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Livro Texto - Unidade II

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51
SEMIOLOGIA E ANAMNESE FARMACÊUTICA
Unidade II
5 REGISTRO DA PRÁTICA
5.1 Prontuário médico
O prontuário médico tem ampla aceitação e utilização nos estabelecimentos de saúde. Porém, é 
frequentemente empregado de modo inadequado. Algumas irregularidades em seu preenchimento 
podem ter efeitos deletérios para o doente e para o médico. Ilegibilidade das prescrições, por exemplo, 
pode provocar troca de medicamentos, o que pode ser danoso para o paciente.
A falta de detalhes objetivos completos pode levar a dificuldades legais de longo prazo contra 
o terapeuta, que muitas vezes podem ser acompanhadas de grande desgaste moral para o profissional. 
A pesquisa e avaliação também podem ser prejudicadas por notas ilegíveis ou de difícil leitura, além de 
má organização dos bilhetes ou mesmo omissão de fatos relevantes. Ao pesquisar uma determinada 
doença, lamentavelmente é comum o descarte de muitos prontuários devido a dados incompletos 
ou não confiáveis. As descrições de cirurgias mais comuns, como hérnias inguinais, cesarianas, 
apendicectomias, colecistectomias e afins, tendem a ser semelhantes, com aparência de carimbos 
burocráticos. Repetidamente, faltam descrições de detalhes, situações interessantes e achados anormais 
que tornariam o relatório cirúrgico uma ferramenta mais informativa e cientificamente útil.
Esses eventos mostram que o verdadeiro valor do prontuário permanece desconhecido para a maioria 
dos usuários. Sua função primária como fonte de dados tem sido consistentemente prejudicada pela baixa 
qualidade da maioria dos registros. A prática médica ensina que, além do conhecimento para diagnóstico 
e tratamento de doenças, o profissional deve ter noções básicas sobre atividades de suporte à prática 
médica, como administração hospitalar, ética médica, psicologia da relação médico‑paciente, vigilância 
em saúde, infecções hospitalares, metodologia, linguagem médica, uso adequado de prontuários. 
Tais conceitos podem ser adquiridos em cursos especiais para alunos e graduandos, ministrados por 
instituições de ensino na área de atenção biomédica. O conhecimento da ética e dos prontuários não 
necessariamente traz fontes de ganho financeiro, mas pode evitar sérios prejuízos.
É fundamental que todos os envolvidos no atendimento ao paciente, sejam eles profissionais, 
estagiários, acadêmicos etc., tenham seu primeiro contato com o prontuário e suas normas por meio 
de assessores especialistas, principalmente aqueles que atuam na área de revisão de prontuários. 
A falta institucional de assistência à documentação médica, seja qual for a sua causa, configura o 
descumprimento do princípio bioético da beneficência.
O desconhecimento das regras da documentação médica e seus efeitos ético‑profissionais pode 
ser caracterizado como causa de más práticas e outros delitos. Um médico pode ser prejudicado pela 
publicação de condenações judiciais e pela competência do advogado de classe. As regras de uso 
52
Unidade II
dos prontuários são regidas por um complexo de leis, códigos, resoluções, despachos, estatutos e 
regulamentos, que muitas vezes trazem mudanças, revogações, chegada de nova legislação e novas 
disposições, cujos detalhes estão muito além do escopo deste livro.
O termo prontuário médico é amplamente utilizado – dando‑lhe legitimidade –, mas é ambíguo 
e, portanto, passível de críticas, principalmente de outras áreas relacionadas à assistência ao paciente. 
Nos dicionários, o adjetivo médico significa medicinal, relativo a um médico, remédio, aquilo que cura. 
Isso faz parecer, especialmente fora do ambiente profissional, que o prontuário pertence ao médico 
ou lhe diz respeito ou é usado apenas por médicos. Tal rotulagem pode desencorajar profissionais não 
médicos de observá‑los, atitude que pode prejudicar o paciente e a equipe assistencial.
Embora na maioria dos casos os prontuários sejam escritos por médicos, este documento diz respeito 
ao paciente, e os dados nele contidos pertencem a ele e à instituição que o atende.
No entanto, vale ressaltar que prontuário nosológico do paciente ou prontuário médico do paciente 
são termos completos e expressivos que podem ser adotados na comunicação científica formal. 
Prontuário do paciente é um nome abreviado, aceitável por ser expressivo e “politicamente adequado”. 
Na área médica, também pode‑se dizer apenas registros médicos.
 Observação
O nome prontuário provém do latim promptuarium, lugar em que se 
guardam as coisas que devem estar à mão, despensa, armário – daí, por 
extensão, manual de informações úteis; de promptus, preparado, que está 
à mão; de promere, tirar uma coisa de onde está guardada, fazer sair.
A elaboração das normas para produção e utilização dos prontuários será determinada a depender 
da particularidade de cada instituição. Tendo em vista a Resolução CFM n. 1.638/2002 e as diversas 
necessidades técnicas e funcionais peculiares a cada instituição, poderão ser incluídas no prontuário as 
seguintes condutas:
(1) verificar identificação do paciente, se há seu endereço e nome 
completo, data do nascimento, sexo, nome da mãe, naturalidade, 
município e estado de nascimento;
(2) avaliar anamnese, exame físico, hipóteses de diagnose, resultados de 
exames complementares, diagnóstico definitivo, tratamento efetuado, 
prescrições e sua frequência, registro diário da evolução clínica, 
registro de data e hora das anotações, análise da alta ou do óbito, 
legibilidade, assinatura, carimbo, número de inscrição no conselho de 
classe referentes ao profissional assistente;
53
SEMIOLOGIA E ANAMNESE FARMACÊUTICA
(3) conferir anotações diárias sobre a evolução do estado mórbido do 
paciente, discriminação dos procedimentos realizados, identificação 
dos profissionais que os realizaram;
(4) verificar a legibilidade da letra dos profissionais nas anotações, assim 
como assinatura e o respectivo número de registro no órgão de classe;
(5) conferir periodicamente se os prontuários utilizados nas consultas 
ambulatoriais foram preenchidos e se o número destes confere com o 
número de consultas agendadas;
(6) conferir se o número de fichas de pronto‑socorro registradas conforma‑se 
ao número efetivamente preenchido durante os atendimentos;
(7) orientar a ordenação dos formulários, fichas e páginas no prontuário;
(8) verificar o padrão de atendimento ao paciente e sugerir medidas 
para melhorá‑lo;
(9) apreciar os resultados das condutas terapêuticas;
(10) orientar (não fiscalizar) a atuação dos profissionais;
(11) analisar os impressos e sugerir modificações para atualizá‑los, 
adaptá‑los, corrigi‑los;
(12) selecionar casos para apresentação em reuniões anatomoclínicas e 
revisão de óbitos;
(13) fazer estudos estatísticos (taxa de permanência, taxa de falhas no 
preenchimento do prontuário) e propor indicadores de resultados;
(14) analisar causas de longa permanência nas internações;
(15) verificar condições de alta ou circunstâncias do óbito;
(16) assegurar a responsabilidade de preenchimento, o que cabe 
ao médico assistente, guarda, confidencialidade, manutenção e 
disponibilidade dos prontuários em local de fácil acesso, a cargo da 
chefia de equipe, da chefia da clínica e da direção técnica;
54
Unidade II
(17) convocar profissionais de assistência ao doente para esclarecimentos 
sobre seus registros no prontuário. O profissional solicitado comparecerá 
à consulta não obstante sua importância hierárquica;
(18) apresentar ao administrador da instituição relatório periódico 
(mensal ou no tempo que for necessário) e assessorar a administração 
em assuntos pertinentes ao prontuário;
 
(19) atuar em acordo comum com a Comissão de Ética Médica;
(20) comparar, avaliar e divulgar indicadores de atenção ao paciente; 
buscar melhorias da atenção conforme os resultados (CONSELHO…, 
2006, p. 14‑15).
 Saiba mais
O estudo sobre o prontuário médico e como fazê‑lo pode ser aprofundado 
com o documento a seguir:
CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO DISTRITO FEDERAL. Prontuário 
médico do paciente: guiapara uso prático. Brasília: CRM‑DF, 2006. 
Disponível em: https://cutt.ly/mVhFNtu. Acesso em: 13 set. 2022.
5.2 Prontuário farmacêutico
Há sinais de registros médicos dos tempos antigos de escrituras gravadas em pinturas de parede 
que provavelmente antecedem 2500 a.C. Um dos documentos mais antigos conhecidos é um papiro 
atribuído ao primeiro médico egípcio, Imhotep, considerado o patriarca da medicina. Em sua forma 
atual, o prontuário foi desenhado por Abraham Flexner, em 1910; já no Brasil, em 1943, o Hospital 
das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP introduziu um sistema de arquivo médico (Same). Até a 
década de 1960, poucos hospitais contavam sistematicamente com esses serviços. Com a previdência 
social na década de 1970 surge uma exigência no momento da assinatura de contratos com os serviços 
de saúde para melhorar os registros, principalmente nos hospitais.
