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Relações trabalhistas_ sindicatos


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DESCRIÇÃO
A formação do sindicalismo, bem como a atuação sindical e a luta por direitos t rabalhistas. O
mercado informal e a precarização da vida do t rabalhador.
PROPÓSITO
Reflet ir sobre a função do movimento sindical em relação ao mercado de t rabalho e ao
trabalhador, bem como sobre os processos de precarização do t rabalho, para at itudes mais
assert ivas em sua vida profissional.
PREPARAÇÃO
Levando em conta a riqueza e as múlt iplas possibilidades de análise do tema, é importante ter à
mão um bom dicionário de teoria polít ica – indicamos o Dicionário de política, de Norberto
Bobbio – ou mesmo de Filosofia, como o de Abbagnano. Ambos estão disponíveis em versão
digital.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Dist inguir as etapas de formação do movimento sindical com as diferentes demandas dos
trabalhadores
MÓDULO 2
Descrever a estrutura sindical no Brasil
MÓDULO 3
Ident ificar os processos de precarização do t rabalho e sua relação com a informalidade
INTRODUÇÃO
Estamos prestes a aprender sobre a origem e função dos sindicatos e sua atuação em defesa
dos direitos dos t rabalhadores. Faremos um percurso histórico para conhecer as demandas dos
trabalhadores em diferentes épocas, e as inspirações ideológicas que moveram a organização
dos t rabalhadores até chegarem nos modelos de sindicatos que conhecemos.
Analisaremos como os patrões e o Estado lidaram, ao longo do tempo, com o movimento
sindical, ident ificando as causas dos conflitos e das aproximações entre esses segmentos.
Estudaremos como alguns direitos dos t rabalhadores foram conquistados pela atuação direta
dos sindicatos, e como a polít ica neoliberal tem criado instrumentos que precarizam a vida do
trabalhador, especialmente com o aumento da informalidade. Nesse mesmo contexto,
conheceremos como o movimento sindical enxerga os t rabalhadores informais e o que tem feito
nesse sent ido.
Mas você poderia perguntar: o sindicalismo afeta a minha vida cot idiana? Se você olhar para sua
realidade, como profissional (ou futuro profissional), com atenção, perceberá os seguintes
pontos: o aumento salarial resultante da negociação do sindicato de sua categoria com os
patrões; tentar chegar a um lugar e não conseguir por causa de uma greve ou uma manifestação
pública; se, no seu t rabalho, as folgas, férias, o descanso e os cuidados com a insalubridade são
garant idos, enfim, são diversos os exemplos.
Agora, vamos conhecer mais sobre a origem dos sindicatos e sua função.
MÓDULO 1
 Distinguir as etapas de formação do movimento sindical com as diferentes demandas
dos trabalhadores
TRABALHADORES SE ORGANIZAM E LUTAM
Poderíamos iniciar uma breve memória sobre a organização e luta dos t rabalhadores desde a
Baixa Idade Média na Europa (séc. XI ao séc. XV), com o renascimento das cidades provocando o
aumento da oferta de mão de obra. Essa realidade est imulou o crescimento de ant igas
profissões e a criação de novas at ividades profissionais.
Com o aumento dos t rabalhadores, houve a necessidade de se organizarem em torno de suas
necessidades e demandas. Nascem, assim, as corporações de ofício, cada uma com seus
regulamentos, suas at ribuições e seus símbolos dist int ivos.
O TERMO OFÍCIO DESIGNAVA O EXERCÍCIO POR
OBRIGAÇÃO DE ALGUM TIPO ESPECIALIZADO DE
TRABALHO; O REALIZADO MANUALMENTE E/OU COM O
AUXÍLIO DE INSTRUMENTOS ERA CONHECIDO COMO UM
“OFÍCIO MECÂNICO”. O “OFICIAL MECÂNICO” TAMBÉM
ERA CHAMADO DE “ARTISTA MECÂNICO” OU ARTESÃO,
DERIVANDO-SE DESTA DESIGNAÇÃO AS DENOMINAÇÕES
DE ARTISTA E ARTÍFICE, VERBETES QUE TÊM, ENTRE
DICIONARISTAS DOS SÉCULOS XVIII E XIX, ACEPÇÕES
SOBREPOSTAS.
(REIS, 2006, p. 12)
 Palácio mercant il em Bologna.
Era comum que as corporações também funcionassem como escolas de aprendizagem
profissional, est imulando a entrada de aprendizes que ficavam sob a tutela de seus mestres de
ofício para aprender a profissão.
Vamos conhecer as sociedades de art istas fundadas no Brasil?
 Fonte: Secretaria de Cultura da Bahia
No Brasil, colonizado a part ir do séc. XVI, somente em 1832 (especificamente na Bahia), se
const ituiu uma das primeiras associações de auxílio mútuo e de organização da classe operária
do país com a fundação da Irmandade de Nossa Senhora da Soledade Amparo dos
Desvalidos, cujos estatutos previam que deveria ser composta, exclusivamente, por negros
nascidos no Brasil, tornando-se um importante espaço de afirmação racial.
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 Medalha comemorat iva da Imperial Sociedade Auxiliadora das Artes. | Fonte: Museu Imperial
de Petrópolis
Em março de 1835, foi fundada a Sociedade Auxiliadora das Artes e Beneficente, na Corte, a
fim de t ratar do melhoramento das artes e de beneficiar os associados e suas famílias.
 Fonte: Prefeitura Municipal de Salvador
Em 1853, foi fundada, em Salvador, a Sociedade Montepio dos Art ífices da Bahia. Assim como a
Irmandade de Nossa Senhora da Soledade Amparo dos Desvalidos, t inha como objet ivo principal
prestar auxílio aos seus sócios ou familiares a part ir de um caixa formado pela contribuição
mensal de seus associados.
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 Fonte: PSTU
A Liga Operária, também fundada no Rio de Janeiro, t inha objet ivos mais pragmát icos que se
assemelham às funções dos sindicatos atuais, como reivindicar o aumento dos salários e a
diminuição das horas de t rabalho.
IRMANDADE DE NOSSA SENHORA DA SOLEDADE
AMPARO DOS DESVALIDOS
Sociedade Protetora dos Desvalidos (SPD) foi a primeira organização civil negra no Brasil,
fundada em 1832, por Manoel Victor Serra, um africano livre, cuja finalidade era a compra de
alforria e o pagamento de curso de formação profissional a ex-escravizados. Atualmente, a SPD
realiza ações para o desenvolvimento e a valorização da cultura afro-brasileira com objet ivo de
empoderamento da população negra e menos favorecida, atuando na promoção de igualdade e
combate ao racismo, buscando polít icas públicas e melhorias dos direitos das crianças, mulheres
e dos homens negros.
Fonte: SPD
SOCIEDADE AUXILIADORA DAS ARTES E
BENEFICENTE
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Vale conferir a Legislação Imperial (Decreto 6.869 de 23 de março de 1878), que aprova seus
estatutos.
LIGA OPERÁRIA
“A Liga era de certo modo uma sociedade de socorros mútuos sui generis, pois, além do auxílio
material aos sócios no caso de necessidade, visava procurar por todos os meios ao seu alcance
melhorar a sorte das classes operárias, int roduzindo melhoramentos em todos os ramos de
trabalho art íst ico e industrial, bem como propagar a instrução, como o meio mais eficaz de
esclarecer quer o operário, quer o art ista [...]. Outra part icularidade da Liga foi a intenção de ser
dirigida por uma representação que contemplasse os vários ofícios nela presentes, o que a
tornaria, na prát ica, uma precursora das federações operárias da Primeira República”.
(BATALHA, 1998, p. 56)
Essas sociedades de art istas, além de atuarem na valorização do t rabalho manual e na garant ia
de alguns direitos mínimos aos t rabalhadores filiados, também visavam proporcionar espaços de
sociabilidade e entretenimento para seus sócios, est imulando a realização de festas dançantes,
jogos e brincadeiras em suas sedes.
Somente a part ir do contexto da Revolução Industrial, na Inglaterra, no final do século XVIII e
começo do século XIX, forçando a subst ituição da produção manufatureira e artesanal pela
produção em massa de mercadorias, é que se pode falar de organização sindical dos
trabalhadores. Ali nascia o capitalismo contemporâneo e, também, o sindicalismo. Oriundo do
contexto da industrialização, o sindicalismo logo se expandiu para outras frentes de atuação que
demandavam organização e defesa dos t rabalhadores, como as at ividades campesinas.
 SAIBA MAIS
Art ista foi um termo largamente empregado para denominar os t rabalhadores manuais
especializados: sapateiros, pedreiros, marceneiros etc., que contavam com sociedades próprias
ou em conjunto.
