o despertar da consciência ecológica, surgiram assim as principais conferências sobre o Meio Ambiente, como a Conferência de Estocolmo (1972), a Rio-92 (1992), Rio +10 (2002) e Rio +20 (2012), com isso a humanidade passou a olhar com outros olhos as questões ambientais e a adotar medidas de preservação. Sucedeu-se a criação e adaptação de leis que protegem o meio ambiente e novos conceitos sobre sustentabilidade ganharam espaço nas empresas e no dia a dia das pessoas. Neste contexto, com as discussões a respeito dos problemas cada vez mais presentes no cotidiano, a urbanização acelerada foi um fator que chamou atenção da comunidade científica, pois em busca de suprir a alta demanda de população, as áreas verdes começaram a ser substituídas por construções e pode-se observar os efeitos que a degradação destas causavam ao meio ambiente e a vida das pessoas, a partir desse ponto essas áreas começaram a ser defendidas devido sua importância. De acordo com o Art. 8º, § 1º, da Resolução CONAMA Nº 369/2006, considera-se área verde de domínio público "o espaço de domínio público que desempenhe função ecológica, paisagística e recreativa, propiciando a melhoria da qualidade estética, funcional e ambiental da cidade, sendo dotado de vegetação e espaços livres de impermeabilização". Segundo o Ministério do Meio Ambiente, temos como exemplos de áreas verdes os parques fluviais; parque balneário e esportivo; jardim botânico; jardim zoológico; alguns tipos de cemitérios, faixasde ligação de áreas verdes; praças e parques urbanos. Os parques urbanos são áreas verdes que contribuem significativamente para a qualidade de vida e a qualidade ambiental, tendo maior extensão que as praças e jardins públicos. Desempenham grande importância em fatores ambientais como: aparição e aumento da fauna e 2 agentes polinizadores, absorção do calor, umidificação da atmosfera, diminuição de gás carbônico, proteção para os rios e lagos, também sendo fundamentais para diminuir e evitar as enchentes. Além de sua relevância na área ambiental, estes exercem efeitos significativos na melhoria de vida das pessoas. A população que vive perto de parques pode adquirir um estilo de vida mais saudável e alegre, com práticas esportivas, piqueniques e outros lazeres, saindo de um cotidiano sedentário e cinza que afeta boa parte das pessoas que vivem nas cidades e contribuem para o bem estar delas. Ainda, durante a pandemia que se iniciou no primeiro trimestre de 2020 no Brasil, resultante da alta transmissão e contágio do coronavírus (COVID-19), percebeu-se que houve um grande aumento na quantidade de pessoas que passaram a frequentar parques, usufruindo dos benefícios oferecidos por estas áreas e tendo um alívio das dificuldades e tristezas causadas pelo momento. Nesse sentido, a proposta deste projeto foi identificar a contribuição dos parques urbanos para a Conservação do Meio Ambiente e identificar os fatores e benefícios que estes trazem à vida dos usuários. 3 2. OBJETIVOS: 2.1. OBJETIVO GERAL: ● Destacar a Influência dos Parques Urbanos na melhoria da qualidade de vida das pessoas e na Conservação do Meio Ambiente. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: ● Destacar os benefícios do contato com a natureza para a saúde e bem estar humano. ● Realizar o levantamento da importância dos parques urbanos para a população por meio de questionário a ser realizado online com o intuito de conhecer os principais motivos de sua utilização. ● Analisar a percepção das pessoas sobre a importância das áreas verdes. ● Indicar a relevância dos parques urbanos durante períodos pandêmicos, principalmente se tratando dos benefícios para a população 4 3. REVISÃO DE LITERATURA Foi a partir da Revolução Industrial, no século XVIII, que a relação do homem com a natureza tornou-se mais predatória, almejando um desenvolvimento industrial acelerado e consumindo os recursos naturais de forma desenfreada, sem se preocupar com as consequências para o meio ambiente. (PERCEGONA, 2009; TOZANI, 2014). Sendo no século XX, entre a década de 60 e 70 o início de uma maior preocupação com o Meio Ambiente. Borges e Tachibana (2005, p. 5237) afirmaram que a publicação do Relatório Limites do Crescimento e a Conferência de Estocolmo, em 1972, foram os grandes marcos do despertar desta consciência ecológica mundial, ambos visavam a conscientização dos países