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85 | P á g i n a Palavras Chave: Anatomia; Medicina; Útero. Capítulo 10 ARTHUR MENEZES DA SILVA¹ VITOR NEVES FIUZA¹ ÍTALO DE SOUZA PORTO¹ GILBERTO SANTOS CERQUEIRA2 1. Discente - Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará. 2. Professor de Anatomia, Docente da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará. ANATOMIA UTERINA E ANOMALIAS MÜLLERIANAS 86 | P á g i n a INTRODUÇAÕ O sistema genital feminino consiste em um conjunto de órgãos responsáveis pela reprodu- ção e pelo prazer sexual. É composto por órgãos internos, como a vagina, útero, ovários e tubas uterinas e órgãos/estruturas externas que com- põem a vulva como: monte púbico, lábios mai- ores, lábios menores, clitóris e bulbo do vestí- bulo. O útero é um órgão do sistema genital femi- nino em formato de pêra, cuja função é alojar o embrião e permitir que este seja transformado em feto, o qual pode ser expulso durante o tra- balho de parto por intermédio de contrações ute- rinas (AMEER et al., 2022). Topograficamente, o útero não gravídico se localiza na cavidade pélvica, posterior à bexiga urinária e anterior ao reto. Esse órgão, histologicamente, é composto por três camadas, a saber, o endométrio, o mio- métrio e o perimétrio. Já em um prisma anatô- mico, o útero pode ser subdividido em fundo, corpo, istmo e colo (ELLIS, 2011). Na região do corpo, a cavidade uterina pos- sui um óstio que recebe os gametas femininos produzidos pelos ovários (ou o blastocisto, quando ocorre a fecundação) carreados até esse local pelas tubas uterinas. O colo uterino é uma porção fibromuscular inferior do útero, que varia de tamanho e for- mato. No colo do útero, o estroma é composto de tecido fibromuscular denso, possuindo uma porção externa ou vaginal e uma supravaginal (YU & LEPPERT, 1991). A parte vaginal é co- mumente acometida pelo papiloma vírus hu- mano (HPV), vaginoses e outras afecções. O espaço ao redor do colo uterino na cavi- dade vaginal é denominado de fundo de saco va- ginal ou fórnix. A parte do fundo de saco entre o colo uterino e as paredes vaginais laterais é denominada de fundo de saco lateral ou fórnix lateral; as porções entre as paredes anterior e posterior da vagina e o colo uterino são denomi- nadas de fundo de saco anterior e posterior, res- pectivamente (SELLORS & SANKARANA- RAYANAN, 2004). Na doença inflamatória pélvica ou DIP a paciente por cursar com dor no fundo de saco, febre baixa, dor abdominal e dis- pareunia. O útero é suprido pelo fluxo sanguíneo das artérias uterinas, que são ramificações da divi- são anterior da artéria ilíaca interna. Cada artéria uterina segue um trajeto que cruza anterior- mente o ureter ipsilateral (LIAPIS et al., 2020). Essa artéria emite ramos que irrigam as seguin- tes estruturas: útero, ligamento largo (paramé- trio), miométrio, tubas uterinas e vagina. A drenagem venosa do útero ocorre por meio de um plexo venoso esponjoso que pode se bifurcar em duas direções. Há veias que se orientam em direção às veias ilíacas internas, as quais drenam para as veias ilíacas comuns e, por conseguinte, para a veia cava inferior. Outras veias se dirigem aos plexos ovarianos direito e esquerdo, permitindo que o sangue uterino se una ao sangue ovariano e drene para as veias ovarianas (BASTOS et al., 2010). A drenagem linfática do útero é um processo dinâmico que pode ser dividido em regiões. A região do fundo e a parte superior do corpo do útero drenam para os linfonodos para-aórticos, a região inferior do corpo do útero drena para os linfonodos ilíacos externos, e a região do colo do útero drena para os linfonodos internos, ex- ternos e sacrais (ELLIS, 2011). O útero possui vários ligamentos: largo, re- dondo, útero-ovárico, cardinal, útero-sacral e pubocervical (ROSS, 1997; CRAIG et al., 2018). Esses ligamentos possuem diferentes funções, relatadas a seguir, no Quadro 10.1. 