AMPLIAÇÃO DAS REIVINDICAÇÕES E AS
PRIMEIRAS ORGANIZAÇÕES SINDICAISEsta é a função primeira dos sindicatos: impedir que o operário se veja obrigado a aceitar um
salário inferior ao mínimo indispensável para o seu sustento e o da sua família. E, para isso, era
necessária tal união.
OS SINDICATOS REPRESENTARAM, NOS PRIMEIROS
TEMPOS DO DESENVOLVIMENTO DO CAPITALISMO, UM
PROGRESSO GIGANTESCO DA CLASSE OPERÁRIA, POIS
PROPICIARAM A PASSAGEM DA DISPERSÃO E DA
IMPOTÊNCIA DOS OPERÁRIOS AOS RUDIMENTOS DA
UNIÃO DE CLASSE.
(ANTUNES, 1982, p. 14)
As primeiras formas de união entre t rabalhadores aparecem no movimento ludista, na Inglaterra,
por volta de 1811, caracterizado pela quebra de máquinas fabris por parte de operários e
pequenos artesãos do ramo têxt il. Em resposta às condições cruéis de t rabalho, o ludismo
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propunha provocar a quebra de máquinas das grandes indústrias para pressionar os
empregadores nas negociações, obter aumentos ou impedir a redução dos seus salários. Já os
pequenos artesãos aderiram ao movimento porque se viram diante de uma concorrência desleal,
uma vez que as grandes fábricas faziam tecidos mais baratos e em maior quant idade do que
eles, levando muitos artesãos a ficarem sem fonte de renda.
Em 1824, o Parlamento inglês permit iu, pela primeira vez, que os operários se unissem em
associações sindicais chamadas de Trade unions, cuja função era negociar os direitos dos
trabalhadores com os patrões, evitando que o operário atuasse isoladamente, o que poderia ser
desvantajoso para o t rabalhador. O salário também passou a ser fixado a part ir do lucro das
empresas, de modo que o t rabalhador teria aumentos que acompanhavam a produt ividade
industrial. Em 1830, surgiu a Associação Nacional para a Proteção do Trabalho, unindo todos os
sindicatos.
LUDISTA
O nome do movimento é derivado de Ned Ludd ou John Ludd. Ludd não era uma pessoa real, mas
um nome para indicar um líder imaginário, uma estratégia para preservar o anonimato dos
part icipantes. O ludismo, nome dado à revolta dos t rabalhadores ingleses, iniciou-se de maneira
desorganizada, sem liderança. Os part icipantes agiam à noite e cobriam os rostos para evitar o
reconhecimento. As informações eram espalhadas de boca a boca. As autoridades não sabiam
quem estavam tentando prender, e sequer conseguiam ident ificar os part icipantes.
POR UMA SOCIEDADE MAIS JUSTA
O movimento sindical, em seus primórdios, foi impactado por diferentes correntes de
pensamento:
REFORMISTAS
Com origem direta do tradeunionismo, eram contrários às ideias de revolução dos t rabalhadores
e atuavam apenas na defesa dos interesses imediatos, sem uma atuação polit icamente
engajada.
Influenciado pelas teorias anarquistas e revolucionárias, em 1838 surgiu o movimento cart ista,
que escreveu um documento chamado de Carta do Povo, no qual reivindicava, entre outras
coisas:
O direito do sufrágio universal secreto, permit indo que os operários e t rabalhadores
proletários pudessem votar;
O direito dos t rabalhadores em part icipar do Parlamento;
A limitação dos mandatos polít icos e a diminuição da jornada de t rabalho. Um dos líderes
do movimento, Bronterre O’Brien (1804-1864), afirmava que toda propriedade era um roubo,
pois havia sido construída por meio da exploração do rico em prejuízo do pobre.
SINDICALISMO CRISTÃO
Foi a tentat iva de a Igreja Católica afastar os t rabalhadores da influência socialista e, ao mesmo
tempo, conciliar os interesses do capitalismo com o t ratamento justo aos t rabalhadores, mas
sem reformar as estruturas mais profundas da sociedade e que geravam as desigualdades
sociais. Foi inspirado pela encíclica Rerum Novarum, do papa Leão XIII, de 1891.
ANARQUISMO OU SINDICALISMO REVOLUCIONÁRIO
Enfat izava a importância e a exclusividade dos sindicatos na emancipação da classe
trabalhadora, além de ser contrário a todas as formas de atuação do poder do Estado. Bakunin
(1814-1876), Proudhon (1809-1865), Kropotkin (1842-1921) e Malatesta (1853-1932) foram os
principais teóricos dessa corrente.
RERUM NOVARUM
“A sede de inovações, que há muito tempo se apoderou das sociedades e as tem em uma
agitação febril, devia, tarde ou cedo, passar das regiões da polít ica para a esfera vizinha da
economia social. Efet ivamente, os progressos incessantes da indústria, os novos caminhos em
que entraram as artes, a alteração das relações entre os operários e os patrões, a influência da
riqueza nas mãos de um pequeno número ao lado da indigência da mult idão, a opinião enfim mais
avantajada que os operários formam de si mesmos e a sua união mais compacta, tudo isto, sem
falar da corrupção dos costumes, deu em resultado final um temível conflito”.
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(LEÃO XIII, 1891, 1)
Mas foi o movimento socialista, contudo, que mais influenciou na organização dos t rabalhadores.
Ele teve diferentes vertentes:
SOCIALISMO UTÓPICO
Recebeu esse nome dos seus contestadores, entre eles Friedrich Engels (1820-1895), por
imaginarem uma sociedade ideal onde as t ransformações pudessem ocorrer por convencimento
e aceitação ampla da sociedade, sem as lutas de classe e as revoluções. As ideias que
embasam o socialismo utópico nasceram em meio aos conflitos, na Europa do século XIX, com
forte impacto do movimento revolucionário francês de 1848 chamado de “Primavera dos
Povos”. Conde de Saint-Simon, François-Charles Fourier e Robert Owen foram os principais
representantes.
SOCIALISMO CIENTÍFICO
Termo criado, em 1840, por Pierre-Joseph Proudhon para se referir a uma sociedade na qual o
governo toma decisões baseado na razão, ao invés da pura vontade e dos impulsos. Seus
principais representantes foram: Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels. Marx e Engels
achavam que o socialismo seria apenas uma etapa intermediária, porém necessária, para se
alcançar a sociedade comunista. Para isso, o primeiro passo seria a organização da classe
trabalhadora, e os sindicatos teriam um papel relevante.
CONDE DE SAINT-SIMON
Conde de Saint -Simon (1760-1825) era membro da nobreza francesa “esclarecida” e idealizava o
fim da exploração e da pobreza dos t rabalhadores. Defendia o lucro dos patrões desde que eles
assumissem compromissos sociais e se responsabilizassem por melhores condições de vida
para os t rabalhadores.
FRANÇOIS-CHARLES FOURIER
Charles Fourier (1772-1837) era comerciante, nasceu na França e defendia a criação de
associações para os operários e a organização deles em cooperat ivas. Crit icava a sociedade
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burguesa, que separava o t rabalho do prazer, e por isso idealizou os “falanstérios”, que seriam
prédios onde as pessoas t rabalhariam apenas no que gostassem. Defendeu a libertação da
mulher e a libertação sexual.
ROBERT OWEN
Robert Owen (1771-1858) era membro da burguesia inglesa, dono de uma indústria têxt il onde
começou a aplicar algumas mudanças nas relações de t rabalho: reduziu a jornada de t rabalho,
implantou escolas para os filhos dos t rabalhadores, construiu vilas operárias e concedia aumento
de salários regularmente.
Como veremos a seguir, os primeiros movimentos operários e sindicais, no Brasil, t iveram
influência direta dessas correntes ideológicas em vigor na Europa, especialmente o socialismo
“cient ífico” e o movimento anarquista.
ORGANIZAÇÃO SINDICAL NO BRASIL
Embora o Brasil já t ivesse várias experiências de sociedades e corporações de auxílio mútuo e
que também reivindicavam direitos aos seus membros, o surgimento dos sindicatos, no contexto
das mudanças capitalistas de relações de t rabalho, só ocorreu no final do século XIX –
momento de grande t ransformação polít ica (fim da monarquia e início da república) e social (fim
da escravidão) – com grande part icipação de imigrantes europeus, especialmente espanhóis e
italianos, que aqui chegavam trazendo suas experiências de t rabalhadores assalariados – ante
um país com forte ranço escravocrata – e engajados polit icamente. Jornais operários, panfletos
e outros meios de divulgaçãodas ideias operárias também t iveram grande importância na
difusão das ideias de cunho socialista e na organização sindical do país.
 Rua de São Paulo tomada por t rabalhadores com bandeiras vermelhas na greve geral de
1917.
