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T é c n i c a o p e r a t ó r i a - M e d i c i n a V e t e r i n á r i a Universidade Federal de Uberlândia I n t r o d u ç ã o A técnica operatória é a parte da ciência média designada a estudar os procedimentos manuais e instrumentais através de ação física, mecânica que causa injúria aos tecidos, utilizando os instrumentais para minimizar esta injúria, mediante os quais os tecidos são incisados e reconstituídos por meio de um plano pré-determinado com objetivos terapêuticos. O procedimento inicia-se no pré-anestésico, seguido do plano anestésico e cirúrgico que deve ser avaliado de acordo com o caso, idade do paciente, possível anemia (a redução de plaquetas aumenta o risco de hemorragia do tipo capilar sinusal que pode levar o paciente ao óbito), infecções, alterações cardíacas, função renal e hepática. O planejamento também deve incluir o procedimento cirúrgico, sendo essencial o conhecimento da anatomia e fisiologia dos órgãos e da espécie. Os procedimentos raros devem ser aprofundados, principalmente em relação ao acesso cirúrgico, buscando entender quais estruturas serão incididas, vasos importantes próximos que podem se romper, quais fios e agulha utilizados na cirurgia, e conhecimento das possíveis complicações cirúrgicas e anestésicas. O cirurgião deve conhecer a anatomia e fisiologia do paciente, acessar entre os músculos que não podem ser cortados, pois não se regeneram sendo substituídos por tecido fibroso. É importante conhecer vasos e nervos que podem ser rompidos ou seccionados causando complicações. As habilidades manuais são essenciais, é importante ser caprichoso para evitar possíveis complicações com a sutura e causar o mínimo de lesão possível. Pelo menos quatro pessoas especializadas devem estar presentes na sala de cirurgia: o cirurgião devidamente paramentado; auxiliar/instrumentador que deve ser um segundo cirurgião que irá promover condições para que a cirurgia ocorra, também deve estar paramentado (prepara a mesa, mantém e entrega os instrumentos); anestesista; assepsista/volante que atua auxiliando na paramentação, realiza a contenção, realiza o acesso venoso e posicionamento, busca fármacos e equipamentos necessários. Em alguns casos pode ser necessário outros especialistas. O centro cirúrgico deve ser azulejado, sem janelas, com boa iluminação, cantos sem quinas, arredondados, com coloração clara. A sala pré-anestésica para animais de grande porte é acolchoada com piso emborrachado ou anti-derrapante para evitar lesão dos animais. O ideal é que a queda seja direcionada para suavizá-la. Em animais de grande porte a talha elétrica com troller, similar a um guindaste no teto da sala, pode ser utilizada para mover os animais quando necessário. A mesa cirúrgica hidráulica básica sustenta até uma tonelada, as melhores mesas podem sustentar até duas toneladas, e com ela é possível mover o paciente pela sala e deixá-la mais alta/baixa. Os equipamentos básicos como equipamentos anestésicos, monitor paramétrico, bisturi elétrico utilizado para cortes sem sangramento e cauterização, o foco cirúrgico é utilizado para evitar sombras formadas pelas paredes dos órgãos e outras estruturas, além da própria equipe (quanto mais bulbos tiver o foco, mais eficiente ele é). Em pequenos animais não necessita-se de mesa hidráulica, apenas uma mesa cirúrgica de aço inox, a mesa pantográfica permite alteração da elevação da mesa. Também é necessário uma mesa auxiliar onde será colocado os instrumentais cirúrgicos, utiliza-se um pano de mesa autoclavado para forrar a mesa e evitar contaminação dos intrumentais. Uma haste para fluidoterapia, os pacientes devem estar sempre canulados para administração facilitada de medicamentos. É importante manter o silêncio/voz baixa, principalmente porque o barulho pode hiperexcitar os animais e interferir na sedação/anestesia. A assepsia deve ser feita de maneira correta utilizando os equipamentos adequados para evitar contaminação/infecção, quando as concentrações bacterianas atingem 10⁶ por grama de tecido é considerado infecção/contaminação. B i b l i o g r a f i a : Fundamentos de cirurgia em pequenos animais. Preparação da sala e do paciente Antissepsia em 3 etapas: Antissepsia prévia: Feita pelo volante com álcool 70%, utilizado para desengordurar e remover sujidades visíveis, possui uma leve ação germicida, deve ser aplicado até a gaze sair limpa. Antissepsia intermediária: Feita pelo auxiliar ou cirurgião com clorexidine alcoólico que possui uma ação germicida potente. Neste momento já não se pode mais tocar no paciente. Antissepsia definitiva: O cirurgião faz esta etapa com o antisséptico de sua escolha e cobrirá o paciente com o pano de campo estéril. Deve ser feito com a gaze esterilizada, pinça de antissepsia estéril e nunca deve-se passar a mesma parte da gaze no mesmo local (fazer a dobradura