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Anatomia Juliana Almeida – Medicina UNIRIO Testículos Escroto › Consiste numa bolsa situada atrás do pênis e abaixo da sínfise púbica. › Encontra-se dividido em dois compartimentos – cada um contém: Um testículo (gônada masculina); Um epidídimo; A porção inferior do funículo espermático e seus envoltórios. › Sua pele é delgada e mais pigmentada que a pele ao seu redor. › Contém poucos pelos, mas muitas glândulas sebáceas e sudoríparas. › Uma crista mediana é a indicação superficial da sua divisão em dois compartimentos; a crista é chamada de rafe do escroto. Internamente, o escroto é dividido em hemiescrotos esquerdo e direito. › A rafe do escroto continua-se anterior e posteriormente com as rafes do pênis e do períneo respectivamente. › O hemiescroto esquerdo mais comumente é um pouco mais baixo do que o direito. › A drenagem venosa da bolsa escrotal esquerda é feita pela veia gonadal (ou testicular) esquerda -> tributária da veia renal esquerda. › Já a drenagem da bolsa escrotal direita é feita pela veia gonadal direita -> tributária direta da veia cava inferior. >> como o fluxo sanguíneo da VCI se faz de baixo para cima, não há represamento quando a veia gonadal direita desemboca nela; >> já no caso da veia gonadal esquerda, como ela desemboca na veia renal esquerda, fazendo um ângulo de 90° -> a veia renal desemboca na VCI, fazendo um outro ângulo de 90°. >>> por conta disso, a hemibolsa escrotal esquerda é mais baixa do que a direita. › Internamente à pele, há uma outra camada, a túnica dartos. É uma lâmina fascial sem gordura que inclui fibras musculares lisas (que compõem o músculo dartos) -> dão aparência rugosa ao escroto. › O escroto é dividido internamente por uma continuação da túnica dartos – forma o septo do escroto – em compartimentos esquerdo e direito. › A demarcação externa do septo do escroto é a rafe escrotal – marca a linha de fusão das eminências labioescrotais embrionárias. Funículo Espermático › É a estrutura que mantém o testículo suspenso dentro do escroto. › É conteúdo do canal inguinal – um canal que existe na virilha, na transição entre tronco e membro inferior. No sexo feminino, o conteúdo do canal inguinal é o ligamento redondo do útero (fixa o útero na parede anterior do abdome). › O canal inguinal consiste numa passagem oblíqua de 3-5cm através da parede abdominal. › Esse canal é constituído pelos músculos da parede ântero-lateral do abdome. Formado por três estruturas principais: › Ducto deferente – tubo que trás os sptz produzidos nos testículos e armazenados no epidídimo até a uretra. Além do ducto, há os vasos para ele e o nervo para o epidídimo. › Vasos que irrigam e drenam o testículo. Artéria gonadal – acompanhada por nervos do plexo testicular. Plexo pampiniforme – conjunto de veias que, posteriormente, vai formar a veia gonadal. Além dessas estruturas, tem: › Vasos linfáticos. › Artéria cremastérica. › Ramo do nervo genitofemoral. › Remanescentes do processo vaginal do peritônio. >> hérnia inguinal – saída de estruturas da cavidade abdomino-pélvica para a região genital externa -> é mais frequente em homens do que nas mulheres. Canal Inguinal › Formado em relação à descida do testículo durante o desenvolvimento fetal. › Constitui numa passagem oblíqua com cerca de 4cm de comprimento – segue inferomedialmente através da parte inferior da parede do abdome. › Situa-se paralela e superiormente à metade medial do ligamento inguinal. Esse ligamento pode ser considerado o assoalho do canal. › Apresenta duas aberturas: anéis inguinais superficial (medial) e profundo (lateral). › Apresenta quatro paredes: teto, assoalho, parede anterior e posterior. › Anel inguinal profundo Encontra-se mais ou menos no ponto médio entre a sínfise púbica, o tubérculo púbico e a espinha ilíaca ântero-superior. É consideerado a entrada do canal inguinal. Localiza-se superiormente à região intermediária do ligamento inguinal e lateralmente à artéria epigástrica. › Anel inguinal superficial É a saída pela qual o funículo espermático emerge do canal inguinal. Consiste numa divisão que ocorre nas fibras da aponeurose do m. oblíquo externo (mais superficial) na região superolateral ao tubérculo púbico. › As partes da aponeurose situadas