sobre a importância da conservação ambiental como fator fundamental para a manutenção da espécie humana. Outras conferências também foram realizadas, como a Eco-921 e Rio+102, além de outros relatórios publicados, visando desenvolver políticas, metas e projetos para garantir a preservação do Meio Ambiente e da vida. Nesse cenário de preocupação mundial com o Meio Ambiente, “a busca pela compreensão da diversidade dos aspectos do espaço urbano, relacionados às suas dimensões socioambientais, tornou-se uma preocupação cada vez mais presente para o planejamento e a gestão urbana”. Sendo de atenção de pesquisadores a urbanização acelerada resultante do processo de industrialização. (BARGOS E MATIAS, 2011, p. 173) Como aponta Moro (1976, p. 15): A constante urbanização nos permite assistir, em nossos grandes centros urbanos, a problemas cruciais do desenvolvimento nada harmonioso entre a cidade e a natureza. Assim, podemos observar a substituição de valores naturais por ruídos, concreto, máquinas, edificações, poluição etc..., e que ocasiona entre a obra do homem e a natureza crises ambientais cujos reflexos negativos contribuem para degeneração do meio ambiente urbano, proporcionando condições nada ideais para a sobrevivência humana. 1 Também chamada de Rio 92, foi uma conferência realizada no Rio de Janeiro em 1992 2 Realizada em 2002, em Johanesburgo, África do Sul. 5 Loboda e Angelis (2005) afirmam que não considerar os elementos naturais no processo de urbanização é um agravante, pois além do empobrecimento da paisagem há inúmeros problemas de diferentes dimensões que podem ocorrer, devido a interdependência dos múltiplos subsistemas que coexistem numa cidade. Segundo Lima e Amorim (2006) são as áreas verdes que desempenham o papel de equilíbrio entre o espaço modificado para o assentamento urbano e o meio ambiente. Além de serem consideradas um indicador na qualidade ambiental, as mesmas são obrigatórias por lei, visto que a ausência dessas áreas interfere na qualidade do ambiente. O Ministério do Meio Ambiente, considera áreas verdes como: O conjunto de áreas intra urbanas que apresentam cobertura vegetal, arbórea (nativa e introduzida), arbustiva ou rasteira (gramíneas) e que contribuem de modo significativo para a qualidade de vida e o equilíbrio ambiental nas cidades. (2020, não paginado) Dentre as áreas verdes, podemos destacar os parques urbanos, estes caracterizados como áreas com função ecológica, estética e de lazer, tendo uma extensão maior que as praças e jardins públicos (LIMA et al. 1994, p. 545). Os parques urbanos desempenham um papel importante na conservação do meio ambiente, Raimundo e Sarti (2006) apontam que a vegetação arbórea, arbustiva e herbácea presentes nas áreas verdes e parques urbanos desempenham um papel fundamental se tratando da regulagem de temperatura e umidade do ar, diminuição de sons indesejados e a redução de poluição nos espaços abertos na cidade. Além de oferecer estabilização de superfícies por meio da fixação do solo pelas raízes das plantas, abrigo à fauna, equilíbrio do índice de umidade no ar, proteção das nascentes e dos mananciais e interceptação das águas da chuva no subsolo (BARGOS e MATIAS, 2011). Troppmair e Galina (2003) enfatizam o papel destes espaços para a conservação do meio ambiente e melhora da qualidade de vida, sendo eles: 6 a) Criação de microclima mais ameno que exerce função de centro de alta pressão e se reflete de forma marcante sobre a dinâmica da ilha de calor e do domo de poluição; b) Despoluição do ar de partículas sólidas e gasosas, dependendo do aparelho foliar, rugosidade da casca, porte e idade das espécies arbóreas; c) Redução da poluição sonora, especialmente por espécies aciculiformes (pinheiros) que podem causar redução de 6 a 8 decibéis; d) Purificação do ar pela redução de microorganismos; e) Redução da intensidade do vento canalizado em avenidas cercadas por prédios; f) Vegetação como moldura e composição da paisagem junto a monumentos e edificações históricas. Não restrito apenas à melhoria ambiental, os parques oferecem benefícios significativos à vida da população que visita estas áreas, para a realização de atividades físicas e para o lazer, atividades fundamentais para a saúde e o bem estar. Se tratando do lazer, é indispensável para a qualidade de vida humana e caracterizado como: A utilização do