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Infecções bacterianas

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Infecções bacterianas .
MAD 2- 3SM @brunagsaboia
SISTEMA TEGUMENTAR: Staphylococcus e Streptococcus .
Etapas para ocorrer a doença infecciosa:
> Infectar Superfícies de Mucosas e Pele (BARREIRA FÍSICA)
Barreiras → Secreções, Muco, Enzimas Hidrolíticas, Acidez no
Estômago, pH Ácido de Vagina, Lisozima, Microbiota Natural
(Aderência da bactéria é fundamental)
Adesinas → Fímbrias (prolongamentos com adesina nas pontas),
Cápsula (biofilme)
• INFECÇÕES DE PELE E TECIDOS MOLE
Classificação:
-Primárias (sem porta de entrada aparente) x Secundárias
(complicações de lesões de pele/ RUPTURA DE BARREIRA)
-Agudas (duram poucos dias) x Crônicas (duram meses ou anos/
pé diabétiсо)
-Monomicrobianas X Polimicrobianas (várias espécies
bacterianas).
IMUNIDADE REGIONAL: Sistema Imune cutâneo
SALT: Tecido Linfóide associado à pele.
Células de Langerhans (LC) (dendríticas, PAMP)- contribuem
para as respostas imunes inatas e para a ativação das respostas de
célula T – DC.
Queratinócitos e células endoteliais- produzem uma grande
quantidade peptídeos antimicrobianos (defensinas, enzimas como se
fossem antibióticos) de citocinas e fatores de crescimento;
Linfócitos intraepiteliais- os quais saem da circulação e entram na
pele.
Staphylococcus:
● Família: Staphylococcaceae
● Bactérias esféricas Gram-positivas (roxo escuro)
● Agrupam-se em arranjos irregulares (cachos de uva)
● Catalase positiva (fator de virulência)
● Mesófilos – Maioria dos hemolíticos – 37oC (crescem em
temperatura ambiente e afetam as hemácias)
● Aeróbicos
● Amplamente distribuído na natureza
Staphylococcus aureus:
Microbiota: pele e mucosa nasal
O S. aureus é capaz de causar doenças tanto por meio da produção
de toxinas quanto por meio da indução de inflamação piogênica. A
lesão típica causada pelo S. aureus é um abscesso (pus).
Fatores de virulência:
1) Escape da fagocitose: dotada de cápsulas (resposta: sist.
complemento- ativa o MAC, inativa a fagocitose) de origem
polissacarídica que inibem a fagocitose por leucócitos
polimorfonucleares.
2) Aderência às células do hospedeiro - A proteína A é um
componente da parede celular de amostras de S. aureus, sendo
caracterizada como uma proteína de superfície dentro do grupo de
adesinas – inibe ação de ac. (resposta do sist. imune: via ativa do
sist. complemento).
3) Produção de toxinas e enzimas líticas - produção de muitas
substâncias extracelulares. Muitas das toxinas estão sob o controle
genético dos plasmídeos.
Toxinas:
- Citotoxinas (destrói as células)-alfa, beta, gama, delta e
leucocidina
- Toxinas esfoliativas - A e B
- Enterotoxinas superantígenos (liberação maciça de citocinas); -
aumenta o peristaltismo intestinal e perda de fluidos
- Toxina da síndrome do choque tóxico 1 (TSST-1) -
superantígeno; lesão tecidual
INFECÇÕES CUTÂNEAS - Staphylococcus aureus
1) Doenças inflamatórias: Infecções piogênicas na pele
Foliculite: infecção e inflamação do folículo piloso decorrente de
obstrução.
Furúnculo: extensão da foliculite; nódulos elevados, grandes e
doloridos; drenar espontaneamente ou após incisão cirúrgica.
(Principalmente em áreas de atrito - axilas, nádegas e virilha).
Carbúnculo: furúnculos coalescem e se estendem para tecido
subcutâneo mais profundo; múltiplos pontos de drenagem;
localizado na nuca ou nas costas.
2) Intoxicações: Síndrome do choque tóxico- TOXINA QUE
INDUZ A INFLAMAÇÃO
★ Ação sistêmica provocada por linhagens produtoras de
toxina (TSST-1: SUPER PAMP superantígeno - ativa
grande população de células T: aumenta liberação de
citocinas PRÓ-INFLAMATÓRIAS.
★ Sintomas: febre alta, eritema difuso com descamação da
pele
★ Destrói células endoteliais - hipotensão e morte por falência
(por causa da falta de oxigenação) múltipla de órgãos (5 %
dos casos)
★ EXTRAVASA EXSUDATO (pele com textura lisa/bolha)
★ TSS-1: estimular a liberação de grandes quantidades de
IL-1, IL-2 e TNF.
A síndrome do choque tóxico é caracterizada por:
1. Febre, hipotensão, erupção cutânea difusa, macular, similar a uma
queimadura de sol, que progride para descamação
2. Envolvimento de três ou mais dos seguintes órgãos: fígado, rim,
trato gastrintestinal, sistema nervoso central, músculos ou sangue.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: extraído do local mais afetado.
Pus coletado por swab de superfície ou aspirado a partir de um
abscesso, sangue, aspirado traqueal ou líquido cerebrospinal para
cultura.
Estafilococos típicos aparecem como cocos gram-positivos em
arranjos irregulares, em esfregaços corados de pus ou escarro.
Teste catalase (água oxigenada borbulha) positivo.
Beta- hemólise: hemólise total no ágar-sangue.
Streptococcus:
➔ Família: Streptococcaceae
➔ Bactérias esféricas Gram-positivas
➔ Agrupam-se em pares eu cadeias lineares
➔ Catalase negativo
➔ Mesófilos – Maioria dos hemolíticos – 37oC
➔ Muitas espécies: microbiota normal – TR, TGI, TGU
Microbiota normal – comensal:
Streptococcus: A maioria dos estreptococos faz parte da microbiota
normal da garganta, da pele e do intestino de seres humanos, mas
causa doença quando obtém acesso aos tecidos ou ao sangue.