de triangulo). Campo cirúrgico: Deve ser preparado com um pano de campo de TNT, algodão ou brinho grosso (não pode ser muito absorvível) e ele delimitará o campo cirúrgico e recobrirá o restante do paciente. Podem ser utilizados quatro panos presos com as pinças de campo ou um pano fenestrado (as fenestras podem ser de: 20x10, 10x5, 8x4). O pano de campo deve ser embrulhado em papel âmber ou cirúrgico que será autoclavado, estes papeis abrem seus poros no calor permitindo que o vapor entre e aqueça o pano a aproximadamente 100ºC e quando esfria os poros se fecham. Utiliza-se as pinças de campo para prender o pano ao corpo do paciente. Mesa auxiliar: O pano de mesa é utilizado para forrar a mesa, e ele deve ser autoclavado. Os panos devem ser abertos pelo volante de forma estéril (não tocar no interior e o cirurgião não pode tocar o exterior). O cirurgião forra a mesa sem agitar o pano, como se fosse vestir um lençol. Colocar sobre a mesa todo o material estéril que terá contato com a ferida cirúrgica. Os instrumentais são agrupados de acordo com sua função: E= material especial, para procedimentos específicos; S= material de síntese; C= material de campo como pinças, gazes e compressas; H= material hemostático; D= material de diérese; A= material auxiliar como pinças anatômicas, sua função é expor os tecidos. Padrão de montagem da Universidade Federal de Uberlândia: Especial Síntese Auxiliar Campo Hemostase Diérese A equipe cirúrgica deve se posicionar ao redor da mesa com o anestesista junto a cabeça do paciente, próximo ao aparelho de anestesia e monitoração. O cirurgião destro se posiciona do lado direito para realizar o corte em sentido cranio-caudal ou dorso-ventral, priorizando movimentos do lado não-dominante para o lado dominate, os canhotos devem se posicionar ao contrário. A mesa auxiliar fica caudal ao paciente e ao lado do instrumentador/auxiliar, contrário ao cirurgião, ela não deve ficar imediatamente atrás do paciente, pois sua cauda e/ou relaxamento do esfíncter anal pode contaminar a mesa. OBS: Todo corte deve ser feito no sentido cranio-caudal ou dorso-ventral, pois causa menor dano tecidual já que segue o sentido das fibras. E para promover um corte preciso é importante mover a mão do lado não- dominante para o lado dominante. Profilaxia da infecção A profilaxia da infecção no trans-cirúrgico é essencial para evitar complicações pós- cirúrgicas, sendo que cerca de 90% das complicações neste momento ocorrem por falta de assepsia adequada para evitar a entreada de microrganismos no ambiente cirúrgico e tecidos. As principais vias de transmissão são o próprio ato cirúrgico por falta de controle eficaz de hemorragias provocando coágulos que são propensos a proliferação bacteriana, cortes inadequados, manobra cirúrgica agressiva e brusca que dificulta a chegada de células de defesas através dos vasos sanguíneos que estarão lacerados, falta O2 local favorecendo a proliferação de bactérias anaeróbicas,dificulta também a chegada de antibióticos sistêmicos. No pré-cirúrgico deve ser administrado um antibiótico, cerca de 30 minutos antes da incisão, sistêmico (IV), de amplo espectro, ação rápida, deve-se repetir a cada 2 horas que a cavidade permaneça aberta. O ambiente cirúrgico também é uma via de transmissão que pode ocorrer por desinfecção inadequada antes e depois do ambiente, exigir o uso de pijamas cirúrgicos, gorros, máscaras e outros aspectos importantes da assepsia para evitar contaminação do ambiente. Além disso, os materiais, luvas e panos devem ser esterilizados adequadamente. Os antibióticos só devem ser aplicados durante o transcirúrgico, exceto em procedimentos contaminantes onde há abertura de órgãos contaminados do TGI e trato urinário, por exemplo. E em procedimentos de risco, em casos de contaminação ou similares, mas na prática, principalmente para pacientes carentes que são expostos há mais contaminantes, recomenda-se a prescrição por alguns dias, cerca de 4 dias, pois muitas vezes os tutores não são capazes de evitar vias de contaminação na ferida cirúrgica. Normalmente, o antibiótico de escolha é amoxicilina, mas se houver infecção prévia utiliza-se normalmente amoxicilina+clavulanato. Conceitos: Assepsia: Conjunto de manobras/procedimentos feitos para evitar a penetração por microrganismos em locais estéreis ou com pouca presença de microrganismos. Por exemplo, o uso de pijama, propé, gorro, máscara, aparar as unhas, realizar a tricotomia ampla, uso de antissépticos e desinfetantes no ambiente. Antissepsia: É um método pelo qual uma substância impede a proliferação de microrganismos em tecidos vivos, como a limpeza das mãos e campo cirúrgico. Desinfecção: Métodos físicos (vassoura de fogo, flambagem e outros) ou métodos químicos (desinfetantes) utilizados para impedir a presença de germes ou microrganismos nos intrumentais, utensílios e ambientes (os intrumentais