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Totalitarismo de Direita e Esquerda e Guerra Civil Espanhola

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TOTALITARISMO DE DIREITA
A crise de 1929 forneceu o pretexto para justificar o totalitarismo governamental, culpando a liberdade individual como a responsável pelo caos.
A principal diferença entre o totalitarismo de direita e de esquerda residia em suas ideologias: o primeiro apoiava e era apoiado pela burguesia, enquanto o segundo se sustentava em um regime socialista.
Semelhanças entre esses totalitarismos:
Política- supremacia total do Estado, nacionalismo exacerbado, exaltação da figura do líder, desprezo pelas práticas democráticas e desenvolvimento de um forte militarismo;
Economia- desenvolvimento e proteção da indústria nacional, além de realização de obras públicas;
Sociedade- apelo as massas;
Cultura- censura, controle sobre o sistema educativo, manipulação do sentimento coletivo das massas.
ITÁLIA E O FASCISMO
Ao final da Primeira Guerra, a Itália estava entre os vencedores, mas os custos financeiros desse país não havia sido recuperado, houve prejuízos humanos, na agricultura, campos devastados e falência de indústrias provocando inflação e desemprego.
Benito Mussolini fundou a organização “Fascio de Combate”, o embrião do Partido Fascista.
Formou milícias armadas para perseguir e combater socialistas e comunistas com o uso da violência.
 
O movimento logo recebeu a adesão da classe média e da burguesia, que se sentiam assustadas com o avanço das ideias socialistas, especialmente entre a massa de desempregados e empregados urbanos.
Marcha sobre Roma- sob ameaça de greve geral convocada pelos comunistas, Mussolini realizou uma gigantesca demonstração de força, exigindo que o governo tomasse as devidas providências e estabelecesse a ordem do país.
Vitor Emanuell II convidou-o para formar um novo governo.
Fascio de Combatimento
Marcha sobre Roma
O Governo Fascista Italiano
Quando assumiu o poder, Mussolini eliminou a oposição prendendo, realizando eleições fraudulentas e fechando os jornais.
Extinguiu todos os partidos políticos só ficando o Fascista), suprimiu o direito de greve e liquidou a liberdade de imprensa.
Tratado de Latrão (1929)-assinado com a Igreja, pondo fim a Questão Romana. Governo italiano reconheceu o Estado do Vaticano, em Roma, sob o governo do papa. 
Tratado de Latrão
A Itália foi atingida pela crise mundial de 1929. Como resposta à crise, Mussolini intensificou a produção de armas e iniciou sua política imperialista sobre o norte da África.
A Alemanha e o nazismo
Em 1918, antes da Primeira Guerra terminar, socialistas, comunistas, anarquistas, nacionalistas, militares e outros provocaram uma onda de agitação por toda a Alemanha culminando na abdicação do Kaiser Guilherme II. Nascia a República de Weimar.
O Tratado de Versalhes provocou insatisfação e revolta e agravou a crise econômica e social interna do povo alemão.
Adolf Hitler, líder do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães deu um golpe de Estado- o Putsch de Munique- mas fracassou e foi preso.
Na prisão, Hitler escreveu a Mein Kampf (Minha luta) na qual expôs os fundamentos do nazismo:
Somente o Estado e a força seriam capazes de impor e manter a ordem;
 ideias bolcheviques das organizações sindicais dos trabalhadores eram responsáveis pela subversão da ordem e da paz;
O povo alemão deveria se orgulhar do passado e reerguê-lo;
Fazia-se necessária a perseguição aos judeus (antissemitismo) que por não terem pátria, viviam pelo mundo explorando e se enriquecendo à custa do trabalho de outros povos, dominando a indústria, o comércio e os bancos;
Somente a raça ariana era superior e tinha o direito de governar o mundo.
A Alemanha necessitava de territórios para se desenvolver (“Espaço Vital”).
Mein Kampf
Com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, os Estados Unidos retiraram sua ajuda econômica.
Os nazistas, por meio das tropas de assalto- SA – reprimiam violentamente as manifestações de esquerda.
Com os inflamados discursos contra o perigo soviético, Hitler passou a contar com o apoio da burguesia alemã e dos profissionais liberais.
Nazistas promoviam desfiles das Seções de Assalto (SA) e das Brigadas de Segurança (SS). Prometiam trabalho para todos e controle dos preços das mercadorias.
A bandeira nazista – vermelha com a cruz gramada – passou a se multiplicar.
SA- milícia paramilitar (Ernest Rohm)
SS- corpo policial de elite conhecido pelo fanatismo (Himmler).
1933- presidente Hinderburg nomeou Hitler como chanceler (primeiro-ministro).
Presidente von Hindenburg
Desfiles Nazistas
SA
 Ernest Rohm SA
SS
Himmler SS
Bandeira Nazista
O Governo Nazista Alemão
Hitler ao assumir o posto dissolveu o Parlamento, convocou novas eleições e colocou as tropas das SA e SS para fiscalizarem o processo eleitoral. A oposição foi violentamente perseguida e as eleições foram garantidas para os nazistas. 
Noite dos longos punhais (30/6/1934)- Hitler eliminou a oposição dentro das fileiras nazistas ao promover assassinatos em massa das SA pelas tropas das SS.
 