87 | P á g i n a Quadro 10.1 Ligamentos do útero e suas funções Ligamento Função Largo Vascularização uterina e suporte/fixação útero-ovárica Redondo Fornecimento de vascularização, estabilização e suporte ao útero Útero-ovárico Fornecer suporte e vascularização/inervação aos ovários Cardinal Fixação da extremidade lateral do colo uterino à parede pélvica Uterossacro Fixação do colo uterino à parte sacral da coluna vertebral Pubocervical Fixação do colo uterino com a parte inferior do osso púbico Fonte: Elaborado pelos autores (2023). O ligamento largo do útero possui três partes: a mesossalpinge, o mesovário e o mesométrio (CRAIG et al., 2018). A função de cada parte está relatada no Quadro 10.2. Quadro 10.2 Ligamentos do útero e suas funções Fonte: Elaborado pelos autores (2023). A inervação uterina é feita predominante- mente pelo plexo nervoso uterovaginal, oriundo do plexo nervoso hipogástrico inferior (SPA- CKMAN et al., 2007). Existem uma variedade de anomalias uterina que pode impactar na fun- ção reprodutiva humana como: útero didelfo, unicórnio e arqueado. Em seguidas iremos dis- cutir cada uma delas. Anomalias müllerianas Neste capítulo, serão abordadas as seguintes anomalias müllerianas, expostas na Figura 10.1. Útero unicorno, bicorno, septado, didelfo, arqueado e síndrome de Mayer-Rokitansky- Kuster-Hauser. Porção Órgãos sustentados Função Mesossalpinge Tuba uterina Suspende a tuba uterina Mesométrio Útero Conecta a margem lateral do útero à parede lateral da pelve Mesovário Ovário Suporta o ovário a partir da camada posterior do ligamento largo 88 | P á g i n a Figura 10.1 Anomalias müllerianas Fonte: Elaborado pelos próprios autores e ilustrado pelo Msc. José Mariedson Júnior (2023). Definição e mecanismos de formação Útero unicorno A formação do útero unicorno ocorre devido a uma anomalia no desenvolvimento de um dos ductos paramesonéfricos durante a embriogê- nese, podendo ser parcial ou completa. Em ca- sos de desenvolvimento parcial de um dos duc- tos, ocorre a formação de um corno uterino ru- dimentar. Por outro lado, a falha completa no desenvolvimento de um dos ductos resulta na formação de um hemiútero isolado, sem a pre- sença de uma estrutura contralateral. Além disso, nesse tipo de má-formação uterina, o ová- rio, que surge a partir da crista urogenital, pode estar presente no lado afetado, porém pode estar localizado mais cranialmente no abdome em re- lação à sua posição pélvica normal (REICH- MAN et al., 2009). Útero bicorno O útero bicorno resulta da fusão lateral par- cialmente incompleta dos ductos paramesoné- fricos por volta da 10a à 12a semana de vida in- trauterina, acarretando na duplicação do órgão. Essa condição é caracterizada por dois cornos uterinos simétricos, que se fundem inferior- mente e se comunicam através das cavidades endometriais, geralmente ao nível do istmo ute- rino (IKHUORIAH et al., 2023). Útero septado e arqueado Durante a fase embriológica de reabsorção septal, pode ocorrer uma falha na reabsorção adequada dos ductos müllerianos, resultando na ausência de uma formação apropriada da cavi- dade uterina. A severidade dessa condição pode variar, manifestando-se como um útero septado completo, um útero septado incompleto ou um útero arqueado (AKHTAR et al., 2020). As definições do septo uterino não são pa- dronizadas entre as organizações médicas (LUDWIN et al., 2019). Nesse cenário, é inte- ressante citar que, em 2013, a European Society of Human Reproduction and Embryology (ESHRE) — Sociedade Europeia de Reprodu- ção Humana e Embriologia — unida à Euro- pean Society for Gynaecological Endoscopy (ESGE) — Sociedade Europeia de Endoscopia 89 | P á g i n a Ginecológica — elaboraram uma nova classifi- cação para as más-formações uterinas congêni- tas.Nesta, o útero arqueado pode assumir carac- terísticas de um útero normal ou de um útero septado parcial, dependendo do tamanho da in- dentação no fundo uterino em relação à espes- sura da parede uterina. Devido a essa mudança no sistema de classificação, muitas mulheres previamente diagnosticadas com útero arqueado tiveram suas condições reclassificadas para um útero septado parcial, o que pode aumentar o nú- mero de procedimentos cirúrgicos corretivos, tendo em vista que as pesquisas epidemiológi- cas relatam que o útero septado possui maiores riscos de complicações obstétricas (KNEZ et al., 2018). Por fim, é importante ressaltar que, em algu- mas situações, o septo uterino pode ser visto em combinação com um septo vaginal longitudinal e deve ser diferenciado do útero didelfo (PFEI- FER et al., 2016). Útero didelfo O útero didelfo é uma condição resultante da falha completa de aproximação e fusão dos duc- tos müllerianos durante o desenvolvimento em- brionário, o que leva à formação de duas cavi- dades uterinas independentes, dois colos uteri- nos e duas vaginas separadas por um septo lon- gitudinal (SINHA et al., 2023). É interessante expor que uma condição, co- nhecida como síndrome de Herlyn-Werner- Wunderlich, epônimo da síndrome da hemiva- gina obstruída e