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Distúrbios Reprodutivos das Fêmeas Ruminantes

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DISTÚRBIOS REPRODUTIVOS DAS FÊMEAS RUMINANTES
A respeito dos distúrbios reprodutivos, é necessário primeiramente explicar alguns termos que muitas vezes são usados erroneamente. Assim, a infertilidade é resultado de situações que levam a distúrbios dos órgãos reprodutores, gametas ou da fecundação, nessa condição há a produção de gametas, mas não a fecundação de forma natural. A esterilidade é a impossibilidade de produzir gametas, ou seja, a fêmea não produz nenhum oócito ao longo de sua vida reprodutiva. A subfertilidade é a redução da taxa de fertilidade, com a manutenção da capacidade de gestar, nessa condição a fêmea consegue ficar gestante, mas não em todos os cios. 
O anestro é o período de completa inatividade sexual, durante o qual não há sinais de manifestação de cio. O anestro ocorre como parte do ciclo estral nas cadelas (anestro fisiológico), em espécies que respondem ao fotoperíodo (anestro estacional) e no período da lactação (anestro lactacional). No entanto, alguns animais podem desenvolver o anestro patológico ou aciclia primaria e secundária. A fêmea que apresenta aciclia primaria, nunca ciclou mesmo após a puberdade, já na aciclia secundaria, fêmea apresentava ciclicidade regular, porém começou a apresentar irregularidades a partir de determinado momento, sendo na maioria das vezes causado por uma patologia adquirida. 
Os distúrbios reprodutivos podem se manifestar nos diversos órgãos do trato reprodutivo.
Patologia dos ovários 
As anomalias dos ovários podem ser do tipo congênita ou adquirida. Dentro das anomalias congênitas tem-se:
Agenesia ovariana
Na agenesia ovariana, a fêmea nasce sem um ou os dois ovários. É rara em bovinos, mas pode ocorrer em outros ruminantes. Nessa patologia, os órgãos genitais são infantis ou pouco desenvolvidos, pois há pouca ou nenhuma produção dos hormônios ovarianos.
Ovário supranumerário
A fêmea apresenta um ovário a mais, podendo ser funcional ou não. Quando fixado longe dos outros ovários, não mantem a comunicação eficiente com o útero, podendo causar irregularidades no ciclo estral. É recomendado descartar da reprodução as fêmeas acometidas por essa anomalia.
Ovário acessório
Ovário em formato de oito devido a divisão da gônada. Essa anomalia não apresenta nenhuma repercussão clínica para as fêmeas ruminante.
Hipoplasia ovariana
É uma alteração estrutural grave caracteriza pelo menor tamanho do ovário e pela falta de folículos ovarianos. Essa anomalia é transmissível hereditariamente por um gene recessivo. Pode ser parcial ou total quando está presente em parte ou todo ovário e uni ou bilateral, quando atinge um ou os dois ovários. As fêmeas que apresentam hipoplasia ovariana bilateral total não conseguem se reproduzir e devido à falta de hormônios ovarianos, a genitália externa não se desenvolve completamente ficando com o aspecto juvenil, já as fêmeas que possuem a forma parcial ou unilateral podem se reproduzir e transmitir o gene para as próximas gerações. Aconselha-se então, a retirada da reprodução aquelas fêmeas que apresentem hipoplasia ovariana para evitar que ela transmita para os descendentes. 
Figura: Ovário com hipoplasia parcial
Fonte: Lenzi, 2017
As anomalias adquiridas são aquelas que ocorre após o nascimento. Dentre elas, tem-se: 
Fibrose e atrofia ovarianas
 É mais frequente em fêmeas idosas, ocorre em decorrência do acúmulo de tecido conjuntivo fibroso resultante da degeneração do corpo lúteo e de lesões vasculares pós-parto. Quando bilateral causa alterações do ciclo estral. No exame de palpação retal observa-se os ovários de menor tamanho, endurecidos e com superfície lisa. 
Ovários inativos
 Tem como principal causa a desnutrição, pois quando a fêmea não está recebendo alimentação adequada, ocorre uma pausa da atividade ovariana e do ciclo estral. A inatividade do ovário é reversível, desde que o animal receba nutrição adequada. 
Ooforite
É o processo inflamatório e um ou de ambos os ovários e costuma ser causada por bactérias que afetam o sistema reprodutor da fêmea. Geralmente ocorre de processos inflamatórios ascendentes do trato genital, como as metrites e salpingites. Essa patologia pode causar aderência dos ovários nos órgãos adjacentes e deixar o animal infértil. 
