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MFC - OBESIDADE SEMANA3 – 9 PERÍODO LARA BASTOS MASCARENHAS INTRODUÇÃO OBESIDADE é o acúmulo anormal ou excessivo de gordura corpórea até um nível que comprometa a saúde. (OMS): A obesidade é uma doença multifatorial, crônica, progressiva e recidivante. Importante aumento do risco de complicações. DIAGNÓSTICO Densitometria (DEXA). Bioimpedância. Medição da sua corporal total usando isótopos marcados. Tomografia. Ultrassonografia. Índice de massa corpórea. INDICE DE MASSA CORPÓREA – IMC Simplicidade. Praticidade. Estudos populacionais. *algumas limitações. Excelente correlação com risco de doenças associadas à obesidade e mortalidade. AVALIAÇÃO A COMPOSIÇÃO CORPÓREA GORDURA VISCERAL · Mensuração da gordura visceral: Métodos mais acurados: Ressonância magnética, Tomografia computadorizada. Prática clínica: Medida da circunferência abdominal. · Correlação com risco de complicações cardiovasculares e metabólicas: Relação cintura-quadril (RCQ): RCQ > 0,85 em mulheres, RCQ > 0,9 em homens. EPIDEMIOLOGIA · OBESIDADE NO MUNDO: Condição comum no atendimento médico primário. 1,6 bilhão de adultos acima do peso. 300 milhões de obesos. · OBESIDADE VERSUS DESNUTRIÇÃO NO MUNDO: Transição nutricional. Acesso da população carente a alimentos de baixa qualidade. É o transtorno nutricional mais prevalente. 52% da população adulta está acima do peso - 70 milhões de pessoas. 18% obesos. Adultos, adolescentes, crianças. Todas as classes econômicas. Maior prevalência entre homens com renda per capita superior a 5 salários mínimos. GENÉTICA X OBESIDADE. Genética: obesidade paterna. 75% das crianças com ambos os pais obesos serão obesas. 50% quando 1 dos pais é obeso. 10% quando os pais são magros. Obesidade na infância 50 a 70% de chance de ser obeso na vida adulta. Obesidade na adolescência 80% de chance de ser obeso na vida adulta. REGULAÇÃO DO PESO CORPÓREO Complexo sistema que envolve: Hipotálamo, tecido adiposo e trato gastrintestinal. · HIPOTÁLAMO: Sinais recebidos e integrados e emissão para regular. Fome. Gasto energético basal. · TECIDO ADIPOSO: Local onde é armazenada energia. Ingesta > gasto: balanço energético positivo. Calorias excedentes > triglicérides > adipócitos. · Triglicérides: Reserva de energia. Papel importante na regulação do metabolismo. Secreção de substâncias endócrinas: leptina e adiponectina. Quanto maior o tecido adiposo, maior leptina e menor adiponectina. · TRATO GASTRINTESTINAL: Regulador da fome. Células do fundo gástrico. Jejum. · Secreção do hormônio GRELINA: Sinaliza hipotálamo e estimula apetite. Estimula secreção GH. Pós-pradial imediato. Redução da grelina. Aumento GLP-1: inibe apetite, retarda esvaziamento gástrico e aumenta gasto energético. FATORES DE RISCO Ambientais e de comportamento. Genético. Causas hormonais. Hipotireoidismo. Hipogonadismo. Deficiência de GH. Outras causas. COMPLICAÇÕES Repercussões na morbimortalidade e qualidade de vida. Hipertensão arterial sistêmica. Dislipidemia. Resistência insulina e diabetes mellitus. Doença cardiovascular. Doenças respiratórias. Doenças hepáticas. Osteoartrose de quadris e joelhos. Infertilidade e SOP, em mulheres. Transtornos psiquiátricos. · Mortalidade: Redução expectativa de vida. Aumento de risco de morte: IMC > 25 kg/m2 ੦ IMC >= 30. Mortalidade se eleva em 40-60% EUA ੦ 300.000 MORTES/ANO. Obesidade é a 2ª causa prevenível de morte. TRATAMENTO O objetivo inicial é a perda de 5% do peso corpóreo em 6 meses. Normalização do IMC, SE POSSÍVEL. Perda de 10% do peso corpóreo é considerado ótimo. · REEDUCAÇÃO ALIMENTAR: Meta: déficit calórico moderado, preferencialmente em longo prazo. Balanço energético negativo. Psicoterapia comportamental. · ATIVIDADE FÍSICA REGULAR: Combinação dos tipos de exercício. Aeróbico + fortalecimento muscular. Cuidado com excessos: periodização. QUANDO ENCAMINHAR? Dificuldade na adesão ao tratamento conservador. Requer orientações mais específicas. Surgimento de novos sintomas: saúde física e mental. Falha terapêutica. Médico: dificuldade no manejo. Todos os pilares do tratamento são RELEVANTES! FARMACOTERAPIA Estão disponíveis no Brasil somente: sibutramina, orlistate e liraglutida. · PARA QUEM ESTÁ INDICADO? BRASIL: IMC >= 30, com falha no tratamento conservador. EUA: IMC >= 25 a 27 + comorbidades. Brasil: sibutramina é contraindicada para IMC < 30. 