e tudo que for entrar em contato com o paciente deve ser esterilizado). Ex: Biocid, Creolina, Cloro, Água sanitária, água a 100ºC. Esterilização: É o método mais seguro, pois garante morte total dos microrganismos, é utilizado em todo material que terá contato direto ou indireto com o campo cirúrgico (gaze, pano de mesa, pano de campo, luvas, intrumentais). A autoclave é utilizada no material cirúrgico e panos, promove a morte por úmido (120ºC/1atm/20-30minutos). Tem um reservatório para a água e posteriormente fornece um calor seco para secar os materiais. A estufa atua também na esterilização (100ºC por 1 hora), mas reduz a vida útil dos instrumentais, pois utiliza calor seco predispondo aos materiais perderem o corte, pode também queimar os panos por contato direto com as laterais. A pastilha de formol era utilizada para esterilizar equipamento elétrico, colocando numa caixa por 24- 48 horas, mas ele é tóxico e caiu em desuso. O fogo instantâneo (álcool+fogo) ou ebulição (100ºC por 10 minutos) pode ser utilizado em casos extremos. Antissépticos: Tintura de iodo: É uma substância cáustica utilizada antigamente, mas atualmente não é mais usado devido a sua toxicidade principalmente para a tireoide, os mais utizados atualmente são os compostos iodóforos. Álcool 96%-70%: Possui uma boa ação em bactérias e vírus desnaturando sua proteínas e destruindo a membrana celular, mas não atua nas formas esporuladas das bactérias, fungos, leveduras e outros, necessitando associar com outro antisséptico. Sua duração é muito curta, entre 20-30 segundos, o álcool 70% é o ideal pois sua evaporação é mais lenta promovendo um efeito mais prolongado. O álcool promove destruição e necroses, portanto, deve ser evitado em regiões machucadas, com tecido necrosado ou exposição de tecidos muscular e cutâneos. Povidine/Polinilpirrolido (PVPI): Substitui o iodo, sendo um composto iodóforo que não causa irritação dermatológica e possui excelente ação germicida atuando na forma esporulada, em fungos, leveduras, vírus e bactérias em geral. Ele penetra nas células e libera compostos para matá-las, necessita uma exposição entre 10-15 minutos aos tecidos para fazer efeito. Não deve-se retirar o excesso com álcool, com era feito com o iodo puro, necessita esperar o tempo de ação para colocar o pano de campo e iniciar a cirurgia. Ele é inativado na presença de células como hemácias, leucócitos e tecidos expostos e necrosados, não exercendo sua ação em tecidos lesionados. Possui um período residual entre 4-6 horas sendo necessário repetir o processo após este período. Ele possui uma versão tensoativa chamada degermante que possui detergentes feitos para aplicar nas mãos ou em áreas muito sujas, pois auxiliam na limpeza, posteriormente utiliza-se álcool e outro antisséptico de escolha. Clorexidina: Possui três versões, aquosa utilizada em feridas expostas (diluição de 0,05%), normalmente as formulações são de 2% necessitando diluição com soro fisiológico,ringer lactato e outros, na solução de 2% ele é muito abrasivo, utilizado após diluido em higienização de mucosas como cavidade oral (se tiver feridas deve-se diluir, pode ser utilizado o digluconato de clorexidina que é específico para a cavidade oral, mas também deve ser diluído se for utilizado em feridas), em casos de prolapso retal, ruptura de bexiga e intestino (diluir). Também possui a versão alcoólica que é utilizada na pele íntegra; e a versão tenso ativa/degermante que é utilizada nas mãos e áreas sujas. Não é recomendado para o conduto auditivo e ocular, por ser muito abrasivo, a desvantagem é que não atua em fungos e formas esporuladas. Possui um período residual de até 12 horas, inicia sua ação em segundos (5-10s), e não é inativado por material órgânico (células e tecidos). A preparação da equipe cirúrgica deve ser feita colocando-se o pijama cirúrgico, gorro, propé e máscara facial, que são barreiras físicas para evitar entrada de micorganismos vindos do corredor do hospital. A anti-sepsia das mãos e braços com antissépticos tenso- ativos deve ser feita em parte da equipe com objetivo de remover mecanicamente as sujidades visíveis e reduzir a oleosidade, além de reduzir os microrganismos presentes. Passo-a-passo da lavagem: Realiza-se o enxague dos braços da região das pontas dos dedos para o cotovelo (região mais suja para a mais limpa). Em seguida realiza-se a escarificação das mãos e braços que pode ser feito de diferentes formas: 1. Utiliza o antisséptico degermante que é esfregado das mãos para os cotovelos (normalmente o detergente fica acoplado e é liberado através de uma alavanca nos pés). 