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Preparação para o Ato Cirúrgico Higiene Pessoal • Banhos diários (evitar nos momentos que antecedem a entrada no ambiente cirúrgico pela descamação da pele); • Unhas curtas e limpas. • Não se deve participar de atividade no centro cirúrgico com infecção respiratória, ferimentos, lesões de pele ou infecção ocular. Roupa Cirúrgica • Pijama cirúrgico, gorro, propé, máscara e protetor de olhos. • Material resistente à eletricidade estática e chamas, que não solte pelos. • Retirar adornos como brincos, anéis, pulseiras e relógios. • As calças não devem tocar o chão ao serem vestidas • As mangas da camisa devem permitir a escovação das mãos, antebraços e cotovelos sem que se molhem. Lavagem das Mãos • A lavagem rotineira deve ser estimulada. • A eficácia da lavagem depende do volume de sabão, tempo de fricção, superfície das mãos, número de microorganismos sob as unhas e uso de anéis. • Deve ser realizada com sabão antimicrobiano, que deve ser deixado em contato com a pele por no mínimo 10s. • É preconizado o uso de anti-sépticos (álcool, iodóforos, clorexidina ou tricolsan). A clorexidina tem efeito mais rápido e melhor atividade microbicida na microbiota transitória da pele. Higienização simples • Sabonete comum (40-60s) • Remove microorganismos superficiais, suor, oleosidade e células mortas Higienização antisséptica • Sabonete antisséptico (40-60s) • Remove sujidades e microorganismos, reduzindo a carga microbiana Fricção Antisséptica • Preparação alcóolica 70% (20-30 s) • Reduz a carga microbiana Cirurgia: Paramentação e instrumentação Igor Mecenas Antissepsia/Escovação Cirúrgica • Solução antisséptica (3-5 min na primeira, 2-3 min nas seguintes) • Elimina a microbiota transitória, reduz a residente e proporciona efeito residual • Não se deve utilizar muita força, nem escovas com cerdas muito duras. 1. Lavar as mãos, antebraços, até a região logo acima dos cotovelos, utilizando-se água e sabão antimicrobiano; 2. Abrir as embalagens individuais contendo espátula, escova, espuma e anti-sépticos para escovação; 3. Limpar as áreas subungueais com as espátulas; 4. Com a espuma, distribuir o anti-séptico nas mãos e nos antebraços; 5. Escovar as faces lateral e medial de cada dedo, as comissuras interdigitais, o dorso e a palma da mão; 6. Passar ao antebraço, e daí ao cotovelo, mantendo- se as mãos mais elevadas; 7. Repetir o mesmo processo para o outro membro; 8. Enxaguar as mãos, antebraços e cotovelos, utilizando-se água em somente uma direção, a partir das mãos para os cotovelos, sem movimentos dos membros para a frente e para trás; 9. Utilizar uma tintura alcoólica da mesma solução anti-séptica, deixando-a escorrer, a partir das mãos, para os antebraços e cotovelos; ****NÃO é mais feito. 10. Seguir para a sala cirúrgica, mantendo as mãos acima do nível dos cotovelos. • Secar com compressas estéreis. Agentes Antimicrobianos Etanol • Rápida ação e excelente atividade bactericida e fungicida, pouca ação contra esporos • Não tem atividade residual apreciável Iodopovidona (PVPI) • Atividade imediata intermediária, efeito residual controverso • Boa atividade contra bactérias, fungos e vírus • Dermatite de contato irritativa Clorexidina • Atividade imediata intermediária, efeito residual importante (6h) e forte afinidade aos tecidos • Boa atividade contra gram-positivas, menor contra gram-negativas, mínima contra micobactérias, não esporicida Colocação do Avental e das Luvas Avental Reutilizável • Pegar o avental pela gola e segurá-lo ao nível dos ombros e deixa-lo desdobrar totalmente, com gestos suaves, sem sacudí-lo. Com extremo cuidado para que não toque qualquer superfície não-estéril. • Introduz-se as mãos, sem fazer esforço para passá-las pelos punhos do avental. • O circulante puxa o avental pelos ombros e amarra as tiras dorsais. • O instrumentador, já com luvas, puxa os punhos delicadamente. Alguns têm uma alça que se prende ao 1º quirodáctilo para evitar deslocamento do punho. Avental Envolvente • A aposição da capa envolvente deve ser feita após a colocação das luvas. Avental de Uso Único • A lavagem do avental reutilizável causa enfraquecimento das