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Existem diferenças entre o perfil da força de trabalho e o risco de acidentes de trabalho se considerarmos as diferenças de gênero no Brasil? Grupo 6: -Beatriz Cabral Teixeira -Beatriz de Sá Soares -Christopher Raimundo -Fernanda de Oliveira Dondé -Henrique Pedro da Silva Neto Tema 1 Introdução ● Artigo 19 da Lei nº 8.213/91 → "Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho" ● São previsíveis e evitáveis! ● Problemática da saúde pública → causa prejuízos aos trabalhadores e empregadores e afeta a economia do país ● Objetivo da pesquisa → análise quantitativa e qualitativa do perfil da força de trabalho e do risco de acidentes de trabalho no Brasil, se considerarmos as diferenças de gênero, no período 2010-2019 ● Dados → Infologo AEPS - Base de Dados Históricos da Previdência Objetivo Geral ● Conhecer as diferenças entre o perfil da força de trabalho e o risco de acidentes de trabalho se considerarmos as diferenças de gênero no Brasil no período 2010-2019 Realizar o levantamento no banco de dados da Previdência Social sobre o perfil da evolução temporal da força de trabalho empregada e do risco de acidentes segundo gênero, no período 2010-2019 Identificar o número de acidentes de trabalho no Brasil, por gênero, no período 2010-2019 Elaborar e realizar uma análise crítica dos dados apresentados nas tabelas e ilustrá-los em gráficos 01 02 03 Objetivos Específicos Analisar os índices de acidentes de trabalho segundo gênero, no Brasil, no período 2010-2019 04 Metodologia ● Tipo de pesquisa → estudo ecológico com coleta de dados secundários acerca dos acidentes de trabalho por gênero no Brasil ○ abordagem quantitativa para a análise dos dados coletados ● População de estudo → trabalhadores brasileiros de ambos os sexos, de qualquer idade, residentes em todas as Unidades da Federação, exercendo atividade laboral relacionada a todas as divisões do CNAE 2.0, que estejam inseridos na economia formal ● Local de estudo → território brasileiro ● Procedimento de coleta → dados do Anuário Estatístico da Previdência Social (AEPS), disponível em <http://www3.dataprev.gov.br/infologo/> ● Variáveis → gênero e ano ● Aspectos éticos → estudo do tipo ecológico, baseado em dados secundários de domínio público, sem a identificação dos participantes ○ não foi realizada a submissão e apreciação do projeto pelos Comitês de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos http://www3.dataprev.gov.br/infologo/ Resultados ● Contribuintes do sexo masculino: ○ 33.438.794 em 2010 ○ aumento até 2014 ○ redução 2017 ○ elevação até 2019 ○ 37.412.300 em 2019 → +11,88% ● Acidentes do sexo masculino: ○ 508.386 em 2010 ○ aumento até 2011 ○ redução até 2017 ○ oscilações nos anos de 2017-2019 ○ 383.560 em 2019 → -24,55% ● Contribuintes do sexo feminino: ○ 24.805.140 em 2010 ○ aumento até 2014 ○ redução até 2017 ○ elevação até 2019 ○ 31.855.717 em 2019 → +28,42% ● Acidentes do sexo feminino: ○ 201.086 em 2010 ○ aumento até 2014 ○ redução até 2017 ○ aumento até 2019 ○ 198.804 em 2019 → -1,13% Resultados ● número de contribuintes do sexo masculino maior do que o do sexo feminino em todo o período estudado ● entretanto, houve redução nessa diferença ● 8.633.645 homens contribuintes a mais em 2010 ● 5.556.583 homens contribuintes a mais em 2019 → -35,64% na diferença Resultados ● Acidentes sofridos por homens maior em todo o período estudado! ● Dado feminino → constante, com leves oscilações, ● Dado masculino → redução ● 307.300 homens a mais se acidentando em 2010 ● 184.756 