Buscar

Reanimação neonatal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

 Natalia Quintino Dias 
 
Reanimação neonatal 
Segundo a SBP, ao nascimento, 1 em cada 10 RNs 
necessita de ajuda para iniciar a respiração efetiva. 
A necessidade de procedimentos de reanimação 
será maior quanto menor for a Idade Gestacional 
(IG) e/ou o peso ao nascer. 
Uma série de fatores de risco pré-natais 
relacionados ao parto associa-se à necessidade de 
reanimação neonatal. 
A mortalidade neonatal precoce – primeiros 7 dias 
de vida – associada à asfixia perinatal em RNs de 
baixo risco, ou seja, com peso ao nascer acima de 
2.500 g e sem malformações congênitas, é elevada 
em nosso meio. Um estudo feito pelo Programa de 
Reanimação Neonatal mostrou que, entre 2005 e 
2010 no Brasil, ocorreram, por dia, de cinco a seis 
mortes precoces de RNs. 
Atendimento na sala de parto 
Escore de Apgar 
É um método para avaliar o RN na sala de parto, 
com base em sinais de fácil determinação – no 1º, 
5º e 10º minutos de vida. E não deve ser parâmetro 
para decidir iniciar as manobras de reanimação. 
O valor do 1º minuto orienta quanto ao 
prognóstico da criança, e o do 5º quanto à 
intensidade de qualquer agravo sofrido pelo RN. A 
avaliação deve ser repetida a cada 5 min até o 20º 
min, caso se mantenha < 7. 
• 0-3: dificuldade grave; 
• 4-6: dificuldade moderada; 
• 7: dificuldade leve; 
• 8-10: bebê nasceu em ótimas condições. 
O escore de Apgar, atualmente, serve para avaliar 
a resposta às manobras e não é utilizado para 
indicar a reanimação. 
 Natalia Quintino Dias 
 
Reanimação neonatal em sala de parto 
A ventilação com pressão positiva (VPP) é o passo 
mais importante para reanimações bem-
sucedidas. 
Epidemiologia 
• 1 em 10 RNs: necessita de ajuda para iniciar 
respiração efetiva; 
• 1 em 100: intubação; 
• 1 em 1.000: intubação, massagem e medicações. 
Preparo da sala de parto 
Identificação de fatores de risco: Quando, na 
anamnese, se identificam fatores de risco 
perinatais, podem ser necessários de dois a três 
profissionais treinados e capacitados a reanimar o 
RN de maneira rápida e efetiva. Desse grupo, pelo 
menos um médico deve estar apto a intubar e 
indicar massagem cardíaca e medicações (em 
parto prematuro – deve-se ter um pediatra). 
Antes do nascimento, deve-se providenciar todo o 
material necessário a qualquer necessidade de 
reanimação, e a temperatura da sala deve ser 
mantida entre 23 e 26 °C. 
A hipotermia na admissão no berçário é fator de 
risco independente para mortalidade e também 
está associada ao aumento do risco de: 
• Hemorragia intracraniana; 
• Problemas respiratórios; 
• Hipoglicemia; 
• Sepse neonatal de início tardio. 
Em RNs não asfíxicos, a temperatura deve ser 
mantida entre 36,5 e 37,5 °C. 
Materiais necessários à reanimação 
• Fonte de calor radiante; 
• Touca; 
• Plástico; 
• Mesa de reanimação com acesso por três lados; 
• Fonte de oxigênio umidificado e ar comprimido, 
preferencialmente com fluxômetros; 
• Aspirador a vácuo; 
• Relógio com marcação de segundos; 
• Termômetro digital para temperatura ambiente; 
• Sondas traqueais; 
• Estetoscópio; 
• Oxímetro de pulso; 
• Monitor cardíaco de três pontas; 
• Capnógrafo; 
• Adaptador para a aspiração de mecônio; 
• Balão autoinflável – volume máximo de 750 mL, 
reservatório de O2 e válvula de escape com limite 
de 30 a 40 cmH2O e, ou manômetro; 
• Ventilador mecânico neonatal manual “em T”; 
• Blender para mistura de oxigênio e ar; 
• Máscaras para RNs a termo e pré-termo; 
• Laringoscópio; 
• Cânulas traqueais; 
• Tensoplast® para a fixação da cânula e Coban® 
escuro para a fixação do oxímetro; 
• Seringas e agulhas; 
• Água destilada; 
• Luvas e gazes estéreis; 
• Tesoura e clampeador de cordão umbilical; 
• Lâmina de bisturi; 
• Cateter umbilical; 
• Fios ou cadarço umbilical; 
• Drogas: adrenalina e expansores de volume. 
Protocolo de reanimação 
Existem três perguntas fundamentais para o 
protocolo: 
• O RN é a termo? 
• Está respirando ou chorando? 
• Tem bom tônus muscular? 
Se a resposta for “sim” para todas as perguntas, há 
boa vitalidade do RN e não há necessidade de 
intervenção e permite-se que sejam adotadas 
algumas práticas ainda na sala de parto: 
clampeamento tardio do cordão umbilical, entre 1 
e 3 minutos após o nascimento, contato pele a pele 
imediato e contínuo entre mãe e RN e início 
precoce do aleitamento materno exclusivo. 
Diante da resposta “não” a pelo menos uma das 
três perguntas iniciais, o RN deve ser conduzido 
para a mesa de reanimação – deve ser executado 
em até 30 segundos. 
Clampeamento tardio do cordão: Estudos mostram 
que o clampeamento tardio do cordão é benéfico 
com relação aos índices hematológicos na idade de 
3 a 6 meses, embora possa elevar a necessidade de 
fototerapia por hiperbilirrubinemia indireta na 
primeira semana de vida. 
- Benefícios: • Menos hemorragia intraventricular; 
• Maiores níveis pressóricos; • Maior volume 
sanguíneo; • Menor necessidade de transfusão; • 
Menos enterocolite necrosante. 
Recomenda-se o clampeamento imediato do 
cordão: se a circulação placentária não estiver 
 Natalia Quintino Dias 
 
