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Infecções bacterianas . MAD 2- 3SM @brunagsaboia SISTEMA TEGUMENTAR: Staphylococcus e Streptococcus . Etapas para ocorrer a doença infecciosa: > Infectar Superfícies de Mucosas e Pele (BARREIRA FÍSICA) Barreiras → Secreções, Muco, Enzimas Hidrolíticas, Acidez no Estômago, pH Ácido de Vagina, Lisozima, Microbiota Natural (Aderência da bactéria é fundamental) Adesinas → Fímbrias (prolongamentos com adesina nas pontas), Cápsula (biofilme) • INFECÇÕES DE PELE E TECIDOS MOLE Classificação: -Primárias (sem porta de entrada aparente) x Secundárias (complicações de lesões de pele/ RUPTURA DE BARREIRA) -Agudas (duram poucos dias) x Crônicas (duram meses ou anos/ pé diabétiсо) -Monomicrobianas X Polimicrobianas (várias espécies bacterianas). IMUNIDADE REGIONAL: Sistema Imune cutâneo SALT: Tecido Linfóide associado à pele. Células de Langerhans (LC) (dendríticas, PAMP)- contribuem para as respostas imunes inatas e para a ativação das respostas de célula T – DC. Queratinócitos e células endoteliais- produzem uma grande quantidade peptídeos antimicrobianos (defensinas, enzimas como se fossem antibióticos) de citocinas e fatores de crescimento; Linfócitos intraepiteliais- os quais saem da circulação e entram na pele. Staphylococcus: ● Família: Staphylococcaceae ● Bactérias esféricas Gram-positivas (roxo escuro) ● Agrupam-se em arranjos irregulares (cachos de uva) ● Catalase positiva (fator de virulência) ● Mesófilos – Maioria dos hemolíticos – 37oC (crescem em temperatura ambiente e afetam as hemácias) ● Aeróbicos ● Amplamente distribuído na natureza Staphylococcus aureus: Microbiota: pele e mucosa nasal O S. aureus é capaz de causar doenças tanto por meio da produção de toxinas quanto por meio da indução de inflamação piogênica. A lesão típica causada pelo S. aureus é um abscesso (pus). Fatores de virulência: 1) Escape da fagocitose: dotada de cápsulas (resposta: sist. complemento- ativa o MAC, inativa a fagocitose) de origem polissacarídica que inibem a fagocitose por leucócitos polimorfonucleares. 2) Aderência às células do hospedeiro - A proteína A é um componente da parede celular de amostras de S. aureus, sendo caracterizada como uma proteína de superfície dentro do grupo de adesinas – inibe ação de ac. (resposta do sist. imune: via ativa do sist. complemento). 3) Produção de toxinas e enzimas líticas - produção de muitas substâncias extracelulares. Muitas das toxinas estão sob o controle genético dos plasmídeos. Toxinas: - Citotoxinas (destrói as células)-alfa, beta, gama, delta e leucocidina - Toxinas esfoliativas - A e B - Enterotoxinas superantígenos (liberação maciça de citocinas); - aumenta o peristaltismo intestinal e perda de fluidos - Toxina da síndrome do choque tóxico 1 (TSST-1) - superantígeno; lesão tecidual INFECÇÕES CUTÂNEAS - Staphylococcus aureus 1) Doenças inflamatórias: Infecções piogênicas na pele Foliculite: infecção e inflamação do folículo piloso decorrente de obstrução. Furúnculo: extensão da foliculite; nódulos elevados, grandes e doloridos; drenar espontaneamente ou após incisão cirúrgica. (Principalmente em áreas de atrito - axilas, nádegas e virilha). Carbúnculo: furúnculos coalescem e se estendem para tecido subcutâneo mais profundo; múltiplos pontos de drenagem; localizado na nuca ou nas costas. 2) Intoxicações: Síndrome do choque tóxico- TOXINA QUE INDUZ A INFLAMAÇÃO ★ Ação sistêmica provocada por linhagens produtoras de toxina (TSST-1: SUPER PAMP superantígeno - ativa grande população de células T: aumenta liberação de citocinas PRÓ-INFLAMATÓRIAS. ★ Sintomas: febre alta, eritema difuso com descamação da pele ★ Destrói células endoteliais - hipotensão e morte por falência (por causa da falta de oxigenação) múltipla de órgãos (5 % dos casos) ★ EXTRAVASA EXSUDATO (pele com textura lisa/bolha) ★ TSS-1: estimular a liberação de grandes quantidades de IL-1, IL-2 e TNF. A síndrome do choque tóxico é caracterizada por: 1. Febre, hipotensão, erupção cutânea difusa, macular, similar a uma queimadura de sol, que progride para descamação 2. Envolvimento de três ou mais dos seguintes órgãos: fígado, rim, trato gastrintestinal, sistema nervoso central, músculos ou sangue. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: extraído do local mais afetado. Pus coletado por swab de superfície ou aspirado a partir de um abscesso, sangue, aspirado traqueal ou líquido cerebrospinal para cultura. Estafilococos típicos aparecem como cocos gram-positivos em arranjos irregulares, em esfregaços corados de pus ou escarro. Teste catalase (água oxigenada borbulha) positivo. Beta- hemólise: hemólise total no ágar-sangue. Streptococcus: ➔ Família: Streptococcaceae ➔ Bactérias esféricas Gram-positivas ➔ Agrupam-se em pares eu cadeias lineares ➔ Catalase negativo ➔ Mesófilos – Maioria dos hemolíticos – 37oC ➔ Muitas espécies: microbiota normal – TR, TGI, TGU Microbiota normal – comensal: Streptococcus: A maioria dos estreptococos faz parte da microbiota normal da garganta, da pele e do intestino de seres humanos, mas causa doença quando obtém acesso aos tecidos ou ao sangue. Streptococcus pyogenes: ● São cocos, com cerca de 0,5-1 micrómetros – Gram positivos; ● Paredes celulares grossas e uma membrana simples; ● Formam linhas ou pares em cultura, são anaeróbios facultativos e catalase-negativos. ● Em cultura de sangue, causam beta-hemólise, ou seja, provocam a total destruição