O marco desse processo é a primeira greve geral que ocorreu no Brasil, em 1917, cujas
reivindicações incluíam: jornada de oito horas diárias de t rabalho; direito a férias; proibição do
trabalho infant il; proibição do t rabalho noturno para as mulheres e aposentadoria. Também t inha
uma pauta mais abrangente: fim da exploração capitalista e a implantação de uma sociedade
mais igualitária. A greve durou t rinta dias, e foi organizada pelos t rabalhadores da indústria e do
comércio com a part icipação de organizações operárias anarquistas.
 RESUMINDO
Como resultado da greve de 1917, os patrões aceitaram aumentar o salário, mas a principal
vitória dos t rabalhadores foi o reconhecimento do movimento operário como instância legít ima,
obrigando os patrões a negociarem com os representantes dos t rabalhadores – os sindicatos. O
trabalhador passa a entender-se como classe quando ident ifica-se com o “ambiente físico no
qual vivia, por um est ilo de vida e de lazer, por certa consciência de classe cada vez mais
expressa em uma tendência secular a afiliar-se a sindicatos e a ident ificar-se com um part ido de
classe” (HOBSBAWM, 1987, p. 273).
A relat iva liberdade e autonomia que os sindicatos conquistaram, nos anos iniciais da república,
sofreu um duro golpe na década de 1930, no governo de Getúlio Vargas (1882-1954), quando ele
passou a submeter os sindicatos ao controle do Estado.
Com o decreto nº 19.770, de 1931, Vargas passou o controle financeiro dos sindicatos ao
Ministério do Trabalho. Além disso, baixou uma série de proibições:

Realização de at ividades polít icas por parte dos sindicatos

Sindicalização dos funcionários públicos

Part icipação dos operários estrangeiros nos sindicatos
Getúlio Vargas ainda atuou para cooptar as principais lideranças sindicais a fim de evitar greves e
manifestações contrárias ao seu governo. Quando isso não era possível, perseguia e prendia os
líderes t rabalhistas e, em seu lugar, colocava lideranças que o apoiassem. Resultado: um
sindicalismo de fachada, também chamado de pelego, atendendo aos interesses do Estado.
Na década de 1960, as manifestações grevistas se intensificaram e o principal destaque foi a
realização do III Congresso Sindical Nacional, no qual foi criada a primeira central de
sindicatos: o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT). O período que antecedeu o golpe militar
de 1964 foi marcado por inúmeras greves e grande mobilização dos t rabalhadores urbanos em
busca de melhores salários e condições de t rabalho.
Algumas característ icas do movimento sindical entre o fim do governo Vargas e a ditadura
militar:
O número de greves aumentou de 31, em 1958, para 172, em 1963
As paralisações alcançaram também o setor público, antes proibido de se sindicalizar
As mobilizações grevistas saíram da região do moda ABC Paulista e se estenderam para outras
regiões do país
No campo, as coisas não eram tão diferentes. A atuação de grandes fazendeiros que invadiam e
expulsavam os pequenos proprietários, ou submet ia-os a desmandos, deu origem às ligas
camponesas, cujo objet ivo era organizar os t rabalhadores rurais e pequenos proprietários para
lutarem por seus direitos. As ligas camponesas, posteriormente, deram origem aos sindicatos
rurais.
Toda essa mobilização só foi interrompida pelo golpe militar de 1964, quando o governo passou
a interferir, inclusive com violência, nas ent idades sindicais. Cerca de 10 mil sindicalistas foram
presos no Brasil, durante a ditadura, por part iciparem ou organizarem greves e manifestações, ou
mesmo por serem considerados “subversivos”. Desse grupo, mais de duzentas pessoas foram
torturadas, muitas foram mortas ou ainda se encontram desaparecidas. O preso polít ico mais
famoso foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele foi preso duas vezes, uma em 1980 e
outra em 1981. A sua segunda prisão, que o encarcerou por 31 dias, reacendeu a greve de
metalúrgicos em São Bernardo do Campo, que já durava 17 dias e estava em vias de finalizar.
COMO VEREMOS A SEGUIR, EM REAÇÃO À DITADURA MILITAR E
EM RESPOSTA À NOVA ORDEM CAPITALISTA, SURGE, NOS ANOS
1980, UM NOVO SINDICALISMO, MAIS PLURAL E COM NOVAS
DEMANDAS.
NEOLIBERALISMO E REORDENAMENTO
SINDICAL
O novo sindicalismo surge em torno da atuação dos operários da indústria metalúrgica do ABC
Paulista ainda no contexto da ditadura, nos anos 1980. É chamado de “novo” porque possui t rês
marcos que o dist ingue do “ant igo” sindicalismo que exist ia até o fim dos anos 1970:
Forte oposição à legislação sindical (resquício da Era Vargas) e as polít icas salariais
baseadas no arrocho.
Uma polít ica sindical ant ipatronal e de oposição ao regime militar.
Ter por base o colet ivo dos t rabalhadores das fábricas ao invés de centrar apenas nas
lideranças sindicais.
Com essa linha, o movimento sindical se torna “novo” porque rompe, radicalmente, com a
estrutura sindical que ainda era at relada ao Estado, imposta por Vargas, e que, mesmo
quest ionada, até então nunca t inha sido combat ida.
 COMENTÁRIO
A fundação da CUT (Central Única dos Trabalhadores) foi o ponto alto de reorganização sindical,
pois era “composta nesse período pelas correntes sindicais mais at ivas, teve grande
expressividade no movimento operário dos anos 1980, organizando as greves gerais em oposição
às polít icas adotadas pelo governo brasileiro” (ANTUNES, 1982, p. 90).
As classes médias migraram para o apoio ao sindicalismo quando se viram desiludidas com os
resultados do “milagre econômico” da ditadura, e se chocaram com as denúncias de violência e
arbit rariedade do regime militar. Isso ampliou não só numericamente, mas também atraiu um
grupo de t rabalhadores que até então não era representado, inserindo-o no contexto polít ico.
O novo sindicalismo reorganizou a pauta reivindicatória e, ao mesmo tempo, o perfil do
movimento. Os principais pontos giraram em torno:
Do fim do imposto sindical e da burocracia sindical à época.
Das estratégias para garant ir o livre exercício da liberdade e autonomia sindical.
De assegurar formas de part icipação das bases nas decisões do sindicato.
De pautar-se contrário ao Estado capitalista e ao regime militar.
De denunciar as polít icas econômicas de arrocho e a exploração dos t rabalhadores.
ESSAS REIVINDICAÇÕES DETERMINARAM OS GRUPOS QUE SE
IDENTIFICAVAM COM O NOVO SINDICALISMO E AQUELES QUE
QUERIAM PERMANECER NAS VELHAS ESTRUTURAS.
As t ransformações polít icas e econômicas dos anos 1980 impuseram diversas lutas ao
movimento sindical, que se viu impelido a atuar em novos campos de ação e a dialogar com
novos atores polít icos e sociais. Tanto nos governos de José Sarney (1985-1990), quanto nos
governos Collor (1990-1992) e Itamar (1992-1995), mas, especialmente, com o governo
Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), o movimento sindical se ampliou com a retomada do
movimento estudant il e a entrada em cena dos movimentos sociais denominados de minorias:
mulheres, negros, homossexuais e sem-teto.
Outros sindicatos, englobando os grupos médios da sociedade, também levaram reivindicações
às ruas, envolvendo amplos segmentos sociais. Entraram em campo algumas pautas que
extrapolavam os direitos t rabalhistas e que ainda são vigentes, como a defesa da saúde pública
(período de const ituição do Sistema Único de Saúde (SUS)) e da educação pública de qualidade
(debates pelo fim do analfabet ismo e ampliação de vagas escolares e creches).
Dentre todos os movimentos que se organizaram com base no novo sindicalismo, talvez o de
maior expressão seja o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), resultado da perversa
concentração da propriedade da terra no país, uma herança do Brasil colonial. O MST tornou os
trabalhadores do campo protagonistas das própriaslutas, e incluiu outras demandas da
população rural, além da reforma agrária. A saúde, a educação, o saneamento e a elet rificação
rural foram alguns temas incorporados pelo MST.
EXPANSÃO CAPITALISTA E O CAMINHO DA
PRECARIZAÇÃO
Nos anos 1970, o capitalismo mundial entrou em uma profunda crise, e a década seguinte, 1980,
foi marcada pelas t ransformações que visavam reestruturar a ordem. Esse período é conhecido
pela expansão do toyot ismo na produção industrial mundial.
O toyot ismo surgiu nas indústrias automobilíst icas japonesas, mas logo os seus princípios foram
adotados pelo Ocidente e, mais do que isso, radicalizados, no processo de reestruturação
produt iva. Os princípios do toyot ismo são:
Racionalização do processo produt ivo
Aumento da produt ividade
Produção sob demanda
Intensificação do ritmo de t rabalho
Eliminação dos tempos “ociosos” do t rabalhador
As terceirizações dos contratos
NO BRASIL, O TOYOTISMO FOI IMPLANTADO NA DÉCADA DE 1990,
DEVIDO ÀS MOVIMENTAÇÕES OPERÁRIAS E ÀS GRANDES GREVES
NA DÉCADA DE 1980.
