Buscar

Técnica operatória - Introdução, instrumentação e paramentação, suturas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

T é c n i c a o p e r a t ó r i a - M e d i c i n a 
V e t e r i n á r i a 
Universidade Federal de Uberlândia 
 
 
 
 
 
I n t r o d u ç ã o 
 
 
A técnica operatória é a parte da ciência média designada a estudar os procedimentos 
manuais e instrumentais através de ação física, mecânica que causa injúria aos tecidos, 
utilizando os instrumentais para minimizar esta injúria, mediante os quais os tecidos são 
incisados e reconstituídos por meio de um plano pré-determinado com objetivos 
terapêuticos. O procedimento inicia-se no pré-anestésico, seguido do plano anestésico 
e cirúrgico que deve ser avaliado de acordo com o caso, idade do paciente, possível 
anemia (a redução de plaquetas aumenta o risco de hemorragia do tipo capilar sinusal 
que pode levar o paciente ao óbito), infecções, alterações cardíacas, função renal e 
hepática. O planejamento também deve incluir o procedimento cirúrgico, sendo 
essencial o conhecimento da anatomia e fisiologia dos órgãos e da espécie. Os 
procedimentos raros devem ser aprofundados, principalmente em relação ao acesso 
cirúrgico, buscando entender quais estruturas serão incididas, vasos importantes 
próximos que podem se romper, quais fios e agulha utilizados na cirurgia, e 
conhecimento das possíveis complicações cirúrgicas e anestésicas. 
O cirurgião deve conhecer a anatomia e fisiologia do paciente, acessar entre os 
músculos que não podem ser cortados, pois não se regeneram sendo substituídos por 
tecido fibroso. É importante conhecer vasos e nervos que podem ser rompidos ou 
seccionados causando complicações. As habilidades manuais são essenciais, é 
importante ser caprichoso para evitar possíveis complicações com a sutura e causar o 
mínimo de lesão possível. 
Pelo menos quatro pessoas especializadas devem estar presentes na sala de cirurgia: 
o cirurgião devidamente paramentado; auxiliar/instrumentador que deve ser um 
segundo cirurgião que irá promover condições para que a cirurgia ocorra, também deve 
estar paramentado (prepara a mesa, mantém e entrega os instrumentos); anestesista; 
assepsista/volante que atua auxiliando na paramentação, realiza a contenção, realiza o 
acesso venoso e posicionamento, busca fármacos e equipamentos necessários. Em 
alguns casos pode ser necessário outros especialistas. 
O centro cirúrgico deve ser azulejado, sem janelas, com boa iluminação, cantos sem 
quinas, arredondados, com coloração clara. A sala pré-anestésica para animais de 
grande porte é acolchoada com piso emborrachado ou anti-derrapante para evitar lesão 
dos animais. O ideal é que a queda seja direcionada para suavizá-la. Em animais de 
grande porte a talha elétrica com troller, similar a um guindaste no teto da sala, pode 
ser utilizada para mover os animais quando necessário. A mesa cirúrgica hidráulica 
básica sustenta até uma tonelada, as melhores mesas podem sustentar até duas 
toneladas, e com ela é possível mover o paciente pela sala e deixá-la mais alta/baixa. 
Os equipamentos básicos como equipamentos anestésicos, monitor paramétrico, bisturi 
elétrico utilizado para cortes sem sangramento e cauterização, o foco cirúrgico é 
utilizado para evitar sombras formadas pelas paredes dos órgãos e outras estruturas, 
além da própria equipe (quanto mais bulbos tiver o foco, mais eficiente ele é). 
Em pequenos animais não necessita-se de mesa hidráulica, apenas uma mesa 
cirúrgica de aço inox, a mesa pantográfica permite alteração da elevação da mesa. 
Também é necessário uma mesa auxiliar onde será colocado os instrumentais 
cirúrgicos, utiliza-se um pano de mesa autoclavado para forrar a mesa e evitar 
contaminação dos intrumentais. Uma haste para fluidoterapia, os pacientes devem estar 
sempre canulados para administração facilitada de medicamentos. 
É importante manter o silêncio/voz baixa, principalmente porque o barulho pode 
hiperexcitar os animais e interferir na sedação/anestesia. A assepsia deve ser feita de 
maneira correta utilizando os equipamentos adequados para evitar 
contaminação/infecção, quando as concentrações bacterianas atingem 10⁶ por grama 
de tecido é considerado infecção/contaminação. 
 
B i b l i o g r a f i a : 
 
Fundamentos de cirurgia 
em pequenos animais. 
Preparação da sala e do paciente 
 
 Antissepsia em 3 etapas: 
 Antissepsia prévia: Feita pelo volante com álcool 
70%, utilizado para desengordurar e remover 
sujidades visíveis, possui uma leve ação 
germicida, deve ser aplicado até a gaze sair 
limpa. 
 Antissepsia intermediária: Feita pelo auxiliar ou 
cirurgião com clorexidine alcoólico que possui 
uma ação germicida potente. Neste momento já 
não se pode mais tocar no paciente. 
 Antissepsia definitiva: O cirurgião faz esta etapa 
com o antisséptico de sua escolha e cobrirá o 
paciente com o pano de campo estéril. Deve ser 
feito com a gaze esterilizada, pinça de 
antissepsia estéril e nunca deve-se passar a 
mesma parte da gaze no mesmo local (fazer a 
dobradura de triangulo). 
 
