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UNIDADE III - A Justiça Desportiva no Brasil

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Direito Desportivo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade: 
 
 
A Justiça Desportiva no Brasil 
 
 
 
 
Responsável pelo Conteúdo: 
Prof. Ms. Paulo Celso Sanvito 
 
Revisão Textual: 
Profa. Msa. Magnólia Gonçalves Mangolini 
 
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zzzzzzzzzzzzzzz 
 
 
 
 
ORIENTAÇÃO DE EST UDOS 
 
 
Olá caros alunos, 
 
Para que você possa ter uma compreensão adequada do tema proposto 
será necessária à leitura do conteúdo, de forma bastante atenta, realizando todas as 
atividades de sistematização e aprofundamento da disciplina. 
A unidade encontra-se organizada de forma a propiciar ao aluno, em 
primeiro lugar, uma visão geral da Justiça Desportiva, seus órgãos, procedimentos. 
Nesse contexto, foram abordados os Princípios da Justiça Desportiva, sua 
previsão Constitucional e infraconstitucional (Lei 9.615/98 e Código Brasileiro de 
Justiça Desportiva), sua organização e competência, assim como seus principais 
órgãos (STJDs, TJDs, Procuradoria e Secretarias). 
Por fim, foram abordados temas como os Aspectos Gerais do Novo Código 
Brasileiro de Justiça Desportiva, os procedimentos nele indicados, seus prazos, as 
provas na Justiça Desportiva, a Sessão de Instrução e Julgamento, os recursos e a 
possibilidade da edição de Súmulas pelos STJDs. 
 O estudo do tema convém ser complementado com a leitura da bibliografia 
indicada no plano de Ensino, no texto base, além de uma pesquisa na Biblioteca 
Virtual, na Biblioteca Central da Universidade e na Internet. 
 Sem a perfeita compreensão de todos os tópicos abordados nesta unidade, 
seu estudo ficará prejudicado. 
 
 
 
 
 
 
A T E NÇ Ã O: Para um bom aproveitamento do curso, leia o 
material teórico atentamente antes de realizar as atividades. É 
importante também respeitar os prazos estabelecidos no 
cronograma. 
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2 
 
 Unidade: A Just iça Desport iva no Bras i l 
 
CONTEXTUALIZAÇÃO 
 
 
Em virtude de sua autonomia, garantida constitucionalmente, a Justiça 
Desportiva assume importante papel no ordenamento jurídico do país. Sua 
independência e especialização fazem com que tanto sua institucionalização, 
quanto os procedimentos dela decorrentes sejam peculiares, razão pela qual deve 
ser feito um estudo mais acurado do tema. 
Não se pode esquecer que o país sediará alguns dos maiores "espetáculos" 
esportivo do mundo, fazendo com que seja cada vez maior a quantidade de 
processos que tramitarão nos órgãos da Justiça Desportiva. 
Dessa forma, é indispensável o estudo do assunto, para se ter noções de 
competência (territorial ou em razão da matéria) das instituições, bem como dos 
procedimentos e atos processuais dessa justiça especializada. 
 
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3 
 
 Unidade: A Just iça Desport iva no Bras i l 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
Antes de entrar no assunto da Justiça Desportiva, é sempre cabível 
a lição do mestre Álvaro Melo Filho: “O grande desafio da Justiça 
Desportiva é impedir que a razoabilidade exigida da Justiça não 
seja comprometida pela emocionalidade inerente ao Desporto”. 1 
 
 
 
PRINCÍPIOS DA JUSTIÇA DESPORTIVA 
 
 
 Sobre os Princípios da Justiça Desportiva, merece destaque o texto 
doutrinário de Paulo Marcos Schmitt, extraído do Código Brasileiro de Justiça 
Desportiva Comentado, verbis: 
“Princípios são proposições diretoras de uma ciência. Como bem 
observa José Afonso da Silva, “princípios são ordenações que 
irradiam e imantam o sistema de normas”. Na perspectiva de um 
sistema desportivo, são os seus sustentáculos, alicerces, bases e 
fundamentos. (...) Os princípios têm a função de auxiliar no 
processo interpretativo das normas aplicáveis ao desporto, 
permitindo o adequado preenchimento de lacunas aparentes”.2 
 
 
 
 
 
1 MELO FILHO, Álvaro. As recentes alterações do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. 
Disponível em <http://cidadedofutebol.com.br/cidade2006/Materia.aspx?IdArtigo=2005>, 
acessado em 01/08/2012. 
2 SCHMITT, Paulo Marcos (coord.). Código Brasileiro de Justiça Desportiva Comentado. São 
Paulo: Quartier Latin, 2006. p. 22. 
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4 
 
 Unidade: A Just iça Desport iva no Bras i l 
 
O artigo 2º do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) prescreve os 
princípios que devem ser observados em sua aplicação, a exemplo da ampla 
defesa, celeridade, contraditório, economia processual, impessoalidade, 
independência, legalidade, moralidade, motivação das decisões, oficialidade, 
proporcionalidade, publicidade, razoabilidade e devido processo legal, além dos 
especialíssimos da oralidade, tipicidade desportiva, prevalência, continuidade e 
estabilidade das competições, espírito esportivo (fair play), dentre outros. 
Em rápida análise superficial dos princípios aplicados no processo 
desportivo já citados na Unidade 1, pode-se notar que foi intenção clara do 
legislador salvaguardar a celeridade na prestação jurisdicional, valorizando a 
oralidade e concentrando os atos em audiência (depoimento pessoal, produção de 
provas, apresentação oral da defesa e julgamento) sem, contudo, deixar de garantir 
o direito à ampla defesa se ao contraditório. 
 
 
PREVISÃO CONSTITUCIONAL DA JUSTIÇA DESPORTIVA 
 
 
O direito ao desporto é público e subjetivo, ou seja, é conferido pela 
Constituição aos indivíduos contra o Estado, que tem o dever de promover, 
incentivar e proteger tal direito, conforme preceituam o artigo 5º, XXVIII, "a", e o 
artigo 24, IX da CF/88. 
A Constituição Federal de 1988, em clara demonstração do prestígio, alçou 
o desporto à questão de grande relevância para a ordem social, reservando à 
questão o artigo 217 que, em seus parágrafos 1º e 2º, trata do assunto relativo à 
Justiça Desportiva, ao prever: 
“Artigo 217 - [...] 
§ 1º ─ O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina 
e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da 
justiça desportiva, reguladas em lei. 
§ 2º ─ A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, 
contados da instauração do processo, para proferir decisão final.” 
 
