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embarque rumo à aprovação! PARA PORTUGUÊS PROF. FÁBIO MAZZIOTTI 67 9 9670-3621 contato@mazziotti.com.br www.mazziotti.com.br @prof_mazziotti Campo Grande, MS CONTEÚDO CONFORME EDITAL DAS PRINCIPAIS BANCAS APOSTILA DE FONOLOGIA, SEMÂNTICA E TEXTOS www.mazziotti.com.br MÓDULO 1 CONCURSOS SUMÁRIO FONOLOGIA DIVISÕES DA GRAMÁTICA . .. .. .. .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. . . ... . . .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. . .. .. .. ... .. 1 FONOLOGIA: CONCEITOS GERAIS .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. .... .. .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. . .. .. . 2 CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. .. .... .. .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. 4 ENCONTROS VOCÁLICOS .. ... .. .. . . .. .. .. ... .. .. .. . .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. 6 ENCONTROS CONSONANTAIS ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... ... .. .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. 7 DÍGRAFOS . .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... . . .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. 7 DIVISÃO SILÁBICA . .. .. ... .. .. .. .. .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. . .. .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... . . .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. . 8 ACENTUAÇÃO GRÁFICA .. .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. . .. .. . 13 EMPREGO DO HÍFEN .. .. ... .. .. .. .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. 22 ORTOGRAFIA . ... .. .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. 29 EMPREGO DOS PORQUÊS .. .. .. .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. . .. .. . 42 PROBLEMAS GERAIS DA NORMA CULTA . .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. . . ... .. .. .. ... .. 22 SEMÂNTICA SIGNIFICADO DAS PALAVRAS . .. .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. . .. .. .. .. ... . 47 DENOTAÇÃO, CONOTAÇÃO, SINONÍMIA, ANTONÍMIA .. .. .. .. .. ... .. .. . . ... .. .. ... .. .. . .. .. .. ... .. .. ... .. .. .. . .. .. . 47 POLISSEMIA, AMBIGUIDADE, HIPERONÍMIA/HIPONÍMIA . ... .. .. ... .. .. . . ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. 48 HOMONÍMIA . .. .. ... .. .. ... .. .. .. .. .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. 48 PARONÍMIA .. .. ... .. .. .. ... .. . . .. .. .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. 50 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS.. .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. .. ... . . .. ... .. .. ... .. .. .. . .. .. .. ... .. 56 AS QUALIDADES DE UM TEXTO . .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. .. .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. 60 NÍVEIS DE LINGUAGEM . .. ... .. .. .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. 60 DIFERENÇA ENTRE DESCRIÇÃO, NARRAÇÃO E DISSERTAÇÃO . .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. .. .. ... .. .. .. . .. .. . 61 GABARITO . .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. .. ... .. .. . . ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. 64 Todos os direitos reservados. Curso Mazziotti – Português em Prática © 2021 – www.mazziotti.com.br CURSO DE português para CONCURSOS _______________________________________________________________________________________________________________________________________ Prezado aluno, Este material de Português para Concursos destina-se a nortear sua preparação para os Concursos Públicos, seja para área civil (jurídica, fiscal etc.) ou militar. Aqui você encontrará o conteúdo tradicionalmente cobrado nas provas desses certames. Os assuntos são apresentados com a seguinte estrutura: um resumo teórico, atividades de fixação, de aprendizado e uma série de exercícios de aprofundamento, contendo questões de concursos mais recentes. Deve-se ressaltar que esta apostila é um material-base, um orientador de estudos. Sendo assim, é interessante que você, estudante, para maximizar seu rendimento, vá além. Adquira uma Gramática atualizada (de preferência uma das indicadas na bibliografia do concurso que você objetiva) e complemente seus estudos. Lembre-se: em sua preparação, quanto mais embasamento teórico você adquirir e mais exercícios resolver, mais bem preparado estará. Bons estudos! Ementa: (PORTUGUÊS BÁSICO E INTERMEDIÁRIO) •1. Fonologia: fonemas, sílaba, tonicidade, ortoépia, prosódia, encontros consonantais e vocálicos, dígrafos, divisão silábica, acentuação gráfica e ortografia (conforme o novo acordo ortográfico). •2. Semântica (significação das palavras): sinonímia e antonímia, hiponímia e hiperonímia, homonímia e paronímia, polissemia, ambiguidade. •3. Morfologia: estrutura das palavras, formação de palavras, classes de palavras: classificação, flexão e emprego (substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção, interjeição, conectivos e formas variantes). •4. Sintaxe: análise sintática da oração: termos essenciais da oração, termos integrantes da oração, termos acessórios da oração, o vocativo; análise sintática do período: orações coordenadas, orações principais e subordinadas, orações subordinadas substantivas, orações subordinadas adjetivas, orações subordinadas adverbiais, orações reduzidas, estudo complementar do período composto; pontuação, regência e concordância, estudo da crase, colocação pronominal; emprego de certas classes de palavras, emprego dos modos e dos tempos verbais; emprego do verbo “haver”. PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 2 www.mazziotti.com.br Tema: DIVISÕES DA GRAMÁTICA A GRAMÁTICA que chamamos NORMATIVA é um conjunto sistematizado de regras (normas) e orientações para se escrever e falar de acordo com o padrão da variante culta da língua. Ao estabelecermos familiaridade com os fatos que norteiam o idioma, todos eles prescritos por uma infinidade de gramáticas, constatamos que estes são dotados de certa complexidade. Essa gramática é a exigida em concursos públicos, vestibulares e em contextos formais de comunicação. Cabe dizer também que essas gramáticas optam por estudá-los de maneira separada, tendo em vista os traços que os demarcam. É por essa razão que as gramáticas são divididas em partes específicas. CONCEITOS FUNDAMENTAIS Linguagem E a representação do pensamento por meio de sinais que permitem a comunicação e a interação entre as pessoas. Trata-se de uma propriedade inata do ser humano. Consideramos sua divisão em três tipos: Linguagem verbal: e aquela que tem por unidade a palavra (oral ou escrita). Linguagem não verbal: tem outros tipos de unidade, como gestos, o movimento, a imagem, os sons etc. Linguagem mista: compreende a simbiose entre a linguagem verbal e a não verbal, tal como as histórias em quadrinhos, o cinema e a tevê, que utilizam a imagem e a palavra. Língua É o tipo de código formado por palavras e leis combinatórias por meio do qual as pessoas se comunicam e interagementre si. Normalmente, o conceito de língua se confunde com o conceito de idioma. Variedades linguísticas São as variações que uma língua apresenta de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que e utilizada. Norma “culta” (ou discurso tenso): é a língua padrão, a variedade linguística de maior prestigio social. Norma popular (coloquial): são variedades linguísticas diferentes da língua padrão originadas das diferenças de região, de idade, de sexo, de classes ou de grupos sociais e da própria evolução histórica da língua (Ex: o emprego de gírias). Texto É uma unidade linguística concreta percebida pela audição (na fala) ou pela visão (na escrita), que tem unidade de sentido e intencionalidade comunicativa. Discurso E a atividade comunicativa capaz de gerar sentido desenvolvido entre interlocutores. Além dos enunciados verbais, engloba outros elementos do processo comunicativo que também participam da construção do sentido do texto. GRAMÁTICA NORMATIVA Parte 1: FONOLOGIA Estudos de PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 3 www.mazziotti.com.br Tema: FONOLOGIA A FONOLOGIA é o ramo da Linguística que estuda os sons da fala humana, estabelecendo critérios de distinção quanto à emissão e articulação dos fonemas, sua classificação e localização da sílaba tônica. Divide-se em ortofonia e prosódia. A prosódia diz respeito à acentuação tônica e gráfica. A ortofonia trata da correta pronúncia dos fonemas e da grafia das palavras. Assim, divide-se em ortoepia e ortografia. ORTOÉPIA OU ORTOEPIA Trata da correta pronúncia dos fonemas. Assim, em oposição, chamamos de cacoépia ou cacoepia o erro (inadequação quanto ao padrão culto) na pronúncia dos fonemas. Observe os exemplos: ADEQUADO INADEQUADO subsídio subzídio abrupto (ru-p) abrupto (brup) pneu peneu advogado adevogado problema pobrema tóxico (ks) tóxico (ch) indigna (/G/) indigna (gui) Curiosidade: a mesma palavra pode ser colocada em mais de uma classe, de acordo com o modo como é empregada. Eu almoço naquele restaurante todos os dias. (almoçar — verbo) O almoço que você fez estava delicioso. (almoçar — subst.) Josefa adquiriu um carro vermelho. (vermelho — adj.) Ela disse que gosta muito do vermelho. (vermelho — subst.) PROSÓDIA Trata da correta localização da sílaba tônica. Assim, em oposição, chamamos de barbarismo prosódico ou silabada o erro na localização da sílaba tônica. ADEQUADO INADEQUADO ADEQUADO INADEQUADO rubrica rúbrica pudico púdico ibero íbero nobel nóbel libido líbido gratuito gratuíto avaro ávaro batavo bátavo cateter catéter efebo êfebo misantropo misântropo trânsfuga transfuga aziago azíago ínterim interim recorde récorde ímprobo improbo Há palavras que admitem, adequadamente, DUAS sílabas tônicas (uma ou outra), o que chamamos de DUPLA PROSÓDIA. Exemplos: hieróglifo ou hieroglifo, ortoépia ou ortoepia, réptil ou reptil, sóror ou soror, Oceânia ou Oceania, Madagáscar ou Madagascar, zângão ou zangão, acróbata ou acrobata, anídrido ou anidrido, projétil ou projetil. A cacofonia ou cacófato é o encontro de duas sílabas ou mais palavras, formando um outro vocábulo de sentido ridículo, obsceno ou inadequado. Exemplos: vou-me já; beijei a boca dela; essas fotos de álbum dão saudade etc. FONEMAS São as unidades sonoras de que uma palavra é constituída ao ser pronunciada, tradicionalmente simbolizada entre barras inclinadas (//). Assim, os fonemas da palavra pato são: /p/,/a/, /t/, /u/. Considera-se a pronúncia predominante entre os falantes de português no Brasil. Na escrita, a menor unidade da palavra é a letra, na fala é o fonema. A função do fonema é constituir palavras. Assim temos que na escrita, a menor unidade da palavra é a letra, na fala é o fonema. A função do fonema é constituir palavras. Dessa forma: Fonema: é mais que o som, pois é a menor unidade significativa (e sonora) que permite estabelecer distinção entre as palavras. Ex: /m i a/, /t i a/, /v i a/, /r i a/, /d i a/. G1.01 CONCEITOS GERAIS PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 4 www.mazziotti.com.br Observe que as diferenças dos vocábulos acima são marcadas pelos fonemas: /m/, /t/, /v/, /r/, /d/. Obs: Os fonemas podem variar em dimensões distintas (individual, social ou regional) sem que isso implique mudança no significado. Basta imaginar a pronúncia do vocábulo /d i a / por parte do carioca e depois pelo nordestino. Letra: é a representação gráfica de um ou mais fonemas (sons). Chamamos o conjunto de letras de ALFABETO. Nosso alfabeto possui vinte e seis letras, a saber: A - B - C - D - E - F - G - H - I - J - K - L - M - N - O - P - Q - R - S - T - U - V - W - X - Y - Z Obs: ✓ As letras K-W-Y passam a fazer parte do alfabeto utilizado no Brasil a partir de 2009. ✓ Um mesmo fonema pode ser representado na escrita por letras diferentes: sinto, cinto, caça (s, c, ç). ✓ Uma mesma letra pode representar fonemas diferentes: G - gesto, g = jê G - garrafa, g = guê S - sapato, s = sê S - casa, s = zê ✓ Um mesmo fonema pode ser representado por letras diferentes: /z/- vazio, z = zê /z/- mesa, s = zê /z/- exato, x = zê /x/ - xale, x = chê /x/ - cheque, ch = chê /s/ - isso, ss = sê /s/ - caço, ç = sê /s/ - desce, sc - sê /s/ - nasço, sç = sê ✓ Um mesmo fonema pode ser representado por uma só letra ou por uma combinação de duas letras (DÍGRAFO). Exemplos: carro, passo, galho, cacho, quilo, guerra, tempo, vinte, campo etc. ✓ Uma única letra, no caso a letra X, pode representar dois fonemas, quando apresenta o som de /KS/; é o que chamamos de DÍFONO. Exemplos: nexo / NEKSU/; tórax /TORAKS/; fixo /FIKSU/. ✓ Há letras que não representam fonemas. Exemplos: H- há; U- queda, guia; M- tampa, sempre; N- senta, tanto. ✓ Há fonemas que não são representados na escrita, no caso das semivogais / y / e / w /. Exemplos: / y / - homem, trenzinho / w / - falam, amam, compram. Na produção da fala, o ar sai dos pulmões e passa pela traqueia, até chegar à laringe. Aí encontra as cordas vocais, que podem ser vibradas ou não. A seguir, a corrente de ar alcança a faringe até chegar à boca, onde se realizam os movimentos articulatórios da língua, dos lábios e do maxilar inferior, que modificam a forma da boca, a fim de que o som que está sendo produzido seja diferenciado em fonemas. Quando a corrente de ar, ao passar pelo aparelho fonador, encontra obstáculo parcial ou total, são produzidos os fonemas consonantais, quando encontra livre passagem, são produzidos os fonemas vocálicos. Os fonemas vocálicos podem, num primeiro momento, ser classificados em tônicos e átonos. A vogal tônica da palavra (pronunciada sempre com maior intensidade do que as outras vogais) é a responsável pela formação da sílaba tônica. Excluída a vogal tônica, as restantes são átonas. Ex: Sabor: o fonema vocálico tônico é /o/ e a sílaba tônica é "bor", sílaba átona é "sa". Vatapá: o fonema vocálico tônico é /a/ da última sílaba, logo a sílaba tônica é "pá", as sílabas átonas são "va, ta". Obs: a) Fique atento aos fonemas semivocálicos: /y/ e /w/. Ex: boi / boy/; louco / lowku/. b) Em relação à sílaba tônica de qualquer palavra, as demais podem ser classificadas em pré-tônica (antes da tônica), pós- tônica (após a tônica) e subtônica. Ex: pa - re - de. pré-T T pós-T Chama-se sílaba subtônica a sílaba átona de uma palavra derivada que correspondia à sílaba tônica na palavra primitiva. Ex: ca - fe - zal. pré-T sT T Fonte: https://www.gta.ufrj.br/grad/09_1/impvocal/propdosinal.htm PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 5 www.mazziotti.com.br CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS Vogais: fonemas silábicos(base da sílaba) que se realizam com a passagem da corrente de ar pelo aparelho fonador sem presença de obstáculos. Uma sílaba tem de apresentar UMA e somente UMA vogal! Semivogais: fonemas / y / e / w / que vêm sempre ladeados de vogal, pois não constituem base de sílaba. Podem ser representados pelas letras: e, i, o, u, m e n. Exemplos: pai, mãe, pão, amam, somem, hífen, homenzinho, série; pneu, sócio, história, água etc. Consoantes: fonemas que se produzem por meio da formação de um obstáculo à corrente de ar, quando de sua passagem pelo aparelho fonador. Exemplos: baba, caco, dia, faca etc. Atividades de fixação 1. Faça a contagem de letras e de fonemas nas palavras abaixo. a) Uruguai : L- _______ F- ________ b) prolixo: L- _______ F- ________ c) ânsia: L- _______ F- ________ d) quão: L- _______ F- ________ e) inexorável : L- _______ F- ________ f) intoxicar : L- _______ F- ________ g) trenzinho: L- _______ F- ________ h) queijo: L- _______ F- ________ i ) enxáguam: L- _______ F- ________ 2. Assinale a alternativa em que todas as palavras têm uma sílaba com som de /zê/. a) peso - quinze - exame - luxo - zelo. b) esposo - confuso - êxito - passeio. c) treze - missa - mesa - casebre. d) exato - exílio - pose - cozer - frase. e) curioso - exercício - massa – casa 3. Destaque as semivogais dos vocábulos: 4. Julgue os itens e escolha a opção correta. ( ) No vocábulo "excedem", cada letra representa um fonema. ( ) Em "anual", o "n" representa fonema. ( ) Em "exato" e "exame", temos o caso de uma letra representando fonemas distintos. ( ) Na palavra "caixeiro", há duas semivogais. refém – venham – trenzinho – bem - meio O triângulo vocálico de Helwag. PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 6 www.mazziotti.com.br a) V, V, F, F d) F, F, V, V b) V, V, V, F e) F, V, F, V c) F, V, V, F 5. (CESGRANRIO) Marque a opção correta quanto à análise dos estudos fonéticos. a) Em "casa" e "vozes" temos o caso de um só fonema representado por letras distintas. b) Em "vento" e "compro" as letras "m" e "n" representam fonemas distintos. c) Se pronunciarmos os vocábulos seguintes acentuando tonicamente a vogal destacada, cometeremos cacoepia: ibero, pudico, fluido (subst), bimano e latex. d) Se você diz "anivessário" em vez de "aniversário", você comete cacofonia. e) Na palavra “abrupto”, o encontro consonantal é pronunciado tal como na palavra “bruto”. 6. (PUC-CAMPINAS) Marque a opção em que as duas palavras possuem mais fonemas que letras. a) Ônix e abstrair. d) Guerra e aguei. b) Máximo e fixar. e) Dor e anexo. c) Prolixo e fluxo. 7. (UNIFESP) Na língua portuguesa escrita, quando duas letras são empregadas para representar um único fonema (ou som, na fala), tem-se um "dígrafo". O dígrafo só está presente em todos os vocábulos de: a) pai, minha, tua, esse, tragar. b) afasta, vinho, dessa, dor, seria. c) queres, vinho, sangue, dessa, filho. d) esse, amarga, silêncio, escuta, filho. e) queres, feita, tinto, melhor, bruta. 8. (PUC-SP) Sobre o vocábulo "continham", analise: I- contém sete fonemas. II- traz uma semivogal na última sílaba. III- contém três fonemas consonantais. IV- traz letra que não representa fonema. a) Só os itens I e II estão corretos. b) Só os itens II e III estão corretos. c) Todos os itens estão corretos. d) Só os itens I e IV estão corretos. e) Só os itens II, III e IV estão corretos. 9. (CESCEA) Qual opção traz palavras em que a letra “X” representa o mesmo fonema? a) Tóxico e taxativo. b) Refluxo e taxar. c) Têxtil e exceto. d) Enxame e inexaurível. e) Contexto e êxtase. 10. Analise os itens e marque a opção correta, na sequência, de cima para baixo. ( ) "Anexo" e "assam" possuem, juntos, o número de fonemas igual ao de letras. ( ) "Tinha" e "achei" possuem igual número de fonemas. ( ) "Maxilar" possui o mesmo número de letras e de fonemas. a) V, V, F b) V, V, V c) V, F, F d) F, F, V e) F, V, F PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 7 www.mazziotti.com.br Encontros vocálicos As vogais e as semivogais podem aparecer juntas em um único grupo sonoro, formando os encontros vocálicos. Esses grupos classificam-se em ditongos, tritongos e hiatos. A vogal é a base da sílaba em língua portuguesa. Assim, a observação de algumas regras fundamentais se torna necessária. São elas: 1) toda sílaba possui uma vogal; 2) cada sílaba possui apenas uma vogal e no máximo duas semivogais; 3) a letra tônica sempre é vogal; 4) a letra “a” sempre é vogal; 5) as letras “e” e “o” geralmente são vogais; 6) as letras “i’ e “u” geralmente são semivogais. DITONGO É o encontro de uma vogal e uma semivogal ou vice-versa em uma mesma sílaba. Ex: noite - o= vogal; i= semivogal. Aurélio - i= semivogal; o= vogal. Os ditongos podem ser: a) crescentes: quando a semivogal soa primeiro que a vogal. Ex. prestígIO » I= semivogal; O= vogal. árEA » E= semivogal; A = vogal. b) decrescentes: quando a vogal soa antes da semivogal. Ex. fAUna » A= vogal; U= semivogal. Leite » E= vogal e o I= semivogal. c) orais: quando a vogal é oral. Ex. réptEIs, ágUA, qUOta, mAIs, mAU, falEI, chapÉU, atEU, anzÓIs, bOI. d) nasais: quando a vogal é nasal. Ex: tiçÃO, freqUEnte, qUAndo, mÃE, vejAM, mÃO, mUIto. e) abertos (ói/oi, éi/ei, éu): quando a pronúncia possui timbre aberto. Ex: herÓI/bOIa, pastÉIs/idEIa, chapÉU. f) fechados: quando a pronúncia possui timbre fechado. Ex: bOI, quEIjo, sEU. TRITONGO É o encontro de uma semivogal com uma vogal e uma semivogal (sv+V+sv) na mesma sílaba. Ex: igUAIs, sagUÃO. Os tritongos podem ser orais ou nasais. Orais: Uruguai, averiguei, aguou, redarguiu. Nasais: Quão, enxáguam, enxáguem, saguões. Em PAPAGAIO não há tritongo! Observe: PA-PA-GAI-O. HIATO É o encontro de dois fonemas vocálicos que se pronunciam separadamente. Ex: na-vi-o, sa-í-da, mo-er, sa-ú-va. Tipos de hiatos: 1) de duas vogais: BA–Ú 2) de dois ditongos: BAI–ÃO 3) de ditongo e vogal: PRAI–A 4) de vogal e ditongo: SA–IU 5) de tritongo e vogal: PARAGUAI–O PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 8 www.mazziotti.com.br Encontros Consonantais É o agrupamento de consoantes. Há três tipos de encontros consonantais: Encontro Consonantal Perfeito: É o agrupamento de consoantes, lado a lado, na mesma sílaba. Ex: Bra-sil, pla-ne-ta, a-dre-na-li-na. Encontro Consonantal Disjunto: É o agrupamento de consoantes, lado a lado, em sílabas diferentes. Ex: ap-to, cac-to, as-pec-to. Encontro Consonantal Fonético: É a letra x com som de ks, também conhecida como DÍFONO. Ex: Maxi, nexo, axila = maksi, nekso, aksila. Não se esqueça de que as letras M e N pós-vocálicas não são consoantes, e sim semivogais ou simples sinais de nasalização (ressoo nasal). Dígrafos Dígrafo ou digrama é o agrupamento de duas letras, representado por apenas um fonema. Os principais dígrafos são RR, SS, SC, SÇ, XC, XS, LH, NH, CH, QU, GU. Representam-se os dígrafos por letras maiores que as demais, exatamente para estabelecer a diferença entre uma letra e um dígrafo. QU e GU só serão dígrafos, quando estiverem seguidos de E ou I, não pronunciados. Os dígrafos RR, SS, SC, SÇ, XC e XS têm suas letras separadas silabicamente: LH, NH, CH, QU, GU. Existem dois tipos de dígrafos: consonantais e vocálicos. Dígrafo Consonantal arroz = ar-roz - aRos; assar = as-sar - aSar; nascer = nas-cer - naSer; desço = des-ço - deSo; exceção = ex-ce-ção - eSesãw; exsudar = ex-su-dar - eSudar; alho = a-lho - aLo; banho = ba-nho - baÑo; cacho = ca-cho - kaXo; querida = que-ri-da - Kerida; sangue = san-gue - sãGe.Não confunda dígrafo com encontro consonantal, que é o encontro de consoantes, cada uma representando um fonema. Dígrafo Vocálico É o outro nome que se dá ao ressoo nasal, pelo fato de serem duas letras com um fonema vocálico. sangue = san-gue – sãGe. Atividades de fixação 1. (FAB) “A lua nova acorda os animais da rua; a serenata vai começar.” Na oração, encontramos a) quatro ditongos e nenhum hiato. b) dois ditongos e dois hiatos. c) um ditongo e três hiatos. d) um ditongo, um hiato e dois tritongos. 