Campo cirúrgico: 
 Deve ser preparado com um pano de campo de 
TNT, algodão ou brinho grosso (não pode ser muito 
absorvível) e ele delimitará o campo cirúrgico e 
recobrirá o restante do paciente. Podem ser 
utilizados quatro panos presos com as pinças de 
campo ou um pano fenestrado (as fenestras podem 
ser de: 20x10, 10x5, 8x4). 
 O pano de campo deve ser embrulhado em papel 
âmber ou cirúrgico que será autoclavado, estes 
papeis abrem seus poros no calor permitindo que o 
vapor entre e aqueça o pano a aproximadamente 
100ºC e quando esfria os poros se fecham. 
 Utiliza-se as pinças de campo para prender o pano 
ao corpo do paciente. 
Mesa auxiliar: 
 O pano de mesa é utilizado para forrar a mesa, e 
ele deve ser autoclavado. Os panos devem ser 
abertos pelo volante de forma estéril (não tocar 
no interior e o cirurgião não pode tocar o 
exterior). 
 O cirurgião forra a mesa sem agitar o pano, 
como se fosse vestir um lençol. 
 Colocar sobre a mesa todo o material estéril que 
terá contato com a ferida cirúrgica. 
 Os instrumentais são agrupados de acordo com 
sua função: E= material especial, para 
procedimentos específicos; S= material de 
síntese; C= material de campo como pinças, 
gazes e compressas; H= material hemostático; 
D= material de diérese; A= material auxiliar 
como pinças anatômicas, sua função é expor os 
tecidos. 
Padrão de montagem da Universidade Federal de 
Uberlândia: 
Especial Síntese Auxiliar 
Campo Hemostase Diérese 
 
A equipe cirúrgica deve se posicionar ao redor da mesa 
com o anestesista junto a cabeça do paciente, próximo ao 
aparelho de anestesia e monitoração. O cirurgião destro 
se posiciona do lado direito para realizar o corte em 
sentido cranio-caudal ou dorso-ventral, priorizando 
movimentos do lado não-dominante para o lado 
dominate, os canhotos devem se posicionar ao contrário. 
A mesa auxiliar fica caudal ao paciente e ao lado do 
instrumentador/auxiliar, contrário ao cirurgião, ela não 
deve ficar imediatamente atrás do paciente, pois sua 
cauda e/ou relaxamento do esfíncter anal pode 
contaminar a mesa. 
 
OBS: Todo corte deve ser feito no sentido cranio-caudal 
ou dorso-ventral, pois causa menor dano tecidual já que 
segue o sentido das fibras. E para promover um corte 
preciso é importante mover a mão do lado não-
dominante para o lado dominante. 
Profilaxia da infecção 
 
A profilaxia da infecção no trans-cirúrgico é essencial para evitar complicações pós-
cirúrgicas, sendo que cerca de 90% das complicações neste momento ocorrem por falta de 
assepsia adequada para evitar a entreada de microrganismos no ambiente cirúrgico e 
tecidos. As principais vias de transmissão são o próprio ato cirúrgico por falta de controle 
eficaz de hemorragias provocando coágulos que são propensos a proliferação bacteriana, 
cortes inadequados, manobra cirúrgica agressiva e brusca que dificulta a chegada de 
células de defesas através dos vasos sanguíneos que estarão lacerados, falta O2 local 
favorecendo a proliferação de bactérias anaeróbicas,dificulta também a chegada de 
antibióticos sistêmicos. No pré-cirúrgico deve ser administrado um antibiótico, cerca de 30 
minutos antes da incisão, sistêmico (IV), de amplo espectro, ação rápida, deve-se repetir a 
cada 2 horas que a cavidade permaneça aberta. O ambiente cirúrgico também é uma via de 
transmissão que pode ocorrer por desinfecção inadequada antes e depois do ambiente, 
exigir o uso de pijamas cirúrgicos, gorros, máscaras e outros aspectos importantes da 
assepsia para evitar contaminação do ambiente. Além disso, os materiais, luvas e panos 
devem ser esterilizados adequadamente. 
Os antibióticos só devem ser aplicados durante o transcirúrgico, exceto em procedimentos 
contaminantes onde há abertura de órgãos contaminados do TGI e trato urinário, por 
exemplo. E em procedimentos de risco, em casos de contaminação ou similares, mas na 
prática, principalmente para pacientes carentes que são expostos há mais contaminantes, 
recomenda-se a prescrição por alguns dias, cerca de 4 dias, pois muitas vezes os tutores 
não são capazes de evitar vias de contaminação na ferida cirúrgica. Normalmente, o 
antibiótico de escolha é amoxicilina, mas se houver infecção prévia utiliza-se normalmente 
amoxicilina+clavulanato. 
 
 
 
Conceitos: 
 Assepsia: Conjunto de manobras/procedimentos feitos para evitar a penetração por 
microrganismos em locais estéreis ou com pouca presença de microrganismos. Por 
exemplo, o uso de pijama, propé, gorro, máscara, aparar as unhas, realizar a tricotomia 
ampla, uso de antissépticos e desinfetantes no ambiente. 
 Antissepsia: É um método pelo qual uma substância impede a proliferação de 
microrganismos em tecidos vivos, como a limpeza das mãos e campo cirúrgico. 
 Desinfecção: Métodos físicos (vassoura de fogo, flambagem e outros) ou métodos 
químicos (desinfetantes) utilizados para impedir a presença de germes ou 
microrganismos nos intrumentais, utensílios e ambientes (os intrumentais e tudo que for 
entrar em contato com o paciente deve ser esterilizado). Ex: Biocid, Creolina, Cloro, 
Água sanitária, água a 100ºC. 
 Esterilização: É o método mais seguro, pois garante morte total dos microrganismos, é 
utilizado em todo material que terá contato direto ou indireto com o campo cirúrgico 
(gaze, pano de mesa, pano de campo, luvas, intrumentais). A autoclave é utilizada no 
material cirúrgico e panos, promove a morte por úmido (120ºC/1atm/20-30minutos). 
Tem um reservatório para a água e posteriormente fornece um calor seco para secar os 
materiais. A estufa atua também na esterilização (100ºC por 1 hora), mas reduz a vida 
útil dos instrumentais, pois utiliza calor seco predispondo aos materiais perderem o 
corte, pode também queimar os panos por contato direto com as laterais. A pastilha de 
formol era utilizada para esterilizar equipamento elétrico, colocando numa caixa por 24-
48 horas, mas ele é tóxico e caiu em desuso. O fogo instantâneo (álcool+fogo) ou 
ebulição (100ºC por 10 minutos) pode ser utilizado em casos extremos. 
 
