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Economia Heterodoxa

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DESCRIÇÃO
Teoria keynesiana, seus conceitos e críticas, e as principais ideias e pensadores associados à
corrente “economia evolucionária”.
PROPÓSITO
Compreensão dos pontos centrais de duas vertentes de economia heterodoxa: a teoria
keynesiana e a corrente de economia evolucionária.
PREPARAÇÃO
Você só precisa de lápis e papel para acompanhar este tema.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Descrever a teoria keynesiana
MÓDULO 2
Descrever as principais ideias relacionadas à “economia evolucionária”
INTRODUÇÃO
A história do pensamento econômico tem por objetivo investigar as raízes e a evolução de
teorias econômicas ao longo do tempo. Vamos estudar aqui duas das principais correntes
chamadas de “heterodoxas”.
No primeiro módulo, estudaremos sobre economia keynesiana, destacando as principais
contribuições do economista John Maynard Keynes para a ciência econômica. No segundo
módulo, estudaremos as principais ideias envolvendo um movimento chamado de “economia
evolucionária”.
MÓDULO 1
 Descrever a teoria keynesiana
RESUMO BIOGRÁFICO DE KEYNES
John Maynard Keynes nasceu no ano de 1883 em Cambridge, Inglaterra. Seu pai, John Neville
Keynes (1852-1949), foi aluno de Marshall, estudou lógica e economia, e foi autor de O escopo
e o método da Economia Política (The scope and method of Political Economy, 1891), mas
preferiu seguir uma carreira administrativa na Universidade de Cambridge. Sua mãe, Florence
Brown, foi uma das primeiras mulheres graduadas daquela universidade.
Keynes teve uma excelente formação: escola secundária em Eton, uma das melhores do Reino
Unido, e faculdade no King’s College, Cambridge. Lá, ele estudou matemática e ciências
humanas clássicas.
O clima de renovação cultural que caracteriza o período eduardiano significou para Keynes e
seus colegas uma reavaliação radical da tradição vitoriana, sua cultura e ética, manifestada
também na sua conduta pessoal, marcada pelo extremo intelectualismo e a busca de prazeres
estéticos, enquanto rejeitavam a ideia de regras gerais de conduta.
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PERÍODO EDUARDIANO
A era eduardiana, ou período eduardiano, corresponde ao período de 1901 a 1910 no Reino
Unido, durante o reinado do rei Eduardo VII.
TRADIÇÃO VITORIANA
A tradição vitoriana se refere à cultura e ao pensamento vigentes no período de reinado da
rainha Vitória, de junho de 1837 até sua morte em janeiro de 1901.
Depois de se formar em matemática, em 1906, Keynes entrou no serviço público, mas,
aprovado em segundo lugar, teve que se contentar com um emprego no Escritório da Índia.
ESCRITÓRIO DA ÍNDIA
Se referia a um departamento governamental britânico, estabelecido em Londres em 1858,
para supervisionar a administração das chamadas províncias da Índia Britânica, que
correspondiam aos territórios atuais de Bangladesh, Mianmar, Índia e Paquistão.
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Havia pouco trabalho a ser feito e Keynes teve tempo de escrever um tratado sobre o sistema
monetário indiano (1913) e um longo ensaio sobre a teoria da probabilidade. Graças a esse
ensaio, ele obteve uma bolsa no King’s College, Cambridge, do qual foi membro ativo até o fim
da vida.
Em 1908, ele se demitiu do Escritório da Índia para se tornar professor de economia em
Cambridge. Seu modesto salário foi pago por Alfred Cecil Pigou (1877-1959) de seu próprio
bolso, continuando assim uma tradição iniciada por Alfred Marshall (1842-1924), a quem Pigou
havia sucedido na cadeira de economia. A partir de 1911, com o apoio de Marshall, Keynes
assumiu a editoria do Economic Journal; dois anos depois também se tornou secretário da
Royal Economic Society. Ele manteve essas duas posições por mais de três décadas, período
em que o Economic Journal cresceu para se tornar o mais prestigiado periódico acadêmico de
ciências econômicas da época.
Durante a Primeira Guerra Mundial, Keynes trabalhou no Tesouro em questões relacionadas ao
financiamento de guerra. Em 1919, ele foi membro da delegação britânica na conferência de
paz em Versalhes, mas se opôs às reparações impostas à Alemanha, considerando-as um
fardo insustentável para a economia e a sociedade alemãs. Assim, ele renunciou e, uma vez de
volta a Cambridge, abordou o assunto em sua obra As consequências econômicas da paz
(1919).
Nesse momento, Keynes já era amplamente reconhecido, e contribuiu nas principais questões
de política econômica com uma série de artigos. Ele também publicou alguns livros, entre os
quais Tratado sobre probabilidade, em 1921, e Tratado sobre a Reforma Monetária, em 1923.
Mesmo com suas várias responsabilidades acadêmicas, ele assumiu a presidência de uma
seguradora e lançou-se à especulação nos mercados de câmbio, aplicando recursos próprios e
de parentes e amigos.
1930 E 1936
1940
Em 1930 e 1936, respectivamente, publicou as obras Tratado sobre a moeda e A teoria geral
do emprego, dos juros e da moeda ― às quais se deve sua fama como economista teórico.
Em 1940, foi nomeado conselheiro do Tesouro e mergulhou mais uma vez em problemas de
financiamento de guerra, negociando empréstimos com os Estados Unidos. Em julho de 1944,
ele desempenhou um papel de liderança na conferência de Bretton Woods. Keynes morreu em
21 de abril de 1946, vítima de um ataque cardíaco.
Existe uma imensa literatura sobre o pensamento de Keynes. O desemprego elevado e
persistente na década de 1930 favoreceram a disseminação das ideias keynesianas.
Alguns analistas enfatizam o ponto de vista nitidamente britânico de Keynes, que viu seu país
perder a posição de proeminência para os Estados Unidos.
Quanto ao sistema monetário internacional, Keynes delineou esquemas que levaram em
consideração os interesses das moedas menos fortes, como a libra esterlina em um mundo
dominado pelo dólar americano.
Keynes pretendia contribuir para uma reforma do sistema capitalista, capaz de garantir justiça
crescente em conformidade com a liberdade e a eficiência, em oposição aos sistemas
totalitários, o fascista da Itália, o nazista da Alemanha e o stalinista da União Soviética.
Ele reconheceu o fim da ideologia do laissez-faire extremo: daí sua crítica à teoria então
dominante, mostrando o quão insuficientes eram os mecanismos de equilíbrio do livre-
mercado, e desenvolvendo a teoria de uma política econômica ativista.
PROBABILIDADE E INCERTEZA
LAISSEZ-FAIRE
Laissez-faire é uma expressão que simboliza o liberalismo econômico, na versão mais pura de
capitalismo, em que o mercado deve funcionar livremente, sem interferência, taxas nem
subsídios, apenas com regulamentos suficientes para proteger os direitos de propriedade.