2. (EPCAr) Assinale a alternativa em que todos os vocábulos apresentam ditongos crescentes orais. a) meu, catedrais, cantaria b) qualquer, aéreos, pessoas PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 9 www.mazziotti.com.br c) duas, embaixadas, oceanográfica d) conferência, humanitário, retaguarda 3. Assinale a alternativa que contém apenas ditongos decrescentes: a) foi, quadra, mau, nódoa b) louco, fui, muito, níveo c) degrau, bebeu, pai, ruivo d) vaidade, partiu, quando, coitado 4. (UNB) Assinale o vocábulo em que as letras destacadas NÃO correspondem a um ditongo: a) gUArda c) qUOta e) quEM b) líquEN d) qUEijo 5. (UNB) Assinale o vocábulo que encerra tritongo: a) creio c) bloqueio e) cheguei b) criei d) deságuam 6. Nas palavras que, tranquilidade, concluía, e muito ocorrem os seguintes encontros. a) dígrafo, dígrafo, tritongo, ditongo b) dígrafo, ditongo, tritongo, dígrafo c) ditongo, dígrafo, hiato, ditongo d) ditongo, ditongo, tritongo, ditongo e) dígrafo, ditongo, hiato, ditongo Divisão silábica A partição de sílabas na língua falada é facilmente percebida pela maioria dos falantes. Na língua escrita, marcamos a divisão silábica com hífen: Ex: coral: co–ral; aroma; a–ro–ma. REGRAS PARA DIVISÃO SILÁBICA 1) Regra geral: deve-se separar as sílabas de acordo com o modo como as palavras são pronunciadas. Ex: a–bra–ço; ab–rup–to 2) Não podem ficar na mesma sílaba duas LETRAS iguais. Ex: Sa–a–ra; pre–en–cher; vo–o Obs: os dígrafos “RR” e “SS” ficam incluídos nessa regra. Ex: rus–so; es–car–ro 3) Não se separam os elementos dos grupos consonantais (encontros consonantais perfeitos) que iniciam uma sílaba nem os dos dígrafos “CH, LH, NH, GU, QU”. Entretanto, os dígrafos “SC, SÇ, XC, XS” serão sempre separados. Ex: a-blu-ção, a-bra-sar, a-che-gar, fi-lho, ma-nhã, a-tri-bu- ir, a-fri-ca-no, a-plai-nar, en-gra-ça-do, re-fle-tir, su-bli-me, pis-ci-na, ex-ce-to, ex-su-da-ção. OBS: Nem sempre formam grupos consonantais os elementos bl e br. No caso de o l e o r serem pronunciados separadamente, poderá haver a partição da palavra. Exemplos: sub-lin-gual, sub-li-nhar, sub-ro-gar, ab-rup-to. 4) Não se separam as letras que representam ditongo. Ex: mistério = mis-té- rio; cárie = cá-rie; herdeiro = her-dei-ro. 5) Não se separam as letras que representam um tritongo: Ex. Paraguai = Pa-ra-guai; saguão = sa-guão. 6) Separam-se as letras que representam um hiato. Ex: saúde = sa-ú-de; rainha = ra-i-nha; cruel = cru-el; enjoo = en-jo-o. 7) Toda consoante não seguida de vogal, no interior da palavra, fica na sílaba que a antecede. Ex. técnica = téc-ni-ca, absoluto = ab-so-lu-to; núpcias = núp-cias; submeter = sub-me-ter; perspicaz = pers-pi-caz; feldspato = felds-pa-to. 8) Os prefixos que terminarem em consoantes (bis, cis, dis, trans, ex, per, super) não se separam quando a sílaba seguinte começar por consoante. Todavia, se for iniciada por vogal, formam sílaba com esta e separam-se do prefixo. Ex: bi-sa-vó, ci-san-di-no, de-ses-pe-rar, de-sin-te-ria, tran- sa-tlân-ti-co, e-xér-ci-to, su-bo-fi-ci-al, su-pe-rin-ten-den-te, bis-ne-to, cis-pla-ti-no, dis-tra-ção, trans-por-tar, ex-tra-ir. 9) A semivogal “i” se vier seguida de vogal ficará sempre na sílaba anterior. Ex: prai-a, i-dei-a, tui-ui-ú, sai-a. PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 10 www.mazziotti.com.br Atividades de fixação 1. Separe as sílabas das palavras abaixo: a) bisavô: _______________________________________ b) desinteresse: _______________________________________ c) étnico: _______________________________________ d) psicologia: _______________________________________ e) transatlântico: _______________________________________ f) desesperam: _______________________________________ g) saguões: _______________________________________ h) guerreiam: _______________________________________ i) tungstênio: _______________________________________ j) quartzo: _______________________________________ k) incognoscível: _______________________________________ l) abrupto: _______________________________________ m) cisalpino: _______________________________________ n) goiabada: _______________________________________ o) obtusângulo: _______________________________________ p) suboficial: _______________________________________ q) subtenente: _______________________________________ r) praia: _______________________________________ s) tuiuiú: _______________________________________ 2. Coloque nos parênteses a numeração correta. 1. ditongo crescente 4. hiato 2. ditongo decrescente 5. dígrafo 3. tritongo ( ) pais ( ) país ( ) aquífero ( ) jeito ( ) sauna ( ) saúva ( ) chapa ( ) doido ( ) caixa ( ) graúdo ( ) Saara ( ) quatro ( ) quilo ( ) saguão ( ) limpo ( ) seis ( ) seio ( ) cair ( ) lua ( ) falou ( ) prestígio 3. Não há ditongo em: a) sangue d) fugiam b) criei e) prendem c) doou 4. Não há tritongo em a) averiguei d) doou b) minguou e) quais c) deságuam 5. Nos vocábulos "ruim", "amendoim" e "moinho" há a) dois ditongos nasais e um hiato nasal. d) três hiatos nasais. b) três ditongos crescentes nasais. e) três dígrafos vocálicos e um ditongo nasal. c) um ditongo nasal e dois hiatos nasais. PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 11 www.mazziotti.com.br Aprendizagem 1. Em relação aos vocábulos "voo", "vou" e "voou", assinale o correto. a) Apresentam um hiato e dois ditongos. b) Possuem um hiato e três ditongos. c) Apresentam dois hiatos e dois ditongos. d) Possuem 4 vogais e 3 semivogais. 2. Apresentam um ditongo e um hiato, ambos os vocábulos da opção: a) perdoei e ruiu. b) perdoassem e amendoim. c) perdoais e linguodentais. d) baía e jiboia. 3. No conjunto de palavras: gargalhadas, toque, lágrimas, chofer e problema, existem: a) 2 dígrafos e 4 encontros consonantais b) 3 dígrafos e 4 encontros consonantais. c) 4 dígrafos e 3 encontros consonantais. d) 3 dígrafos e 5 encontros consonantais. 4. (UFSM) A palavra SANGUESSUGA possui 11 letras, 8 fonemas e 3 dígrafos, DEMOCRACIA tem 10 letras, 1 encontro consonantal e 1 hiato. Relacione as duas colunas a seguir e depois assinale a alternativa com a sequência correta. 1. república 2. hábito 3. reeleição 4. candidatos 5. corrupção 6. excessivo a) 6 - 4 - 1 - 5 - 3 - 2 b) 2 - 4 - 5 - 6 - 3 - 1 c) 5 - 1 - 6 - 4 - 2 - 3 d) 4 - 6 - 5 - 1 - 3 - 2 e) 3 - 5 - 2 - 6 - 4 - 1 5. (FEI) Assinale a alternativa em que todas as palavras NÃO têm suas sílabas separadas corretamente. a) am-bi-guo; rit-mo; psi-co-se; pers-pi-caz b) abs-tra-ir; bi-sa-nu-al; in-te-lec-ção; quart-zo c) ob-sé-quio; hep-tas-si-la-bo; dif-te-ri-a; oc-ci-pi-tal d) vo-lu-ptu-o-so; psi-co-lo-gia; e-xce-der; be-ni-gno e) ab-so-lu-to; sub-ju-gar; eu-ro-peu; ist-mo 6. Assinale a alternativa em que a palavra NÃO tem as suas sílabas corretamente separadas. a) in-te-lec-ção d) is-tmo b) cons-ci-ên-cia e) ca-a-tin-ga c) oc-ci-pi-tal 7. (UFRS) Assinale verdadeira (V) ou falsa (F) em cada uma das afirmações relacionadas à análise fonológica e gráfica do segmento a seguir. "Ele é especialmente sensível sobre seu excesso de peso."( ) O fonema /s/ está representado pelas letras (s), (c) e dois dígrafos, ao passo que o fonema /z/ está representado apenas pela letra (s). ( ) A letra (n) junta-se ao (e) formando um dígrafo para representar a vogal nasal. ( ) As palavras "sobre" e "seu" apresentam, respectivamente, um encontro consonantal e um ditongo decrescente. A sequência correta é: a) V - F - F d) V - V - V b) F - V - V e) V - F - V c) F - F - F ( ) 9 fonemas, 1 dígrafo. ( ) 7 fonemas, 2 dígrafos. ( ) 8 fonemas, 1 dígrafo, 1 encontro consonantal. ( ) 9 fonemas, 1 encontro consonantal. ( ) 9 fonemas, 2 ditongos, 1 hiato. ( ) 5 fonemas. PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 12 www.mazziotti.com.br 8. (PUC-Campinas) Assinale a alternativa que apresenta tritongo, hiato, ditongo crescente e dígrafo a) quais, saúde, perdoe, álcool b) cruéis, mauzinho, quais, psique c) quão, mais, mandiú, quieto d) aguei, caos, mágoa, chato 9. (CAXIAS DO SUL) A alternativa em que, nas três palavras, há um ditongo decrescente é: a) água, série, memória b) balaio, veraneio, ciência c) coração, razão, paciência d) apoio, gratuito, fluido e) joia, véu, área 10. (EPCAr) Assinale a alternativa em que todos os vocábulos apresentam ditongos crescentes orais. a) meu, catedrais, cantaria b) qualquer, aéreos, pessoas c) duas, embaixadas, oceanográfica d) conferência, humanitário, retaguarda 11. Assinale a alternativa que contém apenas ditongos decrescentes: a) foi, quadra, mau, nódoa b) louco, fui, muito, níveo c) degrau, bebeu, pai, ruivo d) vaidade, partiu, quando, coitado 12. (EsPCEx) Assinale a alternativa correta quanto à divisão silábica das palavras dadas: a) sa-gu-ão, mín-guam, a-bs-tra-to, de-lin-qui-u, plúm-beo b) fric-ção, rit-mo, pneu-má-ti-co, cai-ais, bo-ê-mia c) mag-ne-tis-mo, en-xa-guei, ni-nha-ri-a, res-pe-i-to, mei-os d) su-blo-car, ca-iu, re-ce-pção, a-cces-sí-vel, subs-cre-ver e) coi-ta-do, trans-a-tlân-ti-co, pis-ci-na, suas, põem 13. (PUC-RS) Aponte o único conjunto em que há ERRO na divisão silábica: a) flui-do, sa-guão, dig-no b) cir-cuns-cre-ver, trans-cen-den-tal, tran-sal-pi-no c) con-vic-ção, tung-stê-nio, rit-mo d) ins-tru-ir, an-te-pas-sa-do, se-cre-ta-ri-a e) co-o-pe-rar, dis-tân-cia, bi-sa-vô 14. (CURSO MAZZIOTTI) Assinale a opção que contém encontro consonantal: a) ninho d) piscina b) táxi e) exsudação c) tenda PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 13 www.mazziotti.com.br Aprofundamento 1. (CESPE/SEDF-2017) Os vocábulos “qualidade”, “perspectiva”, “essas”, “conjunto” e “chamada” contêm grupos de duas letras que representam um só fonema, constituindo o que se denomina dígrafo ou digrama. ( ) Certo ( ) Errado Leia o fragmento de texto abaixo para responder ao item 2. “Lamiya e Nadia Murad são algumas das poucas vítimas do terror sexual que se apresentam em público, de rosto aberto, pois a violência sexual estigmatiza as vítimas e suas famílias. Lamiya contou que era submetida a estupros seguidos e diários, passada entre incontáveis militantes. Muitas vezes desmaiava.” (7º§) 2. (CONSULPLAN/TJMG-2017) Considere o trecho anteriormente destacado e assinale a alternativa em que todas as palavras apresentam divisão silábica correta: a) pas – sa – da, sub – me – ti – da, pou - cas b) ter – ror, po – is, es - ti – gma – ti – za – va c) se- gui – dos, di – á – rios, in – con – tá – ve – is d) ví – ti – mas, fa – mí – li – as, des- ma – i – a - va 3. (FGV/PMS-2017) Assinale a opção que indica a separação silábica ERRADA. a) Meados = me-a-dos. b) Passado = pas-sa-do. c) Esmagamento = es-ma-ga-men-to. d) Desesperadamente = des-es-pe-ra-da-men-te. e) Fantasma = fan-tas-ma. 4. (CONSULPLAN/CFESS-2017) Assinale a alternativa em que o encontro vocálico está corretamente analisado. a) poética – hiato. b) mangueira – tritongo. c) leitor – ditongo oral crescente. d) irreverência – ditongo nasal decrescente. 5. (AOCP/PMJF-2017) Assinale a alternativa que apresenta a correta divisão silábica das palavras “surrealismo” e “psicanálise”. a) sur.re.a.lis.mo e psi.ca.ná.li.se b) su.rre.a.lis.mo e p.si.ca.ná.li.se c) sur.rea.lis.mo e psi.ca.ná.li.se d) sur.re.a.lis.mo e p.si.ca.ná.li.se e) sur.rea.lis.mo e p.si.ca.ná.li.se 6. (CONSULPLAN/HOB-2015) “Faz alguns anos reina entre nós o diagnóstico de déficit de atenção para um número assustador de crianças.” Nessa frase, as palavras sublinhadas apresentam, respectivamente, a) ditongo, hiato, dígrafo e dígrafo. b) dígrafo, encontro consonantal, hiato e dígrafo. c) ditongo, encontro consonantal, dígrafo e hiato. d) encontro consonantal, hiato, dígrafo e ditongo. 7. (CONSULPLAN/PMC-2015) As seguintes palavras apresentam dígrafos, EXCETO: a) Caminho. b) Discussão. c) Corrupção. d) Infraestrutura. 8. (CONSULPLAN/PMDC-2015) Dadas as palavras: I. ob‐ser‐var. II. cria‐ti‐vo. III. as‐so‐ou. Constatamos que a separação silábica está correta apenas em: a) I. b) I e II. c) I e III. d) II e III. PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 14 www.mazziotti.com.br Acentuação Gráfica Classificação dos vocábulos quanto à tonicidade: a) Monossílabos átonos: vocábulos de uma única sílaba e que têm pronúncia fraca. São representados por artigos (o, a), preposições (de, com), conjunções (mas, nem), pronome relativo “que” e pronomes pessoais átonos (te, lhe). Nunca são acentuados. b) Monossílabos tônicos: vocábulos de uma única sílaba e que têm pronúncia forte: lá, dê, sol, cor, são etc. Obs: dessa forma, são monossílabos átonos: preposições, conjunções, artigos e os pronomes oblíquos me, te, o, a, nos, vos, os, as, lhe, lhes, se. Classificação dos monossílabos tônicos átonos substantivo flor – adjetivo má – artigo – o verbo dá – advérbio lá – pronome mim me numeral três – conjunções – mas interjeições ó – preposições – de c) Oxítonos: vocábulos cuja sílaba tônica é a última: jacaré, ureter, colibri etc. d) Paroxítonos: vocábulos cuja sílaba tônica é a penúltima: novela, caráter, janela etc. e) Proparoxítonos: vocábulos cuja sílaba tônica é a antepenúltima: máquina, protótipo, exército etc. Classificação de algumas palavras (especiais) quanto à tonicidade Oxítonas Paroxítonas Proparoxítonas aloés âmbar ádvena cateter ambrosia alcíone hangar arrátel álibi masseter avaro ambrósia mister aziago azáfama ruim barbaria autóctone sutil decano barbárie nobel efebo bávaro novel ibero Cérbero cister látex crisântemo harém misantropo trânsfuga Gibraltar necropsia férula ureter nenúfar gárrulo frenesi fortuito ímprobo condor libido íngreme pudico ínterim Normandia lêvedo batavo ômega opimo páramo refrega prófugo tulipa quadrúmano Samaria réquiem revérbero PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 15 www.mazziotti.com.br Obs1: dupla prosódia (pronúncia optativa) acróbata ou acrobata hieróglifo ou hieroglifo alópata ou alopata projétil ou projetil crisântemo ou crisantemo nefelíbata ou nefelibata réptil ou reptil zângão ou zangão sóror ou soror colmeia ou colmeia antiguidade ou antiguidade ortoépia ou ortoepia líquido ou líquido Oceânia ou Oceania Obs2: dupla escrita (grafia optativa) cota ou quota cociente ou quociente catorze ou quatorze inadequado: cincoenta Nota: SILABADA é o erro de prosódia. Assim, ocorre silabada quando se pronuncia íbero (inadequado)em vez de ibero (adequado). Normas vigentes de acentuação gráfica Quando falamos em acentuação gráfica temos regras gerais e regras especiais. As regras gerais levam em consideração a posição da sílaba tônica na palavra e, no caso das palavras monossílabas tônicas, oxítonas e paroxítonas, a terminação da palavra. Já as regras especiais, como o próprio nome indica, atendem a critérios especiais e independem da terminação da palavra ou da posição da sílaba tônica na palavra. É o caso de Itaú e saúva, ambas acentuadas por se tratar da regra especial do -i e do -u hiatos (Levam acento agudo o i e o u, quando representam a segunda vogal tônica de um hiato, desde que isolados na sílaba ou acompanhados de s, e não seguidos de nh). Ou seja, os vocábulos Itaú (oxítono) e saúva (paroxítono) são acentuados não pela posição da sílaba tônica na palavra ou por sua terminação, mas por se tratar de um caso especial. Antes de nos aprofundarmos no assunto, é importante lembrar quais são os sinais gráficos – diacríticos – que utilizamos na escrita e o que eles indicam. Diacrítico – sinal gráfico que se acrescenta a uma letra para conferir-lhe novo valor fonético e/ou fonológico. Para o estudo da acentuação gráfica interessam-nos os seguintes: a) acento agudo (´) – colocado sobre as letras a, i, u e sobre o e do grupo final em, indica que essas letras representam as vogais tônicas da palavra: cajá, açaí, lúdico, vintém. Sobre as letras e e o, indica, além da tonicidade, timbre aberto: intrépido, troféu, cipó, herói. b) acento grave (`) – indica a ocorrência de crase, ou seja, a fusão da preposição a com os artigos femininos a e as, com os pronomes demonstrativos femininos a e as e com a letra inicial dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: à, àquele(s), àquela(s), àquilo. c) acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras a, e e o, indica, além da tonicidade, timbre fechado: relâmpago, ômega. d) trema (¨) – conforme o Novo Acordo Ortográfico, obrigatório desde 2016, conserva-se o trema em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros: mülleriano, de Muller. e) til (~) – indica a nasalidade das vogais a e o, e vale como acento tônico se outro acento não figura no vocábulo: órfã, órgão, alemã, alemão. PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 16 www.mazziotti.com.br I. AS REGRAS FUNDAMENTAIS OU GERAIS Temos as seguintes regras gerais, cada uma correspondendo a uma única regra: a) regra geral dos monossílabos tônicos: acentuam-se todos os monossílabos tônicos terminados em -a, -e ou -o, seguidos ou não de -s. Assim: pá(s), pé(s) e pó(s) obedecem à mesma regra de acentuação gráfica, a regra geral dos monossílabos tônicos. b) regra geral dos oxítonos: acentuam-se todos os oxítonos terminados em -a, -e, -o, seguidos ou não de –s e, ainda, -em, - ens. Assim: cajá(s), acarajé(s), cipó(s), armazém e parabéns obedecem à mesma regra de acentuação gráfica, a regra geral dos oxítonos. c) regra geral dos paroxítonos: acentuam-se todos os paroxítonos terminados em -i(s), -u(s), -ã(s), -ão(s), -l, -n, -r, -x, -um (- uns), -ps e ditongo gráfico. Assim: táxi(s), bônus, órfã(s), órfão(s), fácil, hífen (mas hifens), revólver, fênix, álbum, álbuns, bíceps, pônei e árduo obedecem à mesma regra de acentuação gráfica, a regra geral dos paroxítonos. Não levam acento os prefixos paroxítonos terminados em –r e –i: inter-helênico, super-homem, semi-histórico. d) regra geral dos proparoxítonos: todas as palavras proparoxítonas devem receber acento gráfico. Assim: África, lâmpada e pudéssemos obedecem à mesma regra de acentuação gráfica, a regra geral dos proparoxítonos. Considerações acerca das regras gerais: As regras gerais foram feitas de forma a serem excludentes. Se acentuamos as paroxítonas terminadas em -i(s) ou -us, não acentuamos as oxítonas com essa mesma terminação. Daí sem acento: aqui, caqui, poti, caju, urubus. Se acentuamos as oxítonas terminadas em -ens, não acentuamos as paroxítonas com essa mesma terminação. Daí sem acento: itens, hifens, germens, abdomens (mas hífenes, gérmenes, abdômenes, proparoxítonas). PROPAROXÍTONOS EVENTUAIS - Bechara (p. 63) explica que os encontros -ia, -ie, -io, -ua, -ue, -uo finais átonos, seguidos ou não de -s, classificam-se quer como ditongo, quer como hiatos, uma vez que ambas as emissões existem no domínio da Língua Portuguesa: his-tó-ria e his-tó-ri-a; sé-rie e sé-ri-e; pá-tio e pá-ti-o; ár-dua e ár-du-a; tê-nue e tê-nu-e; vá-cuo e vá-cu-o. Luft (p. 2; 34) acrescenta, ainda, os encontros -ea (ré-dea e ré-de-a), -eo (ó-leo e ó-le-o) e -oa (má-goa e má-go-a). É por essa razão que Bechara (2003:92) registra, entre outros exemplos de ditongo crescente, barbárie como palavra proparoxítona. II. REGRAS ESPECIAIS Ditongos abertos éi, éu e ói São acentuados os ditongos abertos éi, éu, ói, desde que monossílabos tônicos ou oxítonos: anéis, papéis céu, véu, chapéu dói, herói, constrói OBS.: em palavras diminutivas, como pasteizinhos, chapeuzinho, e heroizinho, a tonicidade recai sobre a sílaba zi. Mantivemos aqui os ditongos abertos éi, éu e ói entre as regras especiais, embora, com a nova norma, não passem de terminações das regras gerais dos monossílabos tônicos e oxítonos. i e u hiatos Recebem acento agudo o i e o u, quando representam a segunda vogal tônica de um hiato, desde que isolados na sílaba ou acompanhados de s, e não seguidos de nh ou repetidas: sa-ú-de, vi-ú-va, sa-í-da, ca-í-do, fa-ís-ca, a-í, Grã-já-ú, ra-í-zes; mas pro-i-bi- do, ra-iz, pa-ul, ru-im, ru-ins, ra-i-nha, mo-i-nho, man-dri-i-ce, va-di-i-ce, xi-i-ta (mas friíssimo, proparoxítona), su-cu-u-ba.. Conforme o Novo Acordo Ortográfico, obrigatório desde 2016, não se acentuam o –i e o –u tônicos das palavras paroxítonas quando precedidas de ditongo: feiura, feiume, baiuca, boiuna. III. ACENTO DIFERENCIAL Conforme o Novo Acordo Ortográfico, obrigatório desde 2016, o acento diferencial permanece na forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do pretérito perfeito), para distinguir da forma verbal homógrafa pode (terceira pessoa do singular do presente do indicativo) e na forma infinitiva do verbo pôr, para distinguir da preposição homógrafa por. E ainda: A 3ª pessoa de alguns verbos se grafa da seguinte maneira: PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 17 www.mazziotti.com.br a) quando terminam em – em (monossílabos) 3ª pess. sing. 3ª pess. plural - em - êm ele tem eles têm ele vem eles vêm b) quando termina em – ém: 3ª pess. sing. 3ª pess. plural - ém - êm ele contém eles contêm ele convém eles convêm Forma verbal acompanhada de pronome oblíquo Encerrado os casos especiais, chamamos a atenção para forma correta de acentuar graficamente as formas verbais associadas a pronomes oblíquos. Nestas circunstâncias, desconsidera-se o pronome e aplica-se a regra correspondente: fá-lo, fá-los, movê-lo-ia, sabê-lo-emos, construí-lo, trá-lo-ás OBS.: Pelo último exemplo, vemos que se o verbo estiver no futuro poderá haver dois acentos gráficos: amá-lo-íeis, pô- lo-ás, fá-lo-íamos. ORTOÉPIA OU ORTOEPIA Já dissemos aqui que a Ortoépia é a parte da fonologia que trata da correta pronúncia dos fonemas. Todavia, valem ainda algumas considerações dentro do estudo da acentuação em Língua Portuguesa (conforme Bechara): Vogais – Quanto à emissão das vogais, na pronúncia normal brasileira observemos que: a) Soam muitas vezes como nasais as vogais seguidas de m, n, e principalmente nh: cama, cana, banha. b) Soam quase sempre como orais as vogais precedidas de m, n, nh: mata, nata, companhia. Assim não tem razão linguística a pronúncia nasalada do mas /mãs/. Entretanto, mui e muito se proferem /mữi/, /mữito/. c) u depois de g ou q ora é componente de dígrafo (e aí não se pronuncia,a exemplo de quilo) ora é vogal ou semivogal (e aí se profere, a exemplo de averigue e tranquilo). É facultativo pronunciá-lo em: antiguidade, sanguíneo, sanguinário, sanguinoso, antiquíssimo, equidade, equivalente, equivaler, liquidação, liquidar, líquido, liquidificador e retorquir. d) Em muitos vocábulos há dúvidas quanto ao timbre das vogais. • É recomendado o timbre aberto para o e em: acerbo (= azedo), badejo, blefe, cervo, coeso, coevo, obsoleto. • Tem timbre fechado o e de: cerda, destra, esmero, ginete, grumete, quibebe, reses. • Tem timbre aberto o o tônico de: coldre, dolo, fórum, molho (= feixe), probo, tropo. • Tem timbre fechado o o tônico de: alforje, corça, filantropo, foro, misantropo, odre, torpe. OBS.: Têm aberto ou fechado: ciclope, ileso, acervo, topete, loto, centopeia, colmeia, algoz, bofete. e) Quanto aos ditongos, cumpre notar: • Soa como ditongo nasal /ãw/ a sílaba átona final -am: amam. • Soam como ditongo nasal /ẽj/ as sílabas -em, -ém, -en, -en(s), -én(s) de muitos vocábulos: bem; armazém; pólen; homens; parabéns. • Soam como ditongo, e não como hiato: gratuito, fluido, arraigar, entre outros. Consoantes - Quanto à emissão das consoantes, na pronúncia normal brasileira observemos que: Nem sempre formam grupos articulados as consonâncias bl e br: Nalguns casos o l e o r se pronunciam separadamente, e a isso se atenderá na partição do vocábulo: sub-li-nhar, sub-li-mi-nar, sub-lin-gual, sub-ro-gar, ab-ro-gar, ab-rup-to. Consonate às Instruções para a Organização do Vocabulário Ortográfico da Língua Nacional, o “x” continua a escrever-se com seus 5 (cinco) valores, bem como nos casos em que pode ser mudo, qual em exceto, excerto. Tem, pois, o som de: PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 18 www.mazziotti.com.br 1ª) ch, no princípio e no interior de muitas palavras: xarope, xairel, xerife, xícara, ameixa; enxoval, peixe etc. 2ª) cs (/ks/, grifo meu), no meio e no fim de várias palavras: anexo, bórax, complexidade, convexo, dúplex, látex, léxico, sílex etc. 3ª) z, quando ocorre no prefixo exo, ou ex seguido de vogal: exame, êxito, êxodo, exosmose, exotérmico, inexorável etc. 4ª) ss, (/s/, grifo meu): aproximar, auxiliar, máximo, , proximidade, sintaxe etc. 5ª) s final de sílaba: contexto, pretextar, sexto, textual, fênix, cálix, Félix, a flux etc. Os verbos do tipo aguar, apaniguar, apaziguar, apropinquar, averiguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir e afins, por oferecerem dois paradigmas, ou têm as formas rizotônicas igualmente acentuadas no u mas sem marca gráfica (a exemplo de averiguo, averiguas, averigua, averiguam; averigue, averigues, averigue, averiguem; enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxague, enxaguem; delinquo, delinques, delinque, delinquem) ou têm as formas rizotônicas acentuadas fônica e graficamente nas vogais a ou i radicais (a exemplo de averíguo, averíguas, averígua, averíguam; averígue, averígues, averígue, averíguem; enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxágue, enxáguem; delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínqua, delínquam). A SÍLABA TÔNICA NOS VERBOS – FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS RIZOTÔNICA é a forma verbal cuja sílaba tônica se acha numa das sílabas do radical: quero, canta, vendem. ARRIZOTÔNICA é a forma verbal cuja sílaba tônica se acha fora do radical: queremos, cantais, vendido. Atividades de fixação 1. A presença do acento gráfico em “polícia”, “substituí-lo” e “derrotá-lo”, justifica-se pelas mesmas regras de, respectivamente: obs.: o acento, quando existente, foi intencionalmente omitido. a) ausencia, Itau, da b) comunitaria, ele influi, eu influi c) biceps, viuva, xodo d) torax, argui-lo, cafe e) amavel, Grajau, da (verbo) 2. Assinale a proposição em que todas as palavras estão corretamente acentuadas: a) violênto, tôda, cerimônia, cáustico b) juíza, saída, rúbrica, pólio c) tatú, Grajaú, saíste, juíza d) temática, econômico, têxtil, êxodo e) pneumático, insólito, gérmens, gíria 3. Assinale a alternativa que completa corretamente as frases: I. Cada qual faz como melhor lhe _________________. II. O que ________________ estes frascos? III. Neste momento os teóricos _____________________ os conceitos. IV. Eles ___________________ a casa de todo material de construção. a) convêm, contêm, reveem, proveem b) convém, contém, reveem, provém c) convém, contêm, reveem, proveem d) convém, contém, revêm, provém e) convém, contêm, reveem, provém 4. Assinale a opção em que os vocábulos obedecem à mesma regra de acentuação gráfica: a) dá-lhes / necessário b) médico / têm c) terás / límpido d) incêndio / também e) câncer / ônix 5. A presença do acento gráfico em “tínhamos”, “Luís”, “copiá-lo” e “órgão” justifica-se pelas mesmas regras de, respectivamente: a) caracteres, assembleia, balaustre, bisturi b) tumulo, Itau, parabens, polen c) rubrica, feiura, medi-la, historia d) exito, ventoinha, odio, incendio e) interim, bauzinho, mare, calvicie PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 19 www.mazziotti.com.br 6. Analise as afirmativas abaixo: I. No vocábulo “ruim” há um hiato. II. É facultativo pronunciar-se o “u” depois do “g” na palavra “antiguidade”. III. “X” soa “ks” nas palavras “tóxico”, “asfixia”, “intoxicar”. IV. São proparoxítonas: “caracteres”, “edito” (lei, decreto), “filantropo”. a) Todas as afirmativas são verdadeiras. b) São verdadeiras as afirmativas I, II e III. c) São verdadeiras as afirmativas I, II e IV. d) São verdadeiras as afirmativas I, III e IV. e) São verdadeiras as afirmativas II, III e IV. 7. De acordo com as normas de pronúncia, tonicidade e prosódia, analise as afirmativas abaixo: I. No vocábulo “léxico”, o “x” soa como /ks/. II. Na palavra “abrupto”, o “r” deve ser pronunciado múltiplo e sem fazer grupo com a consoante anterior. III. As palavras “ureter” e “ruim” são oxítonas. Com base na análise, assinale a alternativa correta. a) Somente I está correta. b) Somente I e II estão corretas. c) Somente II e III estão corretas. d) Somente I e III estão corretas. e) Todas estão corretas. 8. São acentuadas pela mesma razão as seguintes palavras: a) heróis, até, têm. b) terrível, existência, império. c) século, tirânica, heroína. d) excluídos, gêmeas, edifício. 9. Considerando a charge abaixo, assinale a afirmativa INCORRETA. O QUÊ? OS PORCOS INFIÉIS CONGELARAM MEU CARTÃO DE CRÉDITO? ALÁ VAI ARRASÁ-LOS! (Revista Veja, 10-10-2001.) a) O vocábulo infiéis é acentuado por causa do ditongo aberto éi oxítono. b) Os vocábulos Alá e arrasá-los são acentuados pela mesma razão. c) A palavra crédito é acentuada pelo mesmo motivo do vocábulo árabe. d) Considerando as regras de acentuação gráfica, a palavra quê está redigida de forma errada. 10. (CURSO MAZZIOTTI) Assinale a opção em que a palavra deve ser obrigatoriamente acentuada (acento gráfico): a) historia b) amem c) ate d) biquini e) providencia AQUI, TENTE O MEU AMERICAN EXPRESS. PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 20 www.mazziotti.com.br Aprofundamento Julgue o próximo item, a respeito das ideias e estruturas linguísticas do texto. A revolução digital está relacionada à nossa capacidade de reconhecer determinadas informações e delas dispor, bem como de agir procurando a compreensão simples de fenômenos complexos. Afonso Vegara. Os territórios inteligentes. Internet http://bibliotecadigital.fgv.br (com adaptações). 1. (CESPE/TELEBRÁS-2017) A palavra “está” recebe acento gráfico em decorrência da mesma regra que determina o emprego do acento no vocábulo “três”. ( ) Certo ( ) Errado 2. (CESPE/TRF.1R-2017) Considerando as relações sintático-semânticas,julgue o próximo item. O emprego de acento na palavra “memória” pode ser justificado por duas regras de acentuação distintas. ( ) Certo ( ) Errado O Lado Negro do Facebook Por Alexandre de Santi O Facebook é, de longe, a maior rede da história da humanidade. Nunca existiu, antes, um lugar onde 1,4 bilhão de pessoas se reunissem. Metade de todas as pessoas com acesso à internet, no mundo, entra no Facebook pelo menos uma vez por mês. Em suma: é o meio de comunicação mais poderoso do nosso tempo, e tem mais alcance do que qualquer coisa que já tenha existido. A maior parte das pessoas o adora, não consegue conceber a vida sem ele. Também pudera: o Facebook é ótimo. Nos aproxima dos nossos amigos, ajuda a conhecer gente nova e acompanhar o que está acontecendo nos nossos grupos sociais. Mas essa história também tem um lado ruim. Novos estudos estão mostrando que o uso frequente do Facebook nos torna mais impulsivos, mais narcisistas, mais desatentos e menos preocupados com os sentimentos dos outros. E, de quebra, mais infelizes. No ano passado, pesquisadores das universidades de Michigan e de Leuven (Bélgica) recrutaram 82 usuários do Facebook. O estudo mostrou uma relação direta: quanto mais tempo a pessoa passava na rede social, mais infeliz ficava. Os cientistas não sabem explicar o porquê, mas uma de suas hipóteses é a chamada inveja subliminar, que surge sem que a gente perceba conscientemente. Já deve ter acontecido com você. Sabe quando você está no trabalho, e dois ou três amigos postam fotos de viagem? Você tem a sensação de que todo mundo está de férias, ou que seus amigos viajam muito mais do que você. E fica se sentindo um fracassado. “Como as pessoas tendem a mostrar só as coisas boas no Facebook, achamos que aquilo reflete a totalidade da vida delas”, diz o psiquiatra Daniel Spritzer, mestre pela UFRGS e coordenador do Grupo de Estudos sobre Adições Tecnológicas. “A pessoa não vê o quanto aquele amigo trabalhou para conseguir tirar as férias”, diz Spritzer. E a vida em rede pode ter um efeito psicológico ainda mais assustador. Durante 30 anos, pesquisadores da Universidade de Michigan aplicaram testes de personalidade a 14 mil universitários. O resultado: os jovens da geração atual, que cresceram usando a internet, têm 40% menos empatia que os jovens de três décadas atrás. A explicação disso, segundo o estudo, é que na vida online fica fácil ignorar as pessoas quando não queremos ouvir seus problemas ou críticas – e, com o tempo, esse comportamento indiferente acaba sendo adotado também na vida offline. Num meio competitivo, onde precisamos mostrar como estamos felizes o tempo todo, há pouco incentivo para diminuir o ritmo e prestar atenção em alguém que precisa de ajuda. Há muito espaço, por outro lado, para o egocentrismo. Em 2012, um estudo da Universidade de Illinois com 292 voluntários concluiu que, quanto mais amigos no Facebook uma pessoa tem, e maior a frequência com que ela posta, mais narcisista tende a ser – e maior a chance de fazer comentários agressivos. Esse último resultado é bem surpreendente, porque é contraintuitivo. Ora, uma pessoa que tem muitos amigos supostamente os conquistou adotando comportamentos positivos, como modéstia e empatia. O estudo mostra que, no Facebook, tende a ser justamente o contrário. Adaptado de Superinteressante. Disponível em: http://super.abril. com.br/tecnologia/o-lado-negro-do-facebook/ 3. (AOCP/CDEMPA-2017) Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta. ( ) No trecho “O resultado: os jovens da geração atual, que cresceram usando a internet, têm 40% menos empatia que os jovens de três décadas atrás.”, a forma verbal “têm” está no plural para concordar com “os jovens de três décadas atrás”. ( ) As palavras “Bélgica” e “psicológico” acentuam-se devido à mesma regra. ( ) Em “Há muito espaço, por outro lado, para o egocentrismo”, o verbo “há” está acentuado por ser um monossílabo tônico terminado em -a. ( ) Em “os jovens de três décadas atrás”, as palavras “três” e “atrás” acentuam-se por serem oxítonas. a) V – V – V – V. b) F – V – V – F. c) F – F – V – V d) V – F – F – V. e) F – V – F – F. http://bibliotecadigital.fgv.br/ PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 21 www.mazziotti.com.br Texto para questão 4. O reconhecimento e a proteção dos direitos humanos estão na base das Constituições democráticas modernas. A paz, por sua vez, é o pressuposto necessário para o reconhecimento e a efetiva proteção dos direitos humanos em cada Estado e no sistema internacional. Ao mesmo tempo, o processo de democratização do sistema internacional, que é o caminho obrigatório para a busca do ideal da paz perpétua, não pode avançar sem uma gradativa ampliação do reconhecimento e da proteção dos direitos humanos, acima de cada Estado. Direitos humanos, democracia e paz são três elementos fundamentais do mesmo movimento histórico: sem direitos humanos reconhecidos e protegidos, não há democracia; sem democracia, não existem as condições mínimas para a solução pacífica dos conflitos. Em outras palavras, a democracia é a sociedade dos cidadãos, e os súditos se tomam cidadãos quando lhes são reconhecidos alguns direitos fundamentais; haverá paz estável, uma paz que não tenha a guerra como alternativa, somente quando existirem cidadãos não mais apenas deste ou daquele Estado, mas do mundo. Noberto Bobbio. A era dos Direitos. Trad. Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004, p. I (com adaptações). 4. (CESPE/PMSLM-2017) Com relação aos aspectos linguísticos do texto acima, assinale a opção correta. a) A correção gramatical do texto seria preservada se a palavra “perpétua” (l.4) fosse registrada sem o acento. b) A forma verbal “estão” (l.1) está no plural para concordar com “direitos humanos” (l.1). c) No texto, a palavra “Estado” refere-se às unidades federativas que constituem o Brasil. d) A supressão da palavra “três” (l.6) preservaria a correção gramatical do texto. e) O sentido do texto seria preservado caso a palavra “mesmo” (l.6) fosse deslocada para imediatamente depois da forma verbal “são” (l.6). 5. (CESGRANRIO/UNIRIO-2016) Das palavras acentuadas história, camponês, construísse e impossível, quais recebem acento em razão da mesma norma ortográfica? a) Apenas duas, história e construísse, por serem paroxítonas terminadas em vogal. b) Apenas duas, construísse e impossível, por terem a mesma vogal tônica c) Três delas, história, construísse e impossível, por serem proparoxítonas d) Apenas duas, história e camponês, por serem substantivos. e) Nenhuma delas, pois as quatro palavras recebem acento em razão de normas ortográficas diferentes. Texto para questão 6. O museu é considerado um instrumento de neutralização – e talvez o seja de fato. Os objetos que nele se encontram reunidos trazem o testemunho de disputas sociais, de conflitos políticos e religiosos. Muitas obras antigas celebram vitórias militares e conquistas: a maior parte presta homenagem às potências dominantes, suas financiadoras. As obras modernas são, mais genericamente, animadas pelo espírito crítico: elas protestam contra os fatos da realidade, os poderes, o estado das coisas. O museu reúne todas essas manifestações de sentido oposto. Expõe tudo junto em nome de um valor que se presume partilhado por elas: a qualidade artística. Suas diferenças funcionais, suas divergências políticas são apagadas. A violência de que participavam, ou que combatiam, é esquecida. O museu parece assim desempenhar um papel de pacificação social. A guerra das imagens extingue-se na pacificação dos museus. Todos os objetos reunidos ali têm como princípio o fato de terem sido retirados de seu contexto. Desde então, dois pontos de vista concorrentes são possíveis. De acordo com o primeiro,o museu é por excelência o lugar de advento da Arte enquanto tal, separada de seus pretextos, libertada de suas sujeições. Para o segundo, e pela mesma razão, é um "depósito de despojos". Por um lado, o museu facilita o acesso das obras a um status estético que as exalta. Por outro, as reduz a um destino igualmente estético, mas, desta vez, concebido como um estado letárgico. A colocação em museu foi descrita e denunciada frequentemente como uma desvitalização do simbólico, e a musealização progressiva dos objetos de uso como outros tantos escândalos sucessivos. Ainda seria preciso perguntar sobre a razão do "escândalo". Para que haja escândalo, é necessário que tenha havido atentado ao sagrado. Diante de cada crítica escandalizada dirigida ao museu, seria interessante desvendar que valor foi previamente sacralizado. A Religião? A Arte? A singularidade absoluta da obra? A Revolta? A Vida autêntica? A integridade do Contexto original? Estranha inversão de perspectiva. Porque, simultaneamente, a crítica mais comum contra o museu apresenta-o como sendo, ele próprio, um órgão de sacralização. O museu, por retirar as obras de sua origem, é realmente "o lugar simbólico onde o trabalho de abstração assume seu caráter mais violento e mais ultrajante". Porém, esse trabalho de abstração e esse efeito de alienação operam em toda parte. É a ação do tempo, conjugada com nossa ilusão da presença mantida e da arte conservada. (Adaptado de: GALARD, Jean. Beleza Exorbitante. São Paulo, Fap.-Unifesp, 2012, p. 68-71) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 22 www.mazziotti.com.br 6. (FCC/TRF.3R-2016) Atente para as afirmativas abaixo. I. Em ... presta homenagem às potências dominantes... (1° parágrafo), o sinal indicativo de crase pode ser suprimido excluindo-se também o artigo definido, sem prejuízo para a correção. II. O acento em "têm" (2° parágrafo) é de caráter diferencial, em razão da semelhança com a forma singular "tem ", diferentemente do acento aplicado a "porém" (3° parágrafo), devido à tonicidade da última sílaba, terminada em "em". III. Os acentos nos termos "excelência" (2° parágrafo) e "necessário" (3° parágrafo) devem-se à mesma razão. Está correto o que consta em a) I, II e III. b) I, apenas. c) I e III, apenas. d) II, apenas. e) II e III, apenas. 7. (CESGRANRIO/ANP-2016) Das palavras acentuadas reúne, países, águas, última e vêm, as duas que recebem acento por seguirem a mesma norma ortográfica são: a) águas e vêm b) última e vêm c) reúne e águas d) reúne e países e) países e última 8. (FCC/TRT.3R-2015) Está redigida corretamente, quanto à ortografia e à acentuação gráfica, a frase: a) A louza tradicional foi substituída por uma exposição em PowerPoint na aula que teve como expectadores uma equipe de insígnes cientistas chineses. b) O intuito da aula de Xiaomei consistiu em exibir as habilidades da robô, que, além de dispor de um notável repertório de informações, traz funções de interação. c) O evento ocorrido na Universidade Jiujiang deve sucitar não apenas a curiosidade dos sinólogos, estudiosos da cultura chinesa, mas do publico de um modo geral. d) Xiaomei concluiu sua aula de maneira exitosa e os cientistas julgaram que a robô não teve um mal desempenho, embora ainda existam alguns ítens a ser aprimorados. e) O juri de cientistas que examinaram a atuação de Xiaomei era restrito, mas, graças às redes sociais, a notícia da robô se extendeu rapidamente pelo mundo todo. 9. (CESPE/MPU-2015) Julgue o item que se segue. A palavra “cível" recebe acento gráfico em decorrência da mesma regra que determina o emprego de acento em amável e útil. ( ) Certo ( ) Errado 10. (CESGRANRIO/Petrobrás-2015) No trecho “Em um plano, temos o tão celebrado ‘futebol-arte’ glorificado como a forma genuína de nosso suposto estilo de jogo”, a palavra destacada é acentuada graficamente pelo mesmo motivo pelo qual se acentua a palavra a) além b) declínio c) ídolo d) países e) viés PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 23 www.mazziotti.com.br Emprego do hífen Para muitos gramáticos, o emprego do hífen ainda se trata de matéria controvertida em muitos aspectos, mesmo após a Reforma de 1990. Para facilitar sua compreensão, apresento aqui um resumo das regras que orientam o uso do hífen com os prefixos mais comuns. As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, como: aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice etc. 1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h. Exemplos: Exceção: sub-, des- e in- (subumano ou sub-humano, desumano, inumano e semelhantes), nesse caso, a palavra humano perde o h, podendo conservá-lo no primeiro caso. 2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento. Exemplos: aeroespacial agroindustrial anteontem antiaéreo antieducativo autoaprendizagem autoescola autoestrada autoinstrução coautor coedição extraescolar infraestrutura plurianual semiaberto semianalfabeto semiesférico semiopaco Exceção: o prefixo co- aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc. 3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de r ou s. Exemplos: anti-higiênico anti-histórico co-herdeiro macro-história mini-hotel proto-história sobre-humano super-homem ultra-humano anteprojeto antipedagógico autopeça autoproteção coprodução geopolítica microcomputador pseudoprofessor semicírculo semideus seminovo ultramoderno PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 24 www.mazziotti.com.br Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen. Exemplos: vice-rei, vice-almirante etc. 4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras. Exemplos: 5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma vogal. Exemplos: anti-ibérico anti-imperialista anti-inflacionário anti-inflamatório auto-observação contra-almirante contra-atacar contra-ataque micro-ondas micro-ônibus semi-internato semi-interno 6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante. Exemplos: hiper-requintado inter-racial inter-regional sub-bibliotecário super-racista super-reacionário super-resistente super-romântico Atenção: • Nos demais casos não se usa o hífen. Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, superproteção. • Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-região, sub-raça etc. • Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc. antirrábico antirracismo antirreligioso antirrugas antissocial biorritmo contrarregra contrassenso cosseno infrassom microssistema minissaia multissecular neorrealismo neossimbolista semirreta ultrarresistente ultrassom PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti25 www.mazziotti.com.br 7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal. Exemplos: hiperacidez hiperativo interescolar interestadual interestelar interestudantil superamigo superaquecimento supereconômico superexigente superinteressante superotimismo 8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen. Exemplos: 9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e mirim. Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu. 10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares. Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo. 11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição. Exemplos: O macete para essa regra é: ManPaPoMaGi 12. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte. Exemplos: Na cidade, conta- -se que ele foi viajar. O diretor recebeu os ex- -alunos. além-mar além-túmulo aquém-mar ex-aluno ex-diretor ex-hospedeiro ex-prefeito ex-presidente pós-graduação pré-história pré-vestibular pró-europeu recém-casado recém-nascido sem-terra mandachuva paraquedas paraquedista pontapé madressilva girassol PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 26 www.mazziotti.com.br Observação importante 1 O HÍFEN DE “BEM” E DE “MAL” Como observa o professor Laércio Lutibergue, a regra do emprego de “bem” e de “mal” com hífen ou sem hífen teve poucas mudanças e a essência continua como antes. “BEM” se agrega com hífen à palavra com que forma uma unidade semântica (adjetivo ou substantivo composto): bem-aventurado, bem-criado, bem-humorado, bem-educado, bem-nascido, bem-sucedido, bem-vindo, bem-visto (estimado). Mudança só houve no caso de “benfeito“, “benquerer” e “benquerido“, que agora são grafadas sem hífen e com “n”. Outras palavras com “bem” que já eram grafadas sem hífen, e continuam sendo, são: benfazejo, benfeitor, benquerença, benquerente, benquisto. O caso de “MAL” é parecido: se agrega com hífen a palavras iniciadas por vogal, “h” ou “l“ quando forma com elas uma unidade semântica (adjetivo ou substantivo composto): mal-afortunado, mal-educado, mal-estar, mal-humorado, mal-limpo. Às demais letras, quando forma uma unidade semântica, “mal” se une diretamente: malcolocado, malcriado, malgrado, malnascido, malpago, malpesado, malsoante, malvisto, malsinalizado. O problema da regra de “bem” e de “mal” é que nem sempre eles formam com a palavra seguinte uma unidade semântica. Por exemplo, em “Ela foi bem educada pelos pais”, não há hífen porque “bem” não forma com a palavra seguinte uma unidade semântica. O que temos é um advérbio (bem) modificando um verbo/particípio (educada). Por isso, o segredo para saber quando “bem” e “mal” se agregam com ou sem hífen à palavra seguinte é reconhecer uma unidade semântica, ou seja, um adjetivo ou substantivo composto. Isso não é difícil. Basta ficar atento às “pistas”. Compare: 1. É uma criança bem-educada. (unidade semântica, adjetivo composto). 2. Ela foi bem educada pelos pais. (não é uma unidade semântica). 3. Pedro é malvisto pelos colegas. (unidade semântica, adjetivo composto). 4. O lance foi mal visto pelo árbitro da partida (não é uma unidade semântica). 5. É muito ruim fazer serviços malremunerados. (unidade semântica, adjetivo composto). 6. Ele é mal remunerado pela empresa. (não é uma unidade semântica). Observe que as formas com hífen ou aglutinadas, em geral, não estão na voz passiva (1 e 5), não aceitam a inversão (1, 3 e 5) e, muitas vezes, formam um novo sentido (3). Essas são as “pistas” que nos ajudam a saber quando “bem” e “mal” formam com a palavra seguinte uma unidade semântica (adjetivo ou substantivo composto) e, por isso, se agregam com ou sem hífen a essa palavra. Observação importante 2 AFRO-DESCENDENTE ou AFRODESCENDENTE? Elementos como afro-, anglo-, euro-, franco-, indo-, luso-, sino-, quando entram na composição de adjetivos pátrios, cobram hífen: afro-americano, afro-brasileiro, anglo-saxão, euro-asiático, franco-canadense. No entanto, quando não formam adjetivos pátrios, eles dispensam o hífen: anglofalante, eurodeputado, francolatria, lusófono, afrodescendente. Resumo Emprego do hífen com prefixos. Regra básica Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, super-homem. Outros casos 1. Prefixo terminado em vogal: • Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo. • Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, semicírculo. • Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracismo, antissocial, ultrassom. • Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-ondas. 2. Prefixo terminado em consoante: • Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-bibliotecário. • Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, supersônico. • Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante. PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 27 www.mazziotti.com.br Observações 1. Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r sub-região, sub-raça etc. Palavras iniciadas por h perdem essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade. 2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc. 3. O prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc. 4. Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-almirante etc. 5. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista etc. 6. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém- mar, recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu. A implantação das regras desse Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990), que passou a estar vigente no Brasil desde janeiro de 2009, é um passo importante em direção à criação de uma ortografia unificada para o português, a ser usada por todos os países que tenham o português como língua oficial: Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné- Bissau, Moçambique e Timor Leste. Bibliografia TUFANO, Douglas. Guia prático da nova ortografia. Melhoramentos: São Paulo, 2008. Atividades de fixação 1. Empregue o hífen quando necessário: arqui + rabino _________________________________ arqui + duque _________________________________ neo + escolástico ______________________________ ante + clássico _________________________________ anti + rábico ___________________________________ anti +higiênico _________________________________ auto + didata __________________________________ anti + inflacionário ____________________________ sub + área _____________________________________ mal + casado __________________________________ inter + região __________________________________ auto + sugestão _______________________________ neo + cristão __________________________________ auto + combustão _____________________________ contra + réplica ________________________________ hidro + avião __________________________________ ante + projeto _________________________________ auri + verde ___________________________________ pré + estabelecer ______________________________ bio + latinismo ________________________________pan + latinismo ________________________________ mini + currículo ________________________________ supra + sumo _________________________________ mal + entendido _______________________________ além + Andes __________________________________ poli + esportivo ________________________________ retro+ alimentação ____________________________ pseudo + oficial _______________________________ pseudo + revelação ____________________________ pré + carnavalesco ____________________________ sub + total _____________________________________ PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 28 www.mazziotti.com.br 2. Fez um esforço _________________ para vencer o campeonato _______________. a) sobre-humano – inter-regional b) sobrehumano – interregional c) sobreumano – interregional d) sobrehumano – inter-regional e) sobre-humano – interegional 3. Assinale a alternativa que contém palavras grafadas adequadamente: a) sub-base, subabitação, malbaratar b) infra-renal, anti-ácido, ante-sala c) ultramar, vice-versa, sub-chefe d) mal-educado, abrogar, ex-aluno e) rodapé, ultraliberal, pan-americano 4. Das palavras seguintes, há uma em que a grafia está errada. Assinale-a: a) girassol – pontapé –paraquedas b) ex-presidente – subumano – além-mar c) superinteressante – superamigo – interescolar d) circum-navegação – pan-americano – interestadual e) superresistente – superinteressante – anti-inflamatório 5. Assinale a opção em que pelo menos uma palavra apresenta erro de grafia: a) hipermercado – intermunicipal – superproteção b) anti-higiênico – coerdeiro – sobre-humano c) super-homem – autoescola – infra-estrutura d) infraestrutura – anteontem – autoestrada e) semiaberto – anteontem – autoestrada 6. Marque a opção em que o hífen aparece de forma INCORRETA: a) pseudossigla b) contraindicação c) suprarrenal d) tele-sistema e) pangeia Aprofundamento 1. (TJ‐GO) Assinale a alternativa em que o hífen, conforme o novo Acordo, está sendo usado corretamente: a) Ele fez sua auto‐crítica ontem. b) Ela é muito mal‐educada. c) Ele tomou um belo ponta‐pé. d) Fui ao super‐mercado, mas não entrei. e) Os raios infra‐vermelhos ajudam em lesões. 2. (ESAG‐TRE‐PR) Assinale a alternativa errada quanto ao emprego do hífen: a) Pelo interfone ele comunicou bem‐humorado que faria uma superalimentação. b) Nas circunvizinhanças há uma casa malassombrada. c) Depois de comer a sobrecoxa, tomou um antiácido. d) Nossos antepassados realizaram vários anteprojetos. e) O autodidata fez uma autoanálise. 3. (T J‐DF) Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao emprego do hífen, respeitando‐se o novo Acordo. a) O semi‐analfabeto desenhou um semicírculo. b) O meia‐direita fez um gol de sem‐pulo na semifinal do campeonato. c) Era um sem‐vergonha, pois andava seminu. d) O recém‐chegado veio de além‐mar. e) O vice‐reitor está em estado pós‐operatório. PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 29 www.mazziotti.com.br 4. (ITA) Segundo o novo Acordo, entre as palavras pão duro (avarento), copo de leite (planta) e pé de moleque (doce) o hífen é obrigatório: a) em nenhuma delas. b) na segunda palavra. c) na terceira palavra. d) em todas as palavras. e) na primeira e na segunda palavra. 5. (TRE‐PE) Fez um esforço _____ para vencer o campeonato _____. Qual a alternativa completa corretamente as lacunas? a) sobreumano ‐ interregional b) sobrehumano ‐ interregional c) sobre‐humano ‐ inter‐regional d) sobrehumano ‐ inter‐regional e) sobre‐humano ‐ interegional 6 . (IMA‐MG) Suponha que você tenha que agregar o prefixo sub‐ às palavras que aparecem nas alternativas a seguir. Assinale aquela que tem de ser escrita com hífen: a) (sub) chefe b) (sub) entender c) (sub) solo d) (sub) reptício e) (sub) liminar 7. (CEF) Assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafadas corretamente: a) autocrítica, contramestre, extra‐oficial b) infra‐assinado, infra‐vermelho, infra‐som c) semi‐círculo, semi‐humano, semi‐internato d) supervida, superelegante, supermoda e) sobre‐saia, mini‐saia, superssaia 8. (ESA) Assinale o item em que o uso do hífen está INCORRETO. a) infraestrutura ‐ super‐homem ‐ autoeducação b) bem‐vindo ‐ antessala ‐ contra‐regra c) contramestre ‐ infravermelho ‐ autoescola d) neoescolástico ‐ ultrassom ‐ pseudo‐herói e) extraoficial ‐ infra‐hepático ‐ semirreta 9. (AMAN) Uma das alternativas abaixo apresenta incorreção quanto ao emprego do hífen. Assinale-a. a) O pseudo‐h ermafrodita não tinha infraestrutura para relacionamento extraconjugal. b) Era extraoficial a notícia da vinda de um extraterreno. c) Ele estudou línguas neolatinas nas colônias ultramarinas. d) O anti‐semita tomou um anti‐biótico e vacina antirrábica. e) Era um suboficial de uma superpotência. 10. (NCE‐UFRJ) Assinale a alternativa em que ocorre erro quanto ao emprego do hífen. a) Foi iniciada a campanha pró‐leite. b) O ex‐aluno fez a sua autodefesa. c) O contrarregra comeu um contra‐filé. d) Sua vida é um verdadeiro contrassenso. e) O meia‐direita deu início ao contra‐ataque. PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 30 www.mazziotti.com.br Ortografia (Regras de escrita) Etimologia: orto (do grego): correto. A ortografia é a parte da gramática normativa que se ocupa com a prescrição da correta escrita das palavras. O alfabeto da língua portuguesa compõe-se de 26 letras. Como já vimos anteriormente, as letras K, W e Y passaram a fazer parte do alfabeto a partir da Reforma Ortográfica em vigor, de forma obrigatória, desde 2016. I. Emprego mais comuns das letras K, W e Y a) em abreviaturas e como símbolos de uso internacional: K (potássio), Km (quilômetro). b) na grafia de palavras estrangeiras ainda não-aportuguesadas: KnoW-hoW, shoW, marKeting. c) na grafia de nomes próprios estrangeiros e seus derivados: Byron/byroniano, Wagner/wagneriano; Kant/kantiano. II. Emprego da letra H O H é uma letra que não tem valor fonético quando aparece no início ou no fim das palavras. Ela se conserva na língua portuguesa pelas seguintes razões: a) etimológicas, ou seja, quando a palavra originária tem h: hoje= hodie (latim), horizonte= horizon (Grego), hélice etc. b) nos dígrafos CH, LH, NH: chave, malha, minha. c) no final, em interjeições: ah! Ih! d) em compostos, unidos por hífen, no início do segundo elemento, se etimológico: anti-higiênico. e) na palavra Bahia (nome de estado brasileiro), por tradição, no entanto, os derivados são escritos sem h. Ex: baiano. EMPREGO DE OUTRAS LETRAS I. Emprego do S 1) Deve-se grafar com a letra S nomes relacionados a verbos cujos radicais terminem em: a) ND: espaNDir espanSão asceNDer ascenSão preNDer priSão compreeNDer compreenSão confuNDir confuSão preteNDer pretenSão Obs: é importante notar que as palavras derivadas devem ser escritas com a mesma letra da palavra primitiva. Ex: PRISÃO→ prisioneiro, aprisionar, preso. b) RT: diveRTir diverSão conveRTer converSão subveRTer subverSivo inveRter inverSão diveRTir diverSão c) RQ: extorQUir extorSão d) RG: emeRGir emerSão submeRGir submerSão e) PEL: comPELir compulSão imPELir impulSão rePELir repulSa exPELir expulSar PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 31 www.mazziotti.com.br f) DIR: diviDIR diviSão coliDIR coliSão deciDIR deciSão InvaDIR invaSão g) CORR: disCORRer discurSo perCORRer percurSo transCORRer transcurso 2) Escrevem-se com S todas as palavras terminadas em -OSO e -OSA, com exceção de gozo: gostOSA glamorOSA saborOSO horrorOSO 3) Grafam-secom S todas as palavras terminadas em -ASE, -ESE, -ISE e -OSE, com exceção de gaze e deslize: fASE frASE crASE bASE tESE tmESE osmOSE glicOSE 4) Escrevem-se com S as palavras femininas terminadas em -ISA: poetISA profetISA HeloÍSA MarISA 5) Escrevem-se com S toda a conjugação dos verbos pôr, querer e usar. Ex: Eu pus, quisera Ele quis, usara Nós usamos, pusemos Eles quiseram Quando quisermos Se eles usassem 6) Grafam-se S os sufixos ês, esa, esia, isa: burguÊS, burgueSIA, burguESA, marESIA, poetISA, francÊS, francESA, chinÊS, chinESA, princESA, duquESA, baronESA, marquÊS etc. 7) Usa-se o S nos diminutivos cujo radical termine em -s: Luisinho, Teresinha, Rosinha etc. 8) Usa-se o S após DITONGO: Ex: pouSo, coiSa, louSa, maiSena, SouSa, NeuSa, MoiSés. 9) Usa-se S nos verbos derivados de nomes que contenham S no final do radical: alisar (liso) bisar (bis) analisar (análise) pesquisar (pesquisa)improvisar (improviso) 10) Grafam-se com S a maioria dos nomes próprios de pessoas: Ex: Luís, Luísa, Isaura, Esaú, Isadora, Inês, Rosane, Taís, Teresa, César, Moisés, Neusa etc. Exceções: Luzia, Ezequias, Ezequiel. 11) Grafam-se com S todas as palavras iniciadas por CA, CE, DE, LE, RE: Ex: CAsar, CÉsio, CEsura, DEsistir, DEsinteresse, LEsar, REsistência, REsistir. 12) Grafam-se com S todas as palavras iniciadas por BA, BE, BI. Ex: BAse, BAsilar, BÁsico, BEsuntar, BEsouro, BIsar, Bisonho. Exceção: Bezerro, BAzar. 13) Grafam-se com S todas as palavras terminadas em ISO. Ex: rISO, sorrISO, frISO, improvISO etc. Exceções: prejuízo, juízo, granizo. A história sem-graça do S: Um freguês que era marquês falava português. Namorava uma princesa que era poetisa e que comia calabresa. Fez uma experiência de uma fase que por catálise fez osmose. Quis, pôs e usou o “s” para avisar que suas qualidades eram: ser bondoso, piedoso, mas horroroso. Deu uma pausa e escreveu no percurso da lousa como diversão. PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 32 www.mazziotti.com.br II. Emprego do Z 1) Escreveremos com Z as palavras terminadas em -EZ e -EZA, substantivos abstratos que provêm de adjetivos, ou seja, palavras que indicam a existência de uma qualidade: embriagado= embriaguez limpo = limpeza lúcido = lucidez nobre = nobreza ácido = acidez claro = clareza 2) Grafa-se com Z todas as palavras que possuam cognatos com a letra C: juiZ (judiCial) audaZ (audaCioso) raZão (raCional) prejuíZo (prejudiCial) luZ (luCidez) matriZ (matriCial) 3) Escreveremos com Z os diminutivos terminados em -ZINHO e -ZITO, quando a palavra primitiva não possuir -s- no final do radical: Ex: mulherzinha, arvorezinha, alemãozinho, aviãozinho, pincelzinho, corzinha. 4) Escreve-se com Z os adjetivos terminados em AZ, OZ (som aberto) e IZ. Ex: capaZ, tenaZ, feroZ, feliZ. Exceções: lilás, ás. 5) Deve-se escrever com Z a terminação TRIZ, quando for formadora de palavra feminina: ator → aTRIZ imperador → ImperaTRIZ motor → moTRIZ locomotor → locomoTRIZ 6) Grafam-se com Z todos os verbos terminados em ZER e ZIR: Ex: benZER, diZER, franZIR, faZER, traduZIR, seduZIR, conduZIR. Exceção: coser (costurar). 7) Deve-se grafar a terminação UZ dos substantivos oxítonos: Ex: capUZ, cuscUZ, avestrUZ etc. 8) Escreveremos com Z os verbos terminados em -IZAR, quando a palavra primitiva não possuir IS. economia = economizar terror = aterrorizar frágil = fragilizar canal = canalizar final = finalizar Cuidado: catequese = catequizar síntese = sintetizar hipnose = hipnotizar batismo = batizar História sem-graça do Z Era uma vez dois substantivos abstratos, o ez e a eza. Eles moravam na realeza. Tinham muitos adjetivos, mas viviam na pobreza, na escassez e na invalidez. Um dia decidiram fertilizar um lindo verbo terminado em -izar. Seu sobrenome era Cruz, acabava com Z, e seu apelido foi Cruzeiro. OBS: NA DÚVIDA ENTRE O EMPREGO DE S OU Z 1) As palavras paroxítonas e proparoxítonas devem ser grafadas com terminação S e NÃO Z. Ex: ÁvareS, simpleS, oásiS, pireS, lápiS, 2) Quando a palavra se inicia por vogal, e o fonema está intervocálico, ocorre o seguinte: a Z e X i S u S aZeite eXato Isabel uSar aZoto eXercício iSenção uSe aZimute eXibição iSonomia uSina aZucrinar eXortar iSolar uSura EXCEÇÕES: aSa eSôfago ÁSia eSotérico aSilo PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 33 www.mazziotti.com.br NA DÚVIDA ENTRE O EMPREGO DE IZAR E ISAR Regra geral: -IZAR é sufixo, mas ISAR, não! Nesse último caso o sufixo é apenas -AR, já que as letras IS pertencem ao radical: alisar = a + liso + ar. I) Se a palavra primitiva terminar em IS, a derivada terminará em ISAR: Ex: bIS / bISAR II) Somente 6 (seis) palavras terminam em IZ e dão origem a verbos terminados em IZAR. Estas palavras podem ser memorizadas através do macete: Ju Ra Ci Ve Ma Gi Juiz ajuIZAR Raiz enraIZAR Cicatriz cicatrIZAR Verniz envernIZAR Matiz matIZAR Giz gIZAR Obs: Note que existem outras palavras terminadas em IZ: feliZ, motriZ, perdiZ, nariZ etc. Todavia essas palavras não interessam porque elas não dão origem a verbos terminados em IZAR. Não existem, por exemplo, os verbos felizar, narizar etc. III) É evidente que as palavras em língua portuguesa não terminam apenas em IS ou IZ. É possível separar em dois grupos a terminação das palavras da língua materna: ou terminam em consoantes, ou terminam em vogal. Daí é possível extrair duas regras: 1) Se a palavra terminar em consoante, a derivada será escrita com Z: Ex: civil → civilIZAR real → realIZAR cânon → canonIZAR horror → horrorIZAR 2) Se a palavra terminar em vogal, procederemos assim: apagaremos essa letra final da palavra. Neste caso estaremos recaindo nas regras anteriores: a) se aparecer a terminação IS, a derivada deve ser escrita ISAR. Ex: pesquIS[a] → pesquISAR avIS[o] → avISAR Obs: existem apenas 4 (quatro) palavras terminadas em vogal e que exigem a terminação IZ quando perdem essa letra final. Essas quatro palavras podem ser memorizadas pelo macete: O Ba Gra De Ojeriz[a] → ojerIZAR Baliz[a] → balIZAR Graniz[o] → granIZAR Desliz[e] → deslIZAR Todas as outras palavras, portanto, terminam em IS: Improvis[o] → improvISAR Divis[a] → divISAR Pis[o] → pISAR b) se aparecer uma consoante após ter sido eliminada a vogal final, devemos escrever IZAR: profet[a] → profetIZAR amen[o] → amenIZAR PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 34 www.mazziotti.com.br IV) Conclui-se, portanto, que se não aparecer a terminação IS na palavra, escreveremos IZAR mesmo que apareça a letra S seguida de outra vogal: síntes[e] → sintetIZAR cateques[e] → catequIZAR hipnos[e] → hipnotIZAR batism[o] → batIZAR III. Emprego do SS 1) Deve-se grafar com SS as palavras que sejam derivadas de verbos os quais contenham os seguintes grupos de letras: a) GRED reGREDir regreSSo proGREDir progreSSista aGREDir agreSSão b) TIR discuTIR discuSSão demiTIR demiSSão omiTIR omiSSão permiTIR permiSSão Obs: 01) Escreve-se com -ÇÃO, se apenas retirarmos a desinência de infinitivo -r, dos verbos terminados em -Tir. Exemplo: curTIR – R + ção = curtição 02) Escreve-se com -SÃO quando, ao retirarmos toda a terminação -tir, a última letra for consoante. Exemplo: diverTIR - TIR + são = diversão 03) Escreve-se com-SSÃO, quando, ao retirarmos toda a terminação -tir, a última letra for vogal. Exemplo: discuTIR - TIR + ssão = discussão c) CED interCEDer interceSSão proCEDer proceSSo exCEDer exceSSo suCEDer suceSSão d) MET reMETer remeSSa proMETer promeSSa introMETer intromiSSão comproMETer compromiSSo e) MIR impriMIR impreSSão opriMIR opreSSão repriMIR repreSSão 2) Deve-se grafar com SS as palavras iniciadas pelos grupos: a) FO Ex: foSSA, fóSSil, foSSo. Exceção: foCinho (e derivados) b) MI Ex: miSSa, miSSão, miSSionário, míSSil, miSSiva. Exceção: miÇanga PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 35 www.mazziotti.com.br c) DI Ex: diSSuadir, diSSílabo, diSSidência, diSSabor, diSSecar, diSSertar, diSSimular. Exceção: diCionário (e derivados) 3) A terminação do superlativo do absoluto sintético dos adjetivos deve se grafada com SS. Ex: fraquíSSimo, friíSSimo, belíSSima. IV. Emprego do Ç 1) Escreveremos com -Ç- as palavras derivadas de vocábulos terminados em: a) -TO intuiTO intuiÇão atenTO atenÇão exceTO exceÇão ereTO ereÇão maldiTO maldiÇão b) TOR redenTOr redenÇão seTOr seÇão redaTOR redaÇão c) -TER deTER detenÇão reTER retenÇão manTER manutenÇão absTER abstenÇão obTER obtenÇão d) -DUZIR introDUZIR introduÇão conDUZIR conduÇão redenTOr redenÇão reDUZIR reduÇão 2) Grafam-se com -Ç- os substantivos formados pela posposição do -ÇÃO ao tema de um verbo. Ex: educar - r + ção = educaÇão exportar - r + ção = exportaÇão repartir - r + ção = repartiÇão conceber –r +ção = concepÇão 3) Escreveremos com -Ç- os verbos derivados de substantivos terminados em -ce. Ex: alcance → alcanÇar lance → lanÇar 4) Na dúvida entre SS e Ç, usa-se -Ç- após ditongos. Ex: eleiÇão, refeiÇão, foiÇada 5) Nunca se escreve -Ç- no início de palavras. 