Antissépticos: 
 Tintura de iodo: É uma substância cáustica utilizada antigamente, mas atualmente não 
é mais usado devido a sua toxicidade principalmente para a tireoide, os mais utizados 
atualmente são os compostos iodóforos. 
 Álcool 96%-70%: Possui uma boa ação em bactérias e vírus desnaturando sua 
proteínas e destruindo a membrana celular, mas não atua nas formas esporuladas das 
bactérias, fungos, leveduras e outros, necessitando associar com outro antisséptico. 
Sua duração é muito curta, entre 20-30 segundos, o álcool 70% é o ideal pois sua 
evaporação é mais lenta promovendo um efeito mais prolongado. O álcool promove 
destruição e necroses, portanto, deve ser evitado em regiões machucadas, com tecido 
necrosado ou exposição de tecidos muscular e cutâneos. 
 Povidine/Polinilpirrolido (PVPI): Substitui o iodo, sendo um composto iodóforo que não 
causa irritação dermatológica e possui excelente ação germicida atuando na forma 
esporulada, em fungos, leveduras, vírus e bactérias em geral. Ele penetra nas células e 
libera compostos para matá-las, necessita uma exposição entre 10-15 minutos aos 
tecidos para fazer efeito. Não deve-se retirar o excesso com álcool, com era feito com o 
iodo puro, necessita esperar o tempo de ação para colocar o pano de campo e iniciar a 
cirurgia. Ele é inativado na presença de células como hemácias, leucócitos e tecidos 
expostos e necrosados, não exercendo sua ação em tecidos lesionados. Possui um 
período residual entre 4-6 horas sendo necessário repetir o processo após este período. 
Ele possui uma versão tensoativa chamada degermante que possui detergentes feitos 
para aplicar nas mãos ou em áreas muito sujas, pois auxiliam na limpeza, 
posteriormente utiliza-se álcool e outro antisséptico de escolha. 
 Clorexidina: Possui três versões, aquosa utilizada em feridas expostas (diluição de 
0,05%), normalmente as formulações são de 2% necessitando diluição com soro 
fisiológico,ringer lactato e outros, na solução de 2% ele é muito abrasivo, utilizado após 
diluido em higienização de mucosas como cavidade oral (se tiver feridas deve-se diluir, 
pode ser utilizado o digluconato de clorexidina que é específico para a cavidade oral, 
mas também deve ser diluído se for utilizado em feridas), em casos de prolapso retal, 
ruptura de bexiga e intestino (diluir). Também possui a versão alcoólica que é utilizada 
na pele íntegra; e a versão tenso ativa/degermante que é utilizada nas mãos e áreas 
sujas. Não é recomendado para o conduto auditivo e ocular, por ser muito abrasivo, a 
desvantagem é que não atua em fungos e formas esporuladas. Possui um período 
residual de até 12 horas, inicia sua ação em segundos (5-10s), e não é inativado por 
material órgânico (células e tecidos). 
A preparação da equipe cirúrgica deve ser feita colocando-se o pijama cirúrgico, gorro, 
propé e máscara facial, que são barreiras físicas para evitar entrada de micorganismos 
vindos do corredor do hospital. A anti-sepsia das mãos e braços com antissépticos tenso-
ativos deve ser feita em parte da equipe com objetivo de remover mecanicamente as 
sujidades visíveis e reduzir a oleosidade, além de reduzir os microrganismos presentes. 
Passo-a-passo da lavagem: 
 Realiza-se o enxague dos braços da região das pontas dos dedos para o cotovelo 
(região mais suja para a mais limpa). 
 Em seguida realiza-se a escarificação das mãos e braços que pode ser feito de 
diferentes formas: 
1. Utiliza o antisséptico degermante que é esfregado das mãos para os cotovelos 
(normalmente o detergente fica acoplado e é liberado através de uma alavanca nos 
pés). 
2. Utiliza-se uma escova estéril com degermante presente, ela deve ser aberta 
adequadamente por ser estéril. 
Este processo é feito em 3 etapas: Espalha-se o degermante nos dedos, palmas e 
dorso da mão, sem esquecer-se das unhas e interdigitos, inicialmente apenas passa 
a esponja da escova, caso esteja usando ela. Em seguida utiliza-se a escova no 
punho e cotovelo. Será feito a limpeza com golpes, podem ser feito 10 golpes por 
manobra ou realizar a manobra durante 1 minuto. Devem ser realizados golpes nas 
pontas dos dedos, palma e costas da mão, entre os dedos e interdígitos, punho e 
cotovelos (4 quadrantes). A escova pode causar microlesões com proliferação de 
microrganismos, portanto, padroniza-se que a primeira assepsia é feita com a 
escova e as seguintes apenas com o antisséptico do lado da esponja e as cerdas 
são utilizadas apenas nas unhas. 
A escarificação francesa utiliza-se apenas o antisséptico e as mãos para a 
escarificação, deve-se aguardar pelo menos 3 minutos para enxaguar caso esteja 
usando clorexidina e 10 minutos para o PVPI. Esta técnica é recomendada para 
locais com escassez de água, e não se enxagua a mão, apenas seca com uma 
compressa cirýrgica estéril, iniciando nos dedos, palma, dorso, punho e braço, até o 
cotovelo, esta compressa é descartável. 
 