de hemácias quando em contato com elas. ● Os S. pyogenes são imóveis (sem flagelos) e crescem otimamente a 37 °C. PATOGÊNESE: Causam doenças por 3 mecanismos: Inflamação piogênica – induzida localmente nos tecidos; Produção de exotoxina – podem causar sintomas sistêmicos disseminados onde não há contaminação; Imunológico (Autoimune) – ocorre quando o anticorpo contra um componente do organismo reage de forma cruzada com o tecido normal. Fatores de virulência: ● Cápsula: protege contra a fagocitose, pela presença do Ac. Hialurônico (também presente no tec. Conj. dos mamíferos, sendo antigenicamente indistinguível). ● Proteína M (mucosa): são importantes na aderência da bactéria ao meio, inibem a fagocitose e degradam o fator C3b do sistema do complemento. ● Proteína F: uma das principais adeninas – adere a bactéria à mucosa da faringe. ● DNAses: destroem o DNA, um componente importante no pus, tornando-o mais líquido. ● Hialuronidase: permitem degradar o meio extracelular, composto de ácido hialurônico e mais rápida invasão dos tecidos. Estreptolisinas: S – (Capacidade de lisar (rompe) membrana celular (ativa com o oxigênio) – Hemácias e Leucócitos O – Ativa só na ausência de oxigênio (rompe membranas, muito proteolítica) Exotoxinas pirogênicas: são superantígenos e ativam os linfócitos de forma não específica, provocando uma resposta imunitária desapropriada - células T ativadas liberam citocinas que produzem febre e agressão aos tecidos. Exotoxina A - Síndrome do choque tóxico Exotoxina B – protease que destrói rapidamente os tecidos: “Comedora de carne”. S+O+B= enzima parecida com ácido- "comedora de carne” Achados clínicos: Os Streptococcus pyogenes, causam infecções de pele e tecidos moles, como: Erisipela: ● Celulite superficial, causada por Streptococcus pyogenes, que envolve a camada profunda da epiderme e a camada superficial da derme, com grande envolvimento linfático. ● A área afetada (BEM DELIMITADA) apresenta-se edemaciada, eritematosa, quente, de limites bem definidos, bordos elevados, com aspecto de casca de laranja, por vezes com vesículas, muito dolorosa. ● Os sinais sistêmicos estão habitualmente presentes. A infecção, em geral, inicia na face e frequentemente é precedida por uma dor de garganta estreptocócica. Febre alta é comum. Fasceíte necrosante (gangrena estreptocócica): ● Infecção na camada profunda do tecido subcutâneo, com necrose extensa, com destruição da fáscia muscular e tecido adiposo. ● Bactéria é introduzida no tecido através de uma ruptura na pele (corte, trauma,queimadura, cirurgia) - Toxicidade e falência múltipla de órgãos; ● Alta taxa de mortalidade (> 50%); ● Procedimento cirúrgico: debridamento do tecido infectado ou amputação. ● Fatores de virulência de S. pyogenes (tem todas as toxinas): exotoxinas A e B e as estreptolisinas S e O. Faringoamidalites: Streptococcus pyogenes é responsável por 10% de todos os casos de faringite ● S. pyogenes pharyngitis ● Crianças (5 a 15 anos) Mais comum no inverno (locais fechados) ● Evolução da doença Sinusite, Otite, Meningite, Septicemia, Pneumonia. ● Colonização na orofaringe Diagnóstico laboratorial: Microbiológico Culturas de swabs da faringe ou de lesões, em placas de ágar-sangue, revelam colônias beta hemolíticas pequenas e translúcidas em um período de 18 a 48 horas. ● Cocos gram positivos em arranjos lineares ● Beta hemólise ● Catalase negativo INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU) . Características do Sistema urinário que previne colonização microbiana: ● Válvulas fisiológicas presentes nos uréteres ● Fluxo urinário durante a micção ● pH da urina Urina normal é estéril / Contaminada próximo ao meio externo Uretra: uretrite Bexiga: cistite Rim: pielonefrite ★ Uretrite pode ascender com patógeno flagelado, transformando em pielonefrite. Presença de bactéria na urina (≥100.000 UFC/mL). Pode ser classificada em: ● ITU sintomática ● Bacteriúria assintomática: presença da bactéria na urina SEM invasão tecidual UFC/mL: unidades formadoras de colônias bacterianas por mililitro de urina. • Presença de fungos na urina – também é infecção urinária (em imunodeficientes) Sintomas: ● Disúria: ardor e/ou dor ● Polaciúria: urinar com frequência ● Hematúria: sangue na urina ● Dores abdominais no baixo ventre 1. Bacteriúria assintomática: BA A frequência de bacteriúria assintomática varia com idade, sexo, atvidade sexual e presença de alterações no trato urinário. Gestação: tratamento é impositivo para as mulheres grávidas por causa do risco aumentado em desenvolver pielonefrite. Ou seja, independente se for assintomática, sempre tratar. ● Dilatação do ureter (compressão pelo útero) ● Progesterona: reduz peristaltismo (em geral empurra a urina) ● Estrógeno: contribui para adesão (bactéria com molécula B tem mais aderência e podem ascender) de algumas cepas de E.coli, através das fímbrias ● Redução do tônus vesical: favorece estase urinária ● Mudança pH: alcalino (favorece crescimento bacteriano/fúngico) ● A associação destes fatores à redução do tônus vesical favorece a estase urinária e o refluxo vésico-ureteral, transformando as infecções assintomáticas em sintomáticas 2. ITU (incidência epidemiológica): Malformações Masculinas: mais comuns em neonatos meninos (prepúcio) ● fimose e hipospádia (óstio de saída não saindo da glande e sim na base) Malformações ambos os sexos: Refluxo Vesicoureteral: ● A urina que vem dos rins e