Com a ampliação das demissões ou terceirizações, os t rabalhadores que permaneceram foram
responsabilizados por múlt iplas tarefas a part ir do discurso da “polivalência” e
“mult ifuncionalidade” que mascara um maior acúmulo de tarefas, em um processo de
desespecialização do t rabalho (ALVES, 2000).
Ao mesmo tempo, os t rabalhadores eram convocados a defenderem as empresas a part ir da
ideia de uma “gestão part icipat iva”, na qual, supostamente, os empregados t inham poder de
decisão. Na mesma linha, foram implementados programas de part icipação nos resultados como
estratégia de cooptação dos t rabalhadores, vinculando o recebimento de uma remuneração
adicional anual ao cumprimento de metas de produção da empresa, o que aumentava o ritmo de
produção e, consequentemente, de t rabalho.
Devido à necessidade de sobrevivência e permanência no emprego, muitos t rabalhadores se
enquadravam e, em alguma medida, assimilavam o processo de t ransformações colocadas pelo
capital, sem, porém, que isso tenha anulado a consciência da exploração e repressão vivida por
eles, mesmo quando a resistência a essas prát icas de dominação não se expressava de forma
art iculada e coerente (LUCAS, 2009).
O modelo capitalista usou a ideia de existência de “interesses comuns” entre t rabalhadores e
patrões para at relar o t rabalhador à função produt iva e, por conseguinte, limitar a atuação dos
sindicatos na perspect iva do enfrentamento e do combate de massa, característ ica do “novo
sindicalismo”.
Esses fatores seriam ainda mais agravados no t ranscorrer dos anos 2000, com o
aprofundamento de polít icas neoliberais a part ir da ação do Estado, levando à instauração de
modelos cada vez mais precarizados de relações de t rabalho. Veremos, no próximo módulo, que
esses princípios produziram não só um esvaziamento no movimento sindical, mas também uma
limitação do poder de ação.
Nesse vídeo, Rodrigo Rainha, Dr. em História, nos ajuda a aprofundarmos um pouco mais sobre a
história dos sindicatos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
 Descrever a estrutura sindical no Brasil
SINDICATOS, FEDERAÇÕES, CONFEDERAÇÕES
E CENTRAIS SINDICAIS NO BRASIL
 Uma manifestação de vários sindicatos em Brasília.
SINDICATOS
No Brasil, os sindicatos só apareceram após o surgimento da Lei Áurea, em 1888, quando a
migração europeia chegava ao país em busca de uma nova economia. Apesar da abolição da
escravatura, o Brasil não t inha estabelecido os mesmos direitos para os t rabalhadores tal como
na Europa, cujos sindicatos já t inham certa força.
Portanto, a entrada de europeus no mercado de t rabalho brasileiro fez com que ocorresse uma
revisão nessa área. No período getulista, em 1930, os sindicatos foram submet idos ao controle
do Estado.
Esse período também foi responsável pela criação de:
Ministério do Trabalho.
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Previdência Social.
Imposto sindical obrigatório (abolido na Reforma Trabalhista de 2017).
O sindicato é uma associação de primeiro grau de t rabalhadores que pertencem à mesma
categoria. Seu objet ivo é representá- los e defendê- los, resguardando seus direitos laborais e
econômicos. Já sua at ividade está relacionada à defesa de certa colet ividade e ao zelo pela
just iça.
SINDICATO
O termo grego syndicos se refere àquele que tem a just iça como foco principal de sua defesa.
Já sindicus, em lat im, significa o sujeito (ou procurador) escolhido para defender os direitos de
determinado grupo. A palavra “sindicato” surge daí.
De acordo com as Leis do Trabalho, qualquer indivíduo pode associar-se a um sindicato para que
seus interesses profissionais sejam devidamente defendidos e, consequentemente, assist idos.
O Estado não pode interferir nele:
É LIVRE A ASSOCIAÇÃO PROFISSIONAL OU SINDICAL,
OBSERVANDO O SEGUINTE:
I - A LEI NÃO PODERÁ EXIGIR A AUTORIZAÇÃO DO
ESTADO PARA A FUNDAÇÃO DE SINDICATO,
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RESSALVADO O REGISTRO NO ÓRGÃO COMPETENTE,
VEDADAS AO PODER PÚBLICO A INTERFERÊNCIA E A
INTERVENÇÃO NA ORGANIZAÇÃO SINDICAL.
(BRASIL, 1988, art . 8º, inciso I)
Além da proibição de interferência, está estabelecido que ele sequer pode subsidiá- los. Por
conta disso, os sindicatos possuem independência financeira, o que revela ainda mais sua
liberdade. Ela, aliás, ainda indica outro aspecto: o da contribuição (o que antes era imposto
sindical).
Conforme o art igo 149 da Const ituição Federal de 1988 frisa, a chamada contribuição sindical
“compete exclusivamente à União inst ituir contribuições sociais, de intervenção no domínio
econômico e de interesse das categorias profissionais e econômicas, como instrumento de sua
atuação nas respect ivas áreas”.
 ATENÇÃO
Estados, Dist rito Federal e municípios poderão, segundo o parágrafo único do art igo em questão,
inst ituir uma contribuição para o custeio da previdência e da assistência social.
Até outubro de 2017, a contribuição sindical (de acordo com art igo 583 da CLT) era devida a
todos os t rabalhadores que fizessem parte de uma categoria (ou até mesmo de uma profissão
liberal). Todavia, a Lei n. 13.467/2017 (Reforma Trabalhista), ao lado da MP 873/2019,
estabeleceu outras condições, alterando os art igos 578, 579 e 582 da CLT.
A part ir daí:
O empregado deverá requerer o pagamento da contribuição sindical, autorizando-a de forma
prévia (por escrito), voluntária, individual e expressa (conforme dispõe o art igo 579 da CLT);
Essa autorização deverá ser feita de forma individual (preferencialmente contendo nome, cargo,
setor, CPF, CTPS e PIS do t rabalhador) e diretamente para o sindicato.
SE A CONTRIBUIÇÃO SINDICAL NÃO É MAIS OBRIGATÓRIA, COMO
ELA FICOU APÓS A REFORMA TRABALHISTA?
Até 2017, exist iam cerca de 16.720 sindicatos, sendo que 5.242 eram patronais (grupos
econômicos/empresas), enquanto os outros 11.478 eram de funcionários (grupos t rabalhistas)
separados em diversas categorias nos diferentes estados do país.
16.720 SINDICATOS
No site da Secretaria do Trabalho, do Ministério da Economia, é possível consultar as
ent idades cadastradas como sindicatos em nosso país.
O objet ivo dos dois sindicatos, segundo Morais (2020), é orientar seus associados, minist rar
palestrar, organizar reuniões etc. No caso específico dos sindicatos dos t rabalhadores, sua
função inclui a organização de greves (o que será destacado na próxima seção) e convenções
colet ivas.
 SAIBA MAIS
Só em 2017, informa Ferrari (2020), os sindicatos arrecadaram R$3,6 bilhões.
MAS PARA QUE SERVE ESSE DINHEIRO?
Os sindicatos o ut ilizam para:
Negociação de acordos colet ivos.
Part icipação na legislação t rabalhista.
Intervenção em ações judiciais.
Zelo pelas condições de t rabalho de cada associado.
Denúncia por abusos.
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No entanto, a falta de representat ividade sindical propiciou discussões sobre a contribuição. Em
2018, houve uma queda de 86% na arrecadação (de R$3,6 bilhões para R$500 milhões).
 EXEMPLOA CUT (Central Única dos Trabalhadores) havia arrecadado, em 2017, R$62,2 milhões, mas, no ano
seguinte, esse valor caiu para R$3,5 milhões. A Força Sindical, segundo Ferrari (2020), arrecadou
R$51,3 milhões em 2017; já em 2018, R$5,3 milhões.
O DECRÉSCIMO NA CONTRIBUIÇÃO PODE INDICAR POUCA
REPRESENTATIVIDADE NO SETOR SINDICAL?
Parece que sim! Além da carência de recursos financeiros, a falta de representat ividade,
apontam Rocha e Linhares (2018), const itui um fator preponderante em parte desse setor – e
isso ocasionou a queda de sua arrecadação sindical.
Druke (2006) ainda aponta que o papel polít ico-part idário dos sindicatos cooperou para o
afastamento de associados. A cooptação de alguns deles e de movimentos sociais por part idos
polít icos é outro estudo que tem sido discut ido, repercut indo na não contribuição sindical.