 
 
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5 
 
 Unidade: A Just iça Desport iva no Bras i l 
 
Como se manifesta Uadi Lammêgo Bulos: 
 
“Aí está a previsão da justiça desportiva. O constituinte, considerando a 
especificidade desse campo, previu um organismo, não integrado ao 
Poder Judiciário, para resolver pendências relativas ao setor”.3 
 
Dessa forma, a Constituição, além de reconhecer a Justiça Desportiva, lhe 
deu completa autonomia, ao dispor que só serão admitidas, pelo Poder Judiciário, 
as ações relativas à disciplina e competições esportivas, após esgotarem-se todas as 
instâncias da Justiça Desportiva. Porém, a própria Lei Maior lhe impôs limites, 
estabelecendo o prazo máximo de 60 (sessenta) dias para proferir decisão final e 
facultando à parte o ajuizamento de ação, perante o Poder Judiciário, nos casos de 
desrespeito à esse prazo. Nesse sentido, merece destaque a jurisprudência advinda 
do Tribunal de Justiça de Santa Catarina: 
 
“O § 1º do artigo 217 da CF constitui uma exceçãoà garantia 
constitucional de que “a lei não excluíra da apreciação do Poder 
Judiciário lesão ou ameaça de direito” (CF, art. 5º, XXXV) e como 
exceção deve ser aplicada estritamente”.4 
 
 
 
A JUSTIÇA DESPORTIVA NA LEI 9.615/98 (LEI PELÉ) 
 
 
A Justiça Desportiva é regulamentada pelo capítulo VII da Lei 9.615/98, 
inclusive reiterando, em seu artigo 52, a autonomia e a independência de seus 
órgãos, conforme constitucionalmente previsto. 
A Lei Pelé recriou o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), como 
órgão recursal de demandas que envolvam competições interestaduais ou 
nacionais e ampliou a participação dos principais segmentos desportivos na 
composição do Tribunal Superior. 
 
3 BULOS, Uadi Lammêgo. Constituição Federal Anotada. São Paulo: Saraiva, 2000. p. 1214. 
4 BRASIL. TJSC – 4ª Câm. Civ. – Agravo de Instrumento 97000651-9 – Rel. Dês. João José 
Schaefer – j. em 06.03.97 – Agravante Federação Catarinense de Futebol – Agravado Clube 
Náutico Marcilio Dias. Disponível em: <.tj.sc.gov.br>, acessado em 01/08/2012. 
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6 
 
 Unidade: A Just iça Desport iva no Bras i l 
 
Além do mais, determinou que as Comissões Disciplinares (órgãos de 
Primeira Instância Desportiva) fossem compostas e integradas por membros 
diversos dos participes do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e dos 
Tribunais de Justiça Desportiva (TJD), com o intuito de que estes não se tornassem 
"julgadores de seus próprios julgamentos". 
 
 
ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DESPORTIVA 
 
 
O artigo 50 da Lei 9.615/98 dispõe: “a organização, o funcionamento e as 
atribuições da Justiça Desportiva ... serão definidas em códigos desportivos ...”. 
Dessa forma, é o Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) o atual estatuto 
que dispõe sobre a organização e a competência da Justiça Desportiva, no âmbito 
de qualquer modalidade desportiva (profissional ou não profissional) praticada no 
país.5 
Porém, apesar de delegar aos códigos desportivos a competência para 
determinar a organização e funcionamento da justiça especializada, a Lei Pelé 
traçou regras mínimas para o regramento da Justiça Desportiva, inclusive 
determinando os órgãos que a compõem: 
a) o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), funcionando junto às 
entidades nacionais de administração do desporto (Confederações); 
b) os Tribunais de Justiça Desportiva (TJD), funcionando junto às entidades 
regionais da administração do desporto (Federações Estaduais); e 
c) as Comissões Disciplinares Nacionais e Regionais, colegiados de primeira 
instância dos referidos órgãos judicantes, compostas por cinco membros 
não pertencentes aos referidos órgãos judicantes, com competência para 
processar e julgar as questões previstas nos códigos de justiça. 
 
 
 
 
5 Em dezembro de 2003 foi editada a Resolução 01 do Ministério dos Esportes e Turismo, 
instituindo novo Código Brasileiro de Justiça Desportiva – CBJD, aplicável a todas as modalidades 
esportivas praticadas no Brasil. O CBJD foi alterado pela Resolução nº 11, de 29 de março de 
2006, publicada no D.O.U. – Seção 1, pág. 169, de 31 de março de 2006; referendado pela 
Resolução nº 13, de 4 de maio de 2006, publicada no D.O.U. – Seção 1, pág. 55, de 23 de maio 
de 2006 e alterado pela Resolução n° 29 de 10 de dezembro de 2009, publicada no D.O.U. de 31 
de dezembro de 2009. 
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7 
 
 Unidade: A Just iça Desport iva no Bras i l 
 
a) Superior Tribunal de Justiça Desportiva 
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva, composto pelo Tribunal Pleno e 
suas Comissões Disciplinares, é o órgão máximo da Justiça Desportiva (artigo 50 
da Lei nº 9.615/98) e sua competência é determinada da seguinte forma: 
I) cabe ao Tribunal Pleno, tendo como integrante nove auditores, processar e 
julgar, originariamente, seus auditores e os membros da entidade nacional 
de administração, assim como os litígios entre entidades regionais, e, em 
grau de recurso, as matérias descritas no artigo 25, II do CBDJ inciso, dentre 
outras atribuições elencadas no inciso I do mesmo artigo. 
II) A competência das Comissões Disciplinares, por sua vez, é determinada 
pelo artigo 26 do CBDJ. 
 
