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Conteudista: Prof. Me. Danilo Cândido Bulgo Revisão Textual: Thaís Teixeira Tardivo Stringaci Objetivo da Unidade: Despertar o pensamento crítico no cenário contemporâneo sob a perspectiva de compreender o processo que envolve o envelhecimento saudável, ativo e pautado na prática baseada em evidência e humanização. Material Teórico Material Complementar Referências Tópicos Especiais do Envelhecimento Humano Baseado em Evidência Científica Introdução Vamos iniciar nossa Unidade de estudo conceituando as mais diversas nuances que envolvem o processo de envelhecimento humano, sendo esse um processo dinâmico, irreversível e progressivo no que tange os seres vivos. Desse modo, você poderá ampliar sua visão sobre como a prática baseada em evidência gerontológica pode implicar diretamente na saúde humana. Leia os materiais complementares com o objetivo de garantir empoderamento sobre a temática estudada na Unidade. Tópicos Especiais do Envelhecimento Humano Baseado em Evidência Científica A ciência vem ganhando cada vez mais notoriedade na sociedade contemporânea, o que pode modificar positivamente todo o contexto que envolve o cuidado multidimensional que abarca a vida humana, bem como a sociedade e o território que ele habita. Nessa perspectiva, a Prática Baseada em Evidência (PBE) se destaca por mediar a integração de fatores múltiplos para buscar a melhor experiência clínica no cenário profissional, ampliando essas estratégias para qualquer área do conhecimento, incluindo o serviço social e o processo de envelhecimento humano. Porém, para se almejar e atingir uma prática de máxima precisão e qualidade técnica e científica, faz-se necessário identificar dentro da essência de sua prática profissional fatores que otimizem a eficácia e segurança para suas futuras intervenções terapêuticas. Atualmente, existem diferentes contextos capazes de potencializar a sua prática profissional. Assim, pensando na evidência científica, você poderá inserir instrumentos avaliativos, protocolos diversos, ferramentas, fomentos e estratégias já consolidadas e utilizadas no rol de 1 / 3 Material Teórico atividades que acercam as áreas de atuação do assistente social, além de evidenciar a experiência clínica adquirida nas práticas de atendimento, com o objetivo de identificar as necessidades individuais e coletivas que englobam o ser, sendo necessário identificar o sujeito como um ser biopsicossocial e espiritual, além de realizar um diagnóstico amplo e assertivo, priorizando uma avaliação eficaz dos riscos e benefícios que envolverá sua conduta. Figura 1 – Anamnese Geriátrica Fonte: Getty Images Frente a essa perspectiva previamente estudada, vale ressaltar que o assistente social precisa ter acesso e compreensão aos conceitos já designados pelo “Código de Ética e Deontologia da Profissão”. Por meio desse documento oficial, você terá acesso aos deveres, como a postura profissional deve ser pautada, o que se exige durante o exercício de sua profissão, sem causar prejuízo ao indivíduo, familiares ou equipe que estejam sob seus cuidados. Além disso, esse documento reconhece seus direitos e prerrogativas que são garantidos pelo ordenamento jurídico, respeitando as preferências, preocupações e expectativas advindas das análises e interpretações realizadas, visando as necessidades e especificidades individuais de cada sujeito e tendo como foco basal o conhecimento por parte do profissional, os fatores contextuais pessoais, sociais, culturais e ambientais do paciente. Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE Assim, com a evolução do cenário científico, novas evidências vão surgindo conforme os pesquisadores e profissionais de cada área de conhecimento buscam temáticas a serem estudadas, para assim identificar novos modelos, protocolos, ferramentas, estratégias e técnicas mais confiáveis, para elevar a qualidade dos serviços e assistência prestada. É necessário que o profissional observe de modo amplo e contínuo o indivíduo na sua totalidade, pois a elaboração de condutas específicas proporcionará maior compreensão de quem será atendido. Leitura Código de Ética do/a Assistente Social – Lei 8662/93 O Código de Ética profissional do Serviço Social não interpreta somente os aspectos normativos e deveres profissionais, mas