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ACESSIBILIDADE E TÉCNICAS ASSISTIDAS Me. Roberto Fonseca GUIA DA DISCIPLINA 1 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 1. HISTÓRICO DA VISÃO SOCIAL EM RELAÇÃO À PESSOA COM DEFICIÊNCIA Objetivo: Introduzir o estudo da deficiência na sociedade, levantar o histórico da visão social em relação às pessoas com deficiência; apresentar o histórico das legislações que atendem o direito das pessoas com deficiência e apresentar e introduzir o estudo da norma de acessibilidade NBR9050. Introdução: A sociedade foi formulada pensando em atender exclusivamente os ideais dos homens brancos e sem deficiência descriminando todas as pessoas que não fazem parte desse grupo. O modelo discriminatório vem desde à antiguidade onde as pessoas com deficiência eram consideradas sub-humanas, ou seja, eram pessoas que nada contribuíam com a vida humana. Isso ocorreu, principalmente, em cidades como Atenas e esparta, lugares onde se cultuava o corpo físico pleno, sadio e padronizado, para eles as pessoas com deficiência estavam contrapondo os seus ideais e, portanto, ali eles não poderiam conviver. Em Esparta e Atenas crianças com deficiências física, sensorial e mental eram consideradas sub-humanas, o que legitimava sua eliminação e abandono. Tal prática era coerente com os ideais atléticos, de beleza e classistas que serviam de base à organização sociocultural desses dois locais. Em Esparta eram lançados do alto dos rochedos e em Atenas eram rejeitados e abandonados nas praças públicas ou nos campos. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL, 2008, p.7) 2 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Observa-se que a sociedade sempre enxergou a pessoa com deficiência como alguém a margem, e de época em época foram criados em uma relação discriminatória. Desde sempre a sociedade se achou no direito de eliminar ou excluir as pessoas que eram diferentes dos padrões estabelecidos pela sociedade. [...] desde os primórdios da humanidade pessoas nasceram ou adquiriram alguma deficiência ou limitação que as impediram de realizar suas atividades diárias de forma autônoma. De maneira perversa, essas pessoas foram alijadas da sociedade e tratadas como estorvo ou “coitadinhas (NEGREIROS, 2014 p.13). Um dos primeiros passos para que as pessoas com deficiência começassem a receber algum tipo de assistencialismo foi o surgimento do cristianismo, a partir daí, surge então a ideia de caridade para pessoas que eram desprezadas como deficientes, pobres e mendigos. Foi no vitorioso Império Romano que surgiu o cristianismo. A nova doutrina voltava- se para a caridade e o amor entre as pessoas. As classes menos favorecidas sentiram-se acolhidas com essa nova visão. O cristianismo combateu, dentre outras práticas, a eliminação dos filhos nascidos com deficiência. Os cristãos foram perseguidos, porém, alteraram as concepções romanas a partir do Século IV. Nesse período é que surgiram os primeiros hospitais de caridade que abrigavam indigentes e pessoas com deficiências (NEGREIROS, 2014 p.3). A doutrina cristã trouxe muitos benefícios no tratamento dos excluídos da sociedade e com o seu surgimento as pessoas começaram a acolher mais as pessoas com deficientes, no entanto, mesmo com essa nova visão de caridade, as pessoas com deficiência continuaram a ser excluídas, ainda que ali elas não fossem mais eliminadas, eles continuavam a sofrer com as atitudes de rejeição social. Eles eram internados em manicômios, orfanatos, ou seja, em lugares longe dos olhares da sociedade. A partir do século XVII, os deficientes passaram a ser internados em orfanatos, manicômios, prisões e outros tipos de instituições, juntamente com delinquentes, idosos e pedintes, ou seja, eram excluídos do convívio social por causa da discriminação que então vigorava contra pessoas diferentes (BERGAMO, 2010, p.35). A partir do final da segunda guerra mundial as pessoas começaram a ter um novo olhar para as pessoas com deficiência, porque até então eles tinham a concepções de que a deficiência era algo que só vinha de berço, ou seja, a pessoa só nascia com a deficiência e ela não era adquirida posteriormente. A partir de então, observando o cenário de destruição, vendo pessoas próximas, soldados que eram heróis de guerra, familiares, amigos colegas de trabalho em situação de dependência e impossibilidade começou-se a repensar a forma de lidar com esse novo parâmetro 3 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Foi a partir da Segunda Guerra Mundial que o direito necessita se preocupar com grupos sociais específicos, nesse caso surgem os mutilados da guerra, pessoas que foram para a guerra sem nenhuma deficiência e voltam às suas casas com algum tipo de mutilação que impedem a fruição normal de suas atividades de vida diária (TAHAN, 2012, p.21). Com isso, o olhar preconceituoso que se tinha diante a pessoa com deficiência começou a mudar, eles notaram que a deficiência estava longe de ser castigo ou maldição, outro pensamento que se iniciou a partir daí é que mesmo com suas limitações eram muito importantes para a sociedade e então surgiu a necessidade e a possibilidade das pessoas de contribuir na construção de uma sociedade melhor e mais justa. Com as mudanças no pensamento da sociedade, a deficiência começou a ganhar novos olhares e concepções, as pessoas começaram a se preocupar com bem-estar, passaram a defender os direitos e a pensar sobre a inclusão das pessoas com deficiência. . Mudanças socioculturais foram ocorrendo paulatinamente na Europa, cujas marcas principais foram o reconhecimento do valor humano, o avanço da ciência e a libertação quanto a dogmas e crendices, reconhecendo-se que o grupo de pessoas com deficiência deveria ter atenção específica fora dos abrigos ou asilos para pobres e velhos. A despeito das malformações físicas ou limitações sensoriais, essas pessoas, de maneira esporádica e ainda tímida, começaram a ser valorizadas enquanto seres humanos (NEGREIROS, 2014, p.15). 1.1 Histórico de legislação e inclusão Com a mudança do olhar e do pensamento sobre a pessoa com deficiência, começaram a ser criadas legislações que os protegiam e guardavam os seus direitos no Brasil e no mundo inteiro. Algumas das principais legislações criadas sobre o direito da pessoa com deficiência são: 4 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 1961-LeiNº4.024. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) fundamenta o atendimento educacional às pessoas com deficiência, chamadas no texto de “excepcionais”. Segue trecho: “A Educação de excepcionais, deve, no que for possível, enquadrar -se no sistema geral de Educação, a fim de integrá-los na comunidade. ” 1971LeiNº5.692. A segunda lei de diretrizes e bases educacionais do Brasil é da época da ditadura militar e substitui a anterior. O texto afirma que os alunos com “deficiências físicas ou mentais, os que se encontrem em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula e os superdotados deverão receber tratamento especial”. Essas normas deveriam estar de acordo com as regras fixadas pelos Conselhos de Educação. Ou seja, a lei não promovia a inclusão na rede regular, determinando a escola especial como destino certo para essas crianças. 1988 Constituição Federal. O artigo 208, que trata da Educação Básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos, afirma que é dever do Estado garantir “atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”. Nos artigos 205 e 206, afirma-se, respectivamente, “a Educação como um direito de todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício dacidadania e a qualificação para o trabalho” e “a igualdade de condições de acesso e permanência na escola”. 1989-Lei N°7.853. O texto dispõe sobre a integração social das pessoas com deficiência. Na área da Educação afirma, por exemplo, obriga a inserção de escolas especiais, privadas e públicas, no sistema educacional e a oferta, obrigatória e gratuita, da Educação Especial em estabelecimento público de ensino. Também afirma que o poder público deve se responsabilizar pela “matrícula compulsória em cursos regulares de estabelecimentos públicos e particulares de pessoas portadoras de deficiência capazes de se integrarem no sistema regular de ensino”. Ou seja: exclui da lei uma grande parcela das crianças ao sugerir que elas não são capazes de se relacionar socialmente e, consequentemente, de aprender. O acesso a material escolar, merenda escolar e bolsas de estudo também são garantidos pelo texto. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4024.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5692.htm 5 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 1990- Lei N° 8.069. Mais conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente, a Lei Nº 8.069 garante, entre outras coisas, o atendimento educacional especializado às crianças com deficiência preferencialmente na rede regular de ensino; trabalho protegido ao adolescente com deficiência e prioridade de atendimento nas ações e políticas públicas de prevenção e proteção para famílias com crianças e adolescentes nessa condição. 