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Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
Sumário
Apresentação.......................................................................................................................................3
Objetivo...............................................................................................................................................3
Produção de texto(s)...........................................................................................................................4
Concepções de Texto(s).....................................................................................................................13
A Categorização de Texto(s)............................................................................................................24
Funções de Linguagem................................................................................................................24
Função Referencial ou Denotativa............................................................................................26
Função Emotiva ou Expressiva.................................................................................................27
Função Poética ou Literária......................................................................................................28
Função Conativa ou Apelativa..................................................................................................29
Função Metalinguística.............................................................................................................31
Tipos de Texto(s) ou Sequências Textuais.......................................................................................33
Sequência Narrativa..................................................................................................................33
Sequência Descritiva.................................................................................................................37
Sequência Argumentativa..........................................................................................................39
Sequência Expositiva................................................................................................................41
Sequência Injuntiva...................................................................................................................45
REFERÊNCIAS...............................................................................................................................50
SITES CONSULTADOS..................................................................................................................52
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
Apresentação
Nesta aula, faremos, inicialmente, algumas considerações acerca do ato
de produzir textos, para então tratarmos dos conceitos de texto e tipos de
texto.
Objetivo
Apresentar algumas considerações sobre a produção de textos,
conceituar texto e apresentar os tipos de construções que, geralmente,
utilizamos para constituir a materialidade textual, seja na comunicação
escrita ou oral.
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
Produção de texto(s)
Objetivo: Tecer algumas considerações sobre o ato de produzir texto(s),
de modo a evidenciar que compreendemos esse ato como uma prática social
e cotidiana.
Vamos começar nossa conversa com uma questão importante. Pense,
então:
CURIOSIDADE
Por que produzimos texto(s)?
Produzir textos é uma atividade extremamente necessária em nossa vida
cotidiana e profissional. Assim, ao refletirmos sobre a questão proposta, duas
palavras são essenciais: necessidade e comunicação. Logo, produzimos
texto(s), porque temos a necessidade de comunicação com o outro. Em
outras palavras, vivemos, no nosso dia a dia, em constante
interação/comunicação. Isso acontece por exemplo, em uma conversa, numa
troca de informação, na resposta a alguma questão, em uma explicação, em
uma declaração, na redação de um bilhete, de um ofício etc.
Fonte: https://pixabay.com/pt/plano-de-fundo-l%C3%A1pis-carta-escrita-1995005/ 
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
Fonte: https://pixabay.com/pt/troca-de-ideias-debate-discuss%C3%A3o-222788/
Podemos, portanto, afirmar que toda e qualquer atividade comunicativa de
que participamos é permeada por texto(s). Produzimos texto(s) a todo
momento. Nas palavras de Antunes (2009):
"Chegou-se a dois consensos: o de que usar a linguagem é uma forma 
de agir socialmente, de interagir com os outros, e o de que essas coisas 
somente acontecem em textos."
ANTUNES, 2009, p. 49
Para desenvolvemos essa produção, utilizamos diferentes linguagens e as
normas do sistema linguístico (língua materna). No entanto, não fazemos isso
aleatoriamente. Se temos uma necessidade de comunicação, o ato de
produzir de texto(s) sempre cumpre uma intenção comunicativa, buscando
atingir um determinado interlocutor. E, naturalmente, essa situação transcorre
em um determinado contexto.
Durante um bom tempo, o processo de ensino/aprendizagem tratou
somente da redação de textos escritos. A preocupação era a de formar bons
escritores. Tal processo levou à cristalização de alguns mitos e crenças, como,
por exemplo, o de que para escrever bem é preciso ter um dom (GARCEZ,
2012).
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
"Ninguém nasce escritor, e o processo que transforma alguém em um 
artista da palavra é ainda um enigma."
GARCEZ, 2012, p. 2
Nesse sentido, a noção de “dom” para escrever bem deve ser questionada.
Para José J. Veiga, talento e dom estão relacionados à persistência.
 
 
Fonte:https://cdn-istoe-ssl.akamaized.net/wp-content/uploads/sites/14/2016/01/mi_89741044780931.jpg
— Como começou a escrever?
"Foi um processo demorado, que amadureceu devagar. Quando resolvi
experimentar escrever, não consegui da primeira vez. Escrevi uma história, 
não gostei, e desanimei. Eu estava descobrindo que ler é muito mais fácil 
do que escrever. Mas quando a gente joga a toalha, entrega os pontos num 
assunto que sente que é capaz de fazer, fica infeliz, e acaba voltando à luta.
Voltei a tentar, apanhei, caí, levantei – até que um dia escrevi uma história 
que, quando li de cabeça fria, achei que não estava ruim; com uns 
consertos aqui e ali, ela ficaria apresentável. Consertei, e gostei do 
resultado. Animado, escrevi outras e outras histórias, nessa batalha 
permanente". 
VEIGA, 1988, p. 7
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https://cdn-istoe-ssl.akamaized.net/wp-content/uploads/sites/14/2016/01/mi_89741044780931.jpg
 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
Com essas palavras, devemos compreender que qualquer pessoa pode
chegar a produzir bons textos. Como afirma Garcez (2012, p. 3), “não é uma
questão de ser ‘ungido’ pelos deuses que escolhem os mais talentosos”.
Escrever é uma ação que exige conhecimento da língua materna,
desenvolvimento de habilidades e empenho contínuo. É uma ação que pode
ser comparada ao ato de “Catar feijão”.
Fonte: https://pixabay.com/pt/papel-folha-bobina-perfuradas-19268/
O poema nos mostra que o ato de escrever leva a escolhas e a
combinações, num constante jogo das palavras. Começamos colocando no
papel impressões iniciais, para, então, de modo análogo a um catador de
feijões, selecionar os melhores grãos, a fim de construir um texto que
transmita o que deve ser dito, não pelo excesso, mas pela contenção,
desfazendo-se de tudo o que for “leve e oco, palha e eco”, ou seja, do que é
desnecessário.