também valores que identificam o projeto societário defendido pela categoria profissional em cada tempo. http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_CFESS-SITE.pdf Quando você pensar no termo prática baseada em evidência científica, é fundamental saber que ele surgiu em meados da década de 1990 e se estrutura em uma combinação composta por um tripé: Figura 2 – Tripé Básico da Evidência Científica Nesse momento, você já pôde perceber a relevância da prática baseada em evidência para sua carreira e na conduta com o envelhecimento humano. Tal demanda se torna fundamental, pois garante subsídios basais para atender esse grupo populacional. Em consonância ao estudado até o momento, para ampliar sua visão, vamos ainda identificar a importância da assistência pautada no modelo humanizado e não humanizado. A experiência da pessoa (incluindo suas preferências); Melhor evidência científica disponibilizada; Experiência profissional (habilidade para melhor definição de tratamento visado às especificidades de cada paciente). Atualmente, o enfoque dos atendimentos em saúde, é baseado na humanização, pois ela abarca a atenção global e total do ser humano, do seu núcleo familiar e dos quesitos básicos que constituem a vida humana. Por meio de ações individuais e coletivas e com auxílio de equipes multidisciplinares, essa abordagem é mais facilitada. A cada dia discussões surgem sobre a relevância dos aspectos que envolvem a prática humanizada em saúde, além de como a prática baseada em evidência pode auxiliar no tratamento das pessoas, incluindo o idoso. Dessa forma, o tratamento deve estar associado à abordagem biopsicossocial e espiritual, atendendo as mais variadas demandas advindas do sujeito. Vamos identificar no Quadro 1 alguns fatores indispensáveis sobre a humanização e a não humanização em saúde. Quadro 1 – Fatores indispensáveis sobre a humanização e a não humanização em saúde Modelo Humanizado/Biopsicossocial e Espiritual Modelo não Humanizado/Bioméd Aborda o indivíduo e a família de maneira individualizada e multidimensional; Proporciona uma visão diferenciada e baseada no acolhimento e empatia; Cumprimenta, chama pelo nome, olha nos olhos e escuta o paciente com atenção; Tratamento apático entre pacient familiares; Abordagem generalista com base quadro geral ou diagnóstico, foca exclusivamente na patologia e nã focando no estado biopsicossocia espiritual; Desconsidera e ignora os medos, desejos, opiniões e crenças dos pacientes e seus familiares; Modelo Humanizado/Biopsicossocial e Espiritual Modelo não Humanizado/Bioméd Demonstra confiança, segurança e apoio para que o paciente compreenda o que será proposto; O profissional é acessível; Respeita as singularidades, intimidade, crenças e desejos do paciente e familiar; Possibilita informações transparentes e proativas quanto ao quadro geral e os resultados obtidos, sempre levando em consideração o estado emocional dos pacientes e familiares; Trata com dignidade o paciente, cuidador e também os familiares; Garante procedimentos que vão de encontro às necessidades do tratamento; Valoriza atenção primária (promoção da saúde); Foca exclusivamente no diagnóstico/tratamento/procedim sem considerar as emoções do paciente; Tem postura de superioridade, menosprezando paciente e sua fam ou inibindo suas dúvidas; Fala da situação do paciente como ele não estivesse naquele moment próximo de você profissional; Possibilita informações muito técnicas ou pouco esclarecedoras lembre-se de ser acessível, cada pessoa possui um grau de inform e compreensão; Sistêmico, engessado e possui vis singular; Puramente curativo, fragmentado promoção da saúde e a prevenção são prioridades; Anamnese ou atendimento rápido sem interesse em ouvir o paciente familiares; Não valoriza a prática baseada em evidência; Dificuldade de trabalhar em equip (centrado na medicina) Define “saúde” como ausência de doença, dor ou defeito. Você percebeu quão limitado e enfraquecido é o modelo biomédico e não humanizado no que tange à atenção em saúde? Nessa perspectiva, a ênfase da conduta profissional deverá ser pautada no modelo biopsicossocial, visto que ele possui em seus pilares o que existe de mais moderno e conceitual na esfera humana, pois identifica o ser humano na sua integralidade. Modelo Humanizado/Biopsicossocial e Espiritual