2. Utiliza-se uma escova estéril com degermante presente, ela deve ser aberta adequadamente por ser estéril. Este processo é feito em 3 etapas: Espalha-se o degermante nos dedos, palmas e dorso da mão, sem esquecer-se das unhas e interdigitos, inicialmente apenas passa a esponja da escova, caso esteja usando ela. Em seguida utiliza-se a escova no punho e cotovelo. Será feito a limpeza com golpes, podem ser feito 10 golpes por manobra ou realizar a manobra durante 1 minuto. Devem ser realizados golpes nas pontas dos dedos, palma e costas da mão, entre os dedos e interdígitos, punho e cotovelos (4 quadrantes). A escova pode causar microlesões com proliferação de microrganismos, portanto, padroniza-se que a primeira assepsia é feita com a escova e as seguintes apenas com o antisséptico do lado da esponja e as cerdas são utilizadas apenas nas unhas. A escarificação francesa utiliza-se apenas o antisséptico e as mãos para a escarificação, deve-se aguardar pelo menos 3 minutos para enxaguar caso esteja usando clorexidina e 10 minutos para o PVPI. Esta técnica é recomendada para locais com escassez de água, e não se enxagua a mão, apenas seca com uma compressa cirýrgica estéril, iniciando nos dedos, palma, dorso, punho e braço, até o cotovelo, esta compressa é descartável. Após a lavagem das mãos o volante irá abrir o avental cirúrgico sem tocarna parte de dentro (ele já é dobrado de forma que evite este contato), e a luva cirúrgica também é aberta pelo volante. Paramentação: Durante a cirurgia normalmente estão presentes 4 pessoas, um cirurgião, um auxiliar, um volante e um anestesista, podem ter mais ou menos pessoas dependendo da necessidade. O volante irá pegar o que for necessário, após a lavagem das mãos do cirurgião e auxiliar, o volante irá pegar o avental pelas tiras superiores mantendo contato apenas com a parte interna para evitar contaminação da parte que ficará em contato direto com o paciente. As luvas devem ser abertas sem contaminação conforme indicado na embalagem (segurando nas abas e abrindo os dois lados), elas são esterilizadas em oxicetileno e são numeradas de 12-6, elas devem recobrir o antibraço sobre o avental. Posteriormente a luva é colocada sobre a mesa, ainda com o envelope interno o cirurgião abre o envelope interno e identifica os lados e parte interna e externa, só deve-se tocar na parte interna quando a mão estiver desenluvada. Com a mão enluvada deve-se priorizar tocar apenas na parte externa, pois existe um talco na porção interna que pode causar reações no paciente. Os braçõs devem ser mantidos elevados, acima do cotovelo, os braços e mãos devem ficar afastados das roupas cirúrgicas, pias e torneiras. Em seguida, a equipe prepara a cirurgia, afastados do cirurgião e auxiliar para evitar contaminação. Deve-se atentar a estes pontos para preparar uma cirurgia asséptica: Esterilização rígida dos instrumentais e utensílios, antissepsia adequada do campo cirúrgico, se possível solicitar ao tutor que o banho seja realizado no dia anterior. Deve ser feito a antissepsia em 2 fases e o pano de campo deve ser esterilizado. A cirurgia deve ser feita com o máximo de cuidado ao manusear os tecidos, pois manuseios inadequados podem lesionar muito os vasos causando isquemia e favorecendo o crescimento de microrganismos anaetóbicos, reduz a chegada de células de defesa e o antibiótico pré-cirurgico não chegará no local da lesão. A hemostasia deve ser promovida de forma adequada para evitar a formação de coágulos sanguíneos que causam dor, prejudicam o peristaltismo e é um meio de cultura para bactérias. Portanto, deve-se lavar a região com solução fisiológica aquecida para evitar hipotermia, observa-se focos de hemorragia, o líquido deve sair mais límpido e remove possíveis coágulos, do contrário indica focos de hemorragia. F a s e s f u n d a m e n t a i s d a t é c n i c a o p e r a t ó r i a e i n s t r u m e n t a ç ã o Refere-se aos fundamentos que devem ser seguidos em qualquer cirurgia, independentemente de sua complexidade. O procedimento cirúrgico só deve ser feito com o objetivo de promover cura através de uma intervenção física que cause o mínimo de injúrias possíveis ao paciente. Para isto diversos instrumentais cirúrgicos são utilizados, eles são dividos em quatro categorias de acordo com sua função em cada etapa cirúrgica: Diérese: Todos os instrumentais utilizados com objetivo de promover cortes dos tecidos. Síntese: Instrumentais que promovem reconstituição dos tecidos de forma a retorná- los para o estado anatômico mais próximo do possível. Auxiliar: Facilitam a ação dos demais instrumentais, expondo, fixando ou apresentando os tecidos. Hemostasia: Materiais utilizados com objetivo de conter hemorragias, de forma preventiva, temporária ou permanente. 