b) Tribunal de Justiça Desportiva 
Os Tribunais de Justiça Desportiva são os órgãos judicantes das entidades 
regionais de administração de desporto, sendo igualmente compostos por dois 
órgãos: o órgão Pleno e as Comissões Disciplinares. 
A competência e as atribuições das Comissões Disciplinares dos Tribunais 
são especificadas no artigo 28 do CBDJ, competindo a elas, em linhas gerais, 
processar e julgar as infrações praticadas por entidades ou agentes desportivos 
subordinados às entidades regionais de administração do desporto, além de 
declarar os impedimentos de seus próprios auditores. 
Já o órgão Pleno, que tem como integrantes nove auditores (artigo 55 da 
Lei nº 9.615/98 e no artigo 5º do CGJD), tem suas atribuições especificadas no 
artigo 27 do CBDJ. 
 
c) Comissões Disciplinares 
 As Comissões Disciplinares funcionam como órgãos judicantes de primeira 
instância dos tribunais desportivos, sendo compostas por cinco membros, de livre 
nomeação, mediante indicação dos respectivos TJD ou STJD (artigo 53 da Lei 
9.615/98). Das decisões proferidas pelas Comissões, cabe recurso para os órgãos 
Plenos dos Tribunais. 
 
 
 
 
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 Unidade: A Just iça Desport iva no Bras i l 
 
ASPECTOS GERAIS DO NOVO CÓDIGO BRASILEIRO DE 
JUSTIÇA DESPORTIVA 
 
 
O atual Código Brasileiro de Justiça Desportiva foi editado, em atendimento 
ao previsto na Lei 10.671/03 ("Estatuto do Torcedor"), por meio da Resolução 01 
do Ministério dos Esportes, de 23.12.2003, com incidência em todas as 
modalidades esportivas. Esse novo Código trouxe inovações importantes e 
necessárias, a exemplo da exigência de que todas as decisões da Justiça Desportiva 
sejam fundamentadas (art. 38). 
Outra inovação, com o claro intuito de punir exemplarmente e com maior 
severidade as infrações desportivas, foi a instituição de penas pesadas para 
diversas infrações, a exemplo da elevada pena pecuniária imposta à entidade de 
prática desportiva que deixa de tomar as providências capazes de prevenir ou 
reprimir desordens em sua praça de desportos, prevista no artigo 213. 
Apesar disso, o novo CBJD foi alvo de inúmeras críticas, que ensejaram 
uma reforma em diversos de seus dispositivos, iniciando-se com a Resolução 
11/06, do Conselho Nacional do Esporte (CNE) e terminando com a publicação, 
em 31.12.2009, da Resolução 29 do CNE, que alterou substancialmente o CBJD, 
buscando adequá-lo às principais tendências jurisprudenciais verificadas nos 
tribunais desportivos. 
 
 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DESPORTIVA 
 
 
É certo que a competência da Justiça Desportiva é definida pelo artigo 217 
da Magna Carta, porém é no artigo 24 do CBDJ que se encontra a definição dos 
limites da competência dessa Justiça especializada. 
Dessa forma, os órgãos da Justiça Desportiva têm limites de jurisdição 
territorial ("ratione loci"), de acordo com a sede da entidade de administração do 
desporto e da modalidade de prática respectiva. Já os Tribunais desportivos, têm 
competência em razão da matéria ("ratione materiae"), referente às infrações 
praticadas pelas entidades compreendidaspelo Sistema Nacional do Desporto e 
pessoas físicas ou jurídicas que lhes forem direta ou indiretamente filiadas ou 
vinculadas. 
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 Unidade: A Just iça Desport iva no Bras i l 
 
Dessa forma, pode-se dizer que é a Justiça Desportiva competente para 
julgar as infrações às regras ou regulamentos de qualquer das modalidades 
esportivas, bem como punir qualquer tipo previsto em seus códigos disciplinares. 
No Brasil, cada modalidade desportiva ou grupo de esportes ligados a uma mesma 
Confederação, dispõe de um órgão judicante específico e próprio. 
Importante salientar que, esse modelo de Justiça Desportiva, é uma criação 
exclusivamente brasileira, não existindo similaridade em qualquer outra parte do 
mundo. 
 
 
DA ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DESPORTIVA 
 
 
O artigo 1º do CBJD já trata da organização da Justiça Desportiva: 
“Artigo 1º - A organização, o funcionamento, as atribuições da 
Justiça Desportiva brasileira e o processo desportivo, bem como a 
previsão das infrações disciplinares e desportivas e de suas 
respectivas sanções, no que se referem ao desporto de prática 
formal, regulam-se por este Código. 
Parágrafo Único (Revogado pela Resolução CNE 29 de 2009). 
§ 1º- Submetem-se a este Código, em todo o território nacional: 
I – as entidades nacionais e regionais de administração do 
desporto; 
II – as ligas nacionais e regionais; 
III – as entidades de prática desportiva, filiadas ou não às 
entidades de administração mencionadas nos incisos anteriores; 
IV – os atletas profissionais e não profissionais; 
V – os árbitros, assistentes e demais membros de equipe de 
arbitragem; 
VI – as pessoas naturais que exerçam quaisquer empregos, cargos 
ou funções, diretivas ou não, diretamente relacionados a alguma 
modalidade esportiva, em entidades mencionadas neste 
parágrafo, como, entre outros, dirigentes, administradores, 
treinadores, médicos ou membros de comissão técnica; 
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 Unidade: A Just iça Desport iva no Bras i l 
 
VII – todas as demais entidades compreendidas pelo Sistema 
Nacional do Desporto que não tenham sido mencionadas nos 
incisos anteriores, bem como as pessoas naturais e jurídicas que 
lhes forem direta ou indiretamente vinculadas, filiadas, controladas 
ou coligadas. 
§ 2º - Na aplicação do presente Código, será considerado o 
tratamento diferenciado ao desporto de prática profissional e ao 
de prática não profissional, previsto no inciso III do art. 217 da 
Constituição Federal.” 
 