Modelo não Humanizado/Bioméd Prioriza o atendimento biopsicossocial e espiritual, além de possuir conhecimento associado à prática baseada em evidência; Define “saúde” como o completo estado de bem- estar físico, mental e social, incluindo os aspectos espirituais. Concentra-se na patologia, bioquímica e fisiologia ao estudar doença, sem considerar aspectos sociais ou de subjetividade. Importante! A Organização Mundial de Saúde classifica saúde como sendo o estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas com a ausência de doença ou enfermidade, mas incluindo a espiritualidade Figura 3 – Modelo biopsicossocial e espiritual nesse contexto. A percepção dessa terminologia abarca analisar a estrutura corporal, a mente e o contexto social onde o indivíduo está inserido para compreender abrangentemente o estado de saúde. A atenção integral tem a intenção de identificar e classificar os indivíduos, viabilizando enxergar desde a fase de prevenção (atenção primária) quanto a reabilitação em saúde (atenção terciária), o que implica diretamente no processo de tratamento da patologia, identificando atendimento por uma equipe de saúde multiprofissional composta por diferentes profissionais e que trabalhem baseados nos aspectos biológicos, psicológicos, sociais e espirituais que influenciam a vida de um paciente, núcleo familiar e rede social de suporte. Figura 4 – Humanização na prática clínica Fonte: Getty Images Como qualquer outro profissional atuante na saúde, o assistente social deve possuir o conhecimento científico, além da sensibilidade quanto à questão dos conceitos que envolvem os aspectos e atenção em humanização à saúde, visando o reconhecimento do ser humano na sua integridade e singularidade e tendo a consciência do seu papel frente ao aspecto de saúde e doença. O atendimento humanizado, pode possibilitar melhores condições aos usuários, e, assim, o profissional poderá planejar abordagens a curto, médio e longo prazo para auxiliar na saúde do indivíduo. Lembre-se que o modelo não humanizado ainda existe em diversos pilares do cenário de saúde, porém, vale destacar que esse não é o modelo adequado na condução com o paciente. Esse modelo não contempla o ser humano na sua totalidade e deixa lacunas críticas na assistência. Nessa perspectiva, é fundamental conhecer o processo saúde-doença, que implicará diretamente na vida da pessoa idosa. Esse processo se destaca por ser uma expressão utilizada para referenciar todas as variáveis que englobam o ciclo entre a saúde e a doença que acomete o sujeito ou população, e ainda considera que ambas estão integradas e são consequência dos mesmos fatores. De acordo com esse conceito, a determinação do estado de saúde de uma pessoa é um processo complexo que envolve múltiplos fatores, como pode ser visto na Figura 5. Figura 5 – Processo de saúde e doença Importante! O processo de saúde e doença, em síntese, estuda esses elementos na sociedade, analisando a distribuição populacional e os fatores determinantes do risco de doenças, agravos e eventos associados à saúde, propondo medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação de enfermidades, danos ou problemas de saúde e de Contudo, se um indivíduo necessitar de qualquer tipo de assistência em saúde, deletério de um processo de saúde-doença e/ou para prevenção, ele poderá ser direcionado aos níveis de atenção que permeiam a saúde humana. Esse modelo de organização nacional adota os conceitos preestabelecidos pela classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que determina três diferentes níveis de atenção à saúde: o primário, o secundário e o terciário. Essa tríade de níveis enfatiza o atendimento ao paciente de acordo com a complexidade necessária para cada particularidade demandada pelo indivíduo. A seguir vamos identificar os níveis de atenção que podem implicar diretamente na busca por assistência que envolve a saúde do indivíduo. proteção, promoção ou recuperação da saúde individual e coletiva, produzindo informação e conhecimento para apoiar a tomada de decisão no planejamento, na administração e na avaliação de sistemas, programas, serviços e ações de saúde. Nível Primário: nesse nível de atenção, a porta de entrada são as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), que possuem o papel de promover políticas que são