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Marcadores tumorais O problema: câncer - Baixa seletividade - Resistência - Tipos diferentes de câncer Epidemiologia: 2ª maior causa de morte no mundo; 2030 – 23 milhões de novos casos Tratamento: quimioterapia principal; efeitos adversos e resistência Novas alternativas: novas moléculas; mais efetivas e menos tóxicas Custo Conceitos de preâmbulo: - Remissão: período de no mínimo até 5 anos após a estratégia terapêutica onde o paciente se livra do tumor. - Cura: termo usado após 10 anos sem retorno do tumor. OBS.: O diagnóstico só pode ser fechado com exames de imagem e histopatológicos (biópsia). Fármacos utilizados da quimioterapia clássica do câncer: - Fármacos citotóxicos: são inespecíficos e antiproliferativos. - Agentes alquilantes - Antimetabólicos - Antibióticos anti-tumorais - Inibidores das toposiomerases - Inibidores dos microtubos - Anticorpos monoclonais (mABS) e inibidores de tirosina quinase (ITQ) - Imunoterapia: atua não somente na célula neoplásica, mas também no microambiente que a circula. Procura “desligar os desligadores” da resposta imunológica. Para o paciente passar por uma terapia, ele passa pelo NSS, os sequenciadores de nova geração, aonde se avalia o TBM (tumor burden mutation, ou seja, carga de mutação). Pacientes com muita mutação se beneficiam desse tratamento, porque eles possuem maior capacidade de expressar neoantígenos, que serão atacados pelo sistema imunológico. - Inibidores de PARP: atuam no processo de correção do DNA, contudo eles conferem certa estabilidade para a célula tumoral. - Os tumores são divididos em 2 classes: hot tumors e cold tumors. Os hot tumors são tumores altamente inflamatórios, respondendo bem à terapia de bloqueadores de immune checkpoint, como por exemplo, o melanoma de pulmão. Já os cold tumors são tumores pouco inflamatórios, não respondendo bem à terapia de bloqueadores de immune checkpoint, como por exemplo, o de pâncreas. Anterior ao estudo de marcadores tumorais é necessário ter noção que: - 85% dos canceres não são hereditários, na verdade são evitáveis, isto é, causáveis por hábitos do próprio indivíduo. - Heterogeneidade intra-tumoral: em tumores grandes os pedaços sequenciados deles serão diferentes entre si. - As técnicas moleculares podem matar células que são parte do tumor, mas outras podem permanecer vivas e isso vai exercer uma pressão evolutiva para elas adquirirem resistência. - Da mesma forma que os agentes que atuam contra o câncer evoluem, os métodos de acompanhamento também vão pelo mesmo caminho. Normalmente para acompanhar o paciente se utiliza muito os marcadores séricos como proteínas que o tumor ou até mesmo o corpo secretam. Há também a análise da PCR, multi florescência e citometria de fluxo. Hallmarks do câncer: Observe que no centro da figura se tem a célula neoplásica (representada em cinza) e ao redor dela há o microambiente tumoral (sem isso o câncer não se estabelece, pois ele faz com que as células sejam convertidas para trabalharem a favor do estabelecimento). Hallmark nº1: replicative immortality (potencial replicativo infinito) - As células humanas normais têm uma capacidade finita de sofrer mitose devido ao problema de replicação final. - Isso se deve em grande parte ao encurtamento das extremidades dos cromossomos (telômeros) após cada divisão mitótica. - Uma vez que as células humanas normais atingem o limite de Hayflick, as células podem entrar em senescência celular (parada de divisão celular, fase G0 do ciclo celular). - As células cancerígenas são muito diferentes: elas podem exceder muito o limite de Hayflick. - As células cancerígenas são capazes de fazer isso porque elas podem alongar seus telômeros usando uma enzima chamada telomerase. Hallmark nº2: genome instability & mutation (instabilidade genômica e mutação) - Células eucarióticas normais têm 23 pares de cromossomos por célula armazenados no núcleo. - Se uma mutação for detectada em uma célula normal passando pela síntese de DNA, o ciclo será interrompido e a mutação reparada antes dela entrar novamente no ciclo celular. - Isso é regulado por genes conhecidos como repressores de tumores. - As células cancerígenas são diferentes e podem ter uma quantidade anormal de cromossomos por célula e podem apresentar mutações em seu DNA com a capacidade de ainda sofrer mitose. - Genes comumente mutados ou perdidos são genes supressores de tumor (TSGs). - Genes que são superexpressos são conhecidos como oncogenes, que fazem com que as células proliferem incontrolavelmente. - Alterações genéticas notáveis observadas no câncer são mutações pontuais, a deleção de regiões de cromossomos, perda de heterozigozidade (LOH) e várias outras. - Com base nisso, foi desenvolvida a terapia com inibidores de PARP. A PARP é uma recombinase que trabalha no processo de reparo do DNA. Então, o tumor vai mutando e sua célula vai reparando o que ela pode. Mas ao mesmo tempo, a célula tumoral vai ganhando certa estabilidade para que ela permaneça viva. Hallmark nº3: evasion of growth supressor signals (evadir os supressores tumorais) - A mitose em células normais é um processo rigidamente controlado em que os sinais pró- proliferação e anti-proliferação coordenam as atividades celulares no nível do ciclo celular. - No entanto, devido ao hallmark nº2 (instabilidade genômica), a maioria das células cancerígenas contorna os sinais supressores de crescimento normais no checkpoint G1 para continuar proliferando. - Um TSG (gene supressor de tumor) chamado retinoblastoma (rb) inibe a passagem da célula normal através do ponto de restrição na fase g1 do ciclo celular. - Outro tsg, p53, funciona como um regulador central da morte celular porque interrompe o ciclo celular após a detecção de danos no DNA. - Proteína P53: sua importância é muito refletida na síndrome de Li Fraumeni (síndrome hereditária, onde o paciente sofre mutações na P53, tornando-a não funcional. Gera o desenvolvimento de vários tumores em várias partes do corpo em vários momentos da vida). Hallmark nº4: resistance to cell death (resistir à apoptose) - Células normais podem iniciar a apoptose em resposta a danos abundantes no DNA e outros estresses celulares. - Em contraste, as células cancerígenas são geralmente menos sensíveis a danos no DNA, privação do fator de crescimento, tratamentos e estresses semelhantes, e por isso tendem a evitar a apoptose. - A célula neoplásica reserva sua mitocôndria para se proteger do processo de morte induzida. Hallmark nº 5: sustained proliferation (sustentar e estimular a proliferação sem depender de sinais extracelulares) - Dentro das células normais, a sinalização do fator de crescimento também é fortemente controlada para células e tecidos. - As células cancerígenas têm a capacidade de proliferar devido aos Hallmarks 1-4 acima mencionados, bem como a oncogenes superativos, como RAS. - Células cancerígenas também podem estimular células normais no microambiente para fornecer fatores de crescimento. - As células neoplásicas começam a produzir as moléculas que vinham das células ao seu redor, as secretam e vão direto para o receptor. - Ou elas podem criar um mecanismo que estimula o receptor tirosina quinase daquele fator de crescimento sem a necessidade de um ligante do fator. Hallmark nº6: altered metabolism - Warburg effect (desregulação do metabolismo energético) - Para as células cancerígenas sustentarem a proliferação celular descontrolada, as células devem ajustar sua produção de energia. - As células cancerígenas podem fazer