1994- Política Nacional de Educação Especial. Em termos de inclusão escolar, o texto é considerado um atraso, pois propõe a chamada “integração instrucional”, um processo que permite que ingressem em classes regulares de ensino apenas as crianças com deficiência que “(...) possuem condições de acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos normais”. Ou seja, a política exclui grande parte desses alunos do sistema regular de ensino, “empurrando -os” para a Educação Especial. 1999- Decreto N°3.298. O decreto regulamenta a Lei nº 7.853/89, que dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência e consolida as normas de proteção, além de dar outras providências. O objetivo principal é assegurar a plena integração da pessoa com deficiência no “contexto socioeconômico e cultural” do país. Sobre o acesso à Educação, o texto afirma que a Educação Especial é uma modalidade transversal a todos os níveis e modalidades de ensino e a destaca como complemento do ensino regular. 2001-Lei N°10.172. O Plano Nacional de Educação (PNE) anterior, criticado por ser muito extenso, tinha quase 30 metas e objetivos para as crianças e jovens com deficiência. Entre elas, afirmava que a Educação Especial, “como modalidade de educação escolar”, deveria ser promovida em todos os diferentes níveis de ensino e que “a garantia de vagas no ensino regular para os diversos graus e tipos de deficiência” era uma medida importante. 6 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 2001- Resolução CNE/CEB N°2 Texto do Conselho Nacional de Educação (CNE) institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Entre os principais pontos, afirma que “os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos”. Porém, o documento coloca como possibilidade a substituição do ensino regular pelo atendimento especializado. Considera ainda que o atendimento escolar dos alunos com deficiência tem início na Educação Infantil, “assegurando -lhes os serviços de educação especial sempre que se evidencie, mediante avaliação e interação com a família e a comunidade, a necessidade de atendimento educacional especializado”. 2002- Resolução CNE/CP N°1/2002 A resolução dá “diretrizes curriculares nacionais para a formação de professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena”. Sobre a Educação Inclusiva, afirma que a formação deve incluir “conhecimentos sobre crianças, adolescentes, jovens e adultos, aí incluídas as especificidades dos alunos com necessidades educacionais especiais”. 2002 – Lei Nº 10.436/02 Reconhece como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais (Libras). 2006 – Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos Documento elaborado pelo Ministério da Educação (MEC), Ministério da Justiça, Unesco e Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Entre as metas está a inclusão de temas relacionados às pessoas com deficiência nos currículos das escolas. 2007 – Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) No âmbito da Educação Inclusiva, o PDE trabalha com a questão da infraestrutura das escolas, abordando a acessibilidade das edificações escolares, da formação docente e das salas de recursos multifuncionais. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm http://portal.mj.gov.br/sedh/edh/pnedhpor.pdf http://portal.mec.gov.br/arquivos/livro/livro.pdf 7 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 2007-Decreto Nº 6.094/07 O texto dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação do MEC. Ao destacar o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos com deficiência, o documento reforça a inclusão deles no sistema público de ensino. 2008 – Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva Documento que traça o histórico do processo de inclusão escolar no Brasil para embasar “políticas públicas promotoras de uma Educação de qualidade para todos os alunos”. 2008 – Decreto Nº 6.571 Dispõe sobre o atendimento educacional especializado (AEE) na Educação Básica e o define como “o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma complementar ou suplementar à formação dos alunos no ensino regular”. O decreto obr iga a União a prestar apoio técnico e financeiro aos sistemas públicos de ensino no oferecimento da modalidade. Além disso, reforça que o AEE deve estar integrado ao projeto pedagógico da escola. 2009 – Resolução Nº 4 CNE/CEB O foco dessa resolução é orientar o estabelecimento do atendimento educacional especializado (AEE) na Educação Básica, que deve ser realizado no contraturno e preferencialmente nas chamadas salas de recursos multifuncionais das escolas regulares. A resolução do CNE serve de orientação para os sistemas de ensino cumprirem o Decreto Nº 6.571. 2011 - Decreto Nº 7.611 Revoga o decreto Nº 6.571 de 2008 e estabelece novas diretrizes para o dever do Estado com a educação das pessoas público-alvo da educação especial. Entre elas, determina que sistema educacional seja inclusivo em todos os níveis, que o aprendizado seja ao longo de toda a vida, e impede a exclusão do sistema educacional geral sob alegação de deficiência. Também determina que o ensino fundamental seja http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6094.htm http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/politica.pdf http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/politica.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Decreto/D6571.htm http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_09.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/d7611.htm 8 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância gratuito e compulsório, asseguradas adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais,que sejam adotadas medidas de apoio individualizadas e efetivas, em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de acordo com a meta de inclusão plena, e diz que a oferta de educação especial deve se dar preferencialmente na rede regular de ensino. 2011 - Decreto Nº 7.480 Até 2011, os rumos da Educação Especial e Inclusiva eram definidos na Secretaria de Educação Especial (Seesp), do Ministério da Educação (MEC). Hoje, a pasta está vinculada à Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi). 2012 – Lei nº 12.764 A lei institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. 2014 – Plano Nacional de Educação (PNE) A meta que trata do tema no atual PNE, como explicado anteriormente, é a de número 4. Sua redação é: “Universalizar, para a população de 4 a 17 anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados”. O entrave para a inclusão é a palavra “preferencialmente”, que, segundo especialistas, abre espaço para que as crianças com deficiência permaneçam matriculadas apenas em escolas especiais. INTERNACIONAL 1990 – Declaração Mundial de Educação para Todos No documento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), consta: “as necessidades básicas de aprendizagem das pessoas portadoras de deficiências requerem atenção especial. É preciso tomar medidas que garantam a igualdade de acesso à Educação aos portadores de todo e qualquer tipo de deficiência, como parte integrante do sistema educativo”. O texto ainda usava o termo “portador”, hoje não mais utilizado. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Decreto/D7480.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htmhttp:/www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm http://unesdoc.unesco.org/images/0008/000862/086291por.pdf 9 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 1994 – Declaração de Salamanca O documento é uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) e foi concebido na Conferência Mundial de Educação Especial, em Salamanca. O texto trata de princípios, políticas e práticas das necessidades educativas especiais, e dá orientações para ações em níveis regionais, nacionais e internacionais sobre a estrutura de ação em Educação Especial. No que tange à escola, o documento aborda a administração, o recrutamento de educadores e o envolvimento comunitário, entre outros pontos. 1999 Convenção da Guatemala A Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência, mais conhecida como Convenção da Guatemala, resultou, no Brasil, no Decreto nº 3.956/2001. O texto brasileiro afirma que as pessoas com deficiência têm “os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que outras pessoas e que estes direitos, inclusive o direito de não ser submetidas a discriminação com base na deficiência, emanam da dignidade e da igualdade que são inerentes a todo ser humano”. O texto ainda utiliza a palavra “portador”. 2009 – Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência A convenção foi aprovada pela ONU e tem o Brasil como um de seus signatários. Ela afirma que os países são responsáveis por garantir um sistema de Educação inclusiva em todos as etapas de ensino. 2015 Declaração de Incheon O Brasil participou do Fórum Mundial de Educação, em Incheon, na Coréia do Sul, e assinou a sua declaração final, se comprometendo com uma agenda conjunta por uma educação de qualidade e inclusiva. Outro fato importante foi que por volta de 1981, a ONU “atribuiu” o valor de pessoas àqueles que tinha deficiências, igualando-os em diretos e dignidades à maioria dos membros de qualquer sociedade ou país, no Brasil, isso ocorreu na constituição de 1988, mas o status de pessoa não trouxe a elas os recursos e serviços para que elas pudessem se desenvolver. http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/D3956.