voltadas para promoção, prevenção da saúde humana e redução de risco de doenças no âmbito individual e coletivo. Destaca-se que nessa etapa são fortemente disseminadas campanhas de conscientização, palestras educativas, grupos de saúde, dentre outros fomentos que visam incentivar a população a ter domínio sobre sua saúde. Nesse momento, não se demanda tecnologias avançadas; Nível Secundário: quando se fala nesse nível, a atenção à saúde está focada em maior parte nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), os hospitais e outras unidades de atendimento especializado ou de média complexidade. Nesses espaços, geralmente são realizados procedimentos de cunho interventivo, tratamento de situações crônicas e de doenças agudas. No que tange à demanda tecnológica, os equipamentos são mais modernos e mais precisos. A expectativa na atenção é que os casos recebidos no nível secundário, encaminhados pelo nível primário, possam ser Figura 6 – Níveis de atenção Perceba que a pessoa idosa, ao necessitar de serviços de assistência, pode estar em qualquer nível de atenção e desse modo, a equipe multiprofissional irá demandar assistência baseada na atendidos satisfatoriamente por meio do trabalho dos profissionais e da utilização dos equipamentos que compõem essa etapa de atenção. Na assistência à saúde prestada aos usuários no nível secundário, também estão presentes os serviços de urgência e emergência; Nível Terciário: demanda-se uma atenção mais especializada e com hospitais de grande porte (alta complexidade). Nessas instituições, os tratamentos são mais invasivos, e geralmente a saúde do indivíduo está mais agravada e com risco maior de complicações à saúde. A demanda é altamente tecnológica e com valores altos. Nessa etapa, o paciente, provavelmente, já passou pelos níveis primário e secundário, fato que pode indicar condições patológicas mais graves. necessidade individual do idoso, assim, é necessário um olhar multidimensional e priorizado no que tange a particularidade do ser, e nesse sentido a assistência pautada na humanização, acolhimento e olhar biopsicossocial, poderá interferir na qualidade de vida do paciente. Bem-estar, Qualidade de Vida, Assistência e Atenção em Saúde, Envelhecimento Ativo e Humanização na Prática do Cuidar O envelhecimento humano é um fenômeno crescente mundo afora. Desse modo, faz-se necessário pensar em estratégias diversas que possibilitem o envelhecer enfatizando que a pessoa idosa deve ter qualidade de vida e ser o mais ativo possível, priorizando o convívio social, acesso aos serviços de saúde, lazer, educação, oportunidades de trabalho, aposentadoria, cultura, dentre outras necessidades basais para vida humana. Nessa concepção, quando se fala em qualidade de vida, esse termo pode ser amplamente definido na literatura por estabelecer conceitos relacionados ao bem-estar biopsicossocial e espiritual dos indivíduos. Ademais, Minayo e Coimbra (2010, p.10) definem tal terminologia como: “Uma noção eminentemente humana, que tem sido aproximada ao grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambiental e à própria estética existencial. Pressupõe a capacidade de efetuar uma síntese cultural de todos os elementos que determinada sociedade considera seu padrão de conforto e bem-estar. O termo abrange muitos significados, que refletem conhecimentos, experiências e valores de indivíduos e coletividades que a ele se reportam em variadas épocas, espaços e histórias diferentes, sendo, portanto, uma construção social com a marca da relatividade cultural.” De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o termo qualidade de vida é “a percepção do indivíduo de sua inserção na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações” (BRASIL, 2013, n. p.), envolvendo o bem-estar espiritual, físico, mental, psicológico e emocional, além dos vínculos sociais, como família e amigos, e também saúde, educação, habitação, saneamento básico e outras circunstâncias da vida. Qualidade de vida e saúde são termos indissociáveis, uma vez que a saúde colabora para melhorar a qualidade de vida das pessoas, que é essencial para que um indivíduo ou comunidade tenha saúde. Figura 7 – Bem-estar geriátrico Fonte: Getty Images Assim, vale destacar que o perfil da pessoa idosa vem ganhando ainda mais destaque e transformações com a