isso encontrando e usando fontes alternativas de energia e vias metabólicas alternativas. - As células normais quebram a glicose (glicólise) em piruvato, que fornece ATP para a célula. - Células cancerígenas são muito diferentes: essas células podem converter glicose em lactato, independentemente dooxigênio. - Isso permite que a célula cancerígena desvie metabólitos para processos anabólicos úteis, como a mitose. - Este metabolismo alterado permite a topografia de emissão de pósitrons. - A mitocôndria, além de ser o centro de energia da célula, também é onde ocorrem os mecanismos indutores de apoptose. Então é como se a célula tumoral deixasse a mitocôndria reservada para combater os mecanismos indutores de apoptose. - Para compensar a produção de menos energia, a quantidade de transportadores de glicose que a célula tumoral vai expressar é enorme. - Efeito Warburg: capacidade da célula de sair de uma glicose aeróbica para uma glicose anaeróbica sem perder a capacidade replicativa ou morrer. Isso ocorre porque a prioridade da mitocôndria nesse momento é manter a célula viva. Hallmark nº7: avoiding imunne destruction (quebra da imunovigilância) - O sistema imunológico sempre alerta vigia o corpo humano para destruir vírus, patógenos e outros tipos de células estranhas, incluindo células tumorais. - As células do sistema imunológico que engolem e destroem partículas estranhas são as células B (secretam anticorpos e citocinas), linfócitos T, macrófagos e células natural killer. - As células cancerígenas podem se proteger inibindo as células T que normalmente as atacariam. - A célula neoplásica secreta substâncias (Indolamina Deoxigenase e Galectina-1) que ao pouco vão silenciando o sistema imunológico. - O tumor vai fazer de tudo para desligar o reconhecimento do sistema imunológico. Para isso, ele desenvolve anticorpos contra as moléculas, que iniciam da sinapse imunológica (momento de encontro e a célula tumoral), CTLA-4, PDL-1 E LAG-3. - Tratamento: o anticorpo se liga ao CTLA4 (immune checkpoint que regula negativamente as respostas imunológicas) e impede que o sistema imunológico seja desligado. Hallmark nº8: tumor-promoting inflammation (promover um microambiente inflamatório) - O microambiente tumoral é frequentemente infiltrado por células do sistema imunológico. - As células imunes fornecem ao tumor fatores essenciais que permitem que eles sobrevivam, se movam, proliferem, sofram a transição epitelial- mesenquimal (EMT) e invadam. - A inflamação precoce pode liberar substâncias químicas (como o fator de transcrição Nf-kβ) no microambiente do tumor que podem levar a mutações e permitir que as células acelerem a formação do tumor. - As citocinas regulam a proliferação e o acúmulo de células imunes. Eles também secretam proteases, que são enzimas degradantes que quebram proteínas, particularmente aquelas encontradas na matriz extracelular. Hallmark nº9: induction of angiogenesis (indução da angiogênese) - Todas as células tumorais requerem um suprimento de sangue para crescer até um tamanho significativo. - As células cancerígenas são capazes de sobreviver induzindo a formação de novos vasos sanguíneos a partir de vasos pré-existentes (angiogênese). - Fatores pró-angiogênicos, como o fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) tornam-se ativados nas células tumorais, sinalizando a proliferação das células endoteliais e o crescimento dos vasos sanguíneos. - As células tumorais crescem mais rapidamente do que as células normais e superam sua fonte de nutrientes: o sangue. - Eles fazem novos vasos sanguíneos para fornecer nutrientes e oxigênio necessários. - Vasos tumorais recém-formados tendem a ser permeáveis e mal feitos. - Esses novos vasos fornecem um caminho para as células tumorais entrarem na