Por meio da Portaria n. 40, de 30 de dezembro de 1992, a Secretaria de Assistência à Saúde (SAS) 
do Ministério da Saúde instituiu a obrigatoriedade do registro das atividades exercidas pelas diversas 
categorias profissionais em um único prontuário. As categorias adotadas são as seguintes: médico, 
enfermeiro, assistente social, psicólogo, terapeuta ocupacional, nutricionista, farmacêutico e equipe de 
apoio. O Conselho Federal de Farmácia (CFF) buscou estabelecer a prática do registro de medicamentos 
por meio das Resoluções n. 357/2001 e 499/2008.
55
SEMIOLOGIA E ANAMNESE FARMACÊUTICA
 Observação
O Ministério da Saúde define prontuário como todo acervo documental 
padronizado, organizado e conciso referente ao registro dos cuidados 
prestados ao paciente e os documentos relacionados a essa assistência.
O prontuário farmacêutico deve conter informações sobre o paciente em seus diversos níveis de 
atendimento, e deve ser preenchido e utilizado por todos os profissionais de saúde. Este documento 
precisa de informações sobre a terapêutica do usuário, sua experiência com medicamentos, resultados 
dos tratamentos e intervenções realizadas pelo farmacêutico.
Dentre suas funções podemos destacar:
• comunicação – entre os profissionais responsáveis pelo cuidado, o sistema de saúde e o usuário;
• educação – registro e histórico científico;
• gerenciamento – registros administrativos, financeiros e documento legal.
A seguir, elencamos algumas utilidades do prontuário farmacêutico em diferentes contextos.
Quadro 5 – Utilidades do prontuário farmacêutico
Para o usuário Para a equipe de saúde Para outros pontos de atenção
— Possibilita um atendimento 
mais seguro e mais eficiente, 
uma vez que permite o 
resgate do histórico dos 
atendimentos anteriores
— As anotações existentes 
podem dispensar ou 
simplificar interrogatórios 
e exames complementares, 
reduzindo o custo do 
atendimento e o tempo de 
permanência no serviço 
de saúde
— Representa, para o usuário, 
o grande instrumento de 
defesa, em caso de possíveis 
prejuízos e de reivindicação 
de direitos perante o 
profissional, o serviço de 
saúde e os poderes públicos
— A equipe de saúde é o 
conjunto de todos os 
profissionais que interagem 
e mantêm contato com o 
usuário
— O registro de informações 
contribui para a integração 
da equipe de saúde, 
possibilitando a coordenação 
do cuidado
— No ensino e na pesquisa, 
possibilita o conhecimento 
dos casos, antecedentes, 
contatos e patologias/
condições ou agravos; facilita 
a avaliação da terapêutica
— Torna possível a verificação e 
a comparação das diferentes 
condutas terapêuticas e 
estabelece uma análise 
comparativa da eficiência
— Facilita a intercomunicação 
entre os serviços de 
saúde, possibilitando a 
continuidade do cuidado 
para com o usuário
— O prontuário é o 
documento de maior valor 
para sua defesa contra 
possíveis acusações
— Permite a qualquer tempo 
um conhecimento exato 
do tratamento feito e do 
resultado alcançado
— Demonstra o padrão de 
atendimento prestado
Adaptado de: Guerra Júnior et al. (2009, p. 18).
56
Unidade II
Aspectos éticos e legais e sigilo profissional
A Lei n. 5.991, de 17 de dezembro de 1973, definiu que a dispensação de medicamentos é exclusiva 
de farmácias, drogarias, postos de farmácia e unidades de controle e dispensadores de medicamentos. 
Além disso, é obrigatória a presença de um farmacêutico técnico responsável durante todo o horário 
de funcionamento do estabelecimento (BRASIL, 1973). O código de ética da profissão farmacêutica, 
instituído pelo CFF na Resolução n. 724, de 29 de abril de 2022, define como deveres do farmacêutico o 
respeito à decisão do usuário sobre sua própria saúde e bem‑estar e o sigilo sobre os fatos de que 
tenha conhecimento no exercício de sua profissão. Além disso, o farmacêutico deve contribuir para 
a promoção da saúde individual e coletiva, e é seu direito comunicar‑se com o médico prescritor 
para garantir a segurança e a eficácia do tratamento do paciente, com foco no uso racional dos 
medicamentos (BRASIL, 2022).
A Resolução n. 357, de 20 de abril de 2001 (art. 19), do CFF, estabelece as seguintes atribuições 
do farmacêutico:
I – Assumir a responsabilidade pela execução de todos os atos farmacêuticos 
praticados na farmácia, cumprindo‑lhe respeitar e fazer respeitar as normas 
referentes ao exercício da profissão farmacêutica;
II – Fazer com que sejam prestados ao público esclarecimentos quanto ao 
modo de utilização dos medicamentos, nomeadamente de medicamentos 
que tenham efeitos colaterais indesejáveis ou alterem as funções nervosas 
superiores (BRASIL, 2001).
A Resolução n. 499, de 17 de dezembro de 2008, também do CFF, estabelece o desenvolvimento 
de perfil farmacoterapêutico, avaliação e acompanhamento da terapia farmacológica de usuários de 
medicamentos como serviços a serem prestados pelo farmacêutico (BRASIL, 2008).
O sigilo profissional é matéria contida no Código Penal brasileiro, que, em seção que dispõe sobre os 
“crimes contra a inviolabilidade dos segredos”, estabelece como uma obrigação legal a garantia do sigilo 
das informações. Consta de seu art. 153: “Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento 
particular ou de correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação 
possa produzir dano a outrem”. Já seu art. 154 menciona: “Revelar alguém, sem justa causa, segredo de 
que tem ciência em razão da função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano 
a outrem” (BRASIL, 1940). Tal aspecto também é abarcado pela já mencionada Resolução n. 357/2001, 
que define o sigilo profissional como atributo do farmacêutico.
Todos os funcionários administrativos têm a mesma obrigação que médicos, enfermeiros, 
farmacêuticos e demais profissionais de saúde que trabalham diretamente com o paciente para com 
a preservação das informações a que tenham acesso em decorrência de suas atividades profissionais. 
É fundamental que todos percebam o valor que a intimidade, a confidencialidade e a privacidade têm 
para o paciente e para a sociedade como um todo.
57
SEMIOLOGIA E ANAMNESE FARMACÊUTICA
Estrutura
Os cuidados farmacêuticos devem ser registrados, monitorados, avaliados e arquivados, como 
orientam as Resoluções n. 357/2001 e 499/2008 do CFF. Esses documentos estabelecem as informações 
necessárias para a elaboração do perfil farmacoterapêutico: identificação do paciente; condição clínica 
do paciente, história de uso de medicamentos, alergias a medicamentos ou alimentos; tratamento 
medicamentoso atual – dose, forma farmacêutica, técnica, via, horários de administração e indicação; 
interações e reações adversas dos medicamentos; parâmetros de monitorização de risco/benefício; 
consumo de álcool e de outras bebidas, uso de fumo, terapias alternativas e tipo de alimentação; nome 
dos prescritores; cumprimento dos tratamentos.
O prontuário farmacêutico contém os seguintes formulários:
1. primeira consulta;
2. consulta subsequente;
3. registro de exames clínicos e laboratoriais;
4. registro de uso atual de medicamentos;
5.avaliação farmacêutica;
6. intervenção farmacêutica.
Os itens 1 a 4 foram mais bem abordados no tópico 2 deste livro, “Anamnese farmacêutica”.
CFF disponibiliza modelos de formulários para documentação de serviços clínicos
Tendo em vista as publicações das Resoluções n. 585 e 586/2013, do CFF, que tratam 
das atribuições clínicas do farmacêutico e da prescrição farmacêutica; a atualização da 
Classificação Brasileira de Ocupações (CBO/2013), do Ministério do Trabalho e Emprego; 
e a sanção, em 2014, da Lei n. 13.021, o CFF adotou diversas estratégias para subsidiar o 
desenvolvimento de conhecimentos e habilidades para o exercício de um novo modelo 
de prática profissional. Uma dessas estratégias é o Programa de Suporte ao Cuidado 
Farmacêutico na Atenção à Saúde (ProFar).
O programa tem o objetivo de contribuir para a disseminação de conhecimentos 
e o desenvolvimento de habilidades para a provisão de serviços pelo farmacêutico, como o 
acompanhamento farmacoterapêutico, a conciliação de medicamentos, a revisão da 
farmacoterapia, a educação em saúde, o rastreamento em saúde e o manejo de problemas 
de saúde autolimitados.
Uma das primeiras ações do ProFar é disponibilizar modelos da documentação 
necessária ao processo de cuidado do paciente. “Durante a prestação de serviços é 
58
Unidade II
fundamental que o farmacêutico desenvolva habilidades para registrar as informações 
coletadas e, a partir delas, ter condições de acompanhar a evolução terapêutica do 
paciente e os resultados das intervenções propostas. Os modelos apresentados pelo CFF 
têm como objetivo padronizar ações entre os farmacêuticos com atuação clínica, por isso, 
o conselho preparou alguns modelos de prontuário do paciente, de redação da prescrição 
e de encaminhamento a outros profissionais da saúde”, comentou Walter Jorge João, 
presidente do CFF (modelos a seguir).