1. Diérese: Envolve as manobras manuais ou instrumentais realizadas para atingir o local da cirurgia, promovendo separação dos tecidos. É divida em diérese cruenta que se refere a procedimentos invasivos, cortes longos, com sangramento e muita manipulação de tecidos. E diérese incruente que envolve cortes menores, com pouco sangramento e manipulação dos tecidos. Manobras de diérese cruenta: 1.1. Incisão: Ato de cortar tecidos, deve ser feito de maneira única e perpendicular aos tecidos, se necessário realizar mais um corte deve-se retornar ao ponto inicial e realizar o mesmo trajeto buscando uma ferida homogênea que irá facilitar a cicatrização. Se o tecido ficar com pontas não é possível alinhar as bordas predispondo a entrada de microrganismos na ferida, além de se tornarem regiões doloridas. 1.2. Exérese: Retirada parcial ou total de uma estrutura anatômica, muito utilizada para remoção de nódulos e tumores. 1.3. Ressecção: Similar a exérese, mas refere-se a estruturas duras, como ressecção da cabeça do fêmur em casos de displasia coxo-femoral. 1.4. Curetagem: É feito com a cureta (instrumental similar a uma concha de feijão). Utilizada para realizar raspagem de tecidos neoformados e indesejáveis como tecido fibroso ou neoformações. 1.5. Escarificação: É uma raspagem superficial ou pequenas incisões realizadas nos tecidos para promover aderência. Como em casos de feridas que demoram para ser tratadas utiliza-se o bisturi para escarificar as bordas antes de suturas, para reativar a ferida removendo tecido morto. Utilizado em prolapso retal e de útero, vagina, torção gástrica, realiza-se escarificação do intestino e peritônio e realiza-se a sutura para promover cicatrização e quando o fio de sutura for reabsorvido haverá uma cicatrização fixando o reto, o termo usado para esta manobra é pepsia. 1.6. Punção: Realizado com trocater ou cateter, realizado para retirar líquido ou gases, utiliza-se o sufixo “centese” para se referir a esta manobra (ex. cistocentese, ruminocentese, toracocentese). Manobras de diérese cruenta: 1.7. Divulsão: É muito utilizada, não é feito incisão, apenas o afastamento dos tecidos através de uma abertura prévia, utiliza-se uma tesoura fechada ou manualmente. Utilizada para separar tecidos como tecido subcutâneo, coloca-se a tesoura de ponta romba-romba fechada dentro dos tecidos e em seguida abre-se e retira ela aberta. Muito utilizada para acessar ossos em cirurgias ortopédica evitando incisões nos músculos, pois não se regeneram sendo substituidos por tecido fibroso. 1.8. Crio-bisturi: Feito com nitrogênio líquido, é armazenado a temperaturas muito baixas (-80ºC), quando sai ele se torna gás, é muito utilizado para remoção de nódulos e massas sem promover sangramento. 1.9. Bisturi elétrico: Precisa-se de um equipamento que regula a voltagem, a placa (neutro) deve ser colada abaixo do paciente. E a caneta que possui uma ponteira deve ser autoclavada. Promove uma descarga elétrica focal, por isso é importante utilizar o neutro, promove vaporização das células e coagulação dos vasos, por isso evita sangramentos. É positivo pois reduz o tempo da anestesia, evita sangramentos, não necessita de ligaduras que aumentam a probabilidade de reação inflamatória. Mas possui desvantagens como o retardo da cicatrização por redução da vascularização dificultando a cicatrização podendo dobrar o tempo de cicatrização. Pode causar decência dos pontos devido a isquemia reduzindo as células de defesa e antibióticos que atingem a região por redução da vascularização. Tipos de bisturi: Bisturi de lâmina fixa: Já não é tão usado mais, pois perde o corte e necessita amolar frequentemente. Bisturi de lâmina móvel, normalmente utiliza-se os cabos 3-4, e lâminas de 10-36. Os pedidos por sinais são utilizados para evitar sons no ambiente cirúrgico. A imagem mostra como é feito um pedido manual para bisturi, em seguida espalma-se a mão para que o bisturi seja colocado pelo cabo na mão do cirurgião pelo auxiliar. Empunhaduras para bisturis: 1. Empunhadura na forma de lápis: utilizado em incisões pequenas de tecidos delicados, fornece muita precisão, ex. procedimentos oftálmicos e neurológicos. Os movimentos são curtos e feito com os dedos, a mão é apoiada na superfície. 2. Empunhadura na ponta dos dedos: indicada para cortes longos e quase toda a superfície cortante do bisturi entra em contato com a superfície, o movimentoé feito com o braço. 3. Palma da mão: O cabo do bisturi fica apoiado na palma da mão e o indicador apoia a ponta, utilizizada na maioria dos procedimentos cirúrgicos, permite cortes profundos direcionados pelo indicador, mas não tão precisos, a angulação com a superfície deve ser de 30-40º e o movimento é feito com o braço. Tipos de tesouras: Anatomicamente as tesouras são divididas em pontas, lâminas, fulcro (ponto de encontro das lâminas), hastes e argolas/anéis. Podem ser classificadas em relação a sua ponta: fina-fina (muito corte, usada em tecidos resistentes e firmes com pouco tecido vascular e nervoso), romba-fina (utilizada para cortar cavidades, sendo que a parte romba fica voltada para a parte interna para evitar lesões, em locais com muito tecido fibroso) e romba-romba (utilizada em locais altamente vascularizados e com tecido nervoso e para divulsão). Também podem