No entanto, como vimos nas situações exemplificadas no início deste
tópico, nossa comunicação não ocorre somente por meio do texto escrito,
mas também por meio do texto falado. Conforme nossa necessidade
comunicativa, estabelecemos um propósito ecom base nele e na situação de
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
comunicação, escolhemos o formato do texto, a(s) linguagem/linguagens a
ser(em) usada(s) e a(s) modalidade(s) escrita e/ou fala.
Segundo Geraldi (1997), para produzir um texto (em qualquer
modalidade) é preciso observar as condições de produção. Em suas palavras,
é necessário que:
a) se tenha o que dizer;
b) se tenha uma razão para dizer o que se tem a dizer;
c) se tenha para quem dizer o que se tem a dizer;
d) o locutor se constitua como tal, enquanto sujeito que diz o que diz 
para quem diz;
e) se escolham as estratégias para realizar (a), (b), (c) e (d)
- GERALDI, 1997, p. 137
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
Organizando, esquematicamente, as condições de produção, temos:
Fonte: Tecmundo
Como nos mostra a imagem, assumirmos a posição de locutor (produtor)
de um texto implica ter o que dizer e supõe razões para esse dizer numa
relação com o outro (relação interlocutiva), em que é imprescindível escolher
estratégias para a comunicação. O interlocutor é determinante para a
organização do nosso discurso, porque está ligado diretamente a essa
organização, à escolha do gênero, à estruturação do texto, à seleção lexical,
enfim, à estrutura linguística do texto.
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
Dessa forma, para facilitarmos o processo de produção de texto(s), há
algumas estratégias a serem pensadas, bem como perguntas fundamentais
para orientar/planejar esse processo:
O que comunicar? (Assunto)
 Para quem comunicar? (Interlocutor)
 Qual o objetivo da comunicação? (Propósito Comunicativo)
 Que formato escolher? (Gênero)
 Que linguagem utilizar? (Formal ou Informal)
Fonte: https://pixabay.com/pt/pergunta-bolhas-do-discurso-fala-1828268/
Essas perguntas são respondidas, de acordo com a necessidade
comunicativa e a situação em que estejamos envolvidos. Pensemos em uma
situação cotidiana!
ATIVIDADE
Analise a situação a seguir.
Suponhamos que, no seu trabalho, você receba a solicitação de 
convidar secretários, gestores e técnicos para um determinado evento em 
sua instituição. Ao guiar-se pelas perguntas enumeradas, anteriormente, 
quais seriam suas respostas?
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
Direcionamento:
• O assunto de que você tratará é o evento para o qual você solicita 
participação, que deve ser descrito de forma clara e objetiva.
• Você tem como interlocutores os secretários, gestores e técnicos.
• Na situação suposta, há dois propósitos: lançar um convite e 
confirmar a presença de quem está sendo convidado.
• Isso pode ser feito, por exemplo, com a utilização de ofício, e-mail e/
ou telefone.
• A linguagem a ser usada dependerá do formato escolhido e de 
quem será o interlocutor a quem se dirige. Provavelmente, para o 
secretário, será enviado um ofício e a linguagem será formal. Já para um 
técnico, poderá ser enviado um e-mail. A confirmação em ambos os casos, 
dependendo do tempo que você tenha para isso, talvez exija uma conversa
telefônica, que tenderá à informalidade.
Esperamos que, nesse primeiro momento, você tenha percebido que o ato de
produzir textos, orais ou escritos, vai além do conhecimento da gramática da
língua, pois o que determina a forma como usará essa gramática é a situação
comunicativa, a qual envolve aspectos associados às condições de produção
e de recepção.
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
"Na realidade, toda palavra comporta duas faces. Ela é determinada 
tanto pelo fato de que procede de alguém como pelo fato de que se dirige 
para alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do locutor e 
do ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro. 
Através da palavra, defino-me em relação ao outro, isto é, em última 
análise, em relação à coletividade. A palavra é uma espécie de ponte 
lançada entre mim e os outros. Se ela se apoia sobre mim numa 
extremidade, na outra apoia-se sobre o meu interlocutor. A palavra é o 
território comum do locutor e do interlocutor."
BAKHTIN,1999, p. 113
Portanto, todo texto é uma ponte entre você e quem o lê ou o ouve. É
por meio dele que você se comunica e estabelece diálogo(s), numa relação
interlocutiva. Logo, ao produzi-lo, é necessário pensar no entendimento
pelo(s) outro(s).
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
Concepções de Texto(s)
OBJETIVO: Apresentar noções de texto, destacando suas características.
A palavra “texto”, conforme Fiorin e Platão (2007), é familiar a qualquer
pessoa, pela alta frequência com que aparece no linguajar cotidiano. Assim,
são comuns expressões como: “redija um texto”; “texto bem elaborado”; “o
texto constitucional não está suficientemente claro”; “os atores da peça são
bons, mas o texto é ruim”; “o redator produziu um bom texto” etc. Nessa
perspectiva, você já tem algumas noções sobre o que seja um texto. Então,
que tal responder:
CURIOSIDADE
O que é um texto?
Quais as características de um texto?
Talvez você tenha respondido que um texto é um conjunto de frases. No
entanto, conceituar texto não é tão simples quanto parece. Há inúmeras
formas de dizer o que é um texto. É interessante atentar para o que ressalta
Antunes (2010):
"O mais consensual tem sido admitir que um conjunto aleatório de 
palavras ou frases não constitui um texto."
ANTUNES, 2010, p. 30
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
Leia o trecho a seguir.
Religiosidade
"Monstro planos sexo cantor pela denúncia de polêmico paguei fazer 
sobre pretendem enfermeira menino milhões presente viva-voz telefone 
estar risco com mercado o. Computador completo ficar frontal você veloz se
para esperar doméstico brincando mamífero moda. Relógios cartas sobre 
expectativa inteiro promoção empregadas sabatina campanha novo queijo 
compra Brasil meninos." velit esse cillum dolore eu fugiat nulla pariatur. 