Streptococcus pyogenes:
● São cocos, com cerca de 0,5-1 micrómetros – Gram
positivos;
● Paredes celulares grossas e uma membrana simples;
● Formam linhas ou pares em cultura, são anaeróbios
facultativos e catalase-negativos.
● Em cultura de sangue, causam beta-hemólise, ou seja,
provocam a total destruição de hemácias quando em
contato com elas.
● Os S. pyogenes são imóveis (sem flagelos) e crescem
otimamente a 37 °C.
PATOGÊNESE:
Causam doenças por 3 mecanismos:
Inflamação piogênica – induzida localmente nos tecidos;
Produção de exotoxina – podem causar sintomas sistêmicos
disseminados onde não há contaminação;
Imunológico (Autoimune) – ocorre quando o anticorpo contra um
componente do organismo reage de forma cruzada com o tecido
normal.
Fatores de virulência:
● Cápsula: protege contra a fagocitose, pela presença do Ac.
Hialurônico (também presente no tec. Conj. dos mamíferos,
sendo antigenicamente indistinguível).
● Proteína M (mucosa): são importantes na aderência da
bactéria ao meio, inibem a fagocitose e degradam o fator
C3b do sistema do complemento.
● Proteína F: uma das principais adeninas – adere a bactéria
à mucosa da faringe.
● DNAses: destroem o DNA, um componente importante no
pus, tornando-o mais líquido.
● Hialuronidase: permitem degradar o meio extracelular,
composto de ácido hialurônico e mais rápida invasão dos
tecidos.
Estreptolisinas:
S – (Capacidade de lisar (rompe) membrana celular (ativa com o
oxigênio) – Hemácias e Leucócitos
O – Ativa só na ausência de oxigênio (rompe membranas, muito
proteolítica)
Exotoxinas pirogênicas: são superantígenos e ativam os linfócitos
de forma não específica, provocando uma resposta imunitária
desapropriada
- células T ativadas liberam citocinas que produzem febre e
agressão aos tecidos.
Exotoxina A - Síndrome do choque tóxico
Exotoxina B – protease que destrói rapidamente os tecidos:
“Comedora de carne”.
S+O+B= enzima parecida com ácido- "comedora de carne”
Achados clínicos:
Os Streptococcus pyogenes, causam infecções de pele e tecidos
moles, como:
Erisipela:
● Celulite superficial, causada por Streptococcus pyogenes,
que envolve a camada profunda da epiderme e a camada
superficial da derme, com grande envolvimento linfático.
● A área afetada (BEM DELIMITADA) apresenta-se
edemaciada, eritematosa, quente, de limites bem definidos,
bordos elevados, com aspecto de casca de laranja, por
vezes com vesículas, muito dolorosa.
● Os sinais sistêmicos estão habitualmente presentes. A
infecção, em geral, inicia na face e frequentemente é
precedida por uma dor de garganta estreptocócica. Febre
alta é comum.
Fasceíte necrosante (gangrena estreptocócica):
● Infecção na camada profunda do tecido subcutâneo, com
necrose extensa, com destruição da fáscia muscular e
tecido adiposo.
● Bactéria é introduzida no tecido através de uma ruptura na
pele (corte, trauma,queimadura, cirurgia) - Toxicidade e
falência múltipla de órgãos;
● Alta taxa de mortalidade (> 50%);
● Procedimento cirúrgico: debridamento do tecido infectado
ou amputação.
● Fatores de virulência de S. pyogenes (tem todas as
toxinas): exotoxinas A e B e as estreptolisinas S e O.
Faringoamidalites: Streptococcus pyogenes é responsável por 10%
de todos os casos de faringite
● S. pyogenes pharyngitis
● Crianças (5 a 15 anos) Mais comum no inverno (locais
fechados)
● Evolução da doença Sinusite, Otite, Meningite, Septicemia,
Pneumonia.
● Colonização na orofaringe
Diagnóstico laboratorial: Microbiológico
Culturas de swabs da faringe ou de lesões, em placas de
ágar-sangue, revelam colônias beta hemolíticas pequenas e
translúcidas em um período de 18 a 48 horas.
● Cocos gram positivos em arranjos lineares
● Beta hemólise
● Catalase negativo
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU) .
Características do Sistema urinário que previne colonização
microbiana:
● Válvulas fisiológicas presentes nos uréteres
● Fluxo urinário durante a micção
● pH da urina
Urina normal é estéril / Contaminada próximo ao meio externo
Uretra: uretrite
Bexiga: cistite
Rim: pielonefrite
★ Uretrite pode ascender com patógeno flagelado,
transformando em pielonefrite.
Presença de bactéria na urina (≥100.000 UFC/mL). Pode ser
classificada em:
● ITU sintomática
● Bacteriúria assintomática: presença da bactéria na urina
SEM invasão tecidual
UFC/mL: unidades formadoras de colônias bacterianas por mililitro
de urina.
• Presença de fungos na urina – também é infecção urinária (em
imunodeficientes)
Sintomas:
● Disúria: ardor e/ou dor
● Polaciúria: urinar com frequência
● Hematúria: sangue na urina
● Dores abdominais no baixo ventre
1. Bacteriúria assintomática: BA
A frequência de bacteriúria assintomática varia com idade, sexo,
atvidade sexual e presença de alterações no trato urinário.
Gestação: tratamento é impositivo para as mulheres grávidas por
causa do risco aumentado em desenvolver pielonefrite. Ou seja,
independente se for assintomática, sempre tratar.
● Dilatação do ureter (compressão pelo útero)
● Progesterona: reduz peristaltismo (em geral empurra a
urina)
● Estrógeno: contribui para adesão (bactéria com molécula B
tem mais aderência e podem ascender) de algumas cepas
de E.coli, através das fímbrias
● Redução do tônus vesical: favorece estase urinária
● Mudança pH: alcalino (favorece crescimento
bacteriano/fúngico)
● A associação destes fatores à redução do tônus vesical
favorece a estase urinária e o refluxo vésico-ureteral,
transformando as infecções assintomáticas em sintomáticas
2. ITU (incidência epidemiológica):
Malformações Masculinas: mais comuns em neonatos meninos
(prepúcio)
● fimose e hipospádia (óstio de saída não saindo da glande e
sim na base)
Malformações ambos os sexos: Refluxo Vesicoureteral:
● A urina que vem dos rins e segue pelos ureteres até a
bexiga normalmente não retorna para os ureteres, por ação
de um "mecanismo valvular". NASCE SEM AS VÁLVULAS
E QUANDO ESTÃO EM DECÚBITO A URINA RETORNA.