Ovulação retardada
É uma ovulação que ocorre após o período esperado. Essa anomalia é bastante comum em vacas e nela o óvulo é liberado tempo depois que os sinais corporais do cio terminaram, dessa forma, os processos de contractilidade do útero para permitir a migração espermática não conseguem ser sincrônicos com o tempo básico de sobrevivência do óvulo. As possíveis causas são o estresse devido ao confinamento, a alta produção de leite, animais idosos, carência mineral e a sincronização de cio com progestágenos. O tratamento pode ser feito através da sincronização da ovulação (protocolo de Ovsynch) usando combinações de PGF2α e GnRH. Nesse protocolo, aplica-se GnRH para ajudar no pico de LH, sete dias depois administra-se PGF2α e após 48 horas aplica-se novamente GnRH. 
Cistos ovarianos
São bolsas cheias de líquido que se formam dentro ou ao redor dos ovários. Os cistos ovarianos mais comuns nas fêmeas ruminantes são: 
Cistos Paraovarianos
 São cistos próximo ao ovário que se origina de estruturas remanescentes do ducto de Wolf. Não necessita de tratamento, pois não apresenta sintomatologia e perigo ao animal. Apesar de ser um dos mais comuns, apresenta baixa ocorrência em relação aos cistos a seguir.
Cistos de Inclusão Germinal
São cistos localizados na superfície dos ovários que se derivam do crescimento de células de origem germinativa. Geralmente não tem repercussão clínica.
Cisto Folicular
São folículos que não ovularam e continuam seu crescimento, atingindo um diâmetro mínimo de 2,5 cm, persistindo por mais de dez dias. Ocorre com mais frequência em vacas leiteiras com fatores predisponentes como partos distócicos, distúrbios metabólicos (hipocalcemia, acetonemia), retenção de placenta, superovulações e coletas sucessivas, animais idosos e estresse. Acredita-se que os cistos foliculares estejam relacionados com desordem no eixo hipotálamo-hipófise-gonadal, como a deficiência na liberação do GnRH pelo hipotálamo e a falha da liberação de LH pela hipófise. A redução ou ausência de receptores para LH nos folículos também é uma das causas para o surgimento dos cistos foliculares. 
Como sinais clínicos, o animal apresenta ninfomania devido à alta concentração de estrógenos e aciclia (anestro patológico) pelo aumento da progesterona. Também são sinais presentes a mucometra e hidrometra por conta da estimulação das glândulas endometriais. 
O tratamento dos cistos foliculares normalmente é baseado na administração de hCG (gonadotrofina coriônica humana) ou o GnRH para induzir a ovulação. No entanto, se a fêmea não responder ao tratamento é muito provável que seja por falta de receptores de LH. Nesse caso, a fêmea deve ser retirada da reprodução.
Figura: Ovário apresentado cisto folicular.
Fonte: Lenzi, 2017
Cisto luteinizado
 É uma formação cística ovariana de diâmetro maior que 2 cm. Ocorre quando o folículo dominante não ovula e sofre luteinização parcial das células da teca. Isso acontece quando o pico de LH não foi suficiente para ovular, mas o bastante para iniciar a formação do corpo lúteo. Devido a produção de progesterona pelas células luteínicas, a fêmea desenvolverá anestro patológico (aciclia). O tratamento consiste na indução da luteólise pela administração de PGF2α. 
Figura: Ovário apresentando cisto luteinizado
Fonte: Lenzi, 2017
Alterações do corpo lúteo
As alterações do corpo lúteo mais comuns são o corpo lúteo cístico e o corpo lúteo persistente.
O corpo lúteo cístico é uma cavidade no centro do corpo lúteo resultante da oclusão prematura do local da ovulação. O tamanho pode variar de milímetros até mais de dois centímetros de diâmetro. 
O corpo lúteo persistente consiste na presença do corpo lúteo além do período normal de regressão, impedindo o retorno à fase folicular e a próxima ovulação. Geralmente a persistência docorpo lúteo é causada pela falha do endométrio em sintetizar PGF2α, possivelmente originada de uma inflamação aguda ou crônica do endométrio (HAFEZ, 2004). O tratamento consiste na exclusão da causa primária. 