Excepteur sint occaecat cupidatat non proident, sunt in culpa qui officia 
deserunt mollit anim id est
Autor de fulano
Após concluir a leitura, responda às questões:
 É possível notar nessa passagem algum núcleo de sentido?
 Dá para dizer de que o trecho trata?
 É possível sintetizar o que foi dito?
 Você consegue perceber algum propósito comunicativo?
Provavelmente, suas respostas devem ter sido todas “não”. O trecho é
construído com palavras e frases soltas. Ou seja, não é um texto, pois o que
se observa é um conjunto aleatório de palavras.
Texto quer dizer exatamente o contrário. O vocábulo “texto” vem do
latim textum que significa tecido, entrelaçamento.
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/6169262/20/images/4/TEXTO+=+TECIDO.jpg
O texto é, desse modo, o resultado de uma combinação perfeita de “fios”
(frases/orações) tendo como resultado uma costura (a materialidade textual
ou o texto propriamente dito).
Vamos aprofundar!
Leia a tira de As Cobras, de Luís Fernando Veríssimo (1995).
Fonte: FIORIN; PLATÃO (1999, p. 13)
A leitura da primeira parte da tirinha, isolada da segunda, levaria à
intepretação de que o governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC) estaria
sendo muito bem avaliado com a atribuição da nota “Dez”. No entanto,
quando se confrontam a primeira e a segunda parte, o significado da tirinha é
alterado. “Dez” significa um indicador de velocidade e não a nota máxima de
uma escala convencional. Com isso, há uma quebra de expectativa entre os
quadrinhos 1 e 2, o que produz um efeito de humor, e o texto constitui-se
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
como uma sátira à lentidão na tomada de decisões nesse governo (FIORIN;
PLATÃO,1999).
Fiorin e Platão (1999, p. 14) corroboram a ideia de textocomo
entrelaçamento de ideias, ao chamar atenção para dois importantes aspectos:
Num texto, o significado de uma parte não é autônomo, mas depende
das outras com que se relaciona. Tanto que, na tirinha, ao
confrontarmos as duas partes, reinterpretamos o sentido da primeira.
 O significado global de um texto não é somente o resultado da soma
de suas partes, mas de uma combinação que gera sentidos. Se não
fosse assim, poderíamos fazer a leitura de que “o governo de FHC
merece nota ‘dez’ e que anda a dez quilômetros por hora”. Isso
demonstraria o não entendimento do texto.
Esses autores consideram ser difícil definir o que é um texto, mas
relacionam algumas características. Para eles:
 Um texto deve conter coerência de sentido, pois não podemos
apenas disponibilizar algumas frases sem conectá-las
adequadamente umas às outras.
 A utilização de conectivos adequados permite a interligação de
orações e diminui o risco de comprometimento da ideia central
do texto.
É importante levar em consideração que não só o indivíduo
produziu determinado texto, mas também o ambiente em que ele
está inserido.
Esses fatores extrapolam os níveis gramatical e lexical (vocabulário) e
envolvem o contexto sociocultural e a funcionalidade comunicativa. Além
disso, têm uma grande influência no resultado final de uma produção textual
escrita e/ou oral. Outras concepções ressaltam o texto como evento
comunicativo, no qual simultaneamente operam ações linguísticas
(conhecimento de língua), sociais e cognitivas (processamento de
informações). Vejamos:
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
"O texto se dá como um ato de comunicação unificado num complexo 
universo de ações alternativas e colaborativas."
MARCUSCHI, 2008, p. 79
"O texto, não importa se escrito ou falado, sempre corresponderá a 
uma linguagem em uso, em interação, pois é intrínseco ao texto haver essa 
troca de informação entre quem o produz e quem o interpreta."
OLIVEIRA, 2011, p. 8
"Pode-se definir texto ou discurso como ocorrência linguística falada 
ou escrita, de qualquer extensão, dotada de unidade sociocomunicativa, 
semântica e formal."
COSTA VAL, 1999, p.3
Essa última concepção pode ser considerada uma síntese das demais,
uma vez que caracteriza o texto como uma unidade nos três aspectos que o
compõem:
Unidade Sociocomunicativa: O texto se concretiza no uso, com uma 
determinada finalidade, realizando um aspecto pragmático (situações de 
comunicações) da linguagem. Esse aspecto envolve elementos como 
intenção de quem fala, reação de quem recebe e a situação em que ocorre.
Unidade Semântica: O texto contém um sentido, que deve ser 
percebido e apreendido como um todo. É a coerência.
Unidade Formal: O texto apresenta elementos linguísticos interligados 
ou integrados. É o que se chama de coesão.
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
Além disso, o texto pode ser produzido em qualquer tamanho. Vejamos
os exemplos, a seguir.
Fonte: htp://www.monica.com.br/index.html
Fonte: http://a4demaio.blogspot.com/2012/03/socorro-errado.html
Considerando as concepções de texto aqui relacionadas, responda:
CURIOSIDADE
Ambos os exemplos são textos? Por quê?
Sim, são textos. Os exemplos são construídos com linguagem verbal 
(Socorro!) e não-verbal (imagens) e apresentam uma necessidade 
comunicativa, que gerou propósito(s) de locutor(es) para interlocutor(es). 
Nas situações, há um pedido de “socorro”. Quem grita se sente ameaçado/
em perigo, espera ser ouvido e ser ajudado/salvo. Reconhecemos aí 
ocorrências dotadas de unidade sociocomunicativa, semântica e formal, ou
seja, textos.
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
E os exemplos a seguir são textos?