6) Só se emprega o -Ç- se a letra seguinte for A, O ou U, portanto não se usa Ç quando a vogal seguinte for a letra E ou I. Nesses casos, se alguma palavra for derivada de alguma outra com Ç, devemos usar a letra C. Ex: traÇo → traCinho traÇar → traCeis raÇudo → raCista PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 36 www.mazziotti.com.br 7) Todo substantivo feminino que não tenha masculino deve ser escrito com -Ç-. Ex: raÇa, praÇa, lanÇa, balanÇa, crenÇa, graÇa, peÇa, tranÇa, pinÇa, geringonÇa etc. Exceções: meliSSa, alvíSSaras, boSSA, preSSa, maSSa. 8) Em língua portuguesa não existe a terminação -ÇOR. Nesse caso usa-se S ou SS. Ex: profeSSOR, defenSOR, asseSSOR, suceSSOR, confeSSOR, tenSOR etc. 9) Deve-se escrever com -Ç- todas as palavras derivadas do verbo mover. Ex: mover (moÇão), locomover (locomoÇão), remover (remoÇão), comover (comoção). 10) Deve-se grafar com -Ç- todas as palavras ligadas a verbos que contenham os seguintes grupos de letras: -TRAIR, -REVER, - CIONAR, -CEBER, -ZER, -GIR, -TRUIR, -UZIR, OLV. Ex: disTRAIR distraÇão insCREVER inscriÇão recepCIONAR recepÇão perCEBER percepÇão contradiZER contradiÇão corriGIR correÇão obsTRUIR obstruÇão sedUZIR seduÇão dissOLVer dissoluÇão 11) Sempre se grafa -Ç- após “RA” Ex: raÇa, araÇá, operaÇão, raÇão etc. V. Emprego do X 01) Escreveremos com X as palavras iniciadas por ME- e MI-, com exceção de mecha e mechoação (planta). Ex: MExilhão, MExer, MExerica, MÉxico, MExerico, MExido, MIxaria, MIxórdia, MIxuruca. 02) Escreveremos com X as palavras iniciadas por EN-, com exceção das derivadas de vocábulos iniciados por CH- e da palavra enchova. Ex: ENxada, ENxerto, ENxerido, ENxurrada, mas: cheio enCHer, enCHente charco enCHarcar chiqueiro enCHiqueirar 03) Escreveremos X após ditongo, com exceção de caucho e derivados (recauchutar) e guache. Ex: ameiXa, deiXar, queiXa, feiXe, peiXe, gueiXa . 04) Emprega-se o X após palavras de origem tupi, africana ou exótica. Ex: Xavante, abacaXi, muXoXo, Xingar, Xucro, Xará etc. 05) Emprega-se o X após palavras de origem inglesa. Ex: Xampu, Xelim, Xerez, lagartiXa etc. PARA RELEMBRAR: Usa-se a letra X para representar o som de SS (sintaxe), CH (xarope), Z (exame) e CS (tóxico). A letra X pode formar dígrafo com a letra C e com a letra S: excitar, excessivo, exsudar etc. Algumas palavras que oferecem problemas quanto ao X. a) som de CH: avexar, bauxita, laxante, mixórdia. b) som de KS: apoplexia, córtex, dúplex, fênix, látex, léxico, fluxo, hexaedro, hexágono, intoxicar, intoxicação, marxismo, paradoxo, pneumotórax, prolixo, sexagenário. c) som de Z: ex-aluno, exangue, exasperar, exegese, exíguo, exímio, êxodo, exagero, exorcismo, inexorável. d) som de SS/S: cálix, cóccix, contexto, expensas, expoente, expropriar, êxtase, extraescolar, ex-voto, fênix, inexpugnável, próximo, sexto, sintaxe, têxtil, trouxe. PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 37 www.mazziotti.com.br e) X sem valor fonético: exceção, excedente, excêntrico, inexcedível. I. Emprego do G 01) Escrevem-se com G todas as palavras terminadas em -ÁGIO, -ÉGIO, -ÍGIO, -ÓGIO, -ÚGIO. Ex: pedÁGIO, colÉGIO, sacrilÉGIO, prestÍGIO, relÓGIO, refÚGIO. 02) Escrevem-se com G todas as palavras terminadas em -GEM, com exceção de pajem, lambujem e a conjugação dos verbos terminados em -JAR. Ex: a viaGEM, a coraGEM, a personaGEM, a ferruGEM, a penuGEM. VII. Emprego do J 01) Escrevem-se com J as palavras derivadas dos verbos terminados em -JAR. Ex: trajar = traje, eu trajei. encorajar = que eles encorajem viajar = que eles viajem 02) Escreveremos com J as palavras derivadas de vocábulos terminados em -JA. Ex: loja = lojista gorja = gorjeta canja = canjica 03) Escreveremos com J as palavras de origem tupi, africana ou popular. Ex: jeca, jiboia, jiló, pajé VIII. Emprego do E, EI Estas palavras são escritas com E: prazerosamente, bandeja, azulejo, enfear, gargarejo, varejo, caranguejo, frear, prazeroso etc Estas são escritas com EI: peixe, manteiga, freio, aleijado, beiço, cabeleireiro, madeireira, peneira, ameixa, beijo, feioso, maneira, queijo etc. IX. Emprego do U, O Escrevem-se com O: abolir, bolacha, botequim, bússola, costume, fosquinha, goela, molambo, nódoa, óbolo, polenta, polia, polir, tossir, poleiro, goela, moleque, mocambo, mosquito etc. Escreve-se com U: bueiro, buliçoso, bulir, burburinho, cumbuca, curtume, entupir, léu, jabuticaba, jabuticabal, lóbulo, míngua, tabuada, urtiga, tábua, rebuliço etc. PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 38 www.mazziotti.com.br Obs: Em algumas palavras, os ditongos OU e OI podem ser utilizados indistintamente: agouro/agoiro; cousa/coisa; dourado/doirado; louro/loiro; ouro/oiro. X. Emprego de UIR, OER Os verbos terminados em -UIR e -OER terão as 2ª e 3ª pessoas do singular do Presente do Indicativo escritas com -i-. Ex: tu possuis ele possui tu constróis ele constrói tu móis ele mói tu róis ele rói X. Emprego de UAR, OAR Os verbos terminados em -UAR e -OAR terão todas as pessoas do Presente do Subjuntivo escritas com -E-. Ex: Que eu efetue Que tu efetues Que ele atenue Que nós atenuemos Que vós entoeis Que eles entoem Algumas palavras que podem apresentar dúvidas quanto à grafia ✓ flecha, piche, pichação, chafariz, chácara (quinta), charque, chocalho, chávena, chulo, chacina, chalé, charada, chita. ✓ xarope, xaxim, xodó, xale, xenofilia, xisto, xote, xingar, muxoxo. ✓ tigela, girino, a viagem, gengibre, gengiva, gironda, aragem, gesto, gergelim, megera, gerânio,girândola, ABORÍGINES, ginete. ✓ berinjela, jiló, sarjeta, gorjeta, cafajeste, jeito, pajé, pajem, lambujem, alfanje, ojeriza, jenipapo, jegue, jerimum, jiboia, jérsei. ✓ destilar, prevenir, dessecar (enxugar), delatar (denunciar), continue, continues, efetues, efetue, abençoes. É importante ressaltar ainda que alguns concursos têm cobrado em suas questões de ortografia o conteúdo geralmente atribuído ao estudo da Semântica. Tal fato é possível e sensato, haja vista que a semântica também aborda aspectos da grafia. Atividades de fixação 1) Escreva o h nos parênteses quando necessário: ( )oje ( )érnia des ( )armonia ( )arpa ( )erbívoro re( )aver ( )ontem ( )erva des( )umano ( )indu ( )irsuto co( )abitar ( )úmido ( )avana anti-( )igiênico ( )ipismo ( )aurir ( )industão 2) Preencha com S ou Z: fluide__ anali__ar amorti__ar fertili__ar nude__ moderni__ar PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 39 www.mazziotti.com.br avi__ar revi__ar mesquinhe__ burguê__ desli__ar agoni__ar pesqui__ar improvi__ar Alte__a pitoni__a papi__a pu__era esperte__a barone__a baixe__a 3) Complete com C, Ç, SS ou S: preten__ão submer__ão inver__ão ascen__ão intui__ão disten__ão asper__ão demi__ão conver__ão agre__ão expan__ão inten__ão exce__o exce__ão obse__ão a__essor ara__á a__ude barca__a di__olver su__itar la__idão su__urrar qui__á 4) Complete as lacunas corretamente com X ou CH: pra___e ___ampu fa___ina ___uchu pi___e atarra___ar sei___o en___uto mi___aria en___ada ___ícara ___icória ca___o guin___o amei___a ___erife afrou___ar li___a fi___ário en___erto me___oação 5) Complete as lacunas corretamente com G ou J: rabu___ice o___eriza ti___ela é___gide here___e ma___estoso verti___em can___ica va___em falan___e pa___em ___en___iva ___eito ri___eza impin___ir lambu___em ___esto o___iva cora___em ___inete gor___eta sar___eta pa___em via___ante 6) Complete as lacunas corretamente com E ou I: pr___vilégio ___mpecilho d___lapidar escárn___o ___ntoxicar pont___agudo ___ntitular s___quer prov___niente 7) Complete as lacunas corretamente com O ou U: ób___lo jab___ti de su___petão p___leiro c___tia eng___lir c___rtume míng___a desg___elado PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 40 www.mazziotti.com.br Aprendizagem 1. Assinale a alternativa em que NÃO há erro ortográfico. a) A greve paralisou o trânsito do centro da cidade. b) O objetivo dos jesuítas, ao virem para o Brasil, era catequisar os índios. c) Devemos analizar este problema com cautela. d) Talvez a canalisação daquele rio seja feita ainda este ano. 2. Assinale a alternativa que completa corretamente os pontilhados da frase abaixo. “Aumentar impostos, cortar despesas e desvalorizar o câmbio não é um _________ caminho para ________________ o equilíbrio da superendividada economia argentina, ________ é pouco provável que ele conduza a uma rápida aceleração do crescimento.” (FSP, 20/06/01) a) mau – reestabelecer – mas c) mal – reestabelecer – mais b) mau – restabelecer – mais d) mau – restabelecer – mas 3. Assinale a alternativa em que não há erro de grafia. a) Derrepente todos se puseram a correr. b) Não hesito em aceitar suas ponderações. c) Para realizar-mos uma boa prova, é preciso estudar. d) Caso ele aprende-se o caminho, jamais o esqueceria. 4. (EEAr) Qual alternativa contém um período com todas as palavras corretamente grafadas? a) Estava a dois passos daquele paraíso de águas e dunas, mais o destino me pregou uma peça impedindo-me de desfrutá-lo. b) Não há mau que sempre dure, assim como não há bem que nunca acabe. c) Não faça mais nada se não estudar, porque é a única forma de correr atraz dos seus sonhos. d) Há cerca de quinhentos anos, colonizadores portugueses aqui aportaram, não se sabe bem por quê. 5. (EEAr) Complete os espaços dos períodos abaixo, verificando a grafia correta das palavras. A seguir, assinale a alternativa que as apresenta na sequência. I- Como você quer que eu o ajude, se suas opiniões vêm ___________ às minhas. II- "...era meu parente ___________, interrogou-nos de cara amarrada e mandou-nos embora." III- "Aludia às conversas que tiveram ambos os velhos ___________ da infância dos filhos." IV- Não perguntes a razão de meus ciúmes, pois sabes que as paixões não têm um ___________. a) de encontro a – afim – a cerca – por quê b) de encontro a – a fim – acerca – porquê c) ao encontro de – afim – a cerca – por quê d) de encontro a – afim – acerca – porquê 6. (EsAEx) Todas as palavras estão corretamente grafadas em: a) O agiota agiu rápido: dirigiu-se ao primeiro cafageste amissíssimo dele. b) Com o objetivo de finalizar seu trabalho, o aluno fez a análise das datas, pesquisou conteúdos e improvisou um estilo mais moderno. c) A reincidência do crime fez com que a Justiça reinvindicasse mais previlégios para o êxito da campanha. d) Pedira a interceção dos advogados, pois queria estar bem assessorado. 7. (EsAEx) A proposição cuja sequência final, com referência ao emprego das letras está correta, é: a) si-o, incur-ão, re-ensear, e-tender (S-S-S-X) b) sinu-ite, -irena, exce-ão, mi-anga (S-C-Ç-SS) c) gra-a, bu-a, bu-o (estômago), -ácara (X-CH-CH-CH) d) e-tensão, e-pectorar, -u-u, bro-a (X-X-CH-CH-X) 8. (EsPCEx) Assinale a alternativa em que as palavras estejam adequadamente empregadas. a) Meu mau foi sempre estudar demais; nunca tive tempo de me divertir. b) Há dias em que a pessoa parece disposta a tudo. c) O funcionário reteu-lhe os papeis durante uma semana. d) O assunto passou desapercebido de todos que estavam na sala. e) O navio atarracou às nove horas; muita gente esperava. 9. (EsAEx) Assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafadas corretamente: a) excentricidade, ressarcido, inadimissível b) previlégio, impecilho, extintos, instinto c) mágoa, desprêzo, escárneo, exeções PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 41 www.mazziotti.com.br d) paralização, paralisia, sucinto, sucitar e) empecilho, ascensão, exceção, excesso 10. (EsAEx) Examine a grafia das palavras: I. espontaneidade, catequizar, paralisia, ascensão (subida) II. paralização, ânsia, previlégio, exceção, discernir III. maisena, excesso, expectativa, quis, abscesso IV. suscitar, sucinto, continue, atribui, zoada Assinale a alternativa correta. a) Todas as afirmativas estão corretas. b) Estão corretas as afirmativas I, II e III. c) Estão corretas as afirmativas I, II e IV. d) Estão corretas as afirmativas I, III e IV. e) Estão corretas as afirmativas II, III e IV. 11. (EsAEx) Assinale a alternativa que NÃO apresenta erro de grafia: a) Ela quis que sua atitude refletisse mágoa, excárnio, desprezo. b) A discidência entre o governo dos dois países provocou uma ecatombe pavorosa. c) Na expontaneidade da jovem que falava com exuberância, constatou-se uma tenacidade obsecada. d) Todos os documentos inidôneos, sem exceção, aparentavam grande verossimilhança. e) A intervalos regulares, há uma intersessão da órbita da Terra com a do cometa Halley, em sua longa trajetória pelo infinito. 12. (UFF) Assinale a única frase em que todas as palavras estão grafadas corretamente, sem nenhuma letra a mais ou a menos. a) É esta uma das nossas maiores revindicações. b) Os nomes próprios personativos são chamados antropônimos. c) Trata-se de umadança bem ritimada. d) Nós passeiamos por toda aquela belíssima região. e) A diabetes pode ser tratada com inçulina. 13. (IBGE) Assinale a opção em que todas as palavras se completam adequadamente com a letra entre parênteses: a) en.....aguar / pi.....e / mi.....to (x) b) exce.....ão / Suí.....a / ma.....arico (ç) c) mon.....e / su.....estão / re.....eitar (g) d) búss.....la / eng.....lir / ch.....visco (u) e) .....mpecilho / pr.....vilégio / s.....lvícola (i) 14. (TRE-SP) Foram insuficientes as ....... apresentadas, ....... de se esclarecerem os ...... . a) escusas - a fim - mal-entendidos b) excusas - afim - mal-entendidos c) excusas - a fim - malentendidos d) excusas - afim - malentendidos e) escusas - afim - mal-entendidos 15. Assinale a alternativa em que todas as palavras estão corretamente grafadas: a) quiseram, essência, impecílio b) pretencioso, aspectos, sossego c) assessores, exceção, incansável d) excessivo, expontâneo, obseção e) obsecado, reinvidicação, repercussão 16. (EPCAr-adap.) Só não se completa com z: a) repre( )ar c) bali( )a b) pra( ) d) abali( )ado 17. (EPCAr) Completam-se com g os vocábulos abaixo, menos: a) here( )e d) berin( )ela b) an( )élico e) ti( )ela c) fuli( )em 18. (BB) Marque a alternativa que apresenta grafia certa: a) civilisar c) paralisar b) humanisar d) concretisar PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 42 www.mazziotti.com.br 19. Aponte a alternativa em que há um vocábulo mal grafado: a) quiser, puser, rasurar c) jeito, viagem, sujeira b) talvez, extensão, ocioso d) amortizar, pesquizar, avalizar 20. (MACK) Assinale a alternativa em que não há erro de grafia: a) espontâneo, catorze, alisar, prazeirosamente b) obsessão, obsceno, deslisar, sacerdotisa c) cansaço, atraso, tocha, pajem d) angar, ombro, harém, hexágono e) exaurir, desonra, hesitar, rehaver Aprofundamento Na Idade Média, durante o período feudal, o príncipe era detentor de um poder conhecido como jus politiae — direito de polícia que designava tudo o que era necessário à boa ordem da sociedade civil sob a autoridade do Estado, em contraposição à boa ordem moral e religiosa, de competência exclusiva da autoridade eclesiástica. Atualmente, no Brasil, por meio da Constituição Federal de 1988, das leis e de outros atos normativos, é conferida aos cidadãos uma série de direitos, entre os quais os direitos à liberdade e à propriedade, cujo exercício deve ser compatível com o bem-estar social e com as normas de direito público. Para tanto, essas normas especificam limitações administrativas à liberdade e à propriedade, de modo que, a cada restrição de direito individual — expressa ou implícita na norma legal corresponde equivalente poder de polícia administrativa à administração pública, para torná-la efetiva e fazê-la obedecida por todos. Internet: www.ambito-juridico.com.br (com adaptações) 1. (CESPE/PCGO-2016) Quanto aos termos empregados no texto acima, às ideias nele contidas e à ortografia oficial da língua portuguesa, assinale a opção correta. a) O sentido original do texto seria preservado e as normas da ortografia oficial da língua portuguesa seriam respeitadas caso se substituísse o trecho “é conferida aos cidadãos uma série de direitos” (l.5) por aos cidadões confere-se muitos direitos. b) O emprego do hífen no vocábulo “bem-estar” justifica-se pela mesma regra ortográfica que justifica a grafia do antônimo desse vocábulo: mal-estar. c) As formas verbais “torná-la” e “fazê-la” (l. 8) recebem acentuação gráfica porque se devem acentuar todas as formas verbais combinadas a pronome enclítico. d) A mesma regra de acentuação justifica o emprego de acento em “à” (l.2) e “é” (l.4). e) O vocábulo “período” é acentuado em razão da regra que determina que se acentuem palavras paroxítonas com vogal tônica i formadora de hiato. 2. (CESGRANRIO/IBGE-2016) Todas as palavras estão grafadas corretamente em a) locomoção, intersessão b) abolissão, estagnação c) comissão, excurção d) abreviação, obseção e) aclamação, emissão 3. (CESGRANRIO/IBGE-2016) Todas as palavras estão corretamente grafadas em: a) começo, salça, sussego b) consciência, açucena, cansaço c) diciplina, sucesso, ricaço d) enxova, pesquisa, paralizia e) êxito, estensão, machucado 4. (FCC/ELETROBRAS-2016) A frase escrita corretamente, de acordo com a norma-padrão, é: a) É provavel que desenhos de outros animais sejam benvindos nos livros que o autor se refere. b) O autor expressou o desejo que os livros mantessem margens estensas e páginas em branco. c) Os desenhos que as crianças virem a fazer nos livros deverão ser acrecidos aos poemas. d) As páginas em branco serveriam ao proposito de oferecer às crianças espaço para desenhar. e) As crianças terão a liberdade de expor os desenhos que julgarem mais apropriados ao livro. http://www.ambito-juridico.com.br/ PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 43 www.mazziotti.com.br 5. (CESGRANRIO/UNIRIO-2016) Assim como “análise”, também se escreve corretamente com s o substantivo a) valise b) linse c) esato d) maselas e) cansela 6. (CESGRANRIO/ANP-2016) Assim como “apaixonados”, também se escreve corretamente com x o substantivo a) pichação b) xicote c) bruxa d) deboxe e) flexa 7. (FAPEC/PMCG-2016) Consideradas as normas ortográficas em vigor, está correta a alternativa: a) plateia; infieis; joias; herois; coriano. b) açoriano; papéis; anzóis; fôrma; acriano. c) fôrma; feiura; paranoia; anzóis; acreano. d) apneia; revêem; reus; acreano; taubateano. e) tramoia; coreanos; trofeu; constroi; baiúca. 8. (FAPEC/PMRP-2015) Assinale a opção em que haja uma palavra que, conforme definiu o Acordo Ortográfico, admite dupla grafia. a) vaivém b) saúde c) carboidrato d) paradigmas e) bom senso Emprego dos “porquês” Há quatro maneiras de se escrever o porquê: porquê, porque, por que e por quê. Observe: ✓ Porquê Com essa grafia, trata-se de um substantivo, por isso somente poderá ser utilizado quando for precedido de artigo (o, os), pronome adjetivo (meu(s), este(s), esse(s), aquele(s), quantos(s)...) ou numeral (um, dois, três, quatro) Ex: • Ninguém entende o porquê de tanto alvoroço. • Este porquê é um substantivo. • Quantos porquês existem na Língua Portuguesa? • Existem quatro porquês. ✓ Por quê É empregado no final de frases (principalmente interrogativas) ou ainda isolado na frase. Note que sempre que a palavra que estiver em final de frase, deverá receber acento, não importando qual seja o elemento que surja antes dela. Ex: • Ela não me ligou e nem disse por quê. • Você está rindo de quê? • Você veio aqui para quê? • Ela disse que todos desistiram da competição. Por quê? ✓ Por que Usa-se por que, quando houver a junção da preposição por com o pronome interrogativo que ou com o pronome relativo que. Para facilitar, dizemos que se pode substituí-lo por por qual razão, pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais, por qual. Ex: • Por que não me disse a verdade? = por qual razão • Gostaria de saber por que não me disse a verdade. = por qual razão • As causas por que discuti com ele são diversas. = pelas quais • Ester é a mulher por que vivo. = pela qual ✓ Porque É uma conjunção subordinativa causal ou conjunção subordinativa final ou conjunção coordenativa explicativa, portanto estará ligando duas orações, indicando causa, explicação ou finalidade. Para facilitar, dizemos que se pode substituí-lo por já que, pois ou a fim de que. Ex: • Não saí de casa, porque estava gripado. = já que • É uma conjunção, porque ligaduas orações. = pois • Estudem, porque aprendam. = a fim de que PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 44 www.mazziotti.com.br Problemas gerais da norma culta 1. MAS e MAIS: • Mas é uma conjunção adversativa, de mesmo valor que "porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto". • Mais é um advérbio de intensidade, mas também pode dar ideia de adição, acréscimo; tem sentido oposto amenos. Ex.: Eu iria ao cinema, mas (porém) não tenho dinheiro. Ela é a mais (menos) bonita da escola. 2. ONDE, AONDE e DONDE: • Onde significa "em que lugar". • Aonde significa "a que lugar". • Donde significa "de que lugar". Ex.: Onde (em que lugar) você colocou minha carteira? Aonde (a que lugar) você vai, menina? Donde (de que lugar) tu vieste? 3. MAL e MAU • Mal é advérbio, antônimo de "bem". • Mau é adjetivo, antônimo de "bom" Ex. Ele é um homem mau (não é bom); só pratica o mal (e não o bem). • Mal também é substantivo, podendo significar "doença, moléstia, aquilo que é prejudicial ou nocivo" Ex.: O mal da sociedade moderna é a violência urbana. 4. A PAR e AO PAR: • A par é usado, no sentido de "estar bem informado", ter conhecimento". • Ao par só é usado para indicar equivalência entre valores cambiais. Ex.: Estou a par de todos os acontecimentos. O real está ao par do dólar. 5. AO ENCONTRO DE e DE ENCONTRO A: • Ao encontro de indica "ser favorável a", "ter posição convergente" ou "aproximar-se de". • De encontro a indica oposição, choque, colisão. Ex.: Suas ideias vêm ao encontro das minhas, mas suas ações vão de encontro ao nosso acordo. (Suas ideias são tais quais as minhas, mas suas ações são contrárias ao nosso acordo) 6. HÁ e A na expressão de tempo: • Há é usado para indicar tempo passado. • A é usado para indicar tempo futuro. Ex.: Ele partiu há duas semanas. Estamos a dois dias das eleições. 