segue pelos ureteres até a bexiga normalmente não retorna para os ureteres, por ação de um "mecanismo valvular". NASCE SEM AS VÁLVULAS E QUANDO ESTÃO EM DECÚBITO A URINA RETORNA. Crianças até 6 anos de idade: Idade pré escolar ● Nível de higiene e uso de fraldas. Fatores de risco: gênero: ● Mulher: padrão anatômico ● Homem: doença prostática e cateter vesical (demora permaneceu continuamente no local por > 2 dias, cor da urina acusa) Diabetes: aumenta a quantidade de glicose na urina, o que piora a infecção. ● Níveis de glicose alta no sangue, a imunidade diminui e a pessoa fica mais suscetível a ter infecções, incluindo a infecção urinária. Litíase: cálculos renais são massas sólidas formadas por minerais e sais ácidos que se aglutinam na concentração da urina. A passagem pelo trato urinário pode ser dolorosa. ● Nefrolitíase infecciosa (consequência): Proteus, que podem produzir urease, uma enzima capaz de dividir a uréia urinária (quebra e transforma em amônia) , elevando o pH urinário (básico) e promovendo precipitação e agregação de cristais de estruvita subsequentes. ● Pielonefrite de repetição (consequência): quando os cálculos em excesso se rompem, liberando uma grande carga de bactéria de uma vez só. Formas de transmissão e patógenos comuns: ● Trato urinário inferior (via ascendente): fonte externa (higiene pessoal inadequada) e relação sexual ● Trato urinário superior (via hematogênica): corrente sanguínea para os rins/infecção sistêmica (menos comum) ● Procedimentos médicos (ex.: cateter vesical) ITU baixa (uretrite, cistite): ➔ Atinge: trato urinário inferior ➔ Aspectos clínicos: ➔ Bacteriúria ➔ Disúria ➔ Urgência miccional ➔ Polaciúria ➔ Nictúria (urinar com frequência durante a noite) ➔ Dor suprapúbica ➔ Urina turva: piúria (leucócitos) e/ou hematúria (sangue). Motivo: litíase e/ou processo inflamatório ➔ Febre é incomum (não tem fácil acesso vascular, gera pouca inflamação por causa da área reduzida) ➔ Litíase: cálculo urinário ➔ TRANSMISSÃO ASCENDENTE ITU alta (pielonefrite): ➔ Atinge trato urinário inferior e superior ou apenas superior ➔ Aspectos clínicos: Tríade clássica ➔ Quadros de cistite + Febre elevada (superior a 38°C) ➔ Calafrios ➔ Dor lombar, podendo irradiar para flancos ou virilha (sugere fortemente a presença de litíase renal associada) ➔ Náuseas ➔ Vômitos ➔ TRANSMISSÃO HEMATOGÊNICA: Leptospira, S. aureus, M. tuberculosis ITU não complicada ● Geralmente em quadros de cistite ● Sistema urinário sem alterações ● Imunocompetentes ● Patógeno comum: E. coli Obs: é considerado ITU de repetição quando acometido por 3 ou mais episódios de ITU no período de 12 meses. ITU complicada (fator de virulência microbiano X resposta imune humana) ● Geralmente em quadros de pielonefrite ● Pode ocorrer por falhas terapêuticas, alterações estruturais ou funcionais do trato urinário ou desenvolvida em ambiente hospitalar. ● Patógenos comuns: bactérias gram positivas e gram negativas com elevada frequência de organismos multirresistentes. Escherichia coli uropatogênica (UPEC) – Sorotipo O ★ Pertence à família Enterobacteriaceae ★ Sorotipos prevalentes: O1, O2, O6, O18 e O75 ★ Bacilo gram negativo ★ Anaeróbio facultativo ★ Fatores de virulência: 1. Tipo 1 e P (aderência, cistite) 2. Forma biofilme: (importante fator de adesão em cateter vesical) 3. alfa-hemolisina ★ Algumas características bioquímicas: lactose positivo, glicose positivo, catalase positivo ★ Colônia / Ágar Mac Conkey ★ Patógenos frequentes em ITU complicada e de repetição ★ E. coli multirresistente produtora de b-lactamase (resistente a amoxis) de espectro estendido (ESBL) Na bexiga: cistite 1. Adesão 2. Invasão intracelular 3. Multiplicação 4. Esfoliação 5. Pode ocorrer disseminação tecidual em direção ao rim No rim: pielonefrite 1. Adesão 2. Multiplicação 3. Pode ocorrer disseminação tecidual em direção à corrente sanguínea (SEPSE) Patogênese ● Origem do patógeno: intestinal ● Colonização da região periuretral / Entram na uretra de forma oportuna ● Bexiga: adesão através da fímbria do tipo 1 ou P / invasão na célula uroepitelial / multiplicação / formação de comunidades bacterianas intracelulares protegidas da defesa do hospedeiro / esfoliação (degradação de células epiteliais): causado pela toxina a-hemolisina, que também causa apoptose, aumentando a disseminação da UPEC. Algumas comunidades bacterianas intracelulares continuam intactas (possível causa de infecção recorrente). ● Bactérias flageladas podem sair da comunidade e voltar para o lúmen vesical ou podem invadir células adjacentes. Nesse momento, há migração de leucócitos polimorfonucleares. ● Infecções não tratadas podem progredir de forma ascendente até alcançar os rins. O que vai depender? Expressão de flagelos e fimbria P (papel importante na aderência ao epitélio renal). Proteus sp ● Pertence à família Enterobacteriaceae ● Bacilo gram negativo ● Anaeróbio facultativo ● Fatores de virulência: ilustração do slide UPEC ● Algumas características bioquímicas: lactose negativo, glicose positivo, catalase positivo● Produz urease / degrada uréia formando amônia e outros produtos, deixando o meio muito alcalino / Diminui solubilidade de magnésio, amônio e fosfato / formação de cristais (cálculos). ● Colônia - Ágar sangue Staphylococcus saprophyticus ● Microbiota da pele e região periuretral ● Estafilococo gram positivo ● Aeróbios ● Fatores de virulência: biofilme (placas bacterianas) ● Algumas