Fonte: https://pxhere.com/pt/photo/641143
Fonte: https://pixabay.com/pt/perigo-aviso-caveira-inscreva-se-24045/
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
Fonte: https://pixabay.com/pt/com-defici%C3%AAncia-deficientes-97871/
Claro que sim! Ao observar os exemplos, percebemos que muitos textos
produzidos nas mais diversas situações sociais não precisam ser um misto das
linguagens verbal e não-verbal, pois um desenho pode ser considerado texto
se as pessoas que estiverem interagindo (interlocutores) conseguirem
compreendê-lo.
Desse modo, os textos materializam os gêneros no nosso dia a dia. São
exemplos de gêneros textuais: fábulas, notícias, receitas, tirinhas, quadros,
figuras, gráficos, anúncios, formulários, contas de telefone, cartazes, aulas,
ofícios, e-mails, requerimentos, cartas, bilhetes, bulas de remédio, conversas,
entrevistas, palestras, editoriais, resumos, artigos, reuniões, conferências,
charges, verbete de dicionário etc.
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Fonte: https://tiroletas.wordpress.com
Fonte: www.ivancabral.com
Fonte: http://www.egp.ce.gov.br/ 
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
Portanto, quando falamos ou escrevemos, produzimos gêneros textuais,
que cumprem intenções comunicativas específicas. Algumas dessas intenções
são manifestadas por meio das funções da linguagem para constituição de
tipos de textos que compõem um gênero, embora haja predominância de um
determinado tipo. No próximo tópico, trataremos das funções da linguagem
e dos tipos de textos.
Vamos lá!
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
A Categorização de Texto(s)
OBJETIVO: Apresentar as funções de linguagem e os tipos de texto(s).
Funções de Linguagem
Como vimos até aqui, usamos a língua com diferentes objetivos. Esses
objetivos determinam o formato do texto que vamos produzir, por que meio
será veiculado e, muitas vezes, são manifestados por funções da linguagem.
 CURIOSIDADE
Você lembra o que são funções da linguagem?
Como são classificadas essas funções?
Essas funções são formas de utilização da linguagem, centram-se nos
elementos da comunicação (emissor, receptor, código, canal de comunicação
e contexto) e cada uma delas assume um objetivo específico. A imagem, a
seguir, mostra a classificação das funções e sua relação com os elementos da
comunicação.
Fonte: https://www.todamateria.com.br/funcoes-da-linguagem/
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
No esquema apresentado, verificamos as seis funções de linguagem
propostas pelos estudos de Jakobson (1984). No entanto, trataremos
somente de cinco, que são consideradas básicas, conforme Garcez (2012).
 IMPORTANTE
Essas funções de linguagem coexistem e duas ou três aparecem 
concomitantemente no mesmo texto, mas há dominância de uma delas.
Assim, essas funções centram-se:
Fonte: elaboração própria
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
Função Referencial ou Denotativa
 Transmite uma informação objetiva sobre a realidade.
 Prioriza os dados concretos, fatos e circunstâncias.
 O discurso é construído na terceira pessoa (singular ou plural),
enfatizando seu caráter impessoal.
 Coloca em evidência o referente, ou seja, o assunto ao qual a
mensagem se refere.
É a linguagem característica das notícias de jornal, de materiais
didáticos e de textos científicos.
EXEMPLO
Fonte: https://digital.opovo.com.br/jornalopovo/22/07/2018/p8
No texto do exemplo, verificamos que o objetivo é transmitir 
informações sobre um fato real: a apresentação da Esquadrilha da Fumaça. 
A jornalista que escreve se distancia ou desaparece quase que totalmente 
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
do texto, a fim de tornar a informação neutra, imparcial, clara e objetiva. 
Podemos dizer que é como se a realidade falasse por si mesma, uma vezque não há impressões do escritor. Assim, o que se destaca é a informação.
Função Emotiva ou Expressiva
Prioriza a subjetividade da linguagem.
 O discurso é construído na primeira pessoa.
 O objetivo é conquistar a adesão do interlocutor, com uma mensagem
que transmite emoções, sentimentos e subjetividades, por meio da
opinião de quem emite a mensagem.
 Caracteriza-se pelo uso de sinais de pontuação, por exemplo,
reticências, ponto de exclamação etc.
É a linguagem característica de textos poéticos, de bilhetes, cartas ou e-
mails pessoais, de diários.
EXEMPLO
Fonte: https://digital.opovo.com.br/jornalopovo/22/07/2018/p8
De modo semelhante aos textos em que há domínio dessa função,
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
notamos, no exemplo, que o texto transmite e registra os pensamentos,
sentimentos e emoções de uma pessoa. No caso, uma mãe que está distante
e expressa seu sentimento de saudades para com os filhos. Além disso, ao
final da mensagem, expressa seu desejo de encontrar a casa em ordem ao
chegar, já que, por dizer que tem muito trabalho, chegará cansada.
Segundo Garcez (2012),
"A função expressiva da linguagem é essencial à nossa vida, é por 
meio dela que nos construímos como sujeitos atuantes na sociedade e no 
mundo. A conquista da expressão dos próprios pensamentos e opiniões é 
um instrumento primordial para o exercício da cidadania. É por intermédio
da função expressiva que nos tornamos senhores da nossa própria 
história."
GARCEZ, 2012, p. 63
Função Poética ou Literária
Apresenta como marca a utilização do sentido conotativo das palavras.
 Há preocupação de como a mensagem será transmitida com a escolha
das palavras, das expressões, das figuras de linguagem.
É a linguagem característica, principalmente, dos textos literários, mas
também é vista na publicidade ou nas expressões cotidianas, em que há
o uso frequente de metáforas, como, por exemplo, nos provérbios, nas
anedotas, nos trocadilhos, nas músicas. 
EXEMPLO
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
Fonte: https://pxhere.com/pt/photo/948841
Nos provérbios ou ditos populares, bem como em qualquer texto no
qual a função poética seja dominante, observamos uma recriação da
linguagem. Quem produz o texto joga com as potencialidades das palavras e
cria novas combinações. Nas palavras de Garcez (2012, p. 68), essa
construção desperta “no leitor uma espécie de experiência estética
prazerosa, de estranhamento agradável, ou seja, chama a atenção para a
organização e a estruturação do texto” e não para a informação em si. Desse
modo, são textos Plurissignificativos e polissêmicos , pois permitem mais de
uma leitura.