evolução vivenciada nas últimas décadas a nível mundial, sendo inseridos em uma sociedade contemporânea e globalizada, que se reformula rapidamente e é dinâmica e altamente tecnológica. Os determinantes e condicionantes que envolvem o processo saúde- doença são multifatoriais e complexos. Nessa contextualização, saúde e doença também possuem relação direta com os fatores socioculturais, a experiência pessoal e o estilo de vida que o idoso possui no cenário atual. Frente às mais diferentes abordagens que abarcam o cuidar geriátrico, a melhoria da qualidade de vida envolve a ampliação das políticas públicas na área da promoção da saúde e da prevenção de doenças, além das possibilidades advindas do avanço da tecnologia, da área da saúde e das práticas baseadas em evidência. Importante! Minayo e Coimbra (2010, p. 14) destacam que “o envelhecimento não é um processo homogêneo, cada pessoa vivencia essa fase da vida de uma forma, considerando sua história particular e todos os aspectos estruturais (classe, gênero e etnia) a eles relacionados, como saúde, educação e condições econômicas”. A boa qualidade de vida na fase geriátrica está relacionada à capacidade funcional, que se relaciona com a autonomia, idade, classe social, renda, escolaridade, condições de saúde, cognição, ambiente e história de vida. Quanto mais ativo o idoso for, maiores as chances de ele ter bem-estar e qualidade de vida elevados. Desse modo, é necessário que você, enquanto profissional, pense na pessoa idosa de modo global, sendo prudente nas buscas constantes por novos subsídios que favoreçam o sujeito frente às necessidades advindas com o avançar da idade. É importante buscar soluções multiprofissionais que vão no sentido de desmistificar a incapacidade depositada socialmente na fase de envelhecimento humano, visto que a maioria da população os enxerga como seres frágeis. Isso se torna um grande desafio, que tende a proporcionar uma atuação transformadora na construção da história desse grupo populacional, visto que o envelhecimento é uma fase típica por possuir características tanto positivas como limitadoras. Assim, justifica-se a necessidade de se discutir estratégias que influenciam a inserção desse grupo populacional na sociedade contemporânea para que se estabeleçam respaldos mais equitativos. De tal modo, pode-se favorecer a promoção do senso de justiça social e minimização dos efeitos de iniquidades e as exclusões sociais sofridas pela pessoa idosa frente ao processo do envelhecimento. Pensando no bem-estar como demandas múltiplas, individuais e coletivas, é interessante que a pessoa idosa esteja inserida no sistema educacional, de trabalho, nos meios de lazer, na prática de atividades físicas e com acesso à cultura, pois pode corroborar positivamente na promoção da saúde desses indivíduos. Clique no botão para visualizar. ACESSE Figura 8 – Atividade Física na Terceira Idade Fonte: Getty Images Vídeo 3° Painel "A Velhice em Pauta" Saúde e Bem-estar Assista a uma palestra interessante sobre qualidade de vida na terceira idade. https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=1gCjW4MyKXI Vale destacar que, no cenário atual, a tecnologia digital permeia a vida do idoso, pois eles estão inseridos no mundo globalizado. Porém, a pessoa idosa tradicionalmente possui menor adesão e adaptação frente às novas tecnologias que vão surgindo com o avançar da globalização se comparado ao público mais jovem. Por outro lado, a disseminação dos meios tecnológicos permitiu a modificação do contexto social existente. Essa tecnologia se tornou acessível para grande parte da população, abrangendo também a população idosa, que tem se inserido gradativamente nessa nova perspectiva. Vídeo Inclusão Digital de Idosos Cresce Cada Vez Mais no País Assista ao vídeo e perceba o crescimento da relação gerontecnológica. Inclusão digital de idosos cresce cada vez mais no país https://www.youtube.com/watch?v=DEl-V6tdP8k Figura 9 – Tecnologia e a pessoa idosa Fonte: Getty Images O aumento do contato que os indivíduos idosos possuem frente às ferramentas digitais resulta em muitos casos de medo de serem excluídos socialmente por não estarem inseridos nesse avanço tecnológico. Alguns fatores que auxiliam para o aumento da aproximação do idoso e da tecnologia são: a curiosidade, a consideração da