tempo que sobra do horário de trabalho ou do cumprimento das obrigações habituais para o exercício de atividades prazerosas. É o tempo necessário para o descanso diário e semanal, possibilitando a qualquer pessoa liberar-se das tensões do estresse gerados pela vida em comunidade, entregando-se ao divertimento, ao entretenimento, a distração… (ARFELLI, 2004, paginação irregular) Os mesmos também são apropriados paraa realização de atividades físicas, estas sendo um fator de extrema importância para a qualidade de vida. Visto que apresentam vários benefícios para a saúde, ocasionando bons efeitos contra as doenças degenerativas como hipertensão e diabetes entre os adultos mais velhos, também é recomendada para o tratamento de depressão, e pode melhorar a circulação sanguínea e o sistema imunológico; fortalecer os ossos; aumentar a disposição e diminuir o cansaço; combater o excesso de peso e melhorar a aparência da pele; (FILHO; JESUS e ARAÚJO, 2015; BRUCE, 2020) Além disso, passar tempo e realizar atividades ao livre pode recuperar o cérebro da fadiga, melhorando o desempenho e a satisfação; aliviar sintomas de Alzheimer, demência, estresse e depressão; colaborar no 7 desenvolvimento das crianças, visto que pode encorajar a criatividade e a interação social, além de diminuir sintomas de déficit de atenção; também se relaciona com melhora no aprendizado, na memória e em nossas funções cognitivas. (ECYCLE, 2020) Ademais, estudos revelam que o contato com a natureza traz melhora na qualidade de vida das pessoas. Robert Ulrich alegou no ano de 1984 que pacientes que estavam internados em quartos com vista para árvores em um hospital da Pensilvânia nos Estados Unidos, apresentaram uma boa evolução no quadro do paciente, além de terem melhor humor e necessitarem de menores doses dos remédios. Todavia, os pacientes que ficavam em quartos com janelas voltadas para uma parede de tijolos apresentavam complicações e outros problemas. (ULRICH, 1984). Também, pode-se observar que durante a pandemia causada pelo coronavírus, que se iniciou no fim de 2019 em vários países do mundo, as pessoas passaram a buscar e valorizar ainda mais o contato com a natureza, isso, sendo resultado de medidas adotadas, como o lockdown e o isolamento social que trouxeram a necessidade do contato com as áreas verdes e mudaram a percepção de grande parte da população sobre a importância das mesmas. Ainda, em uma pesquisa3 que buscou quantificar a ligação entre cinco motivos de saúde mental e o contato com espaços verdes e a vista da natureza até mesmo em casa, verificou-se que uma maior frequência em áreas verdes e a existência de moradias com vista para a natureza foram associados a maiores níveis de autoestima, satisfação de vida e felicidade subjetiva, e a níveis mais baixos de depressão e solidão. (ALERT, 2020) Além do mais, as áreas verdes oferecem a oportunidade de tamponar efeitos psicológicos negativos causados pela pandemia. Sendo, o convívio social nesses espaços benéfico e seguro se mantido as regras de distanciamento e proteção individual, visto que os principais riscos comunitários estão associados a aglomerações e ambientes construídos. (GUADAGNIN, 2020) 3 Realizada em Tóquio, no Japão, com cerca de 3000 pessoas participantes. 8 Assim, nestes locais as pessoas podem sair da rotina cansativa, em meio ao estresse, trânsito, problemas da cidade e exaustão causada pela pandemia e passar a ter um tempo de qualidade em contato com a natureza, interagindo socialmente, dedicando o tempo para atividades de recreação e podendo realizar atividades físicas. Visto, que além de todos os fatores apresentados os mesmos dispõem de áreas para descanso; realização de caminhadas e corridas; percursos de bicicleta, skate ou patins; jogos de vôlei e futebol; espaços de recreação infantil; áreas para piqueniques e afins; entre outros. Além das academias ao livre, que visam a melhoria da condição física, qualidade de vida e da saúde das pessoas utilizando apenas a força do corpo para musculação e alongamento. (CURITIBA, Prefeitura Municipal, 2020) 9 4. MATERIAL E MÉTODOS O projeto em questão foi realizado em três etapas. Na primeira etapa, buscamos identificar a influência dos parques urbanos na conservação do meio ambiente e na melhora da qualidade de vida das pessoas, baseando-se em pesquisas bibliográficas como