Após a lavagem das mãos o volante irá abrir o avental cirúrgico sem tocarna parte de 
dentro (ele já é dobrado de forma que evite este contato), e a luva cirúrgica também é 
aberta pelo volante. 
 
Paramentação: 
 
Durante a cirurgia normalmente estão presentes 4 pessoas, um cirurgião, um auxiliar, um 
volante e um anestesista, podem ter mais ou menos pessoas dependendo da necessidade. 
O volante irá pegar o que for necessário, após a lavagem das mãos do cirurgião e auxiliar, o 
volante irá pegar o avental pelas tiras superiores mantendo contato apenas com a parte 
interna para evitar contaminação da parte que ficará em contato direto com o paciente. As 
luvas devem ser abertas sem contaminação conforme indicado na embalagem (segurando 
nas abas e abrindo os dois lados), elas são esterilizadas em oxicetileno e são numeradas 
de 12-6, elas devem recobrir o antibraço sobre o avental. Posteriormente a luva é colocada 
sobre a mesa, ainda com o envelope interno o cirurgião abre o envelope interno e identifica 
os lados e parte interna e externa, só deve-se tocar na parte interna quando a mão estiver 
desenluvada. Com a mão enluvada deve-se priorizar tocar apenas na parte externa, pois 
existe um talco na porção interna que pode causar reações no paciente. 
Os braçõs devem ser mantidos elevados, acima do cotovelo, os braços e mãos devem ficar 
afastados das roupas cirúrgicas, pias e torneiras. Em seguida, a equipe prepara a cirurgia, 
afastados do cirurgião e auxiliar para evitar contaminação. Deve-se atentar a estes pontos 
para preparar uma cirurgia asséptica: 
 Esterilização rígida dos instrumentais e utensílios, antissepsia adequada do campo 
cirúrgico, se possível solicitar ao tutor que o banho seja realizado no dia anterior. 
Deve ser feito a antissepsia em 2 fases e o pano de campo deve ser esterilizado. 
 A cirurgia deve ser feita com o máximo de cuidado ao manusear os tecidos, pois 
manuseios inadequados podem lesionar muito os vasos causando isquemia e 
favorecendo o crescimento de microrganismos anaetóbicos, reduz a chegada de 
células de defesa e o antibiótico pré-cirurgico não chegará no local da lesão. 
 A hemostasia deve ser promovida de forma adequada para evitar a formação de 
coágulos sanguíneos que causam dor, prejudicam o peristaltismo e é um meio de 
cultura para bactérias. Portanto, deve-se lavar a região com solução fisiológica 
aquecida para evitar hipotermia, observa-se focos de hemorragia, o líquido deve sair 
mais límpido e remove possíveis coágulos, do contrário indica focos de hemorragia. 
 
 
 
 F a s e s 
f u n d a m e n t a i s d a 
t é c n i c a o p e r a t ó r i a 
e i n s t r u m e n t a ç ã o 
 
 
 
Refere-se aos fundamentos que devem ser seguidos em qualquer cirurgia, 
independentemente de sua complexidade. O procedimento cirúrgico só deve ser feito com o 
objetivo de promover cura através de uma intervenção física que cause o mínimo de injúrias 
possíveis ao paciente. Para isto diversos instrumentais cirúrgicos são utilizados, eles são 
dividos em quatro categorias de acordo com sua função em cada etapa cirúrgica: 
 Diérese: Todos os instrumentais utilizados com objetivo de promover cortes dos 
tecidos. 
 Síntese: Instrumentais que promovem reconstituição dos tecidos de forma a retorná-
los para o estado anatômico mais próximo do possível. 
 Auxiliar: Facilitam a ação dos demais instrumentais, expondo, fixando ou 
apresentando os tecidos. 
 Hemostasia: Materiais utilizados com objetivo de conter hemorragias, de forma 
preventiva, temporária ou permanente. 
 
1. Diérese: Envolve as manobras manuais ou instrumentais realizadas para atingir o 
local da cirurgia, promovendo separação dos tecidos. É divida em diérese cruenta 
que se refere a procedimentos invasivos, cortes longos, com sangramento e muita 
manipulação de tecidos. E diérese incruente que envolve cortes menores, com 
pouco sangramento e manipulação dos tecidos. 
Manobras de diérese cruenta: 
1.1. Incisão: Ato de cortar tecidos, deve ser feito de maneira única e perpendicular 
aos tecidos, se necessário realizar mais um corte deve-se retornar ao ponto inicial e 
realizar o mesmo trajeto buscando uma ferida homogênea que irá facilitar a 
cicatrização. Se o tecido ficar com pontas não é possível alinhar as bordas 
predispondo a entrada de microrganismos na ferida, além de se tornarem regiões 
doloridas. 
1.2. Exérese: Retirada parcial ou total de uma estrutura anatômica, muito utilizada 
para remoção de nódulos e tumores. 
1.3. Ressecção: Similar a exérese, mas refere-se a estruturas duras, como 
ressecção da cabeça do fêmur em casos de displasia coxo-femoral. 
1.4. Curetagem: É feito com a cureta (instrumental similar a uma concha de feijão). 
Utilizada para realizar raspagem de tecidos neoformados e indesejáveis como tecido 
fibroso ou neoformações. 
1.5. Escarificação: É uma raspagem superficial ou pequenas incisões realizadas nos 
tecidos para promover aderência. Como em casos de feridas que demoram para ser 
tratadas utiliza-se o bisturi para escarificar as bordas antes de suturas, para reativar 
a ferida removendo tecido morto. Utilizado em prolapso retal e de útero, vagina, 
torção gástrica, realiza-se escarificação do intestino e peritônio e realiza-se a sutura 
para promover cicatrização e quando o fio de sutura for reabsorvido haverá uma 
cicatrização fixando o reto, o termo usado para esta manobra é pepsia. 
1.6. Punção: Realizado com trocater ou cateter, realizado para retirar líquido ou 
gases, utiliza-se o sufixo “centese” para se referir a esta manobra (ex. cistocentese, 
ruminocentese, toracocentese). 
 