Função Conativa ou Apelativa
É caracterizada por uma linguagem persuasiva que tem o intuito de
convencer o interlocutor.
 Percebe-se o uso da 2ª pessoa como maneira de interpelar alguém,
além do emprego dos verbos no imperativo para convencer o
interlocutor.
 É muito utilizada nas propagandas, publicidades e discursos políticos, a
fim de influenciar o receptor por meio da mensagem transmitida.
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
EXEMPLO
Fonte: http://www.portaldohelvecio.com
Nos textos com domínio da função apelativa, como na campanha de
trânsito, o objetivo é sensibilizar para uma atitude que leve a uma mudança,
em consequência de uma instrução, de uma orientação, de uma sugestão, de
uma solicitação ou de uma ordem. Em outras palavras, busca-se o
convencimento do interlocutor, por isso o foco está em suas ações. Logo,
nos textos em que há o domínio dessa função, são utilizados mecanismos
explícitos e implícitos para manipular o pensamento das pessoas. Isso pode
ser feito de forma positiva como no exemplo referido, em que a intenção é a
de segurança no trânsito, mas também pode acontecer de forma negativa.
Conforme destaca Garcez (2012),
"a sociedade de consumo é fundamentada em textos apelativos, que 
criam necessidades de consumo e transformam as pessoas em máquinas 
desejantes, ansiosas por adquirir mais e mais. Por isso é preciso ler com 
muita atenção e procurar as segundas e terceiras intenções em tudo o que 
nos chega às mãos."
GARCEZ, 2012, p. 65
Devemos, então, estar atentos à publicidade e aos diferentes discursos
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
presentes no nosso dia a dia.
Função Metalinguística
É caracterizada pelo uso da metalinguagem, ou seja, a linguagem que
se refere a si mesma.
 É utilizada para falar, explicar ou descrever o próprio código
 Um texto que descreva a linguagem textual ou um documentário
cinematográfico que fala sobre a linguagem do cinema são alguns
exemplos. Podemos também observar essa função na poesia e na
publicidade, mas merecem destaque as gramáticas e os dicionários.
EXEMPLO
Fonte: Elaboração própria
Nesse exemplo e em outros, em que verificamos o domínio dessa
função, existe um conjunto de recursos que dispensam a fala de quem
produz o texto, mas nos permitem compreendê-lo. No exemplo, temos o
conceito de gramática, isto é, Rocha Lima explica o que é gramática. Esse
fato se dá em todas as partes da gramática, por ela explicar o sistema
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
linguístico que utilizamos para nos comunicar, ou seja, a língua portuguesa.
Já o dicionário nos esclarece o significado das palavras. Esses textos
(gramáticas e dicionários) nos possibilitam a ampliação do nosso universo
linguístico. Nesse sentido, quando:
"uma pessoa tem um bom vocabulário e sabe combinar 
adequadamente as palavras, dispõe de uma excelente ferramenta social 
para exercer suas tarefas na sociedade. Mas quando sua linguagem 
apresenta problemas, seja no acervo e na escolha de palavras, seja na sua 
combinação, percebemos que alguma coisa não funciona também: pausas,
truncamentos, titubeios na fala e falhas e inadequações na escrita."
GARCEZ, 2012, p. 68
Essa é uma função a que recorremos frequentemente no nosso dia a
dia. Em qualquer situação comunicativa, ao questionarmos nosso
interlocutor sobre algo que não entendemos, a resposta obtida,
provavelmente, será através de um texto metalinguístico, em que o
interlocutor explicará de forma detalhada o conteúdo não entendido.
Como vimos, são manifestadas nos textos diferentes intenções de quem
o produz: informar; sugerir estados de ânimos; entreter; convencer, seduzir,
esclarecer, explicar etc. Desse modo, recorremos às diferentes funções para a
constituição de textos, sendo importante lembrar que elas aparecem de
forma heterogênea e nem sempre o texto será categorizado com o mesmo
nome da função. No entanto, poderemos notar características que delineiam
a intenção comunicativa.
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
Tipos de Texto(s) ou Sequências Textuais
Comecemos com o uso da função metalinguística, perguntando:
CURIOSIDADE
O que são tipo ou sequências textuais ?
Os tipos textuais constituem-se como sequências de frases/enunciados
no interior dos gêneros, ou seja, são trechos do gênero organizados por
aspectos lexicais, sintáticos, relações lógicas, tempo verbal etc. Dessa forma,
nós, produtores textuais, valemo-nos de unidades estruturais ou sequências
tipológicas para realizar nossos atos comunicativos.
Segundo Marcuschi (2005), há cinco sequências tipológicas mais
recorrentes: narrativa, descritiva, argumentativa, expositiva e injuntiva. Dada a
dinamicidade de que se reveste a linguagem, dificilmente um gênero será
produzido em uma tipologia pura: é frequente a coexistência de tipologias
em um mesmo texto. Em algumas situações, uma estará a serviço de outra.
Sequência Narrativa
Nos textos em que a produção é essencialmente narrativa, o objetivoé
relatar fatos, acontecimentos, ações numa sequência temporal. Por isso, há a
construção de um enredo, no qual se desenvolvem as ações daqueles que
estão envolvidos no fato ou na história, sendo essas ações marcadas pelo
tempo e pelo espaço.
O texto classificado como narrativo possui um narrador , as
personagens , o tempo e o espaço . 