dissertações, teses, livros, entre outros, de autores com experiência na área. Na segunda etapa, foram realizadas visitas em três parques urbanos públicos, todos localizados na cidade de Curitiba, capital do estado do Paraná, visitando observar a quantidade de usuários e realizar a coleta de material fotográfico. Sendo eles: Parque Passeio Público, situado no centro de Curitiba, inaugurado em 1886, sendo assim o parque mais antigo da região, foi o primeiro zoológico da cidade e também a primeira sede do Museu Botânico de Curitiba, o local abriga uma variedade de fauna e flora majoritariamente nativa, incluindo o Pinheiro do Paraná (Araucaria angustifolia) que se encontra em perigo crítico de extinção, e algumas espécies exótica, como o Pinheiro-do-Chile (Araucaria araucana) que encontrasse em vulnerabilidade. Atualmente o Passeio Público é sede do Departamento de Proteção e Conservação da Fauna, um espaço de lazer, pesquisa, conservação e educação ambiental, atraindo muitos turistas e moradores de Curitiba. Parque Atuba, situado no bairro Atuba, que faz divisa com a cidade de Colombo, o parque foi criado com o objetivo de conservar as margens do rio que também carrega o nome Atuba. Parque Bacacheri, localizado no bairro Bacacheri, um dos parques mais antigos da cidade, abrigando assim como o parque Atuba, uma enorme fauna e flora nativa, e contando uma grande área de esportes e lazer para seu público. Na terceira etapa houve a aplicação de um formulário online, visando melhores resultados a respeito da percepção da população sobre a importância dos parques urbanos, também sobre o nível de conhecimento a 10 respeito de áreas verdes e conservação ambiental e se há a percepção sobre a importância do contato com a natureza para a saúde, além de identificar a se houve consciência em relação ao aumento na frequência de visitas aos parques no período pré-pandêmico x período pandêmico, através dele obtemos resposta de 141 entrevistados. Após as respostas, os dados foram tabulados no programa google planilhas e apresentados em gráficos, para melhor visualização e compreensão dos resultados, visando esclarecer os principais motivos de uso do parque e sua influência tanto na conservação ambiental quanto na melhora da qualidade de vida da população. 11 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Com relação a idade dos entrevistados, percebeu-se que a participação maior foi com entrevistados com idade entre 18 a 24 anos que representaram 44,7% dos resultados, quase metade do total de entrevistados. Sendo seguida por entrevistados entre 25 a 35 anos, com 22,7% do total; de 36 a 50 anos representando 18,4%; pessoas até 17 anos com 7,8% e acima de 50 anos com apenas 6,4% das respostas. Abaixo são apresentados a relação a quantidade de entrevistados e idade. (Figura 1) Figura 1. Representação do número de entrevistados e idade. Outro ponto analisado foi que o maior número de respostas dos entrevistados foi do público feminino, representando 63,8% e o público masculino 36,2%. Se tratando da frequência dos entrevistados nos parques urbanos, grande parte destes frequentam parques urbanos 1 ou mais vezes ao mês, metade dos entrevistados relatou visitá-los uma ou duas vezes por ano, 1,4% dos entrevistados uma vez a cada 2 a 3 meses e 2,8% raramente. Assim, observou-se que grande parte dos entrevistados frequentavam parques com frequência considerável, com a maior parcela destes, frequentando uma ou mais uma vez por mês, o que é algo importante de ser observar, visto que estes têm acesso aos vários benefícios que essas áreas proporcionam à saúde e ao bem- 12 estar, que assim como aponta Gomes (2008) acaba influenciando no estado de ânimo dos indivíduosinfluenciados pelas grandes cidades. Representação da frequência em porcentagem (Figura 2): Figura 2. Representação da frequência dos usuários aos parques urbanos em porcentagem. Visitantes do Parque Passeio Público no fim da tarde de um sábado, horário onde parte das pessoas já está voltando para casa (figura 3) 13 Figura 3. Visitantes do Parque Passeio Público em fim da tarde de sábado. Fonte: Cleberson Ribeiro (2021). Em relação aos parques preferidos, tivemos destaque ao Parque Barigui (19,1%), Parque Bacacheri (14,9%), Parque Tanguá (10,6%) e Parque Atuba (8,5%), também do Jardim Botânico4, que é o local preferido de cerca de 12,8% dos entrevistados, sendo uma