lateral e medialmente ao anel superficial (formando suas margens) são seus pilares: Pilar lateral: se fixa ao tubérculo púbico. Pilar medial: se fixa à crista púbica. >> o anel inguinal externo/superficial é fruto da abertura do m. oblíquo externo. >> aponeurose = fixação muscular de forma laminar ou plana. Paredes do Canal Inguinal › Anterior: aponeurose do oblíquo externo e é reforçada na parte lateral pela aponeurose do oblíquo interno. Ou seja, formada pelas aponeuroses dos mm. mais superficiais. >> num determinado momento, a aponeurose do oblíquo interno se desdobra em anterior e posterior -> passando a haver 4 lâminas aponeuróticas: do oblíquo externo, o folhetos anterior e posterior da aponeurose do oblíquo interno e a aponeurose do m. transverso do abdome. › Posterior: fáscia transversalis reforçada por fixações púbicas das aponeuroses dos mm. oblíquo interno e transverso do abdome (mais profundo). › Teto Lateralmente – fáscia transversalis; Centralmente – mm. oblíquo interno e transverso do abdome; Medialmente – pilar medial da aponeurose do oblíquo externo. › Assoalho: ligamento inguinal. >> conteúdo do canal inguinal: no sexo masculino – folículo espermático; no sexo feminino ligamento redondo do útero. Testículos › Gônadas masculinas que são responsáveis pela produção de espermatozoides (sptz) e testosterona (T). › Encontram-se suspensos no escroto pelos funículos espermáticos. › O testículo esquerdo geralmente está numa posição mais baixa que o direito. A explicação também é dada pela drenagem venosa! › Têm sua superfícia coberta pela lâmina visceral da túnica vaginal – à exceção do local onde o testículo se fixa ao epidídimo e ao funínculo espermático. › Do testículo para a pele: 1. Testículo. 2. Lâmina visceral da túnica vaginal. 3. Cavidade vaginal – contém líquido que permite o deslizamento das lâminas. 4. Lâmina parietal da túnica vaginal. 5. Fáscia espermática interna. 6. Fáscia cremastérica. 7. Fáscia espermática externa. 8. Túnica dartos – camada muscular com o m. dartos. 9. Pele do escroto. › A túnica vaginal é um saco peritonial que circunda parcialmente o testículo. › Os testículos possuem ainda uma face externa fibrosa esbranquiçada, a túnica albugínea. › Eles são divididos em lóbulos -> constituídos por túbulos seminíferos contorcidos, que são unidos por túbulos contorcidos retos à rede do testículo localizada no mediastino tubular. Vascularização › Irrigados pelas artérias gonadais (ramos viscerais pares da aorta abdominal) e drenados pelas veias gonadais (resultam da fusão dos plexos pampiniformes). >> veia gonadal direita – tributária da VCI; veia gonadal esquerda – tributária da veia renal esquerda. >> inicialmente, é formado o plexo venosos pampiniforme (PVP) – uma rede de 8-12 veias situadas anteriormente ao ducto deferente e que circundam a artéria gonadal do funículo espermático. >> junto aos mm. cremaster e dartos, o PVP faz parte do sistema termorregulador do testículo – ajudando a mantê-lo em temperatura constante (cerca de 3/10-0,5 grau centígrado abaixo da temperatura corporal). Inervação › Nn. autônomos do testículo originam-se como plexo nervoso testicular sobre a artéria gonadal. Contêm fibras parassimpáticas vagais; Contêm aferentes viscerais e fibras simpáticas do segmento T10-T11 da medula espinal. Patologias Comuns › Criptorquidia: não migração de um dos testículos para a bolsa escrotal. Ocorre em 3% dos neonatos a termo e em 30% do prematuros – normalmente essa migraçãose completa no 8º mês de gestação. › Hidrocele: presença de líquido em excesso num processo vaginal persistente. O líquido se encontra na cavidade vaginal – entre os dois folhetos da túnica vaginal. Pode estar associada a hérnia inguinal indireta. › Hematocele: acúmulo de sangue na túnica vagnal. Normalmente provocado pela ruptura de ramos da artéria gonadal após traumatismo testicular. › Testículos ectópicos. › Varicocele: dilatação do plexo pampiniforme. Ocasionado ou por defeitos nas válvulas das veias gonadais, ou por problemas renais no rim esquerdo. › Torção do funículo espermático. Local mais comum de torção é imediatamente acima do polo superior do testículo. É uma emergência cirúrgica, pois pode evoluir com necrose testicular.
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