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Estrutura básica Recursos linguísticos
✔ Apresentação
✔ Desenvolvimento
✔ Clímax
✔ Desfecho
✔ Verbos, advérbios e conjunções
(tempo, lugar)
✔ Verbos no presente ou 
pretérito perfeito do indicativo, ou 
ainda no imperfeito ou futuro do 
pretérito
Exemplo(s) típico(s)
✔ Romance
✔ Novela
✔ Conto
✔ Crônica
✔ Fábula
✔ Parábola
✔ Apológo
✔ Lenda
FIQUE ATENTO
Em nossas atividades profissionais, determinados tipos de relatórios 
podem ter essa sequência como dominante, desde que o objetivo seja 
relatar o(s) fato(s) ocorrido(s) e destacar encaminhamento(s). São também 
exemplos dessa sequência as atas de reuniões.
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
Vejamos a seguir um exemplo comentado, considerando as
características desse tipo de texto.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Raposa_e_as_Uvas
No exemplo, a apresentação da situação inicial é feita no primeiro
período do texto, “Uma raposa que vinha pela estrada encontrou uma
parreira com uvas madurinhas”, quando a personagem principal, “a raposa”, é
citada. Essa situação vai sendo desenvolvida por uma sequência de ações até
chegar ao clímax que acontece no trecho “[…] escutou um barulho como se
alguma coisa tivesse caído no chão”. O desfecho pode ser visto no seguinte
trecho: “[…] voltou correndo pensando serem as uvas, mas, quando chegou lá,
para sua decepção, era apenas uma folha que havia caído da parreira. A
raposa, decepcionada, virou as costas e foi-se embora”. Notamos que as
ações ocorrem numa sequência temporal cronológica marcada pelo uso dos
verbos (no pretérito perfeito e no pretérito imperfeito do indicativo), da
expressão “passou horas” e da conjunção “quando”. As marcas de espaço
podem ser observadas na utilização dos termos: “vinha pela estrada”; “um
pouco mais à frente”; “no chão” e “lá”.
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
ATIVIDADE
Que tal elaborar texto narrativo, tendo como base a sequência de 
quadrinhos a seguir e a relação de verbos sugeridos?
Fonte: https://pxhere.com/pt/photo/948841 
Era Apareceu Ficavam 
Estava Foi Voltou 
Subiu Surpreendeu Mordeu 
Continuava Parecia Queria 
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Sequência Descritiva
É a sequência em que se observa a identificação, localização e
qualificação de seres, objetos e lugares, apresentando características físicas e/
ou psicológicas. Isso pode ser feito de modo objetivo ou subjetivo. A
descrição objetiva é aquela em que a apresentação das características é feita
no sentido real. Já a subjetiva apresenta sentido figurado, isto é, conotativo.
O texto descritivo assemelha-se a uma fotografia. Com isso, expõem-se
apreciações e observações, de modo que sejam ressaltadas características,
detalhes singulares e pormenores. Ao contrário do texto narrativo, apresenta
um aspecto estático, devido à ausência de ações e à inexistência de
progressão temporal.
Estrutura básica Recursos linguísticos
✔ Apresentação do tema – em 
geral, uma forma nominal ou o título.
✔ Aspectualização – enumeração 
dos aspectos que caracterizam um 
objeto, uma cena ou uma pessoa.
✔ Fechamento – a caracterização é 
considerada completa.
✔ Utilização de 
adjetivos ou locuções 
adjetivas
✔ Verbos de ligações
✔ Formas nominais 
✔ Metáforas
✔ Comparações
Exemplo(s) típico(s)
✔Classificados
✔ Resenha descritiva
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EXEMPLO
Fonte: Acervo Próprio
No exemplo, a descrição é objetiva, pois as características são apontadas
no sentido real. O objeto descrito, o apartamento, é apresentado
inicialmente pela expressão “3 quartos”, que é seguida pela expressão “apto
novo”, constituída, respectivamente, por um substantivo e um adjetivo. Suas
propriedades são então detalhadas de forma positiva, delineando a
aspectualização. Ao se considerar que a “fotografia” do apartamento está
pronta, encerra-se a descrição e são dada as informações para a compra.
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Sequência Argumentativa
Na produção sequência argumentativa, o objetivo é defender uma ideia
ou ponto de vista, opinião, por meio de argumentos, numa organização
lógica, mostrando relações de causa/efeito, contraposição etc.
Dessa forma, o texto é opinativo e se baseia na argumentação e no
desenvolvimento de um tema para persuadir o leitor. Com isso, fazemos uso
da função de linguagem apelativa.
Estrutura básica Recursos linguísticos
✔ Proposição (introdução): define o 
modelo básico para apresentar uma
ideia, tema, assunto.
✔ Argumentos (desenvolvimento): 
explora argumentos contra e/ou 
favor.
✔ Nova tese (conclusão): sugere uma 
nova ideia para concluir a defesa da
tese.
✔ Operadores discursivos 
(conjunções, preposições e 
expressões denotativas).
✔ Modalizadores (talvez, sem 
dúvida, provavelmente etc.).
✔ Verbos no presente do 
indicativo.
Exemplo(s) típico(s)
✔ Tese
✔ Dissertação de mestrado
✔ Artigo acadêmico-científico
✔ Editorial de jornal
✔ Monografia
✔ Conferência
✔ Artigo de divulgação científica
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EXEMPLO
Fonte:http://www.redacao.org/o-que-e-um-texto-argumentativo-dissertativocaption
No exemplo, o primeiro período apresenta a ideia de que a “mobilidade
urbana está associada à possibilidade de deslocar-se facilmente na cidade”.
Essa ideia é seguida pela apresentação de um argumento, introduzido pela
conjunção “no entanto”, que indica um contraponto, e isso se confirma no
uso dos modalizadores “diariamente” e “principalmente”, que está
diretamente relacionado à palavra metrópole. Para concluir, é lançada a ideia
de que “sejam criadas condições de deixar o carro em casa para evitar
congestionamentos”. Observamos ainda, nesse texto, a tendência ao uso de
verbos no presente.
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
Sequência Expositiva
A sequência expositiva tem como objetivo apresentar, explanar, discutir,
explicar um tema, a partir de recursos como a conceituação, a descrição, a
comparação, a informação e a enumeração.