corrente sanguínea. - Uma ponte interessante sobre isso é que não é possível matar o tumor por meio da privação de oxigênio e nutrientes, pois ele se adapta por meio da HIF-1-alfa, o que o torna ainda mais agressivo. O tumor começa a produzir anidrase carbônica para se proteger do pH ácido e começa a produzir receptores de GLUT (transportadores de glicose). - Porém, a terapia antiangiogênica pode ser utilizada em alguns casos de câncer de colo e câncer renal. - Muitas vezes o tumor atrai os vasos por meio de gatilhos angiogênicos de origem desconhecida. Hallmark nº10: activation of metastasis and invasion (migrar e realizar metástase) - Uma tarefa difícil com taxa de sucesso muito baixa. Para isso, o tumor deve romper a membrana basal, encontrar a MEC e a cortar (com auxílio das metaloproteinases) para chegar até um vaso e ganhar a corrente sanguínea. Muitas células ao atingir a corrente sanguínea induzem a agregação plaquetária para se esconder da vigilância imunológica e ficam sem se proliferar durante um tempo até que ocorra a criação de microambiente favorável a elas (processo chamado de nicho pré-metastático). - O nicho pré-metastático é preferencial dependendo do tumor primário. A célula rompe a membrana basal, faz o processo de intravasão no vaso, induz a agregação plaquetária, fica circulando enquanto vai preparando o nicho pré- metastático, extravasa do vaso e se estabelece no sitio secundário. O que é um biomarcador tumoral? - É tudo o que o tumor ou o corpo produz em resposta ao estabelecimento do tumor. Eles podem ser encontrados no próprio tumor ou em líquidos biológicos. - Biomarcadores séricos não fecham diagnósticos para neoplasias, e sim auxiliam. A grande maioria deve ser usada para seguimento para avaliar a terapia que está sendo utilizada. Câncer de mama: - Histopatologia foi suprema – Utilidade limitada - Agrupamentos equivocados – Tratamento ineficaz - Subtipo não responsivo – Efeitos colaterais - Suscetibilidade a outros tumores - Até 2003 todos os invasivos eram tratados iguais - Apenas 15% metastatizariam - Classificação molecular do câncer de mama Marcadores tumorais de câncer de mama: receptor de estrógeno, receptor de progesterona, HER2, ki-67 e citoqueratinas. Têm valor prognóstico e de resposta- terapia. Os pacientes são divididos em: Luminal A: - Receptor de estrógeno + >1% - Receptor de progesterona + >1% - Receptor HER2 - - Marcador de proliferação KI-67 + <14% - Melhor prognóstico. - Se beneficia do tratamento com hormônio terapia. - Possuem crescimento mais lento das células. Luminal B: - Receptor de estrógeno + >1% - Receptor de progesterona + >1% - Receptor HER2 - - Marcador de proliferação KI-67 + >14% - Se beneficia do tratamento com hormônio terapia. -Apresentam um nível mais acelerado de proliferação celular. HER2: - Receptor de estrógeno - - Receptor de progesterona - - Receptor HER2 + - Marcador de proliferação KI-67 - - Não se beneficiam do tratamento com hormônio terapia. - Se beneficia do tratamento com os anticorpos anti- HER-2. Triplo Negativo: - Receptor de estrógeno - - Receptor de progesterona - - Receptor HER2 - - Marcador de proliferação KI-67 + - Pior prognóstico. - Não se beneficia com terapias moleculares. - Ocorrem com mais frequência em mulheres jovens e em mulheres negras. - Possui vários subgrupos não muito estudados. Screening/Rastreamento: Exame de rastreio é aquele que se faz sem nenhum sintoma clínico de patologia. PSA – Antígeno Prostático Específico: - Glicoproteína/proteases produzida exclusivamente pelas células epiteliais e ductos da glândula prostática. - Ajuda no rastreio, indica se aquela neoplasia está mais avançada e também ajuda a definir estratégia terapêutica. - Identificação, diferenciação, classificação, estadiamento e localização