Crianças até 6 anos de idade: Idade pré escolar
● Nível de higiene e uso de fraldas.
Fatores de risco: gênero:
● Mulher: padrão anatômico
● Homem: doença prostática e cateter vesical (demora
permaneceu continuamente no local por > 2 dias, cor da
urina acusa)
Diabetes: aumenta a quantidade de glicose na urina, o que piora a
infecção.
● Níveis de glicose alta no sangue, a imunidade diminui e a
pessoa fica mais suscetível a ter infecções, incluindo a
infecção urinária.
Litíase: cálculos renais são massas sólidas formadas por minerais e
sais ácidos que se aglutinam na concentração da urina. A passagem
pelo trato urinário pode ser dolorosa.
● Nefrolitíase infecciosa (consequência): Proteus, que
podem produzir urease, uma enzima capaz de dividir a
uréia urinária (quebra e transforma em amônia) , elevando
o pH urinário (básico) e promovendo precipitação e
agregação de cristais de estruvita subsequentes.
● Pielonefrite de repetição (consequência): quando os
cálculos em excesso se rompem, liberando uma grande
carga de bactéria de uma vez só.
Formas de transmissão e patógenos comuns:
● Trato urinário inferior (via ascendente): fonte externa
(higiene pessoal inadequada) e relação sexual
● Trato urinário superior (via hematogênica): corrente
sanguínea para os rins/infecção sistêmica (menos comum)
● Procedimentos médicos (ex.: cateter vesical)
ITU baixa (uretrite, cistite):
➔ Atinge: trato urinário inferior
➔ Aspectos clínicos:
➔ Bacteriúria
➔ Disúria
➔ Urgência miccional
➔ Polaciúria
➔ Nictúria (urinar com frequência durante a noite)
➔ Dor suprapúbica
➔ Urina turva: piúria (leucócitos) e/ou hematúria (sangue).
Motivo: litíase e/ou processo inflamatório
➔ Febre é incomum (não tem fácil acesso vascular, gera
pouca inflamação por causa da área reduzida)
➔ Litíase: cálculo urinário
➔ TRANSMISSÃO ASCENDENTE
ITU alta (pielonefrite):
➔ Atinge trato urinário inferior e superior ou apenas superior
➔ Aspectos clínicos: Tríade clássica
➔ Quadros de cistite + Febre elevada (superior a 38°C)
➔ Calafrios
➔ Dor lombar, podendo irradiar para flancos ou virilha
(sugere fortemente a presença de litíase renal
associada)
➔ Náuseas
➔ Vômitos
➔ TRANSMISSÃO HEMATOGÊNICA: Leptospira, S. aureus,
M. tuberculosis
ITU não complicada
● Geralmente em quadros de cistite
● Sistema urinário sem alterações
● Imunocompetentes
● Patógeno comum: E. coli
Obs: é considerado ITU de repetição quando acometido por 3 ou
mais episódios de ITU no período de 12 meses.
ITU complicada (fator de virulência microbiano X resposta
imune humana)
● Geralmente em quadros de pielonefrite
● Pode ocorrer por falhas terapêuticas, alterações estruturais
ou funcionais do trato urinário ou desenvolvida em
ambiente hospitalar.
● Patógenos comuns: bactérias gram positivas e gram
negativas com elevada frequência de organismos
multirresistentes.
Escherichia coli uropatogênica (UPEC) – Sorotipo O
★ Pertence à família Enterobacteriaceae
★ Sorotipos prevalentes: O1, O2, O6, O18 e O75
★ Bacilo gram negativo
★ Anaeróbio facultativo
★ Fatores de virulência:
1. Tipo 1 e P (aderência, cistite)
2. Forma biofilme: (importante fator de adesão em cateter
vesical)
3. alfa-hemolisina
★ Algumas características bioquímicas: lactose positivo,
glicose positivo, catalase positivo
★ Colônia / Ágar Mac Conkey
★ Patógenos frequentes em ITU complicada e de repetição
★ E. coli multirresistente produtora de b-lactamase (resistente
a amoxis) de espectro estendido (ESBL)
Na bexiga: cistite
1. Adesão
2. Invasão intracelular
3. Multiplicação
4. Esfoliação
5. Pode ocorrer disseminação tecidual em direção ao rim
No rim: pielonefrite
1. Adesão
2. Multiplicação
3. Pode ocorrer disseminação tecidual em direção à corrente
sanguínea (SEPSE)
Patogênese
● Origem do patógeno: intestinal
● Colonização da região periuretral / Entram na uretra de
forma oportuna
● Bexiga: adesão através da fímbria do tipo 1 ou P /
invasão na célula uroepitelial / multiplicação / formação
de comunidades bacterianas intracelulares protegidas
da defesa do hospedeiro / esfoliação (degradação de
células epiteliais): causado pela toxina a-hemolisina,
que também causa apoptose, aumentando a
disseminação da UPEC. Algumas comunidades
bacterianas intracelulares continuam intactas (possível
causa de infecção recorrente).
● Bactérias flageladas podem sair da comunidade e
voltar para o lúmen vesical ou podem invadir células
adjacentes. Nesse momento, há migração de leucócitos
polimorfonucleares.
● Infecções não tratadas podem progredir de forma
ascendente até alcançar os rins. O que vai depender?
Expressão de flagelos e fimbria P (papel importante na
aderência ao epitélio renal).
Proteus sp
● Pertence à família Enterobacteriaceae
● Bacilo gram negativo
● Anaeróbio facultativo
● Fatores de virulência: ilustração do slide UPEC
● Algumas características bioquímicas: lactose negativo,
glicose positivo, catalase positivo● Produz urease / degrada uréia formando amônia e outros
produtos, deixando o meio muito alcalino / Diminui
solubilidade de magnésio, amônio e fosfato / formação de
cristais (cálculos).