7. ACERCA DE, A CERCA DE e HÁ CERCA DE: • Acerca de é locução prepositiva equivalente a "sobre, a respeito de". • A cerca de indica aproximação. • Há cerca de indica tempo decorrido. Ex.: Estávamos falando acerca de política. Moro a cerca de 2 Km daqui. Estamos rompidos há cerca de dois meses. 8. AFIM e A FIM DE: • Afim é adjetivo equivalente a "igual, semelhante". • A fim de é locução prepositiva que indica finalidade. Ex.: Nós temos vontades afins. Ela veio a fim de estudar seriamente. 9. SENÃO e SE NÃO: • Senão significa "caso contrário, a não ser". • Se não ocorre em orações subordinadas adverbiais condicionais; equivale a "caso não". Ex.: Nada fazia senão reclamar. Estude bastante, senão não sairá sábado à noite. Se não estudar, não sairá sábado à noite. PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 45 www.mazziotti.com.br 10. NÓS VIEMOS e NÓS VIMOS: • Nós viemos é o verbo vir no pretérito perfeito do indicativo, ou seja, no passado. • Nós vimos é o verbo vir no presente do indicativo. Ex.: Ontem, nós viemos procurá-lo, mas você não estava. Nós vimos aqui, agora, para conversar sobre nossos problemas. 11. TORCER POR e TORCER PARA: • Torcer por, pois o verbo torcer exige esta preposição. • Torcer para é usado, quando houver indicação de finalidade, equivalente a "para que", "a fim de que". Ex.: Torço pelo Flamengo. Torço para que o Flamengo seja o campeão. 12. Desencargo e Descargo: • Desencargo significa "desobrigação de um encargo, de um trabalho, de uma responsabilidade". • Descargo significa "alívio". Ex.: Filho que se forma é mais um desencargo de família para o pai. Devolvi o dinheiro por descargo de consciência. 13. SENTAR-SE NA MESA e SENTAR-SE À MESA: • Sentar-se na mesa significa sentar-se sobre a mesa. • Sentar-se à mesa significa sentar-se defronte à mesa. O mesmo ocorre com "estar ao computador, ao telefone, ao portão, à janela ... Ex.: Sentei-me ao computador para trabalhar. Sentei-me na mesa, pois não encontrei cadeira alguma. 14. AO INVÉS De e EM VEZ DE: • Ao invés de indica "oposição, situação contrária". • Em vez de indica "substituição, simples troca". Ex.: Em vez de ir ao cinema, fui ao teatro. Descemos, ao invés de subir. 15. ESTADIA e ESTADA: • Estadia é usado para veículos em geral. • Estada é usado para pessoas. Ex.: Foi curta minha estada na cidade. Paguei a estadia de meu automóvel. 16. A DOMICÍLIO e EM DOMICÍLIO: • A domicílio só se usa quando dá ideia de movimento. • Em domicílio se usa sem ideia de movimento. Ex.: Enviarei a domicílio seus documentos. Fazemos entregas em domicílio Levaram a domicílio as compras. Damos aulas particulares em domicílio. 17. DESPERCEBIDO e DESAPERCEBIDO: • Despercebido significa "sem atenção". • Desapercebido significa "desprovido, desprevenido". Ex.: O fato passou-me totalmente despercebido. Ele estava desapercebido de dinheiro PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 46 www.mazziotti.com.br Atividades de fixação 1. Preencha as lacunas, usando o seguinte código: A) por que B) por quê C) porquê D) porque 01. ( ) Quer dizer que você não vai mesmo conosco, _____________? 02. ( ) Não entendo o __________________ de suas atitudes. 03. ( ) Você sabe _______________ ela não passou no concurso. 04. ( ) Não fuja, _________________ toda fuga é fraqueza. 05. ( ) Os maus momentos ___________ passaste serão inesquecíveis. 06. ( ) Os amigos, não sei _____________, foram sumindo um a um. 07. ( ) Agora entendo ____________votaste no “homem”... 08) ( ) Menina apaixonada chora sem saber _______________. 09. ( ) _____________não tinha sono, fiquei na sala assistindo ao jogo. 10. ( ) Qual seria a razão ____________ concordaram tão facilmente? 2. Assinale a alternativa INCORRETA: a) Não quero mais saber por que motivo não me amas. b) Se não me amas, quero saber porquê. c) Se não me amas, quero saber o porquê. d) Não me amas por que não te amo? 3. Qual é a INCORRETA? a) Quero saber o porquê desta briga. b) Ainda saberás porque saí do país. c) Estudamos sem saber por que. d) Rápida foi a crise por que passou. 4. Assinale a alternativa correta: a) A criança sempre indaga o porquê das coisas. b) Conheço o livro porque te orientaste. c) Sei porquê você faltou às aulas. d) Chegaste só agora, por que? 5. Há uma alternativa INCORRETA, assinale-a: a) Aquela foi a razão por que tive o pesadelo. b) Faça os exercícios, porque só assim se aprende. c) Não sei porque não ficas mais um pouquinho. d) Porque você fez tudo errado, não o considero eficiente. 6. Escolha a alternativa que complete corretamente as lacunas: Descobri o motivo ________ ele não veio. Não veio ______teve problemas lá. a) porquê – por quê c) por que – por quê b) porque - porque d) por que – porque 7. Indique a alternativa correta: a) Vim por que quero lutar. b) Diga-me o por que da sua luta. c) Afinal, por que você luta? d) Eu sei porque você quer lutar. PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 47 www.mazziotti.com.br 8. Assinale o INCORRETO: a) Trabalho muito, porque preciso. b) Trabalhas tanto, por quê? c) Você precisa saber o porque disso. d) Falei dele, porque o conheço. 9. Assinale a alternativa correta: a) Os caminhos por que vim são estes b) O estudo é o caminho porque se deve trilhar c) Alguns vencem por que lutam mais d) Não sei porque você está nervoso 10. Assinale a alternativa correta: a) Essas são as dificuldades porque passei b) No momento, porque assuntos você se interessa? c) Estava preocupado com o porquê da questão d) Todos reclamam sem saber porquê 11. Assinale a alternativa que apresenta erro: a) Leio revistas e jornais, porque desejo estar sempre informado b) Gostaria de rever os lugares por que andei ultimamentec) Não sei por que desistes com tanta facilidade d) você não apresentou o resultado, por que? 12. Assinale a alternativa onde a palavra “QUE” está grafada INCORRETAMENTE: a) Quê! Você ainda não tomou banho? b) Depois do banho ficou com um quê irresistível c) Quê beleza! Acertei tudo d) Você vive de quê? De brisa? PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 48 www.mazziotti.com.br Tema: significado das palavras A língua portuguesa é rica, interessante, criativa e versátil, encontrando-se em constante evolução. As palavras não apresentam apenas um significado objetivo e literal, mas sim uma variedade de significados, mediante o contexto em que ocorrem e as vivências e conhecimentos das pessoas que as utilizam. Assim, várias são as abordagens nesse fenômeno gramatical conhecido como Semântica, isto é, o estudo dos significados das palavras. Denotação Uma palavra é usada no sentido denotativo (próprio ou literal) quando apresenta seu significado original, literal, independentemente do contexto frásico em que aparece. Quando se refere ao seu significado mais objetivo e comum, aquele imediatamente reconhecido e muitas vezes associado ao primeiro significado que aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da palavra. A denotação tem como finalidade informar o receptor da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo assim um caráter prático e utilitário. É utilizada em textos informativos, como jornais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de medicamentos, textos científicos, entre outros. Exemplos: • O elefante é um ser vertebrado. • Fernando comprou aquele livro. • O funcionário cumpriu seus deveres diários. conotação Uma palavra é usada no sentido conotativo (figurado) quando apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes interpretações, dependendo do contexto frásico em que aparece. Quando se refere a sentidos, associações e ideias que vão além do sentido original da palavra, ampliando sua significação mediante a circunstância em que a mesma é utilizada, assumindo um sentido figurado e simbólico. A conotação tem como finalidade provocar sentimentos no receptor da mensagem, através da expressividade e afetividade que transmite. É utilizada principalmente numa linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios publicitários, entre outros. Exemplos: • Você é o meu sol! • Minha vida é um mar de angústias. • Ela tem um coração de pedra! Obs.: a linguagem poética faz bastante uso do sentido conotativo das palavras, num trabalho contínuo de criar ou modificar o significado. Na linguagem cotidiana também é comum a exploração do sentido conotativo, como consequência da nossa forte carga de afetividade e expressividade. SINONÍMIA Consiste nas palavras que apresentam, entre si, um significado semelhante. Ex: triste = melancólico / resgatar = recuperar / maciço = compacto / ratificar = confirmar / digno = decente, honesto reminiscências = lembranças / insipiente = ignorante etc. Obs: nem sempre os significas são idênticos entre os sinônimos. Ora se tem um sentido mais abrangente, ou mais enfático que outro. Exemplo disso é notável entre os verbos “seguir” e “acompanhar”. ANTONÍMIA Refere-se a palavras que apresentam, entre si, sentidos opostos, contrários. Ex: bom x mau bem x mal / condenar x absolver / simplificar x complicar etc. POLISSEMIA A palavra Polissemia compreende dois radicais: [poli = muito] e [semia = significado]. Portanto, uma palavra pode apresentar diferentes significados, dependendo dos usos linguísticos em que possa aparecer. Vejamos os diferentes significados de abater: GRAMÁTICA NORMATIVA Parte 2: Semântica PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 49 www.mazziotti.com.br • Abater a árvore = derrubar • Abater a fera = matar • Abater o inimigo = derrotar • Abater-se com a derrota = sentir • Abater a dívida = descontar Ambiguidade ou anfibologia Nas frases sem clareza ou com duplo sentido ocorre ambiguidade ou anfibologia. Exemplos: • A professora levou o aluno para sua sala. (de quem é a sala?) • Cacilda conversou com Helena sobre seu trabalho. (de quem é o trabalho?) • A cachorra da sua prima é mal-humorada. (a prima é uma cachorra ou tem uma cachorra?) • Olhava o incêndio da ampla janela do prédio. (a janela é de onde se vê o incêndio ou ela é que está em chamas?) HIPERONÍMIA/HIPONÍMIA A palavra “cachorro” está contida no conceito “animal”. A esse fenômeno dá-se o nome de Hiponímia. Inversamente, “animal” comporta: “cachorro, lobo, carneiro etc.” Animal é um caso de Hiperonímia. Assim deduzimos que a Hiponímia particulariza e a Hiperonímia generaliza. Exemplo: Homonímia (estudo dos homônimos: palavras IDÊNDICAS na pronúncia e/ou na grafia) acender: pôr fogo, alumiar ascender: subir apreçar: perguntar preço, dar preço apressar: antecipar, abreviar, tornar rápido. acento: tom de voz, sinal gráfico assento: lugar de sentar-se acerca de: sobre, a respeito de cerca de: aproximadamente há cerca de: faz aproximadamente afim de: semelhante a, parente de a fim de: para, com a finalidade de bucho: estômago buxo: arbusto caçar: apanhar animais ou aves cassar: anular calda: xarope cauda: rabo seção: repartição, divisão (dimensão espacial) sessão: de cinema, reunião (dimensão temporal) cessão: doação (verbo ceder) cédula: documento, chapa eleitoral sédula: ativa, cuidadosa (feminino de sédulo) cela: pequeno quarto de dormir sela: arreio censo: recenseamento senso: raciocínio, juízo claro Tartaruga Lobo Carneiro PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 50 www.mazziotti.com.br cerração: nevoeiro denso serração: ato de serrar, cortar cesto: balaio sexto: numeral ordinal (seis) chá: bebida xá: antigo título do soberano do Irã conserto: reparo concerto: sessão musical, acordo coser: costurar cozer: cozinhar cheque: ordem de pagamento xeque: lance de jogo no xadrez espectador: o que assiste expectador: o que espera esperto: ativo, inteligente, vivo experto: perito, entendido espiar: observar, espionar expiar: sofrer castigo estático: firme, imóvel extático: admirado, pasmado estrato: tipo de nuvem, camada extrato: resumo, essência incerto: impreciso inserto: introduzido, inserido incipiente: principiante insipiente: ignorante intercessão: ato de interceder, de intervir interseção/intersecção: ato de cortar laço: nó lasso: frouxo, gasto, bambo, cansado, fatigado paço: palácio passo: passada mal: antônimo de bem (advérbio) mau: antônimo de bom (adjetivo) ruço: grisalho, desbotado russo: da Rússia sexta: numeral cesta: utensílio de transporte Obs: sesta: descanso depois do almoço tacha: pequeno prego taxa: tributo viagem: substantivo (a viagem) viajem: forma verbal (que eles viajem) xácara: narrativa popular em verso chácara: pequena propriedade campestre PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 51 www.mazziotti.com.br Paronímia (estudo dos parônimos: palavras PARECIDAS na pronúncia e na grafia) absolver: inocentar, perdoar absorver: sorver, consumir, esgotar. acidente: acontecimento casual incidente: episódio, aventura acostumar: contrair hábito costumar: ter por hábito amoral: indiferente à moral imoral: contra a moral, libertino, devasso aprender: instruir-se, tomar conhecimento apreender: apropriar-se, assimilar mentalmente arrear: pôr arreios arriar: abaixar, descer assoar: limpar o nariz assuar: vaiar, apupar cardeal: padre, ave, planta,direção cardial: referente à abertura de estômago cavaleiro: aquele que sabe andar a cavalo cavalheiro: homem educado coalizão: união colisão: choque conjetura: suposição conjuntura: situação, circunstância comprimento: extensão cumprimento: saudação deferir: atender, conceder diferir: diferenciar, adiar delatar: denunciar dilatar: alargar, ampliar desapercebido: desprevenido despercebido: que não percebeu descrição: ato de descrever, expor discrição: reservada, qualidade de discreto descriminar: inocentar discriminar: distinguir dessecar: tornar seco dissecar: cortar despensa: onde se guardam alimentos dispensa: ato de dispensar destratado: maltratado com palavras distratado: desfazer o acordo, o trato docente: referente a professores discente: referente a alunos destinto: que se destingiu distinto: diverso, diferente PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 52 www.mazziotti.com.br eminente: ilustre, excelente iminente: que ameaça acontecer emergir: vir à tona imergir: mergulhar emigrar: sair da pátria imigrar: entrar num país estranho p/ nele morar enfestar: exagerar, roubar no jogo, entediar infestar: causar danos estada: permanência de pessoa, passeio estadia: permanência de animais e veículos flagrante: evidente fragrante: perfumado fluir: correr fruir: gozar, desfrutar fusível: aquele que funde fuzil: arma inflação: desvalorização do dinheiro infração: violação, transgressão infligir: aplicar pena infringir: violar, desrespeitar intemerato: puro intimorato: sem medo, corajoso lista: relação, rol listra: risca, traço mandado: ordem judicial mandato: procuração, (ou tempo de governo) ótico: relativo ao ouvido óptico: relativo à visão peão: aquele que anda a pé pião: tipo de brinquedo procedente: proveniente, oriundo precedente: antecedente prescrever: estabelecer, determinar, fixar proscrever: condenar prever: pressupor, fazer previsão prover: providenciar, abastecer ratificar: confirmar retificar: corrigir recrear: divertir, alegrar recriar: criar novamente sortir: abastecer surtir: produzir, ter como resultado tráfego: movimento, trânsito tráfico: comércio lícito ou não vadear: passar ou atravessar a pé ou a cavalo vadiar: ficar ocioso vultoso: volumoso vultuoso: atacado de congestão na face PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 53 www.mazziotti.com.br Atividades de fixação 1. Preencha as lacunas com um dos termos entre parênteses: 1. Em tempos de crise, é necessário _____________ a despensa de alimentos. (sortir - surtir) 2. Os direitos de cidadania do rapaz foram ________________ pelo governo. (caçados - cassados) 3. O _________________ dos senadores é de oito anos. (mandado - mandato) 4. A Marechal Rondon estava coberta pela _______________. (cerração - serração) 5. Cesar não teve _________ de justiça. (censo - senso) 6. Todos os _________________ haviam sido ocupados. (acentos - assentos) 7. Devemos uma ________________ quantia ao banco. (vultosa - vultuosa) 8. A próxima _________________ começará atrasada. (seção - sessão) 9. _______________-se, mas havia hostilidade entre eles. (cumprimentaram - comprimentaram) 10. Na _____________ das avenidas, houve uma colisão. (intersecção - intercessão) 11. O _______________ no final do dia estava insuportável. (tráfego - tráfico) 12. O marido entrou vagarosamente e passou ___________________. (despercebido - desapercebido) 13. Não costume _____________ as leis. (infligir - infringir) 14. Após o bombardeio, o navio atingido _______________. (emergiu - imergiu) 15. Vários _______________ japoneses chegaram a São Paulo nas primeiras décadas do século. (emigrantes - imigrantes) 16. Não há __________________ de raças naquele país. (discriminação - descriminação) 17. Após anos de luta, consegui a __________________. (dispensa - despensa) 18. A chegada do ________________ diplomata era ____________________. (iminente - eminente) 19. Fomos _______________ pelos anfitriões. (destratados - distratados) 20. A _______________ dos direitos da emissora foi uma das tarefas do governo. (seção - cessão) 21. Ele certamente é um senhor muito _______________. (distinto - destinto) 22. Quando Joana toca piano, parece mais um ______________ que um ______________. (conserto - concerto) 23. Todos eles _____________ o prazer da bela melodia. (fruem - fluem) 24. Nas festas de São João é comum ______________ balões e vê-los _______________. (ascender - acender) 25. Os presos foram recolhidos a suas ______________. (celas - selas) APRENDIZAGEM 1. (EAGS) Em quais das frases abaixo a palavra grifada está empregada no sentido denotativo? I- Aquele jovem estava sujo no pedaço. II- Comprei um rolo de arame farpado. III- Você estava com a corda toda ontem. IV- O pedaço de bolo estava delicioso. c) I e II. c) II e IV. d) I e III. d) III e IV. 2. (EIAC) Considerando a homonímia, assinale a alternativa INCORRETA. a) A cela dos presos está com sua lotação esgotada. b) A cerração por que passamos causou vários acidentes. c) O bom censo do Juiz Paulo Crato está desregulado. d) O incipiente rapaz foi bem em suas primeiras provas. PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 54 www.mazziotti.com.br 3. (EAGS) Observe os textos abaixo: I- “Quando você foi embora, fez-se noite em meu viver.” II- “Ai, quem me dera voltara pros braços do meu xodó Saudade assim faz doer, amarga que nem jiló.” III- “Andei cantando a minha fantasia entre as cordas febris dos corações.” Assinale a alternativa em que as palavras do texto correspondem à classificação em destaque. a) noite – viver (conotação) b) amarga – fantasia (conotação) c) viver – fantasia (denotação) d) jiló – febris (denotação) 4. (EAOT-2002) Quanto à conotação e denotação, assinale a alternativa que apresenta relação INCORRETA. a) “Trabalhas sem alegria para um mundo caduco” — Predomínio da conotação. b) “O verdadeiro alvo visado pelos terroristas que atacaram Nova York e Washington na semana passada não foram as torres gêmeas do sul de Manhattan nem o edifício do Pentágono. O atentado foi cometido contra um sistema social e econômico, (...)” — Predomínio da denotação. c) “Um comprimido fabricado há quatorze anos pela Bayer, o Cipro, é a única droga capaz de combater a infecção por anthrax na forma pulmonar.” — Predomínio da conotação. d) “Minha bela Marília, tudo passa; / A sorte deste mundo é mal segura; / Se vem depois dos males a ventura, / Vem depois dos prazeres a desgraça (...)” — Predomínio da conotação. 5. Complete a seguinte frase: “As palavras ratificar e retificar são *** e têm por sinônimo, respectivamente, *** e ***”. a) homônimas – corrigir e refazer. b) homônimas – repor e consertar. c) parônimas – confirmar e corrigir. d) parônimas – corrigir e confirmar. e) antônimas – confirmar e corrigir. 6. (EsAEx) Assinale a proposição em que os significados dos parônimos estão trocados: a) sortir (abastecer); surtir (produzir efeito); b) estada (permanência de veículos); estadia (permanência de pessoas); c) vultoso (volumoso); vultuosos (atacado de congestão na face); d) infligir (aplicar pena); infringir (violar); e) deferir (conceder); diferir (divergir, adiar). 7. (EsAEx) Observe as palavras abaixo: notável – conceder – principiante – confirmar – desterrar A opção que relaciona os sinônimos das palavras destacadas, atentando para a correta grafia deles é: a) iminente – diferir – insipiente – retificar – proscrever. b) iminente – diferir – incipiente – ratificar – prescrever. c) iminente – deferir – insipiente – ratificar – prescrever.d) eminente - deferir – incipiente – ratificar – proscrever. e) eminente - diferir – insipiente – retificar – proscrever. 