de tumores. - A maioria do PSA é ligada a inibidor de protease e o PSA livre aumenta na hiperplasia prostática benigna. - Valores normais variam com a idade: - 40 - 50 anos (0 a 2,5 ng/mL) - 50 – 60 anos (0 a 3,5 ng/mL) - 60 - 70 anos (0 a 4,5 ng/mL) - 70 – 80 anos (0 a 6,5 ng/mL) - PSA livre (< 0,82 ng/mL) - Sugestivo de benignidade: relação PSA livre/PSA total > 20%. - Interferentes: Exames retais, relação sexual até 48 antes da dosagem. - Mostra-se elevado no câncer de próstata e na hiperplasia prostática benigna. - Único marcadorsérico utilizado para screening/rastreio. Alfa fetoproteína (AFP): - Tipos de câncer: fígado e tumores de células germinativas (como testículo); demais tumores do TGI. - Não malignas: gravidez, aborto e cirrose. - Tecido analisado: sangue. - Como é usado: - Auxilia o diagnóstico do câncer de fígado; - Estado e prognóstico; - Resposta ao tratamento; - Resposta ao tratamento de tumores de células germinativas; - Concentração sérica propicia estimativa de tempo de crescimento. - Os tumores de tecidos germinativos são divididos em dois grupos: - Semimatosos: idosos; menos agressivos; não produzem AFP; produzem beta HCG - Não semimatosos: comum em jovens; mais agressivos; produzem AFP e beta HCG Beta 2-microglobulina: - Tipos de câncer: mieloma múltiplo, leucemia linfocítica crônica e alguns linfomas. - Tecido analisado: sangue, urina ou líquido cefalorraquidiano. - Como é usado: para determinar o prognóstico e acompanhar a resposta ao tratamento. b-hCG: - Câncer: coriocarcinoma e tumores de células germinativas (produtoras de óvulos e espermatozoides). - Também pode ser utilizado, porém é pouco, em casos de neuroblastomas e turmores do TGI. - Tecido analisado: Urina ou sangue. - Como é usado: para avaliar o estágio, prognóstico e resposta ao tratamento. Marcadores de seguimento: Estão muito altos no D0 (momento em que a paciente entrou). Caso os ciclos de quimioterapia funcionem o marcador vai baixar. CA15.3/CA27.29: - Mais usados em câncer de mama. - Tecido analisado: sangue. - Utilidade clinica: resposta a tratamento e recidiva. - O CA15.3 é utilizado em casos de indivíduos do sexo masculino (ginecomastia) e o CA27.29 em indivíduos do sexo feminino. - Baixa especificidade e baixa sensibilidade em doenças em estágio inicial. - Normalmente o seguimento é feito com imagem. - Apresenta-se elevado em várias neoplasias (pulmão, ovário). - Doenças benignas (hepatopatias, pancreatite aguda, doença benigna da mama). Urokinase plasminogen activator (uPA) & plasminogen activator (PAI-1): Determina agressividade e guia tratamento. 21-Gene signature (Oncotype DX®): Kit comercial que avalia 21 genes e informa a chance de recorrência de metástase na paciente analisando o próprio tumor. 70-Gene signature (Mammaprint®): - Avalia 70 genes para avaliar o risco de recorrência e também para saber se a mulher vai beneficiar ou não da terapia neoadjuvante, isto é, para saber se faz a quimioterapia primeiro ou a cirurgia. - Analisa o próprio tumor. CA19.9: - Câncer: pâncreas, ducto biliar, gástrico e colorretal. - Tecido analisado: Sangue (Vr 37 U/ml). - Não é utilizado como screening (triagem) já que não tem especificidade e sensibilidade suficiente (aumenta em diversos tipos de cânceres do TGI). - Utilidade clínica: estadiamento, resposta ao tratamento e monitoração. - Não é utilizado sozinho. - Bastante utilizado. - Normalmente no final de cada ciclo de terapia de câncer de pâncreas se pede a dosagem de CA19.9. - A ferramenta adequada para o câncer de pâncreas é a biópsia endoscópica. O câncer de pâncreas possui o prognóstico muito reservado, ele é extremamente rico em microambiente (cerca de 90%). Normalmente o tratamento é com análogos de nucleotídeos ou outros tratamentos mais pesados. CA125: - Tipo