● Colônia - Ágar sangue
Staphylococcus saprophyticus
● Microbiota da pele e região periuretral
● Estafilococo gram positivo
● Aeróbios
● Fatores de virulência: biofilme (placas bacterianas)
● Algumas características bioquímicas: coagulase nega-vo,
catalase posi-vo
● Principal agente infeccioso do trato urinário em mulheres
jovens e sexualmente ativas (ITU sintomática)
Enterococcus faecalis
● Microbiota do trato intestinal, pele e mucosa / meio
ambiente em geral
● Cocos em pares ou cadeias curtas gram positivos
● Colônia bacteriana em ágar sangue: grande, podendo se
gama-hemolítica, alfa-hemolítica e raramente β- hemolítica
● Anaeróbio facultativo, 10 a 45 °C / pH 4,6 a 9,9 / alta
concentração NaCl e sais biliares
● Algumas características bioquímicas: catalase negativa,
resistente à optoquina (o que diferencia de S. pneumoniae)
● Fatores de virulência: citolisina- necrose (atividade
hemolítica), substância agregativa/proteína de superfície
(adesão), biofilme (adesão), resistência a antibióticos
Pseudomonas aeruginosa
● Bacilo gram negativo
● Não fermentador
● Característica da colônia: odor de frutas
● Fatores de virulência: Fímbria, LPS, flagelo, biofilme e
adesina
● Patogênese: dificilmente causará infecção em indivíduo
imunocompetente
● Frequente em ITU hospitalar: cateterismo, cirurgia e
transplante renal
Diagnóstico:
Exames clínicos + exames complementares + anamnese
Coleta da urina: jato médio com antissepsia
INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS .
★ As ISTs são transmitidas por relação sexual desprotegida (oral, vaginal ou anal) com uma pessoa infectada. Ou ainda da mãe para
o bebê durante a gestação, o parto ou a até durante a amamentação (como é o caso do HIV).
★ “doença” é utilizado para definir os sinais e sintomas apresentados, o que nem sempre ocorre com as infecções sexualmente
transmissíveis.
Gonorreia: Neisseria gonorrhoeae
● diplococo Gram-negativo (rosa)
● contato sexual ou perinatal.
● afeta membranas mucosas do trato genital inferior, e mais
raramente, as mucosas do reto, orofaringe e conjuntiva.
● Segunda IST bacteriana mais prevalente no mundo
● Neisseria gonorrhoeae - gonococo (sem capsula)
● Bactéria gram-negativa, aeróbia, forma de diplococos
"reniformes" ou "grãos de café", apresentam-se aos pares,
com faces côncavas adjacentes, ou seja, voltadas entre si.
● - Catalase positiva
● - Cultivado em ágar chocolate
● - Crescimento ótimo entre 35o e 37o
● N. gonorrhoeae aderem à superfície das células epiteliais.
A N. gonorrhoeae adere às células ciliadas inicialmente pela ação
das fímbrias tipo 4 e posteriormente pela proteína Opa. Invade
células epiteliais não-ciliadas por ação da proteína PorB,
multiplicando-se em vacúolos intracelulares. A LOS desencadeia a
produção de TNF- α, levando à inflamação e consequente
destruição tecidular.
1. Aderência no epitélio urogenital
2. Colonização e invasão no epitélio
3. Liberação dos peptideoglicanos, LOS e OMV
4. citocina, quimiocina e fator de ativação de inflamação (TLR
e macrófago) fagocita (sobrevive dentro do macrófago)
5. Neutrófilo recrutado (NETosis= NETosis - morte celular
causada pelas armadilhas extracelulares de neutrófilos
(NET)
6. Secreção purulenta (exsudato)
Possuí LOS (imunogênico) reconhecido pelo sistema complemento,
porém inibe o sist. complemento (sem MAC), porque secreta Fator I.
Sist complemento - C3b ligado ao lipídeo A é inativado pelo Fator I
Macrófagos e neutrófilos - gonococo pode sobreviver dentro do
fagossomo, modular a apoptose e a produção de citocinas
inflamatórias, polarizar para macrófagos menos capazes de ativação
de células T
DCs - são menos capazes de estimular a proliferação de células T.
A infecção por gonococo não gera memória imunológica:
● Capacidade de fazer variação antigênica em suas
estruturas de superfície, incluindo pili tipo IV, proteínas
opacidades (Opa) e LOS - + 100 sorotipos
● Modular a resposta imune adaptativa suprimindo a
proliferação de LTh1 e LTh2 e a ativação subsequente
influenciando a produção de citocinas.
Complicações:
● Infecção não ulcerativa que no geral é sintomática em
homens e assintomática em mulheres.
● Homens - uretrite - disúria e descarga purulenta.
Epididimite pode ocorrer.
● Mulheres - cervicite - infecção na endocérvice, com
secreção vaginal purulenta, disúria, dispareunia,
sangramento pós coito.
● Doença inflamatória pélvica (DIP) - qualquer infecção
bacteriana extensa dos órgãos pélvicos femininos - útero,
colo do útero, tubas uterinas ou os ovários. Complicações
graves, como infertilidade, gravidez ectópica ou dor crônica.
● Infecção gonocócica disseminada: Gonorreia
assintomática não tratada, o gonococo invade a corrente
circulatória manifestando-se na forma de artrites,
endocardites, meningites e lesões cutâneas. Causa mais
comum de artrite séptica em adultos sexualmente ativos
Também pode infectar região anorretal, garganta, olhos.
● Oftalmia gonocócica neonatal: Olhos do bebê podem se
infectar passando pelo canal do parto = oftalmia neonatal,
que pode resultar em cegueira. SBP orienta - povidona a
2,5% (colírio); ou eritromicina a 0,5% (pomada), ou
tetraciclina a 1%. Devido à maior toxicidade, o nitrato de
prata a 1% só em caso de indisponibilidade das outras
substâncias.
Diagnóstico:
● Pacientes sintomáticos - achado de gonococos corados em
esfregaço de secreção uretral ou cervical
● Diplococo gram-negativo típico no interior de PMN
(neutrófilo- núcleo segmentado) é facilmente identificável
Cultivo em Thayer-Martin - meio seletivo consiste do ágar
chocolate com antibióticos que matam a flora normal (pra crescer só
as de fora)
Teste de ELISA - secreção uretral ou cervical, em cerca de 3 horas,
com alta exatidão.