características bioquímicas: coagulase nega-vo, catalase posi-vo ● Principal agente infeccioso do trato urinário em mulheres jovens e sexualmente ativas (ITU sintomática) Enterococcus faecalis ● Microbiota do trato intestinal, pele e mucosa / meio ambiente em geral ● Cocos em pares ou cadeias curtas gram positivos ● Colônia bacteriana em ágar sangue: grande, podendo se gama-hemolítica, alfa-hemolítica e raramente β- hemolítica ● Anaeróbio facultativo, 10 a 45 °C / pH 4,6 a 9,9 / alta concentração NaCl e sais biliares ● Algumas características bioquímicas: catalase negativa, resistente à optoquina (o que diferencia de S. pneumoniae) ● Fatores de virulência: citolisina- necrose (atividade hemolítica), substância agregativa/proteína de superfície (adesão), biofilme (adesão), resistência a antibióticos Pseudomonas aeruginosa ● Bacilo gram negativo ● Não fermentador ● Característica da colônia: odor de frutas ● Fatores de virulência: Fímbria, LPS, flagelo, biofilme e adesina ● Patogênese: dificilmente causará infecção em indivíduo imunocompetente ● Frequente em ITU hospitalar: cateterismo, cirurgia e transplante renal Diagnóstico: Exames clínicos + exames complementares + anamnese Coleta da urina: jato médio com antissepsia INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS . ★ As ISTs são transmitidas por relação sexual desprotegida (oral, vaginal ou anal) com uma pessoa infectada. Ou ainda da mãe para o bebê durante a gestação, o parto ou a até durante a amamentação (como é o caso do HIV). ★ “doença” é utilizado para definir os sinais e sintomas apresentados, o que nem sempre ocorre com as infecções sexualmente transmissíveis. Gonorreia: Neisseria gonorrhoeae ● diplococo Gram-negativo (rosa) ● contato sexual ou perinatal. ● afeta membranas mucosas do trato genital inferior, e mais raramente, as mucosas do reto, orofaringe e conjuntiva. ● Segunda IST bacteriana mais prevalente no mundo ● Neisseria gonorrhoeae - gonococo (sem capsula) ● Bactéria gram-negativa, aeróbia, forma de diplococos "reniformes" ou "grãos de café", apresentam-se aos pares, com faces côncavas adjacentes, ou seja, voltadas entre si. ● - Catalase positiva ● - Cultivado em ágar chocolate ● - Crescimento ótimo entre 35o e 37o ● N. gonorrhoeae aderem à superfície das células epiteliais. A N. gonorrhoeae adere às células ciliadas inicialmente pela ação das fímbrias tipo 4 e posteriormente pela proteína Opa. Invade células epiteliais não-ciliadas por ação da proteína PorB, multiplicando-se em vacúolos intracelulares. A LOS desencadeia a produção de TNF- α, levando à inflamação e consequente destruição tecidular. 1. Aderência no epitélio urogenital 2. Colonização e invasão no epitélio 3. Liberação dos peptideoglicanos, LOS e OMV 4. citocina, quimiocina e fator de ativação de inflamação (TLR e macrófago) fagocita (sobrevive dentro do macrófago) 5. Neutrófilo recrutado (NETosis= NETosis - morte celular causada pelas armadilhas extracelulares de neutrófilos (NET) 6. Secreção purulenta (exsudato) Possuí LOS (imunogênico) reconhecido pelo sistema complemento, porém inibe o sist. complemento (sem MAC), porque secreta Fator I. Sist complemento - C3b ligado ao lipídeo A é inativado pelo Fator I Macrófagos e neutrófilos - gonococo pode sobreviver dentro do fagossomo, modular a apoptose e a produção de citocinas inflamatórias, polarizar para macrófagos menos capazes de ativação de células T DCs - são menos capazes de estimular a proliferação de células T. A infecção por gonococo não gera memória imunológica: ● Capacidade de fazer variação antigênica em suas estruturas de superfície, incluindo pili tipo IV, proteínas opacidades (Opa) e LOS - + 100 sorotipos ● Modular a resposta imune adaptativa suprimindo a proliferação de LTh1 e LTh2 e a ativação subsequente influenciando a produção de citocinas. Complicações: ● Infecção não ulcerativa que no geral é sintomática em homens e assintomática em mulheres. ● Homens - uretrite - disúria e descarga purulenta. Epididimite pode ocorrer. ● Mulheres - cervicite - infecção na endocérvice, com secreção vaginal purulenta, disúria, dispareunia, sangramento pós coito. ● Doença inflamatória pélvica (DIP) - qualquer infecção bacteriana extensa dos órgãos pélvicos femininos - útero, colo do útero, tubas uterinas ou os ovários. Complicações graves, como infertilidade, gravidez ectópica ou dor crônica. ● Infecção gonocócica disseminada: Gonorreia assintomática não tratada, o gonococo invade a corrente circulatória manifestando-se na forma de artrites, endocardites, meningites e lesões cutâneas. Causa mais comum de artrite séptica em adultos sexualmente ativos Também pode infectar região anorretal, garganta, olhos. ● Oftalmia gonocócica neonatal: Olhos do bebê podem se infectar passando pelo canal do parto = oftalmia neonatal, que pode resultar em cegueira. SBP orienta - povidona a 2,5% (colírio); ou eritromicina a 0,5% (pomada), ou tetraciclina a 1%. Devido à maior toxicidade, o nitrato de prata a 1% só em caso de indisponibilidade das outras substâncias. Diagnóstico: ● Pacientes sintomáticos - achado de gonococos corados em esfregaço de secreção uretral ou cervical ● Diplococo gram-negativo típico no interior de PMN (neutrófilo- núcleo segmentado) é facilmente identificável Cultivo em Thayer-Martin - meio seletivo consiste do ágar chocolate com antibióticos que matam a flora normal (pra crescer só as de fora) Teste de ELISA - secreção