fibras, rasgos e encolhimento. Desfavorecendo a assepsia. • A colocação do avental tem mais passos, visto que há uma segunda tira (como no envolvente) que está presa a um cartão de papel. • Após colocar as luvas, o cartão deve ser entregue ao circulante, que segura pela parte vermelha. O circulante envolve o cirurgião na fita e a devolve. O cirurgião segura a fita sem tocar no cartão, que é descartado, e a amarra. Luvas Cirúrgicas • Segurar a luva esquerda pela dobra com a mão direita e introduzir a mão esquerda. • Segurar a luva direita com a mão esquerda por dentro da dobra e introduzir a mão direita. • Ajustar as luvas. • O método fechado consiste em colocar as luvas sem tocar a parte externa com as mãos desnudas, utilizando o punho do avental para pegá-las. • O uso de duas luvas adiciona dificuldades ao ato cirúrgico. Pode ser feito, mas ainda não há consenso. • O uso de luvas com talco não é recomendado pela possibilidade de complicações, como granulomas de talco, ou de carreamento de microorganismos. Procedimento Após a Paramentação • Deve-se manter as mãos elevadas à altura do tórax, sem encostar em qualquer superfície não- estéril. • Alguns aventais apresentam um sobretecido na altura do tórax que serve de descanso para as mãos em local estéril. Retirada do Avental • Ainda com as luvas, desatam-se os laços da frente ou da lateral. O circulante desata os laços do dorso. • O circulante com luvas de procedimento (ou o instrumentador) segura o capote pela costura do ombro e leva a gola e as mangas em direção às mãos, evertendo o capote. • O capote é então dobrado de dentro para fora e desprezado em recipiente apropriado, com as mãos permanecendo enluvadas. • Pode ser realizada sem auxílio Retirada das Luvas Custo-Efetividade de Aventais e Campos • T-140: Primeiro material têxtil. Algodão 140 fios/in², espaço entre fios de 140 μm. • Percal (T-180): 50% algodão/50% poliéster, espaço entre fios de 75 μm • T-175: 50%/50% com acabamento de fluorocarbono, espaço entre fios de <1 μm Não-Tecidos • Fibra de celulose, algodão, poliéster, polipropileno, náilon ou associação. • Formação de redes com sistema de ligação das fibras com resina química, térmica e mecânica. • Tratamento final químico e mecânico visando ao agrupamento das fibras e aumento das propriedades funcionais, como o retardo na inflamabilidade, repelência a fluidos e boa maleabilidade. • Tem vantagens por ser uma barreira bacteriana, com resistência, porosidade, múltiplas fibras e camadas, não absorver umidade, confiabilidade da esterilização, minimizar a formação de pregas, ser de uso único e baixo custo. • Pode conter materiais adesivos que se aderem à pele do paciente e torna desnecessário o uso de pinças. • Junto às áreas de incisão pode haver material absorvente ou impermeável para impedir que secreções do campo operatório escorram sob os campos. Instrumentação Cirúrgica Equipe Cirúrgica Circulante • Preenchimento de impressos para o prontuário do paciente. • Registra o consumo, atividades, procedimentos e intercorrências. • Relata as informações relativas às condições gerais do paciente, região do curativo cirúrgico, presença de drenos, cateteres ou sondas e perdas durante a operação. Principais responsabilidades: • Verificação da limpeza de paredes e piso da SO; • Verificação da limpeza e do funcionamento dos equipamentos; • Verificação do funcionamento de gases e iluminação; • Manutenção da temperatura adequada; • Participação da transferência do paciente da maca para a mesa cirúrgica, atentando a presençade drenos, cateteres e sondas; • Observação da proteção a pontos de atrito de superfícies ósseas; • Auxílio no posicionamento adequado do paciente para o ato cirúrgico, mesmo durante a operação; • Manuseio de equipamentos e materiais que devem ser passados para o instrumentador. Instrumentador • Profissional da enfermagem com conhecimento de assepsia, anti-sepsia, esterilização, microbiologia, anatomia e materiais necessários. • Responsável pela organização do material para o ato cirúrgico e do material de uso eventual em caso de intercorrências ou mudanças de conduta. Funções do Instrumentador Comunicação e preparo da SO Parâmetros a serem