Teste de amplificação de ácidos nucleico (NAAT) - urina 1 jato ou
secreção (98% de sensibilidade)
Tratamento:
● Surgimento de resistência a penicilina
● Gonorreia que afeta os tecidos cervicais, uretrais ou retais -
utilizar as cefalosporinas, como a ceftriaxona ou o cefixima,
acrescida de macrolídeo (azitromicina).
● Reavaliar o paciente após 1 semana e convocar parceiros
Clamídia: Chlamydia trachomatis
● Pode ser transmitida via contato sexual anal, oral ou vaginal
ou ainda perinatal.
● Mais comum em mulheres jovens, causando cervicite
● Homem causa uretrites.
● 30% dos casos ocorre co-infecção com gonorreia
● Tracoma (granuloma na pálpebra), linfogranuloma venéreo,
pneumonia
● Pequenos bacilos com parede análoga de Gram negativas
(ausência de peptidoglicano);
● Intracelular obrigatória - utiliza o ATP produzido pela célula
hospedeira
● Fatores de virulência – MOMP- adesão e antígeno
● Infectam mucosas e raramente sistêmicas (modifica o
metabolismo da célula, prolifera, se multiplica perto do
complexo de golgi).
● Mais de 15 imunotipos.
Ciclo de vida - duas fases (bifásico):
▪ Corpo elementar (CE ou EB): inativo, altamente infeccioso, com
parede celular, extracelular
▪ Corpo reticulado (CR ou RB): ativo, replicante, sem parede
celular, intracelular
★ Se multiplica dentro da vesícula, rompe liberando o
corpo elementar e infecta outra célula.
Mecanismo: O ciclo de crescimento bifásico da clamídia envolve a
transformação entre duas formas distintas: o corpo elementar (EB) e
o corpo reticulado (RB). O EB é metabolicamente inativo, mas
altamente infeccioso, se liga às células epiteliais colunares e é
internalizada em um fagossomo ligado à membrana da célula
hospedeira. Durante os primeiros estágios do ciclo de vida, 1 a 10
horas após a infecção, a vesícula migra para um local perinuclear
próximo ao aparelho de Golgi. É durante essa migração que a
vesícula fagocítica começa a ser modificada pelas proteínas da
membrana da Chlamydia para formar uma vacúolo denominado
inclusão. É também durante este período de tempo em que o EB se
diferenciaem RB, que é a forma metabolicamente ativa e a forma
replicativa. De 10 a 16 hrs, o RB começa a se dividir por fissão
binária. A divisão continua à medida que a inclusão se expande e
entre 24 e 36 hrs, os RBs começam a se diferenciar de forma
assíncrona em EBs. Entre 36 e 48 hrs, a maioria dos RBs se
converteram de volta à forma infecciosa de EB, preparando-se para
liberação e reinfecção. Durante estágios muito avançados, os EBs
infecciosos escapam da célula por lise por meio de processos
proteolíticos ou por um processo de extrusão. A reinfecção ocorre
então, iniciando novos ciclos de infecção.
Chlamydia liberada das células epiteliais - encontra neutrófilos
que em contato com a protease efetora secretada (CPAF) da
Chlamydia. O receptor FPR2 presente na superfície dos
neutrófilos é clivado pela CPAF. Isso diminui a sinalização do
receptor acoplado à proteína G,impedindo ainda mais a ativação
dos neutrófilos e permitindo a sobrevivência do patógeno.
Dificultando o reconhecimento como PAMP, impedindo a
fagocitose. Canal da jusante, canal de cálcio, quimiotaxia e NET
(tudo diminuído).
Doenças associadas:
Uretrite e Cervicite (Sorotipos D – K) não gonocócicas
- Uretrite - pode evoluir para epididimite, prostatite e proctite
- Cervicite - pode evoluir para DIP (menos purulenta)
Tratamento com azitromicina
Linfogranuloma venéreo (LGV) (sorotipos L1, L2 e L3)
- Decorrente da drenagem da bactéria até os linfonodos inguinais
resultando em um processo inflamatório desta região
- Inicia com pequena pápula ou úlcera após 1 a 4 semanas da
infecção
- Seguido de inchaço e inflamação dos linfonodos. Sistemicamente:
febre, calafrios, anorexia, cefaléia, mialgia
- Se não tratado pode causar obstrução linfática e edema crônico
dos tecidos genitais.
- Tratamento com doxiciclina
● Lesão cutânea pequena
● Linfadenopatia regional na virilha ou pelve
● Proctite grave (sexo anal)
Tracoma (sorotipos A, B, Ba e C)
- Conjuntivite folicular crônica caracterizada por exacerbações
progressivas e remissões.
- Transmissão pelo contato dedos ou fômites - olhos
- Sintomas iniciais - hiperemia da conjuntiva, edema palpebral,
fotofobia e lacrimejamento.
- Os folículos fazem a pálpebra entrar para dentro,
consequentemente os cílios começam a lesionar a córnea,
levando à cegueira.
Conjuntivite de inclusão no adulto: secreção mucopurulenta,
Autoinoculação - rota de transmissão.
Conjuntivite de inclusão do recém-nascido: canal de parto
infectado
Síndrome de Reiter: deposição de imunocomplexos. Doença
auto-imune - uretrite, artrite, uveíte, lesões mucocutâneas
Diagnóstico:
● Coloração com Giemsa ou imunofluorescência
● NAAT - Teste de amplificação de ácidos nucleico
● Antígenos clamidiais (MOMP ou LPS) em exudato ou urina:
a coloração de imunofluorescência direta com anticorpos
monoclonais conjugados à fluoresceína e ensaio
imunoabsorvente ligado à enzima (ELISA)
Sífilis: Treponema pallidum pallidum
★ Apresenta fases distintas com sintomas específicos (sífilis
primária, secundária e terciária) que é intercalada por
períodos latentes.