homens a mais em 2019 → -39,88% na diferença ● Maior risco dos homens de se acidentarem! ● em 2010, os acidentes sofridos por homens representavam 71,66% dos acidentes → 2,53 vezes mais acidentes que as mulheres ● em 2019, homens sofriam 65,86% dos acidentes → 1,93 vezes mais que as mulheres Resultados ● Incidência do sexo masculino: ○ em 2010, 15,2 acidentes por mil ○ diminuição até 2019 ○ 12,15 por mil em 2019 ● Incidência do sexo feminino: ○ 8,1 acidentes por mil em 2010, ○ diminuição até 2017 ○ oscilações entre 2017-2019 ○ 6,24 por mil em 2019 → 39,13% mais baixa que a taxa de incidência masculina Resultados ● Menor diferença segundo o gênero, em doenças do trabalho com CAT! ● Doença do trabalho com CAT do sexo masculino: ○ em 2010, foi de 9.892 ○ oscilações até 2014 ○ diminuição até 2019 ○ em 2019, 5.305 doenças ● Doença do trabalho com CAT do sexo feminino: ○ em 2010, teve 7.285 doenças ○ diminuição em 2011 e subida em 2012 ○ valor máximo em 2014 ○ diminuição até 2017 ○ leve subida em 2018 ○ menor valor em 2019 → 4.043 doenças Resultados ● Percentual muito próximo entre os sexos no ano de 2010! ● Pequeno aumento na desproporção! ● Diminuição na incidência em ambos os sexos! ● Incidência masculina: ○ em 2010, era de 2,96 a cada 10.000 ○ diminuição até 2019 ○ taxa de 1,42 a cada 10.000 em 2019 ● Incidência feminina: ○ em 2010, era de 2,94 a cada 10.000 ○ diminuição até 2019 ○ taxa de 1,27 a cada 10.000 em 2019 Resultados ● Trabalhadores sem carteira e por conta própria inversamente proporcional aos ocupados com vínculo! ● Subida da incidência da informalidade desde 2015! ● 39.3 milhões de pessoas da informalidade (41,6% do total de trabalhadores) em 2019! Discussão ● Aumento de 28,4% das contribuintes (feminino) e 11,8% (masculino) → maior participação das mulheres no mercado de trabalho ● Em 2019, os acidentes de trabalho (masculino) foi 52% maior comparado ao feminino → mais homens em cargos braçais e maior risco de acidente ● Os números de acidentes de trabalho (masculino) tiveram um importante decréscimo - cerca de 20%. ● Ministério do Trabalho e programas na prevenção de acidentes de trabalho ● Determinantes da ação preventiva: investigação, causas, treinamento de funcionários, uso de EPIs e EPCs e respeito às Normas Regulamentadoras (NRs) ● Nos dados de doença do trabalho com CAT, há uma diminuição de 46,88% na quantidade ● No período 2012-2019, há um aumento no número de trabalhadores sem carteira e por conta própria desde 2015 → mais informalidade ● 39.3 milhões de pessoas da informalidade, em 2019, que não estão presentes nos dados de doenças do trabalho com CAT Conclusão ● Homens somam um número maior de contribuintes em relação às mulheres ● O número de acidentes sofridos pelo sexo masculino é superior, justificado pela construção patriarcal da sociedade brasileira, grande demanda masculina em trabalhos braçais e de exposição física, falta de treinamento e uso indevido de EPIs e EPCs ● Destacou-se, no período estudado, que a quantidade de doentes do trabalho com CAT diminuiu, devido ao aumento no número de trabalhadores informais, principalmente, do sexo masculino ● Sobre a taxa de incidência de doenças do trabalho com CAT, houve uma maior queda a partir de 2015, coincidindo com o início da queda mais abrupta no número de população com vínculo de trabalho formal ● A discussão sobre as razões de ocorrerem mais ou menos acidentes em cada ano é abstrata → não existem dados ou pesquisas suficientes Referências Bibliográficas 1. 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