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Microbiologia Infecções Sexualmente Transmissíveis de origem bacteriana: · Que provocam lesão: sífilis, cancro mole, donovanose ou granuloma inguinal e linfogranuloma. · Que provocam secreção (corrimento): gonorreia, uretrite inespecífica, vaginose, candidíase (fungo) e tricomoníase (protozoário). Cancro Mole · Ag etiológico – Haemophilus ducrey [bastonetes Gram negativos, microaerófi-los]. · Transmissão por contato sexual – bactéria penetra por mucosa ou lesão da pele. sintomas: · Lesão inicial – pápula que evolui para úlcera (cancro mole). · Dolorosa, com base inflamada, recoberta por exsudato purulento espesso e que sangra facilmente [muito diferente do cancro duro da sífilis]. · Após 1 semana – linfadenopatia inguinal. diagnóstico: · Raspado da lesão -> amostra é submetida a coloração de Gram -> evidencia bas-tonetes Gram negativos. tratamento: · Azitromicina, ceftriaxona ou ciprofloxacina. Granuloma Inguinal ou Donovose · Ag. etiológico – Klebsiella granulomatis [bacilos Gram negativos]. · Período de incubação (9-50 dias) – longo, dificulta o diagnóstico. transmissão sexual: · Bactérias invadem as céls. mononucleadas endoteliais -> formando granulações metacromáticas (corpúsculos de Donovan). sintoma: · Nódulo subcutâneo endurecido -> evolui para úlcera indolor e de sangramento fácil. diagnóstico: · Esfregaço da lesão -> corado por Giemsa ou Wright -> visualizados os corpúscu-los de Donovan [céls. mononucleadas repletas de bacilos]. tratamento: · Azitromicina, doxiciclina, ciproflaxacina ou sulfametaxazol-trimetroprim. infecções que causam secreções purulentas: Gonorreia doença infecciona inflamatória do trato uro-genital (TUG) [transmissão sexual]. · Ag. etiológico: Neisseria gonorrhoreae [coco Gram negativo microaerófilo]. · Período de incubação – 2-7 dias. epidemiologia: · Único hospedeiro natural é o homem. · Bactéria é muito sensível a variações de temperatura e à dissecação. componentes estruturais e de virulência da bactéria: · Pili tipo IV – ligação às céls. do hospedeiro. · Pilina com intensa variação antigênica – dificulta montagem de uma resposta imune do hospedeiro para evitar novas infecções. · Lipídio A – endotoxina [atividade inflamatória]. · IgA protease – enzima que quebra IgA [anticorpo que protege a mucosa]. patogenia: 1. Aderência às céls. epiteliais da mucosa do TUG – mediada pela pili tipo IV. 2. Penetração da mucosa por endocitose. 3. Reação inflamatória no local da penetração. a. Uretra anterior – no homem. b. Canal endocervical – na mulher. 4. Presença de secreção purulenta. -- o recrutamento de neutrófilos é essencial para o quadro -> eles que são responsáveis pela secreção purulenta. quadro clínico – homi: · Secreção uretral purulenta, uretrite (ardência ao urinar), prostatite e epididimite. quadro clínico – mulher: · Secreção vaginal purulenta, disúria. · Formas não tratadas – evoluem para doença inflamatória pélvica, acometendo ovários e trompas. · Pode infectar mucosas extragenitais – orofaringe, reto e conjuntiva. forma disseminada: · 2% dos casos não tratados -> evoluem para bacteriemia -> artrite, erupção cutânea (máculas), endocardite, meningite. oftalmia neonatal: · Passagem pelo canal vaginal contaminado -> infecção da conjuntiva do RN. · Prevenção: aplicação de colírio de nitrato de prata a 1% [método de Crede] ou aplicação de colírio de tetraciclina a 1%. imunidade: · Humoral e celular -> não previne re-infecções pela variedade