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6949.htm http://unesdoc.unesco.org/images/0024/002432/243278POR.pdf 10 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Algumas normas vieram depois e estabeleceram alguns princípios básicos para possibilitar uma vida confortável e funcional às pessoas com deficiência, essas leis chamadas leis de acessibilidade orientam a construção de uma sociedade acessível a todas as pessoas que nela vivem. Um exemplo é a NBR 9050, essa norma técnica estabelece critérios e parâmetros técnicos aplicáveis a projeto, construção, instalação e adaptação de edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos às condições de acessibilidade. 1.2 As Normas e legislação brasileira para a educação especial A legislação brasileira que rege a Educação Especial define-se pela Constituição Federal de 1988, Art. 208, III, onde esclarece que o Estado deve atendimento especializado a portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino, e atendimento a creches e pré-escola às crianças com 0 a 6 anos de idade. Em 2001, foi sancionada a Lei nº 10701 que estabelece o Plano Nacional de Educação (PNE), esse texto possui diversas especificações em relação ao plano físico de ensino, entre os padrões mínimos encontram- se na meta de nº 2: a) espaço interno, com iluminação, insolação, ventilação, visão para o espaço externo, rede elétrica e segurança, água potável, esgotamento sanitário; b) instalações sanitárias e para a higiene pessoal das crianças; c) instalações para o preparo e /ou serviços de alimentação; d) ambiente interno e externo para o desenvolvimento das atividades, conforme as diretrizes curriculares e a metodologia da educação infantil, incluindo repouso, expressão livre, movimento e brinquedo; e) mobiliário, equipamentos e materiais pedagógicos f) adequação às características das crianças especiais (BRASIL, 2001, p. 61). Outras diversas leis foram criadas ou aprimoradas com o intuito de aprimorar o regimento escolar para crianças deficientes e o espaço que elas estarão inseridas, assim como, também, para todo e qualquer tipo de deficiente e sua função, entre as leis, destacam-se algumas Normas Técnicas, que regem as formas de trabalho para que todas as leis sejam cumpridas em sua excelência. Entre as Normas, destacam-se: a) NBR 14021/2005: Transporte Acessibilidade no sistema de trem urbano ou metropolitano. 11 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância b) NBR 9050/2004: Sobre a acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência a edificações, espaço, mobiliário e equipamentos urbanos, fixando as condições exigíveis. c) NBR 13994/2000: Elevadores de passageiros Elevador para transporte de pessoa portadora de deficiência. d) NBR 14273/1999: Transporte Acessibilidade da pessoa portadora de deficiência no transporte aéreo comercial. e) NBR 14020/1997: Transporte Acessibilidade à pessoa portadora de deficiência Trem de longo percurso. f) NBR 14022/1997: Transporte Acessibilidade à pessoa portadora de deficiência em ônibus e trólebus para atendimento urbano e intermunicipal. Dentro desde capítulo estaremos estudando acerca das Leis e Normas que estão diretamente relacionadas ao âmbito estudantil. 1.3. Compreendendo conceitos de inclusão e a inserção dela na escola A inclusãode discentes com quaisquer que sejam as deficiências no ensino regular, tem proporcionado um processo de reflexão acerca da acessibilidade em todos os seus âmbitos, inclusive nos quais referem-se às adequações espaciais. Ao propor ambientes inclusivos, certas medidas e ações devem ser adotadas e implantadas no viés de reconhecer e valorizar as diferenças humanas, para que as condições de acesso, atividade e participação dos alunos se concretizem. É necessário o investimento em ações que forneçam a acessibilidade nas escolas, entretanto, pode-se perguntar, “como identificar as necessidades de alunos com deficiência? ” Ou “como buscar alternativas para eliminação das barreiras de acesso? ”, e a questão prioritária, talvez fosse “o que fazer para que a escola se torne acessível? ” De acordo com diversos manuais de acessibilidade escolar e Normas técnicas, para que se garanta condições de acessibilidade espacial, em qualquer ambiente, é primordial, primeiramente ser identificado quais são as barreiras físicas que estão aumentando o grau de dificuldade ou impossibilitando a participação e a interação das pessoas com deficiência nas escolas! 12 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância O que são barreiras? As barreiras físicas podem ser elementos naturais ou construídos, que dificultam ou impedem a realização de atividades desejadas de forma independente. A presença de árvores e postes numa calçada estreita reduz, por exemplo, a área de circulação para todos pedestres. Pode, inclusive, impedir o deslocamento de uma pessoa em cadeira de rodas e, assim, torna- se uma barreira para essa pessoa. O excesso de ruído pode ser uma barreira para uma pessoa que escuta mal, e também para uma pessoa cega que precisa reconhecer os sons das atividades para saber onde está (DISCHINGER; ELY; BORGES, 2009, p.21). Assim, pode-se definir as barreiras como qualquer obstáculo ou bloqueio que limite ou impeça o acesso, a autonomia dos movimentos, o fluxo de passagem com segurança e a possibilidade de as pessoas se comunicarem ou terem acesso à informação (BRASIL, 2004, p. 61 apud DISCHINGER; ELY; BORGES, 2009). Para que se elimine de barreiras físicas, em âmbito escolar, existem diversas variáveis a serem consideradas e múltiplas ações que precisam ser providenciadas, tais quais como a avaliação dos ambientes da escola, a elaboração de projetos baseados nas Normas de acessibilidade, a execução de obras e a fiscalização adequada. Para que se entenda os projetos de escolas acessíveis e/ou as adequações das existentes para as Normas, é importante, primeiramente, compreender as necessidades das diversas deficiências para que, posteriormente, se crie bases sólidas para eliminar as barreiras físicas que impedem a inclusão de todos os indivíduos. [...] pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de natureza física, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas (ONU, Art. 1, 2006) Primordialmente, é importante sempre pensarmos e agirmos de forma para que se diminua o grau de dificuldade que o deficiente possa enfrenta na realização de qualquer atividade em função das características físicas do meio. 13 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 2. A ACESSIBILIDADE ESPACIAL E A ARQUITETURA ESCOLAR I: LEGISLAÇÃO E DESENHO UNIVERSAL Objetivo: Proporcionar aos discentes, maior compreensão sobre as medidas e proporções necessárias para que o deficiente consiga compreender e captar o ambiente de melhor forma, além de propiciar o entendimento sobre a legislação referente as normas de acessibilidade, tanto quanto, sua importância para desenvolvimento dos alunos que necessitam dessa atenção especial. Introdução: A educação inicia-se em âmbito familiar, e, posteriormente, passa a ser dividida com a escola, que irá participar de forma ativa na vida do indivíduo durante longo período. Segundo as Normas Técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) elimina barreiras arquitetônicas em espaços escolares, dando condição para a integração de crianças com algum tipo de necessidade especial. Segundo o Censo 2003, a distribuição de matrículas por necessidade educacional especial é: Baixa visão - 6,6% Cegueira - 1,3%; Deficiência auditiva - 6,1%; Deficiência física - 5,5%; Mental - 51,4 %; Múltipla (associação de duas ou mais deficiências) - 12,4%; Altas habilidades/superdotados - 0,3%; Condutas atípicas - 11,1% Quando o indivíduo com necessidades especiais frequenta uma escola que proporciona infraestrutura para acolhê-lo e mantê-lo seguro, ele tende a ter a oportunidade de aprender mais e de se desenvolver, uma vez que a criança aprende principalmente 14 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância quando possui a relação com outras crianças e se apropria do espaço escolar e o transforma através de suas ações. Além de ser um local onde a criança ou jovem possa aprender a ler e escrever, a escola pode se tornar, também, um espaço para o desenvolvimento do caráter do indivíduo. Em termos de espaço, a escola, leva consigo durante toda a vida de um ser, a lembrança de sua infância, de descobrimento e de suas fantasias. 2.1 Acessibilidade espacial O que é acessibilidade espacial? Acessibilidade espacial significa bem mais do que apenas poder chegar ou entrar num lugar desejado. É, também, necessário que a pessoa possa situar- se, orientar-se no espaço e que compreenda o que acontece, a fim de encontrar os diversos lugares e ambientes com suas diferentes atividades, sem precisar fazer perguntas. Deve ser possível para qualquer pessoa se deslocar ou movimentar-se com facilidade e sem impedimentos. Além disso, um lugar acessível deve permitir, através da maneira como está construído e das características de seu mobiliário, que todos possam participar das atividades existentes e que utilizem os espaços e equipamentos com igualdade e independência na medida de suas possibilidades (DISCHINGER; ELY; BORGES, 2009, p.22;23). A dificuldade de locomoção e inserção no espaço que um indivíduo pode encontrar em um ambiente, pode ser agravada ou atenuada dependendo das características do local e das soluções que vão ou não ser incorporadas em busca da acessibilidade espacial. Dischinger, Ely e Borges (2009, p.23), citam como exemplo, uma criança com baixa visão, transitando por um corredor: [...] com paredes e forro brancos, com piso e portas de cor cinza claro, vai ter sua dificuldade agravada, pois não existe contraste de cores entre piso, paredes e portas. Mas, se o corredor for branco, o piso cinza escuro e as portas coloridas, ele vai poder distinguir tanto os planos horizontais e verticais como as aberturas. Existem vários tipos de barreiras, entretanto, específico quatro delas precisam, impreterivelmente, serem consideradas para possibilitar a acessibilidade espacial, sendo elas a: orientação espacial, deslocamento, uso e comunicação. 