uretral ou cervical, em cerca de 3 horas, com alta exatidão. Teste de amplificação de ácidos nucleico (NAAT) - urina 1 jato ou secreção (98% de sensibilidade) Tratamento: ● Surgimento de resistência a penicilina ● Gonorreia que afeta os tecidos cervicais, uretrais ou retais - utilizar as cefalosporinas, como a ceftriaxona ou o cefixima, acrescida de macrolídeo (azitromicina). ● Reavaliar o paciente após 1 semana e convocar parceiros Clamídia: Chlamydia trachomatis ● Pode ser transmitida via contato sexual anal, oral ou vaginal ou ainda perinatal. ● Mais comum em mulheres jovens, causando cervicite ● Homem causa uretrites. ● 30% dos casos ocorre co-infecção com gonorreia ● Tracoma (granuloma na pálpebra), linfogranuloma venéreo, pneumonia ● Pequenos bacilos com parede análoga de Gram negativas (ausência de peptidoglicano); ● Intracelular obrigatória - utiliza o ATP produzido pela célula hospedeira ● Fatores de virulência – MOMP- adesão e antígeno ● Infectam mucosas e raramente sistêmicas (modifica o metabolismo da célula, prolifera, se multiplica perto do complexo de golgi). ● Mais de 15 imunotipos. Ciclo de vida - duas fases (bifásico): ▪ Corpo elementar (CE ou EB): inativo, altamente infeccioso, com parede celular, extracelular ▪ Corpo reticulado (CR ou RB): ativo, replicante, sem parede celular, intracelular ★ Se multiplica dentro da vesícula, rompe liberando o corpo elementar e infecta outra célula. Mecanismo: O ciclo de crescimento bifásico da clamídia envolve a transformação entre duas formas distintas: o corpo elementar (EB) e o corpo reticulado (RB). O EB é metabolicamente inativo, mas altamente infeccioso, se liga às células epiteliais colunares e é internalizada em um fagossomo ligado à membrana da célula hospedeira. Durante os primeiros estágios do ciclo de vida, 1 a 10 horas após a infecção, a vesícula migra para um local perinuclear próximo ao aparelho de Golgi. É durante essa migração que a vesícula fagocítica começa a ser modificada pelas proteínas da membrana da Chlamydia para formar uma vacúolo denominado inclusão. É também durante este período de tempo em que o EB se diferenciaem RB, que é a forma metabolicamente ativa e a forma replicativa. De 10 a 16 hrs, o RB começa a se dividir por fissão binária. A divisão continua à medida que a inclusão se expande e entre 24 e 36 hrs, os RBs começam a se diferenciar de forma assíncrona em EBs. Entre 36 e 48 hrs, a maioria dos RBs se converteram de volta à forma infecciosa de EB, preparando-se para liberação e reinfecção. Durante estágios muito avançados, os EBs infecciosos escapam da célula por lise por meio de processos proteolíticos ou por um processo de extrusão. A reinfecção ocorre então, iniciando novos ciclos de infecção. Chlamydia liberada das células epiteliais - encontra neutrófilos que em contato com a protease efetora secretada (CPAF) da Chlamydia. O receptor FPR2 presente na superfície dos neutrófilos é clivado pela CPAF. Isso diminui a sinalização do receptor acoplado à proteína G,impedindo ainda mais a ativação dos neutrófilos e permitindo a sobrevivência do patógeno. Dificultando o reconhecimento como PAMP, impedindo a fagocitose. Canal da jusante, canal de cálcio, quimiotaxia e NET (tudo diminuído). Doenças associadas: Uretrite e Cervicite (Sorotipos D – K) não gonocócicas - Uretrite - pode evoluir para epididimite, prostatite e proctite - Cervicite - pode evoluir para DIP (menos purulenta) Tratamento com azitromicina Linfogranuloma venéreo (LGV) (sorotipos L1, L2 e L3) - Decorrente da drenagem da bactéria até os linfonodos inguinais resultando em um processo inflamatório desta região - Inicia com pequena pápula ou úlcera após 1 a 4 semanas da infecção - Seguido de inchaço e inflamação dos linfonodos. Sistemicamente: febre, calafrios, anorexia, cefaléia, mialgia - Se não tratado pode causar obstrução linfática e edema crônico dos tecidos genitais. - Tratamento com doxiciclina ● Lesão cutânea pequena ● Linfadenopatia regional na virilha ou pelve ● Proctite grave (sexo anal) Tracoma (sorotipos A, B, Ba e C) - Conjuntivite folicular crônica caracterizada por exacerbações progressivas e remissões. - Transmissão pelo contato dedos ou fômites - olhos - Sintomas iniciais - hiperemia da conjuntiva, edema palpebral, fotofobia e lacrimejamento. - Os folículos fazem a pálpebra entrar para dentro, consequentemente os cílios começam a lesionar a córnea, levando à cegueira. Conjuntivite de inclusão no adulto: secreção mucopurulenta, Autoinoculação - rota de transmissão. Conjuntivite de inclusão do recém-nascido: canal de parto infectado Síndrome de Reiter: deposição de imunocomplexos. Doença auto-imune - uretrite, artrite, uveíte, lesões mucocutâneas Diagnóstico: ● Coloração com Giemsa ou imunofluorescência ● NAAT - Teste de amplificação de ácidos nucleico ● Antígenos clamidiais (MOMP ou LPS) em exudato ou urina: a coloração de imunofluorescência direta com anticorpos monoclonais conjugados à fluoresceína e ensaio imunoabsorvente ligado à enzima (ELISA) Sífilis: Treponema pallidum pallidum ★ Apresenta fases distintas com sintomas específicos (sífilis primária, secundária e terciária) que é intercalada por períodos latentes. ★ Transmissão ocorre a partir de lesões cutâneas ou em mucosas por sexo vaginal, anal ou oral sem proteção. Por produtos sanguíneos (agulhas contaminadas ou sangue não testado). De mãe para bebê durante a gravidez, parto ou amamentação. - Espiroqueta