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Um tratado sobre probabilidade deve ser interpretado à luz da cultura de Cambridge da época:
a tradição do método indutivo lógico de John Stuart Mill (1806-1873) ― apoiado também
pelo pai de Keynes, que, em seu livro de 1891, tentou uma síntese eclética entre ele e o
historicismo alemão.
Nos mesmos anos em que Keynes trabalhava na teoria da probabilidade, Bertrand Russell
(1872-1970) e Alfred Whitehead (1861-1947) avançavam no projeto de deduzir argumentos
matemáticos a partir de premissas puramente lógicas, publicando o Princípios de Matemática
(Principia Mathematica, 1910). A ambição de Keynes era construir uma teoria geral do
conhecimento e do comportamento racional, em que os casos de certeza perfeita e a
ignorância total são os extremos.
MÉTODO INDUTIVO LÓGICO
Na lógica, método indutivo ou indução é o raciocínio que, após considerar um número
suficiente de casos particulares, conclui uma verdade geral. A indução, ao contrário da
dedução, parte de dados particulares da experiência.
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HISTORICISMO
Historicismo é uma concepção da filosofia desenvolvida entre o fim do século XIX e início do
século XX pelo filósofo alemão Wilhelm Dilthey (1833-1911). Trata-se de uma forma de abordar
os fenômenos e as culturas humanas. A partir dela, abre-se uma nova percepção, que rechaça
a existência de leis paraa compreensão dos fenômenos políticos, sociais ou culturais e afirma
que tudo deve ser entendido levando em consideração sua história.
Por essa razão, Keynes rejeitou a interpretação frequentista de probabilidade, aplicável
apenas à classe de fenômenos para os quais podemos supor a possibilidade de uma série
infinita de repetições sob condições inalteradas. Ele propôs, em vez disso, uma abordagem
racionalista, centrada no grau de confiança que é razoável ter sobre um determinado evento,
dado o estado de conhecimento.
INTERPRETAÇÃO FREQUENTISTA DE
PROBABILIDADE
Segundo a interpretação frequentista, define-se probabilidade de um determinado evento A
como sendo o valor obtido para a frequência relativa com que se observou A num grande
número de realizações de uma experiência aleatória. Por exemplo, se em muitos lançamentos
de uma moeda, a frequência de caras observadas se aproxima de 1/2, então, segundo a
interpretação frequentista, dizemos que a probabilidade da saída de cara num próximo
lançamento será de 1/2.
Para os economistas, a importância dessa visão reside no fato de tratar o problema do
comportamento racional em um contexto em que o indivíduo é desprovido de certezas. O
comportamento racional é então conectado ao lado subjetivo, através de avaliações baseadas
nas experiências e intuições pessoais.
Keynes distinguiu a probabilidade de um evento da confiança que se pode ter na
avaliação dessa probabilidade ― essa última é denominada ‘peso do argumento’. Quando a
evidência empírica (o conjunto de informações úteis sobre o mundo real) se torna relevante,
aumenta o peso do argumento, mas isso não tem efeito sobre a própria probabilidade do
evento ― que pode aumentar, diminuir ou permanecer inalterada.
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 SAIBA MAIS
Além disso, Keynes rejeitou a ideia de que sempre seria possível atribuir um valor numérico à
probabilidade de eventos: em alguns casos, podemos fazê-lo (por exemplo, em um jogo de
dados); em outros casos, podemos expressar opiniões não quantitativas sobre um evento; em
ainda outros casos, a base de conhecimento é insuficiente para formularmos até mesmo
julgamentos sobre probabilidades.
Quando confrontado com eventos desses dois últimos tipos, pode ser racional confiar em
formas convencionais de comportamento, se acomodando, ou possivelmente antecipando, o
comportamento da maioria.
TRATADO SOBRE A MOEDA
Vários textos sobre a relação entre fenômenos monetários e níveis de produção de curto prazo
no âmbito da abordagem da função marshalliana de demanda já estavam disponíveis nos seis
anos durante os quais Keynes escreveu seu Tratado sobre a moeda (1930). Em muitos
aspectos, esse livro também poderia ser visto como tradicional; mas em outros, mostrou
elementos inovadores, constituindo uma ponte para as novidades radicais da Teoria geral do
emprego, dos juros e da moeda (Teoria Geral) .
Keynes evitou críticas diretas ao núcleo teórico da tradição marginalista, que consiste na ideia
de um equilíbrio de longo prazo caracterizado pelo pleno emprego de recursos, incluindo o
trabalho, e pela neutralidade da moeda ― isto é, pela ideia de que a quantidade de moeda em
circulação afeta o nível de preços, mas não as variáveis "reais" do sistema, como os níveis de
produção e de emprego.
Essa visão permanecia, portanto, como pano de fundo. Tanto para o setor monetário quanto
para o financeiro, o Tratado sobre a moeda adotou e desenvolveu a crítica marshalliana da
teoria quantitativa da moeda.
A novidade mais interessante dizia respeito às conexões entre aspectos monetário-financeiros
e reais: seguindo o método marshalliano de cadeias causais curtas, Keynes começou a
localizar as conexões de causa e efeito nas inter-relações entre mudanças nos preços e nas
quantidades produzidas em uma economia.
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O MÉTODO MARSHALLIANO DE CADEIAS
CAUSAIS CURTAS
Refere-se ao método de análise de equilíbrio parcial, desenvolvido por Alfred Marshall (1842-
1924), em que se analisa a relação entre preço e quantidade demandada por um bem
separadamente de outros bens. Essa simplificação torna os modelos consideravelmente mais
tratáveis do que a abordagem de equilíbrio geral, desenvolvida por Léon Walras (1834-1910),
que procura considerar as inter-relações entre os mercados de diferentes bens.
Em sua análise do lado real da economia, Keynes utilizou um esquema de dois setores: um
setor produz bens de investimento e o outro bens de consumo. As equações fundamentais de
Tratado sobre a moeda expressam as relações entre preços e níveis de oferta e demanda
nesses setores, apontando os elementos que podem fazer com que os preços desviem de seu
nível de equilíbrio. Keynes considerou um esquema sequencial que conecta níveis de produção
e lucros realizados, utilizando noções de renda, lucros e poupanças em desacordo com
aqueles normalmente utilizados na contabilidade nacional moderna e com aqueles que ele
mesmo viria utilizar na Teoria Geral.
No centro da análise ― como se veria novamente na Teoria Geral ― havia a distinção entre
investimento e poupança. Como resultam das decisões de dois grupos diferentes de agentes
econômicos, empresários e famílias, o investimento e a poupança podem ser diferentes.
A diferença entre eles determina desequilíbrios entre demanda e oferta nos dois setores, com
mudanças de preços que geram lucros ou perdas imprevistas, aos quais os empresários
devem reagir com mudanças nos níveis de produção e emprego.