★ Transmissão ocorre a partir de lesões cutâneas ou em
mucosas por sexo vaginal, anal ou oral sem proteção. Por
produtos sanguíneos (agulhas contaminadas ou sangue
não testado). De mãe para bebê durante a gravidez, parto
ou amamentação.
- Espiroqueta gram-negativa (porém muito delgado para ser corado)
- Endoflagelo
- Presença de LOS e outras adesinas
- Camada de fibronectina protege contra a fagocitose (para fugir do
reconhecimento).
- Hialuronidase - infiltração perivascular
- Mucopolissacaridase
- Metaloproteinase-1
-Ausência de lipoproteína na membrana externa - escape
-Fase de latência (diminuição do metabolismo) recente até 2 anos,
assintomática nessa fase.
Sífilis primária:
Sintomas +/- 21 dias após a infecção
● Lesão pequena e ulcerativa na região do contato - cancro (onde
ela entrou, fica uma lesão)
● Indolor, sem prurido, com exsudato seroso infeccioso
● Em mulheres o cancro pode ser imperceptível
● Lesão desaparece entre 2 a 6 semanas, sem cicatriz
● Pode causar bacteremia e linfadenopatia
★ Úlcera (cancro duro). geralmente única, no local de
entrada da bactéria (pênis, vulva. vagina, colo uterino,
ânus, boca ou outros locais). Geralmente não dói, não
coça, não arde e não tem pus. Podem surgir ínguas na
virilha. Aparece entre 10 e 90 dias (média 21 dias) após
o contágio. Pode durar entre 2 e 6 semanas e
desaparecer de forma espontânea, independentemente
de tratamento.
Sífilis secundária:
Seis semanas a seis meses após o cancro
● Erupções mucocutâneas - principalmente palmar e plantar
● Sintomas: febre baixa, mal-estar, cefaleia, mialgia, linfadenopatia,
alopécia em clareiras. Eventualmente sintomas neurológicos
● Pode ocorrer também faringite, meningite, nefrite e hepatite
● Desaparecimento dos sintomas após 3 meses
● Alopecia Sifilítica: Perda de cabelo ocasionada pela presença do
Treponema pallidum na região da pele
● Evolução: Cura espontânea, Latência, Fase terciária.
★ Manchas no corpo, principalmente na palma das mãos
e planta dos pés, são as mais comuns, sendo, muitas
vezes, confundidas com alergia ou outras doenças
semelhantes. Surgem entre 6 semanas e 6 meses após
o aparecimento da úlcera inicial. Desaparecem de
forma espontânea em poucas semanas,
independentemente de tratamento, mesmo a pessoa
ainda tendo a infecção.
Sífilis Latente:
● Latente precoce e latente tardia
● Não há sintomas
● Após dois a quatro anos de latência, a doença normalmente não é
infecciosa.
● No entanto, pode ocorrer transmissão materno-fetal nesta fase.
★ Não aparecem sinais ou sintomas, sendo o diagnóstico
realizado por testes imunológicos. É dividida em sífilis
latente recente (menos de 2 anos de infecção) e sífilis
latente tardia (mais de 2 anos de infecção). Apesar de
assintomática, pode ser interrompida pelo surgimento
de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária.
A existência de histórico de relação sexual
desprotegida e a alta suspeita do profissional de saúde
são fundamentais para que ocorra o diagnóstico nesse
estágio.
Sífilis Terciária: crateras
● Sífilis gomosa - caracterizada por lesões conhecidas como
condilomas ou gomas, em vários órgãos, principalmente na pele,
membranas mucosas e ossos.
● Sífilis cardiovascular - aneurismas aórticos torácicos, aortites
● Neurossífilis - paresia, cefaleia, febre, náuseas, vômitos,
meningite, neuropatias cranianas e crises convulsivas. Pode
acometer 10% dos pacientes não tratados.
Sífilis Congênita: dentes serrilhados
● Transmissão através da placenta para o feto - taxa de até
80%
● Prejuízo do desenvolvimento mental e outros sintomas
neurológicos graves
● Lesões de pele e ossos, como dentes de Hutchinson.
Outros hepatoesplenomegalia, ceratite intersticial e oito
formas de surdez
● Mais comum quando a gestação ocorre durante o período
latente da doença
● A gestação durante os estágios primário e secundário mais
comumente produz um natimorto.
● O tratamento da mãe com antibióticos durante os dois
primeiros trimestres (6 meses) geralmente é capaz de
prevenir a transmissão congênita.
Diagnóstico:
Evidenciação direta - amostra do cancro ou condiloma
● Microscopia de campo escuro
● Teste direto com imunofluorescência
Provas sorológicas
Testes não treponêmicos (triagem ou para ver se o tratamento está
funcionando)
❏ IgG e IgM (“reagina”) contra cardiolipina (parede T. pallidum) -
Teste VDRL (Venereal Disease Research Laboratory)
Testes treponêmicos (para fechar diagnóstico, necessário)
❏ Antígeno do T. pallidum pallidum - tendem a permanecer
reagentes por toda vida
VDRL:
Teste inespecífico de aglutinação
- Detecta a presença de anticorpos anti-cardiolipina (um lipídio
intracelular)
- É realizado por diluições seriadas
- Para diagnóstico e monitoramento do tratamento
- Se der negativo, pode estar em janela imunológica
- Positivo: aglutinação
- Quanto maior a diluição, maior a infecção (diluição seriada).Infecções bacterianas do trato respiratório .
Uma doença (sinais e sintomas) infecciosa envolve interações
complexas: TRÍADE ECOLÓGICA
HOSPEDEIRO
● Estado imunitário
● Uso de antibióticos de amplo espectro (cria resistência em
ambos)
● Procedimentos diagnósticos e terapêuticos invasivos
● Doenças preexistentes (favorece infecções)
● Idade (imuno senescentes)
AGENTE
● Patogenicidade
● Localização
MEIO AMBIENTE
● Clima
● Qualidade do ar
Trato respiratório superior
• Importância da integridade do trato respiratório (se perder, tem
predisposição a infecção).
