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McLuhan, Os Meios de Comunicação como Extensões do Homem Nossa cultura está há muito acostumada a dividir e sistematizar tudo com o objetivo da obtenção de controle, por vezes choca ao lembrar que o meio é a mensagem. Assim, consequências pessoais e sociais de qualquer meio, constituem o nosso novo meio de vida, que é introduzido por uma nova tecnologia. Com a automação, por exemplo, os empregos diminuem, porém papéis são criados para essas pessoas, assim participando de um sentido em que a tecnologia mecânica, por si só, destruiu inicialmente. A reestruturação da associação e do trabalho do homem foi moldada pela fragmentação, essência da tecnologia da máquina. A mente humana, por canais sensoriais, sofre a ação dos meios, causando alterações consequentemente afetando seu equilíbrio. Os meios são extensões da mente, e estas extensão estas fazem uso da tecnologia. É o meio que configura e controla a proporção e a forma das ações e associações humanas: é típico que o conteúdo dos meios se ceguem para suas próprias naturezas. A mecanização é feita pela fragmentação de um processo, seguido da seriação do resultado da ação. Porém, o fato de uma coisa seguir-se a outra não significa nada, senão a mudança. McLuhan afirma que, com a “velocidade instantânea”, as causas das coisas retornam à tona da consciência: em lugar de perguntar o que veio primeiro, o ovo ou a galinha, se começou a desconfiar que a galinha foi ideia do ovo para a produção de mais ovos. O cinema, para uma cultura mecanizada e letrada, nos transportou do mundo dessas sequências e dos encadeamentos para o mundo das estruturas criativas: não é atoa que foi nessa fase que o movimento artístico do cubismo surgiu, substituindo a ilusão perspectivista, por todas as facetas do objeto simultaneamente. O cubismo desfaz a ilusão da perspectiva para o favorecimento da apreensão sensória instantânea do todo e, assim, anunciou que o meio é a mensagem. Na “era da eletricidade”, a ideia integral de estrutura e configuração se tornou dominante de forma que as teorias educacionais passaram a lançar mão dela. Segundo Nietzsche, uma vez que a compreensão paralisa a ação, podemos moderar esse conflito a partir da compreensão dos meios que provocam guerras dentro de nós. Hoje, se quisermos estabelecer os marcos de nossa própria cultura, basta estudar uma sociedade onde uma certa pressão ou tendência ainda não foi sentida, ou período onde ainda era desconhecida. Há então a divisão de dois tipos de meios, sendo o “meio quente” e o “meio frio”. O meio quente permite menos participação do que os meios frios, pois nele a mensagem vem de forma completa: o sentido é único e torna o receptor apenas um consumidor passivo da informação. Já o meio frio geralmente possui informação incompleta, vários caminhos de interpretações e sentidos a serem compreendidos, levando o receptor a uma reflexão e envolvimento, para que seja então capaz de completar a mensagem. Por exemplo, o telefone é um meio frio, enquanto o rádio é um meio quente. Enquanto o telefone é, ao ouvido, o fornecimento de quantidade mínima de informação, pois a fala fornece pouco à percepção do ouvinte, o rádio prolonga esse sentido no que o autor denomina de “alta definição”, que remete a um estado de alta saturação de dados. Porém, o meio quente não deixa muito a ser preenchido ou completado pelo receptor. Ele permite menos participação, como o autor exemplifica: “uma conferência envolve menos do que um seminário, e um livro menos que um diálogo.
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