antigênica da pili tipo IV. diagnóstico: · Coleta de material clínico (homem – raspado uretral ou 1º jato de urina – e mulher – secreção do canal endocervical). · Bacterioscopia direta: coloração de Gram para avaliar a presença de cocos gram negativos dentro dos neutrófilos. -- achado suficiente para fechar o diagnóstico em homens, mas na mulheres: · Cultivo e identificação: caracteriza as bactérias encontradas como sendo N. gonorrhoeae. · PCR [maior sensibilidade] – detecção do DNA da bactéria. tratamento: · Ceftriaxona intramuscular (dose única) + azitromicina via oral dose única (2 comprimidos de 500mg). -- há poucas opções terapêuticas, por conta da crescente resistência a antimicrobianos disponíveis. Clamídias · Bactérias de tamanho muito pequeno [não é possível visualizar por microscopia óptica] que, durante seu ciclo de desenvolvimento, alternam 2 formas: · Corpúsculo elementar – forma infectante adaptada à sobrevivência extra-celular. · Corpúsculo reticular – forma adaptada à sobrevivência intracel. classificação: · Gênero Chlamydia – C. trachomatis e o que causam. · A, B, Ba e C: tracoma (infecção na conjuntiva ocular). · D e K: conjuntivite de inclusão e uretritie inespecífica. · L1, L2, L2a e L3: linfogranuloma. · Gênero Chlamydophila. · C. pneumoniae – bronquite e pneumonia. · C. psittaci – psitacose. patogenia: · A multiplicação intracelular da bactéria [forma de corpúsculo reticular] -> provo-ca destruição direta das céls. do hospedeiro e consequente reação inflamatória. tratamento: · Doxiciclona e azitromicina. doenças causadas por clamídia: Tracoma 1ª causa de cegueira no mundo. · Doença inflamatória ocular -> ceratoconjuntivite crônica recidivante. · Provoca cicatrizes na conjuntiva – levam a mudança na posição da pálpebra superior e dos cílios. · O atrito com o globo ocular provoca ulceração na córnea -> com opacificação e redução da acuidade visual – podendo levar à cegueira. Conjuntivite de Inclusão · Reservatório: trato genital. · Transmissão: piscinas mal cloradas, mãos, toalhas ou durante o parto (RN). · Reação inflamatória da conjuntiva + produção de muita secreção purulenta. Uretrite Inespecífica · Presença de secreção purulenta semelhanta a da gonorreia. · 30-50% dos casos de uretrite não gonocócica são causados por Clamídia, o resto é causado por Micoplasma. · Transmissão por contato sexual. · Diagnóstico laboratorial é por teste de PCR. Linfogranuloma Venéreo · Transmissão por contato sexual. · Incubação de 1 a 4 semanas. · Lesão ulcerativa na forma de pápula -> desaparece espontaneamente. · Posteriormente ocorre linfadenopatia inguinal – formação de bubões. Vaginose Bacteriana · Ag. etiológico – Gardnerella vaginallis [cocobacilos gram variáveis]. patogenia: · Desequilíbrio da microbiota vaginal -> desaparecimento dos Lactobacilos + aumento de Gardnerella vaginalis, em associação com anaeróbios. · Não é uma infecção – bacs não invadem a mucosa, apenas colonizam -> é um desequilíbrio. · Bacs aderem às céls. epiteliais da mucosa vaginal, sem invadir. sintomas: · Odor fétido. · Elevação do pH vaginal (sem lactobacilos). · Corrimento vaginal. diagnóstico: · pH vaginal > 4,5 [mais básico que o normal]. · Teste de Whiff – odor desagradável após adição de óxido de potássio (KOH) 10% à secreção. · Bacterioscopia (coloração de gram) – presença de “clue-cells” -> céls. epiteliais com cocobacilos Gram lábeis aderidos. · Método também detecta ausência de lactobacilos [gram positivos]. tratamento: · Metronidazol.