Com um olhar mais panorâmico, podemos perceber que essa situação se enquadra em um
contexto muito mais amplo:
OS TRABALHADORES NA SOCIEDADE OCIDENTAL
FORAM FORÇADOS A DESENVOLVER RECURSOS
INDEPENDENTES QUANDO PERDERAM A PROPRIEDADE
DE SEUS MEIOS DE TRABALHO. OS SINDICATOS E A
CONSCIÊNCIA DE CLASSE SÃO PARTE DESSES
RECURSOS, MAS A SOLIDARIEDADE GERADA PELA
CONVIVÊNCIA COMUM NAS FÁBRICAS E PELA VIVÊNCIA
DO CONFLITO DE CLASSES NÃO OCORREU PORQUE O
CAPITALISMO TERIA PRODUZIDO E DESENVOLVIDO
DIVISÕES ENTRE OS TRABALHADORES E CRIADO
MECANISMOS INSTITUCIONAIS PARA INTEGRÁ-LOS EM
SISTEMAS DEMOCRÁTICOS CAPITALISTAS.
(GOHN, 1997, p. 102)
MAS ISSO SIGNIFICA QUE OS SINDICATOS NÃO SÃO ÚTEIS?
Como já apontamos neste módulo, eles são importantes para assist ir os direitos dos
trabalhadores em uma democracia. O que não se mostra razoável é a contribuição para
determinado sindicato que não representa devidamente o t rabalhador.
FEDERAÇÃO, CONFEDERAÇÃO E CENTRAIS
SINDICAIS
Conceituaremos agora cada uma delas:
FEDERAÇÃO
Ent idade sindical responsável pelo agrupamento dos sindicatos da categoria representados por
meio de reivindicações e de lutas comuns. O sindicato que não est iver associado a alguma
federação estará isolado, tendo dificuldades em alcançar seus objet ivos.
PARA UMA ENTIDADE SE TORNAR UMA FEDERAÇÃO, SÃO
NECESSÁRIOS CINCO SINDICATOS.
CONFEDERAÇÃO
Agrupamento de pelo menos t rês federações, uma confederação representa suas categorias a
nível nacional, enquanto suas sedes, por lei, precisam estar sediadas no Dist rito Federal.
CENTRAIS SINDICAIS
Ent idades representat ivas dos t rabalhadores em geral – e não de categorias específicas. No
entanto, elas não se caracterizam como modelos corporat ivos.
Uma central sindical possui abrangência nacional e assume para si o papel de coordenar os
trabalhadores em seus interesses gerais.
 SAIBA MAIS
Há um projeto de lei (PL 5552/2019) – ou seja, ainda em t ramitação pelo Congresso Nacional –
que busca regulamentar o art igo 8º da Const ituição Federal que dispõe sobre a organização
sindical. Vamos conhecê- lo um pouco mais.
PL 5552/2019
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Você pode conferir o inteiro teor dessa proposta no site oficial da Câmara dos Deputados.
Ao t ratar da gestão sindical, esse PL facilita nosso entendimento acerca das característ icas e
do papel de federações e confederações:
§ 2º. A DIRETORIA DOS SINDICATOS SERÁ COMPOSTA,
NO MÍNIMO, POR TRÊS E, NO MÁXIMO, TREZE
MEMBROS, COM IGUAL NÚMERO DE SUPLENTES, COM
ATRIBUIÇÕES DEFINIDAS NO ESTATUTO.
§ 3º. ALÉM DO NÚMERO DE DIRETORES DEFINIDO NO
PARÁGRAFO ANTERIOR, OS SINDICATOS PODERÃO TER
AINDA UM DIRETOR A MAIS E SEU RESPECTIVO
SUPLENTE A CADA TREZENTOS REPRESENTADOS.
§ 4º. A DIRETORIA DA FEDERAÇÃO SERÁ COMPOSTA
POR UM MÍNIMO DE SETE DIRIGENTES ELEITOS, COM
IGUAL NÚMERO DE SUPLENTES, SENDO POSSÍVEL, O
ACRÉSCIMO DE MAIS 1 (UM) DIRIGENTE A CADA 5
(CINCO) SINDICATOS FILIADOS.
§ 5º. A DIRETORIA DA CONFEDERAÇÃO COMPÕE-SE DE
UM MÍNIMO DE NOVE DIRIGENTES, COM O MESMO
NÚMERO DE SUPLENTES, SENDO POSSÍVEL, NOS
TERMOS DO EDITAL, O ACRÉSCIMO DE MAIS 1 (UM)
DIRIGENTE A CADA 3 FEDERAÇÕES FILIADAS.
(BRASIL, 2019, art . 16)
A mesma legislação, ao falar de organização sindical, afirma em seu art igo 6°: “Às centrais
sindicais compete a coordenação da representação da classe t rabalhadora por intermédio e
apenas das ent idades sindicais a elas filiadas”.
O TRABALHADOR SINDICALIZADO E AS
NOVAS CONDIÇÕES DE TRABALHO
Como frisamos acima, a década de 1930 inaugurou um novo cenário polít ico no país. Pelo
regist ro histórico, pontua Antunes (1998), isso não ocorreu apenas nas diferentes clivagens da
esfera polít ica, já que os processos de industrialização e urbanização também foram
fundamentais nesse processo.
 Celebração, em outubro de 1930.
A expansão das cidades ajudou a criar uma plataforma complexa nas relações entre t rabalho e
capital. Desse modo, o acento no antagonismo entre operários e burgueses tornou-se maior.
Nesse aspecto, os t rabalhadores passaram a se associar a inst ituições sindicais e a exigir
melhores condições de t rabalho e de vida em um período de modernização intelectual e polít ica.
Essa modernização representava o fortalecimento do regime democrát ico por meio da
part icipação efet iva do povo.
Sem dúvida, as eleições livres e diretas configuravam a principal part icipação democrát ica da
população. Com o acesso a meios de comunicação (jornais, rádio e televisão), a classe
trabalhadora ganhava outras ferramentas para part icipar das decisões polít icas. No entanto,
deixaremos os fatores históricos reservados para outro momento.
Levando em consideração a atual situação dos sindicatos de t rabalhadores, que, a despeito da já
anunciada queda em sua arrecadação, ainda são muitos (mais de 11 mil), podemos est imar a
existência de um número expressivo de indivíduos que dependem da receita financeira sindical
para sua remuneração, como é o caso de advogados, médicos, dent istas, motoristas,
secretários, dentre outros.
A diminuição expressiva da contribuição afeta os compromissos com esses outros funcionários.
Sobrevém, portanto, uma crít ica à Reforma Trabalhista: a mudança abrupta engendrada por ela
desconsidera parte desse conjunto.
O sindicato, afinal, não precisa mais autorizar a homologação de rescisão de contrato que
possibilita o acesso ao FGTS, bem como aos benefícios do seguro-desemprego. Além disso, ele
taxa a empresa (empregador) pela homologação realizada pelo sindicato quando o funcionário
não é associado.
 EXEMPLO
De acordo com a Reforma Trabalhista, quando pede demissão e opta por sair da empresa em
comum acordo com o empregador, ele tem direito a receber uma multa de 20% sobre o
saldo/FGTS e ret irar até 80%; contudo, ele não terá mais direito ao seguro-desemprego.
A não obrigatoriedade do sindicato para a rescisão do contrato de t rabalho faz com que o
trabalhador perca sua assistência, cujo objet ivo era verificar se os detalhes econômicos da
rescisão (verbas pagas) estavam devidamente em acordo com a lei e o contrato. A não
intervenção sindical contribuiu para a dispensa colet iva com o mesmo molde individual.
O QUE ISSO REPRESENTA?
Agora não é mais necessária uma negociação entre a empresa e o sindicato – situação que,
antes da reforma de 2017, deveria ocorrer.
ORGANIZAÇÃO DE GREVES
Quanto às greves (ou aos protestos, de modo geral), é fundamental entendê- las como formas
de part icipação nas democracias contemporâneas, percebendo, nesse contexto, seu caráter de
coerção social:
QUANDO JÁ EXISTE UM MOVIMENTO SOCIAL COM
POTENCIAL DE MOBILIZAÇÃO, CAPAZ DE DIVULGAR O
INCIDENTE PELA MÍDIA E ORGANIZAR MANIFESTAÇÕES,
É MAIS PROVÁVEL QUE O CHOQUE MORAL LEVE À AÇÃO.
O MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM
TERRA (MST), NO BRASIL, ERA EXATAMENTE ESSE TIPO
DE ATOR EM MEADOS DA DÉCADA DE 1990, CAPAZ DE
TIRAR VANTAGENS DA ATENÇÃO DA MÍDIA E DOS
SENTIMENTOS DE INDIGNAÇÃO APÓS OS DOIS
MASSACRES (AINDA QUE OS OCUPANTES DE
CORUMBIARA PERTENCESSEM A UMA ORGANIZAÇÃO
QUE HAVIA ROMPIDO COM O MST). O GOVERNO
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, SENTINDO A PRESSÃO
TANTO DA COBERTURA MIDIÁTICAQUANTO DAS NOVAS
MANIFESTAÇÕES DO MST (ESPECIALMENTE EM JULHO
DE 1997), FEZ VÁRIAS CONCESSÕES.