De uma análise apenas superficial do artigo acima, já se extrai a conclusão 
de que o novo CBJD é aplicável a toda e qualquer modalidade desportiva e que, 
quando de sua aplicação, deve ser dado um tratamento diferenciado entre o 
desporto de prática profissional e o não profissional, conforme constitucionalmente 
previsto. 
Já com relação à organização da Justiça Desportiva propriamente dita, o 
CBJD se ateve às disposições gerais traçadas pela Lei Pelé, indicando novamente 
os órgãos componentes da Justiça Desportiva (STJD, TJD e as Comissões 
Disciplinares Nacionais e Regionais) e destacando sua autonomia e independência, 
apenas inovando ao esclarecer acerca da organização do STJD (artigo 3°-A), 
composto pelos órgãos: Tribunal Pleno e Comissões Disciplinares. 
Quanto à composição dos órgãos, os auditores (STJD, TJD e Comissões 
Disciplinares) deverão ser bacharéis em Direito, havendo a proibição de que não 
podem integrar o mesmo órgão judicante, auditores que tenham parentesco na 
linha ascendente ou descendente, nem auditor que seja cônjuge, irmão, cunhado, 
tio, sobrinho, sogro, padrasto ou enteado de outro auditor, conforme o artigo 17. 
No que se refere aos defensores, a redação do art. 29 do CBJD estabelece 
que as pessoas maiores e capazes podem exercitar seu direito de defesa "em causa 
própria" ou ser representado por advogado regularmente inscrito na Ordem dos 
Advogados do Brasil. 
Ainda quanto aos defensores, o Códice, em seu art. 31, estabelece que 
tanto o STJD como o TJD deverão nomear defensores dativos para exercer a 
defesa técnica daqueles que expressamente o requererem, bem como ao atleta 
menor de dezoito anos de idade, este independentemente de requerimento. 
 
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 Unidade: A Just iça Desport iva no Bras i l 
 
 
PROCURADORIA 
 
 
Junto aos Tribunais (STJD e TJD), funcionam as Procuradorias da Justiça 
Desportiva (dirigidas sempre por um procurador-geral), exercidas por, no mínimo, 
dois procuradores, com mandato idêntico ao estabelecido aos auditores, sendo 
responsável pelos processos destinados a promover a responsabilização dos 
agentes e entidades desportivas que violarem as disposições do CBJD. 
Nesse aspecto, compete aos procuradores: requerer a instauração de 
inquérito (quando provocado), oferecer denúncia; dar parecer nos processos de 
competência dos órgãos aos quais seja vinculado; exercer as atribuições conferidas 
pela legislação desportiva e interpor os recursos previstos em lei ou propor medidas 
que visem à preservação dos princípios que regem a Justiça Desportiva, dentre 
outras atribuições estabelecidas nos regimentos dos Tribunais. Necessário salientar 
que, aos Procuradores, aplicam-se, no que couber, as mesmas incompatibilidades 
e impedimentos impostos aos auditores. 
 
 
SECRETARIA 
 
 
A Secretaria corresponde ao cartório dos Tribunais de Justiça Desportiva, 
tendo como atribuições: receber, registrar, protocolar e autuar os termos da 
denúncia e os recursos interpostos, além de outras funções de caráter 
administrativo (artigo 72 do CBJD). 
 
 
DO PROCESSO DESPORTIVO - REGRAS GERAIS 
 
 
Por determinação contida no próprio CBJD, como regra geral, os processos 
correm publicamente e os atos processuais não dependem de forma determinada 
(senão quando expressamente exigida), reputando-se válidos os que preencham 
sua finalidade essencial. 
 
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12 
 
 Unidade: A Just iça Desport iva no Bras i l 
 
Como dito anteriormente, um ponto importante é a obrigatoriedade de que 
todas as decisões, emanadas de seus órgãos judicantes, deverão ser 
fundamentadas, mesmo que de maneira sucinta. 
Importante inovação foi a obrigatoriedade das decisões, proferidas pelos 
órgãos da Justiça Desportiva, serem publicadas, na forma da lei, inclusive na 
internet, em atendimento ao princípio da publicidade, estampado no artigo 35 da 
Lei 10.671/03 (Estatuto do Torcedor). 
Aliás, o uso da internet também se faz importante no caso de citação e 
intimação por edital, quando este deverá ser instalado em local de fácil acesso 
localizado na sede do órgão judicante e no sítio eletrônico da respectiva entidade 
de administração do desporto. (art. 47) 
Além da publicação do edital, a citação e a intimação deverão ser realizadas 
por telegrama, fac-símile ou ofício, dirigido à entidade a que o destinatário estiver 
vinculado, podendo ser realizada por outros meios eletrônicos, desde que possível 
a comprovação de entrega. (art. 47, § 1°) 
 
 
DOS PRAZOS 
 
 
Com relação aos prazos processuais, o CBJD (artigos 42, 43 e 44) 
estabeleceu que, salvo disposição em contrário (ex. impugnação de partida - dois 
dias; interposição de mandado de garantia - 20dias), serão de três dias. 
Importante destacar que, quando não houver previsão legal expressa, cabe ao 
presidente do órgão judicante fixá-lo, levando em consideração tanto a 
complexidade da causa, quanto o ato a ser praticado. 
Já quanto ao transcorrer desses prazos, eles principiam com a intimação ou 
citação e serão contados excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o dia do 
vencimento, considerando-se prorrogados, até o primeiro dia útil subsequente, 
sempre que o vencimento coincidir com dia em que não houver expediente normal 
da sede do órgão judicante, seguindo a regra geral do Processo Civil. 
 