Keynes entende que a poupança esteja ligada à riqueza e, portanto, que seria relativamente
estável em face de variações de curto prazo na renda. A dinâmica da economia depende
portanto da variabilidade dos investimentos. Dada a pouca influência de investimentos em
estoques, Keynes focou em investimentos em capital fixo, que são fortemente dependentes de
taxas de juros de longo prazo.
O Tratado sobre a moeda ilustrou os diferentes canais de criação de liquidez, decisões sobre a
manutenção de ativos financeiros e relações monetárias internacionais. Keynes enfatizou a
relevância de um padrão da política monetária internacional, e propôs uma moeda emitida por
um banco central internacional, em vez de ouro ou qualquer outro bem. Esse banco central
deveria ser obrigado a manter o valor da moeda estável em termos de uma cesta de bens
comercializáveis internacionalmente.
NESSE CONTEXTO, CARACTERIZADO POR TAXAS DE
CÂMBIO FIXAS, A POLÍTICA MONETÁRIA NACIONAL
PERDE QUALQUER AUTONOMIA. TORNA-SE
NECESSÁRIO RECORRER À POLÍTICA FISCAL E, EM
PARTICULAR, A OBRAS PÚBLICAS, DE FORMA A
APOIAR O EMPREGO ― OUTRO TEMA RETOMADO NA
“TEORIA GERAL”.
O PROCESSO DE TRANSIÇÃO
O processo de transição do Tratado sobre a moeda para a Teoria Geral começou quando o
primeiro estava prestes a aparecer. Keynes conseguiu ver suas próprias ideias com
distanciamento crítico assim que as apresentou e, mesmo enquanto corrigia as demonstrações
matemáticas contidas nessa obra, chegou à conclusão de que uma estrutura analítica diferente
teria sido mais adequada para apoiar suas ideias principais sobre a governança da economia
de mercado.
O momento-chave para a transição ocorreu quando Keynes passou da análise de
desequilíbrios para a análise do equilíbrio com desemprego. Enquanto as conexões causais
entre taxa de juros e investimentos, e entre eles e a renda, permaneceram, foi reconhecida a
possibilidade de que a propensão marginal a consumir podia assumir valores inferiores a
um, o que abriu caminho para atribuir papel crucial aos investimentos na determinação do nível
de equilíbrio da renda. Além disso, uma teoria de taxas de juros era necessária.
Quanto à teoria do valor, Keynes se ajustou aos limites mais familiares da análise de curto
prazo que, graças à difusão do marshallianismo na Inglaterra, poderia ser mais facilmente
apreendida por seus leitores.
PROPENSÃO MARGINAL A CONSUMIR
Se você ainda não estudou isso em macroeconomia, é apenas o quanto um indivíduo gasta a
cada real a mais que recebe de renda.javascript:void(0)
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TEORIA DO VALOR
O valor de um determinado bem ou serviço é a importância que os indivíduos dão a ele, seja
para uso pessoal, seja para troca. Diversos pensadores procuraram desenvolver teorias para
explicar como o valor de mercadorias é determinado. Adam Smith (1723-1790) e David Ricardo
(1772-1823), por exemplo, desenvolveram uma teoria do valor-trabalho, a qual dizia que o valor
de uma mercadoria era derivado do trabalho dispendido para produzi-la. Já a economia
marginalista, desenvolvida na década de 1870, propôs a teoria do valor utilidade, isto é, a tese
segundo a qual seria a utilidade marginal da mercadoria ― isto é, do consumo de uma unidade
adicional ― que determinaria o seu valor monetário.
Entre o Tratado sobre a moeda e a Teoria Geral há, portanto, certas diferenças cruciais na
estrutura analítica. A ideia principal, no entanto, permaneceu inalterada: em uma economia
monetizada as decisões empresariais nos níveis de produção não conduzem automaticamente
à plena utilização de recursos disponíveis.
No Tratado sobre a moeda, encontramos uma análise dos desequilíbrios; a ideia de equilíbrio
de longo prazo permaneceu em segundo plano.
A tese principal diz respeito à persistência dos equilíbrios caracterizados pelo desemprego. Daí
a importância de uma gestão ativa da economia ― principalmente com o braço monetário-
financeiro no Tratado sobre a moeda e, juntamente com ele, o braço fiscal (despesas públicas
em particular) na Teoria geral ― em apoio à demanda no longo prazo, e não apenas como um
dispositivo anticíclico.
A TEORIA GERAL
A Teoria geral do emprego, juros e moeda, lançada em 1936, encontrou imediatamente grande
número de leitores, embora não tenha repetido o sucesso de As consequências econômicas da
paz. Contudo, teve uma influência mais sólida, concentrada no campo de economistas
profissionais: muitos acadêmicos logo o adotaram como referência básica em seu próprio
trabalho.
Primeiramente, vamos relembrar os objetivos de Keynes e suas visões sobre a economia:
defesa de um sistema político liberal baseado, entre outras coisas, na liberdade da iniciativa
individual na área econômica. Isso exigia que os limites do sistema de laissez-faire puro
fossem reconhecidos.
Daí vinha, consequentemente, a necessidade de intervenção ativa do Estado na economia, por
interesse não apenas de justiça social, mas também de eficiência econômica.
Agentes econômicos tomam suas decisões em condições de incerteza, conforme definido no
Tratado sobre probabilidade. No nível metodológico, isso levou à preferência por modelos
projetados especificamente para o problema em consideração, a serem construídos com
cautela e ponderando as condições sob as quais as relações causais particulares se mantêm.
Vários outros aspectos da teoria de Keynes também foram derivados da incerteza, como o
papel de mercados financeiros, que não atuavam apenas como intermediários entre
poupadores e investidores, mas também, e acima de tudo, forneciam flexibilidade para
escolhas intertemporais e permitiam que empreendedores tomassem decisões sobre os níveis
de produção e investimentos relativos ao futuro.
Nesse contexto, encontramos a distinção entre expectativas de curto e de longo prazo. A
primeira diz respeito a escolhas sobre a produção corrente; a última sobre decisões de
investimento em capital fixo. Para essa última, o impacto da incerteza é realmente forte.
 SAIBA MAIS
A estrutura analítica da Teoria geral se baseou em três pilares: a noção de demanda efetiva, o
mecanismo multiplicador e a teoria dos juros. A demanda efetiva é definida como o ponto de
encontro de duas curvas: uma função de oferta agregada e uma função de demanda agregada,
conceitualmente diferentes das tradicionais curvas de oferta e de demanda, uma vez que elas
relacionam as avaliações dos empresários com relação aos custos e receitas ao número de
trabalhadores empregados.