15 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 1.3.1 Orientação espacial A orientação espacial é definida de acordo com as características ambientais que concedam as pessoas reconhecer a identidade e as funções dos espaços e definir estratégias para seu deslocamento e uso. É importante que se observe itens como “a forma, a iluminação, as cores e a disposição dos lugares e equipamentos, assim como as informações escritas ou desenhos – letreiros, mapas, imagens – que auxiliam na compreensão dos lugares” (DISCHINGER; ELY; BORGES, 2009, p.23). 1.3.2 Deslocamento As condições dedeslocamento são caracterizadas pela disposição de circulação de qualquer indivíduo de forma plena, ou seja, o mesmo pode se movimentar ao longo de percursos horizontais e verticais, além de, também, em ambientes internos como em salas, sanitários, saguões, e externos, como caminhos, pátios, jardins, etc., sem impedimentos baseados em barreiras físicas, de forma autônoma, segura e confortável. Neste quesito é importante observar o tipo e a qualidade dos pisos e revestimentos, a viabilidade das subidas em desníveis – em relação a rampas, elevadores e escadas -, e a existência de espaço livre que seja suficiente para o movimento (DISCHINGER; ELY; BORGES, 2009, p.24). 1.3.3 Uso Segundo Dischinger; Ely; Borges (2009, p.25) as “condições de uso dos espaços e dos equipamentos referem-se à possibilidade efetiva de realização de atividades por todas as pessoas”. É importante ser verificado, em absoluto, as características físicas dos equipamentos e mobiliários, ou seja, os itens que se referem a forma, as dimensões, o relevo, a textura e as cores desses mobiliários, assim como, também, relacionado a sua posição nos ambientes, ou seja, a forma como o mobiliário foi ou será disposto no espaço, com a finalidade de permitir que sejam alcançados e utilizados por qualquer indivíduo que necessite. 1.3.4 Comunicação A comunicação faz respeito em referência as possibilidades de troca de informações entre pessoas, independentemente de ter ou não o auxílio de meios de comunicação externos, e à aquisição de informações gerais através de suportes informativos. É primordial para este quesito os itens referentes a acústica dos ambientes, a presença de 16 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância sinais, pictogramas complementando informações escritas; e os meios de tecnologia assistiva, como programas computacionais para surdos e cegos (DISCHINGER; ELY; BORGES, 2009, p.25,26). 2.2 O desenho universal e a NBR 9050 A NBR 9050 (2015) tem como priori auxiliar no desenvolvimento de locais e objetos que auxiliem o desempenho do deficiente. Diversos itens constam em evidência, a maioria deles, aproveitáveis em instituições de ensino, para melhor desempenho dos alunos. A NBR 9050, tem como base o “Desenho Universal”, sendo o conceito do mesmo, propor uma arquitetura e um design mais centrados no ser humano, na sua diversidade e função. O desenho universal estabelece critérios para que as edificações, os ambientes internos, os ambientes urbanos, os produtos e mobiliários atendam a um maior número de usuários, independente das características físicas do indivíduo, das habilidades e/ou faixa etária, contribuindo com a biodiversidade humana e propiciando uma melhor ergonomia para todas as pessoas. Para tanto, segundo o Anexo A, da ABNT NBR9050 (2015, p.139) foram definidos sete princípios do Desenho Universal, que são mundialmente adotados em planejamentos e obras de acessibilidade: 1) uso equitativo: é a característica do ambiente ou elemento espacial que faz com que ele possa ser usado por diversas pessoas, independentemente de idade ou habilidade. Para ter o uso equitativo deve-se: propiciar o mesmo significado de uso para todos; eliminar uma possível segregação e estigmatização; promover o uso com privacidade, segurança e conforto, sem deixar de ser um ambiente atraente ao usuário; 2) uso flexível: é a característica que faz com que o ambiente ou elemento espacial atenda a uma grande parte das preferências e habilidades das pessoas. Para tal, devem-se oferecer diferentes maneiras de uso, possibilitar o uso para destros e canhotos, facilitar a precisão e destreza do usuário e possibilitar o uso de pessoas com diferentes tempos de reação a estímulos; 3) uso simples e intuitivo: é a característica do ambiente ou elemento espacial que possibilita que seu uso seja de fácil compreensão, dispensando, para tal, experiência, conhecimento, habilidades linguísticas ou grande nível de concentração por parte das pessoas; 4) informação de fácil percepção: essa característica do ambiente ou elemento espacial faz com que seja redundante e legível quanto a apresentações de informações vitais. Essas informações devem se apresentar em diferentes modos (visuais, verbais, táteis), fazendo com que a legibilidade da informação seja maximizada, sendo percebida por pessoas com diferentes habilidades (cegos, surdos, analfabetos, entre outros); 5) tolerância ao erro: é uma característica que possibilita que se minimizem os riscos e consequências adversas de ações acidentais ou não intencionais na utilização do ambiente ou elemento espacial. Para tal, devem-se agrupar os elementos que apresentam risco, isolando-os ou eliminando-os, empregar avisos de risco ou erro, fornecer opções de minimizar as falhas e evitar ações inconscientes em tarefas que requeiram vigilância; 17 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 6) baixo esforço físico: nesse princípio, o ambiente ou elemento espacial deve oferecer condições de ser usado de maneira eficiente e confortável, com o mínimo de fadiga muscular do usuário. Para alcançar esse princípio deve-se: possibilitar que os usuários mantenham o corpo em posição neutra, usar força de operação razoável, minimizar ações repetidas e minimizar a sustentação do esforço físico; 7) dimensão e espaço para aproximação e uso: essa característica diz que o ambiente ou elemento espacial deve ter dimensão e espaço apropriado para aproximação, alcance, manipulação e uso, independentemente de tamanho de corpo, postura e mobilidade do usuário. Desta forma, deve-se: implantar sinalização em elementos importantes e tornar confortavelmente alcançáveis todos os componentes para usuários sentados ou em pé, acomodar variações de mãos e empunhadura e, por último, implantar espaços adequados para uso de tecnologias assistivas ou assistentes pessoais. 2.2.1 Dimensões A dimensão referencial para cadeiras de roda precisa ser levada em consideração quando pensamos no espaço escolar, desde corredores à banheiros e salas de aula. Uma cadeira (manuais ou motorizadas), sem scooter (reboque), possui em geral, as seguintes dimensões: Uma vez que a cadeira possui 80 centímetros, é notório que o espaço para que o cadeirante possa transitar, deve ser superior a isso. Segundo a NBR 9050 (2015) os parâmetros referenciais para deslocamento em linha reta de uma pessoa em cadeiras de roda é de que caso, sozinha em um corredor, o cadeirante necessite de ao mínimo 90 centímetros de largura entre uma parede e outra, para casos de um cadeirante e um pedestre entre 1,20 e 1,50 metros e para que dois cadeirantes possam transitar ao mesmo tempo em uma única linha reta, é necessário entre 1,5 e 1,8 metros. É importante ressaltar que essas medidas estipuladas pela Norma são referentes ao espaço mínimo proposto, 18 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância sendo aceitável qualquer espaço a mais proporcionado, possibilitando tanto ao cadeirante quanto aos pedestres que por ali transitem, maior conforto para passar por aquele local. Devesse levar em consideração não apenas o cadeirante andar em linha reta, mas também as áreas para manobras com a cadeira. Uma vez que o cadeirante precise rotacionar sua cadeira em 90º sem se deslocar, é necessária uma área mínima de 1,20 por 1,20 metros. Em casos de rotação a 360º, uma área mínima de um círculo com 1,50 metros de diâmetro. 