 
 
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13 
 
 Unidade: A Just iça Desport iva no Bras i l 
 
DAS NULIDADES 
 
Quando prescrita determinada forma, sem cominação de nulidade, o órgão 
judicante considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade. 
A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à 
parte manifestar-se nos autos e só será declarada se ficar comprovada a inobservância ou 
violação dos princípios que orientam o processo desportivo. O órgão judicante, ao declarar 
a nulidade, definirá os atos atingidos, ordenando as providências necessárias, a fim de que 
sejam repetidos ou retificados. 
Vale destacar que a nulidade não será declarada: I - quando se tratar de mera 
inobservância de formalidade não essencial; II - quando o processo, no mérito, puder ser 
resolvido a favor da parte a quem a declaração de nulidade aproveitaria; III - em favor de 
quem lhe houver dado causa. (Arts. 52 a 54) 
 
 
DAS PROVAS 
 
 
Em relação às provas, dispõe o artigo 56 e seguintes do CBJD que, no 
processo desportivo, são hábeis para provar a verdade dos fatos alegados todos os 
meios legais, e os moralmente legítimos, ainda que não especificados. Importante 
destacar que os fatos notórios, os alegados por uma parte e confessados pela parte 
contrária e os que gozem de presunção de veracidade, independem de prova. 
Dessa forma, estabeleceu o CBJD, como meios de prova legalmente 
previstos: súmula e/ou relatório dos árbitros, depoimento pessoal, prova 
documental, exibição de documento ou coisa necessária à apuração dos fatos, 
prova testemunhal, os meios audiovisuais e prova pericial (consistente em exame 
ou vistoria e a inspeção). Deve-se ressaltar que tal rol é meramente exemplificativo. 
Sobre as provas, é necessário salientar que, no tocante à sumula e ao 
relatório dos árbitros, auxiliares e representantes das entidades de administração 
do desporto, tais provas gozam de presunção relativa de veracidade. A súmula 
nada mais é do que um documento, elaborado pela arbitragem, que contém todos 
os dados da partida, como data, local e suas condições, nomes das equipes, 
membros dos times, pontuação alcançada, advertências e expulsões. 
 
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 Unidade: A Just iça Desport iva no Bras i l 
 
 
DO PROCESSO DESPORTIVO – PROCEDIMENTOS 
 
 
O processo, no âmbito da Justiça Desportiva, é eminentemente célere, 
principalmente em razão do limite Constitucional estabelecido, de 60 dias para sua 
conclusão. Dessa forma, o CBJD, nos artigos 33 e 34, determina que os 
procedimentos a serem seguidos na Justiça Desportiva são o sumário e o especial, 
aplicando-lhes, obrigatoriamente, os princípios gerais do direito. 
O procedimento sumário é aplicado aos processos disciplinares. Já o 
procedimento especial é aplicável aos processos expressamente tratados no 
Código, quais sejam: inquérito; impugnação; mandado de garantia; reabilitação; 
dopagem; suspensão, desfiliação ou desvinculação, imposta pelas entidades de 
administração ou prática desportiva; revisão; medidas inominadas (como a 
concessão de efeitos suspensivos ou liminares); e transação disciplinar desportiva. 
 
 
DO PROCEDIMENTO SUMÁRIO 
 
 
Conforme disposto no artigo 34, §1º e 73 e seguintes do CBJD, sempre que 
se tratar de processo disciplinar, será aplicado o procedimento sumário. 
Esse procedimento terá início sempre que houver a denúncia da 
procuradoria, ou quando uma queixa for a ela endereçada pela parte interessada. 
Com relação à queixa (artigo 74 do CBDJ), esta só poderá ser formulada quando 
houver legítimo interesse e vinculação direta com a questão a ser discutida no 
procedimento, dentro do prazo decadencial de três dias úteis, a contar da 
ocorrência do ato ou conhecimento do fato que lhe deu causa, devendo o 
interessado fornecer à Procuradoria a informação circunstanciada do fato gerador 
da infração. 
Esta disposição tem recebido críticas, já que a queixa não poderá ser 
interposta diretamente ao Tribunal desportivo, sendo necessário seu 
endereçamento à procuradoria, impondo a obrigatoriedade do "aval" da 
Procuradoria para o exercício do direito de queixa. 
 
 
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 Unidade: A Just iça Desport iva no Bras i l 
 
Já a denúncia da Procuradoria, conforme disposto no artigo 79 do CBJD, 
deverá conter a descrição sumária da infração, a qualificação do infrator, assim 
como a menção do dispositivo atingido. Poderá a Procuradoria, de forma 
fundamentada, requerer o arquivamento do processo, se for o caso. 
Recebidos os documentos, a Secretaria fará seu registro, encaminhando-os 
à Procuradoria para manifestação no prazo de dois dias. Uma vez oferecida a 
denuncia, os autos serão conclusos ao Presidente para que, no prazo de dois dias, 
nomeie relator, analise a incidência da suspensão preventiva, designe dia e hora da 
sessão de instrução e julgamento e determine o cumprimento dos atos de 
comunicação processual e demais providências cabíveis. 
Compete ao Presidente a concessão ou não de efeito suspensivo aos 
recursos, nos casos em que possa ocorrer prejuízo irreparável ao recorrente, desde 
que requerido pela defesa, e a permissão do ajuizamento de qualquer medida não 
prevista no CBJD, dentre as quais se encontram as medidas cautelares e os 
pedidos de liminares. 
 
 
DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 
 
 
Conforme prescrito no artigo 34, §2º do CBJD, o procedimento especial 
aplica-se aos processos de: I - inquérito; II - impugnação; III - mandado de 
garantia; IV - reabilitação; V - dopagem; VI - infrações punidas com eliminação; VII 
- suspensão, desfiliação ou desvinculação imposta pelas entidades de 
administração ou de prática desportiva; VIII - revisão; IX - às medidas inominadas 
do art. 119; e X - à transação disciplinar desportiva. Dessa forma, passemos a 
comentar, brevemente, as principais espécies: 
Em qualquer dos casos em que se aplica o procedimento especial (artigo 80 
e seguintes do CBJD), o pedido inicial deverá ser, obrigatoriamente, acompanhado 
do comprovante do pagamento do preparo (emolumentos), sob pena de seu 
indeferimento (deserto). 
 