Tumores ovarianos
Os tumores ovarianos podem ser mesenquimatosos (fibroma e leiomas), císticos (cistoadenomas e cistos dermóides), especializados e metasbbtáticos, derivados neoplasias de tumores de outros locais. Os tumores especializados são os mais comuns em ruminantes e são específicos de algumas células do ovário, como o tumor da célula da granulosa, tumor de teca, disgerminoma e arrenoblastoma. Os tumores da célula granulosa e da teca são benignos e tem como tratamento a retirada do ovário, já os tumores disgerminoma e arrenoblastoma são malignos sendo necessário a retirada do animal da reprodução. 
Figura: Tumores de células da teca e granulosa em ovário de vaca
Fonte: https://www.beefpoint.com.br/tumores-ovarianos-em-vacas-20110/
Patologias da tuba uterina
As patologias das tubas uterinas podem ser de origem congênita ou adquirida. As congênitas são os cistos do mesossalpinge, agenesia e a aplasia segmentar. Os cistos do mesossalpinge são bolsas cheias de líquido na prega lateral do mesovário que passa sobre a tuba uterina. A agenesia é a ausência das tubas uterinas e a aplasia segmentar a ausência de algum segmento da tuba uterina. Já as anomalias adquiridas podem ser a salpingite ou hidrossalpinge. 
Salpingite
A salpingite é o processo inflamatório das tubas uterinas, sendo a patologia mais comum de tuba uterina em animais domésticos. Pode acontecer devido a microrganismos que infectam o útero (metrite), uso de substâncias irritantes ou traumas por palpação retal. A salpingite pode causar algumas alterações nas tubas uterinas, como a obstrução do lúmen e a perda de cílios, dificultando o transporte do ovócito. A principal sintomatologia é a perda da fertilidade mesmo após a cura clínica. O tratamento consiste em excluir a causa primária da inflamação.
Hidrossalpinge
A hidrossalpinge é o acúmulo anormal de líquidos dentro da tuba uterina, devido a uma malformação congênita ou sequelas de patologias uterinas (metrites). Quando é unilateral os sintomas clínicos são pouco evidentes, pois o ovócito consegue ser fecundado na tuba uterina saudável, quando bilateral acontece a repetição de cios. Os animais diagnosticados com essa patologia devem ser descartados da reprodução. 
Figura: Trato reprodutivo de cabra apresentando: (A) hidrossalpinge unilateral e (B) hidrossalpinge bilatera
Fonte: Anais do 14º Workshop sobre Produção de Caprinos na Região da Mata Atlântica, 2017
Patologias do útero não gestante
As patologias do útero são classificadas em congênitas ou adquiridas. As anomalias congênitas dizem respeito ao freemartinismo, útero duplo e a doença da novilha branca.
Freemartinismo
O freemartinismo, como já falado no tópico de interssexos, ocorre na gestação gemelar de fetos com sexos diferentes, sendo resultante da anastomose dos vasos sanguíneos placentários, que conduzem a uma circulação comum entre os embriões, permitindo que a diferenciação sexual do macho, interfira com o desenvolvimento normal do trato reprodutivo da fêmea. 
Útero duplo
O útero duplo é uma malformação uterina congênita caracterizada por duas cavidades uterinas, cada uma com sua tuba, seu ovário e sua cérvix. A vagina também pode estar dividida por uma membrana. Essa patologia está relacionada a persistência da parede medial dos ductos de Muller, que nas fêmeas normais haveria a junção completa do corpo do útero. O animal com essa condição tem como sinais clínicos a subfertilidade. A fêmea com útero duplo deve ser descartada da reprodução, pois ela pode passar essa condição os para os descendentes. 
Figura: Utero duplo em búfala
Fonte: Chethan et al. 2017
Doença da novilha branca
A doença da novilha branca é um conjunto de alterações anatômicas nos órgãos genitais tubulares (aplasia), relacionadas a falhas no desenvolvimento dos ductos de Muller. Essa patologia foi assim denominada por ter sido inicialmente observada com maior ocorrência em novilhas brancas da raça Shortthorn. Pode se manifestar em três graus, sendo grau I o mais grave, apresentando alterações anatômicas e histológicas acentuadas, na qual a vagina, a cérvix e parte do útero vão estar na forma de cordões filamentosos. No grau II há falha do desenvolvimento de parte do útero e tuba uterina, apresentando apenas um lado do útero com desenvolvimento normal, já no grau III, o animal apresenta estreitamento da região posterior da vagina (anel himenal). 