19 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Para casos de manobras com a cadeira de roda havendo deslocamento, as medidas (em metros) seguem como demonstrado pela figura ao lado: Além de espaços adequadamente projetados para deficientes físicos que necessitam de cadeirasde rodas, podemos refletir sobre os outros diversos tipos de limitações que também necessitam de atenção referentes ao espaço projetado para melhor acomodação. Indivíduos que fazem o uso de bengalas, andadores, muletas, cão guia, etc., também são carentes de local em condições adequadas para melhor facilitação da locomoção. Abaixo podemos observar algumas medidas (em metros) do espaço que se consome para cada tipo de situação. A partir dessa reflexão é preciso entender as necessidades espaciais que portadores de deficiências necessitam para se locomover de forma mais agradável. Todo e qualquer tipo de deficiência precisa de “atenção espacial” para que o indivíduo se insira no meio em que está possuindo maior conforto em sua vivência. Diversas medidas são tomadas a partir da Norma 9050 para esse desempenho relatado. 20 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 2.2.2 Alcance manual Em relação as carteiras escolares, a NBR 9050 (2015, p. 15) exibe as dimensões mínimas e máximas confortáveis para o alcance manual. Para situações em pé ou sentado as diferenciações referentes à altura, e ângulos onde o indivíduo deseja alcançar. É importante ressaltar, que essa dinâmica do alcance com as mãos é de primordial necessidade, uma vez que o aluno precise como a exemplo, escrever no quadro negro, fazer um cartaz que esteja pendurado, alcançar algo em uma prateleira, tanto quanto, escrever em sua carteira, entre inúmeras outras possibilidades. Em casos de cadeirantes, é importante lembrar, que as medidas devem se referir a um indivíduo sentado, ou seja, todas as metragens devem ser calculadas acerca deste fato. Abaixo segue exemplo exposto na Norma, sobre as medidas mínimas e máximas para as carteiras escolares referentes a cadeirantes, as angulações para o alcance das mãos e suas medidas (NBR 9050, 2015, p.17). 21 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância O professor deve estar atento se as medidas estão correspondendo as necessidades dos discentes, pois uma vez incorreta, pode prejudicar não só o físico da criança, como também no desempenho escolar. As superfícies de trabalho acessível deve ser um plano horizontal ou inclinado para desenvolvimento de tarefas manuais e/ou de leitura. Deve-se possibilitar o apoio dos cotovelos, no plano frontal com ângulo entre 15° e 20° de abertura do braço em relação ao tronco, e no plano lateral com 25° em relação ao tronco (NBR 9050, 2015, p. 20). As áreas de alcance em superfícies de trabalho devem ter as seguintes metragens: A área central simbolizada na figura pela letra C, deve ser a referente para atividades por tempo prolongado, a de letra B para atividades sem necessidade de precisão e a de letra A para atividades eventuais, uma vez que se encontra em maior distância. É importante ressaltar que o espaço indicado para a metragem maior, não deve ultrapassar a distância do braço do aluno aberto, ou seja, em mesas muito longas, o aluno estará prejudicado para alcançar o objeto de desejo. 2.2.3 Parâmetros visuais Os parâmetros visuais são referentes aos ângulos de alcance visual que um indivíduo pode ter. Uma pessoa em pé ou sentada possui angulações diferenciadas na visão. É importante que o professor tenha ciência dessa diferença, principalmente para o 22 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância caso de levar o aluno cadeirante em um anfiteatro que a escola possua, ou no caso de mostrar alguma informação em sala de aula, acima do ângulo de visão, atrapalhando o desempenho do aluno. 2.2.4 Parâmetros auditivos Segundo a NBR 9050 (2015, p. 29), a percepção do som pode ser/estar associada a incontáveis aspectos que podem ser desde “limitações físicas, sensoriais e cognitivas da pessoa até a qualidade do som emitido, quanto ao seu conteúdo, forma, modo de transmissão e contraste entre o som emitido e o ruído de fundo. Em suma, o som tem por característica principal três variáveis, sendo elas a frequência, a intensidade e a duração. 23 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância O ouvido humano é capaz de perceber melhor os sons na frequência entre 20 Hz e 20 000 Hz, intensidade entre 20 dB a 120 dB e duração mínima de 1 s. Sons acima de 120 dB causam desconforto e sons acima de 140 dB podem causar sensação de dor. Ver o vídeo Desenho Universal para a Aprendizagem - Long Story Shortz, do canal “Assistiva Tecnologia e Educação”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=9rSR0TOi4-o Acesso em 17/12/2019. Ver o vídeo Desenho Universal na aprendizagem do canal “Assistiva Tecnologia e Educação” Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_pU7KESfRd0 Acesso em 17/12/2019. https://www.youtube.com/watch?v=9rSR0TOi4-o https://www.youtube.com/watch?v=_pU7KESfRd0 24 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 3. A ACESSIBILIDADE ESPACIAL E A ARQUITETURA ESCOLAR II: SINALIZAÇÃO Objetivos: Proporcionar o entendimento das sinalizações quanto a visão da legislação vigente, além da compreensão da importância e formas usáveis de cada uma delas. Introdução: O espaço escolar necessita de sinalização adequada para melhor circulação e entendimento dos discentes. A Normas Técnica Brasileira (NBR) 9050 de 2015, é a mais atualizada para este fim, e proporciona em grande âmbito especificações necessárias para que os indivíduos portadores de deficiências possuam tratamento e condições em excelência para seu aprendizado, desenvolvimento e segurança. Durante este capítulo, estaremos analisando esta norma para uso escolar, em objetivo da área de sinalização, para que possamos compreender a importância de que as informações sejam passadas de forma objetiva, claras e coesas, de forma visual, tátil e sonora, suas composições, normas obrigatórias de execução e apresentação. 3.1 Informação e sinalização Segundo indicado pela NBR 9050 (2015, p. 30), as informações que precisam ser passadas aos indivíduos devem ser completas, objetivas e claras, podendo serem transmitidas por meio de sinalizações visuais, táteis ou sonoras. É recomendado que as informações corram em dois sentidos, podendo ser eles visuais e táteis ou visuais e sonoros. A sinalização visual, pode ser composta por mensagens de textos, contrastes, símbolos e/ou figuras, a sonora, por conjuntos de sons que permitem a compreensão pela audição e a tátil por informações em relevo, como textos, símbolos e Braille. 25 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância A sinalização deve primordialmente ser autoexplicativa, perceptível e legível para todos, inclusive para pessoas com qualquer tipo de deficiência. Deve ser instalada em altura que favoreça a legibilidade e clareza da informação, levando em consideração os ângulos oculares citados anteriormente e atendendo também, às pessoas com deficiência sentadas, em pé ou caminhando e para casos de sinalização suspensa, é importante que elas sejam instaladas acima de 2,10 m do piso. Os sinais podem ser classificados em “sinais de localização, sinais de advertência e sinais de instrução, e podem ser utilizados individualmente ou combinados” (NBR 9050, 2015, p. 30). Sinais de localização: são os que orientam para a localização de um determinado elemento em um espaço. Sinais de advertência: são os que, independentemente de sua categoria, têm a propriedade de alerta prévio a uma instrução. Os sinais visuais, sonoros e vibratórios devem ser intermitentes com período de 5 ciclos por segundo. Sinais de instrução: São os que têm a finalidade de instruir a uma determinada ação de forma positiva e afirmativa. Em situações de uso para rotas de fuga ou situações de risco, devem preferencialmente ser não intermitentes, ou seja, mantenho um ritmo de forma contínua. Informativo: é referente a sinalização que é utilizada para identificar os diferentes ambientes ou elementos de um espaço ou de uma edificação. No mobiliário esta sinalização deve ser utilizada para identificar comandos. 26 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância As categorias da sinalização também podem ser de caráter informativo, direcional ou emergencial (NBR 9050, 2015, p. 31). Direcional: é a sinalização que é utilizada para indicar direção de um percurso ou a distribuição de elementos de um espaço e de uma edificação. Na forma visual, associa setas indicativas de direção a textos, figuras ou símbolos. Na forma tátil, utiliza recursos como guia de balizamento ou piso tátil. Na forma sonora, utiliza recursos de áudio para explanação de direcionamentos e segurança, como em alarmes e rotas de fuga. Emergencial: é a sinalização utilizada para indicar rotas de fuga e saídas de emergência das edificações, dos espaços e do ambiente urbano, ou ainda para alertar quando há um perigo, com especificação detalhada na NBR 13434 “sinalização de segurança contra incêndio e pânico”. É importante ressaltar que toda e qualquer informação deve ser localizada de forma fácil a identificar as utilidades disponíveis dos ambientes, em suma, elas devem ser fixadas onde decisões são tomadas, em uma sequência lógica de orientação, de um ponto de partida ao ponto de chegada e devem ser repetidas sempre que existir a possibilidade de 27 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância alterações de direção. Em um edifício, por exemplo, deve-se ter instalado, no mínimo, elementos de sinalização essenciais onde podem ser considerados as informações de sanitários, os acessos verticais e horizontais, os números de pavimentos e as rotas de fuga. A sinalização precisa estar, impreterivelmente, disposta em locais acessíveis para pessoa em cadeira de rodas, com deficiência visual, entre outros usuários, de tal forma que possa ser compreendida por todos. (NBR 9050, 2015, p.32). Quando houver um interprete de LIBRAS para que repasse as informações necessárias, é importante que o mesmo seja posicionado em local de forma estratégica para que todos os deficientes auditivos possam ter visão plena dos movimentos que o interprete está realizando. É importante que o local determinado deve estar identificado com o símbolo internacional de pessoas com deficiência auditiva, além de ser garantido um foco de luz posicionado de forma a iluminar o intérprete de sinais, desde a cabeça até os joelhos, sendo que este foco não pode projetar sombra no plano atrás do intérprete de sinais. Manual do Sistema de Sinalização para Edificações de Educação Infantil da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) de São Paulo. Ano de 2013. Disponível em: http://www.mp.go.gov.br/portalweb/hp/41/docs/manual_escolas_- _deficientes.pdf.pdf Acesso em 17/12/2019. Manual do Sistema de Sinalização para Edificações Escolares da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) de São Paulo. Ano de 2015. Disponível em: https://www.fde.sp.gov.br/PagePublic/Interna.aspx?codigoMenu=284 Acesso em 17/12/2019. 