 
 
 
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 Unidade: A Just iça Desport iva no Bras i l 
 
a) O inquérito 
Tem a finalidade de apurar a existência ou não de infração disciplinar e 
determinar a sua autoria, para a subsequente instauração da ação pertinente. Sua 
instauração poderá ser determinada ex ofício, pelo presidente do órgão judicante 
ou a requerimento, tanto da procuradoria como da parte interessada, contendo a 
indicação dos elementos que evidenciem a suposta práticade infração disciplinar e 
as provas que se pretende produzir, inclusive, com a indicação das testemunhas a 
serem ouvidas. 
O pedido de abertura de inquérito será indeferido quando não se verificar a 
existência dos elementos indispensáveis ao procedimento, mas se deferido o 
pedido, o presidente designará, de imediato, o auditor processante. Quando 
caracterizada a existência da infração e determinada sua autoria, os autos do 
inquérito serão remetidos à Procuradoria para o oferecimento da denúncia, mas, 
não se caracterizando a infração ou não sendo possível se determinar a autoria, os 
autos do inquérito serão arquivados. 
 
b) Impugnação de resultado, partida, prova ou equivalente em cada modalidade 
Tal medida visa à anulação de partida, prova ou equivalente em cada 
modalidade ou apenas de seu resultado. Conforme se infere do art. 84, §1°, são 
partes legítimas para promover a impugnação, as pessoas naturais ou jurídicas que 
tenham disputado a partida, prova ou equivalente em cada modalidade e as que 
tenham imediato e comprovado interesse no seu resultado, desde que participante 
da mesma competição. 
Seu pedido deve ser dirigido ao presidente do órgão judicante, em duas 
vias, no prazo de dois dias após a entrada da súmula na entidade de administração 
do desporto. 
A petição inicial poderá ser indeferida quando for manifestamente inepta, 
houver ilegitimidade da parte, faltar condição exigida pelo Código ou não 
comprovação do pagamento dos emolumentos, mas, recebida a impugnação, será 
dada vista à parte contrária, pelo prazo de dois dias e, em seguida, à Procuradoria, 
por idêntico prazo, para sua manifestação. 
 
 
 
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 Unidade: A Just iça Desport iva no Bras i l 
 
c) Mandado de Garantia 
Equivalente ao Mandado de Segurança (Lei n° 12.016/2009) e previsto no 
artigo 88 do CBJD, será concedido sempre que, ilegalmente ou por abuso de 
poder, alguém sofra violação em seu direito líquido e certo, ou tenha justo receio 
de sofrê-la, por parte de qualquer autoridade desportiva. 
Como seu análogo, poderá ser repressivo ou preventivo. Deve ser 
impetrado no prazo de 20 dias, contados da prática do ato ou decisão que o 
motivou, sendo incabível contra atos dos quais caibam recurso próprio e lhes tenha 
sido concedido o efeito suspensivo. 
É importante salientar que, devido à sua importância (proteção de direito 
líquido e certo), pode ser concedida liminar ao mesmo, pelo presidente do órgão 
judicante, assim como tais processos gozam da garantia de prioridade de 
tramitação sobre os demais. 
 
d) Da dopagem 
Conforme disposto no artigo 102 do CBJD, ao se configurar o resultado 
anormal na análise antidopagem, o presidente da entidade de administração do 
desporto, em 24 horas, remeterá o laudo da contraprova ao presidente do órgão 
judicante, que decretará (também em 24 horas) o afastamento preventivo do 
atleta, pelo prazo máximo de 30 dias. 
Em sequência, terá a defesa do atleta o prazo de 5 (cinco) dias para 
manifestar-se e apresentar as provas que tiver, sendo o processo remetido à 
Procuradoria para o oferecimento da denúncia, que deve ocorrer no prazo de dois 
dias. No retorno dos autos, o presidente sorteará (em 24 horas) o Auditor Relator e 
marcará, desde logo, a Sessão de Julgamento, que deverá acontecer no interregno 
máximo de 10 dias. 
Deve-se ressaltar que, uma vez proclamado o resultado, tal decisão 
produzirá efeitos de imediato, independentemente da presença das partes ou seus 
procuradores ao julgamento. O CBJD dispôs com rigor acerca das punições 
referentes à prática de dopagem, estendendo a penalidade de suspensão de 120 a 
360 dias. 
 
 
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 Unidade: A Just iça Desport iva no Bras i l 
 
e) Da revisão 
Caberá a Revisão dos processos findos, sempre que a decisão for resultado 
de manifesto erro de fato ou prova falsa, tiver sido proferida contra literal 
disposição de lei ou contra evidência da prova ou ainda quando, após a decisão, 
se descobrirem provas da inocência do punido. 
Conforme disposto no artigo 113 do CBJD, será admitida a Revisão até 03 
anos após o trânsito em julgado da decisão condenatória e, de acordo com o artigo 
114 do mesmo estatuto, é incabível a revisão da decisão que importe em exclusão 
de competição, perda de pontos, de renda ou de mando de campo. 
 
f) Da Transação Disciplinar Desportiva 
Segundo o artigo 80-A, a transação disciplinar desportiva poderá ser 
proposta pela Procuradoria, ao autor das infrações previstas nos artigos 206 (atraso 
para o início da partida), 250 a 258-C (infrações relativas à disputa das partidas, 
provas ou equivalentes) e 259 a 273 (infrações relativas à arbitragem) do CBJD. 
Não se admitirá a proposta de tramitação disciplinar desportiva quando: I - 
o infrator tiver sido beneficiado, no prazo de trezentos e sessenta dias anteriores à 
infração, pela transação disciplinar desportiva prevista no artigo 80-A; II - o infrator 
não possuir antecedentes e conduta desportiva justificadores da adoção da 
medida; III - os motivos e as circunstâncias da infração indicarem não ser suficiente 
a adoção da medida. 
Necessário esclarecer que, para a efetiva ocorrência da transação, deve 
haver a anuência do acusado (aceitação). Tal fato se dá uma vez que este poderá 
preferir se submeter ao julgamento, buscando a sua completa absolvição. Dessa 
forma, não pode a Procuradoria impor a formulação de transação desportiva, mas 
apenas sugeri-la. 
 
g) Das Medidas Inominadas 
Conforme predispõe o artigo 119 do CBJD, o Presidente do Tribunal (STJD 
ou TJD), perante seu órgão judicante e dentro da respectiva competência, em 
casos excepcionais e no interesse do desporto, em ato fundamentado, poderá 
permitir o ajuizamento de qualquer medida não prevista no Código, desde que 
requerida no prazo de 03 dias, contados da decisão, ato, despacho ou da 
inequívoca ciência do fato. 
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 Unidade: A Just iça Desport iva no Bras i l 
 
Em tais medidas pode ser concedido efeito suspensivo ou liminar, quando 
houver fundado receio de dano irreparável, desde que o Presidente se convença 
da verossimilhança da alegação. Os réus, a procuradoria e as partes interessadas 
terão o prazo comum de 02 dias para apresentar suas contrarrazões. 
 