Noite dos longos punhais
Com a morte do presidente em 1934, Hitler assumiu o controle político do Estado e das Forças Armadas e se auto denominou Fuhrer, o chefe. Pôs fim a República e fundou o III Reich.
Leis de Nuremberg- legislação antissemita, responsabilizando os judeus pelas crises econômicas e sociais considerando-os de “raça inferior”.
Noite dos Cristais (9/11/1938)- os nazistas destruíram sinagogas, lojas e habitações de judeus.
Noite dos Cristais
Economicamente recuperou o país, combatendo o desemprego com grandes obras públicas e incentivos à industria, principalmente a bélica.
O controle da opinião pública e da oposição era exercido pela censura, pelo uso intenso da propaganda oficial (Ministério da Propaganda dirigido por Joseph Goebbels) e pela violência da Gestapo, polícia secreta, que prendia e executava qualquer suspeito. 
Joseph Goebbels
Quanto a educação, Hitler pôs em prática o que escreveu em Mein Kampf: “Todo o sistema educacional deve ter como objetivo das às crianças de nosso povo a certeza de que são absolutamente superiores aos outros povos”
GUERRA CIVIL ESPANHOLA
Em 1936, na Espanha, o general Franco recebeu apoio de Hitler e Mussoini.
Inspirado nas ideias fascistas e com apoio clerical, Franco organizou as Falanges (integradas pelos nacionalistas), enquanto o povo formava a Frente Popular (integrada pelos republicanos).
Cinquenta mil voluntários de vários países formaram as Brigadas Internacionais em apoio à Frente Popular contra os falangistas.
A ajuda ítalo-alemã foi fundamental para a vitória dos fascistas. A guerra espanhola serviu de “laboratório” para que Hitler testasse equipamentos e táticas bélicas, que seriam usadas posteriormente, na Segunda Guerra Mundial.
Em 1939, Franco assumiu o podfer, controlando o país até o final da década de 1970.
Os princípios ideológico-governamentais do nazifascismo europeus se expandiram para outros países, a exemplo de Portugal, com Antonio Salazar, assim como para a América.
No Brasil, a Ação Integralista Brasileira foi uma organização político-partidária de inspiração fascista. 
Ruínas da cidade de Guernica
TOTALITARISMO DE ESQUERDA
Após a disputa com Trotsky, na qual saiu vencedor, Stálin governou de forma autoritária. Instalou uma autocracia, que passou a controlar todos os setores da sociedade soviética com “mão de ferro”.
Seus opositores, denominados de “dissidentes”, eram perseguidos e julgados sumariamente.Durante a década de 1930, milhões de pessoas foram enviadas a Sibéria ou executadas.
O pretexto criado e usado por Stálin para as perseguições foi o assassinato de Serguei Kirov, em dezembro de 1934.
Kirov era um importante bolchevique, com papel atuante na Revolução de Outubro de 1917, assim como na guerra civil, lutando pelo Exército Vermelho. Após a morte de Lênin, apoiou a ascensão de Stálin e foi nomeado chefe da seção do Partido Comunista em Leningrado.
Apontado como sucessor natural de Stálin, o crescimento de sua popularidade provocou seu assassinato, provavelmente a mando do próprio Stálin. Sua morte foi conveniente para o stalinismo: primeiro porque eliminou um concorrente em potencial do “grande líder”, segundo porque Stálin “se vingou” da morte de Kirov eliminando a maior parte das tradicionais lideranças dos bolcheviques.
Stálin e Kirov
Perseguido por Stálin, Trotsky passou por vários países. Foi assassinado no México em 1940. Seus seguidores foram violentamente perseguidos e sua figura foi retirada dos livros de história da União Soviética.
A economia crescia em razão dos planos quinquenais (planejamento econômico para cinco anos) que estabelecia fortes incentivos ao desenvolvimento da indústria pesada, à coletivização e à mecanização da agricultura por meio dos sovkhozes- fazendas estatais, cuja produção, máquinas e terra pertenciam ao Estado.
Havia também os kolkozes, cooperativas coletivas, cujos membros eram proprietários da produção, mas não da terra.
Dessa maneira, a economia soviética pouco sofrei os efeitos da crise de 1929.
Durante o stalinismo, a arte soviética foi dominada pelo realismo socialista, o estilo artístico oficial do regime. Sob o controle do Estado, a literatura, a pintura, a escultura, a arquitetura, a música, o teatro, o cinema e o design de produtos, tudo passou por uma estética pensada como produção cultural e veículo de propaganda.
Qualquer desvio dos padrões oficiais nos campos estético, cultural ou científico era suficiente para enfrentar o “processo de Moscou”, sob a acusação de alienação, adesão à cultura burguesa, decadência etc.
Sob o stalinismo, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas tornou-se um dos primeiros produtores de aço e petróleo, entre outros produtos.
Entretanto esse desenvolvimento econômico não foi acompanhado pelo desenvolvimento social, pois a ênfase econômica dada à indústria pesada relegou a segundo plano o desenvolvimento das indústrias de bens de consumo.
Houve grande impulso na educação, erradicando o analfabetismo e desenvolvendo-se o ensino técnico e científico.
Mas todo esse desenvolvimento era obrigado a seguir o realismo socialista, que exaltava o socialismo e, principalmente Stálin.
O totalitarismo russo não terminou com a morte de Stálin. Até meados da década de 1980, existiu na União Soviética o “stalinismo sem Stálin, isto é, o totalitarismo.

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