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Nefrologia 5 - Urologia 1 💦 Nefrologia 5 - Urologia Nefrolitíase Composição dos cálculos Oxalato de cálcio (40-70%): puro, associado com fosfato de cálcio ou ácido úrico Estruvita (10-20%): fosfato amoníaco magnesiano. Costuma criar cálculos coraliformes (grandes e que crescem nos cálices) Ácido úrico (5-10%): puro ou associado a oxalato Fosfato de cálcio puro (6%) Cistina (2-3%) Formação dos cálculos 1. Excesso de elementos insolúveis 2. Nucleação (formação de cristais): pH ácido (<5) favorece a formação de cálculos de ácido úrico e cistina, pH básico favorece estruvita e fosfato de cálcio 3. Crescimento/Agregação: formação dos cálculos Manifestações Clínicas Nefrologia 5 - Urologia 2 Ocorrem pela migração e obstrução, principalmente em pontos de constrição fisiológica (junção ureteropélvica, terço médio do ureter, junção ureterovesical). Cólica nefrética: dor em flanco e região anterior do abdome, irradiação para inguinal, escroto ou grandes lábios. Polaciúria e disúria (na JUV). Náusea, vômitos, picos hipertensivos Hematúria: macro ou microscópica, pode ser manifestação isolada. Causa mais comum depois de ITU baixa Infecção: pielonefrite aguda, sepse grave ou choque séptico Obstrução Diagnóstico Anamnese e exame físico Radiografia simples USG: não é um bom exame para ureterolitíase Urografia excretora TC (padrão-ouro) Tratamento Não complicados e ≤10mm: Analgesia: AINE VO ou IV associado ou não a opioides Bloqueador alfa-1 adrenérgico: tansulosina Hidratação mínima Aguardar 4 a 6 semanas para expelir. Não expeliu = avaliação da uro para cirurgia Renal não sintomático: > 10mm, mesmo que assintomático = intervenção Renal complicado Hidratação mínima, analgesia, coleta de hemoculturas Antibiótico: Piperacilina-tazoactam, ampicilina-subbactam, imipenen, ceftriaxone, quinolona Intervenção urológica Nefrologia 5 - Urologia 3 Complicação rara: Pielonefrite xantogranulomatosa após obstrução crônica por cálculo coraliforme + infecção crônica. Necessita de nefrectomia radical Ureterolitíase sintomática: Analgesia e hidratação mínima Complicado? = rim único, anúrico, dor refratária, infecção ou sepse, cálculo bilateral Sim = Cateter duplo J ou nefrostomia. Avaliação do uro para cirurgia Não Cálculo >10mm = Avaliação da uro Cálculo ≤10mm que não sai em 4-6 semanas = Avaliação da uro Intervenções Litotripsia extracorpórea por onda de choque (LECO): cálculo <2cm, de baixa densidade (<1000UH), localizado na pelve ou ureter proximal Ureterolitotripsia rígida ou flexível: cálculo <2cm de alta densidade Nefrolitotomia/tripsia percutânea: >2cm e proximal, >1cm no cálice renal, cálculo coraliforme ou cálculo refratário à LECO Avaliação Etiológica Urina I + cultura Urina de 24h: pH, cálcio, ácido úrico, citrato, oxalato, fosfato, magnésio Sangue: cálcio, ácido úrico, citrato, fosfato, sódio, potássio, cloro, bicarbonato, creatinina, ureia Cálculos de cálcio: hipercalciúria idiopática (55%) → >300mg/24h em homens, >250mg/24h em mulheres. Tratado com restrição de sódio e proteínas, tiazídicos, NÃO restringir cálcio Estruvita: infecção por bactérias produtoras de urease (Proteus, Pseudomonas, Enterococcus). Há produção de amônia, que é transformada em amônio e se liga a fosfato e magnésio. Hipertrofia Prostática Benigna Principalmente na zona de transição (causa obstrução precocemente) Nefrologia 