MAIS PRECISAMENTE, A FUNÇÃO DE OFERTA
AGREGADA Z INDICA O RENDIMENTO ESPERADO
MÍNIMO NECESSÁRIO PARA PERSUADIR OS
EMPRESÁRIOS A EMPREGAREM N TRABALHADORES,
ENQUANTO A FUNÇÃO DE DEMANDA AGREGADA D
INDICA O QUANTO OS EMPRESÁRIOS ESPERAM
GANHAR VENDENDO NO MERCADO O PRODUTO QUE
ESPERAM OBTER POR MEIO DO EMPREGO DE N
TRABALHADORES.
Ambas as curvas, portanto, expressam o ponto de vista ― as avaliações ― de uma mesma
categoria de agentes econômicos, a dos empresários, não de dois grupos distintos e opostos
de compradores e vendedores.
 ATENÇÃO
Tanto os custos esperados quanto os rendimentos esperados aumentam com o número de
trabalhadores empregados. Assim, ambas as funções são crescentes. Contudo, Z aumenta
cada vez mais rapidamente, enquanto D aumenta cada vez mais lentamente. (Se você já viu
cálculo, isso significa que a derivada segunda é positiva para Z e negativa para D.) D é
composto por dois componentes: consumo e investimento.
De acordo com Keynes, por causa de uma lei psicológica, o consumo aumenta menos do que
a renda e, portanto, do que o emprego, enquanto os investimentos dependem das expectativas
de longo prazo dos empresários, de forma que eles podem ser considerados dados no
contexto da determinação do ponto de demanda efetiva.
No que diz respeito a Z, no contexto marshalliano da teoria de Keynes, era natural supor que,
quando o número de empregados aumentasse, o custo marginal se mostraria crescente. O
ponto de demanda efetiva é aquele em que D = Z. Ele nos diz o nível esperado de emprego e,
portanto, de produção, dadas as expectativas de curto prazo dos empreendedores em relação
aos custos e receitas.
AS DECISÕES SOBRE CONSUMO E INVESTIMENTO
SÃO TOMADAS POR DIFERENTES CATEGORIAS DE
AGENTES ECONÔMICOS (RESPECTIVAMENTE,
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FAMÍLIAS E EMPRESAS) E, ASSIM, SEGUEM DUAS
LÓGICAS COMPLETAMENTE DIFERENTES. O
CONSUMO (E A POUPANÇA, DEFINIDA COMO O SEU
COMPLEMENTO RELATIVO À RENDA) DEPENDE
ESSENCIALMENTE DA RENDA.
Os investimentos dependem das decisões dos empresários (portanto, de suas expectativas) e
são independentes da renda. Como consequência, são as decisões de investimento que
determinam o nível de equilíbrio da renda, enquanto a poupança se adapta.
Mais precisamente, a renda de equilíbrio tem que ser tal que gere uma quantidade de
poupança correspondente à quantidade de investimentos I gerados pelas decisões dos
empresários.
CUSTO MARGINAL
O custo marginal descreve a alteração causada no custo total com uma mudança unitária na
quantidade produzida.
Portanto, a renda de equilíbrio depende tanto do nível de investimentos quanto da propensão a
poupar s (s = S/Y, onde S é a poupança agregada e Y é a renda agregada). Mais
precisamente, da condição de equilíbrio I = S (igualdade entre entradas e saídas no fluxo
circular de renda) e da definição de propensão a poupar, obtemos Y = (1/s) x I. Ou seja, o
coeficiente que, quando multiplicado pelo nível de investimento, dá a renda de equilíbrio, é
igual ao inverso da propensão a poupar (1/s).
Ao identificarmos o multiplicador (1/s) como o segundo dos três pilares da Teoria geral,
estamos nos referindo não apenas a esta equação, mas ao papel ativo atribuído aos
investimentos e ao papel passivo atribuído ao consumo e à poupança na determinação da
renda.
Para a teoria do investimento, assim como para a demanda efetiva, Keynes adotou o ponto de
vista do empresário, que decide investir avaliando os retornos esperados sobre o investimento
e comparando com a taxa de juros que caracteriza o retorno de investimentos financeiros.
Como apontado anteriormente, as expectativas relevantes para o investimento dizem respeito
ao “longo prazo”, uma vez que levam em consideração toda a previsão de vida útil da aquisição
do equipamento produtivo que está sendo considerado ― as decisões tomadas podem ser
revistas a curto prazo apenas a custos elevados. Já as expectativas relevantes para decisões
sobre os atuais níveis de produção e emprego dizem respeito ao “curto prazo”, aberto a
revisões rápidascom custos relativamente baixos.
As expectativas de longo prazo não são estáveis; pelo contrário, precisamente porque dizem
respeito a um intervalo de tempo longo, elas são muito menos estáveis do que as expectativas
de curto prazo.
O terceiro pilar da Teoria geral de Keynes foi representado pela teoria dos mercados monetário
e financeiro, com a taxa de juros concebida como prêmio para o agente que abre mão de
liquidez. Essa teoria tem dois aspectos principais.
Em primeiro lugar, para Keynes, os verdadeiros protagonistas são os poupadores, que tomam
decisões a respeito de que forma manter seus ativos financeiros guardados nas instituições
financeiras.
Em segundo lugar, o processo de tomada de decisão em si não diz respeito a fluxos, foco da
teoria tradicional, mas à alocação de estoques. Dessa forma, a demanda especulativa por
moeda dominaria a demanda transacional por moeda.
EM TRANSAÇÕES DE MERCADOS FINANCEIROS BEM
DESENVOLVIDOS, OS CUSTOS SÃO MUITO BAIXOS,
SENDO POSSÍVEL REVISAR RAPIDAMENTE AS
DECISÕES SOBRE A ALOCAÇÃO DE PARTICIPAÇÕES
FINANCEIRAS ENTRE OS VÁRIOS ATIVOS POSSÍVEIS.
Simplificando a questão, Keynes considerou dois tipos de ativos: moeda, o ativo líquido, uma
vez que é comumente aceita para todos os tipos de transações, mas que não rende juros; e
títulos remunerados a uma determinada taxa.
O preço de mercado de títulos aumenta quando a taxa de juros diminui, e vice-versa. Como
consequência, investidores que esperam uma queda nas taxas de juros pela mesma razão
também esperam um aumento nos preços dos títulos, e serão compradores no mercado de
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títulos. Analogamente, aqueles que esperam um aumento na taxa de juros operam na direção
oposta, oferecendo títulos em troca de moeda.
TÍTULOS
Estamos nos referindo a títulos pré-fixados. Você pode estudar mais sobre isso em uma
disciplina de finanças ou pesquisando na internet. Informalmente, podemos defini-los da
seguinte forma: quando alguém compra o título, sabe qual será o retorno, ou seja, a taxa de
juros que receberá no futuro.
DEMANDA ESPECULATIVA
Segundo Keynes, este é um dos motivos que os individuos demandam moeda: esperar o
melhor momento para adquirir titulos.