PRONTUÁRIO – a documentação do processo de cuidado deve ser feita em prontuário 
próprio para cada paciente, organizado de forma a manter o registro dos atendimentos 
e, portanto, a história farmacoterapêutica e clínica do paciente. Uma das formas mais 
comuns de registro, adotada por diferentes profissionais da saúde, é o modelo SOAP (do 
inglês subjective, objective, assessment, plan), que organiza as informações em dados 
subjetivos (S), objetivos (O), avaliação (A) e plano (P). O CFF apresenta um modelo que 
permite a organização das informações dos pacientes e o registro de evolução.
• Modelo de PRONTUÁRIO (em branco): https://cutt.ly/QVvKo26
• Modelo de PRONTUÁRIO (com indicações de preenchimento): https://cutt.ly/2VvKzQW
RECEITA – durante a prestação de serviços farmacêuticos, o profissional utiliza um 
raciocínio que culmina com a seleção das melhores condutas que será documentada por 
meio da receita e entregue ao paciente. Ela deve ser redigida em português, por extenso, 
de modo legível, observados a nomenclatura e o sistema de pesos e medidas oficiais, sem 
emendas ou rasuras, incluindo os componentes previstos no art. 9º da Resolução n. 586, de 
29 de agosto de 2013.
• Modelo de RECEITA (em branco): https://cutt.ly/aVvComo
• Modelo de RECEITA (com indicações de preenchimento): https://cutt.ly/5VvCliY
• Modelo de RECEITA (com exemplo de preenchimento): https://cutt.ly/HVvCcze
ENCAMINHAMENTO – quando o farmacêutico seleciona como conduta encaminhar 
o paciente a outro profissional da saúde, ele precisa garantir que tanto o usuário quanto o 
profissional compreendam o motivo da recomendação feita pelo farmacêutico. Entende‑se 
que com este procedimento o outro profissional compreenda o raciocínio clínico utilizado 
pelo farmacêutico, bem como a conduta selecionada. O documento formaliza a comunicação 
com outros profissionais.
• Modelo de ENCAMINHAMENTO (em branco): https://cutt.ly/CVvCLYN
• Modelo de ENCAMINHAMENTO (com indicações de preenchimento): https://cutt.ly/nVvC0gi
Adaptado de: CFF… (2015).
59
SEMIOLOGIA E ANAMNESE FARMACÊUTICA
6 CRITÉRIOS PARA A SELEÇÃO DA TERAPÊUTICA FARMACOLÓGICA ISENTA 
DE PRESCRIÇÃO
A prescrição farmacêutica é a atribuição clínica do farmacêutico, em que este faz recomendações ao 
paciente, desde a seleção de opções terapêuticas (farmacológicas e não farmacológicas) até a oferta de 
serviços farmacêuticos e/ou encaminhamentos para outros profissionais ou serviços de saúde.
Essa atribuição clínica é inovadora, pois amplia a perspectiva farmacêutica desde a seleção do 
medicamento (sem prescrição) até intervenções que atendam às necessidades de saúde do paciente, 
visando à promoção, proteção e restauração da saúde e prevenção de doenças.
Para realizar a prescrição, o farmacêutico deve fazer uma avaliação minuciosa da queixa ou dos 
sintomas relatados (motivo da consulta), obter dados subjetivos e objetivos para conhecer o paciente e, 
ao final do processo, selecionar e recomendar o melhor curso de ação a ser tomado.
Esse processo clínico voltado para a segurança do paciente deve seguir boas práticas de prescrição; 
dessa forma, as recomendações feitas ao paciente devem ser registradas em um documento escrito, 
denominado prescrição, que será emitido e entregue ao paciente.
6.1 Terapia não farmacológica
A avaliação das diferentes condições clínicas pode resultar em indicação de terapia não 
farmacológica, de maneira isolada ou associada à farmacológica. As terapias não farmacológicas 
podem incluir: recomendações de mudanças de hábitos de vida, dietéticas ou do ambiente, entre 
outras intervenções educativas. A seleção de terapia não farmacológica contempla critérios similares 
aos da farmacológica, sendo importante levar em consideração as necessidades e os problemas de 
saúde do paciente, as situações especiais e as precauções, e as melhores pesquisas de efetividade 
e segurança.
 Lembrete
Para a prescrição de ambas as terapias (farmacológica e não 
farmacológica), devem ser consideradas as doses, a frequência de 
administração, a duração do tratamento e as contraindicações.
Legislação
Os medicamentos isentos de prescrição (MIPs) têm sua primeira regulamentação no país na Lei 
n. 5.991, de 17 de dezembro de 1973, que dispõe sobre o controle sanitário de medicamentos. Esses 
medicamentos podiam ser comercializados em estabelecimentos hoteleiros e similares para atendimento 
exclusivo de seus usuários (BRASIL, 1973).
60
Unidade II
Foi somente em 2003 que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou a Resolução da 
Diretoria Colegiada (RDC) n. 138, que traz um enquadramento na categoria de venda de medicamentos, 
onde consta a Lista de Grupos e Indicações Terapêuticas Especificadas (Gite). O desenvolvimento do 
Gite foi baseado em critérios como índice terapêutico, toxicidade, legislação internacional e a lista de 
medicamentos essenciais (Rename); todo medicamento que se enquadra no Gite é considerado um MIP 
(BRASIL, 2003).
A RDC n. 138, de 29 de maio de 2003, também afirma que não estão isentos de prescrição 
médica os medicamentos cujos grupos terapêuticos e indicações terapêuticas não constam no 
Gite. Da mesma forma, os grupos medicinais cujo grupo terapêutico e indicação terapêutica de 
pelo menos uma das substâncias ativas contidas não estejam presentes no Gite só podem ser 
vendidos mediante receita médica. Por outro lado, a venda de novos medicamentos sempre exigirá 
receita médica.
Contudo, a reavaliação do enquadramento na categoria de venda ocorrerá no momento de sua 
renovação, seguindo os dados da farmacovigilância. Porém, se tais medicamentos já estiverem sendo 
comercializados nos Estados Unidos ou na Europa pelo período mínimo de cinco anos, desde que 
aprovados pelos seus respectivos órgãos de vigilância sanitária, com grupos terapêuticos e indicações 
terapêuticas presentes no Gite, comprovante de enquadramento na categoria de venda isenta de 
prescrição no país em que o produto é vendido e com apresentação de dados de farmacovigilância, 
esses medicamentos poderão ter o enquadramento na categoria dos MIPs desde o momento do registro 
(BRASIL, 2003).Quadro 6 – Lista de Grupos e Indicações 
Terapêuticas Especificadas (Gite)
Grupos terapêuticos Indicações terapêuticas Observações
Antiacneicos tópicos e 
adstringentes
Acne, acne vulgar, rosácea, espinhas Restrição: retinoides
Antiácidos, antieméticos, 
eupépticos, enzimas digestivas
Acidez estomacal; azia, desconforto 
estomacal, dor de estômago, dispepsia, 
enjoo, náusea, vômito, epigastralgia, má 
digestão, queimação, pirose, esofagite 
péptica, distensão abdominal, cinetose, 
hérnia de hiato
Restrições: metoclopramida, 
bromoprida, mebeverina, 
inibidor da bomba de próton
Antibacterianos tópicos Infecções bacterianas da pele Permitidos: bacitracina e 
neomicina
Antidiarreicos Diarreia, disenteria Restrições: loperamida 
infantil, opiáceos
Antiespasmódicos Cólica, cólica menstrual, dismenorreia, 
desconforto pré‑menstrual, cólica biliar/
renal/intestinal
Restrição: mebeverina
Anti‑histamínicos Alergia, coceira, prurido, coriza, rinite 
alérgica, urticária, picada de inseto, 
ardência, ardor, conjuntivite alérgica, 
prurido senil, prurido nasal, prurido 
ocular alérgico, febre do feno, dermatite 
atópica, eczemas
Restrições: adrenérgicos, 
corticoides (exceto 
hidrocortisona de uso tópico)
61
SEMIOLOGIA E ANAMNESE FARMACÊUTICA
Grupos terapêuticos Indicações terapêuticas Observações
Antisseborreicos Caspa, dermatite seborreica, seborreia, 
oleosidade
Antissépticos orais, 
antissépticos bucofaríngeos
Aftas, dor de garganta, profilaxia das cáries
Antissépticos nasais, 
fluidificantes nasais, 
umectantes nasais
Antissépticos nasais, fluidificantes nasais, 
umectantes nasais
Antissépticos oculares Antissépticos oculares Restrições: adrenérgicos 
(exceto nafazolina com 
concentração < 0,1%), 
corticoides
Antissépticos da pele e 
mucosas
Assaduras, dermatite de fraldas, dermatite 
de contato, dermatite amoniacal, 
intertrigo mamário/perianal/interdigital/
axilar, odores dos pés e axilas
Antissépticos urinários Disúria, dor/ardor/desconforto para urinar
Antissépticos vaginais tópicos Higiene íntima, desodorizante
Aminoácidos, vitaminas, 
minerais
Suplemento vitamínico e/ou mineral 
pós‑cirúrgico/cicatrizante, suplemento 
vitamínico e/ou mineral como auxiliar 