(JASPER, 2016, p. 223)
Mas podemos ir mais longe em nossa história recente para compreender esse processo. O ano
de 1953 é histórico no que se refere às greves no Brasil. Havia nessa época uma grande
frustração entre os t rabalhadores associados em sindicatos.
Após a eleição de Vargas t rês anos antes, já era esperada a mobilização desses t rabalhadores,
pois houve promessas de melhorias para eles e de expansão do movimento sindical, o qual, diga-
se de passagem, foi reprimido no governo de Gaspar Dutra (1946-1951).
 ATENÇÃO
Os sindicatos nessa época foram extremamente úteis nesse contexto, já que, de 1943 até
1953, só houve um aumento no salário-mínimo diante de uma inflação e um custo de vida acima
dele.
As condições financeiras do t rabalhador eram contrabalançadas com a liberdade sindical. Ou seja,
se por um lado havia uma grande desvalorização da mão de obra, por outro, o movimento sindical
era acentuado. As greves foram então o resultado dessa equação.
Só entre os anos de 1952 e 1953, foram computadas 264 reinvindicações para o aumento ou o
pagamento de salários at rasados. Sustentada por sindicato, a categoria que mais atuou foi a dos
operários têxteis. Isso se deve ao perfil da indústria nos anos 1950.
O ano de 1953, no segundo governo de Vargas, foi demarcado por duas greves importantes:
GREVE DOS 300 MIL (26 DE MARÇO)
Em São Paulo, ela deu origem a um comando intersindical: Pacto de Unidade Intersindical.
Trabalhadores de indústrias têxteis e metalúrgicas pararam no epicentro da capital paulista.
 Indústria têxil desat ivada.
GREVE DOS MARÍTIMOS (JUNHO)
Gerou um movimento que deu início a uma negociação entre governo e sindicatos.
 Porto ant igo do Brasil.
É possível associar, ponderam Tatagiba e Galvão (2019), o contexto de uma crise do capitalismo
neoliberal inaugurado em 2008 às especificidades do arranjo polít ico engendrado no Brasil pelo
Part ido dos Trabalhadores (PT), baseado na conciliação de classes e sem enfrentamento com o
grande capital.
 Lula discursando para metalúrgicos em 1979.
Quanto às mot ivações dos movimentos e às suas possíveis raízes, pode-se avaliar que os
protestos e as greves evidenciam, para Tatagiba e Galvão (2019, p. 72), queixas de “um conjunto
muito diverso de atores sociais e uma conflit ividade social crescente que extrapola a
capacidade de incorporação polít ica” da coalização social capitaneada pelo ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
Isso pode ser mais bem observado no quadro seguinte:
Ano Número de protestos
2011 108
2012 260
2013 445
2014 147
Tabela: Número de protestos.
Adaptada de: TATAGIBA; GALVÃO, 2019, p. 70.
 Atenção! Para visualização completa da tabela ut ilize a rolagem horizontal
Seguindo os dados desse estudo, pode-se afirmar que os grupos sociais tradicionalmente
mobilizados foram os que mais se fizeram presentes (31%). As forças de segurança aparecem
entre os t rabalhadores mais mobilizados (depois dos setores da educação, indústria, comércio e
serviço, todos representados por seus sindicatos).
Os t rabalhadores que reivindicavam melhorias salariais correspondem a 48,5% do cont ingente da
amostra. De todas as razões elencadas para as manifestações, as duas primeiras foram: a
crít ica ao governo e ao sistema polít ico , com 25,2%, seguida por salário e condições de
trabalho , com 17,6%.
Para Jasper (2016, p. 105), as “redes sociais, com as quais nos comunicamos com outras
pessoas, são os t ijolos na construção da interação humana, e nada acontece sem elas –
inclusive o protesto”.
GRUPOS SOCIAIS TRADICIONALMENTE
MOBILIZADOS
Deve-se levar em conta que a mobilização social se apresenta de muitas formas. Seria
equivocado negligenciar o papel do ambiente virtual contemporâneo.
Agora entenderemos um pouco mais acerca da importância da greve no âmbito da
representat ividade t rabalhista.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
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MÓDULO 3
 Identificar os processos de precarização do trabalho e sua relação com a
informalidade
TRABALHO INFORMAL E TRABALHO
PRECARIZADO
Trabalho informal é aquele sem vínculos regist rados na carteira de t rabalho ou sem
documentação formalizando a relação do cidadão com uma empresa, ainda que seja ele o patrão
de si mesmo.
A informalidade carrega um grande problema, pois torna o t rabalhador desprovido de benefícios
como remuneração fixa, férias pagas, FGTS, seguro desemprego e, até mesmo, aposentadoria. O
trabalho informal precariza a vida do cidadão por, também, restringir o acesso a direitos e
benefícios, além da alta instabilidade. Na maioria das vezes, é composto por pessoas que abrem
pequenos negócios, ambulantes, prestadores de serviço, motoristas ou entregadores por
aplicat ivo.
Agora, observe o gráfico abaixo:
O gráfico mostra dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (PNAD) sobre a taxa
de informalidade – que é a soma dos t rabalhadores sem carteira, dos t rabalhadores domést icos
sem carteira, do empregador e do autônomo sem CNPJ e do t rabalhador familiar auxiliar. Os
números mostram que, em 2019, o Brasil at ingiu o maior nível de informalidade desde 2016. Em
19 estados e no Dist rito Federal esses números superaram toda a série histórica, o que mostra
um aprofundamento da precarização da vida do t rabalhador nos últ imos anos.
Segundo os dados levantados em pesquisa pela Organização Internacional do Trabalho (OIT),
50% da população economicamente at iva da América Lat ina está no mercado informal,
totalizando cerca de 230 milhões de pessoas.
Já a taxa de desemprego no Brasil, medida pelo IBGE, alcançou 13,3% no t rimestre encerrado
em junho de 2020, at ingindo 12,8 milhões de pessoas, com um fechamento de 8,9 milhões de
postos de t rabalho em apenas 3 meses de pandemia do novo coronavírus. Há outro elemento
preocupante que são as pessoas que nem entram nas estat íst icas por estarem em uma
situação na qual desist iram de buscar empregos, podendo tornar esses números ainda maiores.
 Ambulante em Marília – SP.
Ainda que o cidadão recorra ao t rabalho informal temporariamente, enquanto está à procura de
emprego formal, ele não está nos cálculos de desempregados, o que torna os números sobre o
desemprego no Brasil subnot ificados. A volat ilidade desse mercado informal é enorme e, nem
sempre, o t rabalhador consegue obter renda, portanto, vive nos limites da incerteza. Para o
governo, ele encontra-se empregado. O problema desse cálculo é que as polít icas públicas que
poderiam ser adotadas pelo Estado, no sent ido de garant ir benefícios sociais ou emprego e
renda, não consideram essa volumosa massa de gente que está na informalidade, mas que, a
qualquer hora, pode ficar sem renda.
Vários fatores concorrem para o aumento do t rabalho informal, entre eles: o desemprego; a baixa
escolaridade ou formação inadequada para as necessidades do mercado; as crises econômicas
que levam empresas a demit irem ou decretarem falência; o crescimento urbano; entre outros.
O TRABALHO NA ECONOMIA INFORMAL É, VIA DE
REGRA, PRECÁRIO, PORQUE GERALMENTE OS
TRABALHADORES NÃO RECEBEM OS MESMOS NÍVEIS
DE PROTEÇÃO SOCIAL QUE RECEBEM OS
TRABALHADORES DO SETOR FORMAL. NO ENTANTO,
EXISTEM VARIAÇÕES EM RELAÇÃO À INSEGURANÇA NO
SETOR INFORMAL, POIS ALGUNS PADRÕES DE
TRABALHO INFORMAL SÃO RELATIVAMENTE ESTÁVEIS
E EXECUTADOS POR REDES BEM DESENVOLVIDAS E
RELAÇÕES SOCIAIS DE CONFIANÇA.
(KALLEBERG, 2009, p. 24)
INFORMALIDADE E PRECARIEDADE: A
“UBERIZAÇÃO” DA ECONOMIA
O ano de 2020 foi marcado pela maior e mais longa crise sanitária mundial, depois da “gripe
espanhola”, do início do século XX, com a síndrome respiratória provocada pelo novo coronavírus.
Desde o começo da crise, as autoridades sanitárias do mundo inteiro passaram a recomendar,
além de prát icas de higiene, o isolamento social ou, pelo menos, o distanciamento como única
forma conhecida e eficaz de proteção.