• Vias aéreas superiores
• Mecanismos de defesa iniciais:
• Sistema mucociliar, saliva, lágrima
• Enzimas proteolíticas, IgAs (nas mucosas tem componente
secretor, é viável em ambiente enzimático (proteolíticas),
agentes infecciosos utilizam enzimas para degradar esse IgA e
a integridade.
Difteria: Corynebacterium diphtheriae
• Doença infecciosa de evolução aguda
• Casos devem ser notificados (= notificação compulsória, notifica
o ministério da saúde para controle epidemiológico e financeiro)
• Período de incubação: cerca de 6 dias
• Indivíduos assintomáticos: principais transmissores
• Patogênese: colonização do trato respiratório superior →
formação na cavidade oral de membrana branco-acinzentada
rígida (muita fibrina) → no tecido conjuntivo subjacente:
angiogênese (formação de vasos sanguíneos)→ favorecimento
da absorção da toxina diftérica (tem tropismo por células renais
e nervosas, entra na célula, modificando o mecanismo de
síntese proteica)→ prostração, inapetência, febre, dispneia,
edema local e linfonodomegalia (pescoço de touro, região mais
próxima do local de infecção).
• Membrana (composta por hemácias, leucócitos, células epiteliais
necróticas, bactérias, fibrina) e sangramento (por causa da
angiogênese, causa a aderência dessa placa no tecido) durante
a remoção: sinais patognomônicos (fecha diagnóstico) de difteria.
• Difteria maligna (ou hipertóxica): extensão da pseudomembrana à
laringe e trato respiratório inferior, podendo acarretar miocardite e
neurite, sendo 50% dos casos são fatais (em decorrência de
bloqueio atrioventricular e arritmias complexas)
• Tratamento: soroterapia (para inativar a toxina) e
antibioticoterapia (para matar a bactéria).
Transmissão: gotículas aéreas e apresenta resistência ao
ressecamento
Identificação:
• Morfologia: bacilo Gram positivo (muito peptideoglicano),
presença de ácido micólico (resistência ao ambiente) na parede,
imóveis, não encapsulado e não esporulado, crescimento aeróbio
e anaeróbio facultativo.
• Cultivo e identificação: crescimento a partir de secreção do
paciente em meio de Löeffler e os meios seletivos contendo telurito
de potássio (ágar-chocolate-telurito ou ágar
sangue-cis-na-telurito), formando colônias cinzas ou negras.
Teste de catalase positivo
Fator de virulência: toxina diftérica – gene tox (tem que ter para
produzir a toxina) (interfere na síntese proteica das células do
hospedeiro)
Forma de prevenção: vacina (utiliza a toxina e não a bactéria).
Coqueluche: tosse comprida
★ infecciosa aguda, altamente contagiosa através de
gotículas respiratórias ou aerossóis
• Notificação compulsória).
• Período de incubação: 7-10 dias
• Patogênese: tropismo pelos cílios da mucosa respiratória,
interferindo no movimento ciliar normal
Fixação → colonização (evasão do sistema imune) →
proliferação no epitélio mucociliar → indução ao aumento na
produção de muco (danos locais, por causa da tosse excessiva)
→ absorção das toxinas (danos sistêmicos)
Fases:
• Catarral: muito muco, altamente contagiosa, com quadro similar
ao resfriado comum.
• Paroxística (específica): 5-6 dias após a fase catarral, inicia-se a
fase de tosse “guincho” muitas vezes provocando vômitos
(perigo de broncoaspiração e levar ao quadro de pneumonia).
Dura cerca de 1 mês.
• Convalescença: diminuição das crises de tosse, agora com
quadro similar a bronquite. Pode perdurar por vários meses
• Complicações: pneumonias secundárias (por broncoaspiração),
alterações neurológicas.
★ Bordetella pertussis e B. parapertussis (+ branda)
• Morfologia: cocobacilo Gram negativo, aeróbio estrito, imóvel,
encapsulada
• Cultivo e identificação: “meios de cultura com carvão, sangue,
albumina ou amido para a absorção e neutralização destas
substâncias tóxicas. A nicotinamida também é necessária para o
seu crescimento”
• Fatores de virulência:
Hemaglutinina filamentosa (FHA): Adesão, invasão, fixação no
epitélio respiratório ciliado
Pertactina (PRN): Adesão ao epitélio respiratório ciliado, invasão:
aglutinação de eritrócitos
Aglutinógenos fímbrias (tipos 2 e 3): Adesão, fixação no epitélio
respiratório ciliado; estimulação de resposta imune humoral
Toxina pertussis (PT): Fixação da bactéria à superfície das células
do hospedeiro
Forma de prevenção: vacina
Trato respiratório inferior
• Importância da integridade do trato respiratório (asma, bronquite, tabagismo lesam)
• Vias aéreas inferiores (microbiota do pulmão interagem com a microbiota do trato digestório)
• Mecanismos de defesa iniciais: Sistema monocítico-fagocitário (produção local no pulmão, porque não é um órgão para inflamar, líquido lá é
perigoso).
Pneumonia: Infecção do parênquima pulmonar
• Contágio: Inalação, aspiração hematogênica (Microrganismos com adesinas potencialmente infectantes).
• Bactérias, vírus, fungos, protozoários, helmintos
Classificação patológica:
• Pneumonia lobar: região distinta (lobos)
• Broncopneumonia: região difusa (brônquios)
• Pneumonia intersticial: geralmente patógenos intracelulares (padrão rendilhado)
• Pneumonia cavitária
Trato respiratório: mecanismos de defesa (para expelir)
★ O ar é filtrado, aquecido e umidificado
Mecanismos de defesa:
• Microbioma pulmonar
• Tosse (etilismo e senilidade)
• Broncoconstrição (doenças inflamatórias crônicas das vias aéreas)
• Secreção de muco (necessita do epitélio mucociliar):Obstrução
brônquica
• Transporte mucociliar (tabagismo, doenças virais)
Complicações dos mecanismos de defesa:
• Imunossupressão medicamentosa
• Imunodeficiências primárias ou adquiridas
• Estados leucopênicos (utiliza medicamentos para aumentar a
produção de leucócitos na medula óssea, já que não fazem
transfusão de leucócitos por causa da doença do enxerto).