nas anemias carenciais, suplemento 
vitamínico e/ou mineral em dietas 
restritivas e inadequadas, suplemento 
vitamínico e/ou mineral em doenças 
crônicas/convalescença, suplemento 
vitamínico e/ou mineral em idosos, 
suplemento vitamínico e/ou mineral 
em períodos de crescimento acelerado, 
suplemento vitamínico e/ou mineral na 
gestação e aleitamento, suplemento 
vitamínico e/ou mineral para 
recém‑nascidos, lactentes e crianças 
em fase de crescimento, suplemento 
vitamínico e/ou mineral para prevenção 
do raquitismo, suplemento vitamínico e/
ou mineral para a prevenção/tratamento 
auxiliar na desmineralização óssea pré e 
pós‑menopausal, suplemento vitamínico 
e minerais antioxidantes, suplemento, 
vitamínico e/ou mineral para prevenção 
de cegueira noturna/xeroftalmia, 
suplemento vitamínico como auxiliar do 
sistema imunológico
Anti‑inflamatórios Lombalgia, mialgia, torcicolo, dor 
articular, artralgia, inflamação da 
garganta, dor muscular, dor na perna, 
dor varicosa, contusão, hematomas, 
entorses, tendinites, cotovelo de tenista, 
lumbago, dor pós‑traumática, dor ciática, 
bursite, distensões, flebites superficiais, 
inflamações varicosas, quadros dolorosos 
da coluna vertebral, lesões leves oriundas 
da prática esportiva
Permitidos: naproxeno, 
ibuprofeno, cetoprofeno; 
tópicos não esteroidais
Antiflebites Dor nas pernas, dor varicosa, 
sintomas de varizes, dores das pernas 
relacionadas a varizes, dores após 
escleroterapia venosa
62
Unidade II
Grupos terapêuticos Indicações terapêuticas Observações
Antifiséticos, antiflatulentos, 
carminativos
Eructação, flatulência, empachamento, 
estufamento, aerofagia pós‑operatória, 
gases, meteorismo
Antifúngicos, antimicóticos Micoses de pele, frieira, micoses de unha, 
pano branco, infecções fúngicas das 
unhas, onicomicoses, dermatomicoses, 
pitiríase versicolor, tínea das mãos, 
tínea dos pés, pé de atleta, tínea do 
corpo, micose de praia, tínea da virilha, 
candidíase cutânea, monilíase cutânea, 
dermatite seborreica, dermatomicoses 
superficiais, vulvovaginites, dermatite 
perianal, balanopostite, candidíase vaginal, 
candidíase oral
Permitidos: tópicos
Anti‑hemorroidários Sintomas de hemorroidas Permitidos: tópicos
Antiparasitários orais, 
anti‑helmínticos
Verminoses Permitidos: mebendazol, 
levamizol
Antiparasitários tópicos, 
escabicidas, ectoparasiticidas
Piolhos, sarna, escabiose, carrapatos, 
pediculose, lêndea
Antitabágicos Alívio dos sintomas decorrente do 
abandono do hábito de fumar, alívio dos 
sintomas da síndrome de abstinência
Restrição: bupropiona
Analgésicos, antitérmicos, 
antipiréticos
Dor, dor de dente, dor de cabeça, 
dor abdominal e pélvica, enxaqueca, 
sintomas da gripe, sintomas de resfriado, 
febre, cefaleia, dores reumáticas, 
nevralgias, lombalgia, mialgia, torcicolo, 
dor articular, artralgia, inflamação 
da garganta, dor muscular, contusão, 
hematomas, entorses, tendinites, cotovelo 
de tenista, lumbago, dor pós‑traumática, 
dor ciática, bursite, distensões
Permitidos: analgésicos 
(exceto narcóticos)
Ceratolíticos Descamação, esfoliação da pele, calos, 
verrugas, verruga plantar, verruga vulgar
Cicatrizantes Feridas, escaras, fissuras de pele e 
mucosas, rachaduras
Colagogos, coleréticos Distúrbios digestivos, distúrbios hepáticos
Descongestionantes nasais 
tópicos
Congestão nasal, obstrução nasal, nariz 
entupido
Restrições: vasoconstritores
Descongestionantes nasais 
sistêmicos
Congestão nasal, obstrução nasal, nariz 
entupido
Permitido: fenilefrina
Emolientes e lubrificantes 
cutâneos e de mucosas
Hidratante, dermatoses hiperqueratóticas, 
dermatoses secas, pele seca e áspera, 
ictiose vulgar, hiperqueratose palmar e 
plantar, ressecamento da pele, substituto 
artificial da saliva, saliva artificial para 
tratamento da xerostomia
Emolientes, lubrificantes e 
adstringentes oculares
Secura nos olhos, falta de lacrimejamento, 
irritação ocular
Expectorantes, balsâmicos, 
mucolíticos; sedativos da tosse
Tosse, tosse seca, tosse produtiva, 
tosse irritativa, tosse com catarro, 
mucofluidificante
Laxantes, catárticos Prisão de ventre, obstipação intestinal, 
constipação intestinal, intestino preso
Reidratante oral Hidratação oral, reidratação oral
63
SEMIOLOGIA E ANAMNESE FARMACÊUTICA
Grupos terapêuticos Indicações terapêuticas Observações
Relaxantes musculares Torcicolo, contratura muscular, dor 
muscular, lumbago, entorses
Rubefacientes Vermelhidão, rubor
Tônicos orais Estimulante do apetite, astenia
Fonte: Brasil (2003).
A Resolução n. 357/2001, do CFF, aprovou o regulamento técnico das boas práticas de farmácia 
clínica. Essa resolução confere ao farmacêutico responsabilização sobre a automedicação, e para que 
isso seja realizado de forma eficaz, este profissional deve informar sobre educação sanitária ao paciente 
ou consumidor e desenvolver ações na dispensação dos MIPs.
Processo de triagem
Como qualquer outro medicamento, os MIPs apresentam riscos à saúde se administrados de 
forma inadequada (BRASIL, 2010b). Por esse motivo, a automedicação deve ocorrer em conjunto com 
informações adequadas fornecidas por um farmacêutico (SANZ et al., 2000).
Conforme estabelecido em um documento da Comissão Europeia de 1994, as farmácias se 
comprometem a fornecer ao paciente informações sobre produtos que não exigem receita médica, bem 
como as circunstâncias em que um indivíduo deve procurar aconselhamento médico.
Para instruir adequadamente o paciente sobre a automedicação e realizar o acompanhamento 
farmacoterapêutico, o farmacêutico deve obter informações do paciente por meio da anamnese, 
analisar os dados obtidos e relacioná‑los com as preparações para que a indicação possa ser realizada 
posteriormente. Esse processo pode ser considerado triagem (BISSON, 2007).
A Food and DrugsAdministration (FDA) publicou algumas recomendações que limitam o uso de MIPs 
dependendo da idade do paciente. Em geral, todas as crianças menores de dois anos de idade devem ser 
encaminhadas ao médico, a menos que existam estudos que demonstrem a eficácia e segurança desses 
medicamentos nessa faixa etária. O motivo é a falta de estudos e informações que garantam a segurança 
do produto. Em outros casos, esses produtos são conhecidos por causar riscos à saúde (FINKEL; PRAY, 2007).
O paciente deve ser encaminhado diretamente ao médico: se tiver dor aguda ou estiver convencido 
da gravidade dos sintomas presentes e se tiver problemas psicológicos como depressão, ansiedade, 
letargia, inquietação, hiperexcitabilidade ou agitação.
Por fim, é dever do farmacêutico orientar o paciente em relação às decisões tomadas e explicar os 
motivos. Ao fornecer o medicamento ao usuário, é fundamental que sejam explicadas as formas de 
administração e dosagem, duração do tratamento, possíveis efeitos colaterais, interações, contraindicações 
e eventuais dúvidas do paciente. É principalmente o farmacêutico que deve aconselhar o paciente a 
procurar atendimento médico se os sintomas persistirem ou piorarem e o paciente tiver recaídas ou se 
ocorrerem sintomas adversos (BRASIL, 2010b).
64
Unidade II
 Saiba mais
Outros aspectos da prescrição ou seleção de MIPs podem ser obtidos no 
seguinte trabalho de conclusão de curso:
YAZBEK, P. B. Atenção farmacêutica: o processo de indicação 
farmacêutica para medicamentos isentos de prescrição. Trabalho de 
Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia‑Bioquímica) – Universidade 
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Araraquara, 2012. Disponível 
em: https://cutt.ly/kVQcBFe. Acesso em: 13 set. 2022.
7 INTRODUÇÃO AOS CUIDADOS FARMACÊUTICOS
7.1 Definição de cuidados farmacêuticos
O objetivo deste tópico é auxiliar os futuros farmacêuticos na compreensão do que é cuidado 
farmacêutico. Tal entendimento deve anteceder os esforços para implementar a atenção farmacêutica. 
Possivelmente, o primeiro uso publicado do termo cuidados farmacêuticos foi feito por Brodie (1973) 
no contexto de pensamentos sobre controle do uso de drogas e serviços relacionados a medicamentos. 
É um termo que tem sido amplamente utilizado e um conceito sobre o qual muito se tem escrito 
e discutido na profissão farmacêutica, especialmente desde a publicação do artigo de Hepler e 
Strand (1990). Com terminologia e nuances variadas, o conceito também foi reconhecido por outras 
organizações e farmácias.