3.1.1 Diagramação A diagramação define-se no “ato de compor e distribuir textos, símbolos e imagens sobre um elemento de informação em uma lógica organizacional” (NBR 9050, 2015, p.30). A diagramação das informações deve levar em consideração a redação de textos que irá conter as orientações, instruções de uso de áreas, objetos, equipamentos, regulamentos, normas de conduta e utilização. Segundo a mesma Norma em sua página p.33, essa diagramação deve impreterivelmente: a) ser objetiva; b) quando tátil, conter informações essenciais em alto relevo e em Braille; http://www.mp.go.gov.br/portalweb/hp/41/docs/manual_escolas_-_deficientes.pdf.pdf http://www.mp.go.gov.br/portalweb/hp/41/docs/manual_escolas_-_deficientes.pdf.pdf https://www.fde.sp.gov.br/PagePublic/Interna.aspx?codigoMenu=284 28 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância c) conter sentença completa, na ordem: sujeito, verbo e predicado; d) estar na forma ativa e não passiva; e) estar na forma afirmativa e não negativa; f) enfatizar a sequência das ações. Segundo a mesma norma, é recomendado que na diagramação das informações seja uma combinação de letras maiúsculas e minúsculas (caixas alta e baixa), letras sem serifa, e primordialmente, é importante evitar o uso de fontes itálicas, decoradas, manuscritas, com sombras, com aparência tridimensional ou distorcidas, uma vez que as mesmas podem confundir o leitor ou até mesmo estarem, em alguns casos, ilegíveis. Como dito anteriormente, é de fundamental importância que essas informações sejam claras e objetivas, fazendo com que o leitor, mesmo que faça uma leitura dinâmica, compreenda o relatado em excelência. Em sala de aula, é de suma importância o uso de iconografias e informativos para melhor aprendizado do aluno. Como discutido em diversas disciplinas, o uso de informativos expostos em sala, auxilia na captação da informação. Deve-se levar em consideração as informações deste capítulo sobre o uso e formas de expor essas informações, para que o discente, quando deparado com a informação, possa captá-la da melhor forma, em visão de um melhor aprendizado. 3.1.2 Linguagem A linguagem tem como definição ser o conjunto de símbolos e regras de aplicação e disposição, que possibilita um sistema de comunicação, em suma, essencialmente a linguagem tem a capacidade de proporcionar inteligibilidade, podendo ser visual, tátil ou sonoro. 29 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância A linguagem visual, ou seja, a linguagem relacionada as informações visuais, devem seguir premissas de texto, dimensionamento e contraste dos textos e símbolos, para que sejam perceptíveis inclusive por pessoas com baixa visão. O exemplo ao lado, pode ser citado como uma informação de fácil entendimento, usando de estímulo visual e de certa forma tátil, uma vez que o indivíduo pode tanto ler a informação, fazer associações por cores (quanto a caminhos e locais), quanto usar o tátil para entender os percursos de destino para determinados locais. Um exemplo de forma de ampliar essa informação, seria também, utilizar o braile para os textos redigidos, ampliando o alcance dessa informação desejada. O contraste visual, também é utilizado na diagramação e composição de uma sinalização, é usado com a finalidade de destacar os elementos entre si por meio da composição claro/escuro ou escuro/claro para chamar a atenção do indivíduo. O contraste costuma, e deve, também, ser usado na informação visual e para alertar perigos e/ou áreas de risco. Os textos e símbolos nas placas, totens, ou espaços informativos, devem de preferência evitar o uso de materiais brilhantes e de alta reflexão, reduzindo assim, o ofuscamento que eles produzem e gerando melhor qualidade visual para todos os leitores. Vale lembrar que tipografa em braile não necessita de contraste visual! A dimensão (tamanho) das letras e números deve ser proporcional à distância de leitura. A Norma recomenda a utilização das seguintes fontes tipográficas para a execução do painel, totem, placa, ou objeto que seja introduzido a informação: arial, verdana, helvética, universo e folio. É importante utilizar as letras em caixas alta e baixa (maiúsculoe minúsculo) para sentenças, e letras em caixa alta (maiúsculo) para frases curtas, e evitar o uso de textos em sentido vertical. 30 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância A fim de utilizar símbolos visuais para a sinalização de ambientes, é primordial que os mesmos sejam executados com as seguintes condições: Contornos fortes e bem definidos; Simplicidade nas formas e poucos detalhes; Estabilidade da forma; Utilizar símbolos de padrão internacional. 3.1.2 Linguagem tátil Para os textos e símbolos táteis, é primordial que a altura do alto relevo esteja entre 0,8 mm e 1,2 mm. É recomendado que as letras sejam redigidas em caixa alta e caixa baixa para sentenças, e em caixa alta para frases curtas, evitando a utilização de textos na vertical. A medição de relevos táteis é bastante fácil de executar. Rugosímetros, paquímetros ou mesmo réguas simples permitem analisar e verificar se os relevos estão de acordo com as normas, e mesmo se a disposição entre eles está adequada. rugosímetros paquímetros réguas simples Segundo o item 5.2.9.2.2 da NBR 9050 (2015, p.36), os textos em relevo devem estar associados ao texto em braile, ou seja, possuir os dois itens em referência citados. Os caracteres em relevo devem atender às seguintes condições: a) tipos de fonte, conforme citado anteriormente; b) altura do relevo: ser entre 0,8 mm e 1,2 mm; c) altura dos caracteres: ser entre 15 mm e 50 mm; d) distância mínima entre caracteres: 1/5 da altura da letra (H); e) distância entre linhas: de 8 mm. 31 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 3.1.3 Braile As informações apresentadas em braile não dispensam a sinalização visual e tátil que deve conter nos objetos escolhidos para apresentação, seguindo, da mesma forma, com caracteres ou símbolos em relevo. Toda informação exposta em braile deve estar posicionada abaixo dos outros modelos. Apenas dispensa-se as informações em relevo, quando a mesma for destinada a impressos, ou seja, livros, apostilas, textos, etc. Em caso de textos longos, deve-se utilizar o texto em braile, alinhado à esquerda com o texto em relevo. É primordial que o ponto em braile tenha a aresta arredondada na forma esférica (NBR 9050, 2015, p.36). 3.1.4 Linguagem sonora Segundo a Norma, os conjuntos de sons devem ser compostos na forma de informações verbais ou não. Os sinais sonoros devem distinguir entre sinais de localização, advertência e instrução, ou seja, devem ter sonoridades diferenciadas para cada tipo de ocorrência. Os contrastes sonoros são percebidos pelo sentido da audição do aparelho auditivo, ou seja, é primordial o entendimento que não somente cegos ou demais terão o acesso a esses sinais, mas também os deficientes auditivos que possuírem o aparelho auditivo em boa condição e especificidade para seu nível de lesão. Embora os sinais sejam para todos, é em especial, primordial para pessoas com deficiência visual que por meio das diferenças dos sons conseguem distinguir o ambiente e/ou urgência com melhor clareza. As diferenças sonoras são fáceis de entender quando são associadas a diferentes sons, como por exemplo, em relação a sons de instrumentos diferentes de uma orquestra. Embora a sinalização sonora de ambientes seja importante para esses indivíduos, a Normas exige que a aplicação do contraste sonoro seja efetiva principalmente em casos de perigos, orientação e comunicação. “Por ser de fácil concentração de informações, permitem uma decodificação rápida e precisa pelo cérebro, o que torna essa faculdade tão importante como a visão” (NBR 9050, 2015, p.37,38). Os sinais sonoros verbais são os que dependem da atuação de um locutor. Esses sinais são de fácil manipulação, como a exemplo, podendo ser utilizado um microfone para realizar a função. Eles devem ter as seguintes características: Podem ser digitalizados ou sintetizados; Devem conter apenas uma sentença completa; 32 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Devem estar na forma ativa e imperativa. Conforme citado pela mesma Norma, 5.2.9.3.2.2 Os sinais sonoros não verbais codificados devem ser apresentados nas frequências de 100 Hz, 1 000 Hz e 3 000 Hz para sinais de localização e advertência. Para sinais de instrução devem-se acrescentar outras frequências entre 100 Hz e 3 000 Hz. Os sinais sonoros não podem ultrapassar 3 000 Hz. 5.2.9.3.2.3 Os equipamentos e dispositivos sonoros devem ser capazes de medir automaticamente o ruído momentâneo ao redor do local monitorado, em decibel (A), para referência, e emitir sons com valores de 10 dBA acima do valor referenciado, conforme ABNT NBR 10152. 