importância das tecnologias no cotidiano dos seres na atualidade, a aproximação das relações sociais e familiares, o estímulo ao ensino e aprendizagem, ao trabalho, ao lazer, ao passatempo etc. A inclusão da pessoa idosa nas demandas tecnológicas digitais pode facilitar a disseminação de práticas que potencializem sua qualidade de vida. Prensky (2001), em seus estudos, aponta que esse grupo populacional pertence à categoria denominada como imigrantes digitais, ou seja, pessoas que nasceram em um mundo analógico e que hoje vivem em um cenário digital. Já os nativos digitais são aqueles indivíduos nascidos no cenário tecnológico e que convivem bem nessa perspectiva, pois desde seu nascimento possuem relação próxima com tais fomentos. Conceituando os idosos no cenário da tecnologia digital, surge um termo denominado “gerontecnologia” que pode ser definido como uma área interdisciplinar de pesquisa e aplicação que envolve dois campos do saber – a gerontologia e a tecnologia –, relacionando diretamente a evolução dos cenários diversos que abarca a pessoa idosa aos meios digitais e tecnológicos. Ao utilizar tecnologias, a literatura destaca que a pessoa idosa poderá elevar a promoção da autonomia e melhora na autoestima, quesitos indispensáveis para a qualidade de vida. Porém, mesmo com os avanços e acessos vivenciados por esse grupo populacional, é necessário propor diferentes alternativas que apontem a inclusão da pessoa idosa no mundo tecnológico de Importante! O uso da tecnologia digital, associada aos dispositivos como computadores e celulares, poderá proporcionar ao sujeito idoso melhora na autoestima, na habilidade mental, na troca entre os pares, na autoconfiança, no acesso às informações diversas e até mesmo no aspecto de recreação. maneira que se sintam pertencentes a ele, e não mais excluídos, evitando assim o fenômeno de infoexclusão. Vygotsky (1984) destaca que o sujeito idoso, mesmo com funções cognitivas (pensamento, memórias, percepção e atenção) biologicamente modificados pelo processo natural do envelhecimento, poderá construir novos saberes, aprendizagem e conhecimentos. De tal modo, os profissionais terão como objetivo trabalhar em prol de estimular positivamente tais demandas. Quando se fala em saúde aplicada à qualidade de vida na fase do envelhecimento humano, muitas vezes ela pode ser afetada de maneira negativa, ou seja, o surgimento de uma doença debilitante e que ameace a continuidade da vida do sujeito. Nesses casos, o indivíduo pode ser encaminhado para os cuidados paliativos. Desse modo, vamos conceituar a seguir a paliatividade. Fundamentos Básicos dos Cuidados Paliativos A prática paliativa surge como uma das estratégias mais avançadas no cenário contemporâneo de saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os cuidados paliativos se destacam como uma abordagem e assistência promovida por uma equipe multidisciplinar composta por médico, fisioterapeutas, dentista, nutricionista, enfermeiro, assistente social, psicólogo, fonoaudiólogo, capelania, dentre outros profissionais, que têm como objetivo principal a busca por melhorias da qualidade de vida e também da qualidade de morte do paciente e de seus familiares, frente a uma doença que ameace a vida humana, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais. Importante! A prática dos cuidados paliativos teve início oficialmente na década de A prática paliativa deve ser iniciada o mais precocemente possível e pode estar relacionada ao tratamento com a finalidade de auxiliar no manejo dos sintomas desgastantes ao indivíduo e de difícil controle, atendendo na melhora das condições clínicas do paciente. Conforme o avançar da doença flui na vida da pessoa, mesmo em vigência do tratamento com intenção curativa, a abordagem paliativa deve ser ampliada, possibilitando também cuidar dos aspectos psicossociais e espirituais. Na fase terminal de uma doença, em que o paciente possui pouco tempo de vida, a paliatividade se torna prioritária para garantir qualidade de vida, conforto e dignidade. Qualquer indivíduo diagnosticado com alguma doença que ameace a continuidade de sua vida pode ser encaminhado para os cuidados paliativos a fim de minimizar sintomas que diminuíram a qualidade de vida. Não existe idade para encaminhamento dessa prática. Lembre-se 1960, no Reino Unido, pela