• Infecção secundária (bactéria e vírus)
• Pneumonia:
• Fatores de susceptibilidade: • Resposta imune • Virulência •
Inoculação excessiva
• Contágio: • Microaspiração (inalação) • Hematogênica
• Principais agentes bacterianos: • Streptococcus pneumoniae
• Vacina para adultos e crianças
• Haemophilus influenza, Staphylococcus aureus, Moraxella
catarrhalis, Pseudomonas aeruginosa.
Agentes atípicos: Mycoplasma pneumoniae e Chlamydophila
pneumoniae.
Streptococcus spp:
Cocos Gram-positivos, catalase-negativos.
Anaeróbios facultativos
Arranjo celular: forma de cadeias ou ou aos pares (linear, colar de
pérolas)
Streptococcus pyogenes: faringite estreptocócica
★ Cocos em cadeias, Gram positivo, crescimento em ágar
sangue apresentando beta hemólise, catalase negativo
Transmissão: por gotículas aéreas e contato
Fatores de virulência:
• Cápsula (proteína M, similar a M das musculares (coração),
produzindo anticorpos (resposta t dependente) para eles,
desencadeando doença auto-imune).
• Toxina eritrogênica (escarlatina na corrente sanguínea)
• Estreptolisinas
• Estreptoquinases A e B (lisam a fibrina, dissolvem a placa de
ateroma)
• Desoxirribonuclease
• Hialuronidase
Sequelas pós infecção estreptocócica: Febre reumática e
Glomerulonefrite pós-estreptocócica
Streptococcus pneumoniae: pneumonia bacteriana e meningite
★ Bactéria extracelular, cocos em pares (diplococos),
Gram positivo, crescimento em ágar sangue
apresentando alfa hemólise (parcial, fica esverdeado),
catalase negativo
• Aeróbio e anaeróbio
Transmissão: gotículas aéreas
Fatores de virulência:
• Cápsula: evasão da fagocitose (90 sorotipos)
• Adesinas proteicasde superfície: colonização de orofaringe
• Ácido teicóico – indução de inflamação local
• Pneumolosinas: uma enzima lítica semelhante à estreptolisina O
de S. pyogenes, se liga ao colesterol da membrana das células do
hospedeiro e cria poros. Essa atividade pode destruir as células
epiteliais ciliadas e fagocíticas.
• Protease de IgA: A IgA secretora prende as bactérias no muco,
ligando-as à mucina pela sua região Fc. A protease IgA bacteriana
evita essa interação, aumentando o poder de disseminação.
(proteína que degrada IgA para penetrar).
Resposta imune de fagocitose: não é protetiva
• Ativação do sistema complemento
• Ativação de fagócitos e inflamação
• Resposta humoral: anticorpos contra antígenos da cápsula
polissacarídica (T-independente)
• Antígenos proteicos ativam a resposta T-dependente, com
produção de resposta Th1 (IFN-gama) e Th17 (resposta de
fagocitose)
Tratamento:
• Ampicilina, penicilina
• Eritromicina (aos alérgicos por beta-lactâmicos) para as
bactérias que não produzem beta-lactamase
• Beta-lactâmicos: antimicrobianos com habilidade de interferir
com a síntese do peptideoglicano (responsável pela integridade
da parede bacteriana).
★ Ácido clavulânico associado com a amoxicilina para as
bactérias que produzem a beta-lactamase, porque
impede essa produção.
Para que isto ocorra:
1. devem penetrar na bactéria através das porinas presentes na
membrana externa da parede celular bacteriana;
2. não devem ser destruídos pelas ß-lactamases produzidas pelas
bactérias;
3. devem ligar-se e inibir as proteínas ligadoras de penicilina (PLP)
responsáveis pelo passo final da síntese da parede bacteriana.
Haemophilus influenzae:
bacilo, Gram negativo, crescimento em ágar chocolate, catalase
negativo
• Anaeróbio facultativo
Transmissão: gotículas aéreas
• Cápsula: evasão da fagocitose (6 sorotipos (a-f))
• Adesinas proteicas de superfície: colonização de orofaringe
• LPS – Lipopolissacarídeo - indução de inflamação local (causa
febre alta)
• Protease de IgA: podem facilitar a colonização dos
microrganismos nas superfícies das mucosas, interferindo na
imunidade humoral.
Chlamydia pneumoniae: pneumonia e bronquite
⇢ Complicação: infarto agudo do miocárdio
• Parasita intracelular obrigatório (tropismo pelo epitélio colunar
das membranas mucosas)
Identificação: não possui camada de peptideoglicano na parede,
imóveis
• Não geram ATP: consideradas parasitas da energia celular
Resposta imune:
• Fase aguda: exsudato inflamatório rico em neutrófilos
• Fases mais tardias: infiltrado mononuclear
• Predomínio de Th1: boa resolução da infecção
• Predomínio de Th2: desenvolvimento de infecção crônica
Diagnóstico: citológico direto, cultura celular, sorologia, biologia
molecular
Transmissão: aerossóis contaminados
★ Pneumonia atípica intracelular (escarro não detecta),
RX com padrão intersticial no pulmão.
Ciclo de desenvolvimento: (cerca de 72 horas)
• Internalização: forma infecciosa – corpúsculo elementar
(metabolicamente inativo)
• Proliferação / diferenciação: dentro do fagossomo (que não se
funde com o lisossomo), onde se transforma corpúsculo reticular
(intracelular vegetativo). Prolifera e dá origem a novos corpúsculos
elementares
• Saída: após rompimento da membrana da célula hospedeira
Vacinas
• Penta (previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e
infecções causadas pelo Haemophilus influenzae B)
• 2 meses - 1a dose
• 4 meses - 2a dose
• 6 meses - 3a dose
• DTP (previne a difteria, tétano e coqueluche)
• 15 meses - 1o reforço
• 4 anos - 2o reforço
• Dupla Adulto (dT) (previne difteria e tétano) – Reforço a cada 10
anos
• A partir dos 10 anos
• dTpa (Tríplice bacteriana acelular do Vpo adulto) – (previne
difteria, tétano e coqueluche) – Uma dose a cada gestação a partir
da 20a semana de gestação ou no puerpério (até 45 dias após o
parto).

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