5.2.9.3.2.4 Nas salas de espetáculos, os equipamentos de informações sonoras e sistemas de tradução simultânea devem permitir o controle individual de volume e possuir recursos para evitar interferências. (NBR 9050, 2015, p. 38). 3.2 Símbolos Os símbolos são atributos gráficos que, através de uma figura, imagem ou forma convencionada, estabelecem a analogia entre o objeto e a informação de sua representação e expressam alguma mensagem. Estes, devem ser legíveis e de fácil compreensão, atendendo a todas as pessoas, seja de qualquer nacionalidade, analfabetas, com baixa visão, ou cegas, quando em relevo. Os símbolos que correspondem à acessibilidade na edificação e prestação de serviços são relacionados em: Símbolo internacional de acesso – SAI A indicação de acessibilidade nas edificações, no mobiliário, nos espaços e nos equipamentos urbanos deve ser feita por meio do Símbolo Internacional de Acesso - SIA. A representação do símbolo internacional de acesso consiste em um pictograma branco sobre fundo azul. Este símbolo pode, opcionalmente, ser representado em branco e preto, e deve estar sempre voltado para o lado direito. Nenhuma modificação, estilização ou adição deve ser feita a estes símbolos. Este símbolo é destinado a sinalizar os locais acessíveis. Esta sinalização deve estar fixada em local visível a todas as pessoas, deve ser utilizada principalmente nos seguintes locais, quando acessíveis: 33 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância a) entradas; b) áreas e vagas de estacionamento de veículos; c) áreas de embarque e desembarque de passageiros com deficiência; d) sanitários; e) áreas de assistência para resgate, áreas de refúgio, saídas de emergência; f) áreas reservadas para pessoas em cadeira de rodas; g) equipamentos e mobiliários preferenciais para o uso de pessoas com deficiência. Os locais de acessos que não apresentarem condições de acessibilidade devem possuir informação visual, indicando a localização do acesso mais próximo que atenda às condições estabelecidas para o deficiente. Símbolos complementares Segundo a Norma, todo e qualquer símbolo complementar deve ser aplicado com o intuito de indicar os recursos existentes nas edificações, no mobiliário, nos espaços, equipamentos urbanos e serviços oferecidos. Podem ser compostos e inseridos em quadrados ou círculos. 3.2.1 Símbolos de sanitários, circulação e comunicação Todos os sanitários devem ser sinalizados com o símbolo representativo de cada um, de acordo com cada situação. 34 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Os símbolos para circulação devem ser utilizados para a sinalização dos espaços, como segue: Para sinalização em símbolos dos equipamentos ou serviços de comunicação, é obrigatório o uso dos símbolos que seguem: 35 Acessibilidade e Técnicas Assistivas UniversidadeSanta Cecília - Educação a Distância 3.3 Aplicações essenciais das sinalizações informativas 3.3.1 Sinalização de portas e janelas As portas e passagens devem conter informações visuais, associadas a sinalização tátil ou sonora. Precisam ser sinalizadas com números e/ou letras e/ou pictogramas e ter sinais com texto em relevo, incluindo o braile. Segundo a NBR 9050 (2015, p. 44), essa sinalização deve considerar os seguintes aspectos: a) A sinalização deve estar localizada em faixa de alcance entre 1,20 m e 1,60 m em plano vertical. Caso ela seja instalada entre 0,90 m e 1,20 m, deve estar na parede ao lado da maçaneta em plano inclinado entre 15° e 30° da linha horizontal; b) A sinalização, quando instalada nas portas, deve ser centralizada, e não pode conter informações táteis. Para complementar a informação instalada na porta, deve existir informação tátil ou sonora, na parede adjacente a ela ou no batente; c) Em portas duplas, quando possui maçaneta central, deve ser instalada ao lado da porta direita; d) Nas passagens a sinalização deve ser instalada na parede adjacente; e) Os elementos de sinalização devem ter formas que não agridam os usuários, evitando cantos vivos e arestas cortantes. 36 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 3.3.2 Planos e mapas acessíveis Os planos e mapas acessíveis são as representações visuais, táteis e/ou sonoras que auxiliam a orientação e localização dos lugares, das rotas, dos fenômenos geográficos, dos cartográficos e dos espaciais. Estes planos e mapas devem ser construídos de forma a permitir acesso, alcance visual e manual. 37 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 3.3.3 Sinalização de pavimento Segundo a Normas, os corrimãos de escadas fixas e rampas devem ter sinalização em caracteres em relevo e em braile, ou seja, sinalização tátil, identificando o pavimento que o indivíduo se encontra. Essa sinalização deve ser instalada na geratriz superior do prolongamento horizontal do corrimão. Nas paredes a sinalização deve ser visual e, opcionalmente, tátil. Alternativamente, estas sinalizações podem ser instaladas nas paredes laterais. 3.3.4 Sinalização de degraus Em degraus isolados, ou seja, os degraus que possuem a sequência de até dois deles, o desnível deve ser sinalizado durante toda a sua extensão, no piso e no espelho, com uma faixa de no mínimo 3 cm de largura contrastante com o piso adjacente, preferencialmente fotoluminescente ou retroiluminado. Em contrapartida, a sinalização visual dos degraus de escada com mais de dois degraus deve ser (NBR 9050, 2015, p.46): 38 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância a) Aplicada aos pisos e espelhos em suas bordas laterais e/ou nas projeções dos corrimãos, contrastante com o piso adjacente, preferencialmente fotoluminescente ou retroiluminado; b) Igual ou maior que a projeção dos corrimãos laterais, e com no mínimo 7 cm de comprimento e 3 cm de largura; c) Fotoluminescente ou retroiluminada, quando se tratar de saídas de emergência e/ou rota de fuga. 3.3.5 Sinalização de elevadores e plataformas elevatórias Os painéis de chamada de elevadores e plataformas elevatórias devem ter informações em relevo e em braile de sua operação e estar compatíveis com a ABNT NM 313 e ABNT NBR ISO 9386-1 e o número do pavimento deve ser escrito em fonte 16, estando localizado nos batentes externos, indicando o andar, em relevo e em braile. 3.3.6 Sinalização tátil e visual no piso Segundo a NBR 9050 (2015, p. 47,48), a sinalização tátil e visual no piso pode ser de alerta e direcional, e é de suma importante que se faça a utilização desse piso para “auxiliar pessoas com deficiência visual a se orientarem e se deslocarem com segurança nas calçadas próximas à escola” (DISCHINGER; ELY; BORGES, 2009, p.71), conforme os critérios definidos em normas específicas ela deve ser detectável pelo contraste tátil e pelo contraste visual. O contraste tátil, é utilizado para a sinalização tátil e visual de alerta, por meio de relevos, e o contraste de luminância, ou seja, contraste visual, deve estar com a superfície 39 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância adjacente, em condições secas ou molhadas. É utilizado para informar situações de potencial perigo, “como obstáculos permanentes, cruzamentos de vias, desníveis, escadas, etc., e também indica mudanças de direções em percursos” (DISCHINGER; ELY; BORGES, 2009, p.71). Em suma piso tátil de alerta possui relevo em esferas cônicas e avisa que é necessário parar ou reduzir a velocidade da marcha, pois existe um perigo logo em frente. Segundo a NBR 9050 (2015, p.47,48), a sinalização tátil e visual de alerta no piso deve ser utilizada para: a) Informar à pessoa com deficiência visual sobre a existência de desníveis ou situações de risco permanente, como objetos suspensos não detectáveis pela bengala longa; b) Orientar o posicionamento adequado da pessoa com deficiência visual para o uso de equipamentos, como elevadores, equipamentos de autoatendimento ou serviços; c) Informar as mudanças de direção ou opções de percursos; d) Indicar o início e o término de degraus, escadas e rampas; e) Indicar a existência de patamares nas escadas e rampas; f) Indicar as travessias de pedestres. A sinalização tátil e visual direcional no piso é utilizada para “informar as direções a seguir ao longo de um percurso livre de obstáculos, possui relevo em ranhuras longitudinais, em igual sentido ao deslocamento” (DISCHINGER; ELY; BORGES, 2009, p.71), servindo de linha-guia identificável. O deficiente, a partir deste piso, pode seguir o percurso sinalizado utilizando uma bengala ou caminhando sobre o piso, por isso esse deve ser confortável e seguro. Este piso, segundo a NBR 9050 (2015, p.48) deve ser instalado no sentido do deslocamento das pessoas, em ambientes internos ou externos, assim indicando os 40 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância caminhos preferenciais de circulação para o deficiente visual. O contraste tátil e o contraste visual da sinalização direcional consistem em relevos lineares. Em ambientes internos de uma escola, o piso alerta é obrigatório e deve ser utilizado para identificar obstáculos e perigos potenciais, tais como: [...] escadas, rampas, elevadores ou plataformas. Em ambientes internos muito amplos e complexos: hall de entrada, pátios e corredores largos, recomenda-se o uso conjugado de pisos táteis alerta e direcional para auxiliar na orientação espacial (DISCHINGER; ELY; BORGES, 2009, p.71). A sinalização tátil e visual direcional no piso auxilia na identificação de “possíveis direções a tomar, sobre a presença de informação, como mapas táteis, placas indicativas em Braille e atividades de uso comum: balcão de recepção, biblioteca, entre outras” (DISCHINGER; ELY; BORGES, 2009, p.71). 