Empresas, escolas, lojase serviços foram parando a cada semana enquanto as pessoas eram
est imuladas a permanecer em casa. O cenário levou, aos poucos, a uma reorganização dos
trabalhos: para alguns, o t rabalho remoto, ou home office, foi possível. Muitos segmentos, porém,
foram afetados pelos bloqueios e, sem produzir ou vender suas mercadorias ou seus serviços,
acabaram fechando, temporariamente, demit indo pessoal ou falindo.
No mesmo período, o mundo inteiro, mas, principalmente, os países menos industrializados e
com a economia mais frágil, como o Brasil, passaram a ter um número cada vez maior de pessoas
procurando t rabalho em at ividades informais como possibilidade de manter o sustento. Por isso,
entendemos que:
NUNCA O TRABALHO FOI MAIS CENTRAL NO PROCESSO
DE CRIAÇÃO DE VALOR. MAS NUNCA OS
TRABALHADORES FORAM MAIS VULNERÁVEIS, JÁ QUE
SE CONVERTERAM EM INDIVÍDUOS ISOLADOS
SUBCONTRATADOS NUMA REDE FLEXÍVEL, CUJO
HORIZONTE É DESCONHECIDO INCLUSIVE PARA A
MESMA REDE.
(KOVÁCS, 1999, p. 18)
O serviço de entrega por aplicat ivo, que já vinha em um crescimento constante nos últ imos anos,
rapidamente se viu no “olho do furacão”: maior demanda por entregas por conta do isolamento e,
simultaneamente, maior oferta de mão de obra pelo crescimento de desempregados. Não
tardou para os primeiros problemas aparecerem.
 SAIBA MAIS
A empresa de inteligência Corebiz, especialista em atender ao segmento do varejo, fez um
estudo mostrando que, nos primeiros quinze dias de quarentena, em março de 2020, a receita
das compras por delivery, no segmento aliment ício, cresceu 77%, em relação ao mesmo período
de fevereiro.
Já os dados da PNAD COVID apontam que, em maio, 42 mil brasileiros com ensino superior
(graduação e pós-graduação) se declararam como "entregador de mercadorias (de restaurante,
de farmácia, de loja, aplicat ivo etc.)", representando 0,15% dos 27 milhões de brasileiros com
ensino superior. De acordo com os dados da mesma pesquisa, 3,7 mil (8,8% do total de
entregadores com ensino superior) foram afastados do t rabalho por conta da quarentena,
entrando em isolamento, distanciamento social ou férias colet ivas.
Assim, enquanto (BAUMAN, 2007, 2008) a modernidade pesada – ou sólida – foi a época do
compromisso entre capital/t rabalho, em que exist ia um exército de reserva da mão de obra,
que correspondia a t rabalhadores úteis ao funcionamento do sistema capitalista; na
modernidade líquida, esses t rabalhadores deixam de ser necessários, tornando-se supérfluos
ou inúteis no mundo.
O Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit ) da Unicamp, em parceria com
outras inst ituições, realizou uma pesquisa mostrando que esses t rabalhadores cont inuaram a
enfrentar longas jornadas de t rabalho, mas em condições que se tornaram piores com a
pandemia:
Passaram a enfrentar um alto risco de contágio durante a rot ina de t rabalho
Adotaram medidas de precaução, na maioria, custeadas por eles mesmos
Além de regist rarem queda na remuneração pelos serviços e maior tempo de t rabalho
O chamado “breque dos apps” foi a primeira greve nacional dos entregadores por aplicat ivos, no
Brasil, e aconteceu em julho de 2020, bem no meio da pandemia. A paralisação foi mot ivada
pelas péssimas condições de t rabalho, por medidas de proteção contra os riscos de infecção
pelo novo coronavírus e mais t ransparência na dinâmica de funcionamento dos serviços e das
formas de remuneração.
O movimento foi organizado a part ir dos aplicat ivos de conversa, mas também teve a
part icipação de algumas ent idades sindicais e associações. Não se sabe os números exatos de
quantas pessoas t rabalham nesse serviço, mas, de acordo com o IBGE, em 2019, cerca de 4
milhões de indivíduos t inham a entrega por apps como principal fonte de renda.
As empresas de aplicat ivos não divulgaram o prejuízo sofrido com a greve, mas os consumidores
reagiram, em grande maioria, apoiando o movimento grevista, mas também se queixando do
quanto aquela greve prejudicava a quem estava em casa. Os mais prejudicados, contudo, foram
os entregadores, que ficaram um dia sem obter nenhuma renda.
 COMENTÁRIO
Mesmo conseguindo chamar atenção para esse grupo de t rabalhadores invisíveis, a greve não
teve resultados prát icos, uma vez que, sem uma liderança ou um sindicato próprio, as demandas
não foram sequer negociadas.
SINDICALISMO E TRABALHO INFORMAL
A precarização do t rabalho tem sido denominada de “uberização”, representando um novo
estágio da exploração do t rabalho, t razendo mudanças para o t rabalhador, para as empresas e
para as formas de controle do t rabalho.
A “uberização” é um modelo que ret ira do t rabalhador as garant ias mínimas e, ao mesmo tempo,
o mantém subordinado à empresa por dependência ou limitação, aproveitando-se das
instabilidades do mercado de t rabalho, como o crescimento do desemprego. Embora possa
parecer novidade, a precariedade é parte do capitalismo.
No âmbito jurídico, o t rabalhador é supostamente livre para negociar, em pé de igualdade, com
seu empregador, contudo, a igualdade na lei não se t raduz em igualdade na vida real, pois os
poderes entre as partes são desiguais.
Nos últ imos tempos, sobretudo depois da reforma t rabalhista de 2017, o Brasil tem vivido um
agravamento da informalidade, em maior ou menor grau, em grande parte das categorias.
Sindicatos como o dos t rabalhadores na construção civil, mobiliário e vigilantes mencionam uma
elevada incidência de informalidade em suas respect ivas bases.
Os mesmos sindicatos demonstram uma falta de atuação junto aos t rabalhadores informais,
ainda que esses t rabalhadores informais sejam de segmentos sindicalizados. Embora as relações
de t rabalho tenham passado por diversas mutações, os sindicatos ainda estão restritos à sua
base formal, presos ao modelo vert icalizado de sindicalismo dos anos 1980, formado por
assalariados com empregos estáveis e protegidos por lei.
A nova ordem que est imula a informalidade e leva à precarização não pode ser revert ida pelos
sindicatos com velhas estratégias de lançar mão de artefatos jurídicos — a exemplo da
tentat iva de formalizar as relações de t rabalho dos precarizados, como se isso, por si só,
revertesse a precarização inerente aos regimes produt ivos flexíveis —, afinal, a regularização
jurídica da situação de um empregado não é garant ia de que ele escapará a uma modalidade de
trabalho precarizada. Como resultado, os sindicatos aprofundam o seu próprio enfraquecimento
como instâncias representat ivas, pois se distanciam dos t rabalhadores que não aceitam ou não
podem voltar à formalidade jurídica de assalariado.
O primeiro passo para os sindicatos se comunicarem com esse novo proletariado precarizado e
atuarem na garant ia de direitos perante o Estado seria “horizontalizar-se”, indo até o t rabalhador
informal e recuperando culturalmente o valor do t rabalho como práxis social, e não como
mercadoria.
SIMULTANEAMENTE, É NECESSÁRIO QUE O MOVIMENTO
SINDICAL SE RENOVE COM A ENTRADA DE MULHERES, LGBTQI+,
NEGROS E JOVENS, INCLUSIVE EM ESPAÇOS DE PODER.
Não se pode esquecer de que as demandas do mundo do t rabalho não são uníssonas e não se
resumem à classe, mas se revestem de especificidades que se adequam às próprias condições
de gênero e raça.
Há em voga uma tentat iva do neoliberalismo de “suavizar” a precarização do t rabalhador usando
o conceito de “empreendedor”, induzindo à ideia de que t rata-se de uma opção, de realizar uma
at ividade, um invest imento; enquanto o que se vê é o desespero econômico empurrando os
trabalhadores para o mercado informal, que é bem diferente de empreendedorismo.
O mito do empreendedorismo é conveniente para os governos que ret iram direitos t rabalhistas,
não criam empregos e, ainda, dificultam a atuação dos sindicatos perante esse grupo, uma vez
que o “empreendedor” se vê mais como empresário-patrão do que como t rabalhador e, por isso,
repudia os sindicatos.
As novas configurações sociais e de relaçõesde t rabalho, surgidas a part ir dos anos 1990 e
aprofundadas no contexto posterior aos anos 2010, impõem aos sindicatos novos desafios,
especialmente no enfrentamento dos argumentos de que a economia não cresce pelos
gastos excessivos do Estado e pelo custo supostamente alto da contratação da força de
trabalho. Tal afirmação, bastante comum entre os setores neoliberais conservadores, acaba
sendo aceita como verdade até entre t rabalhadores que se veem sem aumento ou em ameaça
concreta de desemprego.