8. (EsAEx) Assinale a proposição em que o significado da palavra grifada entre parênteses está incorreto: a) O superior tachou-o de insubordinado. (censurar) b) Uma solidão imensa lhe insulava o espírito. (isolar) c) Se infligires cruel punição aos inocentes, serás repudiado pela sociedade. (transgredir) d) Em 24 horas o primaz foi degredado. (banir) e) O médico proscreveu-lhe o uso do fumo. (proibir) 9. (EsAEx) Assinale a alternativa em que os significados dos pares das palavras não correspondem aos significados dados entre parênteses: a) iminente (pendente, que ameaça cair) / consertar (tornar certo, remendar); b) vultoso (de grande vulto) / hera (planta trepadeira); c) infringir (transgredir) / infligir (cominar ou aplicar pena); d) secção (corte, divisão) / insipiente (pouco sábio); e) cessão (ceder) / seção (reunião) PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 55 www.mazziotti.com.br 10. (EsAEx) Os sinônimos de ignorante / iniciante / sensatez / confirmar são, respectivamente: a) incipiente, insipiente, descrição, retificar b) incipiente, insipiente, discrição, ratificar c) insipiente, incipiente, discrição, ratificar d) insipiente, incipiente, descrição, retificar e) incipiente, insipiente, descrição, ratificar 11. (EsAEx) Assinale a alternativa em que o significado, entre parênteses, NÃO corresponde à palavra dada. a) iminente (prestes a acontecer) b) realização (consecução) c) expiar (pagar culpa, remir) d) vultuoso (de grande vulto) e) cessão (ceder) 12. (EsAEx) Assinale a alternativa em que a frase está de acordo com as normas cultas da língua. a) Eu desejo que as conjecturas sobre a honestidade das figuras eminentes da Diretoria sejam ratificadas, se forem comprovadas. b) Apresentadas aquelas provas concludentes, o réu foi absorto. c) A falsificação de sua rúbrica não convenceu a ninguém. d) Graças à interseção do Diretor, fui salvo de fragrantes descriminações. Aprofundamento O texto a seguir, com lacunas a serem preenchidas, é a referência para a questão 1. Caminhos para um Brasil sustentável Fórum propõe espaço permanente de debate sobre o futuro do país na cidade histórica de Tiradentes (MG) Conhecida por ser um dos centros históricos mais bem preservados do Brasil, Tiradentes (cidade _______ 200km da capital de Minas Gerais, (Belo Horizonte) vem se destacando como sede de uma dezena de eventos culturais, atraindo, com isso, milhares de turistas todos os anos. A mais recente empreitada deve acontecer entre os dias 24 e 27 de novembro: O Fórum do Amanhã, evento com debates sobre o futuro da economia, da tecnologia, da educação e do trabalho. “Queremos ajudar a definir aquilo ______ o país precisa para acompanhar tendências urbanas como sustentabilidade, economia compartilhada e transparência governamental”, diz Guilherme Donnabella, sócio da Creatif, responsável pela organização. O Fórum é inspirado na ideia de dois pensadores. Um deles é sociólogo italiano Domenico de Masi, autor do “best seller” O ócio criativo, para quem os modelos de civilização ocidental encontra-se em crise profunda. O outro é o economista mineiro Eduardo Giannetti, que lançou recentemente o livro Trópicos utópicos (Companhia das Letras), no qual defende que o Brasil reúne condições ideais para encontrar um caminho inovador para questões nos campos econômico, social, ambiental e existencial. Giannetti e De Masi _______ presentes na ________ de abertura. ___________ cinco mil empreendedores, intelectuais e estudantes devem comparecer aos encontros, que serão transmitidos ao vivo pela “internet”. “Queremos criar um ambiente de discussão permanente por meio de um portal e de um aplicativo atualizados durante _______ ano”, afirma Donnabella. O evento deve se somar a outros 15 já presentes na movimentada agenda educacional e artística da cidade mineira. GINESI, Camila. Pequenas empresas & grandes negócios, São Paulo, Globo, no 332, p. 26, set. 2016. Seção Grandes ideias. Texto com adaptações. 01. (FAPEC/TÉC. ADM. UFMS-2017) Esta questão avalia, além de conhecimentos de ortografia, regência e uso de homônimos ou formas variantes, habilidades de compreensão de textos. Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas do texto: a) acerca de; que; estarão; seção; A cerca de; todo. b) há cerca de; o qual; estarão; cessão; Acerca de; todo o. c) acerca de; da qual; estaram; seção; Acerca de; todo o. d) a cerca de; de que; estarão; sessão; Cerca de; todo o. e) a cerca de; que; estaram; sessão; Há cerca de; todo. 2. (FAPEC/PMCG-2016) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do seguinte enunciado: “Até agora, nenhum de nós, _________ entender ___________ o _____________ membro do Legislativo expressou-se tão ________ na ___________ de ontem à tarde. a) pode; porque; iminente; mau; seção. b) pôde; por que; eminente; mal; sessão. c) pudemos; porque; eminente; mal; sessão. PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 56 www.mazziotti.com.br d) pôde; porquê; eminente; mal; seção. e) podemos; por que; iminente; mau; cessão. Texto para a questão 3: Desde o advento do manuscrito, a prática das abreviações (em sentido amplo) se vem incrementando. No passado, elas podiam ser consideradas mais ou menos estáveis e comuns (abreviaturas) ou mais ou menos episódicas (abreviações). Desde o século XIX, porém, apareceram três grupos amplos que, em conjunto, podem ser chamados reduções ou braquigrafias: a) reduções tradicionais mais ou menos fixas (V., por você, V. M., por Vossa Mercê, Sr., por Senhor), chamadas abreviaturas; b) reduções feitas especialmente para uso em certa obra especializada (abreviações); e c) reduções convencionadas internacionalmente, ditas símbolos (nesse sentido pertinentes), como é o caso das usadas no Sistema Metrológico Internacional ou na química etc. (e que se caracterizam por terem uso de letra maiúscula com valor especial, mas sem ponto final redutor nem indicação de flexões). Mas, já do século passado para cá, os nomes intitulativos designativos de associações, sociedades, empresas, companhias, firmas e afins passaram também a ser objeto de reduções, tal como antes já se fazia, em trabalhos eruditos, com os títulos de obras de referência (dicionários, enciclopédias etc.), quando repetidamente citados. Essas reduções podem ser chamadas siglas: especializadamente se vem convencionando que, quando uma sigla tem caráter de palavra ou vocábulo, seja dita siglema (PETROBRAS) e, quando não o tenha, seja dita sigloide (EE.UU.A. ou EUA). As siglas, em grande número, se fazem pelas letras iniciais do intitulativo (URSS, UNESCO) ou por letras e sílabas iniciais (SUDAM, para Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia), ou por combinações arbitrárias. Entra-se, assim, em certas reduções em que se podem misturar letras e elementos ideográficos, gerando uma série de signos, sinais e logotipos, e mesmo índices e ícones. Academia Brasileira de Letras: Reduções. Internet: <www.academia.org.br> (com adaptações) 3. (CESPE/TRE-PI-2016) Assinale a opção correta no que se refere às relações semânticas que se estabelecem entre palavras e expressões do texto Reduções. a) Entre as palavras “reduções” e “braquigrafias”, ambas na linha 3, verifica-se a mesma relação semântica que há entre “dicionários” (l.10) e “enciclopédias” (l.11). b) As palavras “signos”, “logotipos” e “ícones”, na linha 16, são sinônimas entre si e hipônimos de “certas reduções em que se podem misturar letras e elementos ideográficos” (l. 15). c) O texto se constrói mobilizando um campo semântico complexo relativo às formas de abreviar palavras ou expressões na língua escrita, aos padrões de abreviaçãousados e à correta decodificação dessas formas reduzidas. d) Na linha 1, a presença da expressão “em sentido amplo” para caracterizar a palavra “abreviações” tem o efeito de estabelecer uma relação de antonímia entre duas categorias de abreviações: as abreviações em sentido amplo e as abreviações em sentido estrito, ou simplesmente abreviações. e) A palavra “sigla” (l.12) é um hipônimo da palavra “reduções” (l.11) e um hiperônimo da palavra “siglema” (l.12). 4. (FGV-/DPE-RO-2015) A frase abaixo cuja lacuna deve ser preenchida pela primeira das palavras colocadas entre parênteses é: a) O senador declarou que respeitava muito o seu __________. (mandado/mandato) b) Muitos detalhes do crime passaram __________ . (desapercebidos / despercebidos); c) O __________ em computação fora trazido dos Estados Unidos. (esperto / experto) d) Muitos dos acusados tinham receio de terem __________ os seus postos. (caçados / cassados) e) O automóvel precisava de __________ urgente. (conserto / concerto). 5. (FAPEC/MPE-MS-2015) Assinale a alternativa da oração que empregou INCORRETAMENTE o uso do porquê: a) Estes são os direitos por que estamos lutando. b) Estudei bastante ontem à noite. Sabe por quê? c) Vou ao supermercado porque não temos mais frutas. d) Você não vai à festa? Diga pelo menos um porquê. e) Você veio até aqui por que não conseguiu telefonar? 6. (FAPEC/PMNA-2015) Assinale a alternativa que apresenta o comentário correto acerca das palavras ou estruturas que compõem o seguinte enunciado: “O fortalecimento dos órgãos públicos do Estado é benéfico a toda comunidade sulmatogrossense, razão porque se tem investido em parcerias.” a) Na grafia da palavra “sulmatogrossense” faltam hifens. O correto é: sul-mato-grossense. b) A palavra “Estado” está devidamente grafada com inicial maiúscula porque assim determina o Acordo Ortográfico. c) O “a” em “a toda comunidade”, deveria receber “acento” indicativo de crase porque a palavra “benéfico” rege preposição “a” e a palavra “comunidade” é feminina. d) Se acrescentarmos um “a” após a palavra “toda”, o sentido da frase não se alterará. e) A palavra “porque” está corretamente grafada/empregada. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 57 www.mazziotti.com.br COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Em provas de concursos, os candidatos que não têm o hábito de ler ou que não compreendem um texto não têm êxito nas outras matérias também. É bastante comum encontrar aqueles que não sabem ler os enunciados e não compreendem o que está sendo pedido que se faça. A compreensão e a interpretação dos textos devem ser a base dos estudos, tendo em vista que o desempenho da leitura interfere na aprendizagem de todas as outras matérias, além de promover a socialização e a cidadania do candidato-leitor. O bom leitor sabe selecionar o que deve ler e que efetivamente pode contribuir para sua compreensão sobre a complexidade do mundo atual. Interpretar é criar sentido, pois toda interpretação provoca a criação de “outro texto”. Cada leitor é um sujeito singular, que utiliza diferentes estratégias (sua experiência prévia, suas crenças, seus conflitos, suas expectativas e suas relações com o mundo) para dar sentido ao que lê, sem, no entanto, eliminar o sentido original do texto. Cabe, porém, ressaltar que é quase impossível determinar o grau de fidelidade de um leitor em relação ao texto original. O ato de interpretar possibilita a construção de novos conhecimentos a partir daqueles que existem previamente na memória do leitor. Esses conhecimentos são ativados e confrontados com as informações do texto, permitindo-lhe atribuir coerência àquilo que está lendo. Procedimentos para uma leitura eficaz: 1. Leia todo o texto, com atenção, procurando entender o seu sentido geral. 2. Identifique as ideias o texto (cada parágrafo contém uma ideia central e outras secundárias), estabelecendo as relações entre as partes. 3. Procure compreender todos os vocábulos e expressões. Muitas vezes, o próprio texto já fornece o significado da palavra. Mas, na medida do possível, use o dicionário sempre que estiver lendo, pois com isso aumentará os seus conhecimentos e ampliará o seu vocabulário. Lembre-se de que é bastante frequente a cobrança do significado (tanto literal quanto contextual) das palavras nessas provas. 4. Leia atentamente as instruções para a resolução das questões – analise com cuidado o que cada enunciado pede. Muitas vezes, o erro é proveniente do descuido (da pressa) na hora de ler as questões (principalmente se quando se subestima as informações dos comandos). Comandos para compreensão de textos Esses comandos baseiam-se em verbos que indicam ações visuais, ou seja, orientam o candidato às ideias explícitas. Por exemplo: Percebe-se que... Constata-se que... Observa-se que... O texto informa que... O narrador do texto diz que... Segundo o texto, é correto (incorreto) dizer que... Comandos para interpretação de textos Esses comandos baseiam-se verbos que indicam inferências, ou seja, orientam o candidato às ideias implícitas. Por exemplo: Depreende-se do texto que... Subentende-se das ideias e informações do texto que... A partir das ideias do texto, infere-se que... O texto permite deduzir que... Pode-se concluir do texto que... A intenção do narrador é... Comandos para medir conhecimentos gerais Esses comandos visam testar o conhecimento do candidato a respeito do assunto abordado no texto. Parte 3: interpretação textual PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 58 www.mazziotti.com.br Enfocando o assunto (tema, tese) abordado no texto... Considerando a amplitude do tema abordado no texto... Tendo o texto como referência inicial... Comandos para medir conhecimentos linguísticos Esses comandos visam testar o conhecimento gramatical do candidato e podem abordar assuntos de morfologia, de sintaxe, de semântica, de estilística, de coesão ou de coerência. Considerando as estruturas linguísticas do texto, ... Assinale a alternativa que apresenta erro gramatical. Aponte a construção que foge aos preceitos da norma culta. Com relação aos aspectos gramaticais do texto, ... Aponte a opção que preserva a manutenção do registro da norma culta da língua portuguesa. Erros frequentes na leitura de textos 1. Extrapolação – consiste em acrescentar informações ausentes no texto original ou mesmo aplicá-lo em outros contextos. 2. Redução – ocorre quando o leitor diminui as informações ou a intensidade do texto. 3. Inversão – acontece quando o leitor perde passagens do desenvolvimento do texto ou altera a orientação de seu sentido (fato que pode levá-lo a conclusões opostas às expressas pelo autor). PRINCÍPIOS BÁSICOS: Antes de tudo, é preciso saber o que são coesão e coerência, pois, sem essas duas bases, você não conseguirá construir um texto adequado às exigências do concurso. COESÃO: trata basicamente das articulações gramaticais existentes entre as palavras, as orações e frases para garantir uma boa sequenciação de eventos, ou seja, é a correta ligação entre os elementos de um texto, que ocorre no interior das frases, entre as próprias frases e entre os vários parágrafos. Pode-se dizer que um texto é coeso quando elementos coesivos (conjunções, preposições, advérbios e pronomes) são empregados corretamente. Assim um texto não é um amontoado de palavras, frases, períodos, nem a soma de suas partes, mas a união solidária de seus termos, que mantêm funções distintas – mas relações estreitas, de sequência e cumplicidade. Em suma, um texto é uma organização de partes que formam um todo. Recursos coesivos são as “manobras” que executamos com o intuito de melhorar a expressividadedo enunciado. Observe o exemplo: Em vez de escrever A - “Comprei sorvetes. Dei os sorvetes a meus filhos.” escrevemos B - “Comprei sorvetes. Dei-os a meus filhos.” Dei-os tem função relacional, recuperando em B o que havia sido expresso em A. Nesse caso, o objetivo é evitar a repetição viciosa. O uso indevido de elementos de ligação, a retomada de termos e mesmo a má seleção vocabular podem comprometer os processos coesivos do texto. MECANISMOS DE COESÃO: 1. Elementos catafóricos: antecipam o que virá a seguir no texto, ligando determinados elementos textuais expressos anteriormente aos que virão depois. Exemplo: “Tudo era velho demais: a casa, o jardim, os móveis empoeirados, teias de aranha no teto, rachaduras na parede, vidraças quebradas, cortinas puídas.” O pronome indefinido tudo antecipa, isto é, anuncia o que será explicitado a seguir, depois dos dois-pontos: a casa, o jardim, os móveis empoeirados, teias de aranha no teto, rachaduras na parede, vidraças quebradas, cortinas puídas. 2. Elementos anafóricos: resgatam, retomam elementos que vieram antes, isto é, remetem determinados elementos expressos posteriormente aos que vieram antes. Exemplo: “Às vezes, nesse mundo tão conturbado, em que os valores foram subvertidos, a arte passa a ser a realidade. Esta pode se revestir com elementos próprios da arte; aquela pode ser fantasia transformada na verdadeira realidade.” Os pronomes esta e aquela recuperam, respectivamente, realidade e arte. 3. Elipse: evitam repetições desnecessárias; para que o texto faça sentido, o leitor deve “amarrar” algumas passagens do texto a outras, anteriores. Exemplo: “As minhas palavras eram rudes; as dela, suaves.” PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 59 www.mazziotti.com.br Ocorrem nessa frase duas elipses: nominal (as [palavras] dela) e verbal [eram]. 4. Expressões sinônimas: evitam repetições enfadonhas e desnecessárias e criam uma orientação argumentativa. Exemplo: Num texto, Gustavo Kuerten pode ser retomado várias vezes por referenciais diversos, tais como: • o atleta brasileiro; • Guga; • o tricampeão de Roland Garros; • o ilustre catarinense; • o brasileiro. 5. Substituição: significa usar um termo substituindo outro (ou mesmo toda uma oração). Exemplo: • O pai o reprimia em qualquer lugar, na frente das pessoas; reprimia-o por erro ou acerto, humilhava-o. Negando o modelo do pai, paradoxalmente, o filho o repetiu, agindo da mesma forma. A expressão adverbial da mesma forma substitui “o filho reprimia [alguém] em qualquer lugar, na frente das pessoas; reprimia [alguém] por erro ou acerto, humilhava [alguém].” 6. Elementos de conexão (conjunções, pronomes relativos) - elementos que “ligam” orações, estabelecendo ou explicando a verdadeira relação entre elas. Criam, também, uma orientação argumentativa. Exemplos: Primeira ideia: quem governa com o apoio do Legislativo e do povo é democrata. Segunda ideia: quem desrespeita o Legislativo, o povo e só governa com medidas provisórias é ditador. a) Embora o presidente se considere um democrata, só governa com medidas provisórias. A conjunção embora + a ideia de que “o presidente se considera um democrata” criam um argumento de concessão, que enfraquece a defesa argumentativa do presidente: forma-se uma oração subordinada adverbial concessiva, que serve para enfraquecer a tese contrária (a de que o presidente seria um democrata). b) O presidente não pode ser considerado um democrata, porque só governa com medidas provisórias. A conjunção porque, que introduz a oração “porque só governa com medidas provisórias” cria um argumento de causa, que justifica o que se afirmou anteriormente. c) O presidente só governa com medidas provisórias, como todo ditador. A conjunção como, que introduz a oração “como todo ditador [governa]” cria um argumento de comparação, que reforça o que se afirmou anteriormente. d) Se o presidente fosse realmente um democrata, não governaria só com medidas provisórias. A conjunção se, que introduz a oração “se o presidente fosse realmente um democrata” cria um argumento de condição, que invalida o argumento de o presidente ser um democrata. e) O presidente vai acentuando o caráter ditatorial de seu governo à medida que governa com medidas provisórias. A locução conjuntiva à medida que, que introduz a oração “à medida que governa com medidas provisórias” cria um argumento de proporcionalidade, que reforça o caráter ditatorial do governo exercido pelo presidente. f) Para que o presidente fosse considerado um democrata, ele deveria governar sem se valer de medidas provisórias. A locução conjuntiva para que, que introduz a oração “para que o presidente fosse considerado um democrata” cria um argumento de finalidade, isto é, o presidente, para atingir uma finalidade (ser considerado democrata), deveria governar sem se valer de medidas provisórias. g) O presidente só governa com medidas provisórias; trata-se, portanto, de um ditador. A conjunção portanto + a oração “trata-se de um ditador” constroem um raciocínio de conclusão, deixando explícita a ideia implícita na primeira oração do período. COERÊNCIA - diz respeito à ordenação das ideias e dos argumentos, ou seja, aborda a relação lógica entre ideias, situações ou acontecimentos, apoiando-se, por vezes, em mecanismos formais, de natureza gramatical ou lexical, e no conhecimento compartilhado entre os usuários da língua. Pode-se dizer que o conceito de coerência está ligado ao conteúdo, no sentido constituído pelo leitor. A coerência depende da coesão. Um texto com problemas de coesão terá, provavelmente, problemas de coerência. É comum ouvir dizer que há textos bons por serem coerentes e outros ruins pela incoerência. Tal afirmação é justificável, já que a incoerência não é apenas um problema gramatical, mas se dá em nível de raciocínio lógico. Dizer, por exemplo, “Leio muito, mas odeio meus amigos” é incoerente, porque os elementos inscritos no texto não mantêm relações de compatibilidade: não há qualquer relação lógica entre “ler muito” e “odiar meus amigos”. Ademais, “odeio meus amigos” já traz em si uma PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 60 www.mazziotti.com.br incoerência... Da mesma forma, afirmar que “o sol se põe a leste” fere a coerência, não pelos elementos inscritos no texto, mas pelos que estão fora dele, ou seja, o nosso conhecimento de mundo. A rigor, existem vários níveis e planos de coerência ou incoerência. Veja este caso: Em vestibular da Fuvest-SP, o candidato saiu-se com esta “pérola”: "... a palidez do sol tropical refletia nas águas do rio Amazonas". Convenhamos: o sol tropical pode ter muitas características, menos a palidez!... A lista das incoerências pode aumentar muito. Algumas envolvem fatores de coesão. O problema básico envolvido na produção da coerência é o do acerto das partes com o todo textual; do ajuste sequencial das ideias; da progressão dos argumentos; das afirmativas que são explicadas... Para aferir se realmente está sendo coerente, procure colocar-se sempre no lugar do leitor/ouvinte. 1 - Paralelismos e ajustamento de frases: Há, nas redações para exames vestibulares, um problema especialmente sério com relação ao encadeamento das ideias; esse problema usualmente está ligado ao mau uso dos conectores. Temos que observar o ajustamento de frases, orações e parágrafos para respeitarmos os paralelismos. A dissertação, pelo fato de “amarrar” sistematicamente uma ideia a outra, precisa, inevitavelmente, de vincular as frases entre si, fazendo, assim, que o texto progrida de forma precisa, ajustada, sem fragmentações. Observe os exemplos: Mecanismo correto: Ela não só estava desesperada com o fato, mas também com os desdobramentos dele. As duas orações encadeiam-se,formando um todo sintático e semântico; a primeira oração remete à segunda, que a complementa. Mecanismo incorreto: Ela não só estava desesperada com o fato, mas também sua família não a apoiava. Nessa segunda construção, apesar de as orações se encadearem sintaticamente, não há continuidade semântica: embora os dois segmentos semânticos possam estar interligados como assunto, eles não se harmonizam, não formam um todo compreensível. Ao redigirmos um parágrafo, devemos privilegiar a unidade da mensagem. Ela deve ser precisa, nunca desnorteadora. Para a construção de um bom texto, é sempre necessário observar o paralelismo semântico, que se conjuga ao paralelismo gramatical. Tais mecanismos são fundamentais para a elaboração de um bom texto. 2 - Paralelismos mais comuns: Entre as frases, os paralelismos mais comuns são construídos pelos conectores: a) e, nem: “A maioria se limita a confirmar sua presença no leilão e a reafirmar seu interesse na compra da Telebrás.” (Folha de S. Paulo) Não é possível controlar a venda de todos os remédios, nem responsabilizar os farmacêuticos por isso. b) isto é, ou seja: É preciso observarmos os fatos, ou seja, estarmos atentos ao mundo. c) ou: A privatização ou será feita agora ou nunca mais será alcançada. d) não só... mas também... Não só esteve muito doente, mas também muito aborrecido. e) mas O país esteve à beira do caos político, mas pôde recompor-se em curto prazo. 