observados na arrumação: • Verificar a solicitação da operação proposta, planejando todo o material necessário ao seu desenvolvimento (instrumental, fios, materiais básicos, especiais e equipamentos). Deve-se observar a data de validade da esterilização dos materiais de uso único e dos processados; • Observar as condições de limpeza da sala antes de acondicionar os equipamentos e materiais solicitados; • Checar o funcionamento de todos os equipamentos a serem empregados (bisturis elétricos, focos, aspirador, equipamentos de videocirurgia), observando a voltagem antes da conexão à rede elétrica; • Verificar se existem insumos para a escovação no lavabo; • Realizar a escovação; • Proceder à paramentação e auxiliar o restante da equipe. Mesas para Instrumentos Cirúrgicos Agrupar da seguinte forma: • (1) Instrumentos de diérese ou abertura (tesouras, bisturis, serras, trépanos); • (2) Instrumentos de hemostasia (pinças hemostráticas); • (3) Instrumentos de exérese (determinados pela operação); • (4) Instrumentos de síntese (porta-agulhas e agulhas); • Instrumentos auxiliares (pinças elásticas anatômicas e dente de rato); • Afastadores. Mesa de Mayo • Vestir a mesa com a fronha com técnica asséptica; • Colocar o oleado sobre a fronha, dobrando-a sobre ele; • Cobrir o oleado com um campo pequeno; • Dispor os instrumentos, é recomendado seguir a ordem: • A organização pode ser diferente, já que a depender da cirurgia não serão utilizados todos os instrumentos. Os instrumentos de hemostasia devem sempre estar dispostos na mesa de Mayo. Mesa Auxiliar • Deve-se proteger a mesa com oleado e cobertura de mesa ou campo cirúrgico grande; • Nessa mesa deverão estar os campos, cubas, seringas, compressas de gaze, compressas cirúrgicas, ponta do aspirador, caneta de bisturi, instrumentos de exérese, afastadores, sondas e os usados com menor frequência; • Os fios devem ser oferecidos pelo circulante um a um, conforme solicitação do instrumentador. Os fios que serão utilizados com absoluta certeza devem estar na mesa auxiliar. • As mesas devem ser cobertas com campos estéreis quando organizadas antes da anestesia do paciente. Instrumentos Cirúrgicos Partes Ponta Ramo (serrilhas) Articulação Haste Catraca Empunhadura (anéis) 4 3 2 1 Instrumentais de Diérese • Cabo de Bisturi: 3 para lâminas 9-17, 4 para 18- 50; • Lâmina Tesouras • Metzembaum: Reta ou curva. Utilizada para diérese de tecidos orgânicos. Menos traumática pelo ramo delicado e estreito; • Mayo Reta ou Curva: Secção de fios e outros materiais em superfícies ou cavidades. Extremidade distal mais grosseira Instrumentais de Preensão Pinças de Dissecção • Adson com/sem dentes: Extremidade distal estreita. Cirurgias delicadas. • Anatômica Pinças de Hemostasia Hemostasia permanente: Vasos que serão retirados/queimados. • Kelly Curva: Ranhuras transversais em 2/3 do ramo. Pinçamento de vasos e ponta de tecidos pouco grosseiros para retirada; • Halsted/Mosquito: em campos mais superficiais; • Mixter: ponta em ângulo aproximadamente reto. Passagem de fios ao redor de vasos, dissecção de vasos e outras estruturas; • de Kocher: Hemostática, mais utilizada para preensão de tecidos grosseiros; Instrumentais de Exposição Afastadores • Farabeuf: Em formato de C. Afastamento de pele, tecido subcutâneo e músculos superficiais. • de Doyen: ângulo reto, ampla superfície de contato. Para cirurgias abdominais • Finochietto: Afastamento da musculatura intercostal; • de Adson: Afastamento do couro cabeludo e músculos superficiais dos membros ou da coluna; Instrumentos Especiais Pinças de Tecido • de Allis: endentações na extremidade. Traumática, usada para tecidos grosseiros ou nos que vão sofrer exérese; • de Duval: Extremidade em D com ranhuras longitudinais; • De Backaus: Ponta fina, usada para fixar campos operatórios; • de Babcock: pequena superfície de contato, pouco traumática; • de Foerster: antissepsia do campo; • Cooprostatico Reto e Curvo: interrompe o trânsito intestinal; • Clamp intestinal Instrumentos de Síntese • Agulha para sutura • Grampeadores • Porta-agulha de Hegar • Porta-agulha de Olsen-Hegar • Porta-agulha de Mathieu
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