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Civilização Romana Aula UP

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Civilização Romana
A Monarquia Romana
Durante a fase da monarquia, a economia de Roma era baseada na agricultura e no pastoreio. A sociedade era formada pelos patrícios, originários das antigas famílias, que constituíam os grandes proprietários de terras e rebanhos; clientes, homens livres, de famílias pobres, que viviam sob a proteção dos patrícios; plebeus, representados pelos estrangeiros, pequenos proprietários, artesãos e comerciantes. Até 640 a.C., Roma era governada por soberanos que dependiam do Senado (Conselho dos Anciãos) órgão formado exclusivamente por patrícios. As decisões eram aprovadas pela Assembleia Curiata, que reunia todos os cidadãos das famílias aristocráticas, cuja finalidade era votar as leis e aprovar a guerra.
O último rei de Roma, Tarquínio, o Soberbo, de origem etrusca, aproximou-se da plebe com a finalidade de anular a força do Senado. Por esta razão, os patrícios depuseram o rei e implantaram a República, em 509 a.C., órgão essencialmente aristocrático.
 
A República Romana 
 
Neste período, Roma tinha uma economia agropastoril, produzindo apenas para as necessidades de sua população. Voltava-se para o mercado interno. O único comércio mais ativo era o de sal.
Com a queda da Monarquia e a implantação da República, o poder passou a ser monopolizado pelo patriciado, por meio do controle do Senado que escolhia os magistrados (Poder Executivo).
Os patrícios decretavam leis que empobreciam a plebe, obrigando-a a se endividar e acabando por escravizá-la pelo não pagamento das dívidas contraídas dos próprios patrícios. Tal fato provocou revoltas sociais em Roma, obrigando os patrícios a fazer concessões a plebe: Tribuno da Plebe, Lei das Doze Tábuas, Lei Canuleia, Lei Licinia e a lei que criava o Comício da Plebe, o que dava aos plebeus o direito ao plebiscito.
A Expansão Romana
O primeiro momento da expansão romana foi a conquista da Península Itálica pelos romanos. O principal instrumento para a conquista foi um exército muito bem preparado para dominar os demais povos.
Os romanos foram grandes engenheiros. Por volta de 200 a.C., centenas de quilômetros de estradas, algumas com mais de 12 metros de largura, cortavam seus domínios.Elas eram construídas pelos legionários do exército durante suas campanhas.
Quando Roma partiu para a expansão alcem da Península Itálica, internamente havia uma relativa estabilidade política, pois as questões sociais entre patrícios e plebeus tinham sido resolvidas, temporariamente, pelas conquistas plebeias.
As guerras ofensivas
O grande alvo de Roma era a cidade de Cartago, pois essa antiga colônia fenícia dominava o comércio no Mediterrâneo. Os cartagineses ofereciam tecidos, perfumes, pedras preciosas, marfim e ouro, além de possuírem uma poderosa frota naval e um exército de terra.
Na Primeira Guerra Púnica (264-241 a.C.), os romanos investiram contra Cartago na disputa pelo controle da Sicília. A vitória romana forçou os cartagineses a pagar-lhes uma pesada indenização de guerra e a entregar-lhes a Sicilia, a Córsega e a Sardenha.
A Segunda Guerra Púnica, entre Roma e Cartago (218-202 a.C.), deu aos romanos o controle sobre o norte da África e o sul da Espanha, exceto o Reino da Numídia e Cartago.
Entre 150 e 146 a.C., Roma e Cartago enfrentaram-se na Terceira Guerra Púnica, e Cartago foi derrotada.
Ao mesmo tempo em que Roma e Cartago combatiam, os romanos desenvolveram guerras também no Mediterrâneo oriental. Conquistou Macedônia, Grécia, Síria, Ásia Menor, Gália, a Palestina e o Egito.
Guerras Púnicas
As repercussões das conquistas
O comércio interligava Roma às suas províncias em toda a orla (margem) do Mediterrâneo. As atividades agrícolas nas províncias foram estimuladas. Contudo, na própria Itália, a agricultura praticamente desapareceu. Uma classe de comerciantes, banqueiros, arrendatários, cobradores de impostos (publicanos), sendo denominada classe dos homens-novos ou cavaleiros. Os patrícios dependentes da exploração fundiária se empobreceram, passando a depender dos cargos públicos para manter seu nível social. A plebe, marginalizada pelo aumento do número de escravos, passou a ser sustentada pelo Estado, que distribuía trigo e proporcionava espetáculos circenses gratuitamente: iniciava-se a política de “pão e circo”, que tinha como meta primeira a alienação política da plebe romana. 