 
DAS SÚMULAS DO STJD 
 
 
O CBJD, no artigo 119-A, trata da possibilidade de edição de Súmulas, com 
efeitos vinculantes para todos os órgãos judicantes da respectiva modalidade, nas 
esferas regional e nacional, por parte do STJD. 
Para sua edição, revisão e/ou cancelamento, deverão se manifestar 
favoravelmente dois terços dos membros do Tribunal Pleno do STJD e o 
enunciado da Súmula deve ter por objeto a validade, interpretação e a eficácia de 
normas determinadas, sobre as quais haja controvérsia que acarrete insegurança 
jurídica e multiplicação de processos versando sobre questão idêntica. 
Apesar de a Súmula ter eficácia imediata, o Tribunal Pleno do STJD poderá 
excluir ou restringir seus efeitos vinculantes, ou mesmo decidir que esta só tenha 
eficácia a partir de outro momento, seja em razão da segurança jurídica, seja por 
excepcional interesse do desporto. 
A proposta de edição, revisão ou cancelamento de enunciado de súmula 
não autoriza a suspensão dos processos em que se discuta a mesma questão. 
 
 
DA SESSÃO DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO 
 
 
As sessões de instrução e julgamentosão previstas nos artigos 120 e 
seguintes do CBJD. A sessão é uma audiência una e pública (salvo determinação 
contrária do Presidente) e, para sua realização, deve ser observada a pauta, 
previamente elaborada de acordo com a ordem numérica dos processos, sendo 
certo que, tanto os processos especiais, como aqueles dos quais decorram pedidos 
de preferência pelas partes, terão prioridade. 
 
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 Unidade: A Just iça Desport iva no Bras i l 
 
No dia e hora marcados, a sessão será aberta pelo Presidente, desde que 
exista quorum, que é de maioria simples dos auditores (três para as Comissões 
Disciplinares e cinco para o STJD e o TJD) para sua realização. 
Importante salientar que caso decorram 60 minutos após à hora marcada 
para o início da sessão e não haja número de auditores suficiente para sua 
realização, o julgamento será adiado para a sessão seguinte, desde que requerido 
pela parte e independentemente de nova intimação. 
Em cada processo, o Presidente deve indagar as partes sobre as provas que 
pretendem produzir, franqueando a palavra ao Relator a quem caberá a leitura da 
denúncia e das peças processuais que julgar necessárias, assim como deferir ou 
não a produção de provas. 
Feito o relatório, serão produzidas as provas deferidas na ordem 
determinada no artigo 124 do CBJD, qual seja: I) documental; II) cinematográfica; 
III) fonográfica; IV) depoimento pessoal; V) prova testemunhal; e VI) outras provas 
pertinentes. Ressalte-se que inexiste hierarquia de valor entre as provas, em 
decorrência do princípio da persuasão racional. 
Concluída a fase instrutória, é dado prazo de dez minutos, sucessivamente, 
à Procuradoria e a cada uma das partes, para sustentação oral. Conforme o 
disposto no artigo 125, §1º do Códice, quando duas ou mais partes forem 
representadas pelo mesmo defensor, o prazo será de 15 minutos. 
Encerados os debates, o Presidente indagará aos Auditores se pretendem 
algum esclarecimento ou diligência e, após os esclarecimentos, ou caso estes não 
existam, passa-se ao julgamento do processo. 
No julgamento, todos os Auditores, inclusive o Presidente, proferirão seus 
votos e, no caso de empate na votação, é atribuído ao Presidente o "voto de 
qualidade", salvo quando se tratar de imposição de pena disciplinar (art. 170 do 
CBJD), caso em que prevalecerão os votos mais favoráveis ao denunciado. 
Quando os votos pela condenação do denunciado não forem unânimes 
quanto à qualificação jurídica da conduta, serão computados, separadamente, os 
votos pela absolvição e os votos atribuídos a cada tipo infracional diferente. 
Somente haverá condenação se o número de votos atribuídos, a um específico tipo 
infracional, for superior ao número de votos absolutórios. Da mesma forma, 
havendo empate na votação para qualificação da pena, prevalecerão, entre os 
votos empatados, os mais favoráveis ao denunciado. 
 
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 Unidade: A Just iça Desport iva no Bras i l 
 
Importante salientar que, nas hipóteses de imposição de quaisquer das 
penas disciplinares relacionadas no art. 170 do CBJD, considerar-se-á a pena de 
multa mais branda do que a de suspensão. 
Proclamado o resultado do julgamento, a decisão produzirá efeitos de 
imediato, independentemente de publicação ou da presença das partes ou seus 
procuradores na sessão, desde que regularmente intimados para comparecimento, 
mas, na hipótese de decisão condenatória, os efeitos produzir-se-ão a partir do dia 
seguinte à proclamação. Necessário ressaltar que, uma vez proferida a decisão, 
pela Justiça Desportiva, nenhum ato administrativo poderá afetá-la. 
 