área verde bastante frequentada e querida pelos usuários de Curitiba, Região Metropolitana e por turistas. Outros parques citados, pelos entrevistados foram o Parques Passaúna, Parque Tingui e Parque São Lourenço, além do Passeio Público e do Bosque do Alemão, todos localizados em Curitiba, também foram citados parques da Região Metropolitana de Curitiba, como o Parque das Águas em Pinhais, Parque dos Lagos em Colombo e Parque das Águas de Piraquara. Foram citados parques em outros estados, totalizando 9,9% das respostas e 8,5% dos entrevistados relataram não ter um parque preferido. Representação dos parques favoritos entre os entrevistados (figura 4): Figura 4. Parque favorito dos entrevistados representado por gráfico de pizza. Os entrevistados relataram que ao escolherem o parque de preferência levaram em conta fatores como: localização, presença pistas de caminhadas, boa infraestrutura, segurança e paisagem. Isso pode ser comprovado ao 4 Mesmo este não sendo considerado parque tecnicamente. 14 observamos o aumento no número de usuários no Parque Atuba que segundo a Prefeitura de Curitiba recebeu diversas solicitações de melhoria, e após sua revitalização e melhora na segurança recebeu muitos elogios, passando a ser da preferência de muitas pessoas como observado na figura 4. (CURITIBA, Prefeitura Municipal, 2020) Em relação aos motivos pelos quais essas pessoas visitam estes espaços, os principais são: lazer (44%), se reunir com familiares ou colegas (23,4%), manter contato com a natureza (15,6%) e realizar atividades físicas (10,6%). Outros motivos destacados foram para estudo, passear com animais de estimação e relaxar (6,4%) A respeito do que impede uma maior frequência a estes locais são: a falta de tempo, o trabalho, a preferência a outros locais de lazer e uma parte mínima dos entrevistados relatou não gostar destas áreas. Como representado no gráfico abaixo (figura 5): Figura 5. Motivos que impedem maior frequência aos parques urbanos. Um fator preocupante, visto que falta o trabalho e pela falta de tempo impedem o acesso às áreas verdes o que acaba resultando na falta de ócio, pouca realização de atividades físicas e o pouco contato com a natureza, que são benefícios que estes locais podem proporcionar, além de restringir as pessoas entre casa e trabalho, o que acaba trazendo malefícios à saúde mental e física. Cuenca (2003, p. 32) enfatiza essa questão e aponta os benefícios do tempo de descanso e cessação do trabalho: 15 [...] Diante do mundo de evasão, distração espetáculo que nos rodeia, o ser humano se torna cada vez mais limitado, cada vez mais dependente das máquinas, menos ator e mais espectador de uma realidade irreal. (...) a vivência de ócio é uma experiência que nos ajuda a nos realizar, nos conhecer, nos identificar, nos sentir melhores, sair da rotina, fantasiar e recuperar o equilíbrio das frustrações e desenganos. Em relação a preferência a outros locais, isto pode ser resultado de alguns problemas relatados pelos usuários, como a falta de segurança; a ausência de trilhas e espaços para andar de bicicleta, patins e skate; ausência de espaços pets; falta de conservação ambiental e manutenção das áreas verdes e na arborização de alguns parques; acessibilidade inadequada; má iluminação; mau direcionamento através de placas informativas e guias; falta de limpeza em banheiros e poucas lixeiras dispostas pelos mesmos. Mas não sendo resultado apenas dos problemas citados, mas também à preferência a locais como shoppings, bares, lojas, cinemas, entre outros; o que acaba causando uma menor frequência nestas áreas. Isto parece ser o fator principal, visto que mais de 90% dos entrevistados relataram saber o que são as áreas verdes e a importância destas para a qualidade de vida, principalmente se tratando dos parques urbanos (figura 6 e figura 7): Figura 6. Conhecimento dos usuários a respeito da definição de áreas verdes. 