Pão e Circo
Os escravos provenientes das conquistas militares chegavam a Roma em grandes proporções, tornando-se cada vez mais baratos, e eram considerados seres inferiores.
O Exército, principal agente das conquistas, se alterou: os soldados foram profissionalizados e passaram a receber salários. O Exército cada vez mais interferia na vida política romana. A estrutura republicana já não dava mais conta do Império Universal e passava a dar sinais de desintegração.
 
Da crise da República ao Alto Império 
A Guerra Civil
As instituições políticas da República começaram a se desintegrar. Não mais se adaptavam às novas condições de um Império Universal. A crise da República evidenciou-se durante as guerras civis, que em seu final levaram à implantação do Império.
As forças políticas que se defrontaram durante essas guerras eram as seguintes: os patrícios, que procuravam manter a República e os seus privilégios; os cavaleiros, que almejavam o controle do poder político; os clientes, que serviam de instrumento na luta política; o Exército, que, constituiu igualmente um instrumento político nas mãos dos generais.
Os primeiros sinais da crise apareceram quando os Irmãos Graco – Tibério e Caio – pretenderam realizar a Reforma Agrária, a fim de libertar a plebe de seu estado de submissão. Foram abatidos pelos nobres e cavaleiros unidos.
Surgiram, em seguida, generais políticos – primeiro Mário, depois Sila – que apoiados na plebe e no Exército exerceram o poder de forma absoluta durante anos.
Em 60 a.C., César, Pompeu e Crasso formaram o Primeiro Triunvirato, reduzindo a autoridade do Senado. Crasso morreu na Pérsia, Pompeu foi vencido por César no Egito, onde a rainha Cleópatra passou a receber a proteção do vencedor. Em Roma, César procurou legalizar o seu poder, obtendo a ditadura. Passou a pretender a hereditariedade que só o título de “rei” lhe proporcionaria. Por isso, foi assassinado por um grupo de senadores liderados por Brutus e Cassius.
Julius César
Marco Antonio, general e amigo de César, uniu-se ao sobrinho deste, Caio Otávio, e, com Lépido, formou o Segundo Triunvirato. Venceram os rebeldes da Macedônia e dividiram a República entre si. Mais tarde, Otávio afastou Lépido, venceu Marco Antonio e Cleópatra e se apoderou do Egito. Os tesouros pilhados propiciaram-lhe um exército numeroso e celeiros abarrotados de trigo, distribuído à plebe em seu nome. Voltou para Roma e foi recebido como o salvador da República; na verdade, Caio Otávio tornava-se o fundador do Império.
O Alto Império
O Império estabeleceu-se de fato em Roma quando Caio Otávio retornou do Egito com seu Exército. Foi concedido a ele o título de Augusto, título que até então era reservado aos deuses e que permitia a Otavio escolher seu sucessor.
Seu poder apoiava-se efetivamente no Imperium, comando do Exército; no poder pró-consular, ou seja, no direito de indicar os governadores das províncias; no poder tribunício, de caráter popular e delegado pela plebe. 
Augusto reorganizou as províncias, dividindo-as e imperiais (militares) e senatoriais (civis). Indicava os governadores e controlava-os por meio de inspeções diretas e relatórios anuais. Criou o sistema estatal de cobrança de impostos, acabado com a concessão da arrecadação a particulares.
No plano social, acabou com a tradicional superioridade do patriciado, criando uma estrutura social fundamentada em critérios censitários. Os mais ricos que tinham uma renda acima de um milhão de sestércios, pertenciam a Ordem Senatorial, que tinha os privilégios políticos e distinguia-se pelo uso da cor púrpura. A Ordem Equestreera composta de romanos com renda acima de 400 mil sestércios, usava a cor azul e possuía menos direitos. Abaixo desse nível, ninguém mais possuía direitos políticos; a grande maioria constituía a Ordem Inferior.
Não tendo herdeiros diretos, Augusto indicou como sucessor seu filho adotivo Tibério. As indicações seguintes seriam feitas pelos militares. Depois de 68 d.C., teve início a revolta militar, e os demais exércitos – Espanha, Gália, Germânia e Oriente – passaram a intervir nesse processo, cada um indicando um candidato.
