@import url(https://fonts.googleapis.com/css?family=Source+Sans+Pro:300,400,600,700&display=swap); JUSTIÇA DESPORTIVA NO BRASILA Justiça Desportiva não pertence ao Poder Judiciário, tendo em vista se tratar de entidade de direito privado, disciplinada pelo artigo 217 da Constituição Federal de 1988. Sua principal função é regular as questões relativas à prática formal do desporto no Brasil. Uma circunstância relevante refere-se ao fato de que cada modalidade deve ter a sua própria estrutura para julgamento de eventuais infrações. E ainda, conforme determinação da Constituição Federal, o Poder Judiciário apenas poderá ser acionado em causas desportivas após esgotamento de todas as instâncias da Justiça Desportiva. O Conselho Nacional do Esporte, por meio da Resolução nº 1, editou o Código Brasileiro de Justiça Desportiva no dia 24 de dezembro de 2003, sendo aplicado a todas as modalidades do desporto. O Código Brasileiro de Justiça Desportiva prevê a existência de três instâncias para resolução dos conflitos:Comissão Disciplinares: Porta de entrada da Justiça Desportiva, as comissões disciplinares são entes judicantes de primeira instância dos tribunais desportivos, às quais cabe processar e julgar infrações disciplinares.Tribunais de Justiça Desportiva (TJD): São órgãos que analisam recursos relativos a decisões das Comissões Disciplinares. Julgam originalmente causas de competições municipais, regionais ou estaduais.Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD): Ente máximo da Justiça Desportiva brasileira. Julga apelações de casos julgados pelos tribunais de Justiça Desportiva. Cada modalidade tem seu próprio Superior Tribunal de Justiça Desportiva, que sempre está ligado à entidade máxima do esporte. Os integrantes do Superior Tribunal de Justiça Desportiva são nomeados para mandatos temporários, com prazos que variam de acordo com a modalidade que representam, e não podem pertencer aos quadros de qualquer entidade desportiva, além de ser exigido que tenham notório saber jurídico na área desportiva. Toda modalidade de esporte possui regras e normas de conduta, sendo que, para que elas sejam seguidas, deve existir uma organização capaz de fiscalizar, julgar e punir, surgindo assim a necessidade de justiça desportiva no futebol. Especificamente com relação ao futebol, também o Código de Justiça Desportiva regula a atuação de todos os atores do meio, em todo território nacional, tais como: a Confederação Brasileira de Futebol - CBF -, e as federações, ligas, associações esportivas e pessoas físicas que forem direta ou indiretamente ligadas ao futebol. No futebol, o órgão máximo de justiça desportiva é o Superior Tribunal de Justiça Desportiva, funcionando junto à Confederação Brasileira de Futebol. Cada estado da federação possui o respectivo Tribunal de Justiça Desportiva. Justiça Desportiva:Definição: Disciplina as questões da prática desportiva no Brasil;Somente é permitido o envolvimento do Poder Judiciário nas causas desportivas, depois de esgotadas todas as instâncias da Justiça Desportiva;Composição: Comissões Disciplinares: São a porta de entrada para processar e julgar supostas infrações cometidas em competições esportivas;Tribunal de Justiça Desportiva: Analisa recursos relativos a decisões das comissões disciplinares;Superior Tribunal de Justiça Desportiva: Entidade máxima da Justiça Desportiva brasileira. Julga apelações de casos julgados pelos tribunais de justiça. O Código Brasileiro de Justiça Desportiva prevê em seu texto a existência de vários princípios, notadamente no artigo 2º, sendo eles: ampla defesa, contraditório, devido processo legal, celeridade, economia processual, oralidade, princípio da jurisdicionalidade temporária, impessoalidade, independência, moralidade, motivação das decisões, legalidade, oficialidade, razoabilidade e proporcionalidade. Ademais, o princípio do espírito esportivo, cujo é a ética na prática desportiva, baseando a atuação na boa fé e no \u201cjogo limpo\u201d. E, temos como exemplo, os casos de Fair Play no futebol. Segundo Mauro Beting, o fair play não pode ser exigido. Sendo os maiores casos de fair play na história do futebol são:1916, Parque dos Príncipes - França 0 vs. 15 Inglaterra: o juiz marcou um pênalti para a seleção inglesa e o jogador achou que não tinha sido falta e, deste modo, chutou para fora propositalmente. NESSA ÉPOCA NÃO EXISTIA E NEM SE FALAVA DE FAIR PLAY.1960, Maracanã, Rio São Paulo - Fluminense 2 vs. 2 Botafogo: o zagueiro Pinheiro cai na área lesionado e a bola sobra para Mané Garrincha que manda a bola para a lateral. Ademais, o lateral devolveu a bola para o Botafogo.2017, Morumbi, Campeonato Paulista - São Paulo vs. Corinthians: o zagueiro Rodrigo Caio se enrosca com o atacante corintiano Jô e acaba pisando na mão do goleiro tricolor. O juiz acha que foi o Jô que acabou pisando na mão do goleiro e dá cartão. O zagueiro tricolor avisa para o árbitro que foi ele quem pisou. Considerando que a justiça desportiva não integra o Poder Judiciário, muitos defendem a existência de múltiplas semelhanças com a arbitragem. O responsável pela análise e decisão na arbitragem é denominado árbitro, enquanto na justiça desportiva, a sua denominação é auditor. Outra diferença muito importante entre a justiça desportiva e a arbitragem é que esta última é opcional para as partes em conflito, enquanto a justiça desportiva é obrigatória. Assim, o Poder Judiciário pode ser acionado em causas desportivas apenas após o esgotamento de todas as instâncias da Justiça Desportiva. Mas a situação não se aplicaria ao contrato de trabalho do atleta com o clube de futebol, conforme as disposições do artigo 114 da Constituição Federal de 1988. A competência da Justiça do Trabalho, especializada para solucionar controvérsias de qualquer relação de trabalho.
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