de câncer: câncer de ovário. - Tecido analisado: sangue. - Como é usado: auxilia diagnóstico, resposta à terapia e recorrência. - É um ótimo marcador para carcinomatose (estratégia que tumores de abdômen possuem de formarem tumores secundários no peritônio, por meio da saída das células do tumor primário para navegarem pelo líquido peritoneal até chegar na parede do peritônio). - Glicoproteína de alto peso molecular (35 U/mL). - Neoplasias epiteliais. - Também é encontrado no câncer de ovário e por isso é usado no seu seguimento. - A elevação do CA125 pode ocorrer de 2 a 12 meses antes de qualquer evidência clínica de recorrência. - Sensibilidade de 80 – 85 % aumenta com o estádio: I 50 %, II, 90%, III 92%, IV, 94%. - 75% dos cânceres ovarianos. - Auxilia no diagnóstico diferencial de massas pélvicas. - Elevação em câncer de ovário, endométrio, mama, colo do útero, cólon e pulmão. - Porque não usar o CA125 para rastreamento? - Falsos positivos: cirrose, cisto de ovário, endometriose, pancreatite e gravidez. - Tem sensibilidade de apenas 50% no estágio clínico I e é de alto custo se utilizado em toda população. Calcitonina: - Tipo de câncer: câncer de tireoide (medular). - Tecido analisado: sangue. - Como é usado: diagnóstico, resposta a tratamento e recorrência. - Bastante sensível e específico. Tireoglobulina: - Tipo de câncer: tireoide (papilar). - Tecido analisado: sangue. - Como é usado: resposta a tratamento e recorrência. - Produzida exclusivamente pela tireoide. - O câncer de tireoide papilar é o mais frequente. - O câncer de tireoide medular é de origem neuroendócrina e é mais agressivo, tendo uma preferência para metastizar no pulmão. - Pessoas que fizeram o procedimento de retirada da tireoide fazem o seguimento com os 2 marcadores. Já que com a remoção a produção de tireoglobulina deveria ser nula, então se houver a produção, ela provém de alguma célula residual que não respondeu a terapia ou não removida completamente. CEA – Antígeno Carcinoembrionário: - Tipos de câncer: colorretal e outros. - Glicoproteína produzida pelo feto (2 a 6 meses) e secretada pelas células do epitélio do tubo digestivo durante a vida fetal. - Ele aumenta em várias condições benignas (bronquites, fibroses e doenças inflamatórias) e até mesmo outras que não estão relacionadas com câncer. - Tecido analisado: sangue e tecido. - Como é usado: Resposta a terapia e recidiva. - CEA positivo 6 semanas pós quimioterapia – recorrência local ou metástase. - Recorrência precoce. - Não é utilizado pra diagnóstico. - Valor de referência em não fumantes: 2,5ng/mL e 5,0ng/mL em fumantes. Cromogranina A: - Tipos de câncer: tumores neuroendócrinos. - Células que liberam hormônio em resposta ao sistema nervoso. - Tumores carcinoides, tumores de ilhota, carcinoma medular de tireoide, feocromocitomas, carcinoma neuroendócrino de pele (câncer de células de Merkel), SCLG, carcinoma neuroendócrina de células grandes. - Tecido analisado: sangue - Como é usado: ajuda no diagnóstico, resposta a terapia e recorrência. Cyfra-21-1 – Fragmento de citoqueratina: - Tipo de câncer: câncer de pulmão. - Tecido analisado: sangue. - Como é usado: para ajudar no monitoramento de recorrência. - Pode ser utilizado para realizar seguimento de carcinoma de células não pequenas de pulmão. Chromosomes 3, 7, 17, and 9p21: - The UroVysion® Bladder Cancer Kit (UroVysion Kit). - FDA e ANVISA - Detectar aneuploidia para os cromossomos 3, 7, 17 e perda do locus 9p21 via hibridização in situ fluorescente (FISH) em amostras de urina de pessoas com suspeita de hematúria. - Câncer de bexiga. - Não usar sozinho como diagnóstico. - Monitora recorrência. - NMP22 (Proteína de Matriz Nuclear 22) – Também resposta a terapia, mas pouco utilizada. - Fibrina/fibrinogênio na urina