3 - Sem conectores, as ideias também se encadeiam: Nas chamadas orações coordenadas assindéticas, a ausência de conectores aparentemente implica certa liberdade de pensamento. Os planos de saúde no Brasil não obedecem a normas, não atendem como deveriam, não pagam cirurgias reparadoras, não estão atentos à necessidade dos segurados. 4 – Regência: É a maneira como algumas palavras (quer sejam verbos, quer não) ligam-se a outras numa frase. Algumas exigirão a presença de preposição. Dependendo do contexto e do significado, a regência de uma palavra pode variar. Exemplo: Preciso de dinheiro = tenho necessidade de dinheiro. (com preposição) PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 61 www.mazziotti.com.br Precisou a hora da morte da vítima = determinou a hora. (sem preposição) Um erro nesse campo será observado como problema de coesão na estrutura do seu texto. Eis alguns dos verbos que oferecem maior incidência de erro em seu emprego. Por serem verbos comuns e de bastante uso, é interessante estar bem afinado com eles: pedir, oferecer, negar, emprestar algo --- A alguém entrar --- EM um negócio, em um lugar sair --- DE um lugar, uma situação / COM alguém assistir --- AO filme, À novela adentrar --- A sala, O prédio precisar --- DE alguma coisa, DE alguém preferir --- Prefiro você A eles. AS QUALIDADES DE UM TEXTO Não existem fórmulas mágicas para fazer uma boa redação. O exercício contínuo, aliado à prática da leitura de bons autores e à reflexão, são indispensáveis à criação de bons textos. Não pretendemos aqui formar escritores, como também não dispomos de uma “varinha mágica” que nos permita, por mágica, tornar-nos redatores consagrados. Eis algumas qualidades que você deve observar na produção de seu texto. São qualidades da redação que você deve cultivar: a concisão, a correção, a clareza e a elegância. Concisão Ser conciso significa que não devemos usar palavras em demasia para exprimir uma ideia. Devemos ir direto ao assunto, não ficar enrolando, “enchendo linguiça”. Significa, enfim, eliminar tudo aquilo que é desnecessário: inutilia truncat! Correção A linguagem utilizada na redação deve estar de acordo com a norma culta, ou seja, deve obedecer aos princípios estabelecidos pela gramática normativa. Conhecer as normas que regem o uso da língua é fundamental para a produção de um texto correto. Evidentemente, a maioria das pessoas não conhece de cor todas as regras gramaticais. Por isso, em caso de dúvidas na redação, não hesite em consultar uma boa gramática. Atente para alguns desvios de linguagem que comumente aparecem em redações: 1. Grafia - tome cuidado com a grafia de palavras que não conheça. Em caso de dúvidas, consulte o dicionário. Se isso não for possível, substitua a palavra por um sinônimo cuja grafia você conheça. Não se esqueça de verificar a acentuação gráfica. 2. Flexão de número - cuidado com a formação do plural de algumas palavras, sobretudo as compostas (primeiro- ministro, abaixo-assinado, luso-brasileiro etc.). 3. Concordância - lembre-se de que o verbo sempre concordará com o sujeito – salvo as exceções normatizadas pela gramática –, e os nomes devem concordar entre si. 4. Regência - fique atento à regência de verbos e nomes, sobretudo daqueles que exigem a preposição “a”, a fim de não cometer erro no emprego do acento indicativo de crase. 5. Colocação dos pronomes - observe a colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, nos, lhe, o, a, os, as). Clareza A clareza consiste na expressão da ideia de forma que possa ser rapidamente compreendida pelo leitor. Ser claro é não confundir o leitor, ser coerente, não se contradizer. São inimigos da clareza: a desobediência às normas da língua, os períodos longos, o vocabulário rebuscado ou impreciso. Elegância A elegância consiste num texto agradável ao leitor. É conseguida quando se observam as qualidades apontadas anteriormente (a correção gramatical, a clareza e a concisão) e também pelo conteúdo da redação, que deve ser original, criativo. Lembre-se de que a elegância deve começar pela apresentação do texto, que deve ser “limpo”, sem borrões ou rasuras e escrito com letra legível. NÍVEIS DE LINGUAGEM Há, basicamente, dois níveis de linguagem: a formal e a informal ou coloquial. Entendemos por linguagem formal a forma culta, que se caracteriza pela correção gramatical, ausência de gírias ou termos regionais, riqueza de vocabulário e frases bem elaboradas. PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 62 www.mazziotti.com.br A linguagem coloquial, por sua vez, é aquela utilizadas no dia a dia, nas conversas informais. É a linguagem descontraída, que dispensa formalidades e aceita gírias, diminutivos afetivos e regionalismos. Veja, nos fragmentos a seguir, como os dois tipos de linguagem podem aparecer no discurso direto. Lembre-se de que o narrador sempre se utiliza da linguagem formal. Linguagem coloquial Os dois amigos se encontraram no pátio do colégio, na hora do intervalo, e Marcos perguntou: — Como é que é, Zé? Tá a fim de dar uns giros por aí depois da aula? — Normal! A gente pode chamar o Nandinho e ir pra uma lanchonete responsa — respondeu José, bastante animado. — É isso aí. Deixa eu ir me mandando, que o sinal já tocou — disse Marcos, apertando o passo. Linguagem formal No corredor de uma universidade, um eminente professor de Direito Penal encontra um ex-aluno, agora seu colega. O professor diz-lhe: — Que prazer encontrá-lo depois de tanto tempo! — Como está, professor? É bom revê-lo! — sorriu o ex-aluno, emocionado. — O senhor nem pode imaginar o quanto me foram úteis os conhecimentos que adquiri em suas aulas. — Você sempre foi um bom aluno. Tinha a certeza de que se tornaria um advogado notável. Fique atento: seu texto deverá ser escrito em linguagem formal DIFERENÇA ENTRE DESCRIÇÃO, NARRAÇÃO E DISSERTAÇÃO Os tipos textuais designam uma sequência definida pela natureza linguística de sua composição e, para a sua classificação, são observados aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais e, principalmente, as relações lógicas. Por sua estrutura composicional, os textos se dividem em: 1. NARRATIVO Texto em que se discorre sobre fatos, sobre fazer relatos. Consiste na elaboração de um texto que relate episódios, acontecimentos ehistórias (verdadeiras ou fictícias). São exemplos de textos narrativos: romance, novela, conto, crônica, anedota e, até, histórias em quadrinhos. A narrativa é um texto que possui uma sequência de acontecimentos: começo, meio e fim. No entanto, o escritor pode alterar essa ordem, começando a contar pelo meio ou pelo fim, dependendo do efeito que pretende alcançar. Elementos da Narrativa: 1. Narrador: é quem conta a história, um ser ficcional a quem o autor transfere a tarefa de narrar os fatos. Há textos narrativos quase totalmente – ou totalmente – dialogados. Nesse caso, o narrador aparece muito pouco, ou fica subentendido. Atenção: não confunda o narrador com o autor da história. Este é um escritor, com uma biografia civil, um ser humano, que pode construir vários narradores (um para cada história que desejar contar). 2. Personagens: são os seres que estão envolvidos com a história, que vivem os fatos e que são caracterizados física e psicologicamente. Qualquer tipo de ser – gente, bicho, criaturas inanimadas – pode ser personagem de uma narrativa. Classificam-se em: Principais: quando participam diretamente da trama. Secundários: quando participam de forma pouco intensa da história. Caricaturais: tem os traços de personalidade ou padrões de comportamento realçados, acentuados (às vezes beirando o ridículo). 3. Enredo: e a história em si, o conjunto encadeado dos fatos, organizado de acordo com a vontade do escritor. Todo enredo supõe um conflito. OBS: Uma narrativa pode apresentar um enredo linear – quando os fatos vão se desenrolando um depois do outro, em ordem cronológica de tempo – ou um enredo não-linear – quando a historia é interrompida por uma volta ao passado (para algo ser lembrado). E o que chamamos de flashback, muito comum em filmes. 4. Espaço: o espaço da narrativa é o local onde se desenvolve a história, o cenário. A descrição do espaço serve para criar o clima que envolve o leitor nos acontecimentos. A descrição do espaço serve, também, para caracterizar, de forma indireta, um personagem. Pode ser: Físico: é o cenário por onde circulam os personagens e onde se desenrola a trama. Mental: é o retrato de uma época, a ênfase nos costumes de determinado período da história. 5. Tempo: o tempo da narrativa é o “quando acontece” a história. Cronológico: é o tempo marcado pelo relógio, pelo calendário ou por outros índices exteriores (momentos do dia, estações do ano, fatos históricos). PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 63 www.mazziotti.com.br Psicológico: é os tempos subjetivos, variáveis de indivíduo para indivíduo. Esse tempo marca-se pelas sensações ou pensamentos do personagem. Foco narrativo (ou ponto de vista): Quando o narrador participa do enredo, é personagem atuante, diz-se que é um narrador-personagem. Isso constitui o foco narrativo ou ponto de vista da primeira pessoa. Narrador-observador é o que serve de intermediário entre o episódio e o leitor – é o foco narrativo de terceira pessoa. Ocorrem casos em que o narrador é classificado como onisciente, pelo fato de dominar o lado psíquico de seus personagens, antepondo-se às suas ações, percorrendo-lhes a mente e a alma – também sob o foco narrativo de terceira pessoa. FORMAS DE DISCURSO: 1. O DISCURSO DIRETO caracteriza-se pela reprodução fiel da fala do personagem. Estrutura-se normalmente com a precedência de dois-pontos e inicia-se após travessão. Via de regra, vem acompanhada por verbos de elocução (dizer, falar, responder, berrar, retrucar, indagar, etc.). Observe o exemplo: “...Botou as mãos na cabeça e a boca no mundo: - Nossa senhora, meu patrãozinho me mata!” (Fernando Sabino) O DISCURSO INDIRETO ocorre quando o narrador utiliza sua própria fala para reproduzir a fala de um personagem. O tempo verbal, no discurso indireto, será sempre passado em relação ao tempo verbal do discurso direto. Confira: “D. Evarista ficou aterrada. Foi ter com o marido, disse-lhe que estava com desejos.” (Machado de Assis) O DISCURSO INDIRETO LIVRE é uma mescla do discurso direto com o indireto. No discurso indireto livre, a fala do personagem se insere sutilmente no discurso do narrador, permitindo-lhe expor aspectos psicológicos do pensamento do personagem. Compare os dois exemplos: “Achamos o nome engraçado. Qual o padrinho que pusera o nome de Milagre naquele afilhado? E o português explicou que não, que o nome do pretinho era Sebastião. Milagre era apelido”. (Stanislaw Ponte Preta) “Sinhá Vitória falou assim, mas Fabiano franziu a testa, achando a frase extravagante. Aves matarem bois e cavalos, que lembrança! Olhou a mulher, desconfiado, julgou que ela estivesse tresvariando”. (Graciliano Ramos) Características de uma narrativa: • Encadeamento de ações e fatos. • As frases se organizam em uma progressão temporal (relação de anterioridade / posterioridade), tanto que não se pode alterar a sequência sem afetar basicamente o texto. • Texto dinâmico, uma vez que existem muitos verbos indicando movimento, ação, e, ainda, a passagem do tempo. 2. DESCRITIVO Texto em que é feito a caracterização de uma pessoa, um animal, um objeto ou uma situação qualquer, inseridos num certo momento estático do tempo. Diferentemente do texto narrativo, que relata as transformações de estado que vão ocorrendo progressivamente com pessoas ou coisas, o texto descritivo põe em relevo as propriedades e aspectos desses elementos num certo estão, considerado como se estivesse parado. Nos enunciados descritivos, podem até aparecer verbos que exprimam ação, movimento, mas os movimentos são sempre simultâneos, não indicando progressão de um estado anterior para outro posterior. Se ocorrer essa progressão, inicia-se um percurso narrativo. O fundamental na descrição é que não haja progressão temporal. Características de uma descrição: • Encadeamento de informações. Todos os enunciados apresentam ocorrências simultâneas. • Riqueza de detalhes e a presença abundante dos adjetivos. • Não existe temporalidade (datas), tanto que se pode alterar a sequência, sem afetar basicamente o sentido. • Uso dos cinco sentidos. • Texto estático, pois faz um uso reiterado de verbos de estado (e não de ação). 3. DISSERTATIVO Texto em que se faz uma exposição de opiniões, de pontos de vista, fundamentados em argumentos e raciocínios baseados na vivência, na leitura, na conclusão a respeito da vida, dos homens e dos acontecimentos. O texto dissertativo baseia-se, sobretudo, em afirmações que transmitem um conceito relativo, pois suscitam dúvidas, hesitações. Nele, aparecem os pontos de vista diferentes e conflitantes e os graus de verdade e/ou falsidade. Em um texto dissertativo devem ser usados adequadamente os pronomes, as conjunções; observadas a concordância, a regência, a crase e as corretas relações semânticas entre as palavras. Características de uma dissertação: • Encadeamento de ideias e raciocínio. PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 64 www.mazziotti.com.br • Os assuntos são tratados de maneira abstrata e genérica. • As relações internas e a coerência entre as frases é que lhe garantem o sentido, já que são os mecanismos de coesão (conjunções, preposições e pronomes relativos, demonstrativos) e as palavras • abstratas que integram a estrutura básica do texto. Estrutura padrão da dissertação: • Introdução: é o parágrafo de abertura, responsável pela apresentação do assunto, em que é lançada a tese (tópico frasal ou ideia principal) a ser desenvolvida nos parágrafos seguintes. • Desenvolvimento: é a parte fundamental da dissertação, em que se desenvolve o raciocínio ou o ponto de vista sobre o assunto, por meio de argumentos convincentes. Do desenvolvimento, depende a profundidade, a coerência e a coesão do texto. Cada argumento (ideia secundária) a ser trabalhado deverá ocupará um parágrafo. • Conclusão:É a parte final o texto, em que se faz um arremate das ideias apresentadas. É mais comum, na conclusão de um texto que o autor ofereça uma sugestão para o problema levantado. Mas, às vezes, ele se limita a passar a solução do problema para o leitor, por meio de uma pergunta. O discurso na dissertação: • 1° pessoa do singular – imprime extrema subjetividade no texto e é encontrada com mais frequência nos textos literários. São exemplos do uso da 1° pessoa nos textos: Eu acho, eu acredito, a meu ver, no meu entender, para mim, na minha opinião, etc. • 1° pessoa do plural – também atribui certo grau de subjetividade ao texto. Autores que optam pela 1° pessoa do plural buscam maior interatividade com o leitor, no sentido de incluí-lo como participante das ideias do texto. Exemplo: Vivenciamos atualmente tempos de globalização da pobreza... (consenso) Cuidado! Existe uma 1° pessoa do plural que não inclui o leitor – é o chamado plural de modéstia. Isso acontece quando um autor produz e assina, sozinho, um texto no qual ele expressa “Para citarmos um exemplo...”. • 3° pessoa (ideológica) – imprime objetividade no texto, dano à expressão do pensamento um caráter mais universal. O uso da 3° pessoa facilita a persuasão, já que confere maior credibilidade às ideias. Ex: “A política econômica do governo Lula não promove, de fato, o bem-estar social.” 3.1 ARGUMENTATIVO – texto em que o autor quer provar a veracidade (ou falsidade) de ideias, por meio de uma argumentação lógica. Nesse tipo de texto, o autor visa a convencer/persuadir o leitor – por meio de argumentos, provas evidentes, testemunhos - de forma impessoal e objetiva, o que confere ao texto um caráter imparcial, facilitando a aceitação das ideias expostas. 3.2 EXPOSITIVO – texto que consiste na ordenação/exposição de ideias sobre um determinado assunto. Sua característica básica é o cunho reflexivo-teórico. A dissertação-expositiva segue a mesma estrutura de uma dissertação argumentativa: introdução, desenvolvimento e conclusão. A diferença reside no fato de que na introdução, em lugar da tese, apresenta-se a ideia principal o texto. Admite essencialmente a linguagem culta – simples ou mais elaborada. Lembre-se de que linguagem culta não significa rebuscamento. 3.4 INJUNTIVO – é um texto instrucional, que indica procedimentos a serem realizados. A intenção pode ser persuasiva ou apenas instrutiva. São exemplos de textos injuntivos as receitas, os manuais de instruções, as bulas de remédios, etc. Neles, predominam: • Verbos empregados no modo imperativo; • Emprego do padrão culto da língua; • Linguagem clara e acessível a todo tipo de pessoas; • Função referencial da linguagem. A função conativa também é bastante recorrente. Veja um exemplo de texto injuntivo (extraído da prova do Ministério da Saúde – aplicada pelo CESPE/UnB) Cuidados para evitar envenenamentos: • Mantenha sempre medicamentos e produtos tóxicos fora do alcance das crianças; • Não utilize medicamentos sem orientação de um médico e leia a bula antes de consumi-los; • Não armazene restos de medicamentos e tenha atenção ao seu prazo de validade; • Nunca deixe de ler o rótulo ou a bula antes de usar qualquer medicamento; PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 65 www.mazziotti.com.br GABARITO Pág. 4 1. a) L: 7; F: 7. b) L: 7; F: 8. c) L: 5; F: 4. d) L: 4; F: 4. e) L: 9; F: 9. f) L: 9; F: 9. g) L: 9; F: 8. h) L: 6; F: 5. i) L: 8; F: 7. 2) D 3) refém; venham; trenzinho; bem; meio. 4) E 5) A 6) C 7) C 8) C 9) C 10) A Pág. 7 1) B 2) D 3) C 4) D 5) D 6) E Pág. 9 1. a) bi-sa-vô b) de-sin-te-res-se c) ét-ni-co d) psi-co-lo-gi-a e) tran-sa-tlân-ti-co f) de-ses-pe-ram g) sa-guões h) guer-rei-am i) tungs-tê-nio j) quart-zo k) in-cog-nos-cí-vel l) ab-rup-to m) ci-sal-pi-no n) goi-a-ba-da o) ob-tu-sân-gu-lo p) su-bo-fi-ci-al q) sub-te-nen-te r) prai-a s) tui-ui-ú PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 66 www.mazziotti.com.br 2. ( 2 ) pais ( 4 ) país ( 1 ) aquífero ( 2 ) jeito ( 2 ) sauna ( 4 ) saúva ( 5 ) chapa ( 2 ) doido ( 2 ) caixa ( 4 ) graúdo ( 4 ) Saara ( 1 ) quatro ( 5 ) quilo ( 3 ) saguão ( 5 ) limpo ( 2 ) seis (2/4) seio ( 4 ) cair ( 4) lua ( 2 ) falou ( 1 ) prestígio 03) A 04) D 05) D Pág. 10 01) C 02) A 03) B 04) D 05) D 06) D 07) D 08) D 09) D 10) D 11) C 12) B 13) C 14) B Pág. 12 01) Errado 02) A 03) D 04) A 05) A 06) C 07) D 08) C Pág. 17 Testes complementares 01) C 02) D 03) C 04) E 05) B 06) B 07) E 08) B 09) D 10) D Pág. 19 Testes complementares 01) Errado 02) Certo 03) B 04) D 05) E 06) A 07) D 08) B 09) Certo 10) D Pág. 26 1. arquirrabino arquiduque neoescolástico anteclássico antirrábico anti-higiênico autodidata anti-inflacionário subárea malcasado inter-região autossugestão neocristão autocombustão contrarréplica hidroavião PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 67 www.mazziotti.com.br anteprojeto auriverde pré-estabelecer biolatinismo panlatinismo minicurrículo suprassumo mal-entendido além-Andes poliesportivo retroalimentação pseudo-oficial pseudorrevelação pré-carnavalesco subtotal 02) A 03) E 04) E 05) C 06) D Pág. 27 01) B 02) B 03) A 04) E 05) C 06) D 07) D 08) B 09) D 10) C Pág. 37 Livre consulta ao dicionário. Pág. 39 01) A 02) D 03) B 04) D 05) D 06) B 07) C 08) B 09) E 10) D 11) D 12) B 13) B 14) A 15) C 16) A 17) D 18) C 19) D 20) C Pág. 41 01) B 02) E 03) B 04) E 05) A 06) C 07) B 08) C Pág. 45 01) 01. por quê 02. porquê 03. por que 04. porque 05. por que 06. por quê 07. por que 08. por quê 09. Porque 10. por que 02) B 03) B 04) A 05) C 06) D 07) C 08) C 09) A 10) C 11) D 12) C PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 68 www.mazziotti.com.br Pág. 52 01. sortir 02. cassados 03. mandato 04. cerração 05. senso 06. assentos 07. vultosa 08. sessão 09. Cumprimentaram-se 10. intersecção 11. tráfego 12. despercebido 13. infringir 14. imergiu 15. imigrantes 16 discriminação 17. dispensa 18 eminente 19. destratados 20. cessão 21. distinto 22. conserto / concerto 23. fruem 24. acender / ascender 25. celas Pág. 52 01) C 02) C 03) B 04) C 05) C 06) B 07) D 08) C 09) E 10) C 11) D 12) A Pág. 54 01) D 02) B 03) E 04) E 05) E 06) A Pág. 80 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO: 1. O indispensável é conhecer o princípio adotado para se avaliar a experiência realizada ontem, a fim de compreender a atitude tomada pelo grupo encarregado do trabalho. 2. A árvore, por ser oca e muito elevada, estava prestes a cair. 3. C 4. a) “que enfrentariam qualquer programa de estabilização” b) A sequência de palavras no plural que figura antes do verbo. c) “que enfrentaria qualquer programa de estabilização” PORTUGUÊS para concursos – MÓDULO 1 | prof. mazziotti 69 www.mazziotti.com.br 5. A 6. Resposta pessoal. 7. Resposta pessoal. 8. C 9. C 10. a) “Após ser picado pelo mosquito, o parasita (agente da doença) cai na circulação sanguínea” b) Pode-se entender que o parasita, em vez da pessoa, é picado pelo mosquito, OU que o mosquito, sendo um parasita, cai na circulação sanguínea da pessoa. c) A interpretação refere-se ao fato de que o parasita cai na corrente sanguínea de uma pessoa após esta ser picada por um mosquito hospedeiro. d) Após a pessoa ser picada pelo mosquito hospedeiro, o parasita (agente da doença) cai na circulação sanguínea e passa a provocar irritações oculares até a perda total da visão. EXERCÍCIOS PROPOSTOS: 01. Resposta pessoal. 02. Corrijaeste texto e os que seguem: a) A cada dia, à autora e à leitora do romance só interessa a verdade. b) O bandido foi preso em sua casa pelo policial que o perseguira. 03. Com seus 50 mil quilômetros, Marajó é a maior ilha flúvio-marítima do mundo. Fazendas de búfalos, praias belas de água doce, rios igarapés (canais naturais) e igapós fazem dela um verdadeiro paraíso ecológico. Plantas forrageiras, charcos, madeiras de lei, palmeiras, coqueiros, garças, araras e guarás fazem o encanto da flora e da fauna. O carimbó, dança criada pelos escravos, alegra as praias as festas e as noites marajoaras. 04. D