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SEPSE CHOQUE O paciente pode entrar em choque por diferentes causas Diferenciando os tipos de choque: Choque hipovolêmico: Esse pode ser hemorrágico (que pode ser traumático {acidente de carro} OU não traumático {varizes esofágicas}) ou NÃO hemorrágico (diarreia, vômitos incoercíveis). Choque obstrutivo: TEP, Tamponamento cardíaco. Choque perfurativo Choque distributivo O mais importante, seu principal representante é o choque séptico. Choque é uma síndrome caracterizada pela incapacidade do sistema circulatório de fornecer oxigênio aos tecidos (manter perfusão celular adequada) levando a disfunção orgânica. A célula no choque deixa de fazer a respiração aeróbia e passa a fazer respiração anaeróbica Isso aumenta a liberação de ácido láctico (com liberação de H+ e isso faz com que o paciente evolua com acidose metabólica). OBS: Gasometria Saber laudar para o simulador - Se é acidose respiratória ou metabólica... - Estando em estado de choque, como a circulação NÃO consegue fazer a entrega de oxigênio eficiente ao corpo, O corpo começa a ficar em uma coloração azulada (cianose) + fria (porque é o sangue que leva o calor, e como NÃO está passando sangue na região, as extremidades ficam frias). - O tempo de enchimento capilar (TEP) tende a ficar prolongado e medimos ele apertando o dedo do paciente por 3 segundos e observamos a volta da coloração local) TEP normal é de 2 segundos // Um valor >3 segundos é considerado um TEP prolongado. Isso acontece pois os níveis de noradrenalina do paciente estão aumentados - e ela é a responsável por fazer vasoconstrição periférica, na tentativa de manter a circulação nos órgãos essenciais. - Ao analisar a mão com o TEP - Eu posso inferir que outras regiões do corpo estão em mesmo sofrimento com a baixa circulação. - Com a baixa circulação há a utilização da respiração anaeróbia com geração de ácido láctico + radicais livres (provenientes da respiração) + H+ em excesso Tudo isso inibe a bomba de sódio e potássio - isso consequentemente diminui o impulso nervoso e faz com que o paciente rebaixe a consciencia. - O H+ em excesso faz acidose metabólica, e isso faz inibição enzimática - inibindo o metabolismo celular. - O excesso de H+ e de noradrenalina faz vasoconstrição da artéria renal, podendo ocasionar a Necrose Tubular Aguda e perda da diurese. O choque é quase sempre considerado um estado de hipoperfusão celular generalizada no qual a liberação de oxigênio no nível celular é inadequada para atender as necessidades metabólicas. HIPOTENSÃO A hipotensão arterial pode estar presente, PORÉM NÃO é fundamental no diagnóstico de choque. Deve-se dar atenção especial aos sinais de hipoperfusão tecidual: Alterações do estado mental Alterações cardíacos como taquicardia Alterações renais como Oligúria sem história de Infecção renal. CHOQUE DISTRIBUTIVO Caracterizado pela vasodilatação Resistencia vascular sistêmica diminuída Reduzindo a PA. Débito cardíaco normal ou aumentado Resulta de mediadores em microvasculatura. O principal representando é o choque séptico. CHOQUE SÉPTICO Antes de 2016, o paciente com infecção muito grave, era chamado de SIRS (resposta inflamatória sistêmica): SIRS (não existe mais) - Febre ou hipotermia - Aumento da frequência cardíaca - Aumento da frequência respiratória - Leucocitose/leucopenia/ desvio a esquerda. Sepse Infecção (confirmada ou presumida) + Repercussões sistêmicas. Sepse grave Termo abolido Choque séptico Sepse + hipotensão refratária a reposição volêmica. Em 2021 foi abolido o termo “Sepse grave” Isso porque toda sepse é grave. SEPSE Possuimos algumas situações que são emergências e são fácies de reconhecer: AVC Infarto Trauma PORÉM a sepse é uma emergência médica que é difícil de reconhecer. “A sepse seria uma infecção documentada ou presumida com repercussão de órgãos alvos”. (Ver imagem de definição de sepse DO robins). SEPSE A sepse irá gerar uma isquemia tecidual, e isso irá levar a uma insuficiência adrenal - (alguns pacientes podem evoluir com Adisson, e é por isso que nesses utilizamos hidrocortisona). A Sepse também pode estimular a coagulação intravascular disseminada - e a plaqueta nesse caso abaixa, facilitando a hemorragia (CIVD) - Na CIVD possuímos muita formação de trombos, e estes ao passarem pelos capilares no corpo irão gerar a necrose por hipóxia EX: No rim isso pode gerar necrose tubular aguda (Aumentando escórias nitrogenadas no corpo, pois o rim deixa de filtrar) + diminuição da diurese. SEPSE E O RIM Possuímos total desregulação da resposta inflamatória + Presença de muitas citocinas + ativação do sistema complemento. Evoluímos para disfunção endotelial generalizada RENAL - Com muita lesão dos cálices renais. Alteração da hemodinâmica (macro e microvasculatura). As mitocôndrias por estarem injuriadas entram em autofagia E isso gera necrose tubular aguda. - Como o túbulo deixa de fazer função (néfron), na sua porção proximal ele é responsável pela absorção do sódio Só que ao sofrer com a necrose o túbulo para de reabsorver sódio, e isso faz com que a água NÃO seja reabsorvida também Isso faz com que a volemia caia, e como consequência a pressão arterial do paciente caia também (choque). SEPSE E O PULMÃO Na parte pulmonar devemos estar atentos com SARA (Síndrome da Angustia Respiratória no Adulto). - Possuímos muito mediador inflamatório e ele faz muita vasodilatação. Dilatando os capilares alveolares aumentamos a permeabilidade e isso ocasionará a presença de muito líquido no alvéolo (Isso gera uma gasometria com uma PO2 baixa + PCO2 alta). Na SARA o pulmão fica edemaciado por uma questão NÃO cardíaca Nesse caso devemos descartar a possibilidade de ser uma insuficiência cardíaca. OBS: Se o paciente vier a óbito por sepse, ele será por acometimento cardiovascular, neurológico e pulmonar. CHOQUE SÉPTICO 1) Possuímos a infecção pelo microrganismo 2) Esse microrganismo leva a uma resposta inflamatória e sistêmica (SEPSE). 3) Isso gera uma disfunção endotelial e de microcirculação. 4) É gerado então uma hipotensão global + disfunção orgânica. 5) (CHOQUE SÉPTICO) Disfunção orgânica múltipla e hipotensão refratária. No paciente séptico, sempre iremos fazer volume, antes de administrar noradrenalina. Antes de administrar o volume é necessário pedir os dois acessos venosos calibrosos. A reposição volêmica em um paciente séptico é de pouco em pouco (500 ml de início). Depois de cada administração de volume é necessário auscultar o pulmão do paciente (para avaliar se há ou não presença de crepitações) - SOMENTE na ausência de anormalidades na ausculta é que podemos administrar nova reposição volêmica. Caso a pressão do paciente NÃO normalize após a administração da reposição volêmica é que ligamos a noradrenalina em bomba de infusão: - 4 ampolas de noradrenalina, diluídas em soro de 250 ml e começando a correr 5 ml por hora (aumentando a dosagem de 2 ml por 2 ml). Lembrar que a meia vida da noradrenalina é de 3 minutos. OBS: Sepse é uma infecção com disfunção orgânica (disfunção hematológica, hepática, pulmonar, cardíaca, renal...) QSOFA - Corresponde a uma triagem beira leito (sem a necessidade de solicitar exames). - O qSOFA é realizado com as seguintes vertentes: 1. Hipotensão (PAS <100 mmHg) 2. Alteração do estado mental (Glasgow <15) 3. Taquipneia (>22 irpm/min) Score >2 pontos: critério de alto risco para sepse. Lembrandoque o qSOFA NÃO faz diagnóstico - ele serva apenas para suspeitarmos que o paciente possua sepse (Sem a necessidade de exames). Sendo que: qSOFA < ou igual 1 Monitora o paciente qSOFA = 2 Fazemos o SOFA do paciente (exames) + resgate volêmico. - Após o resgate volêmico o paciente manter a PAM <65 ou POH <2 Consideramos como choque séptico e iniciar droga vasoativa. SOFA Lembrando que a sepse é a infecção documentada ou presumida + disfunção orgânica E a disfunção orgânica avaliamos pelo SOFA. O SOFA avalia: - Alteração respiratória - Coagulação - Hepático - Cardíaco - Nervosa - Renal OBS: No simulador NÃO falar 12:8 - nós falamos de pressão arterial média (PAS + 2X PAD/3) Quando possuímos uma PAM <65 após o resgate volêmico É que nós iniciamos droga vasoativa. E consideramos o paciente em choque séptico. A droga vasoativa faz vasoconstrição periférica e consequentemente isso aumentara o débito cardíaco - E fará com que a pressão do paciente suba. MEDIDAS INICIAIS 1) Fazer 2 acessos calibrosos 2) Avaliar sinais vitais Frequência cardíaca Frequência respiratória Saturação Pressão arterial Temperatura. 3) Cultura de 2 sítios diferentes 4) Lactato inicial Para fazer comparação após o tratamento, e ver se o mesmo está diminuindo (muito utilizado para avaliar prognóstico do paciente). 5) Iniciar o volume - 30 ml por Kg O recomendado é ir dando os volumes e avaliando. 6) Iniciar o antibiótico (não espera a cultura) - Ceftriaxone 2 ampolas... 7) Iniciar vasopressores após resgate volêmico se PAM permanecer <65. 8) Solicitar os exames laboratoriais. OBS: Estudar a relação PaO2/PaCO2 para o simulador. OBS 2: Podemos fazer noradrenalina em acesso periférico MAS em acesso calibroso - PORÉM é necessário fazer acesso central. OBS 3: Se paciente estiver dessaturando, posso pedir cateter nasal a 3L/ min a dessaturação faz referência a valores menores que 90%. OBS 4: É importante pedir a sondagem vesical de demora (para avaliação do débito urinário), pois com ele eu consigo avaliar a perfusão renal e de quebra - se eu vejo o rim, posso avaliar que os demais órgãos podem estar sofrendo do mesmo modo. OBS 5: Se iniciar droga vasoativa - o paciente deve ser levado a UTI. OBS 6: Em pacientes renais crônicos ao fazer reposição volêmica, fazemos 250 ml a cada 10 minutos e reavaliar. Se iniciarem as crepitações NÃO fazemos mais o soro, e inicia a droga - e se encharcar fazer furosemida.
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