DEMANDA TRANSACIONAL
Segundo Keynes, trata-se de outro motivo para que os individuos demandem moeda: realizar
transações na economia.
 SAIBA MAIS
Na presença de diferentes opiniões sobre as perspectivas dos mercados monetário e
financeiro, a taxa de juros é definida a cada instante de forma a equilibrar oferta e demanda de
compradores e vendedores de títulos (ou, analogamente, de moeda).
Assim, tudo depende das expectativas dos operadores financeiros. Se, por um momento,
assumirmos que elas permanecem fixas, então, se a taxa de juros diminui, o número de
operadores que esperam uma elevação subsequente (e, assim, oferecem títulos em troca de
moeda) aumenta: a demanda por moeda, portanto, acaba sendo uma função inversa da taxa
de juros. No entanto, essa relação tem bases muito tênues, uma vez que as expectativas em
relação aos eventos financeiros são extremamente voláteis. É bastante possível, por exemplo,
que uma redução na taxa de juros induza muitos operadores a revisar suas expectativas e
prever novas reduções das taxas de juros, preferindo títulos a moeda ainda mais do que antes:
a relação seria mantida entre as mudanças da taxa de juros e mudanças na demanda por
moeda.
Dentro da estrutura analítica de Keynes, a teoria da demanda especulativa por moeda se
afastou da teoria tradicional, em que a determinação da taxa de juros era feita para equilibrar
poupança e investimentos, respectivamente entendidos como oferta e demanda de fundos para
empréstimos. De acordo com Keynes, as decisões de poupar são distintas daquelas sobre o
tipo de ativo financeiro (moeda ou títulos) em que investir.
O ponto principal não era que a quantidade dependia mais da renda do que da taxa de juros. O
ponto era a separação entre os dois tipos de decisões: sobre a quantidade de poupança e
sobre o ativo financeiro no qual guardar essa poupança. Essa última decisão se combina
com a política monetária definida pelas autoridades monetárias para a determinação da taxa de
juros.
Também está presente na teoria de John Richard Hicks (1904-1989), incorporada em seu
famoso modelo IS-LM (Hicks 1937), a separação entre a demanda transacional e a demanda
especulativa por moeda, que andam lado a lado.
As escolhas especulativas dizem respeito à alocação dos estoques de poupança acumulados
ao longo do tempo e, portanto, são mais relevantes do que motivos transacionais para
demanda por moeda (ou seja, moeda demandada para realizar transações na atividade
econômica cotidiana). Isso se torna particularmente evidente quando se nota que a alocação
entre títulos e moeda é revisada continuamente, como qualquer escolha financeira.
Temos, portanto, uma hierarquia de influências: as expectativas financeiras são os principais
determinantes para a alocação do estoque de poupança e, portanto, definem as taxas de juros,
relegando a um nível secundário todos os outros fatores, incluindo a demanda de moeda por
motivos transacionais. São as taxas de juros, portanto, juntamente com as expectativas de
longo prazo, que determinam o nível de investimento, que, por sua vez, por meio do
mecanismo multiplicador, determina renda e emprego.
 ATENÇÃO
Essa dinâmica de relações hierárquicas contrasta com o esquema geral de equilíbrio
econômico, em que cada variável depende de todas as outras variáveis e de todos os
parâmetros do sistema.
AS ASSIMETRIAS DA ECONOMIA POLÍTICA
EM UM MERCADO ABERTO
A Teoria geral analisou o caso de um sistema econômico fechado, ou seja, sem relações
comerciais com outros países. Isso é útil tanto como uma simplificação teórica quanto para
estabelecer alguns princípios válidos para os países industrializados.
NO ENTANTO, OS RESULTADOS DE UMA ECONOMIA
FECHADA NÃO PODEM SER AUTOMATICAMENTE
ESTENDIDOS PARA UMA ECONOMIA ABERTA, ONDE,
POR EXEMPLO, UMA REDUÇÃO NOS SALÁRIOS
REAIS PODE TER EFEITO POSITIVO SOBRE O
EMPREGO AO AUMENTAR A COMPETITIVIDADE DOS
PRODUTOS NACIONAIS SOBRE PRODUTOS
ESTRANGEIROS.
Dessa forma, a relação inversa entre salários e emprego da teoria clássica poderia ser
estabelecida. Um país pode favorecer o seu próprio desenvolvimento e reduzir transações
comerciais com outros países com as chamadas políticas de empobrecimento do vizinho ― um
jogo de soma zero, em que os ganhos de um país são as perdas de algum outro.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, em julho de 1944, Keynes participou da conferência
realizada em Bretton Woods: uma tentativa de delinear regras do jogo econômico internacional
favorecendo a cooperação entre países. Acreditava-se que o problema do desemprego era
suscitado pelo progresso técnico, possibilitando a obtenção da mesma quantidade de produto
com um número cada vez menor de trabalhadores.
O problema pode se tornar socialmente explosivo na ausência de políticas adequadas para
gerir a economia. Além disso, a partir da teoria desenvolvida para uma economia fechada,
Keynes foi capaz de sustentar que as políticas de empobrecimento do vizinho envolvem uma
simples redistribuição dos custos de uma crise mundial, sem oferecer qualquer contribuição
para sua solução.
SEGUNDO KEYNES, O SISTEMA ECONÔMICO
INTERNACIONAL DEVE SER ORGANIZADO NÃO
APENAS PARA FACILITAR O DESENVOLVIMENTO DO
COMÉRCIO, COM CONVERSIBILIDADE DE MOEDA E
TAXAS DE CÂMBIO ESTÁVEIS, MAS TAMBÉM PARA
SUSTENTAR O CRESCIMENTO ECONÔMICO MUNDIAL.
Para isso, as regras do jogo internacional devem evitar qualquer assimetria de ações por parte
de países com superávit ou déficit na balança comercial. Keynes pensou que um sistema
monetário internacional equilibrado deve definir a liquidez internacional por meio da emissão,
por parte de uma organização supranacional, de uma moeda internacional (o Bancor).
MICHAEL KALECKI
Michal Kalecki (1899-1970) pode ser consideradoum precursor das ideias de Keynes, com
alguns artigos publicados em polonês imediatamente antes da publicação da Teoria geral.
Também divergia da análise marginalista tradicional, que se baseava na noção de equilíbrio
entre oferta e demanda e na tese de uma tendência para o pleno emprego.
O conjunto de relações entre renda, consumo, poupança e investimentos que Kalecki propôs é
semelhante ao de Keynes, tanto ao considerar o pleno emprego como um caso limítrofe em
vez do geral, quanto na atribuição de papel central às despesas autônomas e, em particular, às
decisões de investimentos.
As diferenças foram, no entanto, significativas. Incerteza e expectativas, cruciais em Keynes,
estavam praticamente ausentes do trabalho de Kalecki, onde também faltava uma teoria
elaborada dos mercados financeiros.

