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Traumatologia - Base das Fraturas ● Fraturas: ○ Fratura: perda de continuidade do tecido ósseo ○ Fechadas x expostas ○ Completas x incompletas ○ Sem desvio x desviada: ■ A sem desvio pode ser tratada de maneira clínica. Diferente da com desvio que precisa de tratamento cirúrgico - Fêmur: a energia cinética do trauma irá predizer no tipo de fratura que pode evoluir. ○ Exame clínico: ■ inspeção: exposição ou não óssea. ■ palpação: pulsos ○ Lesões de partes moles ○ Circulação distal ○ Dica: fraturas de diáfise do fêmur - possível embolia gordurosa ○ Diagnóstico radiológico - 2 incidências + articulações ○ Coluna, cintura escapular e pelve - Tomografia ○ Planejamento para tratar fraturas complexas - Tomografia ● IMPORTANTE: ○ Embolia GORDUROSA - FRATURA DE FÊMUR ○ Tríade: ■ dificuldade respiratória progressiva pelas alterações da consciência e/ou do comportamento ■ petéquias cutâneas ■ fratura de fêmur ○ TRATAMENTO, PREVENÇÃO E SUPORTE NA UTI ● Consolidação das fraturas: ○ processo biológico para regeneração óssea ○ forma osso novo, não cicatriz ○ 1- Direta: sem formação do calo quando submetida a redução e fixação necessária estabilização ○ 2- Indireta: calo fibrocartilaginoso no tratamento conservador quando há movimento após fixação ● Fase inflamatória: células inflamatórias são recrutadas e começa um processo de fagocitose. Além do estímulo de osteoclastos. ● Fase reparadora: Os osteoblastos migram e começam com a produção óssea, além da angiogênese. ● Fase de consolidação: ● Fase da remodelação: ○ fragmentos unidos de maneira sólida ○ substituição do osso reticulado pelo lamelar pela atividade osteoblástica e osteoclástica ○ formação da camada cortical e canal medular ○ processo que leva meses ● Processo de consolidação óssea: ● Complicações da consolidação: ○ fatores locais e sistêmicos influenciam a consolidação ○ estabilidade ○ aporte sanguíneo ○ gravidade / infecções / cobertura de partes moles ○ agressão extensa ao periósteo ○ idade / comorbidades / desnutrição / corticoides / radioterapia / doenças osteometabólicas ● Fatores de risco para não consolidação: ○ Relacionados ao hospedeiro: ■ DM - microangiopatia, infecção ■ nicotina: ação vasoconstritora ● diminui angiogênese ● atrapalha funcionamento dos osteoblastos ■ tudo que cause desnutrição ou imunossupressão: esteroides, doenças reumatológicas e malignidades.. ○ Relacionados ao tratamento inicial: ■ contato ósseo insuficiente ■ estabilidade errada: pode tanto excessiva ou insuficiente ■ técnica ruim ● CAI NA PROVA: ○ Complicações: ■ consolidação muito lenta (não concluida em 4 a 6 meses); retardo de consolidação ■ sem progressão radiográfica em 3 meses ou sem consolidação em 9 meses = pseudoartrose ■ fratura consolidada, porém com fragmentos desviados = consolidação viciosa ● Princípios do tratamento de fraturas: ○ Tratamento depende das características das fraturas ○ TRATAMENTO CONSERVADOR (não cirúrgico) ■ fraturas incompletas ■ completas sem desvio ■ estáveis ■ imobilizações, tipoias, órteses, retirada da carga, etc. ○ TRATAMENTO CIRÚRGICO: ■ técnica levando em consideração a reconstituição anatômica e funcional ■ necessidade de garantir a estabilidade ■ escolha dos materiais pertinentes ■ fraturas articulares: redução anatômica e restabelecimento da superfície articular ○ REDUÇÃO FECHADA OU INCRUENTA E FIXAÇÃO EXTERNA: ■ fraturas expostas - politraumatizados (controle de danos) ■ evitar o trauma cirúrgico adicional (compartimento?) ■ estabilização dos ossos da bacia ■ fraturas articulares complexas ○ REDUÇÃO FECHADA (INCRUENTA) E FIXAÇÃO INTERNA: ■ redução sem violar o foco da fratura ■ fio de Kirschner, hastes intramedulares e placas longas ○ REDUÇÃO ABERTA (CRUENTA) E FIXAÇÃO INTERNA: ■ foco de fratura aberto ■ restabelecimento da forma original de fragmentos ■ osteossíntese promove a compressão do foco ■ consolidação primária ■ parafusos de tração, placas de compressão e bandas de tensão. Exemplos: fraturas intra-articulares, antebraço ● Fraturas Expostas: ○ Osso ou