gram-negativa (porém muito delgado para ser corado) - Endoflagelo - Presença de LOS e outras adesinas - Camada de fibronectina protege contra a fagocitose (para fugir do reconhecimento). - Hialuronidase - infiltração perivascular - Mucopolissacaridase - Metaloproteinase-1 -Ausência de lipoproteína na membrana externa - escape -Fase de latência (diminuição do metabolismo) recente até 2 anos, assintomática nessa fase. Sífilis primária: Sintomas +/- 21 dias após a infecção ● Lesão pequena e ulcerativa na região do contato - cancro (onde ela entrou, fica uma lesão) ● Indolor, sem prurido, com exsudato seroso infeccioso ● Em mulheres o cancro pode ser imperceptível ● Lesão desaparece entre 2 a 6 semanas, sem cicatriz ● Pode causar bacteremia e linfadenopatia ★ Úlcera (cancro duro). geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva. vagina, colo uterino, ânus, boca ou outros locais). Geralmente não dói, não coça, não arde e não tem pus. Podem surgir ínguas na virilha. Aparece entre 10 e 90 dias (média 21 dias) após o contágio. Pode durar entre 2 e 6 semanas e desaparecer de forma espontânea, independentemente de tratamento. Sífilis secundária: Seis semanas a seis meses após o cancro ● Erupções mucocutâneas - principalmente palmar e plantar ● Sintomas: febre baixa, mal-estar, cefaleia, mialgia, linfadenopatia, alopécia em clareiras. Eventualmente sintomas neurológicos ● Pode ocorrer também faringite, meningite, nefrite e hepatite ● Desaparecimento dos sintomas após 3 meses ● Alopecia Sifilítica: Perda de cabelo ocasionada pela presença do Treponema pallidum na região da pele ● Evolução: Cura espontânea, Latência, Fase terciária. ★ Manchas no corpo, principalmente na palma das mãos e planta dos pés, são as mais comuns, sendo, muitas vezes, confundidas com alergia ou outras doenças semelhantes. Surgem entre 6 semanas e 6 meses após o aparecimento da úlcera inicial. Desaparecem de forma espontânea em poucas semanas, independentemente de tratamento, mesmo a pessoa ainda tendo a infecção. Sífilis Latente: ● Latente precoce e latente tardia ● Não há sintomas ● Após dois a quatro anos de latência, a doença normalmente não é infecciosa. ● No entanto, pode ocorrer transmissão materno-fetal nesta fase. ★ Não aparecem sinais ou sintomas, sendo o diagnóstico realizado por testes imunológicos. É dividida em sífilis latente recente (menos de 2 anos de infecção) e sífilis latente tardia (mais de 2 anos de infecção). Apesar de assintomática, pode ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária. A existência de histórico de relação sexual desprotegida e a alta suspeita do profissional de saúde são fundamentais para que ocorra o diagnóstico nesse estágio. Sífilis Terciária: crateras ● Sífilis gomosa - caracterizada por lesões conhecidas como condilomas ou gomas, em vários órgãos, principalmente na pele, membranas mucosas e ossos. ● Sífilis cardiovascular - aneurismas aórticos torácicos, aortites ● Neurossífilis - paresia, cefaleia, febre, náuseas, vômitos, meningite, neuropatias cranianas e crises convulsivas. Pode acometer 10% dos pacientes não tratados. Sífilis Congênita: dentes serrilhados ● Transmissão através da placenta para o feto - taxa de até 80% ● Prejuízo do desenvolvimento mental e outros sintomas neurológicos graves ● Lesões de pele e ossos, como dentes de Hutchinson. Outros hepatoesplenomegalia, ceratite intersticial e oito formas de surdez ● Mais comum quando a gestação ocorre durante o período latente da doença ● A gestação durante os estágios primário e secundário mais comumente produz um natimorto. ● O tratamento da mãe com antibióticos durante os dois primeiros trimestres (6 meses) geralmente é capaz de prevenir a transmissão congênita. Diagnóstico: Evidenciação direta - amostra do cancro ou condiloma ● Microscopia de campo escuro ● Teste direto com imunofluorescência Provas sorológicas Testes não treponêmicos (triagem ou para ver se o tratamento está funcionando) ❏ IgG e IgM (“reagina”) contra cardiolipina (parede T. pallidum) - Teste VDRL (Venereal Disease Research Laboratory) Testes treponêmicos (para fechar diagnóstico, necessário) ❏ Antígeno do T. pallidum pallidum - tendem a permanecer reagentes por toda vida VDRL: Teste inespecífico de aglutinação - Detecta a presença de anticorpos anti-cardiolipina (um lipídio intracelular) - É realizado por diluições seriadas - Para diagnóstico e monitoramento do tratamento - Se der negativo, pode estar em janela imunológica - Positivo: aglutinação - Quanto maior a diluição, maior a infecção (diluição seriada).Infecções bacterianas do trato respiratório . Uma doença (sinais e sintomas) infecciosa envolve interações complexas: TRÍADE ECOLÓGICA HOSPEDEIRO ● Estado imunitário ● Uso de antibióticos de amplo espectro (cria resistência em ambos) ● Procedimentos diagnósticos e terapêuticos invasivos ● Doenças preexistentes (favorece infecções) ● Idade (imuno senescentes) AGENTE ● Patogenicidade ● Localização MEIO AMBIENTE ● Clima ● Qualidade do ar Trato respiratório superior • Importância da integridade do trato respiratório (se perder, tem predisposição a infecção). • Vias aéreas superiores • Mecanismos de defesa iniciais: • Sistema mucociliar, saliva, lágrima • Enzimas proteolíticas, IgAs (nas mucosas tem componente secretor, é viável em ambiente enzimático (proteolíticas), agentes infecciosos utilizam enzimas para degradar esse IgA e a integridade. Difteria: Corynebacterium diphtheriae • Doença infecciosa de evolução aguda • Casos devem ser notificados (= notificação compulsória, notifica o ministério da saúde para controle epidemiológico e financeiro) • Período de incubação: cerca de 6 dias • Indivíduos assintomáticos: principais transmissores • Patogênese: colonização do trato respiratório superior → formação na cavidade oral de membrana branco-acinzentada rígida (muita fibrina) → no tecido conjuntivo subjacente: angiogênese (formação de vasos sanguíneos)→ favorecimento da absorção da toxina diftérica (tem tropismo por células renais e nervosas, entra na célula, modificando o mecanismo de síntese proteica)→ prostração, inapetência, febre, dispneia, edema local e linfonodomegalia (pescoço de touro, região mais próxima do local de infecção). • Membrana (composta por hemácias, leucócitos, células epiteliais necróticas, bactérias, fibrina) e sangramento (por causa da angiogênese, causa a aderência dessa placa no tecido) durante a remoção: sinais patognomônicos (fecha diagnóstico) de difteria. • Difteria maligna (ou hipertóxica): extensão da pseudomembrana à laringe e trato respiratório inferior, podendo acarretar miocardite e neurite, sendo 50% dos casos são fatais (em decorrência de bloqueio atrioventricular e arritmias complexas) • Tratamento: soroterapia (para inativar a toxina) e antibioticoterapia (para matar a bactéria). Transmissão: gotículas aéreas e apresenta resistência ao ressecamento Identificação: • Morfologia: bacilo Gram positivo (muito peptideoglicano), presença de ácido micólico (resistência ao ambiente) na parede, imóveis, não encapsulado e não esporulado, crescimento aeróbio e anaeróbio facultativo. • Cultivo e identificação: crescimento a partir de secreção do paciente em meio de Löeffler e os meios seletivos contendo telurito de potássio (ágar-chocolate-telurito ou ágar sangue-cis-na-telurito), formando colônias cinzas ou negras. Teste de catalase positivo Fator de virulência: toxina diftérica – gene tox (tem que ter para produzir a toxina) (interfere na síntese proteica das células do hospedeiro) Forma de prevenção: vacina (utiliza a toxina e não a bactéria). Coqueluche: tosse comprida ★ infecciosa aguda, altamente contagiosa através de gotículas respiratórias ou aerossóis • Notificação compulsória). • Período de incubação: 7-10 dias • Patogênese: tropismo pelos cílios da mucosa respiratória, interferindo no movimento ciliar normal Fixação → colonização (evasão do sistema imune) → proliferação no epitélio mucociliar → indução ao aumento na produção de muco (danos locais, por causa da tosse excessiva) → absorção das toxinas (danos sistêmicos) Fases: • Catarral: muito muco, altamente contagiosa, com quadro similar ao resfriado comum. • Paroxística (específica): 5-6 dias após a fase catarral, inicia-se a fase de tosse “guincho” muitas vezes provocando vômitos (perigo de broncoaspiração e levar ao quadro de pneumonia). Dura cerca de 1 mês. • Convalescença: diminuição das crises de tosse, agora com quadro similar a bronquite. Pode perdurar por vários meses • Complicações: pneumonias secundárias (por broncoaspiração), alterações neurológicas. ★ Bordetella pertussis e B. parapertussis (+ branda) • Morfologia: cocobacilo Gram negativo, aeróbio estrito, imóvel, encapsulada • Cultivo e identificação: “meios de cultura com carvão, sangue, albumina ou amido para a absorção e neutralização destas substâncias tóxicas. A nicotinamida também é necessária para o seu crescimento” • Fatores de virulência: Hemaglutinina filamentosa (FHA): Adesão, invasão, fixação no epitélio respiratório ciliado Pertactina (PRN): Adesão ao epitélio respiratório ciliado, invasão: aglutinação de eritrócitos Aglutinógenos fímbrias (tipos 2 e 3): Adesão, fixação no epitélio respiratório ciliado; estimulação de resposta imune humoral Toxina pertussis (PT): Fixação da bactéria à superfície das células do hospedeiro Forma de prevenção: vacina Trato respiratório inferior • Importância da integridade do trato respiratório (asma, bronquite, tabagismo lesam) • Vias aéreas inferiores (microbiota do pulmão interagem com a microbiota do trato digestório) • Mecanismos de defesa iniciais: Sistema monocítico-fagocitário (produção local no pulmão, porque não é um órgão para inflamar, líquido lá é perigoso). Pneumonia: Infecção do parênquima pulmonar • Contágio: Inalação, aspiração hematogênica (Microrganismos com adesinas potencialmente infectantes). • Bactérias, vírus, fungos, protozoários, helmintos Classificação patológica: • Pneumonia lobar: região distinta (lobos) • Broncopneumonia: região difusa (brônquios) • Pneumonia intersticial: geralmente patógenos intracelulares (padrão rendilhado) • Pneumonia cavitária Trato respiratório: mecanismos de defesa (para expelir) ★ O ar é filtrado, aquecido e umidificado Mecanismos de defesa: • Microbioma pulmonar • Tosse (etilismo e senilidade) • Broncoconstrição (doenças inflamatórias crônicas das vias aéreas) • Secreção de muco (necessita do epitélio mucociliar):Obstrução brônquica • Transporte mucociliar (tabagismo, doenças virais) Complicações dos mecanismos de defesa: • Imunossupressão medicamentosa • Imunodeficiências primárias ou adquiridas • Estados leucopênicos (utiliza medicamentos para aumentar a produção de leucócitos na medula óssea, já que não fazem transfusão de leucócitos por causa da doença do enxerto). • Infecção secundária (bactéria e