5 - Urologia 4 Fatores de risco: idade avançada, testículos funcionantes, obesidade e síndrome metabólica, fatores genéticos Fisiopatologia: Obstrução uretral mecânica (estática): crescimento Obstrução dinâmica (funcional): contração da musculatura lisa Resposta detrusora: hipertrofia vesical (perda de complacência) e denervação parassimpática (instabilidade e contração involuntária) Quadro clínico: Sintomas obstrutivos: hesitância, esforço miccional, intermitência, jato fraco, jato afilado, gotejamento terminal ou pós-miccional, esvaziamento incompleto Sintomas irritativos: urgência miccional, frequência aumentada, noctúra, incontinência de urgência Complicações: retenção urinária aguda, infecção urinária e prostatite, litíase vesical, insuficiência renal, hematúria macroscópica, falência do detrusor Diagnóstico: Anamnese: Diário miccional IPSS: 0-5 pontos para cada SO ou SI. ≥8 = tratamento SO: Jato fraco, intermitência, esforço miccional, esvaziamento incompleto SI: urgência, frequência, noctúria Qualidade de vida Exame físico: abdome, toque retal Laboratório: creatinina, urina tipo 1, citologia urinária (fumantes) e PSA Imagem: USG em caso de creatinina alta, hematúria e litíase, urotomografia para hematúria macroscópica Tratamento: Nefrologia 5 - Urologia 5 Bloqueadores alfa 1: tansulosina (mais seletiva) ou doxazosina (mais efeito colateral) Inibidores da 5-alfa redutase: Finasterida ou dutasterida Anticolinérgico pode ser usado em casos de sintomas graves de armazenamento Cirúrgico: Indicações: IPSS moderado a grave sem resposta do tratamento clínico, História de retenção urinária aguda, Infecção urinária de repetição, Hematúria recorrente, Litíase vesical, Lesão do trato urinário superior Técnicas: Ressecção transuretal da próstata: Complicação → hiponatremia dilucional Prostatectomia a céu aberto, prostatectomia subtotal ou transvesical: Próstatas >80g, cálculos, grandes divertículos Câncer de Próstata Principalmente na zona periférica (demora para causar obstrução) Fatores de risco: Idade >65 anos, etnia (negros), história familiar, mutações BRCA-1 e 2, obesidade, níveis elevados de IGF-1 Patologia: Escore de Gleason (Graus 1 a 5), se soma os dois mais encontrados. ISUP dá a porcentagem de pacientes livres de doença em 5 anos 6 = ISUP 1 = 96% 3+4 = ISUP 2 = 88% 4+3 = ISUP 3 = 63% 8 = ISUP 4 = 48% 9-10 = ISUP 5 = 26% Disseminação: local, linfática e hematogênica (ÓSSEAS, blásticas) Quadro clínico: assintomático (60%) Hesitação, jato urinário fraco, hematospermia, edema de MMII, dor óssea Detecção precoce: não há consenso Nefrologia 5 - Urologia 6 Prova de cirurgia: Toque retal e PSA (>10, olhar refinamentos) Prova de preventiva: não se faz rastreio a nível populacional Diagnóstico: Biópsia transretal guiada por USG: PSA >4 com refinamentos alterados ou sem disponibilidade de refinamento Estadiamento: RNM: avalia T e N TC de abdome e pelve: avalia N Cintilografia óssea: avalia M (casos mais avançados) Tratamento: Doença localizada: Expectante: pacientes com alto risco cirúrgico, expectativa de vida <10 anos, Gleason baixo grau. Acompanhamento periódico Prostatectomia radical: PSA >10 ou Gleason >7 ou T3-T4 Radioterapia Braquiterapia Doença avançada: Hormonoterapia: deprivação androgênica medicamentosa ou cirúrgica (orquidectomia) Resumo por: Igor Mecenas
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