médica, enfermeira e assistente social Cicely Saunders. Seu trabalho internacionalmente reconhecido inicia o movimento dos cuidados paliativos, que inclui a assistência, o ensino e a pesquisa. A criação do St. Christopher’s Hospice, em Londres, em 1967, é um marco nessa trajetória. Nesse modelo de cuidar, Cicely priorizava a humanização e o lema “frente a uma doença ameaçadora da vida, troque a frase ‘não existe mais nada para fazer’ por ‘existe muito para se fazer para esse paciente’”. que cada profissional da equipe de saúde tem seu papel na demanda de cuidado e assistência. Figura 10 – Humanização na prática paliativa Fonte: Getty Images Vídeo A Morte é um Dia que Vale a Pena Viver Seguindo as definições estipuladas pela OMS em relação aos cuidados paliativos, Byock (2009) aponta outros princípios que fazem parte da conceituação terapêutica paliativa, sendo eles: No cenário nacional, temos muitas referências de profissionais que atuam com cuidados paliativos, com destaque para a médica geriatra e paliativista Ana Claudia Quintana Arantes. Assista ao vídeo “A morte é um dia que vale a pena viver” e compreenda ainda mais sobre o que é atuar com cuidados paliativos. A morte é um dia que vale a pena viver | Ana Claudia Quintana Ara… Deve-se enxergar a morte como um processo natural que atingirá todos os seres vivos; Qualidade de vida/morte é um dos principais objetivos clínicos; https://www.youtube.com/watch?v=ep354ZXKBEs Os cuidados paliativos não visam antecipar a morte, e nem prologam o processo de morrer; A paliatividade tem relação com a ortotanásia, que é o processo natural de morrer; O núcleo familiar, bem como os cuidadores, deve ser amparado desde o início do diagnóstico até o momento de enlutamento; A família pode recusar o tratamento paliativo, sendo um dever da equipe respeitar tal decisão; Na prática paliativa não se prioriza a cura, pois com o avançar da doença em seu ciclo natural, tais terapias vão ficando em vão, o que pode sobrecarregar a saúde psicofísica e social do paciente; Paciente e familiares formam a unidade de cuidados, ou seja, juntos podem seguir dentro do protocolo, amenizando as possíveis angústias e adversidades advindas do tratamento; O controle de sintomas angustiantes e desgastantes é um foco fundamental da assistência prestada pela equipe multiprofissional. Os sintomas devem ser cotidianamente avaliados e efetivamente manejados; As decisões sobre os tratamentos que o paciente for submetido devem ser realizadas em consonância com os preceitos ética. Pacientes e familiares possuem o direito a informações reais acerca de sua condição e devem, ainda, ter acesso às múltiplas opções de tratamento. As decisões devem ser tomadas de maneira compartilhada, respeitando-se valores étnicos e culturais da unidade de cuidado; Cuidados paliativos devem ser realizados por uma equipe ampla em saúde, pois desse modo família e pacientes são assistidos na sua totalidade; Cuidados paliativos não se resumem exclusivamente ao câncer; HIV, Alzheimer, Parkinson, esclerose múltipla, doenças cardiovasculares, dentre outras, são consideradas paliativas; Os profissionais devem buscar sempre pela autonomia, dignidade e independência do indivíduo, pois esses são aspectos fundamentais. Outro aspecto indispensável é a comunicação, pautada na A atenção é um ponto primordial centrada na dignidade humana, dando ênfase na solidariedade e troca de experiências entre o paciente e o profissional da saúde, em atitude que resulta numa “compaixão afetiva”; A experiência do adoecimento deve ser compreendida de uma maneira global e, portanto, os aspectos espirituais também são incorporados na promoção do cuidado; A assistência não se encerra com a morte do paciente, mas se estende no apoio ao luto da família, pelo período que for necessário. A abordagem psicológica pode minimizar as fases do luto e levar conforto aos familiares/cuidadores; Importante! Vamos definir bem alguns conceitos para que fique claro que a prática paliativa não visa antecipar ou prolongar a morte. Eutanásia: pode ser definida como o ato de “antecipar a morte”; Distanásia: considerada a “morte lenta, com sofrimento”; Ortotanásia: representa a “morte natural, sem antecipação ou prolongamento”. Assim, esse conceito está totalmente relacionado à prática paliativa. perspectiva aberta, direta