Muitos farmacêuticos expressaram entusiasmo pelo conceito de cuidado farmacêutico, mas houve 
uma inconsistência substancial em sua descrição. Alguns o caracterizaram apenas como um novo nome 
para farmácia clínica; outros descreveram como qualquer coisa que os farmacêuticos fazem que pode 
levar a resultados benéficos para os pacientes.
O cuidado farmacêutico é um importante novo conceito que representa crescimento na profissão 
além da farmácia clínica como muitas vezes praticada e além de outras atividades farmacêuticas, 
incluindo preparação e dispensação de medicamentos. Na prática, essas atividades devem ser integradas 
e culminar nos cuidados prestados por farmacêuticos individuais a pacientes individuais.
 Lembrete
A missão do farmacêutico é fornecer cuidados farmacêuticos. A atenção 
farmacêutica é a prestação direta e responsável de cuidados relacionados 
a medicamentos com o objetivo de alcançar resultados definitivos que 
melhorem a qualidade de vida do paciente.
65
SEMIOLOGIA E ANAMNESE FARMACÊUTICA
Relacionado a medicação
O cuidado farmacêutico envolve não só a terapia medicamentosa (o fornecimento real de 
medicamentos), mas também decisões sobre o uso de medicamentos para pacientes individuais. 
Outrossim, isso inclui decisões de não usar medicamentos, bem como julgamentos sobre a seleção de 
medicamentos, dosagens, vias e métodos de administração, monitoramento da terapia e o fornecimento 
de medicamentos, informação e aconselhamento a pacientes individuais.
Cuidado
No geral o cuidado ao paciente consiste em domínios integrados de atenção, incluindo, entre outros, 
assistência médica, assistência de enfermagem e assistência farmacêutica. Profissionais de saúde em 
cada uma dessas áreas possuem experiência única e devem cooperar nos cuidados gerais. Às vezes, 
eles compartilham a execução dos vários tipos de cuidado (incluindo cuidados farmacêuticos). Para a 
atenção farmacêutica, no entanto, o farmacêutico contribui com seus conhecimentos e habilidades 
para garantir os melhores resultados do uso de medicamentos.
A saúde e o bem‑estar do paciente são primordiais. O farmacêutico assume um compromisso 
direto, pessoal e atencioso com o paciente e atua para o melhor interesse dele. O farmacêutico 
coopera diretamente com outros profissionais na implementação e monitoramento de um plano 
terapêutico destinado a produzir resultados terapêuticos que melhoram a qualidade de vida 
do paciente.
Resultados
O objetivo dos cuidados farmacêuticos é melhorar a qualidade de vida do paciente por meio 
de resultados terapêuticos definidos (predefinidos) relacionados a medicamentos. Os resultados 
desejados são:
• cura da doença;
• eliminação ou redução da sintomatologia;
• detenção ou retardamento de um processo de doença;
• prevenção de doença ou sintomatologia.
Isso, por sua vez, envolve três funções principais: (1) identificar problemas potenciais e reais 
relacionados à medicação; (2) resolver problemas reais relacionados à medicação; e (3) prevenir 
potenciais problemas relacionados aos medicamentos. Um problema relacionado ao medicamento 
é um evento ou circunstância envolvendo farmacoterapia que realmente ou potencialmente prejudique 
o resultado para um paciente específico. A seguir elencamos algumas categorias de problemas 
relacionados a medicamentos:
66
Unidade II
• Doença não tratada – o paciente tem um problema médico que requer terapia medicamentosa 
(uma indicação para uso de medicamentos), mas não está recebendo medicamento para 
essa indicação.
• Seleção inadequada de medicamentos – o paciente tem um medicamento indicado, mas está 
tomando a medicação errada.
• Dosagem subterapêutica – o paciente apresenta um problema médico que está sendo tratado 
com dosagem menor do que a prescrita.
• Não acesso ao medicamento – o paciente tem um problema médico que é resultado de não receber 
medicamentos (por exemplo, para fins farmacêuticos, psicológicos, sociológicos ou econômicos).
• Sobredosagem – o paciente tem um problema médico que está sendo tratado com alta dose da 
medicação (toxicidade).
• Reações adversas a medicamentos – o paciente tem um problema médico que é resultado de 
uma reação adversa ao medicamento ou efeito adverso.
• Interações medicamentosas – o paciente tem um problema médico que é resultado de interações 
droga‑droga ou droga‑alimento.
• Uso de medicamentos sem indicação – o paciente está tomando um medicamento sem 
indicação médica válida.
Os pacientes podem apresentar características que interferem no alcance dos resultados 
terapêuticos desejados; podem não estar em conformidade com os regimes de uso de medicamentos 
prescritos, ou pode haver variações imprevisíveis em sua biologia. Assim, em um mundo imperfeito, 
os resultados pretendidos da terapia relacionada à medicação nem sempre são alcançáveis.
Os pacientes têm a responsabilidade de ajudar a alcançar os resultados, engajando‑se em 
comportamentos que vão contribuir para – e não interferir – na obtenção dos resultados desejados. 
Os farmacêuticos e outros profissionais de saúde têm obrigação de educar os pacientes sobre os 
comportamentos que contribuirão para alcançar os resultados desejados.
Qualidade de vida
Algumas ferramentas estão disponíveis para avaliar a qualidade de vida das pessoas; elas ainda 
estão evoluindo, e os farmacêuticos devem manter familiaridade com a literatura sobre o assunto. 
Uma avaliação completa da qualidade de vida de um paciente deveincluir fatores objetivos e 
subjetivos (por exemplo, a própria avaliação da percepção de saúde do paciente). Os pacientes devem 
ser envolvidos diretamente no estabelecimento de metas de qualidade de vida para suas terapias.
67
SEMIOLOGIA E ANAMNESE FARMACÊUTICA
Responsabilidade
A relação fundamental em qualquer tipo de assistência ao paciente é uma troca mutuamente 
benéfica na qual o paciente concede autoridade ao provedor e o provedor assume competência 
e compromisso com o paciente (aceita responsabilidade). A responsabilidade envolve tanto a 
confiabilidade moral quanto a prestação de contas. Na atenção farmacêutica, a relação direta entre 
o farmacêutico e o paciente é de um convênio profissional em que a segurança e o bem‑estar do 
paciente são confiados ao farmacêutico, que se compromete a honrar essa confiança por meio de ações 
profissionais competentes que sejam do melhor interesse do paciente. Como membro responsável 
da equipe de saúde, o farmacêutico deve documentar os cuidados prestados. O farmacêutico é 
pessoalmente responsável pelos resultados do paciente (a qualidade do atendimento) que se seguem 
das ações e decisões dele.
A ideia de que os farmacêuticos devem comprometer‑se para a obtenção de resultados definitivos 
para pacientes é um elemento especialmente importante no conceito de cuidado farmacêutico. 
A provisão de assistência farmacêutica representa um amadurecimento da farmácia como profissão 
clínica e é uma evolução natural de atividades de farmácia clínica dos farmacêuticos.
O cuidado farmacêutico é fundamental ao propósito da profissão de ajudar as pessoas a fazer o 
melhor uso de medicamentos. É um conceito unificador que transcende todos os tipos de pacientes, 
todas as categorias de farmacêuticos e organizações farmacêuticas. O cuidado farmacêutico é aplicável 
e alcançável pelos farmacêuticos em todos os ambientes de prática. Prestar cuidados farmacêuticos 
não se limita aos farmacêuticos em ambientes de internação, ambulatório ou comunitário, nem para 
farmacêuticos com certos graus, certificações de especialidade, residências ou outras credenciais. 
Não se limita aos acadêmicos ou configurações de ensino. A assistência farmacêutica não é uma 
questão de credenciais formais ou local de trabalho. Pelo contrário, é uma questão de relacionamento 
pessoal, profissional e responsável direto com um paciente para garantir que o uso da medicação pelo 
paciente seja ideal.
 Saiba mais
Para entender melhor os conceitos importantes do cuidado farmacêutico, 
sugere‑se a leitura do artigo:
AMERICAN SOCIETY OF HOSPITAL PHARMACISTS. ASHP Statement on 
Pharmaceutical Care. American Journal of Hospital Pharmacy, Bethesda, 
v. 50, p. 1720‑1723, 1993. Disponível em: https://cutt.ly/kVQ4nCd. Acesso 
em: 13 set. 2022.
68
Unidade II
Educação e orientação ao paciente
O farmacêutico deve esclarecer ao paciente quais são os problemas de saúde, quais as melhores 
intervenções e o plano de cuidado a ser seguido e a avaliação dos resultados. A orientação ao paciente 
deve ser exata em relação a suas necessidades, condição socioeconômica, nível cultural e complexidade 
do tratamento.
A forma de comunicação é verbal, tendo o receituário como documento escrito de referência ao 
paciente e o prontuário para consulta do farmacêutico e de outros profissionais da saúde. Contudo, 
sugere‑se que estejam disponíveis materiais educativos impressos para situações específicas que sejam 
comuns na vida cotidiana dos pacientes.
Quadro 7 – Principais orientações ao paciente
Orientações ao paciente
Como seguir o plano de cuidado
Como utilizar corretamente os medicamentos e a terapia 
não farmacológica
Quais são os efeitos esperados, e quanto tempo aguardar 
para que eles ocorram
O que fazer caso os sinais e/ou sintomas não melhorem com 
as medidas adotadas
Reações adversas a medicamentos e as interações 
medicamentosas relevantes
Informações relativas ao armazenamento do medicamento 
e de outros produtos relacionados à saúde
Fonte: Souza et al. (2015).