se diferenciar de acordo com sua forma: curva (fornece maior visibilidade para cortar estruturas profundas) e reta (utilizada em tecidos superficiais que não necessitam de visibilidade, possui mecânica favorável ao corte para cortar tecidos firmes. Tesoura de Metzenbaum: É delicada, utilizada para corte e divulsão de tecidos finos como pleuras e fáscias. Pode ser encontrada reta ou curta, e é romba-romba, suas lâminas são curtas em relação as hastes. Tesoura de Mayo: É mais rústica utilizada em tecidos resistentes, pode ser encontradas com todos os tipos de ponta e forma. Possui lâminas com praticamente o mesmo tamanho em relação as hastes. Tesoura de sutura: Possui lâminas curtas, pesadas e é utilizada para cortar as pontas dos fios de sutura. Tesoura tira-pontos: É pequena e uma de suas lâminas apresenta uma concavidade o que facilita sua entrada abaixo dos pontos sem prejudicar a pele. Tesourade curativo: Uma de suas lâminas é invertida e romba utilizada para remoção de curativos e bandagens sem cortar o paciente. Pedido de sinais para tesouras. Empunhadura para tesouras: Empunhadura tripé de base-ampla ou polegar-anelar: É a mais utilizada, é importante que a tesoura exerça três movimentos em conjunto: oclusão (fechar as lâminas), sisariamente (as lâminas devem passar rente uma a outra) e o toque (as bordas das lâminas devem se tocar realizando o guilhotinamento dos tecidos. Deve-se seguir quatro regras: as lâminas devem ser introduzidas nos tecidos e estabilizar o tecido entre elas, posicionando a tesoura paralelamente aos tecidos. Durante o corte a tesoura deve ser mantida próximo ao ponto de fixação da lâmina e não se deve fechar totalmente evitando afrancosidades. Outros: Cizalha: Utilizada para cortar ossos. Costotomo: Auxilia a remover costela, ecsere da cabeça de fêmur e outros. Cureta: Utilizada para curetagem. Burdizzo: Utilizado em castrações incruentas de ruminantes rompendo o ducto deferente sem causar danos. Emasculador: Utilizado para castração de equinos. Fio serra: Utilizado para amputações. Trépano: Utilizado para remover pequenas janelas de ossos, como em casos de sinusite de equinos onde realiza- se a trepanação dos seios para extravasamento e extração dos dentes. Trepanação dos seios paranasais em equino. Afastador Farabeuf (usado em pele, subcutâneo e músculos superficiais) Afastador Gelpi Afastador Weitlaner Afastador Finochietto (utilizado para afastar costelas) Afastador Gosset Instrumentais auxiliares: Não participam diretamente na ação cirúrgica, mas propicia condições para a atuação dos demais instrumentais. São usados para fixar e apresentar os tecidos para que sejam suturados, incisionados ou realizado manobras de hemostasia. Pinça de dissecação: Possui a apresentação com dente de rato utilizada para tecidos robustos e sem dente de rato para tecidos delicados, serrilhada ou lisa. É manipulada com a mão não dominante. É feita a pegada na forma de lápis, exceto em tecidos muito robustos como a pele debovinos e equinos que é feito a pegada na palma da mão. Pedido de sinais para pinça de dissecação. Pinça de Allis: É composta por argolas, uma ponta e duas gremalheirasm a medida que se aperta a catraca nas argolas mais ela trava oferendo fixação máxima e mínimo trauma tecidual. Usada em pele, musculatura, aprede gástrica (protege-se a ponta serreada para evitar contato com a mucosa gástrica), e é empunhada com a empunhadura de tripé de base ampla. Pedido de sinais para pinça de Allis. Pinça Foerster: Utilizado para curativos e antissepsia do campo cirúrgico. É formada por argolas, haste e o sistema de gremalheras, podem ser curvas ou retas. Pinça de campo (Backhaus): Fica junto com o material de campo na montagem, são pinças curtas, com argolas, gremalheras e pontas com dois ganchos que se curvam, utilizadas para fixar o pano de campo na pele do paciente. Pedido manual para pinça de campo/Backhaus. 2. Intrumentais especiais Pinça intestinais (Doyan): São muito utilizadas na rotina, principalmente em cães jovens devido a alta injestão de corpo estranho. Deve-se limpar o segmento com movimentos de ordenha e a pinça é colocada para segurar o conteúdo fecal longe da região onde será feita a incisão. Sua ponta é longa e não causa lesões pois possuem vãos nas pontas para não cortar o intestino, ela pode ser curva ou reta. Suas rainhuras longitudinais são feitas para evitar traumas, já as rainhuras horizontias são utilizadas em equipamentos lesivos. 3. Hemostasia e instrumentais hemostáticos: Manobras instrumentais ou manuais realizadas pelo cirurgião com objetivo de evitar ou controlar hemorragias que pode ser causada de forma acidental pelo cirurgião ou por trauma prévio. A finalidade é evitar choque hipovolêmico, facilitar a visualização dos tencidos, evitar hipóxia/anóxia por hipovolemia, evitar formação de coágulos que predispões a proliferação de microrganismos. Ao lavar a cavidade o soro fisiológico não pode estar muito vermelho, e sim mais translúcido. Classificação das hemorragias: 1. Externas: O sangue é visível, normalmente decorrente de trauma, com solução de continuidade e lesão de vasos sanguíneos. 