41 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 4. A ACESSIBILIDADE ESPACIAL E A ARQUITETURA ESCOLAR III: OTIMIZANDO E ENTENDENDO OS ESPAÇOS ACESSÍVEIS Objetivo: Proporcionar ao discente entendimento acerca da otimização dos espaços escolares referentes a acessibilidade e a importância da utilização da mesma para melhor desenvolvimento e inserção do deficiente em ambiente escolar. Introdução: O espaço em âmbito escolar, necessita ter a acessibilidade espacial de forma bem pensada e planejada, no intuito de se otimizar o espaço de trabalho e atender a todas as necessidades de qualquer indivíduo que por ali circule,independentemente de ser pedestres, cadeirantes ou outra pessoa com quaisquer que sejam suas necessidades especiais. A organização e/ou reorganização de um espaço, pode o torná-lo adequado para qualquer situação, ampliando o desenvolvimento do discente e melhorando a qualidade de vida no espaço para todos. Dentro deste âmbito, é necessário pensar em todas as possibilidades e em todos os espaços habitados, desde rotas de circulação, as rampas, as escadas e corrimãos, os sanitários, e inclusive os mobiliários utilizados para os ambientes, uma vez que os mesmos podem ser facilitadores ou, quando inseridos de forma inadequada, se tornarem barreiras físicas, prejudicando os discentes que necessitem de maiores espaços e/ou cuidados especiais para seu desenvolvimento mais qualificado. Dentro deste capítulo, estaremos analisando dentro das Normas estipuladas quais as melhores opções para fornecer a todos um ambiente adequado de convívio e desenvolvimento. 4.1 Rotas acessíveis Em relação a áreas de rotas acessíveis, a Norma 9050 (2015) exige que toda e qualquer áreas de um espaço ou edificação de uso público ou coletivo sejam servidas de uma ou mais rotas acessíveis. A rota acessível é significante a um trajeto contínuo, desobstruído e sinalizado, que faz a conexão com os ambientes externos e internos de 42 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância espaços e/ou edificações, e que pode ser usada de forma independente e segura por todas as pessoas. Existem dois tipos de rotas acessíveis, as internas e externas. A rota acessível externa é relacionada a estacionamentos, calçadas, faixas de travessias de pedestres (elevadas ou não), rampas, escadas, passarelas e outros elementos da circulação e a rota acessível interna engloba referenciais de corredores, pisos, rampas, escadas, elevadores e outros elementos pertinentes a circulação interna. 4.1.1 Acessos É primordial que em edificações e equipamentos urbanos (bens públicos ou privados que são referentes à prestação de serviços), todas as entradas, bem como, os espaços de interligação às funções do edifício, devem ser acessíveis. Em alguns casos, edifícios mais antigos que precisem ser reformados para atender a Norma, ou seja, que precisam ser adaptados para novas funções, e que não possuam espaço e condições suficientes para essas alterações, precisam comprovar através de avaliação técnica este fator e deverá ser adaptado pelo maior número de acessos possíveis. A entrada principal do espaço, ou a entrada de acesso do maior número de pessoas, tem por obrigação, impreterivelmente, atender a todas as condições de acessibilidade. O acesso por outras entradas somente é aceito pela Norma para casos específicos, quando se esgotam todas as possibilidades de adequação da entrada principal e se justificado tecnicamente. É primordial que os acessos sejam vinculados através de rota (s) acessível (is) com a circulação principal e a (s) de emergência, levando em priori, que os acessos devem permanecer livres de quaisquer obstáculos de forma permanente (NBR 9050, 2015, p.54). 4.1.2 Circulação Circulação é o termo utilizado para representar a movimentação contínua de pessoas ou coisas por determinado percurso, fluxo, marcha, deslocamento etc. Uma circulação pode ser tanto na horizontal e vertical. Circulação horizontal é o percurso em cada ambiente, onde não há verticalidade e a circulação vertical é a que pode ser realizada através de escadas, rampas ou equipamentos eletromecânicos e é considerada acessível quando atender no mínimo a duas formas de deslocamento vertical. Os pisos dessas circulações devem atender às características de revestimento, inclinação e desnível. Os materiais utilizados para o revestimento e acabamento das circulações, devem possuir superfície regular, firme, estável, que não sejam trepidantes para dispositivos com 43 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância rodas e antiderrapante, sob qualquer situação (seco ou molhado). Evitar a utilização de padronizações na superfície do piso, é de suma importância, uma vez que essas padronizações podem acabar causando sensação de insegurança, como por exemplo, estampas que pelo contraste de desenho ou cor possam causar a impressão de tridimensionalidade. No exemplo abaixo, o piso com excesso de contraste demonstra como a utilização desse revestimento pode causar interferência na visão, denotando essa tridimensionalidade citada. Ver vídeo da arquiteta Claudia Mota “PÁTIO ESCOLAR | ARQUITETURA ESCOLAR” do canal Ateliê Urbano. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=F8ntq2FFCGc Acesso em 17/12/2019. 4.2 Rampas, escadas, corrimãos e guarda-corpos As rampas são relacionadas às superfícies de piso com declividade igual ou superior a 5 %. Para garantir que uma rampa seja acessível, a Norma 9050 (2015, p.58) define os limites máximos de inclinação, os desníveis a serem vencidos e o número máximo de segmentos, assim, não forçando demais ou tornando a inclinação impossível de ser subida, pelo cadeirante. A largura livre mínima recomendável para as rampas é de 1,50 m, sendo o mínimo admissível de 1,20 m, entretanto, a mesma deve ser calculada por profissionais https://www.youtube.com/watch?v=F8ntq2FFCGc 44 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância especializados para que esteja de acordo, corretamente, com o fluxo de pessoas que circulam pelo local. É impreterível que toda e qualquer rampa possua corrimão de duas alturas em cada lado, facilitando assim, a passagem de pedestres e cadeirantes, na subida e descida (NBR 9050, 2015, p.60). Segundo a mesma Norma, é considerado escada uma sequência de três ou mais degraus. É importante que as dimensões dos pisos e espelhos devem ser constantes em toda a escada, e até mesmo, nos degraus isolados, sendo, para melhor acomodação ergométrica, a metragem mínima exigida nos espelhos entre 16 e 18 cm e os pisos entre 28 e 32cm e a largura mínima das escadas em rotas acessíveis, sendo 1,20 metros. Em relação aos patamares, é exigido que as escadas possuam, no mínimo um patamar, a cada 3,20 m de desnível e sempre que houver mudança de direção. Em referência aos corrimãos, é obrigatório que os mesmos sejam instalados nas duas faces (ambas paredes e/ou guarda-corpos) “de rampas e de escadas, a 0,92 m e a 0,70 m do piso, medidos da face superior até o ponto central do piso do degrau (no caso de escadas) ou do patamar (no caso de rampas) ” (NBR 9050, 2015 p. 63). Em casos de degrau isolado (até dois degraus), é suficiente apenas uma barra de apoio horizontal ou vertical, portando comprimento mínimo de 0,30 m e com seu eixo posicionado a 0,75 m de altura do piso. Segundo a mesma Norma, os corrimãos podem ser acoplados aos guarda-corpos e devem, obrigatoriamente, serem construídos com materiais rígidos e serem fixados, firmemente, nas paredes ou nas barras de suporte, garantindo condições seguras de utilização. 45 Acessibilidade e Técnicas Assistivas Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Ver vídeo da arquiteta Claudia Mota “RAMPAS ACESSÍVEIS NAS ESCOLAS | ARQUITETURA ESCOLAR” do canal Ateliê Urbano. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Stu2Ak58_v8 Acesso em 17/12/2019. 4.3 Circulação interna Como citado no capítulo anterior, circulação, corresponde a movimentação contínua de pessoas ou coisas; fluxo, curso, marcha, deslocamento. A circulação interna, corresponde a essa movimentação em ambientes internos, onde para cada fluxo, deslocamento e/ou objetos, a Norma 9050 (2015), traz especificações de medidas e formas únicas, para melhor acomodação de deficientes físicos. Em relação a circulação
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