8 RACIOCÍNIO CLÍNICO
É importante considerar que as pessoas tomam medidas em seu cotidiano para prevenir doenças 
e controlar ou reduzir o impacto dos estados de doença em suas vidas, o que constitui o autocuidado. 
As práticas de autocuidado variam de acordo com a gravidade da doença, a necessidade de atenção 
profissional e o grau de autonomia do paciente, desde “autocuidado puro” (paciente totalmente 
autônomo) até “responsabilidade abdicada” (paciente sem autonomia).
Nesse contexto, o próprio paciente, sob influência de pessoas próximas ou da mídia, pode recorrer 
ao uso de medicamentos ou outras estratégias terapêuticas. Quando se trata de medicamentos, existe 
o risco de que o uso desses recursos sem ajuda seja inadequado, levando à falha no manejo de sinais 
e/ou sintomas ou até mesmo causando outros problemas de saúde. Um paciente pode procurar ajuda 
de uma equipe de saúde para aumentar sua capacidade e confiança para gerenciar suas necessidades e 
problemas de saúde. Como um especialista amplamente disponível nos serviços de saúde, o farmacêutico 
é frequentemente requisitado pelos pacientes.
69
SEMIOLOGIA E ANAMNESE FARMACÊUTICA
Cabe ao farmacêutico ouvir ativamente para receber a solicitação, o histórico farmacêutico (para 
coletar informações para identificar necessidades e problemas de saúde, situações e medidas especiais 
e diferentes opções de ação), elaborar um plano de cuidados, combinado com o paciente, bem como 
proceder à avaliação dos resultados. Ressalta‑se que todos os cuidados devem ser registrados no 
prontuário do paciente e que, durante o processo de atendimento, podem ser identificadas situações de 
alerta para o encaminhamento do paciente a outro médico especialista ou serviço de saúde.
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Plano de cuidado
Plano de cuidado
Necessidades ou 
problemas de 
saúde resolvidos
Melhora parcial 
de sinais e/ou 
sintomas
Ausência ou 
melhora de sinais 
e/ou sintomas
Ausência ou 
melhora de sinais 
e/ou sintomas
Anamnese farmacêutica e 
verificação de parâmetros clínicos
Identificar as necessidades e os 
problemas de saúde
Identificar as situações especiais 
e as precauções
Identificar as possibilidades 
de conduta
Ob
je
tiv
os
Educação e 
orientação 
ao paciente
Redação da receita Redação do encaminhamento
Terapia farmacológica Terapia não farmacológica
Outras intervenções 
relativas ao cuidado 
(ex: encaminhamento*)
Acolhimento 
da demanda
Desfecho possível a cada etapa
*a outro profissional ou serviço de saúde
Registro em cada etapa
Figura 4 – Etapas do raciocínio clínico
Fonte: Souza et al. (2015).
70
Unidade II
O Caderno de Atenção Básica n. 28, intitulado Acolhimento à demanda espontânea, constitui uma 
referência importante para o atendimento das demandas espontâneas (BRASIL, 2013b). Publicado em 
2013, pelo Ministério da Saúde, o livro traz as condutas a serem seguidas pelos profissionais da atenção 
primária à saúde (APS) para uma série de queixas comuns. Ressalte‑se que este foi elaborado para 
nortear a atuação dos profissionais no contexto da equipe multidisciplinar.
Já o Caderno de Atenção Básica n. 29, intitulado Rastreamento, também publicado pelo Ministério 
da Saúde naquele mesmo ano (BRASIL, 2013c), trata de atividades de rastreamento ou triagem em 
saúde, auxiliando o farmacêutico no cuidado ao paciente, tanto para a identificação de situações 
que exigem encaminhamento ao médico para elucidação diagnóstica, como para avaliação dos 
resultados clínicos.
 Saiba mais
Os Cadernos de Atenção Primária podem ser consultados a partir dos 
seguintes links:
BRASIL. Ministério da Saúde. Acolhimento à demanda espontânea. 
Brasília: Ministério da Saúde, 2013b. Caderno de Atenção Primária, n. 28, 
v. 1. Disponível em: https://cutt.ly/HVQr0Gy. Acesso em: 13 set. 2022.
BRASIL. Ministério da Saúde. Rastreamento. Brasília: Ministério da 
Saúde, 2013c. Caderno deAtenção Primária, n. 29, v. 2. Disponível em: 
https://cutt.ly/VVQeH8z. Acesso em: 13 set. 2022.
Classificar a demanda do paciente é importante para a documentação do processo de cuidado, para 
a remuneração dos serviços do farmacêutico e para a comunicação interprofissional. Os sinais e/ou 
sintomas que constituem motivos de consulta na atenção primária podem ser codificados segundo a 
Classificação Internacional de Atenção Primária (Ciap), proposta pela Organização Mundial de Médicos de 
Família (Wonca, também conhecida como Associações Nacionais, Academias e Associações Acadêmicas 
de Clínicos Gerais/Médicos de Família).
No Brasil, o SUS recomenda o uso da segunda edição desta classificação (a Ciap‑2) como modelo 
de referência para registros na atenção básica. Ela se baseia na forma como o paciente expressa os seus 
problemas, não constituindo, portanto, qualquer exercício de diagnóstico da doença, o qual deve ser 
feito exclusivamente pelo médico.
71
SEMIOLOGIA E ANAMNESE FARMACÊUTICA
Figura 5 – Sistema Ciap‑2 para a classificação de procedimentos, sinais/sintomas, infecções, 
neoplasias, traumatismos, anomalias congênitas e outros diagnósticos na atenção primária à saúde
Fonte: Souza et al. (2015).
 Saiba mais
Os Guias de Prática Clínica para Farmacêuticos, do CFF, norteiam o 
cuidado nas situações em que o farmacêutico apoia o paciente no manejo 
de problemas de saúde autolimitados e na prescrição farmacêutica. Estes 
materiais fazem parte do Programa de Suporte ao Cuidado Farmacêutico na 
Atenção à Saúde (ProFar).
CFF. Guia de prática clínica 1: sinais e sintomas respiratórios – espirro e 
congestão nasal. Brasília: CFF, 2016. Disponível em: https://cutt.ly/WBpuyI5. 
Acesso em: 13 set. 2022.
72
Unidade II
CFF. Guia de prática clínica 2: sinais e sintomas do aparelho genital feminino 
– dismenorreia. Brasília: CFF, 2017. Disponível em: https://cutt.ly/FBpuaxi. 
Acesso em: 13 set. 2022.
CFF. Guia de prática clínica 3: sinais e sintomas não específicos – febre. 
Brasília: CFF, 2018. Disponível em: https://cutt.ly/1BpuhdU. Acesso em: 
13 set. 2022.
CFF. Guia de prática clínica 4: sinais e sintomas do trato gastrointestinal 
– azia (acidez/pirose) e dispepsia. Brasília: CFF, 2020. Disponível em: 
https://cutt.ly/3BpuzCM. Acesso em: 13 set. 2022.
CFF. Guia de prática clínica 5: sinais e sintomas respiratórios – tosse. Brasília: 
CFF, 2021. Disponível em: https://cutt.ly/cBpuUwa. Acesso em: 13 set. 2022.
8.1 Ciclos de vida
O desenvolvimento tecnológico, com todos os benefícios, trouxe o incremento da desumanização da 
própria técnica, quando reduz a pessoa a objetos despersonalizados de uma investigação fria e objetiva. 
Diante do exposto, a abordagem do usuário não inclui a escuta de suas angústias e suas expectativas, 
assim como informações precisas sobre os procedimentos que deverão ser realizados.
A seguir são descritas características especiais sobre cada ciclo de vida, que devem auxiliar na 
abordagem dos pacientes.
Crianças (0 a 9 anos)
O acompanhamento da criança começa na gravidez, para monitorar o desenvolvimento intrauterino 
e a saúde geral. Para tanto, o encaminhamento precoce das gestantes ao pré‑natal e a identificação dos 
perfis de risco para a saúde da criança são fundamentais e requerem atenção mais cuidadosa.
O monitoramento planejado do crescimento e desenvolvimento, complementado por atividades 
de controle de doenças epidêmicas (como diarreia e doenças respiratórias agudas) e ações básicas 
(como incentivo ao aleitamento materno, orientação alimentar e imunização), pode ajudar a melhorar 
a qualidade de vida. O aleitamento materno tem se mostrado uma importante ação para promover a 
saúde e prevenir uma série de problemas para crianças, mães e famílias. É uma das ferramentas mais 
úteis e econômicas disponíveis para o crescimento e desenvolvimento saudável das crianças.
As lactantes devem evitar o uso de quaisquer medicamentos. Entretanto, se for necessário, deve‑se 
optar por uma droga que não seja eliminada no leite materno ou que não tenha risco aparente para a 
saúde da criança.