Geralmente os sinais clínicos são pouco evidentes, podendo apresentar corpo lúteo persistente, gerando anestro prolongado, redução da fertilidade ou gestação no corno oposto a lesão. Recomenda-se a retirada do animal da reprodução, pois são portadores de um gene recessivo que transmite essa patologia para os descendentes.
Figura: cordões filamentosos no lugar de cornos e corpo do útero (setas)
Fonte: Lenzi. 2017
As anomalias adquiridas são a endometrite subclínica, metrite aguda e crônica, piometra, hidrometra e mucometria
Endometrite subclínica
A endometrite subclínica se caracteriza como um processo inflamatório da mucosa endometrial do útero, causada por microrganismos inespecíficos presentes no meio ambiente. 
As fêmeas podem apresentar fatores predisponentes e determinantes para adquirir a endometrite subclínica. Os fatores predisponentes são aqueles que favorecem o aparecimento da patologia, como o escore corporal ruim ao parto, feto muito volumoso, podendo causar partos distócicos, retenção de placenta, senilidade, falta de higiene em coberturas ou na inseminação artificial. Os fatores determinantes são aqueles que realmente causam o problema, como a Escherichia coli, Haemophilus sp. e Pasteurella sp. 
Como sinais clínicos, observa-se repetição de cio, pois a fêmea não consegue gestar, em razão da deficiência do endométrio em produzir prostaglandinas e do embrião não conseguir se fixar. Outro sinal é a presença de um muco turvo e sem brilho. 
Metrite aguda e crônica
A metrite aguda é um processo inflamatório infeccioso grave que acomete a camada muscular do útero (miométrio). Seus fatores predisponentes e determinantes são similares aos da endometrite.
Os sinais clínicos são mais sérios que a endometrite, podendo ocorrer corrimento purulento e fétido pela rima vulvar e assimetria de cornos uterinos. Na presença de sinais sistêmicos o quadro clínico é mais grave, caracterizado por hipertermia, redução de apetite, falta de colostro e apatia. 
A metrite crônica ocorre quando a metrite aguda não é tratada ou o tratamento não foi eficaz. Os sinais clínicos são similares ao caso agudo, porém com simetria e espessamento de cornos uterinos. 
A confirmação da metrite puerperal pode ser feita através da palpação retal ou por vaginoscopia. Deve ser dada atenção especial ao histórico reprodutivo da fêmea, especialmente as com história prévia de retenção placentária e distócia e as características do muco no cio se é normal, turvo,mucopurulento ou sanguinolento. O swab uterino deve ser feito com a cytobrush para a coleta do material e então encaminhado ao cultivo, para fazer a citologia e o antibiograma para saber a conduta antibiótica mais adequada a ser realizada. 
Na conduta terapêutica alguns aspectos devem ser considerados: a eliminação dos agentes infecciosos deve ser realizada sem causar danos ao endométrio, sem inibir mecanismos fisiológicos de defesa da região ou deixar resíduos indesejáveis no leite ou a carne. O tratamento tradicional consiste no uso de antissépticos para lavagem do útero, antibióticos intrauterinos e sistêmicos e fluidificantes para diminuir a viscosidade do pus e permitir a sua retirada. Contudo, os tratamentos por via parenteral são mais modernos e mostram ser mais eficaz, este envolve o uso de antibióticos via sistêmica e o uso de substâncias uterotônicas, que estimulam a contração uterina e ajudam na eliminação da secreção uterina. Pode ser utilizado as prostaglandinas,estrógenos e ocitocina.
Figura: Endometrite
Fonte: Lenzi. 2017
Piometra
A piometra é o acúmulo de grande quantidade de exsudatos purulentos ou mucopurulentos no útero, que geralmente ocorre devido a interrupção da gestação por agentes infecciosos específicos, como o Tritrichomonas foetus. Se apresenta como aberta, quando a cérvix está aberta e opus fica sendo drenado ou fechada, onde o pus fica retido no útero. Como sinais clínicos, observa-se distensão abdominal e cornos uterinos asimétricos e espessados, sendo necessário ser realizado diagnóstico diferencial de gestação. A fêmea acometida por essa patologia deve ser descartada, para evitar a transmissão para os demais animais. 
Figura: Assimetria de cornos uterinos (a); conteúdo purulento (b)
Fonte: Lenzi. 2017
Hidro e mucometra
A hidrometra e mucometra consistem no acúmulo de muco no interior do útero, onde a denominação dependerá do grau de hidratação da mucina, que é a proteína produzida pelas glândulas endometriais. O líquido tem o aspecto viscoso na mucometra e aquoso na hidrometra. 