Kalecki, apesar de mostrar sinais ― especialmente em seus trabalhos iniciais ― de influência
marshalliana, incorporou à sua análise mecanismos como o princípio do custo total, que
permite conexões com teorias modernas de mercados não competitivos.
Além disso, Kalecki estendeu sua estrutura formal para lidar com problemas de ciclos de
negócios e desenvolvimento e conectou tais teorias com a análise da distribuição de renda
entre as classes sociais.
A NOVA ESCOLA DE CAMBRIDGE
Naturalmente, o impacto da Teoria geral de Keynes foi particularmente forte em Cambridge. O
papel dos alunos diretos de Keynes, como Richard Kahn (1905-1989) e Joan Robinson (1903-
1983), foi reforçado por outros, como Nicholas Kaldor (1908-1986).
 ATENÇÃO
Outro que se destaca é Piero Sraffa que, embora próximo de Keynes, seguiu um caminho de
pesquisa autônomo. Todos esses protagonistas e muitos outros, do marxista britânico Maurice
Dobb (1900-1976) ao norte-americano Richard Goodwin (1913-1996), constituíram a nova
escola de Cambridge (assim chamada para distingui-la da antiga Escola de Cambridge, de
Marshall e seus alunos), um centro intelectual relevante, principalmente nas décadas de 1950 e
1960.
O colaborador mais próximo de Keynes foi Richard Kahn. Aluno e depois professor em
Cambridge, no início dos anos 1930, Kahn contribuiu com um elemento crucial para o aparato
analítico de Keynes com sua teoria que conectou as mudanças no emprego às mudanças nas
despesas autônomas (investimentos, despesas públicas, exportações): uma relação que
pressupunha a existência de trabalhadores desempregados.
PARA TODOS OS ECONOMISTAS DAQUELA ÉPOCA,
ISSO ERA UM FATO QUE CONTRADIZIA UM PRINCÍPIO
CENTRAL DA TEORIA DOMINANTE, A TENDÊNCIA
AUTOMÁTICA PARA O PLENO EMPREGO. KAHN
COMEÇOU UM AFASTAMENTO GRADUAL DESSA
TEORIA POR MEIO DE SUA PESQUISA SOBRE “A
ECONOMIA DO CURTO PRAZO”.
Kahn também fez contribuições importantes sobre a teoria monetária, em parte por meio de
sua influência no famoso Relatório Radcliffe (1959), que desenvolveu uma visão keynesiana
do funcionamento dos mercados financeiros e o papel das ferramentas de política monetária.
RELATÓRIO RADCLIFFE (1959)
Refere-se a um relatório divulgado em 1959 por uma comissão que investigou o sistema
monetário britânico. As proposições do Relatório Radcliffe são fundamentadas nas teses de
que o nível da atividade econômica, representado pelo dispêndio agregado, não depende
apenas da quantidade de moeda disponível, mas também dos ativos que podem ser
convertidos em moeda em termos de um nível "tolerável" de taxas de juros.
Joan Violet Robinson (1903-1983) foi um dos principais nomes do keynesianismo. Entre suas
contribuições, vale citar The economics of imperfect competition (1933) e a tentativa de
estender a análise de Keynes para o longo prazo, com The accumulation of capital (1956),
onde ela ofereceu uma taxonomia de modelos de crescimento e uma análise da inter-relação
entre demanda efetiva e capacidade produtiva, já assumido como um elemento central no
famoso Modelo de Harrod-Domar (1939).
MODELO DE HARROD-DOMAR
O Modelo Harrod–Domar é um dos primeiros modelos pós-keynesianos de crescimento
econômico. É usado na economia do desenvolvimento para explicar a taxa de crescimento de
uma economia em termos do nível de poupança e da produtividade do capital. O modelo foi
desenvolvido independentemente por Sir Roy F. Harrod em 1939 e Evsey Domar em 1946.
Nicholas Kaldor (1908-1986), nascido em Budapeste e naturalizado britânico, foi especialista
da Comissão das Nações Unidas para a Europa no período do pós-guerra, consultor de muitos
países em desenvolvimento e do governo britânico. Ele contribuiu ao corpo teórico da escola
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de Cambridge com uma teoria da distribuição de renda, na qual a distribuição entre salários e
lucros dependia da propensão a poupar dos capitalistas e da taxa de crescimento da
economia.
ESSA TEORIA FOI, ENTÃO, ACOMPANHADA DE
TEORIAS DE ACUMULAÇÃO BASEADAS EM IDEIAS
KEYNESIANAS E CLÁSSICAS (RICARDIANAS) EM
VERSÕES SUCESSIVAS DE UM MODELO DE
CRESCIMENTO DESENVOLVIDO POR KAHN, EM QUE
ELE BUSCOU REPRESENTAR OS PRINCIPAIS FATOS
ESTILIZADOS DAS ECONOMIAS CAPITALISTAS
DESENVOLVIDAS.
INFLUÊNCIAS SOBRE KEYNES
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
 Descrever as principais ideias relacionadas à “economia evolucionária”
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
"EVOLUÇÃO" É UM TERMO MUITO POPULAR
ATUALMENTE. É APLICADO EM TODOS OS TIPOS DE
CONTEXTOS SOCIAIS, ENTÃO POR QUE NÃO NA
ECONOMIA?
O conceito de “evolução” é amplo, e a definição formal usada na biologia nem sempre é usada
para o estudo da economia e outras ciências sociais.
A concepção mais famosa de evolução é a teoria da “seleção natural” de Charles Darwin
(1809-1882), de 1859, aplicada à evolução das formas de vida no planeta.
A ideia básica é que os organismos cujas características inatas são mais adequadas ao seu
ambiente geralmente viverão mais e se reproduzirão com mais frequência do que as criaturas
menos adequadas.
Consequentemente, ao longo do tempo, por meio da reprodução sexuada e da competição por
recursos, os mais adaptados irão prosperar, e os menos adaptados, desaparecer. É claro que o
processo nunca termina porque as mutações genéticas significam que novos organismos com
os conjuntos de atributos completamente novos e talvez "mais adequados" aparecem
recorrentemente e desafiam as espécies mais antigas.
 VOCÊ SABIA
Uma teoria concorrente da evolução é a teoria da “seleção adaptativa”, de Jean-Baptiste de
Lamarck (1744-1829), de 1809. O argumento de Lamarck sustenta, de forma semelhante, que
espécies com características mais adequadas ao seu ambiente irão prosperar. No entanto, ao
contrário de Darwin, Lamarck argumentou que as espécies podem "se adaptar" ao seu
ambiente durante suas vidas, e que essas "adaptações" serão transportadas através da
reprodução. Mudanças de comportamento ou características, e não "mutações" aleatórias
como na teoria de Darwin, são o motor da evolução no esquema lamarckiano.