também monitora terapia e progressão. - Contudo, por conta do câncer de bexiga ser muito recidivo, frequentemente o paciente vai passar por diversas citoscopias, fazendo com que não seja necessária a utilização de marcadores séricos. CELLSEARCH® Circulating Tumor Cell Kit: - Enumeração de células tumorais circulantes (CTC) de origem epitelial (CD45-, EpCAM+ e citoqueratinas 8, 18+ e/ou 19+) no todo sangue. - A presença de CTCs no sangue periférico, conforme detectado pelo CELLSEARCH® CTC Test, está associado à diminuição da progressão livre sobrevida e sobrevida global diminuída em pacientes tratados por câncer de mama, colorretal ou próstata metastático. - A avaliação de CTCs a qualquer momento durante o curso da doença permite avaliação do prognósticodo paciente e é preditivo de progressão livre sobrevida e sobrevida global. - Uma mistura de imunofluorescência com citometria de fluxo para neoplasias epiteliais, utilizando marcadores de célula epitelial e sanguínea. Seguindo a lógica que na corrente sanguínea não deve ter células positivas para marcadores epiteliais, caso haja positivo no teste significa que há uma célula circulando. É muito utilizado para prognóstico de possíveis metástases. BRCA1 E BRCA2: - Tipo de câncer: câncer de ovário e outros tumores germinativos. - Tecido analisado: sangue. - Como é usado: aconselhamento genético. HE4 (Proteina Humana de epididimo 4): - Para planejar o tratamento do câncer, avalie progressão da doença e monitorar a recorrência. - Combinação desses dois marcadores tumorais, CA- 125 e HE4, resulta em maior acurácia que qualquer um deles isoladamente, sendo possível a determinação de massa pélvica benigna ou maligna em mulheres pré e pós menopausa sensibilidade de 78,6% e 95% de especificidade no carcinoma ovariano vs. cistos endometriais. - 5-Protein signature (OVA1®) – Transtiretina, Apolipoproteina A1, B2M,MUC16, TRANSFERRINA - avaliar no pré-operatório a massa pélvica para suspeita de câncer de ovário. Lactato Desidrogenase: - Tipos de câncer: tumores de células germinativas (junto com b-HCG), linfoma, leucemia, melanoma, e neuroblastoma. - Tecido analisado: sangue. - Como é usado: para avaliar o estágio, prognóstico e resposta ao tratamento. - Principalmente para seguimento de linfomas. Enolase neurônio específica: - Tipos de câncer: câncer de células pequenas de pulmão e neuroblastoma. - Tecido analisado: sangue. - Como é usado: para ajudar no diagnóstico e avaliar a resposta ao tratamento. Analise de Mutação em EGFR (marcadores de resposta à terapia para os bloqueadores de EGFR): - Tipo de câncer: câncer de pulmão de células não pequenas. - Tecido analisado: tumor. - Como é usado: para ajudar a determinar o tratamento e o prognóstico. - EGFR é o receptor do fator de crescimento epidérmico. - É possível fazer análises mutacionais para saber se o paciente vai responder ou não aos bloqueadores de EGFR. Para isso, é necessário analisar não somente a EGFR, mas também KRAS, que é uma proteína subsequente a EGFR. - A mutação KRAS já é suficiente para o tumor se tornar independente, de forma que o tumor não precisa mais de EGFR, então não faria sentido usar bloqueador de EGFR. - Abaixo se tem duas tomografias de pulmão, na qual a esquerda corresponde a um pulmão completamente tomado pelo câncer e a direita corresponde a um pulmão limpo por conta do tratamento com bloqueador de EGFR. - Dependendo da neoplasia podem ser utilizados anticorpos monoclonais (cetixumabe e panitumumabe), no caso de carcinoma colorretal e inibidores da tirosina quinase (erlotinib e gefitinib), no caso de câncer de pulmão. KRAS gene mutation analysis: - Tipos de câncer: câncer colorretal e câncer de pulmão de células não pequenas. - Tecido analisado: tumor. - Como é usado: para determinar se o