2. Internas: Ocorre dentro da cavidade, o sangue não é visível, pode ser traumático ou cirúrgico. A ruptura de órgãos parenquimatosos é frequente secundário a trauma, principalmente o baço que pode causar sangramento excessivo. Muitas vezes observa-se líquido livre no FAST realizado na emergênica. Os sinais clínicos são: mucosas pálidas, aumento de FR e FC, redução de temperatura, mas são inespecíficos. Classificação das hemorragias: 1. Arterial: É mais rápida e o sangue se apresenta como jatos semelhantes ao pulso, ocorre grande perda de sangue. 2. Venosa: É mais lenta, o sangue é mais escuro e não ocorre em jatos. 3. Capilar: É a mais lenta de todas e ocorre em vários pontos do local lesionado, similar a um lençol, primeiro formam-se bolhas e depois todo órgão sangra. Hemostasia preventiva Torniquete: Materiais são fixos como corda e madeira. Garrote: Os materiais são elásticos. Hemostasia temporária (pinças hemostáticas) Pinça Halsted ou mosquito: Possui ponta curva ou reta, o sistema de gremalheiras, e pontas pequenas em relação a haste. Pinça Crile: Possui ponta curva ou reta, com sistema de gremalheiras, com as pontas um pouco maior quase similar as hastes, apresenta ranhuras em toda sua ponta. Pinça Kelly: Possui ponta curva ou reta, sistema de gremalheiras, com pontas de tamanho médio comparado com as anteriores, possui ranhuras apenas na parte inicial de sua ponta. Pinça Kocher: Possui ponta reta ou curva, com sistema de gremalheiras e dente de rato, com pontas de tamanho similar as hastes. Pedido por sinais para pinça hemostática. Hemostasia definitiva: Ligadura (fisica). Transfixação (física). Sutura(física). Torção e tração (física). Eletrocoagulação com bisturi elétrico (física). Constritores (química): ideal para hemorragias capilares apenas. Iodo (química): Queima pequenos vasos, principalmente. Vitamina K (química): utilizado como preventivo (só começa a fazer efeito em 7 dias). 4. Síntese São manobras manuais e instrumentais que buscam reestabelecer da melhor maneira possível a forma e função dos tecidos que foram incididos acidentalmente ou voluntariamente (cirurgia). Para uma boa sutura é importante se atentar a assepsia correta de tecidos e material de sutura, hemostasia perfeita, abolição do espaço morto, lábios das feridas limpos e sem afranctuosidades, ausência de corpo estranho e tecido morto, posição anatômica correta e tração moderada sobre o fio. Porta agulha Mayo-Hegar: Sua extremidade é curta e robusta, diferente das pinças hemostáticas que sua extremidade é comprida e fina. Possui sistema de argolas e gremalheiras, com uma fenda longitudinal internamente na extremidade que auxilia a estabilidade da agulha. Porta agulha Olse-Hegar: Não possui fenda interna e entre o fulcro e a extremidade possui duas lâminas semelhantes a uma tesoura, utilizado para estabilizar a agulha e auxiliar no corte dos fios. Porta agulha Mathie: para tecidos delicados, principalmente em cirurgia oftálmica e neurológica. Pedido por sinais para porta agulha. Empunhaduras para porta agulha: Forma de lápis: para tecidos delicados, principalmente no porta agulha Mathie para procedimentos oftálmicos. Pegada palmar: Utilizada em tecidos muito resistentes, pois permite força mecânica. : Pegada tenar: Utilizadas para suturas contínuas que necessitam de muita velocidade, mas não muita precisão. Pegada polegar-anular: É a mais usada, permite firmeza e precisão, mas é menos preciso que a pegada na forma de lápis. Fios: classificação e tipos Os fios podem ser classificados como orgânicos (origem viva, animal ou vegetal) e inorgânicos (origem sintética). Podem ser absorvíveis (o organismo absorve através de hirólises enzimáticas ou reações inflamatórias com macrófagos) e inabsorvíveis. Também podem ser monofilamentosos (possui baixa capilaridade que refere-se a capacidade de transportar bactérias, utilizados em órgãoes contaminados, sua memória é maior, isto é, sua capacidade de retornar a forma inicial, sendo mais difícil de trabalhar, baixa elasticidade, caso aperte demais o nó pode seccionar o tecido e não sendo usado para hemostase, baixa pliabilidade que refere-se a capacidade do fio de atar nós, por fim, seu coeficiente de atrito é baixo, que é ideal para suturas de pele) ou multifilamentoso (maior capilaridade, pouca memória, alta pliabilidade e alto coeficiente de atrito), que são características que influencia na escolha do fio. O diâmetro está relacionado a resistência a tração, e a cromação aumenta o tempo de absorção, os fios absorvíveis só devem ser utilizados internamente. Diâmetros maiores são relacionados com maior quantidade de corpo estranho, portanto, indica-se