Manobras de diérese cruenta: 
1.7. Divulsão: É muito utilizada, não é feito incisão, apenas o afastamento dos 
tecidos através de uma abertura prévia, utiliza-se uma tesoura fechada ou 
manualmente. Utilizada para separar tecidos como tecido subcutâneo, coloca-se a 
tesoura de ponta romba-romba fechada dentro dos tecidos e em seguida abre-se e 
retira ela aberta. Muito utilizada para acessar ossos em cirurgias ortopédica evitando 
incisões nos músculos, pois não se regeneram sendo substituidos por tecido fibroso. 
1.8. Crio-bisturi: Feito com nitrogênio líquido, é armazenado a temperaturas muito 
baixas (-80ºC), quando sai ele se torna gás, é muito utilizado para remoção de 
nódulos e massas sem promover sangramento. 
1.9. Bisturi elétrico: Precisa-se de um equipamento que regula a voltagem, a placa 
(neutro) deve ser colada abaixo do paciente. E a caneta que possui uma ponteira 
deve ser autoclavada. Promove uma descarga elétrica focal, por isso é importante 
utilizar o neutro, promove vaporização das células e coagulação dos vasos, por isso 
evita sangramentos. É positivo pois reduz o tempo da anestesia, evita 
sangramentos, não necessita de ligaduras que aumentam a probabilidade de reação 
inflamatória. Mas possui desvantagens como o retardo da cicatrização por redução 
da vascularização dificultando a cicatrização podendo dobrar o tempo de 
cicatrização. Pode causar decência dos pontos devido a isquemia reduzindo as 
células de defesa e antibióticos que atingem a região por redução da vascularização. 
Tipos de bisturi: 
 
 
 
 
 
 Bisturi de lâmina fixa: Já não é tão usado mais, pois 
perde o corte e necessita amolar frequentemente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Bisturi de lâmina móvel, normalmente utiliza-se os 
cabos 3-4, e lâminas de 10-36. 
 
 
 
 
 
 Os pedidos por sinais são utilizados para evitar 
sons no ambiente cirúrgico. A imagem mostra como é 
feito um pedido manual para bisturi, em seguida 
espalma-se a mão para que o bisturi seja colocado pelo 
cabo na mão do cirurgião pelo auxiliar. 
 
Empunhaduras para bisturis: 
 
1. Empunhadura na forma de lápis: utilizado em incisões pequenas de tecidos 
delicados, fornece muita precisão, ex. procedimentos oftálmicos e neurológicos. 
Os movimentos são curtos e feito com os dedos, a mão é apoiada na superfície. 
 
2. Empunhadura na ponta dos dedos: indicada para cortes longos e quase toda a 
superfície cortante do bisturi entra em contato com a superfície, o movimentoé 
feito com o braço. 
 
3. Palma da mão: O cabo do bisturi fica apoiado na palma da mão e o indicador 
apoia a ponta, utilizizada na maioria dos procedimentos cirúrgicos, permite cortes 
profundos direcionados pelo indicador, mas não tão precisos, a angulação com a 
superfície deve ser de 30-40º e o movimento é feito com o braço. 
 
 
 
 
 
 
 
Tipos de tesouras: 
 
Anatomicamente as tesouras são divididas em pontas, lâminas, fulcro (ponto de 
encontro das lâminas), hastes e argolas/anéis. Podem ser classificadas em relação 
a sua ponta: fina-fina (muito corte, usada em tecidos resistentes e firmes com pouco 
tecido vascular e nervoso), romba-fina (utilizada para cortar cavidades, sendo que a 
parte romba fica voltada para a parte interna para evitar lesões, em locais com muito 
tecido fibroso) e romba-romba (utilizada em locais altamente vascularizados e com 
tecido nervoso e para divulsão). Também podem se diferenciar de acordo com sua 
forma: curva (fornece maior visibilidade para cortar estruturas profundas) e reta 
(utilizada em tecidos superficiais que não necessitam de visibilidade, possui 
mecânica favorável ao corte para cortar tecidos firmes. 
 
 
 
 
 Tesoura de Metzenbaum: É delicada, utilizada para 
corte e divulsão de tecidos finos como pleuras e fáscias. 
Pode ser encontrada reta ou curta, e é romba-romba, 
suas lâminas são curtas em relação as hastes. 
 
 
 
 
 
 Tesoura de Mayo: É mais rústica utilizada em tecidos 
resistentes, pode ser encontradas com todos os tipos de ponta e 
forma. Possui lâminas com praticamente o mesmo tamanho em 
relação as hastes. 
 
 
 
 
 
 
 
 Tesoura de sutura: Possui lâminas curtas, 
pesadas e é utilizada para cortar as pontas dos 
fios de sutura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Tesoura tira-pontos: É pequena e uma de suas 
lâminas apresenta uma concavidade o que facilita 
sua entrada abaixo dos pontos sem prejudicar a pele. 
 