Estrutura básica Recursos linguísticos
✔ Apresentação do tema 
(conceito/definição).
✔ Detalhamento 
(descrição/caracterização).
✔ Conclusão.
✔ Operadores discursivos 
(conjunções, preposições e 
expressões denotativas).
✔ Verbos no presente do indicativo.
Exemplo(s) típico(s)
✔ Palestra.
✔ Seminário.
✔ Verbete de dicionário.
✔ Enciclopédias.
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
EXEMPLO
Cinema (do grego: κίνημα - kinema "movimento") é a técnica e a arte 
de fixar e de reproduzir imagens que suscitam impressão de movimento, 
assim como a indústria que produz estas imagens. As obras 
cinematográficas (mais conhecidas como filmes) são produzidas através da
gravação de imagens do mundo com câmeras (câmaras) adequadas, ou 
pela sua criação utilizando técnicas de animação ou efeitos visuais 
específicos.
Os filmes são assim constituídos por uma série de imagens impressas 
em determinado suporte, alinhadas em sequência, chamadas fotogramas. 
Quando essas imagens são projetadas de forma rápida e sucessiva, o 
espectador tem a ilusãode observar movimento. A cintilação entre os 
fotogramas não é percebida devido a um efeito conhecido como 
persistência da visão: o olho humano retém uma imagem durante uma 
fração de segundo após a sua fonte ter saído do campo da visão. O 
espectador tem assim a ilusão de movimento, devido a um efeito 
psicológico chamado movimento beta.
O cinema é um artefato cultural criado por determinadas culturas que 
nele se refletem e que, por sua vez, as afetam. É uma arte poderosa, é 
fonte de entretenimento popular e, destinando-se a educar ou doutrinar, 
pode tornar-se um método eficaz de influenciar os cidadãos. É a imagem 
animada que confere aos filmes o seu poder de comunicação universal. 
Dada a grande diversidade de línguas existentes, é pela dublagem 
(dobragem) ou pelas legendas, que traduzem o diálogo noutras línguas, 
que os filmes se tornaram mundialmente populares.
No exemplo, notamos que uma conceituação é feita, inicialmente, a 
fim de mostrar o que significa, nesse caso, “cinema”. Depois disso, há um 
detalhamento da explicação, com a apresentação de características que 
vão constituindo a informação sobre o “que é o cinema”. Observamos, 
nessa sequência, que a intenção comunicativa é sobretudo de informar, de 
transmitir saberes. No texto, o uso dos verbos, principalmente, no presente
do indicativo funciona como a expressão de algo atemporal, pois nesse 
tipo de texto o que se veicula é um saber universal.
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
ATIVIDADE
Que tal elaborar um texto expositivo para informar o que é reciclagem
de lixo?
Fonte: https://pixabay.com 
Inicialmente, conceitue reciclagem de lixo.
Em seguida, detalhe esse processo e o caracterize.
Por último, apresente uma conclusão para seu texto.
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Sequência Injuntiva 
A sequência injuntiva ou instrucional fundamenta-se na explicação e no
método para a realização de algo. Observamos, por exemplo: em uma receita
de bolo, a construção “misture todos os ingredientes”; numa bula de remédio,
“tome duas cápsulas por dia”; num manual de instruções, “aperte a tecla
amarela”; em propagandas, “vista essa camisa”.
Estrutura básica Recursos linguísticos
✔ Elenco ou descrição – 
apresentação dos elementos que 
constituem o tema a ser 
desenvolvido (lista ou foto).
✔ Determinação ou incitação –ações
que são incitadas à realização por 
determinação ou desejo.
✔ Justificativa, explicação ou 
incentivo – razões para a 
realização das situações 
especificadas.
✔ Verbos com valor imperativo 
(mesmo que não estejam no 
modo imperativo, mas no 
infinitivo, por exemplo).
✔ Pronomes (você, vocês).
Exemplo(s) típico(s)
✔Mensagem religiosa-doutrinária
✔Manuais de uso e/ou montagem de aparelhos
✔Receitas de cozinha
✔Receitas médicas
✔Textos de orientação comportamental
✔Campanhas comunitárias
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EXEMPLO
Fonte: http://www.comunicaquemuda.com.br 
No exemplo, a campanha comunitária de combate à dengue é veiculada
numa sequência injuntiva. Os elementos envolvidos na campanha são
apresentados por meio de imagens, em conjunto com as ações que devem
ser desenvolvidas para evitar a proliferação do mosquito que causa a
dengue, uma doença que pode matar. Por isso, é necessário procurar o
serviço de saúde no caso dos sintomas apontados na parte inferior do cartaz.
As ações propostas contribuem para o combate à doença, sendo esse
combate um dever de todos os brasileiros. Os verbos estão na forma
imperativa, dando o tom de determinação às ações apresentadas.
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
ATIVIDADE
As ações dispostas numa sequência injuntiva, geralmente, seguem 
uma ordem. Que tal tentar organizar, de cima para baixo, as dicas do texto,
numerando-as de 1 a 10? Depois, tente segui-las!
Dicas para quem trabalha sentado
( ) Lembre-se: você trabalha para viver, e o inverso, neste caso, não é
minimamente aceitável.
( ) Posicione as pernas em um ângulo de 90 graus, dessa forma o
sangue circula com mais equilíbrio.
( ) Aproveite alguns momentos para se levantar, esticar a coluna, braços
e pernas. Um bom momento para se fazer isso, é quando você recebe
telefonemas ou conversa com algum funcionário.
( ) Mantenha os cotovelos apoiados sempre que possível, e se puder ter
auxílio desse apoio na hora da digitação, intercalando sempre que
necessário com posições confortáveis, também é uma boa ação para ter uma
melhor postura e causar menos prejuízos à saúde.