A biologia moderna abrange apenas o processo darwiniano, mas no contexto das ciências
sociais, incluindo a economia, o processo lamarckiano pode ser uma ferramenta analítica útil.
Na última parte do século XIX, economistas e outros cientistas sociais começaram a recorrer a
analogias entre organismos em um ambiente e pessoas na sociedade. O mais proeminente
dentre eles foi Herbert Spencer (1820-1903).
Spencer inspirou economistas como William Graham Sumner (1840-1910) e Simon Nelson
Patten (1852-1922) a usar a analogia “evolucionária” ― argumentando que a economia
capitalista era um “organismo delicado” formado por “livre contrato” e que as tentativas do
governo ou sindicatos de interferir com sua “evolução natural” seria desastroso.
Outros economistas ficaram mais entusiasmados com as possibilidades de substituir a analogia
do “equilíbrio mecânico”, emprestada da Física ― que sustentava virtualmente toda a
economia da época ― por uma analogia evolucionária, trazida da biologia.
Alfred Marshall chamou a biologia de “a Meca do economista”, mas ele mesmo fez pouco a
respeito. Em um famoso artigo, ThorsteinVeblen (1857-1929) convenceu seus colegas
economistas a abraçarem uma abordagem evolucionária. Embora Veblen tenha omitido os
detalhes de como seria essa teoria, ele descreveu como ela deveria ser. Veblen criticou a teoria
neoclássica por supor que os agentes individuais são “motores primários” intencionais e que o
processo econômico “termina” em um equilíbrio bem-comportado.
Os indivíduos, argumentou ele, são governados por todos os tipos de instintos e hábitos,
alguns propositais, outros não. Os agentes criam instituições sociais e suas próprias vontades
e desejos são, por sua vez, influenciados por elas. O resultado não é um “estado de equilíbrio”,
mas um processo de evolução contínua entre os agentes individuais e as instituições
socioeconômicas.
HERBERT SPENCER
O biólogo e filósofo social Herbert Spencer foi um grande rival de Charles Darwin. Sua teoria
da evolução precedeu a de Darwin, mas logo foi ofuscada por causa da ausência de uma teoria
efetiva da seleção natural ― embora tenha sido Spencer, e não Darwin, quem popularizou o
próprio termo “evolução” e cunhou a expressão “sobrevivência do mais forte”. Embora não
tenha mais influência na biologia, sua teoria da evolução continua importante para a psicologia
e a sociologia.
Seu “darwinismo social” influenciou os primeiros economistas evolucionistas (ou
evolucionários), como Thorstein Veblen, e, mais recentemente, foi adotado por apologistas
americanos como William Graham Sumner e Simon Nelson Patten (falaremos mais sobre os
apologistas!).
ECONOMIA EVOLUCIONÁRIA MODERNA
Muitos membros da Escola Institucionalista Americana abraçaram a visão de Veblen. Mas,
tentar especificar os detalhes de um processo evolutivo não era fácil. Como resultado, grande
parte da pesquisa resultante permaneceu limitada ― enfatizando a parte sobre as instituições
que afetam o comportamento, mas sem explorar como elas foram realmente criadas.
FRANK H. KNIGHT (1885-1972), EMBORA ACEITASSE
AS IDEIAS DE VEBLEN SOBRE OS HOMENS E A
SOCIEDADE, ACHAVA QUE MOLDAR O PROCESSO
EVOLUTIVO DE FORMA EXPLÍCITA ERA UMA TAREFA
IMPRATICÁVEL E INFRUTÍFERA. “A HISTÓRIA DEVE
SER SENTIDA, NÃO TRAÇADA”, ESCREVEU.
Um economista que tentou “traçar a história” foi Karl Marx (1818-1883). No entanto, embora
Marx tivesse uma teoria da história, ela não era baseada na analogia biológica. Para Marx, a
história era um progresso de estágios de desenvolvimento marcados por mudanças dramáticas
repentinas. Essas não eram exógenas, mas “geradas” pelas contradições internas do estágio
anterior.
ESCOLA INSTITUCIONALISTA AMERICANA
A Escola Institucionalista Americana, do início do século XX, teve como foco a compreensão
dos papéis do processo evolucionário e das instituições na formação do comportamento
econômico. Seu principal expoente foi Thorstein Veblen.
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Joseph Schumpeter (1883-1955) seguiu Marx em sua teoria “evolucionária”. O sistema de
Schumpeter nunca se estabiliza totalmente, mas é marcado por ondas de inovação técnica.
Assim, como a teoria da evolução de Marx-Schumpeter não está conectada com a darwiniana
ou lamarckiana, podemos colocá-la como um terceiro tipo, ainda distinto, da teoria da evolução.
Um quarto tipo da teoria da evolução foi promovido por Friedrich Hayek (1899-1992). A
abordagem de Hayek é considerada divergente porque usa sociedades e grupos como
unidades de seleção.
RETOMADA NOS ANOS 1950
OS APOLOGISTAS NORTE-AMERICANOS
A expressão “apologistas americanos” é usado para descrever economistas e cientistas sociais
norte-americanos conservadores do fim do século XIX e início do século XX.
 ATENÇÃO
Houve economistas americanos anteriores de considerável reputação, como Henry C. Carey
(1793-1879) e Daniel Raymond (1786-1849), que também tinham uma visão de protecionismo
nacional. Mas, com algumas exceções, as universidades norte-americanas estavam fora do
alcance de economistas com esse tipo de visão.
Nas mãos de acadêmicos, muitos deles clérigos, a ciência econômica ministrada nas
faculdades norte-americanas (sob o tema “filosofia moral”) pouco se desviou da escola clássica
britânica. Os “clericais clássicos” importaram sua teoria econômica básica dos ricardianos
britânicos e adotaram as doutrinas do laissez-faire e do livre-comércio. Mas, muitas vezes,
contribuíram para essas doutrinas.
Uma ciência econômica norte-americana moderna e distinta, combinando os aspectos do
sistema anterior e das tradições clericais, se desenvolveu na década de 1870 com o trabalho
de Francis A. Walker (1840-1897). Nas décadas seguintes, o cenário econômico americano foi
dominado por uma “ortodoxia” frágil que se seguiu a Walker. Essa ortodoxia era um tanto
quanto teoricamente vaga, oscilando entre a teoria econômica clássica e a neoclássica. Era no
trabalho aplicado e na postura política que eles se distinguiam com mais clareza.
O último quarto do século XIX foi uma época particularmente desafiadora para os Estados
Unidos. Pânicos financeiros, crises agrícolas, a ascensão da ferrovia e de indústrias mudaram
o cenário econômico norte-americano. A concentração da propriedade e os métodos
predatórios das novas indústrias geravam preocupações.
Chegou a haver conflitos com derramamento de sangue, especialmente na década de 1880.