 
 
 
 Tesourade curativo: Uma de suas lâminas é 
invertida e romba utilizada para remoção de 
curativos e bandagens sem cortar o paciente. 
 
 
 
 
 
 
Pedido de sinais para tesouras. 
 
Empunhadura para tesouras: 
 
Empunhadura tripé de base-ampla ou polegar-anelar: É a mais utilizada, é importante que 
a tesoura exerça três movimentos em conjunto: oclusão (fechar as lâminas), sisariamente 
(as lâminas devem passar rente uma a outra) e o toque (as bordas das lâminas devem se 
tocar realizando o guilhotinamento dos tecidos. Deve-se seguir quatro regras: as lâminas 
devem ser introduzidas nos tecidos e estabilizar o tecido entre elas, posicionando a 
tesoura paralelamente aos tecidos. Durante o corte a tesoura deve ser mantida próximo 
ao ponto de fixação da lâmina e não se deve fechar totalmente evitando afrancosidades. 
 
 
 
Outros: 
 
 
 
 
 
 
 Cizalha: Utilizada para cortar ossos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Costotomo: Auxilia a remover costela, ecsere da 
cabeça de fêmur e outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Cureta: Utilizada para curetagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Burdizzo: Utilizado em castrações incruentas 
de ruminantes rompendo o ducto deferente 
sem causar danos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Emasculador: Utilizado para castração de equinos. 
 
 
 
 
 
 
 
 Fio serra: Utilizado para amputações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Trépano: Utilizado para remover pequenas janelas de 
ossos, como em casos de sinusite de equinos onde realiza-
se a trepanação dos seios para extravasamento e extração 
dos dentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trepanação dos seios paranasais em equino. 
 
 Afastador Farabeuf (usado em pele, subcutâneo e músculos 
superficiais) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Afastador Gelpi 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Afastador Weitlaner 
 
 
 
 
 
 Afastador Finochietto (utilizado para afastar 
costelas) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Afastador Gosset 
 
Instrumentais auxiliares: 
Não participam diretamente na ação cirúrgica, mas propicia condições para a 
atuação dos demais instrumentais. São usados para fixar e apresentar os 
tecidos para que sejam suturados, incisionados ou realizado manobras de 
hemostasia. 
 Pinça de dissecação: Possui a apresentação com 
dente de rato utilizada para tecidos robustos e sem dente 
de rato para tecidos delicados, serrilhada ou lisa. É 
manipulada com a mão não dominante. É feita a pegada na 
forma de lápis, exceto em tecidos muito robustos como a 
pele debovinos e equinos que é feito a pegada na palma da 
mão. 
 
 
 
 
 
Pedido de sinais para pinça de dissecação. 
 
 
 Pinça de Allis: É composta 
por argolas, uma ponta e duas 
gremalheirasm a medida que se aperta a catraca nas 
argolas mais ela trava oferendo fixação máxima e mínimo 
trauma tecidual. Usada em pele, musculatura, aprede 
gástrica (protege-se a ponta serreada para evitar contato 
com a mucosa gástrica), e é empunhada com a 
empunhadura de tripé de base ampla. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pedido de sinais para pinça de Allis. 
 
 
 
 
 
 Pinça Foerster: Utilizado para curativos e antissepsia 
do campo cirúrgico. É formada por argolas, haste e o 
sistema de gremalheras, podem ser curvas ou retas. 
 
 
 
 
 
 
 Pinça de campo (Backhaus): Fica junto com o material 
de campo na montagem, são pinças curtas, com argolas, 
gremalheras e pontas com dois ganchos que se curvam, 
utilizadas para fixar o pano de campo na pele do 
paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pedido manual para pinça de campo/Backhaus. 
 
 
 
2. Intrumentais especiais 
 Pinça intestinais (Doyan): São muito utilizadas na rotina, 
principalmente em cães jovens devido a alta injestão de corpo 
estranho. Deve-se limpar o segmento com movimentos de ordenha e 
a pinça é colocada para segurar o conteúdo fecal longe da região 
onde será feita a incisão. Sua ponta é longa e não causa lesões pois 
possuem vãos nas pontas para não cortar o intestino, ela pode ser 
curva ou reta. Suas rainhuras longitudinais são feitas para evitar 
traumas, já as rainhuras horizontias são utilizadas em equipamentos 
lesivos. 
 
 
3. Hemostasia e instrumentais hemostáticos: 
Manobras instrumentais ou manuais realizadas pelo cirurgião com objetivo de evitar 
ou controlar hemorragias que pode ser causada de forma acidental pelo cirurgião ou 
por trauma prévio. A finalidade é evitar choque hipovolêmico, facilitar a visualização 
dos tencidos, evitar hipóxia/anóxia por hipovolemia, evitar formação de coágulos que 
predispões a proliferação de microrganismos. Ao lavar a cavidade o soro fisiológico 
não pode estar muito vermelho, e sim mais translúcido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Classificação das hemorragias: 
1. Externas: O sangue é visível, 
normalmente decorrente de trauma, com 
solução de continuidade e lesão de vasos 
sanguíneos. 
2. Internas: Ocorre dentro da cavidade, o 
sangue não é visível, pode ser traumático 
ou cirúrgico. A ruptura de órgãos 
parenquimatosos é frequente secundário a 
trauma, principalmente o baço que pode 
causar sangramento excessivo. Muitas 
vezes observa-se líquido livre no FAST 
realizado na emergênica. Os sinais clínicos 
são: mucosas pálidas, aumento de FR e 
FC, redução de temperatura, mas são 
inespecíficos. 
Classificação das hemorragias: 
1. Arterial: É mais rápida e o sangue se 
apresenta como jatos semelhantes ao 
pulso, ocorre grande perda de sangue. 
2. Venosa: É mais lenta, o sangue é mais 
escuro e não ocorre em jatos. 
3. Capilar: É a mais lenta de todas e ocorre 
em vários pontos do local lesionado, similar 
a um lençol, primeiro formam-se bolhas e 
depois todo órgão sangra. 
 