intacta, se houve descolamento prematuro de 
placenta, placenta prévia ou rotura ou prolapso ou 
nó verdadeiro de cordão, ou se o RN com 34 ou 
mais semanas não iniciar a respiração ou não 
mostrar tônus muscular em flexão.
Medidas iniciais de estabilização 
• Aquecer, colocando o RN sob fonte de calor; 
• Posicionar a cabeça; 
• Aspirar as vias aéreas se houver excesso de 
secreções; aspirar delicadamente primeiramente a 
boca, depois as narinas; Secar; 
• Reposicionar. 
 Natalia Quintino Dias 
 
Simultaneamente, devem-se avaliar a respiração e 
a FC (principal determinante para indicar a 
reanimação). O primeiro passo é manter a 
temperatura corpórea. Deve-se preaquecer a sala 
de parto em temperatura ambiente de 23 a 26 °C. 
Depois, é preciso manter a temperatura corpórea 
de todo prematuro com menos de 34 semanas 
com touca e saco plástico. 
Caso o RN seja pré-termo ou não tenha vitalidade 
adequada ao nascer, independentemente da IG, 
precisa ser conduzido à mesa de reanimação, 
sendo iniciada sua avaliação com a manutenção da 
permeabilidade das vias aéreas, posicionando a 
cabeça de forma correta, com leve extensão do 
pescoço. 
 
O oxímetro deve ser colocado no membro superior 
direito, na região do pulso radial no momento de 
iniciar a VPP. 
Administração de oxigênio 
Os métodos de avaliação da FC nos primeiros 
minutos de vida incluem a ausculta do precórdio 
com estetoscópio, a detecção do sinal de pulso 
pela oximetria e a atividade elétrica do coração 
pelo monitor cardíaco. 
A FC = ausculta durante 6 segundos x 10 = bpm. 
Os RNs com IG maior que 34 semanas com 
necessidade de ventilação com pressão positiva 
(VPP), como os RNs com apneia, respiração 
irregular e, ou FC menor que 100 bpm, devem 
recebê-la inicialmente com ar ambiente. 
O RN deve ser monitorizado com monitor cardíaco 
e oxímetro de pulso a todo momento. 
RN não melhora após 30 segundos de VPP OU 
níveis de saturação inferiores ao desejado -> 
realizar a VPP com O2 suplementar por meio do 
uso do Blender OU caso não haja Blender -> a FiO2 
fornecida deve ser de 100%. 
RNs com IG < 34 semanas que necessitem de VPP: 
deve ser iniciada com FiO2 de 30%, fornecida por 
meio de um Blender OU caso não tenha Blender -> 
iniciar com ar ambiente, e se após 30s não houver 
melhora -> VPP com FiO2 a 100%. O ajuste da FiO2 
fornecida deve ser sempre realizado avaliando-se a 
saturação. 
O emprego da VPP com balão autoinflável e 
máscara é feito na frequência de 40 a 60 
movimentos/minuto (prática “aperta/solta/solta”). 
A pressão a ser aplicada deve ser individualizada 
para que o RN alcance e mantenha FC maior que 
100 bpm. De modo geral, deve-se iniciar com 
pressão inspiratória de aproximadamente 20 
cmH2O. 
Ventilador mecânico manual em “T”: dispositivocontrolado a fluxo e limitado a pressão, que 
permite administrar pressão inspiratória e PEEP 
constantes, ajustáveis de acordo com a resposta 
clínica. 
• deve-se fixar o fluxo gasoso em 5 a 15 L/min; 
• limitar a pressão máxima do circuito em 30 a 
40 cmH2O; 
• O, selecionar a pressão inspiratória a ser 
aplicada em cada ventilação – em geral de 
cerca de 20 a 25 cmH2O; 
• ajustar a PEEP entre 5 a 7cmH2O. 
Após as cinco primeiras ventilações, reajusta-se a 
pressão inspiratória, de modo a visualizar o 
movimento torácico leve e auscultar a entrada de 
ar nos pulmões. 
A colocação de um tubo endotraqueal para VPP 
pode ser indicada em diversos momentos durante 
a reanimação neonatal: casos em que a ventilação 
com bolsa com máscara se mostra ineficaz ou 
muito prolongada, quando são necessárias 
compressões torácicas –massagem cardíaca –, 
diante de situações especiais, como a hérnia 
diafragmática congênita diagnosticada ou suspeita 
em RNs com desconforto respiratório e abdome 
escavado ou RNs com peso abaixo 1.000 g ou 
necessidade de surfactante exógeno. 
Profundidade de inserção da cânula traqueal: 
• 34 semanas: 7,5cm do lábio superior 
• 35-37 semanas: 8cm 
• 38-40 semanas: 8,5 
• 41 semanas ou +: 9cm. 
Massagem cardíaca ou compressões torácicas 
Indicada para RN que, mesmo após 30 segundos de 
VPP com bolsa-cânula e técnica revisada, mantém 
FC menor que 60 bpm. 
As compressões só devem ser iniciadas quando a 
expansão e ventilação pulmonares estiverem bem 
 Natalia Quintino Dias 
 