Para prescrição de drogas em mães durante a lactação deve‑se: avaliar se a terapêutica é necessária 
e indispensável; utilizar drogas sabidamente seguras para a criança, de menor efeito colateral; em 
73
SEMIOLOGIA E ANAMNESE FARMACÊUTICA
caso de risco para o lactente, fazer avaliação clínica e dosagens laboratoriais para determinar seus 
níveis plasmáticos; programar o horário de administração da droga à mãe, evitando que o pico do 
medicamento no sangue e no leite materno coincida com o horário da amamentação; evitar drogas 
de ação prolongada, devido à maior dificuldade de serem excretadas pelo lactente.
As principais patologias/condições que acometem crianças são:
• desnutrição energético‑proteica;
• diarreia;
• tosse e/ou dificuldade respiratória;
• parasitose intestinal;
• anemia ferropriva;
• tuberculose.
O Programa Nacional de Triagem Neonatal oferece diagnóstico de quatro doenças: hipotireoidismo 
congênito, fenilcetonúria, anemia falciforme e fibrose cística. As gestantes devem ser orientadas no final 
da gestação sobre a importância do teste do pezinho e a duração do procedimento. Todas as crianças 
que apresentam alterações no teste do pezinho são automaticamente encaminhadas aos serviços de 
referência para cada doença, onde passam a ser acompanhadas.
Além da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), as doenças mais graves transmitidas 
de mãe para filho durante a gravidez ou parto são a toxoplasmose e a sífilis congênita. Portanto, o 
farmacêutico deve procurar orientar a gestante sobre um pré‑natal de qualidade, com acesso a exames 
laboratoriais para diagnóstico de infecção pelo HIV, sífilis e toxoplasmose e aos regimes terapêuticos 
indicados, sabendo que isso pode ser decisivo na redução da morbidade neonatal e mortalidade.
O farmacêutico, respeitando sua competência profissional e princípios éticos, é corresponsável, dentro 
da equipe de saúde da família, pelo acompanhamento da criança desde a vida intrauterina ao trabalhar 
com a gestante. Portanto, ao observar qualquer risco evidente dentro dos principais pontos discutidos, 
o farmacêutico deve avaliar a necessidade de algum comportamento: não fazer nada; encaminhar 
imediatamente para outro profissional competente; ou iniciar o monitoramento farmacoterapêutico, 
prevenção e promoção da saúde e vigilância de doenças.
Adolescente (10 a 19 anos)
Levando em conta as peculiaridades dos adolescentes e visando a sua maior procura pelos 
serviços de saúde, é importante criar desde o início uma relação de confiança, empatia e respeito 
entre o profissional e o jovem, no marco do princípio da melhoria da qualidade da assistência por 
meio da humanização.
74
Unidade II
Após acolher o adolescente com linguagem adequada e paciência, o profissional deve demonstrar 
disponibilidade para ouvir. A abordagem do adolescente deve abranger questões que levem ao 
conhecimento sobre desempenho escolar, vida familiar, relacionamento com grupos de amigos (situações 
de risco), metas e planos para o futuro, entre outros aspectos.
À medida que o diálogo se desenvolve, o profissional deve mostrar ao jovem seu interesse genuíno 
por seus problemas e preocupações e evitar assumir a posição de pai. Além disso, deve ter atenção 
especial às reclamações e saber que nem sempre as verbalizadas expressam suas reais preocupações.
Os principais pontos a observar: adolescentes com reprovação escolar, com sérios problemas 
familiares, vínculos com grupos de risco e sem expectativas de futuro estão revoltados e deprimidos e 
precisam de mais cuidados. Quando a entrevista é conduzida com tanto cuidado, os jovens sentem‑se 
confiantes e respondem honestamente às perguntas e indagações que lhes são feitas.
O farmacêutico deve atentar a:
• saúde nutricional;
• sexualidade e saúde mental;
• infecções sexualmente transmissíveis – ISTs e aids;
• métodos anticoncepcionais;
• gestação × aborto.Adultos (20 a 59 anos)
Principais patologias/condições nesta faixa etária:
• hipertensão arterial;
• diabetes mellitus;
• hanseníase;
• tuberculose.
Gestantes
As principais patologias que acometem as gestantes são:
• síndrome hipertensiva da gravidez (pré‑eclâmpsia);
75
SEMIOLOGIA E ANAMNESE FARMACÊUTICA
• diabetes gestacional;
• infecção do trato urinário;
• toxoplasmose;
• HIV;
• sífilis;
• tétano – a imunização da gestante por meio da vacinação antitetânica (com a vacina dupla 
tipo adulto, DT, ou, na falta desta, com toxoide tetânico, TT) contribui para sua proteção e a do 
recém‑nascido.
Os fatores de risco são características ou circunstâncias que tornam as mulheres e os recém‑nascidos 
mais propensos a desenvolver determinadas complicações e, portanto, a morrer, exigindo, portanto, 
uma ação mais complexa. Os fatores de risco da gravidez que permitem que a equipe de planejamento 
da saúde da família realize a consulta de pré‑natal incluem condições antes ou depois da gravidez 
atual que requerem atenção especial durante a consulta de pré‑natal:
• idade menor de 17 e maior de 35 anos;
• ocupação (esforço físico, carga horária, rotatividade de horário, exposição a agentes físicos, 
químicos e biológicos nocivos, estresse);
• situação conjugal insegura;
• baixa escolaridade;
• condições ambientais desfavoráveis;
• altura menor que 1,45 m;
• peso menor que 45 kg ou maior que 75 kg;
• recém‑nascido com crescimento retardado, pré‑termo ou malformado, em gestação anterior;
• intervalo interpartal menor que dois anos;
• nuliparidade e multiparidade;
• síndrome hemorrágica ou hipertensiva, em gestação anterior;
76
Unidade II
• cirurgia uterina anterior;
• ganho ponderal inadequado.
A seguir, listamos alguns fatores de risco gestacional que indicam a realização do pré‑natal em 
serviços de referência:
• dependência de drogas lícitas e ilícitas;
• morte perinatal anterior;
• abortamento habitual;
• esterilidade/infertilidade;
• desvio quanto ao crescimento uterino, número de fetos e volume de líquido amniótico;
• trabalho de parto prematuro e gravidez prolongada;
• pré‑eclâmpsia e eclâmpsia;
• diabetes gestacional;
• amniorrexe prematura;
• hemorragias da gestação;
• isoimunização;
• óbito fetal;
• hipertensão arterial;
• cardiopatias;
• pneumopatias;
• nefropatias;
• endocrinopatias;
• hemopatias;
• epilepsia;
77
SEMIOLOGIA E ANAMNESE FARMACÊUTICA
• doenças infecciosas;
• doenças autoimunes;
• ginecopatias.
Idosos (acima de 60 anos)
As ações direcionadas aos idosos devem garantir um envelhecimento ativo e saudável. 
Portanto, o relacionamento mútuo e a interação social, o respeito à individualidade, a autonomia, 
a independência e o fortalecimento dos vínculos familiares devem ser estimulados para prevenir 
o acolhimento, melhorar a qualidade de vida, adquirir cidadania e efetiva participação social dos 
idosos. A velhice deve ser vista como uma etapa natural do desenvolvimento humano, não como 
uma doença ou castigo.
O objetivo básico da avaliação de idosos é melhorar a qualidade de vida, não apenas prolongá‑la. Os 
idosos precisam de profissionais da atenção primária para fornecer uma abordagem que inclua prevenção 
e detecção precoce de problemas de saúde. Durante o processo de acolhimento, o farmacêutico deve 
fazer uma avaliação abrangente, levando em consideração que a vida do idoso é afetada por diversos 
fatores, incluindo o preconceito dos profissionais e do próprio idoso.
O idoso deve ter participação ativa na avaliação do que é melhor e mais significativo para ele, pois 
o padrão de qualidade de vida é um fenômeno altamente pessoal. Sabemos que o consenso sobre a 
qualidade de vida envolve as dimensões físicas, sociais, psicológicas e espirituais. Esta é uma questão 
não apenas ética, mas metodológica. Outros imperativos éticos devem ser atendidos pelo profissional 
que cuida de idosos, entre eles o direito à autonomia e à dignidade.
Os agravos de saúde mais frequentes são: saúde nutricional; instabilidade postural e quedas; 
incontinência urinária; incontinência fecal; insuficiência cerebral – incapacidade cognitiva; iatrogenia.
Para um tratamento eficaz e seguro, siga estas recomendações:
• Determinar as prioridades de tratamento. Saiba mais sobre o desconforto que esta doença pode 
causar em adultos mais velhos.
• As reações adversas não devem ser tratadas com outro medicamento.
• Os medicamentos são realmente necessários? Você já tentou medidas não medicamentosas? 
Certifique‑se de que é realmente essencial, ou se pode ser substituído por tratamentos tópicos 
ou medidas de reabilitação física.
• O tratamento deve ser iniciado com a menor dose possível. Geralmente os idosos respondem 
muito bem a doses subterapêuticas que são consideradas adultas. A dose deve ser aumentada 
gradualmente de acordo com a resposta e sensibilidade do paciente.
78
Unidade II
• Determine os objetivos e o momento do tratamento; revise o plano de tratamento regularmente 
para ver se ele precisa ser modificado.
• Informe e esclareça os idosos e seus familiares sobre medicamentos e possíveis reações adversas 
importantes. Cuidado para não preocupar o paciente e levar ao abandono do tratamento.
• Interaja com outros profissionais que cuidam de idosos.
• Siga sempre o tratamento e peça aos familiares que relatem os sintomas.