fios mais finos, dentro do possível. Sempre que possível deve-se escolher fios com agulha embutida, pois possui um fundo menos abrasivo e causam menos lesões teciduais. Além disso, fios grossos não conseguem ser arroxados adequadamente sendo a tensão do nó inversamente proporcional ao tamanho do fio, para controle de hemorragias utiliza-se fios finos. CAT GUT (orgânico/absorvível): Feito com colágeno puro retirado de intestino de carneiro e tratado com formaldeído, causa muita reação inflamatória e é absorvído por macrófagos, atualmente seu uso é desencorajado, mas ainda é usado por alguns profissionais principalmente de animais de grande porte. Pode ser simples (absorção entre 7-17 dias) ou cromado (banhado com sais de cromo para reduzir reação inflamatória, 20-28 dias). É multifilamentoso com alta capilaridade, seu diâmetro varia de 4 até 6-0 (quanto maior os números que tiverem 0 na frente mais fino é o fio, esta numeração é usada para todos os fios, exceto algodão). Algodão (orgânico/inabsorvível): É de origem vegetal, não absorvível, quanto maior o número de zeros mais grosso é o fio, variando entre 40, 30, 20, 10, 0, A-0000, P- 10. Era frequentemente utilizado em suturas externas, é multifilamentoso e pode ser esterilizado, o nó é feito facilmente, possui alta capilaridade, utilizado para hemostasia, mas quase não é utilizado em suturas internas devido a reação tecidual exacerbada e formação de granulomas, apenas na medicina humana para correção de hérnia. Possui alto coeficiente de atrito, na veterinária é utilizado apenas na hemostase para ligaduras, principalmente de vasos calibrosos, mas possui alto risco de rejeição e está caindo em desuso. Seda (orgânico/inabsorvível): É de origem animal, multifilamentoso. Poliglatina 910 (inorgânico/absorvível): É inerte e resistente, multifilamentoso (evitar órgãos contaminados), numeração semelhante de 2 até 8-0 (muito usado para sutura de córnea, possui espessura de um fio de cabelo), sua absorção ocorre entre 60-90 dias e em 21 dias ele perde 50% de sua força tênsil. Ácido poliglicolico/Dexon (inorgânico/absorvível): Inerte e resistente, multifilamentoso, numeração semelhante, absorção entre 60-90 dias, 14 dias já se perde 50% da força tênsil. Polidioxanona/PDS (inorgânico/absorvível): Inerte, resistente, monofilamentoso, numeração semelhante de 2 até 5-0, absorção em 180 dias. É o fio de escolha para órgãos ocos (intestinos, esôfago, estômago), com 21 dias perde cerca de 40% de sua força tênsil. Na presença de amônia o tempo de absorção reduz, ex. casos de cistite a ureia é convertida em amônia e o fio pode ser reabsorvido entre 3-4 (utilizar nylon). Metálicos (inogânico/inabsorvível): É feito de aço inoxidável, é monofilamentoso, utilizado para tendões e ossos, encontrados em envelopes ou carretel, possuem baixa capilaridade, memória, pliabilidade e coeficiente de atrito. Nylon (inorgânico/inabsorvível): Pode ser mono ou multifilamentoso (é utilizado para cirurgias de tendão), utilizado sempre que houver infecção, mas predispõe a formação de cálculos, portanto é evitado exceto nestes casos onde é a única opção. Poliéster (inorgânico/inabsorvível): Multifilamentoso, muito utilizado para anastomose vascular. Polipropileno (inorgânico/inabsorvível). Agulhas: classificação e tipos Fundo cego Fundo falso/francês (traumático) Fundo prensado (atraumático) Corpo cilíndrico agudo (utilizado para suturas internas, a aguda é utilizada em músculatura, intestino e estômago) Cilindrica cônica romba (corpos friáveis) Corpo triangular/cortante (não é durável) Corpo trapeizodal/cortante (é melhor que o triangular, possui 6 pontas de corte) S u t u r a / S í n t e s e Alguns fatores interferem na escolha da sutura, como a maneira própria do cirurgião, local da ferida, espécie e condição física do indivíduo. Sutura de padrão coaptante Sutura de padrão invaginante Sutura de padrão evaginante Nó simplesNó quadrado Nó de cirurgião Sutura simples separada Sutura simples contínua Sutura para órgão oco: Neste caso os pontos contaminantes atingem mucosa e lúmen do órgão (deve ser invaginante ou coaptante) e uma segunda sutura não contaminante atingem apenas a serosa e muscular (invaginante). Ponto de Wolff ou U deitado Ponto Donatti Ponto Lembert Ponto em X Ponto Festonado Ponto Connel/Cushing Ponto subcutâneo Ponto bolsa de fumo Ponto tipo Jaquetão Manobra Sufixo Exemplos Sutura rráfia Ruminorrafia Incisão tomia Esofagotomia Extirpação ectomia Enterectomia Punção centese Ruminocentese Plástica plastia Dermatoplastia União de 2 órgãos anastomose Gastro-entero anastomose Exame visual da cavidade scopia Histerescopia Liberar aderências lise Histerolise/Enterolise Fixação de órgãos no peritôneo pexia Gastropexia Imobilização das articulações dese Artrodese Autor(a): Daniela Fonte Boa Melo Instagram: @daniela.f.b.m
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