Foi também nessa época que reformistas progressistas norte-americanos, como Henry George
(1839-1897), começaram a se tornar ativos. Os economistas foram chamados a tomar partido.
O sistema universitário norte-americano era dominado por apologistas do status quo. Simon
Newcomb (1835-1909), na Johns Hopkins; John Bates Clark (1847-1938), em Columbia; J.
Laurence Laughlin (1850-1933), em Chicago; Charles Dunbar (1830-1900) e Frank Taussig
(1859-1940), em Harvard; Arthur T. Hadley (1856-1930) e William Graham Sumner (1840-
1910), em Yale, todos se levantaram para defender a nova era industrial e condenar os
sindicatos e as causas populares. As universidades do interior, como Wisconsin e Michigan,
tinham um tom mais progressista.
 ATENÇÃO
É importante notar que muitos dos apologistas norte-americanos não eram liberais típicos, mas
defendiam o protecionismo do “sistema americano”. Antes da década de 1870, a América tinha
um sistema capitalista incipiente, mas com raízes fortes, com pequenas fazendas de
manufatura e proprietários livres, e, em segundo plano, um governo moderado. O capitalismo
estava bem fundamentado nos Estados Unidos.
O que os apologistas tinham de defender era o novo capitalismo industrial ― dominado por
grandes corporações ― que ameaçava derrubar esse equilíbrio socioeconômico.
Fazendeiros falidos, artesãos e legiões de imigrantes se tornaram uma mão-de-obra fragilizada
sob o comando de "capitães da indústria" como Vanderbilt, Gould, Carnegie, Mellon,
Rockefeller, Guggenheim e outros.
Esses economistas tinham que explicar ao país como práticas predatórias e ostentações de
riqueza ainda poderiam ser consideradas éticas.
A indignação popular contra os detentores do capital foi canalizada por progressistas como
Henry George (1879) e o movimento chamado de "Imposto Único".
E, para uma população que, apenas um século antes, havia lutado em uma revolução contra
as práticas mercantilistas britânicas, os apologistas tiveram que explicar por que um governo
quase abertamente corrupto deveria ter permissão para usar seu poder para reprimir sindicatos
e organizações de agricultores, colocar controles estritos sobre a oferta de moeda, usar
regulação para minimizar a competição entre as corporações e lançar barreiras comerciais
para satisfazê-los. Essas foram posições que muitos liberais europeus teriam criticado.
Os apologistas norte-americanos tinham uma característica peculiar: uma tendência para fazer
apelos a argumentos religiosos e morais para defender o status quo. Eles frequentemente
afirmavam que as "leis eternas da economia" foram dadas por Deus, eram justas, e que
qualquer tentativa de interferir com elas por meio de, por exemplo, legislaçãoantitruste,
merecia ser condenada por motivos morais.
 IMPORTANTE
Alguns apologistas, notavelmente William Graham Sumner, eram darwinistas sociais: eles
apelaram à teoria da evolução para defender as "leis naturais" da economia, aquele
"organismo delicado" criado pelo contrato livre e liderado pelos capitães "mais aptos". É por
isso que estamos estudando os apologistas: são uma das principais ilustrações do pensamento
evolucionário em economia.
Embora fossem exclusivamente norte-americanos em muitos aspectos, os apologistas
possuíam alguns correspondentes anteriores do outro lado do Atlântico. Na Grã-Bretanha,
Harriet Martineau, Nassau Senior, Herbert Spencer e vários dos marshallianos de Cambridge
adotaram argumentos semelhantes. Alguns dos membros da Escola Liberal Francesa, embora
mais fielmente "liberais" do que os norte-americanos, ainda assim adotaram posturas políticas
que flertavam com o apologismo.
Após a Guerra Civil Americana (1861-1865), os republicanos, sob a influência de Henry Carey,
tiveram domínio político e, sendo defensores do protecionismo econômico, garantiram a
manutenção de altas tarifas de comércio internacional.
Quando os democratas, a favor do livre-comércio, finalmente conquistaram a presidência em
1885, os liberais norte-americanos, como Edward Atkinson, Horace White e Charles F. Adams
Jr., conseguiram espaço.
No entanto, as décadas de 1870 e 1880 também viram a chegada de uma safra de jovens
acadêmicos norte-americanos que haviam obtido seu doutorado em universidades alemãs e,
consequentemente, foram educados nos métodos e na filosofia da Escola Histórica Alemã.
Esta "Nova Geração" de historiadores incluiu Richard T. Ely, Henry C. Adams, E. R. A.
Seligman e Simon N. Patten.
Era vista como uma "nova escola" com abordagem estatal-corporativista da política econômica.
Eles foram o núcleo da escola institucionalista norte-americana que acabou substituindo os
apologistas no início do século XX.
A BATALHA METODOLÓGICA E IDEOLÓGICA ENTRE A
"VELHA ESCOLA" DE APOLOGISTAS E A "NOVA
ESCOLA" DE HISTORICISTAS CHEGOU AO AUGE EM
1883, COM A FORMAÇÃO DO "CLUBE DE ECONOMIA
POLÍTICA", DOMINADO POR APOLOGISTAS COMO
NEWCOMB, LAUGHLIN E SUMNER.
Como reação, Richard Ely, em 1885, formou a American Economic Association (AEA).
 VOCÊ SABIA
A maioria dos apologistas recusou-se a aderir à AEA, acreditando ser "inclinada ao socialismo".
No entanto, a AEA conseguiu atrair, como seu primeiro presidente, Francis A. Walker ― que,
tendo sido pessoalmente hostilizado por Sumner em Yale, havia se transferido para o M.I.T.
(Massachussets Institute of Technology). Walker e Ely juntos desempenharam uma missão
conciliatória de unir a velha e a nova escola. Posteriormente, a AEA tornou-se uma associação
profissional mais séria, e hoje é uma das principais instituições acadêmicas de economia no
mundo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Procuramos abordar, neste tema, as principais teorias e conceitos envolvendo duas
importantes correntes da economia heterodoxa: economia keynesiana e economia
evolucionária. No primeiro módulo, estudamos sobre a teoria keynesiana, destacando as
principais contribuições do economista John Maynard Keynes para a ciência econômica. No
segundo módulo, estudamos as principais ideias de pensadores ligados à chamada “economia
evolucionária”.
 PODCAST
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
HENRY, W. S. The growth of economic thought. 3. ed. Durham: Duke University Press, 1991.
BLAUG, M. Economic theory in retrospect. 4. ed. Cambridge University Press, 1990.
EXPLORE+
Para saber mais sobre a evolução do pensamento econômico, além das referências listadas
acima, acesse o site The History of Economic Thought Website, que compila as principais
escolas de pensamento e seus expoentes.
CONTEUDISTA
Flavio Luiz Alves Flores de Moraes
 CURRÍCULO LATTES
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