e ativa, especialmente com notícias difíceis, pois pode se elevar o processo de confiança e vínculo com o paciente e a família. A Mulher que Decidiu Enfrentar um Câncer Terminal sem Tratamento Vídeos Vamos assistir a um caso real de uma idosa que optou por encarar seu processo de saúde-doença na perspectiva paliativa. Preste atenção na realidade de uma paciente oncológica e como ela passa a encarar de forma real sua condição. A mulher que decidiu enfrentar um câncer terminal sem tratamento https://www.youtube.com/watch?v=ro248LafNrQ A Mulher que Teve uma Boa Morte Ainda, destaca-se alguns preceitos que devem ser realizados na concepção paliativa: A mulher que teve uma boa morte Controle impecável da dor e outros sintomas angustiantes para o paciente e familiar, seja de ordem física ou psicossocial; Abordagem totalmente relacionada aos aspectos biopsicossociais e espirituais; Conforto, relaxamento e cuidados baseados em uma visão holística; Prevenção de agravos e incapacidades que podem limitar os aspectos e especificidades dos indivíduos; Promoção da independência e autonomia; Manutenção de atividades de vida diária que são significativas para o doente; https://www.youtube.com/watch?v=b8dPnIVajNs Ativação de recursos emocionais e sociais de enfrentamento do processo de adoecimento e fim de vida; Priorizar acesso do doente por meio de uma rede de suporte social (amigos e familiares); Apoio global e orientação à família e cuidadores; Os cuidados paliativos podem ser prestados em unidades de cuidados específicos, hospitais, clínicas, domicílio, instituições de longa permanência, enfermarias, dentre outros espaços de saúde; Estar próximo, ter visão humanizada, acolhedora, sincera e que viabilize as reais necessidades do doente. Vídeo O Serviço Social na Equipe de Cuidados Paliativos em Tempos de Pandemia #PraFalarDeLei Você sabia que o assistente social possui um papel fundamental dentro dos cuidados paliativos? Assista ao vídeo para saber mais. O Serviço Social na Equipe de Cuidados Paliativos em Tempos de … https://www.youtube.com/watch?v=oENh_3jwa_c Chegamos ao final da nossa Unidade de estudo. Perceba a grandeza das possibilidades de temas que estão envolvidos frente ao processo de envelhecimento humano e faça sempre a relação entre sua futura profissão e as mais variadas demandas existentes no cenário contemporâneo do cuidar. Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos Aula 1: A Importância de Aprender e Ensinar Cuidados Paliativos – Campanha de CP da Casa do Cuidar 2 / 3 Material Complementar Aula 1: A importância de aprender e ensinar Cuidados Paliativos - … https://www.youtube.com/watch?v=TISz8W4HPFs Conversa sobre a Morte Etapas do Luto – Psicologia – Casule Saúde e Bem-estar Conversa Sobre a Morte Etapas do Luto • Psicologia • Casule Saúde e Bem-estar https://www.youtube.com/watch?v=h1BpOblvVv4 https://www.youtube.com/watch?v=i0RhSf3XfAQ Leitura Manual de Cuidados Paliativos ANCP Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE Cuidados Paliativos: O Papel do Assistente Social na Equipe Multiprofissional Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE A Atuação do Serviço Social junto a Pacientes Terminais: Breves Considerações Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE http://biblioteca.cofen.gov.br/wp-content/uploads/2017/05/Manual-de-cuidados-paliativos-ANCP.pdf https://revistas.uneb.br/index.php/scientia/article/view/8785/6375 https://www.scielo.br/j/sssoc/a/x3QsGQBwN4Mzc8NQQv46HSQ/?lang=pt BRASIL. Ministério da Saúde. Qualidade de vida em 5 passos. Biblioteca Virtual em Saúde, 2013. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/260_qualidade_de_vida.html>. Acesso em: 17/01/2022. BYOCK, I. Principles of Palliative Medicine. In: WALSH, D. et al. Palliative Medicine. Philadelphia, USA: Saunders Elsevier, 2009. p. 33-41. MINAYO, M. C. D. S.; COIMBRA, C. E. A. J. Entre a liberdade e a dependência: reflexões sobre o fenômeno social do envelhecimento. 2. ed. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2010. PRENSKY, M. Nativos Digitais, Imigrantes Digitais. Colégio Nova Geração, 2001. Disponível em: <https://colegiongeracao.com.br/novageracao/2_intencoes/nativos.pdf>. Acesso em: 15/11/2021. VYGOTSKY, L. S. A pré-história da linguagem escrita. 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