Na época dos Severos, o imperador era um soberano que se apoiava na burocracia e no Exército. O Senado havia se esvaziado.A economia prenunciava a crise: os impostos diminuíram e o governo passou a emitir dinheiro, gerando aumento de preços, de salários e da inflação. Além da crise interna, os romanos enfrentavam ainda pressões dos bárbaros sobre suas fronteiras.
 
A crise do Império 
O Baixo Império
Teve início no século III, fase da crise aguda do escravismo, pois os problemas do Império se acumularam em razão de três fatores: militar, religioso e econômico.
Em termos militares, a anarquia e o final das guerras de conquistas contribuíram para a diminuição do número de escravos, pois a agricultura romana, para garantir uma boa produção, necessitava de um número abundante de escravos. À medida que as guerras cessavam, escasseava a mão de obra disponível e o seu preço se elevava.
O cristianismo foi também um fator religioso que, ao pregar a liberdade como um dom natural do ser humano, fez com que grandes levas de escravos se convertessem e fugissem das propriedades, fazendo diminuir a população escrava. 
As dificuldades para manter a mão de obra escrava aumentavam, os senhores gastavam grande parte da produção para alimentá-los e vesti-los, além dos gastos com vigilância para impedir as fugas. Enquanto isso, os latifúndios começavam a ser divididos e os lucros diminuíam, o que impedia a aquisição de novos escravos, gerando uma retração econômica que contribuiu para a crise do escravismo.
Como consequência desse processo, os proprietários rurais começaram a adotar o sistema de arrendamento como saída para a crise. Os trabalhadores passaram a se sustentar com seu próprio trabalho, num pedaço de terra arrendado pelo proprietário. Assim, os escravos foram diminuindo e alguns chegaram a comprar seu próprio lote de terras, transformando-se em homens livres.
As cidades foram deixando de ser o centro da vida do Império, verificando-se uma tendência de ruralização da economia, pois os latifúndios tornaram-se autossuficientes e independentes da economia urbana. Esse fato se acentuou com as pressões bárbaras sobre o Império, levando as vilas a constituírem verdadeiras fortalezas, o que fez a vida de suas populações mais segura.
Ao mesmo tempo, essas alterações provocaram uma retração geral da economia, à medida que a produção urbana e o comércio geravam cada vez menos riquezas.
As medidas para conter a crise
O Império deixou de sustentar a plebe urbana, limitou os gastos da corte imperial, dispensou funcionários e reduziu os contingentes militares.
Diocleciano, para impedir que os atritos entre militares no momento de sucessão aumentassem e para garantir a eficiência contra as invasões bárbaras, estabeleceu a Tetrarquia, dividindo o Império em Ocidente e Oriente. Cada região passava a ser governada por quatro imperadores.
Com a morte de Diocleciano, Constantino subiu ao poder e aboliu a divisão do Império, reunificando-o. Em 313, o novo imperador legalizou o cristianismo por meio do Edito de Milão.
Durante o governo de Teodósio, o cristianismo foi oficializado por meio da Lei da Tessalônica, de 391. O Império foi dividido novamente em Oriente e Ocidente.
As invasões bárbaras e o fim do Império no Ocidente
O enfraquecimento militar facilitou as invasões dos bárbaros, que foram ocupando o território do Império Romano do Ocidente: visigodos, na Espanha; vândalos, na África; francos, na Gália; anglo-saxões, na Bretanha, ostrogodos, na Itália. Em 476, o Império do Ocidente reduzia-se a Itália. O imperador Júlio Nepos foi deposto.
O Império Romano do Oriente sucumbiu em 1453, com a invasão de Constantinopla pelos turcos otomanos. 
Invasão dos bárbaros
A História de Cleópatra
 Pouco depois da morte de César, Cleópatra ordenou o assassinato de seu irmão e marido, Ptolomeu 14, que morreu envenenado. Em Roma, o general Marco Antônio tornou-se o cônsul-geral. No ano seguinte, passou a dividir o poder com Otávio e Lépido, formando o segundo triunvirato. Juntos, derrotaram as tropas de Bruto e Cássio, envolvidos no assassinato de César.
 Após Lépido se afastar da vida política, Marco Antônio e Otávio passaram a lutar entre si. Ambos queriam o poder em Roma. Marco Antônio governava as províncias romanas no Oriente, ao passo que Otávio administrava a porção ocidental do Estado romano. Marco Antônio se estabeleceu em Alexandria e Otávio permaneceu em Roma.