 
Hemostasia preventiva 
 
 
 
 
 Torniquete: Materiais são fixos como corda e 
madeira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Garrote: Os materiais são elásticos. 
 
 
 
Hemostasia temporária (pinças hemostáticas) 
 
 
 
 
 
 Pinça Halsted ou mosquito: Possui ponta curva ou reta, 
o sistema de gremalheiras, e pontas pequenas em relação a 
haste. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pinça Crile: Possui ponta curva ou reta, com sistema de 
gremalheiras, com as pontas um pouco maior quase 
similar as hastes, apresenta ranhuras em toda sua 
ponta. 
 
 
 
 
Pinça Kelly: Possui ponta curva ou reta, sistema de 
gremalheiras, com pontas de tamanho médio comparado 
com as anteriores, possui ranhuras apenas na parte inicial 
de sua ponta. 
 
 
 
 
 
 Pinça Kocher: Possui ponta reta ou curva, com sistema de 
gremalheiras e dente de rato, com pontas de tamanho similar 
as hastes. 
 
 
 
Pedido por sinais para pinça hemostática. 
 
 
Hemostasia definitiva: 
 Ligadura (fisica). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Transfixação (física). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Sutura(física). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Torção e tração (física). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Eletrocoagulação com bisturi elétrico (física). 
 
 
 
 
 Constritores (química): ideal para hemorragias capilares apenas. 
 Iodo (química): Queima pequenos vasos, principalmente. 
 Vitamina K (química): utilizado como preventivo (só começa a fazer efeito em 7 
dias). 
 
4. Síntese 
São manobras manuais e instrumentais que buscam reestabelecer da melhor maneira 
possível a forma e função dos tecidos que foram incididos acidentalmente ou 
voluntariamente (cirurgia). Para uma boa sutura é importante se atentar a assepsia 
correta de tecidos e material de sutura, hemostasia perfeita, abolição do espaço morto, 
lábios das feridas limpos e sem afranctuosidades, ausência de corpo estranho e tecido 
morto, posição anatômica correta e tração moderada sobre o fio. 
 
 
 Porta agulha Mayo-Hegar: Sua extremidade é curta e 
robusta, diferente das pinças hemostáticas que sua 
extremidade é comprida e fina. Possui sistema de argolas e 
gremalheiras, com uma fenda longitudinal internamente na 
extremidade que auxilia a estabilidade da agulha. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Porta agulha Olse-Hegar: Não possui fenda interna e 
entre o fulcro e a extremidade possui duas lâminas 
semelhantes a uma tesoura, utilizado para estabilizar a 
agulha e auxiliar no corte dos fios. 
 
 
 
 
 
 Porta agulha Mathie: para tecidos delicados, 
principalmente em cirurgia oftálmica e neurológica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pedido por sinais para porta agulha. 
 
Empunhaduras para porta agulha: 
 
 
 
 
Forma de lápis: para tecidos delicados, principalmente 
no porta agulha Mathie para procedimentos oftálmicos. 
 
 
 
 
 
 
Pegada palmar: Utilizada em tecidos muito 
resistentes, pois permite força mecânica. 
 
 
 
: 
Pegada tenar: Utilizadas para suturas contínuas 
que necessitam de muita velocidade, mas não 
muita precisão. 
 
 
 
 
 
Pegada polegar-anular: É a mais usada, 
permite firmeza e precisão, mas é menos 
preciso que a pegada na forma de lápis. 
 
 
 
 
 