tratamento com um tipo específico de terapia direcionada é adequada. - Cetixumabe e Panitumumabe – Mabs Contra EGFR – CCR avançado: se mutado em KRAS não indica terapia. - Erlotinine e Gefitinibe – RTK de EGFR – Pulmão avançado: se mutado em KRAS não indica terapia. Receptor de estrógeno e receptor de testosterona: - Tipo de câncer: câncer de mama. - Tecido analisado: tumor. - Como é usado: para determinar se o tratamento com terapia hormonal e algumas terapias direcionadas são apropriadas. ALK - Analise de Rearranjo e Superexpressão: - Para pessoas que não respondem a EGFR. - Codifica a proteína da cinase de linfoma anaplásico. - Tipo de linfoma agressivo não-Hodgkin (Comumente T) e células não pequenas de pulmão. - Amostra analisada: tumor. - Determina tratamento e prognóstico. - Se o paciente tiver translocação específica pro ALK, ele se beneficia com um tratamento com Crizotinib, um inibidor de ALK, que inibe a sua porção tirosina quinase. CD20: - Tipo de câncer: linfoma não Hodgkin. - Tecido analisado: sangue. - Como é usado: Rituximabe (molécula anti-CD20). - Expressa principalmente pelos linfócitos B. - Não é curativo. - Recidiva é comum. - Anticorpo + Toxina, moléculas radioativas e adriamicina. - Muitas terapias utilizam a indução de apoptose via o próprio anticorpo e até o anticorpo conjugado com um quimioterápico. BRAF V600E mutations: - Tipos de câncer: melanoma cutâneo e câncer colorretal. - Tecido analisado: tumor. - Como é usado: terapia alvo molecular. - Há a troca de valina por ácido glutâmico. - Efeitos iniciais muito bons. - Novas mutações emergentes. - Recorrência de tumores mais agressivos. c-kit/ CD177: - Tipos de câncer: tumor estromal gastrointestinal e melanoma da mucosa. - Tecido analisado: tumor. - Como é usado: auxilia no diagnóstico e define tratamento. - Estimulador de células tronco. PDL-1 (Ligante de Morte programada): - Tipo de câncer: câncer de pulmão de células não pequenas. - Tecido analisado: tumor. - Como é usado: Nivolumabe. - IgG que se liga a PD1 e impede ligação com PDL1 e 2. - Monoterapia em melanoma metastático e irressecável. - NSCLC. - Localmente avançado. - Metastático com progressão após o uso de platina. - Pacientes com mutação em ALK ou EGFR que progrediram pós-terapia. Principais marcadores já na clínica: - AFP (alfafetoproteína): câncer de fígado e testículo não semimatoso; marcador sorológico; serve para prognóstico, tratamento e diagnóstico. - MCA (antígeno mucoide associado ao carcinoma): pouco usado, irrelevante. - Cromagranina A: tumores neuroendócrinos. - BTA (antígeno tumoral da bexiga): pouco usado, irrelevante. - Telomerase: marcador de imortalização. - NMP22 (proteína da matriz nuclear): câncer de bexiga. - Cyfra 21.1: seguimento de células não pequenas de pulmão; - PAP (fosfatase ácida prostática): pouco usado, irrelevante. - CA 72.4: pouco usado. - B-HCG: testículo, células germinativas em geral; encontrado na urina e soro; serve para estadiamento e seguimento do paciente. - CA 125: seguimento de câncer de ovário e carninomatose. - CA 15.3: mama de homem. - CA 19.9: seguimento pâncreas. - CA 27.29: mama de mulher; seguimento. - CA 50: pouco usado. - Calcitonina: seguimento de tireoide medular. - Catepsina D: não é utilizado. - CEA (antígeno carcinoembrionário): seguimento colorretal. - c-erbB-2/HER2 (oncogene): prognóstico e resposta à terapia; mama. - LDH (desidrogenase lática): seguimento de linfoma. - K-ras: células não pequenas de pulmão; resposta ao tratamento. - NSE (Enolase Neurônio-Específica): células pequenas de pulmão. - PSA (antígeno prostático específico): próstata. - p53: síndrome de Li Fraumeni. - 2- Microglobulina: mieloma múltiplo; serve para estadiamento, prognóstico e tratamento.
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