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Parasitologia_ PRINCIPIOS E BASES BIOLÓGICAS DAS PARASITOSES HUMANAS

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BASES DAS DOENÇAS – 12/08/2019
Parasitologia: PRINCIPIOS E BASES BIOLÓGICAS DAS PARASITOSES HUMANAS 
É a ciência que procura compreender a associação entre o parasito e hospedeiro. 
A parasitose decorre da existência de mecanismos de patogenicidade (capacidade que o agente parasitário tem de gerar doença, sendo mecanismos totalmente imunológicos/moleculares)que contribuem para o desenvolvimento e virulência dos parasitos e evasão da respostas imune do hospedeiro. O mecanismo de patogenicidade dá ao parasito a virulência e a capacidade de ‘escapar’ do sistema imune.
Protozoários – são uma célula eucariota (ser unicelular); Cerca de 30 espécies parasitam humanos, sendo eles podendo ser divididos em 7 filos. 
Helmintos – são 3 grupos
Características das infecções parasitárias 
· Os parasitos possuem especificidade de hospedeiro – adaptação evolutiva/genética. Alguns parasitos conseguem atacar humanos, aves, animais... já outros não conseguem parasitar todos os grupos.
· Muitos parasitos são capazes de interagir com vários tipos celulares de mamíferos 
· Muitos disseminam-se por meio de vetores invertebrados e possuem ciclo de vida complexo 
· Alguns desenvolveram mecanismos para aderir e alterar mais facilmente a célula do hospedeiro. Esse aprimoramento é realizado por alteração molecular/bioquímica. Esse mecanismo pode ser mais ou menos eficiente dependendo da variabilidade genética tanto do parasito quanto do hospedeiro. Produzem antígenos estagio-específicos. 
A OMS diz que muitas parasitoses representam grandes problemas de saúde publica, sendo que em muitos casos está ligado a deficiência alimentar, associada a consequente deficiência no desenvolvimento físico. No Brasil, metade das crianças é parasitada, sendo que metade delas tem mais que um parasita. 
As doenças parasitarias também podem gerar incapacidade funcional. 
Características das parasitoses 
· Quando o doente é mais forte que a doença, o profissional de saúde não precisa fazer nada.
· Quando a doença é mais forte que o doente, não adianta o profissional de saúde fazer nada porque não depende do profissional, depende de aspectos do parasito relacionado ao hospedeiro.
· Quando as forças do doente e da doença se equivalem, a atuação do médico é decisiva para pender a balança para os lados do doente ou da doença, assim a conduta médica pode melhorar ou piorar o quadro do paciente. No caso do parasitismo pelo toxoplasma gondii
Na malária o individuo pode evoluir mal, entrar em coma e ter malária cerebral, que leva o individuo a morte independente da atuação do médico. Se o médico não intervier, alguns casos evoluem pra morte do paciente. 
No primeiro trimestre, a taxa de mortalidade pro feto devido a toxoplasmose é de 90%
RELAÇÃO PARASITO-HOSPEDEIRO 
Principais locais de infecção por parasitos de importância medica
· Entamoeba histolytica - intestino grosso
· Giardia – intestino delgado 
· Amebiases – podem migrar para o cérebro
Os parasitos tem seu habitat natural no hospedeiro humano, mas por alguma razão ele migra para outros tecidos e órgãos, gerando uma doença atípica do que é habitual, que pode ser muito mais grave que a habitual, dessa forma, a manifestação clinica é diferente e exige um conhecimento vasto sobre as parasitoses.
Ação dos parasitos sobre os hospedeiros – devem existir condições necessárias para o parasitismo, como o contato intimo entre o parasita e o hospedeiro, que é possível graças à evolução adaptativa do parasita ao hospedeiro. Quando as mudanças ocorrem, surge a adaptação perfeita do parasito ao hospedeiro. A adaptação genética gerou uma adaptação morfofisiológica que permitiu o parasita atingir, viver e parasitar o hospedeiro sendo capaz de desenvolver suas atividades vitais, gerando a patogenicidade do parasito. A patogenicidade depende dos fatores inerentes do parasito interagindo com fatores pertinentes ao hospedeiro.
Fatores inerentes aos parasitos: nº de exemplares (carga parasitária), capacidade de multiplicação no hospedeiro, dimensões (tamanho) e localização no organismo, virulência (capacidade de gerar um caso grave da doença, variantes genéticas do parasita), vitalidade e associações parasitárias 
Fatores pertinentes ao hospedeiro: idade (quanto mais novas, menos protegidas as crianças são), imunidade, fatores geneticamente determinados (que modula a suscpetibilidade a infecção e modulação da resposta imune do hospedeiro contra o patógeno), dieta alimentar, doenças intercorrentes, microbiotas associados, fármacos utilizados (uso prolongado de corticoides, citostáticos (quimioterápicos), imunossupressores), usos e costumes e tensão emocional 
Tipos de ações patogênicas
Ação espoliativa: o parasita consome nutrientes do hospedeiro, dependendo da quantidade e qualidade dos nutrientes ingeridos pelo hospedeiro e quanto pior for a nutrição do individuo, mas o parasito vai consumir
Ação tóxica: os parasitos produzem enzimas e metabolitos que podem ser tóxicos ao hospedeiro
Ação mecânica: obstrução, compressão e absorção 
Ação traumática: alguns parasitos migram pelos tecidos
Ação irritativa: a presença constante do verme gera um quadro inflamatório. Ex: a tenia saginata pode chegar a 7m até 12m no intestino delgado
Ação enzimática: rompimento de obstáculos
Anoxia: alguns organismos consomem oxigênio, gerando uma anoxia no hospedeiro
Ciclo doença x pobreza: o individuo pobre tem poucos recursos, além de pouca remuneração, assim o estado geral de saúde do individuo é ruim

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