As causas estão relacionadas a obstrução do canal cervical ou vaginal, que impede o muco natural produzido pelo útero seja drenado, hiperestrogenismo por cisto folicular associado a hiperplasia endometrial e o corpo lúteo persistente, que estimula a produção de líquido pelo endométrio. Como sinais clínicos, observa-se anestro, aumento de volume uterina e a pseudogestação da Cabra. 
O tratamento consiste na resolução da causa primária. Caso a piometra ocorra por causa da obstrução do canal cervical ou vaginal, a fêmea deve ser retirada da reprodução, pode ser induzida a ovulação no caso de cisto folicular, ou aplicar prostaglandina, em caso de corpo lúteo persistente.
Figura : Trato reprodutivo de cabra acometida por hidrometra
Fonte: Anais do 14º Workshop sobre Produção de Caprinos na Região da Mata Atlântica, 2017
Patologias cervicais 
As patologias cervicais também são classificadas em congênitas e adquiridas. Sendo as anomalias congênitas: cérvix dupla relacionada ao útero duplo e a cérvix tortuosa, em que os anéis cervicais se dispõem de forma incongruentes dificultando a drenagem de secreções levando a hidro ou mucometra. Os animais devem ser retirados da reprodução.
Figura: Útero de vaca com duplocérvix
Fonte: Lenzi, 2017
As patologias adquiridas são: Cervicite, prolapso de anel cervical, metaplasia escamosa e a estenose cervical.
Cervicite
A cervicite é o processo infeccioso da cérvix. É resultado da entrada de microrganismos via vagina ou infecção que começou dentro do útero e atinge a cérvix. 
Figura: Cervicite. Observa-se mucosa cervical congesta e presença de secreção
mucopurulenta na cérvix e vagina
Fonte: Lenzi, 2017
Prolapso de anel cervical
O prolapso do anel cervical geralmente está associado a partos distócicos, sendo mais frequentes em fêmeas idosas. 
Metaplasia escamosa
A metaplasia escamosa é a descamação acentuada da cérvix, geralmente ocorre devido a presença de cistos foliculares e a deficiência de vitamina A. 
Estenose cervical
A estenose cervical é o estreitamento da abertura da cérvix, levando ao animal a apresentar partos distócicos e cervicite crônica.
Patologias da vagina e da vulva
São patologias da vagina e da vulva: prolapso vaginal, a pneumo, uro e coprovagina e a vulvovaginite
Prolapso vaginal
O prolapso vaginal nos ruminantes geralmente ocorre no final da gestação e ocasionalmente após o parto, podendo estar relacionado ao prolapso uterino. Os sinais clínicos mais observados são a exposição parcial ou total da vagina pela rima vulvar, tenesmo e inquietação. 
Figura: Prolapso cérvico-vaginal em vaca gestante
Fonte: Prestes et al, 2008
Pneumo, Uro e Coprovagina
A pneumo, Uro e Coprovagina é caracterizada pela entrada de ar, urina ou fezes dentro da vagina, que ocorre principalmente pela constante abertura da rima vulvar. 
Vulvovaginite 
As vulvovaginites são infecções da vulva e vagina, geralmente secundárias a outras patologias, como a cervicite e a metrite ou de origem venérea.
Vulvovaginite granular
A vulvovaginite granular é caracterizada pelo súbito aparecimento de descarga vulvar mucopurulenta, geralmente quatro a dez dias após o acasalamento. Os principais agentes infecciosos são o Ureaplasma diversum e o Micoplasma bovigenitalium. Como sinais clínicos os animais podem apresentar hiperemia da mucosa vulvar, com granulações e/ou vesículas nas mucosas, descarga vulvar mucopurulenta e infertilidade com repetição de cio. O tratamento consiste no uso de antibióticos junto a medidas sanitárias profiláticas. 
Vulvovaginite pustular
O agente infeccioso da vulvovaginite pustular é o mesmo da Rinotraqueíte Infecciosa Bovina, ou seja, o herpesvírus bovino tipo I. O animal apresenta inflamações e nódulos avermelhados na mucosa vaginal, com possível evolução para úlceras, erosões e vesículas, micção frequente com cauda elevada, prolapso uterino pós-parto, relutância no coito e infertilidade temporária. 
Figura: Vulvovaginite. Presença de vesículas (destaque) e hiperemia (setas) em parede dorsal.
Fonte: Junior. 2016

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