anomalia renal ipsilateral (OHVIRA, do inglês obstructed hemivagina and ipsilateral renal anomaly), pode estar asso- ciada ao útero didelfo. Essa síndrome é caracte- rizada pela presença de vagina obstruída, útero didelfo e agenesia renal homolateral (M'HAMDI et al., 2022). Quando há tamanhos diferente no útero didelfo a gestação costuma ser a termo na cavidade maior e os abortos são comuns na cavidade mais estreita. Síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster- Hauser (MRKH) Nas pacientes com a síndrome de Mayer- Rokitansky-Kuster-Hauser (MRKH), os órgãos genitais externos, as tubas uterinas e os ovários são geralmente normais, mas os dois terços su- periores da vagina são aplásicos, existindo ape- nas uma pequena porção resquicial da vagina derivada do seio urogenital. Ademais, nessa sín- drome, geralmente o útero e o colo uterino estão ausentes, mas podem ser hipoplásicos em uma pequena porcentagem das pacientes (AL- MEIDA & CUNHA, 2012). A MRKH é causada por um defeito no de- senvolvimento dos ductos müllerianos, cuja ori- gem permanece desconhecida. É proposto que fatores ambientais — como, por exemplo, a ex- posição fetal a dietilestilbestrol — podem inte- ragir com fatores genéticos durante o desenvol- vimento embrionário, resultando em vários fe- nótipos e disfunções. É válido ressaltar que, em- bora a MRKH aparente ter um padrão de he- rança autossômica dominante com expressivi- dade variável e penetrância incompleta, a maio- ria dos casos ocorre em pacientes sem histórico familiar positivo para essa síndrome (CHEN et al., 2022). Epidemiologia Uma metanálise realizada por Chan et al. (2011), a qual incluiu, sem critérios de seleção, um total de 5.163 mulheres, relatou uma preva- lência de 3,9% de úteros arqueados, 2,3% de úteros septados (parciais e completos), 0,4% de úteros bicornos, 0,3% de úteros didelfos e 0,1% de úteros unicornos. A síndrome MRKH é uma condição rara, com incidência de 1 em 4.500 a 90 | P á g i n a 5.000 recém-nascidos do sexo feminino (FON- TANA et al., 2017). Esses dados estão compila- dos a seguir, na Tabela 10.1. Tabela 10.1 Taxa de ocorrência das anomalias müllerianas na população feminina Anomalia mülleriana Taxa de ocorrência Arqueado 3,9% Septado 2,3% Bicorno 0,4% Didelfo 0,3% Unicorno 0,1% MRKH ~ 0,0002% Fonte: Chan et al. (2011); Fontana et al. (2017). Manifestações clínicas Útero unicorno A maioria das pacientes com útero unicorno é assintomática. No entanto, quando uma trompa uterina rudimentar se encontra obstru- ída, pode resultar em dor abdominal e pélvica cíclica ou crônica na paciente (LAUFER & DE- CHERNEY, 2023). Além desses sintomas, as pacientes podem apresentar hematometra, he- matossalpinge e endometriose (JAYASINGHE et al., 2005). No que tange às complicações obstétricas, em uma revisão de resultados de gravidez em pacientes com útero unicorno, foram encontra- das as seguintes taxas de complicações obstétri- cas: 2,7% de gravidez ectópica, 24,3% de aborto no primeiro trimestre, 9,7% de aborto no se- gundo trimestre, 20,1% de parto prematuro e 3,8% de morte fetal, com apenas 51,5% de nas- cidos vivos. É possível que a redução da massa muscular uterina ou a ausência de vasculariza- ção uterina estejam envolvidas como explica- ções para algumas dessas complicações, visto que tais fatores podem influenciar a nutrição do feto em desenvolvimento (REICHMAN et al., 2009). Ademais, a gestação em um corno uterino obstruído ou rudimentar pode estar associada à ruptura uterina e/ou anormalidades na fixação da placenta, como acreta, increta e percreta (LAUFER & DECHERNEY, 2023). É interessante apontar que o útero unicorno pode estar ligado a um ovário ectópico, o que é importante em pacientes que recebem indução da ovulação ou que desenvolvem neoplasias ovarianas Por fim, é válido ressaltar que, em um es- tudo de Fedele, Bianchi, Agnoli, Tozi e Vignali (1996), constatou-se que 40% das pacientes com útero unicorno possuíam alguma forma de anormalidade renal. Útero bicorno Revisões de literatura indicam que as paci- entes com útero bicorno apresentam uma taxa elevada de aborto espontâneo (36%) e de parto prematuro (21-23%). Ademais, os fetos dessas pacientes têm maior probabilidade de sofrer res- trição do crescimento intrauterino e de adotarem uma apresentação anormal (LAUFER & DE- CHERNEY, 2023). No entanto, em um estudo realizado por Kong et al. (2021), não foram observadas dife- renças estatisticamente significativas entre um grupo de mulheres com útero bicorno e um grupo de mulheres com útero normal na taxa cu- mulativa de gravidez (59,6% vs. 71,0%, respec- tivamente) e na taxa cumulativa de nascidos vi- vos (58,2% vs. 64,8%, respectivamente). Além disso, as incidências de complicações relaciona- das à gestação não diferiram significativamente entre esses dois grupos. 