Fios: classificação e tipos 
Os fios podem ser classificados como orgânicos (origem viva, animal ou vegetal) e 
inorgânicos (origem sintética). Podem ser absorvíveis (o organismo absorve através 
de hirólises enzimáticas ou reações inflamatórias com macrófagos) e inabsorvíveis. 
Também podem ser monofilamentosos (possui baixa capilaridade que refere-se a 
capacidade de transportar bactérias, utilizados em órgãoes contaminados, sua 
memória é maior, isto é, sua capacidade de retornar a forma inicial, sendo mais 
difícil de trabalhar, baixa elasticidade, caso aperte demais o nó pode seccionar o 
tecido e não sendo usado para hemostase, baixa pliabilidade que refere-se a 
capacidade do fio de atar nós, por fim, seu coeficiente de atrito é baixo, que é ideal 
para suturas de pele) ou multifilamentoso (maior capilaridade, pouca memória, alta 
pliabilidade e alto coeficiente de atrito), que são características que influencia na 
escolha do fio. O diâmetro está relacionado a resistência a tração, e a cromação 
aumenta o tempo de absorção, os fios absorvíveis só devem ser utilizados 
internamente. Diâmetros maiores são relacionados com maior quantidade de corpo 
estranho, portanto, indica-se fios mais finos, dentro do possível. Sempre que 
possível deve-se escolher fios com agulha embutida, pois possui um fundo menos 
abrasivo e causam menos lesões teciduais. Além disso, fios grossos não 
conseguem ser arroxados adequadamente sendo a tensão do nó inversamente 
proporcional ao tamanho do fio, para controle de hemorragias utiliza-se fios finos. 
 CAT GUT (orgânico/absorvível): Feito com colágeno puro retirado de intestino de 
carneiro e tratado com formaldeído, causa muita reação inflamatória e é absorvído 
por macrófagos, atualmente seu uso é desencorajado, mas ainda é usado por 
alguns profissionais principalmente de animais de grande porte. Pode ser simples 
(absorção entre 7-17 dias) ou cromado (banhado com sais de cromo para reduzir 
reação inflamatória, 20-28 dias). É multifilamentoso com alta capilaridade, seu 
diâmetro varia de 4 até 6-0 (quanto maior os números que tiverem 0 na frente mais 
fino é o fio, esta numeração é usada para todos os fios, exceto algodão). 
 Algodão (orgânico/inabsorvível): É de origem vegetal, não absorvível, quanto maior 
o número de zeros mais grosso é o fio, variando entre 40, 30, 20, 10, 0, A-0000, P-
10. Era frequentemente utilizado em suturas externas, é multifilamentoso e pode ser 
esterilizado, o nó é feito facilmente, possui alta capilaridade, utilizado para 
hemostasia, mas quase não é utilizado em suturas internas devido a reação tecidual 
exacerbada e formação de granulomas, apenas na medicina humana para correção de 
hérnia. Possui alto coeficiente de atrito, na veterinária é utilizado apenas na hemostase 
para ligaduras, principalmente de vasos calibrosos, mas possui alto risco de rejeição e 
está caindo em desuso. 
 Seda (orgânico/inabsorvível): É de origem animal, multifilamentoso. 
 Poliglatina 910 (inorgânico/absorvível): É inerte e resistente, multifilamentoso (evitar 
órgãos contaminados), numeração semelhante de 2 até 8-0 (muito usado para 
sutura de córnea, possui espessura de um fio de cabelo), sua absorção ocorre entre 
60-90 dias e em 21 dias ele perde 50% de sua força tênsil. 
 Ácido poliglicolico/Dexon (inorgânico/absorvível): Inerte e resistente, 
multifilamentoso, numeração semelhante, absorção entre 60-90 dias, 14 dias já se 
perde 50% da força tênsil. 
 Polidioxanona/PDS (inorgânico/absorvível): Inerte, resistente, monofilamentoso, 
numeração semelhante de 2 até 5-0, absorção em 180 dias. É o fio de escolha para 
órgãos ocos (intestinos, esôfago, estômago), com 21 dias perde cerca de 40% de 
sua força tênsil. Na presença de amônia o tempo de absorção reduz, ex. casos de 
cistite a ureia é convertida em amônia e o fio pode ser reabsorvido entre 3-4 (utilizar 
nylon). 
 Metálicos (inogânico/inabsorvível): É feito de aço inoxidável, é monofilamentoso, 
utilizado para tendões e ossos, encontrados em envelopes ou carretel, possuem 
baixa capilaridade, memória, pliabilidade e coeficiente de atrito. 
 Nylon (inorgânico/inabsorvível): Pode ser mono ou multifilamentoso (é utilizado para 
cirurgias de tendão), utilizado sempre que houver infecção, mas predispõe a 
formação de cálculos, portanto é evitado exceto nestes casos onde é a única opção. 
 Poliéster (inorgânico/inabsorvível): Multifilamentoso, muito utilizado para 
anastomose vascular. 
 Polipropileno (inorgânico/inabsorvível). 
 
Agulhas: classificação e tipos 
 
 
 
 
 
 Fundo cego 
 
 
 
 
 
 Fundo falso/francês (traumático) 
 
 
 
 
 
 
 Fundo prensado (atraumático) 
 
 
 
 
 Corpo cilíndrico agudo (utilizado para suturas internas, a 
aguda é utilizada em músculatura, intestino e estômago) 
 
 
 
 
 
 Cilindrica cônica romba (corpos friáveis) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Corpo triangular/cortante (não é durável) 
 
 
 
 
 
 
 
 Corpo trapeizodal/cortante (é melhor que o triangular, possui 6 pontas 
de corte) 
 
 
 
 
 
 
 
S u t u r a / S í n t e s e 
 
 
 
Alguns fatores interferem na escolha da sutura, como a maneira própria do cirurgião, 
local da ferida, espécie e condição física do indivíduo. 
 
 
 
 
 
 
Sutura de padrão coaptante 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sutura de padrão invaginante 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sutura de padrão evaginante 
 
 
Nó simplesNó quadrado Nó de cirurgião 
 
 
 
 
 
 
Sutura simples separada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sutura simples contínua 
 
 
 
 
Sutura para órgão oco: Neste caso os pontos contaminantes atingem 
mucosa e lúmen do órgão (deve ser invaginante ou coaptante) e uma 
segunda sutura não contaminante atingem apenas a serosa e 
muscular (invaginante). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ponto de Wolff ou U deitado 
 
 
 
 
 
 
 
Ponto Donatti 
 
 
 
 
 
 
Ponto Lembert 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ponto em X 
 
 
 
 
 
 
 
Ponto Festonado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ponto Connel/Cushing 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ponto subcutâneo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ponto bolsa de fumo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ponto tipo Jaquetão 
 
 
 
Manobra Sufixo Exemplos 
Sutura rráfia Ruminorrafia 
Incisão tomia Esofagotomia 
Extirpação ectomia Enterectomia 
Punção centese Ruminocentese 
Plástica plastia Dermatoplastia 
União de 2 órgãos anastomose Gastro-entero anastomose 
Exame visual da cavidade scopia Histerescopia 
Liberar aderências lise Histerolise/Enterolise 
Fixação de órgãos no 
peritôneo 
pexia Gastropexia 
Imobilização das 
articulações 
dese Artrodese 
 
 
Autor(a): Daniela Fonte Boa Melo 
Instagram: @daniela.f.b.m

Outros materiais