1) SIBUTRAMINA: Bloqueia a recaptação de noradrenalina e serotonina no sistema nervoso central. Ação sacietógena reduz a quantidade de calorias ingeridas. Perda de 5% do peso em 90% das pessoas (6 - 10 kg/ano). Droga segura para uso por até 2 anos. Pode ajudar a prevenir a recuperação tardia do peso. Dose inicial de 10 mg/dia, podendo variar até 15 mg. Receituário B2 - azul numerado. · COLATERAIS: Aumento da pressão arterial diastólica: 3 a 5 mmHg. Taquicardia. Sudorese. Boca seca. Insônia. Obstipação. 2) ORLISTATE: Reduz absorção de gordura da dieta em 30% - na forma de triglicérides. Inibição das lipases intestinais. Perda de 10% do peso inicial em 12 meses. Reduz recuperação de peso após o 1º ano. Alteração benéfica: do perfil lipídico (colesterol total e LDL), esteatose hepática, controle glicêmico na DM2, REDUZ RISCO DE SURGIR DM EM 37% em 4 anos. Dose 60-120 mg, 2-3 x/dia, antes das principais refeições. Doses > 360 mg/dia não parecem trazer benefícios adicionais. · COLATERAIS: Gordura nas fezes (flatulência, diarreia, urgência fecal). Inibe parcialmente absorção vitaminas lipossolúveis › suplementar A, D, E e K. ALTO CUSTO. 3) LIRAGLUTIDA: Agonistas de glp-1 ((exenatida (Byetta®) • liraglutida (Victoza®) • lixisenatida (Lyxumia®) )) São drogas antidiabéticas injetáveis (uso subcutâneo). Diminuição do apetite e perda de peso - opção para otimizar tratamento em DM II. Liraglutida usada em doses altas (> 3 mg/dia) - dose para DM II é de 0,6 a 1,8 mg/dia aprovada para o tratamento da obesidade, perda de peso de 5-6 kg em 1 ano. 4) OUTRAS DROGAS: 4.1) INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA: fluoxetina e sertralina - discreta perda de peso / paroxetina e citalopram - ganho de peso. · FLUOXETINA: Indicação: obesos com depressão, ansiedade, bulimia ou transtorno de compulsão alimentar periódica. Altas doses para o efeito sacietógeno: 40-60 mg/Dl. Perda de peso modesta: 2 a 6 kg, acontece nos primeiros 6 meses. Estabilização do peso após esses primeiros 6 meses. Não indicada a longo prazo. Efeitos colaterais: cefaleias, insônia, perda da libido e ansiedade. 4.2) BUPROPIONA: Antidepressivo bloqueador da recaptação de noradrenalina e adrenalina. Usado para tabagismo. Efeito anorexiante. Perda de peso de 2 a 5 kg em 1 ano. Dose inicial 150 mg. Pode causar convulsão em altas doses, contraindicado em epilépticos. 4.3) TOPIRAMATO: Anticonvulsivante. Ação glutamatérgica - ação anorexiante. Dose de 100 a 200 mg/dia. Perda de 4 a 9% do peso inicial em 6 meses. Não parece ter perda de eficácia com o uso prolongado (mesmo após 76 semanas). Efeitos colaterais: parestesia, sedação, perda de atenção, alteração de memória, dificuldade de concentração - 10 a 15%. 4.4) METFORMINA: Antidiabético oral que reduz a liberação hepática de glicose. Discreta redução de peso - 2 a 5 kg em 6 meses. 1ª droga de escolha em diabéticos tipo II obesos. NÃO SE DEVE PRESCREVER Diuréticos. Laxantes. Hormônio tireoidiano – resulta em perda de peso as custas de massa magra e tireotoxicose. · BUPROPIONA + NALTREXONA: Associação das drogas (Contrave®) Redução de 5% do peso. Melhor resultado versus maiores efeitos colaterais. Efeito colateral mais comum: náusea. Efeito adverso de grande preocupação: suicídio. · TOPIRAMATO + FENTERMINA: Associação das drogas (Qsymia®) Redução de 6,7 a 8,9% do peso em 1 ano. Teratogênico. CIRURGIA BARIÁTRICA TÉCNICA MAIS USADAS SÃO A GASTROPLASTIA COM BYPASS GASTRINTESTINAL EM Y DE ROUX (CIRURGIA DE FOBI-CAPELLA) E A GASTRECTOMIA VERTICAL (SLEEVE) · INDICAÇÃO: IMC > 40 kg/m2 ੦ IMC > 35 kg/m2 + comorbidades graves + falha de tratamento clínico. Idade 18-65 anos. Grau de ferida cirúrgicaaceitável. Boa expectativa de vida pós-operatória. · COMORBIDADES IMPORTANTES: Hipertensão arterial. Diabetes mellitus II. Apneia do sono. Doenças articulares degenerativas. Doença coronária. Dislipidemias. Asma grave não controlada. Outras doenças determinadas pela obesidade com risco de morte. · CONTRAINDICAÇÕES IMPORTANTES: Abuso de álcool ou drogas. Úlcera péptica ativa. Doenças psiquiátricas severas (psicose, depressão grave). Tentativa de suicídio. Risco cirúrgico extremamente elevado (ASA IV). Impossibilidade de segmento. *Depressão não é contraindicação absoluta: avaliação do psiquiatra. ORIENTAÇÕES À DISTÂNCIA IMC – praticidade. Diário alimentar. Diário de exercícios semanais. Balanço energético. Uso de aplicativos (ingesta versus gasto calórico).
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