• Peça aos idosos que tragam os medicamentos em uso ‑ receitados e vendidos sem receita.
• Sempre lembre‑se de perguntar sobre as pílulas para dormir. O uso prolongado de drogas nem 
sempre é lembrado.
• Prefira o medicamento mais custo‑efetivo, de fácil manuseio e posologia.
Atendimento ao paciente frágil: tratamento da dor
A dor é definida como uma experiência emocional e sensorial desagradável, com danos 
reais ou potenciais ao tecido. Apesar de sua universalidade, a dor não é uma entidade 
única, sendo composta por uma variedade de sofrimentos humanos. Constitui‑se uma 
das mais frequentes razões de incapacidade e sofrimento para pacientes com câncer 
em progressão.
Em algum momento da evolução da doença, 80% dos pacientes experimentarão dor. 
Pode ser manifestada de diferentes formas: dor e sofrimento (dor total), dor física, dor 
mental, social e espiritual. O sofrimento depende de valores pessoais, é um fenômeno dual. 
De um lado experimenta‑se a percepção da sensação e, do outro, a resposta emocional do 
paciente a ela. A dor aguda tem um momento definido de início, sinais físicos objetivos e 
subjetivos e atividade exagerada do sistema nervoso.
A dor crônica mantém‑se além de um período de seis meses, provocando adaptação 
do sistema nervoso. Para o indivíduo, a dosagem e escolha do analgésico devem ser 
definidas de acordo com a característica da dor do paciente, sem provocar efeitos 
colaterais intoleráveis.
Utiliza‑se também adjuvantes para aumentar a analgesia (corticosteroides, 
anticonvulsivantes), controlar efeitos adversos dos opiáceos (antieméticos, laxativos) e 
controlar sintomas que estão contribuindo para a dor do paciente (ansiedade, depressão, 
insônia). Deve‑se oferecer ao paciente e cuidadores instruções precisas, tanto escritas 
quanto orientadas verbalmente, sobre o nome dos medicamentos, sua indicação, dosagem, 
intervalo entre as doses e possíveis reações adversas.
79
SEMIOLOGIA E ANAMNESE FARMACÊUTICA
A via oral é a via de escolha para a administração de medicação analgésica (e outras) 
sempre que possível; poupa o paciente do incômodo de injeções, proporcionando maior 
controle sobre sua situação e autonomia para o autocuidado.
A frequência das doses pode ser através de horários fixos: a medicação analgésica para 
dor, moderada ou intensa, deve ser administrada a intervalos fixos de tempo. A escala de 
horário fixo assegura que a dose seguinte seja fornecida antes que o efeito da anterior 
tenha passado, levando o efeito de alívio da dor mais consistente. Quando a dor retorna 
antes da próxima dose, o paciente experimenta sofrimento desnecessário, e pode ocorrer 
tolerância,necessitando de doses maiores do analgésico. Outra forma de administração dos 
analgésicos pode ser pela escada analgésica.
Adaptado de: Guerra Júnior et al. (2009, p. 71‑72).
80
Unidade II
 Resumo
Nesta unidade foram estudados assuntos relacionados a análise e 
avaliação terapêutica, cuidados farmacêuticos e raciocínio clínico utilizado 
na farmácia clínica.
Um dos objetivos do trabalho do farmacêutico clínico no processo 
de acompanhamento farmacoterapêutico deve ser o usuário, e 
responsabilidade é o mais importante dessa prática. O farmacêutico, além 
de rever a medicação do paciente, prestar informações sobre uso correto 
e criar um plano de cuidado a partir das necessidades dele, deve assumir 
a responsabilidade pelo acompanhamento do paciente e pelos resultados 
clínicos obtidos.
O farmacêutico clínico avalia as necessidades do paciente e determina 
possíveis problemas relacionadas com medicamentos. Ao detectar o 
problema, auxilia o paciente a resolvê‑lo, e isto pode envolver outros 
profissionais de saúde para determinar, implementar e monitorar um 
plano de cuidado.
Este deve ser um ciclo contínuo de atividades, para resolver e prevenir 
problemas relacionados ao uso de medicamentos e assegurar que o paciente 
tenha uma terapia medicamentosa que seja o mais efetiva e segura possível.
A ação do farmacêutico no acompanhamento farmacoterapêutico, 
por meio de parceria com o médico e aconselhamento ao paciente e por 
intervenção na prescrição e na administração de medicamentos, aumenta 
a adesão ao tratamento, reduz o número de prescrições e o número 
de problemas de prescrição. Ainda, diminui a taxa de hospitalização 
e aumenta o encaminhamento dos pacientes a serviços de menor 
complexidade assistencial.
Seu envolvimento no cuidado centrado e individualizado tem sido 
associado à melhoria na saúde dos usuários. Fica evidente que esse 
trabalho não pode ser isolado e deve ter a contribuição da equipe de saúde. 
Entende‑se por equipe de saúde não somente os profissionais de 
saúde responsáveis pelo cuidado do paciente, mas também o próprio 
paciente. Para o farmacêutico integrar essa equipe, ele precisará de 
habilidades e atitudes que envolvem comunicação e colaboração, além 
de visibilidade, responsabilidade, acessibilidade e compromisso com a 
confidencialidade e orientação ao paciente.
81
SEMIOLOGIA E ANAMNESE FARMACÊUTICA
 Exercícios
Questão 1. As atribuições do farmacêutico incluem a dispensação de medicamentos, a realização de 
consulta farmacêutica, a orientação sobre os efeitos adversos dos medicamentos e a prescrição, entre 
várias outras atividades.
A respeito da prescrição farmacêutica, avalie as afirmativas e a relação proposta entre elas.
I – O farmacêutico não pode recomendar terapias não farmacológicas ao paciente.
porque
II – A consulta farmacêutica deve restringir‑se à indicação de medicamentos isentos de prescrição.
A) As afirmativas I e II são verdadeiras, e a afirmativa II justifica a I.
B) As afirmativas I e II são verdadeiras, mas a afirmativa II não justifica a I.
C) A afirmativa I é verdadeira, mas a afirmativa II é falsa.
D) A afirmativa I é falsa, mas a afirmativa II é verdadeira.
E) As afirmativas I e II são falsas.
Resposta correta: alternativa E.
Análise das afirmativas
I – Afirmativa falsa.
Justificativa: o farmacêutico pode recomendar algumas terapias não farmacológicas, por exemplo, 
a realização de exercícios físicos, a procura por psicoterapia etc.
II – Afirmativa falsa.
Justificativa: a consulta farmacêutica visa à orientação relativa a problemas menores de saúde, 
à orientação quanto ao uso de medicamentos isentos de prescrição, à adesão à farmacoterapia, ao 
monitoramento dos efeitos adversos dos medicamentos etc.
Questão 2. As principais etapas da vida humana são a infância, a adolescência, a fase adulta 
e a velhice. Os cuidados clínicos devem ser adequados a cada período da vida, o que inclui a 
farmacoterapia individualizada, ajustada de acordo com a idade do paciente. A respeito do tema, 
avalie as afirmativas.
82
Unidade II
I – Lactantes devem evitar o uso de quaisquer medicamentos. Entretanto, se for imperativo, deve‑se 
optar por fármacos que sejam pouco excretados no leite materno.
II – Na maioria das vezes, os idosos necessitam de maiores doses dos medicamentos para que o 
efeito terapêutico seja observado.
III – O uso de contraceptivo hormonal deve ser iniciado na vida adulta, pois a ingestão de hormônios 
esteroidais por menores de idade não é indicada.
IV – Crianças podem usar todos os medicamentos que são indicados para adultos, contanto que a 
dose seja ajustada considerando‑se seu peso corporal.
É correto o que se afirma apenas em:
A) I.
B) I e II.
C) II e III.
D) III.
E) II e IV.
Resposta correta: alternativa A.
Análise das afirmativas
I – Afirmativa correta.
Justificativa: mulheres que amamentam (lactantes) devem evitar o uso de quaisquer medicamentos, 
pois a maioria dos fármacos é excretada, em diferentes proporções, no leite materno. Portanto, se 
realmente for necessário, o farmacêutico deve orientar o uso de um medicamento com baixa taxa de 
excreção pelo leite.
II – Afirmativa incorreta.
Justificativa: o índice terapêutico de diversos fármacos diminui com a idade do paciente; ou seja, 
quanto mais idoso, menor a dose que deve ser administrada. Um exemplo é a morfina.
III – Afirmativa incorreta.
Justificativa: adolescentes menores de idade podem utilizar contraceptivos hormonais. Para isso, 
elas devem ser orientadas pelo profissional médico.
83
SEMIOLOGIA E ANAMNESE FARMACÊUTICA
IV – Afirmativa incorreta.
Justificativa: alguns medicamentos são contraindicados para crianças, por exemplo, a fenilefrina, 
que não deve ser administrada a crianças com menos de 2 anos de idade. Além disso, muitas vezes, não 
basta se ajustar a dose considerando‑se o peso da criança, pois as crianças apresentam características 
funcionais que podem alterar a farmacocinética. Por exemplo, se a dose de um medicamento hipotético 
é de 1 mg/kg do peso corporal de um adulto, ela pode ser de 2 mg/kg do peso corporal de uma criança 
de 1 ano de idade.
84
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