( ) Procure sentar em uma cadeira ergonomicamente confortável,
preferencialmente uma que seja ortopédica. Pode também usar acolchoados
ou almofadas no assento, além de um encosto para deixar as costas mais
bem apoiadas.
( ) Aprenda a sentar-se adequadamente. Observe se nesse momento
você não está posicionado de maneira inapropriada. Sua posição na cadeira
deve ser equilibrada, ou seja, suas costas devem estar rentes e bem
acomodadas no encosto da cadeira.
( ) É preciso frisar a importância de levantar a cada uma hora em que
estiver sentado. Caminhe pela sala, vá ao banheiro, tome uma xícara de café
e espaireça pelo menos por 3 minutinhos, isso irá beneficiá-lo não somente
na questão da postura e do corpo, mas também otimizará os processos
mentais com outras situações.
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
( ) Seus pés precisam estar bem posicionados junto ao chão, porém,
caso essa posição comece a incomodar, você pode fazer um alongamento e
caminhar um pouco. Além disso, pode ter um apoio portátil para maior
acomodação dos pés.
( ) Faça exercícios para alongar melhor o corpo e elevar a condição da
sua saúde, mesmo estando sentado na cadeira do trabalho.
• Alongue-se tentando tocar as pontas dos dedos dos pés, mesmo
estando sentado.
• Movimente as panturrilhas, esticando-as, como se fosse ficar na ponta
dos pés, mantendo a coluna ereta.
• Movimente o pescoço para a direita e para a esquerda. Mexa-o com
cuidado e sensibilidade, essa é uma parte importante do corpo.
( ) Sua saúde em primeiro lugar! 
Fonte: Tecmundo
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
Chegamos ao final deste tópico, sendo importante ressaltar que um
gênero pode ser organizado por diferentes sequências. Em outras palavras,
em sua organização interna, pode haver a combinação de duas ou mais
sequências textuais para sua estruturação e para a construção de sentido(s).
O nosso propósito comunicativo e a situação de comunicação definem a
sequência que irá dominar.
Chamamos atenção também para a estrutura básica de cada sequência,
que é flexível, nem sempre os elementos estão todos explícitos e nem sempre
a ordem é fixa. Por exemplo, as vezes uma sequência argumentativa pode ser
iniciada por uma nova tese ou conclusão.
No módulo 02, vamos conversar sobre os textos falados e escritos.
Vamos lá!
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 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
REFERÊNCIAS
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superiores. São Paulo: Atlas, 1992.
ANTUNES, I. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola
editorial, 2005.
______. Língua, texto e ensino: outra escola possível. São Paulo: Parábola
editorial, 2009.
BAKTHIN, M. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
COSTA VAL, M. da G. Redação e Textualidade. 2. ed. São Paulo: Martins
Fontes, 1999.
FIORIN, J. L.; PLATÃO, F. S. Lições de texto: leitura e redação. 4. ed. São Paulo:
Ática, 1999.
______. Para entender o texto: leitura e redação. 17. ed. São Paulo: Ática,
2007.
GARCEZ, L. H. do C. Técnica de redação: o queé preciso saber para bem
escrever. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2012.
GERALDI, J. W. Portos de passagem. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
50
 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
JAKOBSON, R. Ensaios de Linguística Geral. Porto Alegre: Ariel, 1984.
KOCH, I. G. V.; CAVALCANTI, M. M.; BENTES, A. C. Intertextualidade: diálogos
possíveis. São Paulo: Cortez, 2007.
______.; ELIAS, Vanda Maria. Ler e escrever: estratégias de produção textual.
São Paulo: Contexto, 2009.
KÖCHE. V. S.; BOFF, O. M. B.; PAVANI, C. F. Prática Textual: atividades de
leitura e escrita. Petrópolis: Vozes, 2009.
LIMA, Rocha. Gramatica normativa da língua portuguesa. 49. ed. Rio de
Janeiro: Jose Olympio, 2011.
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO,
A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (Org.). Gêneros textuais e ensino. 3.
ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005. p. 19-36.
______. Produção Textual, análise de gênero e compreensão. São Paulo:
Parábola Editorial, 2008.
OLIVEIRA, N de S. Redação e Textualidade um Foco no Vestibular 2011
para a UFPB. 35f. Monografia (Licenciatura em Letras) Curso de Ciências
Humanas Artes e Letras, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2011.
51
 Língua Portuguesa – Textos e Construção da Textualidade – Módulo 01
SITES CONSULTADOS
https://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil13.php
https://www.todamateria.com.br/funcoes-da-linguagem/
https://www.todamateria.com.br/tipos-de-textos/
http://solinguagem.blogspot.com/2016/06/exercicios-funcoes-da-
linguagem.html
http://atividadesdeportugueseliteratura.blogspot.com/2016/08/
exercicios-sobre-funcoes-da-linguagem.html
https://www.todamateria.com.br/texto-de-campanha-comunitaria/
http://blogdaprofessoralou.blogspot.com/2012/07/semana-niveis-de-
linguagem.html
https://sites.google.com/site/portuguesredacaoegramatica/4-
desenvolvimento_do_paragrafo
52
https://sites.google.com/site/portuguesredacaoegramatica/4-desenvolvimento_do_paragrafo
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http://blogdaprofessoralou.blogspot.com/2012/07/semana-niveis-de-linguagem.html
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https://www.todamateria.com.br/funcoes-da-linguagem/
https://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil13.php
	Apresentação
	Objetivo
	Produção de texto(s)
	Concepções de Texto(s)
	A Categorização de Texto(s)
	Funções de Linguagem
	Função Referencial ou Denotativa
	Função Emotiva ou Expressiva
	Função Poética ou Literária
	Função Conativa ou Apelativa
	Função Metalinguística
	Tipos de Texto(s) ou Sequências Textuais
	Sequência Narrativa
	Sequência Descritiva
	Sequência Argumentativa
	Sequência Expositiva
	Sequência Injuntiva
	REFERÊNCIAS
	SITES CONSULTADOS

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