16 Figura 6. Conhecimento dos usuários a respeito da influência dos parques na qualidade de vida da população. A predileção por parques urbanos deveria ter aumentado durante a pandemia, visto o aumento na frequência de usuários as áreas verdes e aos parques urbanos por serem espaços abertos e resultarem na diminuição dos malefícios causados pela quarentena e lockdown, que ocasionou uma maior percepção a respeito da contribuição dos parques urbanos para a melhora física e psicológica da população. Isto pode ser observado durante a aplicação do formulário, pois constatou-se que 93,6% dos entrevistados tinham consciência dos benefícios que os parques urbanos podiam trazer à qualidade de vida humana durante a pandemia. Todavia, mesmo sabendo destes benefícios, apenas 18% dos entrevistados relataram ter aumentado a frequência nestes locais. Isso é um ponto importante a ser observado, dado que a população tendo consciência dos benefícios na frequência a estes locais e a importância dessas áreas, tanto no âmbito ambiental, já que 98,6% dos entrevistados informou saber a definição e importância da conservação ambiental; quanto se tratando da qualidade de vida, deveria resultar na maior regularidade de visitas. Também sendo importante ressaltar que mesmo a porcentagem de pessoas que não tem conhecimento a respeito da importância desse assunto sendo baixa, é relevante que estudos e pesquisas a respeito da influência e os benefícios causadas por estes locais sejam a cada dia mais compartilhados com os cidadãos, levando em conta os problemas ambientais cada vez mais frequentes e a relação direta que isto tem com a qualidade de vida humana, o 17 que resultaria no maior interesse da população na conservação do Meio Ambiente e na participação neste processo, que consequentemente passaria a frequentar mais as áreas verdes e parques urbanos, trazendo benefícios a sua saúde e bem estar, além de incentivar a conservação das áreas verdes e contribuir para a criação de novos locais voltados a esse objetivo. Esse despertar das pessoas em relação a esses assuntos já está sendo observado, dado que 80,9% dos entrevistados relataram ter interesse em saber mais sobre a influência dos parques urbanos na conservação ambiental e na qualidade de vida das pessoas. 18 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os parques urbanos são áreas verdes que assumem um papel fundamental no espaço urbano, tanto na conservação ambiental, quanto na qualidade de vida da população. Os benefícios destas áreas verdes vão além de um aspecto visual, mas possuem funções importantes no âmbito ambiental: reduzindo os efeitos da poluição causadas pelo homem; sendo locais de proteção e conservação da fauna e da flora; além de serem responsáveis por minimizar os efeitos que o ambiente caótico das áreas urbanas acabam trazendo a vida das pessoas, pois proporcionam inúmeros benefícios a qualidade de vida das pessoas ao oferecem espaços que contribuem para o para lazer, realização de atividades físicas para um melhor contato com a natureza, entre outros, que são importantes agentes nessa melhora. Ainda,constatou-se que grande parte das pessoas tem conhecimento da influência que essas áreas tem na questão ambiental e na melhoria de vida da população que as frequentam, entretanto, diversos fatores como falta de tempo, o cansaço causado pelo trabalho, a preferência a outros locais, e os problemas relacionados a infraestrutura, segurança e manutenção acabam as afastando dessas áreas. Porém é um cenário que tende a ter melhorias, visto que os malefícios causados pela pandemia do covid-19 trouxeram um despertar se tratando do interesse pelas questões ambientais, também maior necessidade de estar em espaços abertos onde há presença do “verde”. Portanto, é necessário que estas áreas recebam cada vez mais investimentos relacionados a sua conservação e melhoria em sua infraestrutura, pois assim ofereceram maiores benefícios ao meio ambiente e a vida das pessoas, que passarão ter preferência maior por estas áreas a outros locais e consequentemente, trazendo diversas melhorias a sua qualidade de vida ao frequentarem mais estes espaços. 19 REFERÊNCIAS A. L.; LOPES, M. C.; NETO, N. F. A. L.; KUDO, S. A.; GUIMARÃES, D. F. S. MARI, M. L. G. Análise da percepção ambiental sobre os parques urbanos da cidade de Manaus, Amazonas. Revista Monografias Ambientais - REMOA v.13, n.5, dez. 2014, p.4044-4062. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/remoa/article/view/15179. Acesso em 30 jul. 2020. ALERT. COVID-19: Contato com a natureza pode melhorar a sua saúde mental. 2020. Disponível em: <https://www.alert-online.com/br/news/health- portal/covid-19-contato-com-a-natureza-pode-melhorar-a-saude-mental> Acesso em: 20 jun. 2021 ARFELLI, A. C. 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