vírus) • Pneumonia: • Fatores de susceptibilidade: • Resposta imune • Virulência • Inoculação excessiva • Contágio: • Microaspiração (inalação) • Hematogênica • Principais agentes bacterianos: • Streptococcus pneumoniae • Vacina para adultos e crianças • Haemophilus influenza, Staphylococcus aureus, Moraxella catarrhalis, Pseudomonas aeruginosa. Agentes atípicos: Mycoplasma pneumoniae e Chlamydophila pneumoniae. Streptococcus spp: Cocos Gram-positivos, catalase-negativos. Anaeróbios facultativos Arranjo celular: forma de cadeias ou ou aos pares (linear, colar de pérolas) Streptococcus pyogenes: faringite estreptocócica ★ Cocos em cadeias, Gram positivo, crescimento em ágar sangue apresentando beta hemólise, catalase negativo Transmissão: por gotículas aéreas e contato Fatores de virulência: • Cápsula (proteína M, similar a M das musculares (coração), produzindo anticorpos (resposta t dependente) para eles, desencadeando doença auto-imune). • Toxina eritrogênica (escarlatina na corrente sanguínea) • Estreptolisinas • Estreptoquinases A e B (lisam a fibrina, dissolvem a placa de ateroma) • Desoxirribonuclease • Hialuronidase Sequelas pós infecção estreptocócica: Febre reumática e Glomerulonefrite pós-estreptocócica Streptococcus pneumoniae: pneumonia bacteriana e meningite ★ Bactéria extracelular, cocos em pares (diplococos), Gram positivo, crescimento em ágar sangue apresentando alfa hemólise (parcial, fica esverdeado), catalase negativo • Aeróbio e anaeróbio Transmissão: gotículas aéreas Fatores de virulência: • Cápsula: evasão da fagocitose (90 sorotipos) • Adesinas proteicasde superfície: colonização de orofaringe • Ácido teicóico – indução de inflamação local • Pneumolosinas: uma enzima lítica semelhante à estreptolisina O de S. pyogenes, se liga ao colesterol da membrana das células do hospedeiro e cria poros. Essa atividade pode destruir as células epiteliais ciliadas e fagocíticas. • Protease de IgA: A IgA secretora prende as bactérias no muco, ligando-as à mucina pela sua região Fc. A protease IgA bacteriana evita essa interação, aumentando o poder de disseminação. (proteína que degrada IgA para penetrar). Resposta imune de fagocitose: não é protetiva • Ativação do sistema complemento • Ativação de fagócitos e inflamação • Resposta humoral: anticorpos contra antígenos da cápsula polissacarídica (T-independente) • Antígenos proteicos ativam a resposta T-dependente, com produção de resposta Th1 (IFN-gama) e Th17 (resposta de fagocitose) Tratamento: • Ampicilina, penicilina • Eritromicina (aos alérgicos por beta-lactâmicos) para as bactérias que não produzem beta-lactamase • Beta-lactâmicos: antimicrobianos com habilidade de interferir com a síntese do peptideoglicano (responsável pela integridade da parede bacteriana). ★ Ácido clavulânico associado com a amoxicilina para as bactérias que produzem a beta-lactamase, porque impede essa produção. Para que isto ocorra: 1. devem penetrar na bactéria através das porinas presentes na membrana externa da parede celular bacteriana; 2. não devem ser destruídos pelas ß-lactamases produzidas pelas bactérias; 3. devem ligar-se e inibir as proteínas ligadoras de penicilina (PLP) responsáveis pelo passo final da síntese da parede bacteriana. Haemophilus influenzae: bacilo, Gram negativo, crescimento em ágar chocolate, catalase negativo • Anaeróbio facultativo Transmissão: gotículas aéreas • Cápsula: evasão da fagocitose (6 sorotipos (a-f)) • Adesinas proteicas de superfície: colonização de orofaringe • LPS – Lipopolissacarídeo - indução de inflamação local (causa febre alta) • Protease de IgA: podem facilitar a colonização dos microrganismos nas superfícies das mucosas, interferindo na imunidade humoral. Chlamydia pneumoniae: pneumonia e bronquite ⇢ Complicação: infarto agudo do miocárdio • Parasita intracelular obrigatório (tropismo pelo epitélio colunar das membranas mucosas) Identificação: não possui camada de peptideoglicano na parede, imóveis • Não geram ATP: consideradas parasitas da energia celular Resposta imune: • Fase aguda: exsudato inflamatório rico em neutrófilos • Fases mais tardias: infiltrado mononuclear • Predomínio de Th1: boa resolução da infecção • Predomínio de Th2: desenvolvimento de infecção crônica Diagnóstico: citológico direto, cultura celular, sorologia, biologia molecular Transmissão: aerossóis contaminados ★ Pneumonia atípica intracelular (escarro não detecta), RX com padrão intersticial no pulmão. Ciclo de desenvolvimento: (cerca de 72 horas) • Internalização: forma infecciosa – corpúsculo elementar (metabolicamente inativo) • Proliferação / diferenciação: dentro do fagossomo (que não se funde com o lisossomo), onde se transforma corpúsculo reticular (intracelular vegetativo). Prolifera e dá origem a novos corpúsculos elementares • Saída: após rompimento da membrana da célula hospedeira Vacinas • Penta (previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae B) • 2 meses - 1a dose • 4 meses - 2a dose • 6 meses - 3a dose • DTP (previne a difteria, tétano e coqueluche) • 15 meses - 1o reforço • 4 anos - 2o reforço • Dupla Adulto (dT) (previne difteria e tétano) – Reforço a cada 10 anos • A partir dos 10 anos • dTpa (Tríplice bacteriana acelular do Vpo adulto) – (previne difteria, tétano e coqueluche) – Uma dose a cada gestação a partir da 20a semana de gestação ou no puerpério (até 45 dias após o parto).
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