Se, como vimos, a formação polít ica com uma perspect iva ideológica definida, a part icipação em
grupos, associações e reuniões fest ivas marcaram a organização da classe t rabalhadora no
Brasil, novas relações passaram a ser estabelecidas com o avanço do neoliberalismo na
economia e, consequentemente, sobre todo o tecido social, fragilizando a ação sindical.
Dentre as causas estão a flexibilização e a precarização das relações t rabalhistas, que
sufocaram a atuação dos sindicatos ao longo dos últ imos anos. A precarização do t rabalho é não
só a causa, mas também o efeito da fragilização dos sindicatos. O t rabalhador se vê sem tempo,
cansado de sua rot ina exaust iva e, não raro, entende que aquilo é culpa do sindicato que não faz
nada por ele.
Com os limites cada vez mais amplos de atuação no mercado, especialmente no contexto de
maior informalidade, os sindicatos se veem limitados nas possibilidades ant igas de formas de
art iculação e mobilização social, provocando impactos ainda mais negat ivos na condição de
precariedade do t rabalhador.
Os principais impactos da precarização do t rabalho no movimento sindical foram:
Acentuada queda nos níveis de sindicalização.
As negociações colet ivas (de toda uma categoria profissional feitas pelos sindicatos)
deram lugar às negociações parciais (feitas diretamente pelas empresas e seus
empregados), requerendo que esses t rabalhadores se organizem para conquistar suas
necessidades.
A greve perde força como instrumento de luta.
A base t radicional dos sindicatos (t rabalhadores assalariados e no mercado formal) se
modifica com o aumento de desempregados e daqueles sem carteira assinada e em
tarefas precárias no setor informal.
REFORMAS TRABALHISTAS E AVANÇO DO
NEOLIBERALISMO:
DESAFIOS AO MOVIMENTO SINDICAL
Com o argumento de combater o desemprego e a crise econômica, foi aprovada uma reforma
nas leis t rabalhistas do Brasil. A reforma t rabalhista de 2017 foi uma das mais agressivas dos
últ imos anos e provocou mudanças profundas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
dentre elas criou o trabalho intermitente.
TRABALHO INTERMITENTE
No t rabalho intermitente, os empregadores poderão contratar funcionários, convocá- los e pagá-
los apenas quando t iverem necessidade, por períodos curtos ou horas.
 SAIBA MAIS
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A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é uma lei brasileira referente ao Direito do t rabalho e
ao Direito processual do t rabalho. Criada por meio do Decreto-Lei nº 5.452, de 1 de maio de
1943, e sancionada pelo então presidente Getúlio Vargas, unifica toda a legislação t rabalhista
existente no Brasil.
Dentre os pontos mais controversos da reforma, destaca-se o que determina que o empregado
intermitente deverá pagar a diferença entre a contribuição sobre o salário recebido e o mínimo
exigido pela Previdência Social. Caso não haja o pagamento, poderá perder o acesso à
aposentadoria e a outros benefícios fornecidos pela Previdência Social. Essa medida é
considerada extremamente prejudicial para todos os t rabalhadores, mas afeta principalmente
quem ganha menos, ao ter que t irar parte do próprio sustento para pagar a Previdência Social,
livrando o empregador dessa responsabilidade.
Outra mudança que afetou a relação empregador-empregado foi a obrigatoriedade de que o
trabalhador pague as custas do processo, as perícias e os honorários dos advogados do
empregador em caso de derrota perante alguma ação que mova na Just iça do Trabalho.
A reforma também at ingiu diretamente os sindicatos quando, ao procurar um caminho para
sufocar a atuação das ent idades de t rabalhadores — vistas como desnecessárias e um
empecilho tanto por membros do governo quanto por parte do empresariado —, ext inguiu a
contribuição sindical, também chamada de imposto sindical.
Além disso, a reforma limitou a atuação dos sindicatos em negociações com empregadores.
Com a mudança, os t rabalhadores, independentemente do sindicato, podem fazer ajustes e
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negociações com seus patrões. Inclusive o processo de rescisão de contrato não precisa mais
da supervisão dos sindicatos, caso o empregado concorde. Essas mudanças expõem o
trabalhador às pressões do empregador, fazendo com que aceite acordos, muitas vezes
desvantajosos, por medo de perder o emprego ou receber algum t ipo de punição.
IMPOSTO SINDICAL
Trata-se de um valor pago, por todos os t rabalhadores, ao sindicato de sua categoria,
independentemente de serem ou não associados a um sindicato.
A reforma foi crit icada por diversos sindicatos, part idos de esquerda, pelo Ministério Público do
Trabalho e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) sob o argumento de que ela
aprofundaria as desigualdades, deixaria o t rabalhador desamparado e não resolveria os
problemas que o governo usava como just ificat iva. Porém, recebeu o apoio de part idos de
direita, alguns economistas e a maioria dos empresários.
Desde que a reforma foi aprovada, verificou-se que a queda do desemprego não aconteceu, ao
mesmo tempo em que houve um aumento significat ivo do t rabalho informal. Todas essas
mudanças da reforma t rabalhista t iveram o papel de precarizar, ainda mais, a vida do t rabalhador,
empurrando-o para a informalidade.
Nesse vídeo, Rodrigo Rainha, Dr. em História, nos apasenta a relação ente legislação -
especialmente a Reforma Trabalhista - e Sindicalismo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vimos a importância de os t rabalhadores sempre procurarem se organizar, independentemente
do t ipo de t rabalho exercido, a fim reivindicar direitos ou eliminar mecanismos de opressão e
exploração. Também apresentamos como isso aconteceu, na breve memória que fizemos, por
meio de diferentes instrumentos, desde a quebra de máquinas até os que ainda são usados,
como as greves.
Entendemos que essas formas de organização foram variadas até chegar ao que, atualmente,
nós conhecemos como sindicalismo ou movimento sindical, pois dependiam das circunstâncias
econômicas e sociais de cada sociedade e do grau de polit ização e organização de cada setor
de t rabalhadores.
O movimento sindical teve diferentes momentos: algumas vezes, eram usados pelos governos
para controlar os t rabalhadores (Era Vargas) e, em outros momentos, os sindicatos foram
responsáveis por ações polít icas e sociais que ult rapassavam as questões t rabalhistas (luta
contra a ditadura).
Finalmente, aprendemos que as primeiras décadas do século XXI foram marcadas por mudanças
drást icas na legislação t rabalhista e nas relações de t rabalho entre patrão e empregado, além de
uma nova perspect iva do capitalismo como um todo. Isso vem produzindo um número cada vez
maior de desempregados ou de pessoas que migraram para o mercado informal. Esses fatores
pioraram as condições de t rabalho e, consequentemente, de vida das pessoas.
 PODCAST
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
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EXPLORE+
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ADORNEY, J. Agradeçamos ao capitalismo pelo fim de semana, pelos feriados e pela
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NORTH, G. “Não podemos competir com o trabalho escravo dos chineses!”. Eis aí uma
frase que agride a lógica. In: Mises Brasil. Publicado em: 15 nov. 2019.
Ph.D. em História, Gary North nos ajuda a reflet ir acerca de nossa conceituação de t rabalho e de
seu valor para as sociedades contemporânea.
Para ampliar seu conhecimento sobre como os primeiros sindicatos se organizaram e quais eram
as suas pautas, assista ao filme Germinal, que conta a história da greve contra a redução dos
salários organizada pelos mineiros na França. Trata-se de uma adaptação do livro clássico do
escritor francês Émile Zola. Que tal ler também o livro?
Se você quer compreender melhor os movimentos sindicais no Brasil, viste o site Memorial da
Democracia. Ali você encontra imagens, entrevistas e textos complementares sobre o
sindicalismo no Brasil, em especial no período da ditadura militar.
É possível conhecer um importante relato sobre a organização sindical no Brasil, nas palavras
Edgard Leuenroth (1881-1968) que, como jornalista, regist rou o período.
Pesquise pela reportagem Traços biográficos de um homem extraordinário, do Jornal Dealbar,
São Paulo, 17 dez. 1968, ano 2, n. 17.
Consulte as estat íst icas sobre a situação do mercado de t rabalho no Brasil em tempos de
COVID no site do IBGE, na seção PNAD COVID-19.
Vale conhecer o site do CESIT – Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho. Criado
em 1989 (um “ano histórico” pelas primeiras eleições gerais, depois de décadas), tornou-se um
importante Conselho, desde o início com objet ivo de aproveitar experiência de lideranças
sindicais em seus estudos: cursos de graduação, extensão e pós-graduação.
CONTEUDISTA
Alex Andrade Costa
 CURRÍCULO LATTES
Nelson Lellis Ramos Rodrigues
 CURRÍCULO LATTES
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