 
DOS RECURSOS 
 
 
Antes de se adentrar no assunto dos recursos propriamente ditos, se faz 
necessário trazer à baila algumas informações importantes: a) Inexiste, na Justiça 
Desportiva, a previsão de recurso necessário; b) Não cabe recurso voluntário das 
decisões do Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva; e c) Em 
conformidade com o disposto no artigo 217, §1º da Constituição Federal de 1988, 
após o esgotamento das instâncias da Justiça Desportiva, poderão ser admitidas 
ações junto ao Poder Judiciário. 
Dito isso, segundo o artigo 137 do CBJD, o Autor, o Réu, o Terceiro 
Interveniente, a Procuradoria e a Entidade de administração do desporto poderão, 
mediante oferecimento de razões, no prazo de 03 dias, contados da proclamação 
do julgamento, interpor recurso voluntário, para instância imediatamente superior, 
acompanhado da respectiva prova do pagamento dos emolumentos devidos, sob 
pena de deserção. 
Recebidos os autos, o Presidente do órgão judicante da instância superior 
competente para julgá-lo, fará a análise prévia dos requisitos recursais e, se 
considerá-los presentes, sorteará o relator, designará Sessão de Julgamento e 
abrirá vista dos autos para as partes contrárias e interessados impugnarem o 
recurso, no prazo comum de 03 dias. O mesmo prazo é dado à Procuradoria para 
emitir parecer. 
Havendo urgência, o recurso poderá ser interposto por telegrama, fac-
símile, via postal ou e-mail, devendo ser comprovada a remessa do original, no 
prazo de três dias, sob pena de não conhecimento. Ressalte-se que não será 
admitida a produção de novas provas em grau de recurso. 
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 Unidade: A Just iça Desport iva no Bras i l 
Os recursos não terão, a princípio, efeito suspensivo, porém, poderá o 
Relator concedê-lo, desde que se convença da verossimilhança das alegações do 
recorrente, ou quando a simples devolução da matéria puder causar prejuízo de 
difícil reparação. A decisão de conceder ou deixar de conceder o efeito suspensivo 
será irrecorrível, mas poderá ser modificada a qualquer tempo. Entretanto, o 
recurso voluntário será automaticamente recebido no efeito suspensivo, quando a 
penalidade imposta pela decisão recorrida exceder o número de partidas ou o 
prazo definidos em lei, ou quando houver cominação de pena de multa. 
No recurso voluntário, não se admite a reformatio in pejus, ou seja, a 
penalidade não poderá ser agravada, salvo se interposto pela Procuradoria, porém, 
a penalidade poderá ser reformada em benefício do réu, total ou parcialmente, 
ainda que o recurso tenha sido exclusivamente interposto pela Procuradoria, por 
outro Réu ou por Terceiro Interveniente. 
 
Dos Embargos de Declaração 
Uma novidade trazida pelo CBJD, no art. 152-A, foi a previsão de 
interposição de Embargos de Declaração, nas hipóteses de obscuridade ou 
contradição na decisão, ou quando essa for omissa sobre ponto do qual deveria 
pronunciar-se o órgão judicante. Os Embargos de Declaração serão opostos, no 
prazo de 02 dias, com indicação do ponto obscuro, contraditório ou omisso, não 
estando sujeitos a preparo. 
O Relator julgará monocraticamente os Embargos de Declaração, no prazo 
de 02 dias, podendo, em casos excepcionais, remetê-los a julgamento colegiado. 
Quando entender que os Embargos de Declaração merecem ser providos com 
efeitos infringentes, a remessa ao julgamento colegiado é obrigatória. 
Os Embargos de Declaração interrompem o prazo para a interposição de 
outros recursos, por qualquer das partes ou interessados. Quando considerados 
manifestamente protelatórios, o Relator poderá aplicar multa pecuniária ao 
Embargante, que não poderá ser inferior ao valor da menor pena pecuniária 
constante do CBJD. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Unidade: A Just iça Desport iva no Bras i l 
 
 
MATERIAL COMPLEMENTAR 
 
Uma vez que Educação a Distância oferece ao aluno a oportunidade de 
organizar sua aprendizagem e buscar outras bases de conhecimento, é indicado, 
como material de estudo complementar, para um aprofundamento nesta unidade 
2, que o aluno consulte os sites: 
‒ Das Federações e Confederações Esportivas (nacionais e internacionais), 
ligadas à modalidade desportiva de seu maior interesse; 
‒ IBDD – Instituto Brasileiro de Direito Desportivo: 
http://www.ibdd.com.br/v2/index.asp 
‒ IPDD – Instituto Pernambucano de Direito Desportivo – 
http://ipdireitodesportivo.wordpress.com 
‒ Site com diversos artigos e informações do Portal UOL, no endereço 
http://justicadesportiva.uol.com.br/ 
‒ CBF – Confederação Brasileira de Futebol: http://www.cbf.com.br 
‒ IMDD – Instituto Mineiro de Direito Desportivo – http://www.imdd.com.br 
‒ CBJ - Código Brasileiro de Justiça Desportiva - 
http://legado.cbb.com.br/noticias/Novo_CBJD.PDF 
‒ IIDD – Instituto Ibero-americano de Direito Desportivo – 
http://www.iidd.com.br/home/ 
 
 
 
 
 
 
 
 
Depois de ler o material e informar-se 
sobre o assunto, vamos pôr em prática 
esses conhecimentos nas atividades! 
 
Bom trabalho! 
 
http://www.cbf.com.br/
http://ipdireitodesportivo.wordpress.com/
http://justicadesportiva.uol.com.br/
http://www.cbf.com.br/
http://www.imdd.com.br/
http://legado.cbb.com.br/noticias/Novo_CBJD.PDF
http://www.iidd.com.br/home/
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 Unidade: A Just iça Desport iva no Bras i l 
 
 ANOTAÇÕES 
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REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. TJSC – 4ª Câm. Civ. – Agravo de Instrumento 97000651-9 – Rel. Dês. 
João José Schaefer – j. em 06.03.97 – Agravante Federação Catarinense de 
Futebol – Agravado Clube Náutico Marcilio Dias. Disponível em: <.tj.sc.gov.br>, 
acessado em 01/08/2012. 
 
BULOS, Uadi Lammêgo. Constituição Federal Anotada. São Paulo: Saraiva, 
2000. p. 1214. 
 
MELO FILHO, Álvaro. As recentes alterações do Código Brasileiro de 
Justiça Desportiva. Disponível em 
<http://cidadedofutebol.com.br/cidade2006/Materia.aspx?IdArtigo=2005>, 
acessado em 01/08/2012. 
 
SCHMITT, Paulo Marcos (coord.). Código Brasileiro de Justiça Desportiva 
Comentado. São Paulo: Quartier Latin, 2006. p. 22. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
www.cruzeirodosul.edu.br 
Campus Liberdade 
Rua Galvão Bueno, 868 
01506-000 
São Paulo SP Brasil 
Tel: (55 11) 3385-3000 
 
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