hematoma fraturário se comunica com o meio externo ○ Antibioticoprofilaxia e antitetânico na sala de emergência (atendimento inicial) ○ A fratura que se comunica com o meio externo ou com cavidades contaminadas ○ Comunicação com cavidades - nasal, oral, vaginal e anal ● Classificação Gustilo e Andersons 1976: ○ Tamanho da ferida ○ Grau de contaminação ○ Grau de desvitalização ○ Energia cinética ● Pegadinha: ○ antibiótico, vacina antitetânica e alinhamento do membro + analgesia. ● Grau 3: ○ Grau 3B: falha de cobertura e grande contaminação ○ Grau 3C: lesão arterial que necessita reparo ● Princípios do tratamento: ○ preservar: vida e membro! ○ avaliar extensão da lesão ○ limpeza cirúrgica ○ desbridamento de todo tecido desvitalizado ○ estabilização óssea ● Atendimento inicial ortopédico: ○ Sala de trauma potencialmente contaminada: ■ avaliação neurológica e vascular isolar a ferida (caso descoberta) ■ solicitar incidências radiográfica adequadas (exceção para politrauma grave) ■ ATB e TETANO ● Regra básica: ○ ampliar a ferida - para efetivar a lavagem ○ remover tecidos desvitalizados ○ 4C ● Fraturas expostas: ○ até 6/8 horas - limpeza cirúrgica, debridamento e irrigação com SF 0,9% - 10 a 20 litros. ○ após limpeza - estabilização e fixadores externos ○ caso necessário, nova abordagem ○ conversão para osteossíntese - mais precoce possível ○ complicações: infecção, compartimental e etc. ○ Estabilização da fratura: ■ fixação estável diminui a probabilidade de infecção. Fixar no momento do desbridamento ■ fraturas articulares e epifisárias: osteossíntese rígida (parafusos e fios) ■ fraturas diafisárias: estabilidade relativa (fixador externo, placa ponte, haste intramedular) ■ fraturas metafisária: placas ou fixador externo híbrido. ○ Fratura Grau 1: indicação da estabilização como se fosse não exposta e a indicação do implante ditado pelo tipo de fratura. ○ Fratura Grau 2 e 3: instáveis, requerendo estabilização adequada. ● IMPORTANTE: ● Síndrome Compartimental: ○ aumento da pressão dentro do compartimento muscular ○ decorrente de edema e hematoma ○ fratura, sangramento arterial, esmagamento, queimadura ○ aumento de pressão reduz a pressão capilar ○ mais comuns: perna e antebraço ○ pode ocorrer em pé, mão e nádegas ○ Fisiopatologia: ■ trauma provoca espasmo arterial - isquemia muscular ■ colabamento de vênulas com prejuízo do retorno venoso ■ extravasamento de líquido para o interstício ■ edema ○ Quadro clínico: ■ Primeiro sintoma: ● natureza isquêmica, sendo intensa e desproporcional ● provocada pelo alongamento passivo dos músculos ■ Parestesia e hipoestesia: no território dos nervos que atravessam o compartimento afetado, sendo o primeiro sinal de isquemia nervosa. ○ Diagnóstico: ■ diagnóstico precoce ■ músculo tolera 4 horas de isquemia. Após 8 horas, é irreversível ■ lesão de tecido nervoso = 12 a 24 horas ■ dor intensa e constante - piora a extensão ■ pressão do compartimento não deve ser superior a 30 mmHg ■ risco de rabdomiólise ■ EDEMA ● difícil de avaliar ● subjetivo ● difícil avaliar compartimentos profundos ■ PULSOS? ● Estão sempre intactos em uma síndrome compartimental aguda ● Ausentes em estágios terminais = amputação OU vascular ○ A fasciotomia deve ser feita antes da estabilização da fratura, para que seja eliminado qualquer atraso na descompressão!! ○ Em qualquer circunstância, é mandatório o desbridamento de toda musculatura necrosada. ○ Continuação - Diagnóstico: ■ possibilidade de medida da pressão do compartimento ■ técnica de Whitesides: mecanismo que consegue medir a pressão dentro do compartimento. ○ Tratamento: ■ fasciotomias ■ ferida aberta para fechamento por segunda intenção ■ complicação: contratura de Wolkmann - tecidos necróticos substituídos por fibrose ● Pegadinha: ○ Pulso na síndrome compartimental: ■ Estão intactos em uma síndrome compartimental aguda ■ Ausentes em estágios terminais = amputação OU vascular ● Contratura de Wolkmann: ○ flexãode cotovelo ○ pronação do antebraço ○ flexão do punho adução do polegar ○ extensão da articulação metacarpofalangiana