estabelecidas. VPP por meio de cânula 
endotraqueal – concentração a 100% de O2. 
Tais compressões devem ser feitas no terço inferior 
do esterno, estabelecendo-se uma linha unindo os 
dois mamilos, e deve-se ter cuidado ao realizá-las a 
fim de evitar lesão hepática. Quanto à 
profundidade, na criança, deve-se impor força 
suficiente para deprimir o equivalente a um terço 
do diâmetro anteroposterior do tórax. 
As compressões devem ser coordenadas – 3:1 de 
compressões para ventilações. 
A eficiência da massagem pode ser avaliada por 
ECG ou ausculta cardíaca após 60s. Considere-se 
que o RN se recuperou quando, após esse período, 
a FC passou a ser superior a 60 bpm. 
Se não houver melhora -> adrenalina via traqueal 
(apenas 1 vez). A absorção via pulmonar é lenta e 
imprevisível. 
Medicações 
Raramente são indicadas medicações na 
reanimação de recém-nascidos. 
Indicações: FC < 60bpm, mesmo com ventilação 
efetiva e massagem cardíaca adequada -> indicado 
adrenalina, expansor de volume ou ambos. 
Via: umbilical, com sonda de aspiração traqueal ou 
cateter umbilical. Introduz-se o cateter, 
previamente preenchido com água destilada, até 
que se obtenha o refluxo de sangue, cerca de 1 a 2 
cm após a passagem pelo anel umbilical. Também 
se evita introdução excessiva. 
• A dose estipulada é de 0,01 a 0,03 mg/kg – 0,1 
mL, 1:10.000/kg –, com repetição a cada 3 a 5 
minutos. 
A 1ª dose pode ser endotraqueal – 0,05 a 0,1 mg/kg 
-> Se não houver resposta, repetir a adrenalina a 
cada 3 a 5 minutos e considerar o uso de expansor 
de volume, caso o paciente esteja pálido ou 
existam evidências de choque hipovolêmico. 
Expansão de volume: utiliza-se solução cristaloide 
isotônica, para suspeita ou confirmação de 
sangramento agudo com sinais de hipovolemia 
(palidez persistente, pulsos finos ou má resposta a 
reanimação e hipotensão). 
Dose: SF a 0,9% - 10ml/Kg, aplicada em 5-10 
minutos -> se sem resposta -> repetir o expansor 
de volume a critério clínico. 
 
 
Quando cessar os esforços de reanimação 
Crianças sem sinais de vida – nenhum batimento 
cardíaco ou respiração espontânea – após 10 
minutos de reanimação mostram índice elevado de 
mortalidade ou gravíssimas sequelas no 
neurodesenvolvimento. Pode-se, então, parar a 
reanimação, na ausência de sinais vitais. 
Síndrome de aspiração meconial 
A aspiração de mecônio pelo RN provoca quadro 
de insuficiência respiratória, que pode ser grave de 
acordo com a intensidade; é a chamada síndrome 
de aspiração meconial. 
A VPP deve ser iniciada, se, após a ventilação com 
técnica correta (após 30s), houver indício de 
obstrução grave por mecônio, então estará 
indicada a aspiração da traqueia com laringoscopia 
direta – apenas 1 vez. 
Líquido amniótico meconial ao nascimento 
As orientações mais atuais preconizam que o 
obstetra não deve aspirar as vias aéreas do RN e o 
pediatra só deve intervir em caso de depressão 
respiratória, independentemente do aspecto do 
mecônio.

Outros materiais