91 | P á g i n a Útero septado Conforme Pfeifer et al. (2016), há uma maior incidência de septos uterinos na popula- ção de mulheres que apresentam infertilidade em comparação com a população em geral, in- dicando uma possível correlação entre esses dois fatores. No entanto, a infertilidade é uma condição multifatorial, o que torna difícil esta- belecer se a presença do septo uterino pode, por si só, acarretar em dificuldade para engravidar. Além disso, é importante ressaltar que paci- entes com útero septado apresentam um risco significativo de aborto espontâneo (21-44%), de parto prematuro (12-33%), de apresentação pél- vica e de descolamento prematuro de placenta (LAUFER & DECHERNEY, 2023). Útero arqueado Atualmente, o útero arqueado é considerado uma variante anatômica normal, e não mais uma condição clínica significativa. As pacientes são assintomáticas, não possuem comprometimento da fertilidade e seus desfechos gestacionais são semelhantes aos da população obstétrica geral (SURREY et al., 2018). Útero didelfo As pacientes portadoras de útero septado podem, comumente, apresentar fluxo menstrual normal. Todavia, a presença de um septo oblí- quo pode resultar na obstrução de uma das vagi- nas, ocasionando a retenção do fluxo menstrual no hemi-útero acometido. Como desfecho, essas pacientes podem desenvolver sintomas clínicos, tais como dor pélvica e lombar, desconforto va- ginal, além de manifestações como hematocol- pos, hematometra e hematossalpinge (PASSOS & BRITTO, 2020). Já em uma perspectiva obstétrica, um estudo de coorte retrospectivo realizado por Heinonen (2000) que acompanhou 49 pacientes com essacondição por uma média de 9,1 anos foi um dos maiores estudos realizados nessa população es- pecífica. Observou-se que 34 das 36 mulheres (94%) que planejavam ter filhos engravidaram pelo menos uma vez, sendo todas as gestações únicas, somando, ao todo, 71 gestações. Com- plicações durante a gravidez foram relatadas, in- cluindo aborto espontâneo (21%), restrição de crescimento intrauterino do feto (11%), parto prematuro (24%), apresentação pélvica (51%) e, consequente a este último fator, uma alta taxa de indicação de parto cesáreo (84%). Síndrome de Mayer-Rokitansky- Kuster-Hauser (MKRH) Existem dois tipos de síndrome MRKH. No tipo 1, a síndrome afeta unicamente a parte su- perior da vagina, o colo uterino e o útero. Já no tipo 2, uma ou ambas as tubas uterinas também são hipoplásicas ou ausentes e há más-forma- ções adicionais que afetam os sistemas renal e esquelético e, em menor frequência, os sistemas cardíaco e auditivo (MORCEL et al., 2007). Essa heterogeneidade clínica sugere que a sín- drome MRKH é resultante de disfunções nos mecanismos de desenvolvimento embrionário compartilhados por sistemas inerentemente in- terligados, como o sistema geniturinário, o sis- tema esquelético e o sistema cardíaco (CHEN et al., 2022). Pacientes com síndrome MRKH do tipo 1 não apresentam sintomas até a adolescência, quando a amenorreia primária é detectada como resultado da agenesia uterina e, consequente- mente, da ausência de endométrio. Além da au- sência de menstruação, não há outros compro- metimentos no desenvolvimento sexual secun- dário, já que os ovários funcionam normalmente e há produção normal de hormônios esteróides. Por outro lado, a sintomatologia na síndrome MRKH do tipo 2 pode ser variável, dependendo dos órgãos afetados (FONTANA et al., 2017). 92 | P á g i n a As pacientes com síndrome MRKH, tanto do tipo 1 quanto do tipo 2, estão suscetíveis a sofrer prejuízos em sua saúde emocional devido à infertilidade e às dificuldades sexuais decor- rentes de anormalidades no trato reprodutivo (BEAN et al., 2009). 93 | P á g i n a REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AKHTAR, M.A. et al. Reproductive implications and management of congenital uterine anomalies: scientific impact paper No. 62 November 2019. BJOG: An International Journal of Obstetrics & Gynaecology, v. 127, n. 5, p. e1-e13, 2020. doi: 10.1111/1471-0528.15968 ALMEIDA JR & CUNHA TM. Patologia da vagina em ressonância magnética. 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