Seguindo o exemplo de César, Marco Antônio também se tornou amante de Cleópatra. Ele era casado com Otávia, irmã de Otávio, mas a mandou de volta a Roma, devolvendo-a ao irmão para se casar com Cleópatra segundo as tradições egípcias.
 Essa atitude foi considerada um insulto por Otávio, que aproveitou para iniciar uma campanha para desmoralizar Marco Antônio diante do povo romano, apresentando-o como uma marionete controlada por Cleópatra. Do romance entre Cleópatra e Marco Antônio nasceram gêmeos: um menino, Alexandre, e uma menina, que recebeu o mesmo nome da mãe. O casal também teve um terceiro filho: Ptolomeu Filadelfo.
Não bastasse isso, durante uma cerimônia pública no Egito, Marco Antônio declarou que Cesário, filho de Cleópatra, era o herdeiro legítimo de César. Tal declaração foi uma afronta a Otávio. Em Roma, os senadores, temendo que Marco Antônio, caso saísse vitorioso da disputa com Otávio, transferisse a capital do Estado para Alexandria, destituíram-no de suas atribuições como governante da porção oriental.
 A batalha de Ácio e o fim de uma era
 Em 31 a.C. Marco Antônio concentrou um exército na costa oeste da península balcânica, de onde saíram seus navios de guerra. Assim teve início uma batalha naval que ficou conhecida como batalha de Ácio, da qual as forças de Otávio saíram vitoriosas. Durante a batalha houve muitas deserções nas forças de Marco Antônio
Esses desertores acabaram apoiando Otávio, pois não concordavam com o que consideravam uma interferência excessiva da rainha egípcia nas decisões de Marco Antônio, cada vez mais visto como um homem submisso aos caprichos de Cleópatra. Marco Antônio deixou seu exército e fugiu de navio para Alexandria. Sem um líder, seu exército se rendeu.
 Cleópatra pretendia fugir para a Índia, onde planejava fundar um novo reino, mas tribos do deserto, antes dominadas pelos ptolomeus, queimaram os navios que seriam utilizados na fuga. Quase sem encontrar resistência, as tropas de Otávio ocuparam o Egito. Acreditando nos boatos de que Cleópatra já estava morta, Marco Antônio cometeu suicídio, apunhalando-se com sua espada.
 A morte de Cleópatra
 Numa última e desesperada tentativa de salvar seu reino, Cleópatra enviou seu cetro e diadema para Otávio. De nada adiantou. Quando Otávio chegou a Alexandria, capturou Cleópatra. Pretendia exibi-la acorrentada no desfile triunfal que faria em Roma para comemorar sua vitória. Para escapar dessa humilhação, Cleópatra seguiu o exemplo de Marco Antônio: cometeu suicídio.
 Segundo a tradição, ela teria se deixado picar por uma serpente venenosa. No entanto, embora tenham sido vistas duas marcas de picada em um dos braços da rainha, os médicos da época não encontraram vestígio de veneno em seu corpo. Além disso, até onde se sabe, não foram achadas provas de que uma serpente venenosa estivesse no local onde Cleópatra foi encontrada morta.
O destino dos filhos de Cleópatra
Após a batalha de Ácio, Cleópatra enviou o filho para a cidade de Coptos, deixando-oaos cuidados de um tutor. Esse tutor recebeu ordens para tirar o menino do país em segurança. A ideia de Cleópatra era que Cesário fosse levado do Egito para a Índia.
Ele acabou sendo entregue a Otávio, que ordenou sua execução. Eliminando Cesário, Otávio podia se apresentar como o único herdeiro legítimo de César. E acabou se tornando o primeiro imperador de Roma, recebendo o título de Augusto, que significa "divino". Governou o Império Romano de 27 a.C. a 14 a.C.
Quanto aos filhos nascidos do romance entre Cleópatra e Marco Antônio, foram enviados a Roma e, numa decisão bastante polêmica, ficaram sob os cuidados de Otávia, a esposa rejeitada por Marco Antônio.
Ao envolver-se primeiro com Júlio César, e depois com Marco Antônio, Cleópatra ganhou a fama de rainha sedutora e escandalizou muitos de seus contemporâneos. Envolver-se com homens influentes em Roma era uma estratégia para manter-se no poder e garantir a soberania do Egito. No final, a estratégia fracassou. Durante o reinado de Cleópatra, o Egito Antigo perdeu definitivamente sua soberania.

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